Professional Documents
Culture Documents
Pagamento indireto, por sua vez, é aquele em que a extinção da obrigação se dá de forma diversa da
originariamente convencionada, podendo ocorrer por: a) pagamento em consignação; b) pagamento com sub-
rogação; c) imputação do pagamento; d) dação em pagamento; e) novação; f) compensação; g) transação; h)
compromisso; i) confusão; j) remissão das dívidas.
- o pagamento indireto é pagamento por uma forma diferente da que havia sido estipulada
pelas partes e também extingue a obrigação.
- o credor tem interesse na extinção da obrigação, assim como o devedor tem direito de
extinguir o vínculo obrigacional. Muitas vezes o credor é malicioso e quer espezinhar o
devedor. Por vezes o credor tem interesse na eternização da dívida para colher mais
acessórios da obrigação principal, e isto não é razoável
- para atender aos interesses do devedor, o legislador criou o pagamento por consignação. É
o depósito judicial ou extrajudicial da coisa devida, modo de pagamento indireto e que
extingue a obrigação
- fatos que impedem o pagamento indireto: para que o pagamento se realize há de haver a
cooperação do credor ou seu representante pois só eles podem dar a quitação. O devedor
tem o máximo interesse em se livrar do vínculo mas pode acontecer de:
· credor injustificadamente se recusar a dar quitação
· credor injustificadamente se recusar a receber a prestação
· devedor tem dúvida quanto a quem se deve pagar
· devedor não encontra a pessoa a quem deve pagar
- Código Civil: art. 972 – “depósito judicial das coisas devidas nos casos e formas legais”
- depósito judicial: para que ocorra é necessária uma ação: Ação de Consignação em
Pagamento (arts. 890 a 900 CPC) ou Consignatória
- Quem pode fazer a consignação? O devedor ou 3o, nas hipóteses previstas na lei (art.
973), quais sejam:
1) se o credor se recusar a receber o pagamento ou a dar a quitação, sem justa causa. Mora
do credor “accipiendo”. Se houver causa para a recusa não haverá mora do credor pois o
inadimplemento é do devedor.
2) se o credor não for nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condições devidas
· Objetivos: é preciso que haja dívida líquida e certa (se a obrigação for incerta é preciso
haver a concentração anteriormente – prévia determinação – art. 981 CC).
- e se houver erro de cálculo? Deve pedir a retificação do cálculo e complementar com
ofertas supletivas
- e se houver dúvida sobre o montante exato da dívida? Deve depositar-se mais do que deve
e depois protestar pela repetição do indébito
- é preciso que a prestação oferecida seja a que realmente se deve, na íntegra.
- Tempo: o depósito deve ser feito no prazo estabelecido, para que não ocorra a mora. Se
houver mora do devedor, este deverá depositar a coisa mais os juros, efeitos de sua mora
Art. 956, par. Ún.
- prestação de coisa indeterminada: credor será citado para fazer a escolha e caso não a faça
o devedor deverá escolher.
- procedimento: Judicial – não contenciosa: arts. 840 e 893: credor é citado. Não há briga.
Levanta o que lhe é devido.
- contenciosa: arts. 896 e 897 CPC: credor contesta a ação. Fase da briga.
- quem arca com as despesas do depósito? Art. 982: quem perde paga os ônus da
sucumbência
- se a ação for julgada procedente, extingue-se o vínculo obrigacional. Credor paga os ônus.
Se a ação for julgada improcedente, o vínculo obrigacional continua. Há a mora do
devedor.
- substituição dos sujeitos na relação obrigacional – por sucessão “mortis causa” – D. das
Sucessões.
- por sucessão “inter vivos” – D. das Obrigações
- quando 3o. faz pagamento a obrigação pode se extinguir só para o credor. O vínculo
obrigacional não se extingue pois o terceiro ficará no lugar do credor primitivo. A relação
jurídica não desaparece, não é um pagamento indireto, não é um meio de execução da
obrigação. O 3o. que paga a dívida teria direito ao reembolso, mas a lei lhe confere mais,
ele se sub-roga dos direitos do credor primitivo
- conceito: “sub-rogatio” = substituição. Pode ser de uma coisa por outra (sub-rogação real)
ou de uma pessoa por outra (sub-rogação pessoal). Nosso Código Civil só trata da sub-
rogação pessoal
- “Transferência dos direitos do credor para aquele que solve a obrigação ou empresta o
necessário prara solvê-la”
- todos os direitos, garantias, etc, são transferidos a um novo credor. O devedor passa a ser
devedor do 3o. que pagou ou emprestou.
- Espécies:
· Sub-rogação LEGAL: decorre da lei. O art. 985 trata dessa figura. Ocorrendo um dos fatos
descritos nos incisos do art. 985 ocorre necessariamente a sub-rogação legal.
II – o proprietário pode alienar o imóvel que é seu. Porém, se ele hipoteca esse imóvel,
poderá vende-lo mas o comprador estará ciente de que o imóvel é hipotecado. A lei autoriza
que o adquirente do imóvel hipotecado pague a dívida ao credor hipotecário, libertando o
imóvel da hipoteca e se sub-rogando de todos os direitos e garantias do credor hipotecário.
III – 3o. que paga dívida da qual era ou poderia ser obrigado a pagar – 3o. interessado que
paga a dívida não vai ter um mero reembolso do que pagou, ele se sub-roga nos direitos e
garantias.
Art. 931 – 3o. não interessado não se sub-roga, só tem direito ao reembolso – para evitar
especulação
II – relação 3o. não interessado e devedor. O 3o. empresta ao devedor a quantia necessária
para solver a dívida e ele lhe transfere todos os direitos e garantias que o credor primitivo
tinha
CESSÃO DE CRÉDITO
- alguém era credor e por comum acordo aliena esse crédito gratuita ou onerosamente a
outra pessoa (cessionário)
- conceito: “é todo ato em virtude do qual uma pessoa transfere à outra direitos ou bens que
lhe pertençam”
“ é a transferência que o credor faz a outrem de seus direitos”
- ocorre sucessão de sujeitos por ato “inter vivos”. A cessão é um negócio jurídico
(especulativo) a tiítulo gratuito ou oneroso.
- regra – art. 1065 CC – de regra todo e qualquer crédito pode ser cedido. Mas há
exceções: - créditos que por sua natureza, segundo lei ou acordo de vontade entre as partes
não podem ser cedidos a terceiros (ex.: direitos personalíssimos)
- espécies:
· Cessão de Crédito LEGAL: ex.: art. 1066 – os acessórios devem acompanhar o principal;
casos de sub-rogação legal
· Cessão de Crédito JUDICIAL: decorre da sentença do juiz – art. 1068. Ex.: juiz dá uma
sentença repartindo o patrimônio entre diversos herdeiros; a sentença condena algum a
transferir seus créditos.
- formas: prevalece o princípio da informalidade dos atos jurídicos (art. 129), basta o
consentimento dos contratantes. Entre as partes não necessita de forma especial mas para
valer contra terceiros (art. 1067) a lei exige escritura pública ou particular registrada em
cartório (na cessão convencional). Na cessão legal ou judicial basta a lei ou a sentença para
valer contra terceiros. Para valer em relação ao devedor depende de notificação (art. 1069).
IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO
- pode ocorrer de um mesmo devedor ter vários débitos (vencidos e líquidos) de coisas
fungíveis entre si em relação a um mesmo credor. O devedor só pode pagar um ou alguns
dos débitos. Qual dos débitos deverá ser considerado extinto?
- Washington: é a operação por via da qual, dentre vários débitos do mesmo devedor para
com o mesmo credor, se determina em qual deles se deve aplicar o pagamento
- quem faz a escolha de qual débito será extinto:o acordo de vontades entre credor e
devedor, o credor ou a lei
- requisitos:
· igual natureza dos débitos: fungíveis entre si (idêntica qualidade e espécie) de modo que
ao credor seja indiferente receber uma ou outra prestação. Quando os débitos não são da
mesma natureza não é possível a imputação
- não cabe imputação: quando há dúvida sobre a existência da dívida, sobre o montante da
dívida e se a dívida ainda não venceu. Art. 991, 2a. parte
- espécies:
· pelo DEVEDOR: não houve acordo entre as partes – art. 991 CC – o devedor tem a
liberalidade de escolher, mas com limitações, quais sejam:
1) quando houver uma única dívida (capital + juros) – imputação feita primeiro nos juros
(art. 993)
2) quando a dívida for de montante superior ao pagamento oferecido
· pela LEI: art. 994 CC – 1o. nas líquidas e vencidas, depois na mais onerosa.
COMPENSAÇÃO
- pode acontecer de pessoas terem dívidas recíprocas. A lei autoriza, então, a compensação
dos débitos
- finalidade:
1) facilitar, simplificar os negócios
2) extinguir 2 obrigações sem pagamento direto
3) evita a inútil circulação de valores ou outras coisas
4) servir de garantia ao credor.
- Natureza Jurídica: meio indireto de extinção das obrigações. É especial pois extingue 2
prestações através de uma única operação (operação de “mútua-quitação)
A reciprocidade da dívida gera conseqüências para 3o. não interessado – não pode
compensar por não ser ele o devedor.
- espécies:
· JUDICIAL: decretada pelo juiz – basta ele perceber a presença dos pressupostos para
declarar extintas as obrigações
CONFUSÃO
- pode acontecer das figuras credor/devedor estarem reunidas em uma só pessoa, por um
fato jurídico estranho à obrigação
- fatos que podem provocar a confusão: - sucessão “mortis causa” e sucessão “inter vivos”
- meio indireto de extinção da obrigação: ninguém pode ser credor de si mesmo e ninguém
pode demandar a si mesmo
- fins: extinção da obrigação pois transfere-se para o patrimônio do devedor o que ele
deveria pagar
- pressupostos:
- espécies:
· total
· parcial: credor não recebe todas as dívidas por não ser único herdeiro do falecido
- cessação: uma vez verificada a confusão, extingue-se a obrigação. Art. 1052: cessando=se
a confusão restabelece-se a situação anterior
NOVAÇÃO
DAÇÃO
1
Pagamento indireto
1) Pagamento em consignação
Conceito: é o depósito judicial feito em pagamento de uma dívida.
É instituto de direito material e processual.
É instituto muito antigo, sendo que na Roma Antiga, o devedor fazia
a consignação em santuários, templos, na esperança de que não haveria
roubo por
tratar-se de local santo. Posteriormente é que iniciaram-se os depósitos em
em casa
de banqueiros ou outros cambistas.
O Código Civil e o CPC durante anos só previam a possibilidade de
depósito judicial da coisa devida. Com a reforma do CPC (1994) e agora
com o
novo Ccivil é possível o depósito extrajudicial(art. 334 Ccivil).
O devedor, com receio de ser chamado de caloteiro e de ser
responsabilizado pelos riscos da deterioração ou perda da coisa devida,
bem como
pelos juros de mora, e não tendo condições de pagar normalmente a dívida
(porque o credor não quer ou por outra impossibilidade jurídica) opta pela
consignação em pagamento (art. 334).
Nem sempre o devedor é obrigado a consignar o pagamento. Ex: nos
casos de mora do credor (dívida quesível), porém embora desobrigado de
fazê-lo é
conveniente que o faça pois: a) evitam-se debates sobre quem é o culpado
pelo
atraso, b) revela-se o propósito de pagar e c) poupa-se o trabalho de
guardar a
coisa a ser prestada.
O devedor deve ter um motivo justo para consignar senão seu
depósito será julgado improcedente, com a conseqüência de todos os
efeitos da
mora, além das custas e honorários advocatícios.
Situações em que se justifica a consignação (art. 335, CC) Elenco não
é taxativo – artigos esparsos 341 e 342 CC.
2
a) se o credor não puder ou não quiser receber ou dar quitação, sem
justo motivo. O devedor não tem obrigação de consignar, pois se
trata de mora do credor. Quando a recusa do credor encontra
justificativa a ação é julgada improcedente;
b) se o credor for incapaz de receber, desconhecido (em geral o
credor é conhecido, mas por algum motivo futuro, deixa de ser
conhecido – como por exemplo, pessoa morre sem deixar
herdeiros conhecidos), declarado ausente (sendo declarado
ausente, haverá a nomeação de um curador, razão pela qual essa
situação é muito difícil de ocorrer) ou residir em local incerto ou
de acesso perigoso ou difícil – dizimado por uma peste, por ex.
(no caso de dívida portable);
c) Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o
objeto do pagamento – a dúvida tem que ter boa razão – Ex:
inquilino que não sabe se paga o aluguel para o marido ou a
mulher recém separados. A dúvida reside na pessoa do credor.
d) Se pender litígio sobre o objeto do pagamento – o objeto da
prestação encontra-se em litígio entre o credor e terceiro.
Existindo ação judicial que discuta o caso, o pagamento do
devedor para uma das partes (tendo conhecimento da demanda)
faz com que assuma o risco do pagamento (art. 344).
O Código de 1916 previa ainda a possibilidade de consignação
quando houvesse concurso de preferência aberto contra o credor. Embora o
novo
Código não mencione a hipótese, autoriza nos termos do art. 333 o
vencimento
antecipado da obrigação em casos tais.
Requisitos (art. 336)
3
1) pessoas – deve ser proposta pelo devedor, terceiro
interessado (Ex: sublocatário) ou não interessado (Ex:
amigo, pai, etc) contra o credor ou seu representante legal.
2) Objeto – a prestação deve ser na íntegra. O credor não é
obrigado a receber menos do que avençou.
3) Tempo – a consignação se efetua ou deve se efetuar na
época aprazada para o pagamento. Se em atraso deve vir
acompanhado dos efeitos da mora, podendo o credor
recusá-la se o retardamento tornou inútil a prestação para
o credor. A lei não fixa prazo para a propositura da ação.
4) Lugar (art. 337) – onde deveria ter sido efetuado o
pagamento. Dívida portável- no domicílio do credor,
quesível, no do devedor. Quando por qualquer motivo a
coisa não puder ser levada até o domicílio do credor ou do
devedor, poderá ser depositada no local onde esta. Ex:
obrigação de fazer e entregar uma balsa para utilização no
Amazonas. Há entendimentos jurisprudenciais de que
mesmo que o local não seja domicílio do credor ou do
devedor poderá ser o foro para o ajuizamento da ação.
Prestações suscetíveis de serem consignadas – obrigações de dar e de
fazer (desde que englobe a entrega da coisa – Ex: fazer uma estátua e
entregá-la).
Não é só a dívida em dinheiro que pode ser consignada, como
também as consistentes em outras coisas.
Quando a obrigação é alternativa, o devedor deve citar o credor para
escolher entre as duas coisas e se não se manifestar, o devedor pode
depositar o
que preferir (art. 342).
4
Levantamento do depósito pelo depositante (devedor) – Em cada fase
do processo, o levantamento do depósito terá uma conseqüência diferente.
a) Antes de qualquer manifestação judicial do credor – não há
necessidade de anuência do credor, mas o levantamento faz com
que o credor retorne a posição em que se encontrava quando da
consignação, pois a dívida persiste. Deve pagar ainda as despesas
do depósito (art. 338);
b) Após a recusa do depósito – Não pode ser levantado sem a
anuência do credor. Se este anuir perderá as preferências e
garantias do crédito (Ex: os fiadores ou co-devedores que não
anuíram ficam desobrigados pela dívida) – art. 340;
c) Após a aceitação do depósito – Se o credor aceitou o valor
depositado, gerou a extinção da dívida/obrigação. Aceitando o
levantamento do valor pelo devedor estará simplesmente criando
uma nova obrigação com o devedor, diferente da que originou a
consignação. Estarão desobrigados os fiadores e co-devedores,
uma vez que a obrigação que se obrigaram solidariamente se
extinguiu.
d) Após sentença que julgou procedente a ação – da mesma forma
que no caso anterior, surge daí nova obrigação diversa da
primeira, uma vez que a procedência da ação gera sua extinção
(da primeira obrigação). Os devedores solidários devem anuir
expressamente.
Processo da consignação (art. 890 e seguintes do CPC)
Ocorrendo um dos casos previstos em lei o devedor ou terceiro
interessado ou não pedirá a consignação da quantia ou coisa devida,
podendo
optar no caso de dinheiro pelo depósito em estabelecimento bancário.
5
No caso de opção pelo depósito em estabelecimento bancário,
o devedor cientificará o credor, que terá 10 dias para manifestar a recusa,
sem o
que ficará o devedor liberado da obrigação.
Caso manifeste recusa, o devedor terá 30 dias para propor ação
de consignação em pagamento com base no depósito anteriormente feito.
Se não
for proposta a ação, o depósito ficará sem efeito, podendo levantá-lo o
depositante
(art. 890, p. 4º).
Quando o pagamento da obrigação foi convencionado em
parcelas, pode o devedor continuar os depósitos no mesmo processo, desde
que se
realizem até 5 dias da data do vencimento (art. 892, p.u. CPC).
Nem sempre a coisa poderá ser depositada materialmente, em
sempre é bem deslocável. O depósito poderá ser simbólico, com nomeação
de
depositário (que pode ser o devedor, o credor ou outrem indicado pelo
juízo).
Credor certo – pode aceitar o depósito ou recusar-se a recebêlo.
Nesse caso, a ação tomará o rito ordinário. Se a recusa se basear em valor
insuficiente deverá o credor apresentar memória de cálculo do valor que
entende
ser devido (art. 896, CPC), sem prejuízo de levantar a quantia incontroversa
(art.
899, p. 1º, CPC). Na contestação o credor poderá alegar que: a) não houve
recusa
ou mora; b) foi justa a recusa; c) o depósito não se efetuou no prazo ou
local do
pagamento; d) o depósito não é integral, neste caso o devedor tem 10 dias
para
completar o depósito, salvo se o inadimplemento acarrretar a rescisão do
contrao
(art. 899, CPC).
Credor incerto – o devedor faz o depósito e cita todos os
possíveis credores para discutirem em juízo quem é o verdadeiro credor da
origação.
Conseqüências da sentença:
- Julgada procedente, a consignação produzirá os efeitos de:
a) exonerar o devedor, pois o depósito equivale ao
6
pagamento; b) cessa para o depositante os juros da dívida e
os riscos a que estiver sujeita a coisa; c) transfere os riscos
incidentes sobre a coisa para o credor; d) libera os fiadores;
e) o credor é condenado a pagar custas e honorários
advocatícios.
- Julgada improcedente, o devedor remanesce na mesma
posição em que se encontrava anteriormente,
caracterizando-se sua mora, sendo ainda condenado pelas
despesas processuais e honorários advocatícios.
Ex: consignação de chaves de imóvel anteriormente locado. A
sentença de procedência extinguiu a relação desde o momento da
consignação. A
sentença de improcedência faz subsistir a locação, estando obrigado o
devedor não
só ao pagamento dos aluguéis anteriores, mas a todos que correram
durante o
trâmite da ação.
Dação em pagamento 18/05/05
1. Conceito
Destaque-se que regra geral, o credor não é obrigado a receber outra coisa, ainda que mais
valiosa (CC, art. 313). No entanto, se aceitar a oferta de uma coisa por outra, caracterizada
estará a dação em pagamento.
Código Civil:
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda
que mais valiosa.
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.
2. Natureza jurídica
Código Civil:
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes
regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a
obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de
terceiros.
Analisando atentamente o conteúdo destes dois artigos, pode-se afirmar que ocorre na
prática por vias indiretas, uma verdadeira compra e venda, e sendo as regras idênticas,
responde o alienante pela evicção.
Se quem entregou bem diverso em pagamento não for o verdadeiro dono, o que o aceitou
tornar-se-á evicto. Assim, a quitação dada ficará sem efeito e perderá este o bem para o
legítimo dono, restabelecendo-se a relação jurídica orginária, inclusive a cláusula penal,
ou seja, o débito continuará a existir, na forma inicialmente convencionada.
Observe que na hipótese do objeto da prestação não for dinheiro e houver substituição por
outra coisa, não haverá analogia com a compra e venda (entrega da coisa e pagamento do
preço), e sim com a troca ou permuta (contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma
coisa por outra, que não seja dinheiro).
Por outro lado, se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência
importará em cessão (CC, art. 358). O fato deverá ser, por essa razão, notificado ao
cedido, pois a cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a
este notificada. Destacando-se que por notificado se tem o devedor que, em escrito
público ou particular, se declarou ciente da cessão feita (CC, art. 290).
Eu contrato uma empresa CONSTRUTORA para construir uma casa para mim por PREÇO
FECHADO, digamos R$100 mil . e essa empresa CONSTRUTORA compra tijolos por R$
20 mil de uma loja e não paga.
Eu então, sabendo disso, e para não ser prejudicado na minha obra, pois o lojista não vai
querer entregar os tijolos, notifico o lojista, e subrogo-me na obrigação de pagar
diretamente o lojista (obrigação) e também no direito de receber os tijolos comprados
(direitos) e pago a despesa diretamente ao lojista para que ele entregue os tijolos.
Isto significa que mesmo não sendo uma obrigação direta minha, pois o contrato inicial foi
entre a CONSTRUTORA e o LOJISTA, eu subroguei-me no contrato entre eles, e depois,
faço um acerto de contas com a CONSTRUTORA que eu contratei, descontando do
contrato com ela o valor que paguei ao lojista pela aquisição dos tijolos.
Entretanto,para que eu possa executar esse direito de subrogação nos contratos com
terceiros, eu devo exigir que haja uma cláusula específica, a ser inserida em todos os
contratos entre a CONSTRUTORA e seus subcontratados, me citando nominalmente, e me
garantindo o direito de subrogação nos direitos e obrigações perante terceiros, através de
simples notificação. Portanto o lojista respeitará a subrogação.
Quanto à dação em pagamento, é exatamente o que ja foi explicado por outra colega antes
de mim, ou seja, é o ato de pagar uma parte do preço da aquisição de um bem com outro
bem, e o saldo em dinheiro.
Digamos que você comprou um apartamento por R$100 mil, e vai dar o seu carro como
entrada no valor de R$ 30mil, neste caso, você contratualmente irá definir que parte do
preço será pago com "dação em pagamento" de um automóvel, marca XY, valor de R$ 30
mil, e o saldo será pago da seguinte forma.... bla bla bla.... em tantas vezes mensais, etc etc
etc....
O credor não pode ser obrigado a receber coisa diversa da que constitui objeto da
prestação. Porém, a substituição é permitida
acordo pelo qual consente na substituição é denominado dação em pagamento.
(GOMES, 2005).
Dessa forma, o objeto de prestação pode ser de qualquer natureza, exceto dinheiro de
contado: bem móvel o imóvel, fatos e abstenções. (MONTEIRO, 2003).
Sua natureza jurídica consiste em
pagamento indireto, por ser um acordo liberatório, com o intuito de extinguir a relação
obrigacional, derrogando o princípio que obriga o devedor a fornecer exatamente o objeto
prometido, pois lhe permite, com anuência do credor, entrega coisa diversa daquela a que
se obriga. (DINIZ, 2004, p.285).
Os requisitos para a dação em pagamento são: a existência de um débito vencido;
Animus solvendi (entrega da coisa pelo devedor ao credor no intuito de efetuar o
pagamento); diversidade do objeto oferecido em relação ao devido; e concordância do
credor na substituição.
Finalmente, de acordo com DINIZ (2004, p.287), o feito proposto pela dação em
pagamento é a “extinção da dívida, mas se o credor receber objeto não pertencente ao
solvens, havendo a sua reivindicação por terceiro, que prove ser seu proprietário, ter-se-á
evicção, restabelecendo-se a obrigação primitiva e ficando sem efeito a quitação dada”.
3.5. NOVAÇÃO
CONCEITO
ESPÉCIES DE NOVAÇÃO
3.6. COMPENSAÇÃO
3.7. CONFUSÃO
Conceito
Consignação é o depósito judicial da dívida. Tal depósito é feito ou
porque há dúvida com relação ao credor, ou porque esse é incapaz de
receber, ou ainda, porque o credor se recusa em aceitar o pagamento ou
não quer quitar a obrigação. É um modo indireto do devedor se liberar da
obrigação.
O próprio Beviláqua diz que um modo indireto do devedor se liberar da
obrigação consiste no depósito judicial da coisa devida.
A consignatória gera três efeitos imediatos:
• evita discussão sobre o culpado pelo atraso;
• demonstra que o devedor queria cumprir a obrigação;
• retira o trabalho pela guarda da coisa a ser prestada.
Hipóteses da Consignação
O artigo 335 do Código Civil apresenta seis hipóteses em que a
consignatória tem lugar. Os Professores Washington de Barros Monteiro
e Silvio Rodrigues entendiam, porém, quando comentavam a disposição
análoga do artigo 973 do Código Civil de 1916 que a alteração do
dispositivo legal era meramente exemplificativa e citavam, como
exemplo, o artigo 591, parágrafo único, do Código Civil de 1916, em que
o Poder Público podia fazer uso dos bens particulares no caso de perigo
ou comoção, cabendo ao ente público, quando o particular não quer
receber o valor, depositar judicialmente.
Analisemos as hipóteses do artigo 335:
• Na hipótese do inciso I, o credor, que sem justo motivo, não puder ou
pagamento. Nessa hipótese, para que o devedor não pague mal, melhor é
que deposite em juízo. Exemplo: o depósito é justo quando o casal de
locadores se separa e os dois exigem o pagamento por parte do inquilino.
• Pendendo litígio sobre o objeto do pagamento, deve o mesmo ser
contraprestação do cessionário.
• Total ou parcial: se total, o cedente transferirá todo o crédito; se