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ABORDAGENS

ESOTÉRICAS

RAYOM RA

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1. Que é esoterismo?
R. A definição de esoterismo é correlata à morfologia da própria palavra que
vem do grego “esotericos”, significando interno, oculto. Desde a antiguidade
sacerdotes religiosos ocultavam os segredos relativos ao homem e a natureza,
desenvolvendo artes mágicas. Quando aqueles conhecimentos eram
necessariamente anotados, utilizavam-se de linguagem codificada, impossível ser
decifrada sem as chaves. Muitos conhecimentos foram demonstrados através de
simbolismos ou alegorias, perpetuando-se pelas idades. Por outro lado, o vocábulo
esoterismo veio modernamente significar estudos e conhecimentos de escolas
iniciáticas de qualquer tradição.
As escolas esotéricas trabalharam secretamente por séculos, mas durante as
inquisições a Igreja conseguiu em muitas ocasiões descobrir e identificar seus
membros, condenando-os à morte.
O esoterismo, como aqui explicado, não é em si uma filosofia, nem é originário
de um só pensamento ocultista, muito menos é religião. É um caminho, diríamos,
que nos descortina amplos conhecimentos que vão além das abordagens e
definições comumente utilizadas nas ciências pelos homens do raciocínio
unicamente concreto. Assim, podemos definir esoterismo de uma forma sucinta e
geral como “o estudo do oculto.” E como o esoterismo estuda as leis gerais da
natureza é também ciência.

2. Como o conhecimento esotérico se desenvolveu?


R. O verdadeiro conhecimento esotérico foi e é alcançado basicamente pela
prática. A teoria, por si só, não é suficiente para levar o estudante a uma condição
que transite do verdadeiro conhecedor ao sábio. A teoria nasceu e decorre de tudo
quanto aconteceu e acontece na prática, e não o oposto. Pela prática, ao longo de
recuados séculos e milênios, muito do conhecimento esotérico manteve-se
conservado. Entretanto, com o desaparecimento de civilizações - algumas que a
história oficial sequer chegou a registrar e outras somente conhecidas por
fragmentos arqueológicos - as riquezas esotéricas de antigas tradições ficaram
perdidas para a humanidade. Em consequência, o que veio a ser posteriormente
manipulado pela tradição de núcleos étnicos dos continentes foram porções
daquelas riquezas.

3. A sabedoria oculta dos dias atuais não pode então ser considerada legítima?
R. O conceito de sabedoria oculta do passado merece ser analisado por outro
enfoque. Desejamos inicialmente afirmar que o conhecimento esotérico perdido pelo
homem em eras passadas, pode ser resgatado sob determinadas condições. Há nas
dimensões espirituais os registros de tudo quanto o homem desenvolveu do
conhecimento esotérico através das idades, bem como de qualquer outra área do
conhecimento científico. Sob este ângulo nada verdadeiramente se perdeu.
Não obstante, somente em poucas ocasiões foi permitido que partes do acervo
guardado naqueles arquivos fossem trazidos novamente à Terra para o atendimento
das necessidades humanas. As permissões aconteceram quando grandes
civilizações floresciam para o mundo terreno e magos e iniciados nas ciências
ocultas tinham a incumbência de trabalhar e administrar aspectos exotéricos e
esotéricos naqueles ciclos. Esse enorme trabalho foi supervisionado pelas
hierarquias responsáveis pela evolução humana e planetária.
Por outro lado, os diversos ramos das ciências atuais, já desvendam muitos
segredos da natureza bem como da fisiologia humana e do próprio mecanismo do
pensamento. Esses descobrimentos, fruto de intermináveis pesquisas com o auxílio
de moderna e avançada tecnologia, acontecem com grande velocidade aproximando
cada vez mais o conhecimento acadêmico dos segredos esotéricos do passado. Em
alguns casos, no tocante à matéria física, ultrapassam-nos. Nesse segmento,
podemos seguramente afirmar que certa soma do conhecimento que no passado foi
esotérico, hoje, mediante experimentos das ciências humanas, torna-se exotérico.

4. Que são aspectos exotéricos?


R. São conhecimentos paralelos aos esotéricos que não implicam propriamente
nas manipulações práticas de segredos mais profundos da natureza e do homem
em si, popularizados sob disfarces de alegorias e simbolismos. Nesse particular, o
conhecimento doutrinário das religiões mundiais é basicamente trabalhado sob o
prisma a produzir para os devotos pontos de referências ou ancoradouros que lhes
permitam exercitar a sua fé. Muitas histórias de líderes ou mártires religiosos
envolvem situações extraordinariamente inverossímeis para os parâmetros terrenos.
Alguns desses aspectos, contudo, chamados exotéricos, não são totalmente irreais
mas necessários e inteligentes disfarces para a perpetuação na mente humana de
muitas verdades ocultas ou esotéricas.

5. Como entender melhor esta última afirmação?


R. No velho testamento, no segundo capítulo do Êxodos, temos a história do
nascimento de Moisés. Segundo o relato, Moisés, quando recém-nascido, foi posto
num pequeno cesto e colocado sobre as águas do rio Nilo por sua verdadeira mãe e
resgatado daquelas mesmas águas pela filha do faraó, a qual mais tarde o adotaria
como filho. Também sobre Baco, nascido no Egito, é contada a história segundo a
qual ele seria filho de uma ninfa com o deus Júpiter, e teria realizado semelhantes e
prodigiosos feitos na idade adulta, como fizera Moisés.
Já na Índia, Krishna, tal como aproximadamente acontecido com Jesus de
Nazaré milênios depois, teria sido escondido entre pastores e vaqueiros quando
recém-nascido, a fim de não ser assassinado pelo rei Kansa, matador de inocentes.
Herodes, no tempo de Jesus, foi também o rei a quem se atribui a ordem de mandar
matar inocentes, com o objetivo de tirar a vida daquele ao qual ainda não conhecia e
que seria o Salvador dos homens. Os pais de Jesus, como conta o Novo
Testamento, tiveram de fugir com ele para o Egito a fim de o salvarem da morte.
Ainda no Velho Testamento, no primeiro capítulo de o Gênesis, é contado que
Deus criou o mundo e a natureza em seis dias, descansando no sétimo dia. Os
esotéricos sabem que a criação do mundo levou incontável tempo para se
consumar, mas o tempo de criação foi dividido em sete períodos. Essas poucas
alegorias servem para demonstrar ao estudante atento e observador que por detrás
de relatos místicos, alguns incongruentes nas aparências, existe o verdadeiro fio da
meada que os formuladores da linguagem religiosa ocultaram. Nas tradições
religiosas sempre existiram aspectos públicos ou exotéricos calcados nos ocultos ou
esotéricos.
6. Por que o conhecimento oculto ou esotérico precisou ser resguardado através dos
tempos?
R. A evolução humana na Terra segue uma diretriz estabelecida pelo Criador
segundo a qual é necessário ao homem obter conhecimentos da natureza a cada
reencarnação. É notório que certas almas avançam mais rápido do que outras, e
isso, ao cabo de certo tempo, e de acordo com a maturidade alcançada por
aplicação própria, vem conduzi-las à posições de vanguarda nas raças.
Nessa linha de bom aproveitamento, chegará o momento em que o homem no
seu cogitar não mais se satisfará tão somente com os valores terrenos, mitológicos
ou religiosos devocionais, lhe sobrevindo a necessidade íntima de conhecer-se
melhor, e a Quem o criou. Os aspectos do conhecimento oculto, contudo, são mais
sutis do que os comumente manipulados no dia a dia, e por sua natureza tornam-se
mais poderosos ainda nos seus resultados quando corretamente aplicados. Haverá
para o homem no estágio de neófito do conhecimento esotérico, a necessidade do
aprendizado meticuloso e de submeter-se a muitas disciplinas a fim de aprender o
uso dual das energias que permeiam todas as formas de vida. Ademais, deve firmar
o compromisso de não revelar de maneira clara e insensata às pessoas não
preparadas, sobre aquilo a que verdadeiramente se aplicou e aprendeu. Essa
norma, no passado, sempre foi muito rigorosa na sua observação, pois além de
tratar de não expor desnecessariamente a vida alheia ao perigo zela pela sua
própria dos efeitos contrários do mau uso do ocultismo.

7. Como entender mais claramente esses fatos?


R. As ciências ocultas oferecem perigo calculado a quem se lança a desvendá-
las nos estágios mais avançados. Os estágios, evidentemente, serão somente
alcançados por sacerdotes ou iniciados que entregam suas vidas a intensas e febris
pesquisas, ao trabalho meditativo diário e às profundas experiências com a matéria
dos mundos ou dimensões. Alguns desses estudiosos podem ser encontrados nas
ruas ou nos seus trabalhos, no dia-a-dia de suas atividades, e nada de especial
neles será notado pelas pessoas de vida comum que os diferencie da massa
humana. Entretanto, há nessas pessoas a íntima determinação férrea de cada vez
mais avançar no conhecimento e realizar-se na sabedoria oculta, a fim de atingir
níveis de maior perfeição do espírito. Nas suas práticas esotéricas estabelecem
metas e se submetem conscientemente aos riscos que tais práticas avançadas
podem produzir.
Outros nascem e renascem em países onde a vida asceta é facilmente
encontrada nos templos das religiões budista, taoísta, bramânica, muçulmana etc., e
voltam a submeter-se aos cansativos rituais, às orações diárias e práticas
meditativas. Vivem somente com o pensamento de alcançar objetivos
espiritualmente maiores, satisfazendo-se com o atendimento mínimo de suas
necessidades físicas, a nada aspirando da vida material. Esses dois exemplos
demonstram o uso do livre arbítrio face a situações cármicas possíveis.
A prática do esoterismo moderno, contudo, quando bem orientada e seguida
criteriosamente pelo estudante, não oferecerá risco algum à sua integridade física e
mental, desde que já não possua moléstias irreversíveis. Entretanto, a condição
básica para o sucesso do estudante do esoterismo que possua a alma
suficientemente vivida nos ciclos evolutivos dos milênios, e aspire de fato trabalhar
suas qualidades morais, intelectuais e fraternais, é estar disposto ao serviço
desinteressado ao próximo. Esses fatores, quando bem colocados e ajustados ao
cotidiano do estudante moderno, certamente o levarão a conquistas mais
substanciais e proveitosas em sua vida, e o ajudarão a mais facilmente compreender
certas situações que antes não compreendia por nelas estar agora trabalhando com
um projeto amplo e supervisionado por forças espirituais superiores ao amparo do
“amai ao próximo com a ti mesmo”. Algumas qualidades como, por exemplo,
observação, compreensão, pensamento universalista, perdão, não ofensa, não
agressão, honestidade, respeito ao próximo, silêncio, paciência e cautela, devem
fazer parte do cartel mental do estudante que esteja a buscar o conhecimento
verdadeiro, além de outras que se ampliarão à medida que o estudante vá evoluindo
na senda da espiritualidade.
Ao homem preso ainda ao convencional da vida terrena, possuidor de princípios
nem sempre razoáveis, sendo impressionável, especulador, volúvel, sensual,
orgulhoso, discriminador, ambicioso ou fanático, não é sensato nem plausível
ensinar-lhe as práticas mais profundas do conhecimento esotérico. É necessário
antes dissimular os verdadeiros e mais perigosos segredos a quem não haja ainda
dominado os opostos ou a dualidade daqueles valores, pois a lei cármica é aplicada
corretamente segundo os méritos de cada um.

8. Decorridos tantos milênios e tendo vivido tantas e diversas situações, a


humanidade não deveria estar mais adequada a receber e praticar ensinamentos
esotéricos?
R. A natureza é vasta e múltipla nas suas espécies. Há a necessidade de
existirem situações diversas para que haja o equilíbrio de suas leis. Nesse quadro,
os reinos interagem e co-participam da evolução. O homem é o principal agente
transformador da natureza. Mesmo com a interferência humana as mudanças nos
reinos se processam em considerável lentidão, sob a harmonia e ritmo que o Criador
determina.
A humanidade, sendo o quarto reino da natureza, não foge a este ritmo na
decorrência dos ciclos da evolução planetária. Excetuando-se a era em que
começamos a entrar, denominada era de aquário, onde valores mentais e certas
condições da matéria passam por rápidas transformações, a vida humana evoluiu
por longos milênios nos padrões que o homem pôde vivenciar.
Assim, qualquer transformação rápida que por ventura pudesse ocorrer nos
processos do aprendizado mental da humanidade, nas eras e ciclos passados,
certamente traria profundas e prematuras mudanças ao comportamento dos reinos
humanos e não humanos, que se revelariam perniciosas ou antinaturais para o
conjunto vida.
Não obstante, nos dias atuais, grande parte da humanidade já vivenciou
suficientes lições e mesmo sem a iniciação esotérica vem alcançando status
desejáveis para as metas evolutivas estabelecidas pelo Criador.

9. Por que a sabedoria esotérica é necessária ao homem?


R. O homem evolui através de ciclos. Os primeiros habitantes humanos da
Terra, ao contrário do que supõe a história mundial, não foram os homens das
cavernas. Eles representavam ramos decadentes de civilizações mais avançadas
que surgiram anteriormente no planeta.
O homem, segundo ensina o esoterismo, possui constituição sétupla, sendo o
seu corpo físico o sétimo na ordem do superior para o inferior. Essa constituição de
corpos ou veículos de manifestação tem a ver com a matéria conformadora dos
mundos superiores ao físico. O conhecimento desse princípio da fisiologia dos
corpos é básico e fundamental para que o homem comece a entender sua origem
inteligente e divina, e consequentemente seu verdadeiro papel aqui na Terra. Mas
torna-se difícil explicar ao homem ainda não suficientemente evoluído essas
verdades ocultas, se sua percepção encontra-se fortemente arraigada aos sentidos
físicos ou ao conhecimento unicamente do cotidiano. Nem é possível estabelecer
parâmetros para fins de comparações, se o cérebro humano não possui ainda o
necessário treino que só as situações vividas pelo instinto de sobrevivência e mais
tarde pelos exercícios das mais simples abstrações que os descobrimentos das
ciências humanas virão lhe proporcionar.
O esoterismo é a luz da verdade. A verdade a todos pertence, pois somos de
origem divina. Portanto, nunca houve fatores elitistas ou discriminadores provocados
por escolha divina a fim de que somente parte da humanidade avançasse no
conhecimento e sabedoria espirituais ao abraçar as ciências ocultas. Na verdade, a
escolha por um sacerdócio espiritual esotérico que alguns milhões fizeram no
passado, aconteceu num momento evolutivo que lhes permitiu aprender com maior
profundidade sobre a vida e obra do Criador. Entretanto, o conhecimento exotérico
estava disponível para todos e também foi motivo de exagerada devoção, crendices
tolas e fanatismos politeístas idólatras, que produziram males, aberrações e crimes,
malgrado o esforço dos iniciados para esclarecerem os erros de interpretação.
No futuro cairão por terra as censuras e os cuidados exagerados que os
estudantes atualmente têm, e que no passado também tiveram, a fim de preservar
os segredos da criação, pois há a projeção de a humanidade, por diversos
caminhos, alcançar a maturidade. Essa maturidade se demonstrará pela livre
escolha de seu aprendizado, por que o esoterismo será visto e respeitado como
ciência da vida num plano de experimentos e realizações, como hoje realizam as
ciências acadêmicas.

10. Que outras definições podemos formular do esoterismo?


R. O esoterismo é uma ciência tão ampla e abrangente que poderíamos dar
inúmeras definições que nunca traduziriam exatamente o que seja. Ocorre que o
esoterismo é também aplicado à organização da Vida; é causa e efeito, e por seu
intermédio tentamos explicar a idéia existente de acontecimentos e fenômenos
tangíveis e não tangíveis. O relativismo de suas definições já se demonstra no fato
de que acontecimentos naturais da vida são em grande parte subjetivos, acusados
na maioria das vezes somente através da intuição. Nada é tão absolutamente
concreto que não determine dúvidas e reflexões sobre sua existência unicamente
material, nem tão comprovadamente invisível que não produza algum aspecto
tangível, de que natureza for.
Isso acontece porque os sete mundos que permeiam o sistema solar são intra-
dependentes. Mas a matéria do universo é uma só, no entanto diferenciada nos
mundos ou dimensões por seus diversos estados vibratórios.
Assim, o que poderíamos fazer é somente tentar trazer outras definições do
esoterismo com base na subjetividade implícita nas próprias formas objetivas do
universo. Diríamos então em três definições, que:
1. Esoterismo é a ciência que encerra os fenômenos e acontecimentos
objetivos e subjetivos da matéria, procurando aferir neles os elementos de
causa e efeito.
2. Esoterismo é a existência do Pensamento de Deus na Sua expressão
subjetiva e objetiva do universo e nas suas relações de Vida e Consciência.
3. Esoterismo é uma ciência exata unicamente quando nela encontramos o
Pensamento de Deus como a Macro Vida do sistema solar.
Portanto, as três grandes emanações de Deus substanciam as três definições
aqui formuladas sobre o esoterismo.

11. De que maneira o esoterismo explica o fato de o homem não possuir somente
corpo e alma como dois únicos aspectos de sua vida?
R. O esoterismo não nega o fato de o homem possuir corpo e alma, porém
amplia essa afirmação evocada pela igreja. É compreensível que no passado a
igreja ensinasse para melhor entendimento dos religiosos que o homem, em sendo
corpo e alma, traz consigo uma origem terrena e outra espiritual. Essa idéia,
entretanto, já começa ter certa medida de ampliação porquanto pensadores e
filósofos da igreja, aprendendo dos conceitos da moderna psicologia sobre os
diversos níveis da alma, retransmitem ao seu público noções mais elásticas e
variadas da sua versatilidade.
É impossível fugir da realidade subjacente de que a sensibilidade humana não
pode ter origem no cérebro de um corpo sólido como o físico e que todas as suas
qualidades e defeitos terminam quando esse corpo se desintegra. O intelecto
humano já evoluiu o suficiente a ponto de entender o substrato do pensamento
como algo acima do cérebro físico, e as sensações como tendo vida
caracteristicamente própria e individual. A alma sendo algo imaterial (sob o sentido
da visão comum) não será unicamente um corpo etéreo que flutua e voa aos
paramos do Onipotente quando deixa a Terra após a bem cumprida missão. Nem
tão pouco precisa ser uma forma densa e pesada, embora mais leve do que o corpo
físico, que envolta no pecado viverá a eternidade nas profundezas do inferno. Essas
alusões que ainda permanecem somente contribuem para o entendimento errôneo
do religioso sobre a realidade espiritual.

12. Como então entender a origem do homem?


R. O homem é na verdade uma unidade de consciência ou centelha divina,
chamada mônada. A mônada é o verdadeiro espírito puro, nascido do Criador, que
mergulha nas dimensões ou mundos para tornar-se mais rico em conhecimentos.
Para essa finalidade, precisará construir corpos ou veículos de manifestação e
assim conhecer as diversas situações dos mundos de nosso sistema solar. São sete
os mundos; sete também são as qualidades da matéria e sete são os corpos básicos
do homem. Dessa maneira, cada corpo utilizado pela mônada deverá estar revestido
pela matéria de cada mundo. Nesse pensamento temos então o seguinte:

MUNDOS OU PLANOS MUNDOS OU PLANOS CORPOS DO


(SÂNSCRITO) (PORTUGUÊS) HOMEM

1. ADI MUNDO DIVINO “DOMÍNIO DE DEUS”


2. ANUPADAKA MUNDO MONÁDICO MÔNADA OU ESPÍRITO PURO
3. ATMA MUNDO ESPIRITUAL ATMICO OU ESPIRITUAL
4. BUDDHI MUNDO INTUICIONAL BÚDICO OU INTUICIONAL
5. MANAS MUNDO MENTAL MANAS OU MENTAL
6. KAMA MUNDO EMOCIONAL ASTRAL OU EMOCIONAL
7. STHULA MUNDO FÍSICO )1. ETÉRICO OU VITAL
)2. FÍSICO OU DENSO
13. Que é alma?
R. Alma é a energia e inteligência superiores consubstanciadas nas estruturas
da individualidade que ao homem inferior vem conduzir ao conhecimento dos
caminhos evolutivos. De maneira geral e sucinta o esotérico reconhece três
princípios básicos que se manifestam no cosmos e que em dimensão menor vêm
formar os aspectos do ser ou ente humano. Esses princípios estão na própria
existência de Deus, e no homem total são denominados espírito, alma e
personalidade. Portanto a alma é um princípio que já existia no pensamento do
Criador antes mesmo de o homem vir á existência.

14. De que forma espírito, alma e personalidade se relacionam?


R. Nos parâmetros terrenos o termo homem significa o representante mais
evoluído do reino animal. O homem seria o animal bípede que desenvolve o
raciocínio e o manifesta pela razão. Porém, a criatura de Deus não é o homem
terreno ex-animal bípede, pois o homem evolucionado na natureza terrena nunca foi
animal, e também é alma e espírito. Estes aspectos: o humano ou terreno, a alma ou
superior e o espírito ou divino, compõem uma totalidade do ser, que por falta de
melhor significado é chamado na sua generalidade de homem.
Nesse segmento devemos entender que o homem, como analisado, não é o ser
terreno separado da alma e do espírito por uma invisível cortina. O espírito puro ou
mônada, desde que veio à existência emanado do Criador, busca por experiências
que precisam ser trabalhadas e desenvolvidas com a ajuda da alma e do ser terreno
(o aspecto personalidade). Entretanto, os três são decorrências de uma só idéia
nascida de Deus (o Pensamento Original), sob o desdobramento de três grandes
princípios cósmicos: Primeiro, Segundo e Terceiro Logos (ou Pai, Filho e Espírito
Santo) contidos num outro princípio universal denominado Vida Una.
Quanto à forma de espírito, alma e personalidade se relacionarem, há
segmentos que se revestem da matéria de cada mundo ou plano de existência e se
interligam pela vibração energia-vida, unindo os seus corpos e ampliando os
respectivos estados de consciência com qualidades superiores.

15. Que é personalidade?


R. O termo personalidade origina-se do latim persona, que quer dizer máscara.
Em realidade, a personalidade que todos possuímos é uma forma vibrante
apresentada pela alma ao mundo objetivo. A personalidade é um reflexo imperfeito
da alma. Mas a personalidade é a alma. A alma em seu mundo detém na memória
todas as experiências adquiridas nas muitas personalidades que encarnou. A alma
está presente com sua energia nos corpos que compõem a manifestação temporária
da personalidade; portanto a personalidade é a alma adaptada às necessidades
circunstanciais terrenas. Nos ensinamentos esotéricos, a alma, como existência em
seu próprio mundo, é também chamada de ego superior ao passo que a
personalidade é chamada de ego inferior.

16. A alma então tem dupla forma?


R. A alma possui um só conteúdo. A elasticidade em existir tanto como
personalidade quanto ser ela mesma no seu próprio mundo, é uma condição de sua
existência. Entretanto, a personalidade nas lidas do mundo físico adquire a idéia ou
sensação de ser separada de sua origem. A complexidade de fatores que
convergem para formar e modelar uma personalidade terrena provém desde os
primórdios da manifestação dos corpos do homem. No princípio da existência
primitiva e tendo pouca bagagem terrena, os valores mentais do homem ainda não
são suficientes para que ele se manifeste senhor de seu mundo sendo, dessa
maneira, guiado pelo ser instintivo assente em seu próprio mental. A alma, desde
sua manifestação superior, induz o homem através de seus corpos mental e
emocional, além do vital e físico, a experimentar e realizar. Os estímulos, pouco a
pouco, produzem-lhe o alargamento quantitativo de suas possibilidades mentais e
emocionais, que o trazem por muitos milhares de anos a armazenar elementos
concretos e crescer em conhecimento e experiência, obrigando-o a identificar-se
muito mais com os efeitos produzidos pela matéria do que propriamente com a
causa original pura e implícita na alma.

17. Como entender o ego superior sendo a alma?


R. De maneira tal que possamos diferenciar a sua ação como personalidade
chamada de ego inferior. Ego evoca o significado de uma presença caracterizada
por valores particulares; ego é o “eu” pessoal. A alma ou ego superior reside no seu
próprio mundo, o plano mental, no qual detém as rédeas do ego inferior ou
personalidade. O ego superior é o organismo ao mesmo tempo instigador e coletor
de todas as experiências vividas pelo ego terreno nas suas muitas reencarnações no
mundo físico, e os registros de seus valores conquistados são armazenados num
outro veículo onde a alma atua, chamado corpo causal.

18. Como a personalidade se organiza?


R. A personalidade constitui-se basicamente dos corpos físico, etérico, astral e
mental. Esses corpos, conforme já visto, são organizados pelos átomos das
matérias de seus respectivos mundos de existência. Assim, temos o corpo físico
feito de matéria física densa, o corpo etérico feito de matéria física etérica, o corpo
astral feito de matéria astral e o corpo mental feito de matéria mental.

19. Que é o corpo físico?


R. O corpo físico sendo o sétimo corpo ou revestimento externo do espírito é
composto de sólidos, líquidos e gases. É o mais denso dos corpos do homem. Sob a
ótica da ciência material, o corpo físico organiza-se fundamentalmente sob dois
principais níveis, que são:
1. O sistema elétrico do cérebro, medula espinhal, nervos e órgãos sensoriais.
2. O sistema químico dos vários hormônios e dos órgãos produtores de
hormônios, além de carne, músculos e ossos. Nesses dois níveis é possível
destacar:
a. O sistema simpático que regula a ação inconsciente dos movimentos
autônomos vegetativos dos órgãos, constituindo o sistema nervoso orgânico.
b. O sistema cérebro espinhal que regula a ação consciente, constituindo-se
no sistema central (cordões nervosos). O sistema nervoso periférico (nervos)
também regula o consciente.
Essa organização funcional estabelecida pelas ciências acadêmicas é perfeita
para o corpo físico humano se o entendermos como uma máquina desligada. O
corpo físico humano não tem volição própria, ou seja, ele não é autônomo quanto ao
seu funcionamento. O cérebro físico sozinho não conseguiria mantê-lo coeso
trabalhando como uma unidade, sem a ação diretiva da mente. A mente não se
origina do cérebro físico. Assim a mente precede a todos os movimentos e ações do
cérebro físico, quer sob os níveis inconscientes, subconscientes ou conscientes.
Sem esta presença diretora o corpo físico sequer nasceria organizado. Até mesmo
os reflexos instintivos e condicionados originam-se na mente e não propriamente no
cérebro. Portanto, o corpo físico na personalidade é a sua sombra, ao passo que a
personalidade, na sua estrutura de quatro corpos condicionada a uma organização,
é o imperfeito reflexo da alma. A própria personalidade é também chamada na sua
totalidade de a sombra da alma.

20. Que é o corpo etérico?


R. Corpo etérico é o veículo constituído dos quatro éteres fundamentais que
interpenetram o espaço encontrado entre o mundo denso e o mundo astral. Esse
espaço é chamado de mundo etérico. O corpo etérico é um tipo de condensador do
corpo físico, pois além de atuar com os seus quatro éteres para a qualificação dos
órgãos físicos, detém e repassa, principalmente, a energia prânica ao corpo físico.
O corpo etérico é também chamado de corpo vital por ser justamente o
elemento que nutre os órgãos físicos de energias a fim de que realizem funções. A
energia prânica por ele dispensada possui um magnetismo natural que produz a
coesão de células em todos os órgãos. Uma outra denominação do corpo etérico é
de corpo prânico ou veículo do prâna.

21. De que maneira acontece a atuação do corpo etérico sobre o corpo físico?
R. O corpo etérico é nutrido pelas energias prânica e cósmica, essa última
provinda de outros astros e sistemas solares. A energia prânica além de o penetrar
pelo seu sistema de chacras, notadamente o esplênico, o penetra também através
de seu sistema respiratório e indiretamente pelos alimentos. Chackras, por oportuno,
são discos que se localizam na superfície do corpo etérico realizando nele as
funções de assimilação e distribuição de energias. Estão ligados aos órgãos etéricos
por meio de canais chamados nadis, atuando, principalmente, no sistema glandular.
O corpo etérico é, em muitas instâncias, semelhante ao corpo físico. Na realidade, o
corpo físico é uma réplica materializada do corpo etérico; assim, por
correspondência direta, os órgãos físicos assimilam as energias provindas dos
órgãos etéricos, vitalizando-se.
Já a energia cósmica penetra os corpos do homem, principalmente através dos
corpos superiores e os ativa segundo a evolução de cada unidade-vida ou
individualidade.

22. Qual é a principal razão da existência do corpo etérico?


R. O corpo etérico é uma forma naturalmente criada para que o corpo humano
possa atuar na vida física de maneira inteligente e coordenada. Ele é o resultado de
um condicionamento da forma cósmica, protótipo do homem perfeito. O mundo
etérico produz os moldes de todas as formas de vida que surgem no mundo físico. O
éter cósmico que a tudo interpenetra vem suprir o mundo físico com quatro éteres
planetários, a fim de que todas as formas de vida da Terra cresçam e evoluam na
Consciência do Criador. Como o homem tem a necessidade de possuir um corpo
mais apurado e sensível para a sua manifestação na Terra, o corpo etérico, sendo a
matriz do físico, detêm na sua fisiologia todas as possibilidades orgânicas e
energéticas que suprirão ao veículo físico de potencialidades.
23. Onde se localizam os chackras do corpo etérico?
R. Chackras sendo discos, rodas ou centros de atração, se localizam na
superfície do corpo etérico a fim de captar energia solar prânica e cósmica e as
distribuir para a vitalização de órgãos físicos e organismo em geral. Essas são as
funções mais comuns dos chackras para a maioria dos seres humanos, embora haja
outras condições no plano evolutivo cuja participação dos chackras seja de capital
importância na intermediação de forças.
Os chackras mais importantes do corpo etérico formam um sistema central com
sete discos, ficando a aproximadamente 6 a 12 mm de distância do corpo físico,
podendo alcançar de 5 a 15 cm de diâmetro. São os seguintes esses chackras e
suas localizações:

SÂNSCRITO PORTUGUÊS LOCALIZAÇÃO APROXIMADA

1. SAHSRARA CORONÁRIO ALTO DA CABEÇA


2. AJNA FRONTAL ENTRE OS SUPERCÍLIOS
3. VISHUDA LARÍNGEO GARGANTA
4. ANAHATA CARDÍACO CORAÇÃO
5. SVASTHISTHANA ESPLÊNICO BAÇO
6. MANIPURA UMBILICAL UMBIGO E PLEXO SOLAR
7. MULADARA BÁSICO BASE DA COLUNA

24. De que maneira a energia prânica penetra no corpo etérico?


R. A energia prânica sendo a mais substancial em termos de resultados físicos,
pode penetrar o corpo etérico tanto diretamente pelos chackras, como também pela
respiração, pele e alimentos. O processo de armazenamento prânico na respiração
vem conduzido pelo hábito respiratório inconsciente. Quando o homem inspira, o ar
lhe penetra os pulmões via condutos nasais, garganta e traquéias. Entretanto, junto
com ar atmosférico vem o elemento prânico que, se separando do ar, vai aos
pulmões etéricos. Daí realizar-se as funções pulmonares de incineração dos restos
alimentares que navegam pelo sangue e a vitalização das células do corpo.
Quando a energia prânica solar chega ao corpo através principalmente do
chackra esplênico ela é conduzida a cada região orgânica onde os outros seis
chackras realizam funções vitais. Essa condução se realiza por intermédio de
segmentos chamados nadis, que são canais de ligação espalhados por todo o
sistema principal de chackras. Assim, os órgãos e glândulas endócrinas do corpo
etérico recebem os glóbulos energéticos da atmosfera carregados de prâna.
Os alimentos, da mesma forma, possuindo concentração prânica nas suas
células virão contribuir tanto para ativar o processo digestivo como para fortalecer as
células orgânicas do corpo etérico. E como o corpo etérico retransmite ao corpo
físico as quantidades de energia, esse trabalho determina, ao final de tudo, o
processo de saúde de ambos os corpos.

25. Se o corpo etérico não tiver boa saúde o corpo físico também não terá?
R. Sim. O corpo etérico é bastante sensível aos elementos presentes na natureza.
Certos gases de origem química, vapores etílicos, o fumo, a mastigação do tabaco,
alimentação imprópria e carregada nos temperos, uso vicioso de drogas,
medicamentos muito fortes ou absorvidos em excesso e outros hábitos antinaturais,
são nocivos à saúde do corpo etérico e o adoecem. O corpo etérico é basicamente o
condensador do físico e quando ele falha o equipamento carnal também falha. Há
entre o corpo físico e o etérico uma relação tão estreita de trocas que quando um
produz a causa, o imediato efeito repercute no outro.
Acresce que é através do corpo etérico que as dosagens de resgates cármicos
virão se materializar no corpo físico e, portanto, já no seu nascimento, o corpo
etérico poderá vir com certas funções cerebrais, orgânicas, glandulares e estruturais
interrompidas ou prejudicadas. Assim, as disfunções ou más formações genéticas
originadas pelo carma individual comprometem o cérebro, o sistema orgânico, a
formação óssea do esqueleto, a massa carnal e muscular ou a sensível rede
nervosa do aparelho físico.
Por outro lado, hábitos viciosos mentais e alimentares, excessivas práticas
sexuais ou de má condução moral, o continuado esforço físico sem o necessário
repouso, o dormir demasiado, a insônia de fundo nervoso sem o adequado
tratamento espiritual, a irritação permanente, as atitudes de doentia intolerância,
causadoras de males pessoais e a terceiros, são também agentes contributivos de
ações e reações que se repercutem negativamente na saúde de ambos os corpos
aqui tratados.

26. Que é o corpo astral?


R. Corpo astral é o chamado corpo das sensações ou corpo das emoções. É o
terceiro corpo no homem contado de baixo para cima, ou seja, tomando-se o corpo
físico como o primeiro. Nos tempos atuais podemos considerar o corpo astral
bastante trabalhado por grande parte da humanidade. Na verdade, grande
percentual de seres humanos do planeta Terra vibra preponderantemente na tônica
astral.
Na época da civilização atlante os valores do corpo mental concreto não tinham
maior desenvolvimento, comparativamente ao homem moderno. O mundo astral era
o grande celeiro de energia e força de que os atlantes se utilizavam tanto para os
recursos naturais como para suas atividades espirituais. Era mais fácil atingir o plano
astral com a vidência e receber conscientemente suas energias do que hoje. Na
realidade a vidência era-lhes natural e a saída em corpo astral não lhes requeria
esforços. Embora atualmente esses fatores não estejam tão facilitados como na
época da civilização atlante, o corpo astral é ainda predominante na formação da
personalidade humana.
O homem passa por intensas provações emocionais e sentimentais através das
muitas vibrações desse corpo a despeito de seu desenvolvimento mental. Isso o
coloca com certa frequência em situações em que a deflagração do automatismo
emocional necessita ser contraposta e superada pela ação da mente racional.

27. Como entender esta última afirmativa?


R. As emoções sediadas no corpo astral são comumente estimuladas por
fatores externos ou pelos reflexos condicionados no ego. Fatos acontecidos nas
relações da vida humana, pensamentos deprimentes remoídos ou acalentados,
tensões diárias, desejos insatisfeitos, etc., vêm muitas vezes causar imediatas
reações emocionais ou sentimentais no homem.
Há no ego humano uma estreita ligação entre o processo instintivo mental e as
emoções. O pensamento também atua, às vezes, como um interruptor que em
sendo acionado provoca imediatas reações em cadeia nos níveis emocionais do
ego. Essas reações não param senão ao alcançar os subníveis astrais e etéricos
onde existem os vários tipos de patogenias que torturam ao ser humano. Muitas
patogenias já vêm embrionárias no código genético do ego e ao correr do
crescimento físico vão novamente sendo reativadas. A continuidade descontrolada
do processo mental-emocional provoca agravamentos das patogenias vindo formular
doenças que alcançam o corpo físico, drenando no homem a sua saúde e por
consequência suas finanças.

28. De que maneira acontece a transferência das emoções do corpo astral para o
corpo físico, provocando doenças?
R. O corpo astral em sendo o gerador e o depositário das emoções humanas
provoca muitos resultados no corpo físico, justamente por ser esse último a
referência final da consciência externa do ego. Todos os males adquiridos pelo ser
humano, acabam de todas as formas por alojar-se no seu corpo físico quer por
contração terrena de vírus, bactérias, micróbios, amebas, etc., quer pelo produto das
desarmonias mentais ou emocionais. Todas as formas de vida geram ou são
geradas por diferentes tipos de energia e nisso incluem-se os pensamentos e as
emoções. O corpo astral ao vibrar ódio, por exemplo, retransmite pelo seu cérebro
ondas de energia negativa que virão atuar na sua sensível rede nervosa e no seu
sistema de chackras, notadamente o cardíaco e o umbilical. Há então pequenas ou
maiores convulsões naquelas áreas afetadas, lembrando continuados abalos
sísmicos de terremotos. Quase de imediato essas convulsões se projetam pelos
condutos ou nadis em direção ao corpo etérico e daí virão produzir resultados
negativos no corpo físico denso. Como consequência, a aura energética que exsuda
dos corpos astral e etérico, torna-se mais eletrificada e escurecida como uma
tempestade riscada de pequenos relâmpagos.
As reações tornadas tempestuosas virão atuar nas funções do metabolismo
glandular dos corpos etérico e físico, ocasionando alterações nos níveis da pressão
arterial e nas principais funções dos órgãos do corpo humano. Assim, podem
acarretar problemas de arritmia cardíaca, hipertensão, infarto, aneurismas,
alterações na produção de glicogênio, agravamento da diabete, gastrites, etc.
Acresce que as energias inferiores ao alcançar os níveis correlatos do corpo astral
vem atrair toda a sorte de elementos bacteriológicose e microbilológicos que se
agregam a esse corpo, materializando-se mais tarde no corpo etérico e finalmente
no físico. Daí, produzirem-se novas doenças ou estados depressivos mórbidos.

29. Todas as reações emocionais intempestivas vêm causar algum tipo de doença?
R. Evidentemente os exemplos anteriores são trazidos de um quadro geral,
onde algumas disfunções e alterações dos sistemas orgânicos vêm ocorrer ou
agravar-se pela intensificação da descarga emocional do corpo astral sobre o corpo
físico. Cada caso é algo aparte. Muitas pessoas vivem hipertensas por toda a vida
sem que venham morrer da consequência dessa anomalia. Outras têm uma vida
emocional intensa e agitada e somente em poucas ocasiões necessitaram de um
tratamento adequado buscando reequilibrar as relações mente-emoções.
Porém, muitas se abatem moral e fisicamente pela intensidade das frequentes
descargas emocionais sobre o aparelho físico. O mal estar, as disfunções orgânicas
e as doenças generalizadas surgem ou se agravam sobre a linha de menor
resistência dos organismos de cada pessoa. Há diversos tipos psicológicos de
personalidades humanas; uns são mais sensíveis e impressionáveis e desenvolvem
diversas patogenias, algumas destas de um carma que não conseguem libertar-se
há muitas encarnações. Outros, nem tanto; absorvem com maior facilidade os
impactos do emocional e minimizam os seus efeitos perniciosos ao corpo carnal.
Entretanto, qualquer dos vários tipos psicológicos da vasta lista de peculiares
personalidades terrenas, necessita, antes de tudo, cristificar-se e aprender a eliminar
os pensamentos que conduzem a acionar as fortes reações emocionais.

30. Qual é a forma estrutural do corpo astral?


R. O corpo astral vem conformar-se segundo a idéia original do Criador de
formular veículos universalmente semelhantes a fim de que o espírito humano tenha
melhores condições de neles habitar. Essa idéia universal e cósmica em nosso
sistema solar, que em nosso planeta seguiu os mesmos princípios na formação dos
corpos do homem milenar, persiste no homem do século vinte e um. Entretanto, os
corpos tomados pela centelha divina ou espírito para a sua manifestação, são
construídos de acordo com o tipo de matéria respectiva a cada plano ou mundo e de
acordo com a sua necessária moldagem às condições ambientais daqueles mundos.
Assim sendo, o corpo físico, por exemplo, ao possuir maior materialidade na sua
constituição, atende às necessidades humanas para o mundo das formas densas e
concretas. Já o corpo astral, sendo mais sutil e delicado, é feito de matéria de
natureza superior para atender as necessidades do homem naquele plano. E
consoante ao modelo elaborado pelo Criador, o corpo astral vêm possuir cérebro,
órgãos vitais e sistemas orgânicos como os do corpo físico humano além de um
sistema principal de chackras que se interliga por meio de cordões ou filamentos
chamados nadis.

31. As sensações são prejudiciais para a saúde e espiritualidade?


R. Para responder a essa pergunta precisaremos considerar e discorrer sobre
algumas circunstâncias a que o homem se acha circunscrito no mundo hodierno em
suas mais necessárias atividades e o estado evolutivo que a humanidade já
alcançou.
O momento é de esvaziamento do carma planetário consoante os ciclos
evolucionários de nosso sistema solar. E as profissões modernas para serem bem
realizadas remetem, cada vez mais, o homem do século vinte e um a constantes
aperfeiçoamentos técnicos, adequações e cursos mais especializados. Essa
situação a cada ano vai se tornando mais global, pois o momento do planeta Terra
provoca a necessidade de maior proximidade entre os povos nos relacionamentos
comerciais. O mercantilismo, que vem acirrar a competição internacional, vem
também provocar intensa ebulição nos seios das nações pela busca de maior
produção e diversidades de produtos. Tanto a competição interna quanto a externa,
em que os países se acham mergulhados, rivalizam-se em seus métodos e, em
muitas circunstâncias, dependem uma da outra.
Neste roldão de acontecimentos da economia mundial está o homem na exata
posição central de gerador dos fatos e, simultaneamente, de coletor de toda a
resultante. Em consequência da febril atividade, ele é exigido a altíssimo dispêndio
de energia mental, emocional e física. E o preço dessa intensa atividade o conduz a
não conseguir ainda equilibrar os gastos relativos às necessidades do trabalho com
a recomposição através do descanso e lazer, a fim de alcançar harmonia e bem
estar pessoal.
Por outro lado, diversos outros problemas de adaptação aos novos valores
desses turbulentos tempos vêm também somar-se à sua instabilidade. Assim, as
sensações provocadas pelo seu descontrole emocional, face aos problemas
pessoais e vida atribulada, aceleram-lhe o surgimento das desarmonias e doenças
que lhe vêm à tona, liberadas pelo carma individual. Como resultado, muitas
pessoas passam a sofrer de insônia, estresse, fadiga, enxaquecas, hipertensão,
gastrite, infarto e outras doenças mais graves. Desse modo, e sob esse ângulo, o
homem encontra-se confinado às sensações produzidas pelos estímulos internos e
externos que lhes causam prejuízos à saúde.
Quanto aos prejuízos à sua espiritualidade, nem todos podem a esses fatos
computar, pois milhões não agem de acordo com os ditames de uma consciência
superior. E muitos, em decorrência de fanatizadas atividades mentais, tornam-se
insensíveis ao chamamento de suas almas para a prática da espiritualidade,
distanciando-se assim de um caminho que certamente os levaria mais rápido ao
auto-conhecimento.

32. Que outros fatores do corpo emocional produzem sensações perniciosas ao


corpo físico?
R. As emoções externadas do corpo astral podem emitir gama variada de
vibrações que farão o ego identificar-se com os objetos de sua atenção. As
sensações sempre habitaram o homem desde os primórdios da existência terrena
na era pré-histórica. O ego humano, naqueles longínquos tempos, não estava ainda
estruturado como está hoje na maioria das pessoas, devido a que os seus veículos
físico, etérico, astral e mental careciam completamente de treino. Essa melhor
configuração estrutural do ego veio ser obtida mais tarde - no correr dos milênios
de eras e ciclos - à medida que novos valores emocionais e mentais puderam ser
trabalhados. Entretanto, ainda no período em que o instinto comandava a quase
totalidade das ações, esse fator se mesclava a uma gama sempre crescente de
novas sensações provinda do corpo astral. Muitas raças e etnias descambaram para
a violência e guerras, exacerbando esses valores e os recrudescendo nos atos de
crueza e selvajaria para com os inimigos e prisioneiros de guerra.
Em tempos mais recentes essas sensações que o clima de violência e morte
provoca, vieram se manifestar tanto nas guerras além fronteiras quanto nas disputas
domésticas das nações, tribos ou grupamentos étnicos. Em todos os continentes,
diversas formas de organização da vida provocaram com muita frequência a
erupção do ódio, vingança e sádico prazer de torturar e matar através dos rituais
escabrosos de extermínio. Todo esse vasto leque de inferiores sensações resume-
se, tão somente, no fator da irracionalidade bestial que o homem guarda em sua
alma ainda não liberta do instinto animal.
Quem hoje vê o homem do século vinte e um não consegue aquilatar quanto
dessas sensações malignas e tantas outras adquiridas pelos séculos e milênios já
ultrapassados, encontram-se ainda guardadas em seu íntimo prontas a eclodir no
primeiro momento propício. Mas todo esse arsenal psíquico não permanece sem
produzir um resultado íntimo desastroso porquanto, à medida que as diversas
situações do mundo provocam no ego liberações de cotas dessa energia mal
qualificada, elas vêm conduzir aos órgãos do corpo físico efeitos corrosivos diversos,
tumores cancerígenos e muitas doenças incuráveis.

33. Como impedir que a energia mal qualificada no ego produza doenças ao corpo
físico?
R. As sensações, porquanto residentes no corpo astral, são inevitáveis ao ego,
quer sejam fortes e destemperadas quer menos intensas e sob severo controle da
vontade. As sensações nesse caso, nada mais são do que projeções da energia
negativa ou mal qualificada que resiste ao tempo sedimentadas nas muitas
reencarnações do ego-alma.
Há vários níveis no corpo mental do homem em que a energia mal qualificada
reside tanto em latência quanto ativada. Quando fatores externos provocam
estímulos ao ego, a energia mental pode vibrar como sensações fortes associando-
se consciente ou subconscientemente àquelas afins do corpo astral. Esse quadro é
muito comum em milhões de pessoas, sendo impossível deter a projeção das
sensações tão somente pela intenção.
Também nem sempre é possível deter-se as doenças graves, produto da
energia mal qualificada que se instalou nas células do corpo etérico e que vêm se
materializar no corpo físico. Entretanto, por um trabalho mental de espiritualização e
atividades humanitárias é possível desativar-se certos núcleos da energia negativa
que corroem células, substituindo a energia negativa pela positiva.
Dessa maneira, os pensamentos otimistas e perseverantes no bem motivarão
sempre boas ações que conseguirão em muitos casos mudar o foco da ação
negativa, curando certas doenças.

34. Existem sensações positivas no corpo astral?


R. As sensações, como explicado, são formas de energia. Quando a energia é
mal qualificada, ela produz sensações distorcidas. Todavia, quanto mais o ego vá
evoluindo no cumprimento de seu papel de incorporar a inteligência do Criador, as
sensações de seu corpo astral tornam-se mais e mais sutis.
As sensações de espontânea alegria pela felicidade alheia, ou a vibração de
amor a um necessitado são, nestes exemplos, incomparavelmente benéficas ao ego
na sua totalidade. A permanente e consciente presença da energia amor fortalece o
ego e o isenta de muitos males trazendo-lhe uma vivente sensação de liberdade e
alívio pelo dever cumprido. Essa presença é a energia cristificada que em futuro
próximo virá libertar definitivamente ao homem disciplinado de seu carma terreno.

35. Por que a necessidade de purificarmos o corpo astral?


R. O corpo astral sedia no ego todas as formas de emoções, sensações, gostos,
atrações, repulsas, etc., que dão à cada personalidade um tipo peculiar e
característico. O ser instintivo, que na maioria das vezes impulsiona o homem para
ações e reações, instala-se no seu corpo mental. Esse importante componente da
estrutura ego-personalidade, comunica-se instantaneamente às emoções e
sensações em certos níveis inferiores do corpo astral.
O selvagem habitante das regiões mais interiores ou recônditas dos continentes
ou ilhas do planeta, o brutamontes que se utiliza covardemente de sua força física
para agredir aos mais fracos, o cruel assassino, o homem ou mulher escravos de
hábitos viciosos ou depravados e toda a gama de indivíduos desse quilate, são
basicamente comandados por instintivas reações. Pessoas assim, necessitarão de
muitas reencarnações a fim de se depurarem das fortes e agrilhoantes sensações
aneladas ao instinto.
Num outro quadro mais retocado, temos os homens de vários escalões da
sociedade moderna, muitos com educação universitária, que não obstante se acham
mergulhados em reações altamente instintivas que lhes deflagram toda a sorte de
pensamentos inferiores. Esses fatos, extremamente comuns em pessoas do século
vinte e um, vêm somente revelar a necessidade de urgentes providências na
cristificação. Apesar dos milênios já decorridos, a maioria dos homens ainda não
aprendeu a dominar suficientemente o seu lado negativo, com isso atrái para si
doenças e infelicidade, vida após vida.
Evidentemente o corpo astral precisa ser mais bem trabalhado e
constantemente purificado de seu carma negativo, principalmente por aquelas
pessoas que se lançam a realizar atos caritativos, filantrópicos ou pretendem
adquirir sabedoria esotérica.

36. De que maneira se purifica o corpo astral?


R. Pela sistemática conscientização de uma disciplina mental orientada e por
uma vida espiritualizada.
À primeira vista essa tentativa pode parecer fácil àquele que se entusiasma com
a perspectiva de modificar radicalmente sua vida para superiores patamares. É
necessário, entretanto, frequência e firme perseverança, pois tais medidas
demonstrarão que certas reações emocionais do ser instintivo subsistem por muito
tempo. Unicamente pelo surgimento da energia crístificada na mente e coração do
homem, fruto de atos e pensamentos conscientemente dirigidos aos valores
espirituais, que os fortes liames instintivos e emocionais afrouxarão.
O esoterismo ensina vários métodos para se escapar do nefasto domínio das
energias astrais negativas que imprimem fortes sensações ao ego. Esses métodos
incluem técnicas respiratórias, práticas mentais; a eliminação de vícios como o
tabaco, o álcool, as drogas, a ingestão de certos alimentos prejudiciais à saúde e
aplicação de outros recursos. Antes de tudo, porém, é basicamente necessária a
mudança de atitude perante o mundo, o que é feito pela intenção de
compreender todas as situações alheias e sempre que possível, tentar auxiliar. As
atitudes e pensamentos egocêntricos devem ceder lugar às atitudes, palavras e
pensamentos caritativos.

37. Que é corpo mental?


R. Corpo mental é o veículo de expressão do pensamento manifestado pelo
ego. É o quarto corpo componente da personalidade. A personalidade, no
simbolismo esotérico aplicado ao homem, é chamada de o quaternário. Esse
quaternário é formado pelos corpos físico denso, etérico, astral e mental.
O corpo mental é constituído de matéria do próprio mundo mental como são os
demais corpos da personalidade, respectivamente aos seus mundos. Assim, por
exemplo, o corpo físico possui três elementos básicos na sua estrutura, que são os
sólidos, líquidos e gases. O corpo etérico possui quatro outros elementos chamados
éteres. Desse modo, o corpo físico-etérico possui ao todo sete elementos na sua
formação. O corpo astral detém sete variações da matéria astral e o corpo mental
sete outras variações da matéria de seu próprio mundo.
O corpo mental, entretanto, possui duas divisões básicas na sua contextura. A
primeira delas encontra-se nos quatro subplanos inferiores do mundo mental e dão
formação ao corpo mental concreto As três outras subdivisões estão no mundo
mental superior e dão formação ao corpo mental abstrato.

38. Como atua no homem o corpo mental concreto?


R. O corpo mental concreto atua e influi diretamente na personalidade. Ele é o
responsável por toda a gama de pensamentos e criações intelectuais que formulam
realizações.
Todos os corpos do homem emitem continuamente radiações a um determinado
alcance, constituindo, na totalidade, sua aura energética. O corpo mental emite
também uma aura e ela será mais brilhante e luminosa quanto for evoluído o
pensamento de seu possuidor. À medida que a personalidade centralize sua
atenção nesse corpo, ele reunirá maiores possibilidades de materializar seus
objetivos.
O corpo mental concreto demonstra ao vidente, por sua aparência, em que faixa
vibratória o ego estará vivendo. O corpo mental concreto é elemento determinante
em maior escala do grau evolutivo da personalidade. Tanto é assim que os
pensamentos influenciam diretamente as emoções e sensações do corpo astral.
Desse modo, toda e qualquer intenção consciente da personalidade virá se
respaldar no mecanismo do pensamento. Um marceneiro, por exemplo, ao projetar a
construção de uma cadeira irá inicialmente imaginá-la. As linhas de força do desejo
do corpo astral e aquelas da intenção enfocada pelo mental se unirão para a
realização do projeto. O objeto obterá então no corpo mental um desenho inicial ao
mesmo tempo em que o desejo unirá as correntes astrais e mentais. Daí funcionarão
a habilidade do profissional e seu treino específico para a organização e
concretização da idéia. Do mesmo modo, acontecerá com uma realização literária,
com projetos de engenharia, obras de arte, técnicas médicas e científicas, etc.

39. Como se estrutura o corpo mental concreto?


R. O corpo mental concreto sedia as realizações objetivas da personalidade ou
ego na vida material. Há milhões de indivíduos no mundo terreno cujos padrões do
pensamento se identificam no mesmo nível. Pessoas de padrão mental mediano,
por exemplo, realizam tarefas práticas e desenvolvem conhecimentos técnicos nas
várias profissões mundiais. Desempenham-se também de tarefas disciplinadoras
escolares, militares e outras que não exijam abstração no sentido mais avançado do
termo. Conseguirão, da mesma forma, dedicar-se ao comércio com relativo sucesso.
O padrão mental desses exemplos pode variar entre o segundo e terceiro subplanos
do mundo mental concreto.
No quarto subplano estão assentes os mecanismos do ser instintivo bem como
toda a sorte de pensamentos profundamente egocêntricos. Nesse subplano vibram
também pensamentos malévolos, criminosos e de todas as formas destrutivos.
No primeiro subplano encontramos a sede dos pensamentos de maior
realização intelectual da humanidade. Aqui residem valores de homens de visão
empreendedora, cientistas, pesquisadores, artistas, literatos, religiosos, filósofos e
outros de mesmos níveis.

40. A realização de algo concreto não se inicia no plano dos desejos astrais?
R. Isso pode ocorrer de maneira subliminar que no entanto não seja suficiente
por si só para externar os efeitos de um planejamento. É verdade que certos desejos
“irresistíveis” atraem o homem para realizações que, em muitas instâncias, o fazem
agir mecanicamente. Esse elemento de domínio automático, entretanto, atinge ao
homem que não conseguiu ainda uma sintonia adequada entre emoções e
pensamentos. Nesses casos, o fator mente aparenta estar temporariamente
subjugado aos fortes estímulos das sensações.
O corpo mental é de todas as formas o gerador dos pensamentos humanos,
muito embora o homem instintivo e apaixonado realize, em algumas ocasiões, atos
que nos pareçam irracionais.
Há no corpo mental mecanismos que acionam o fator instinto bem como
imprimem fortes sensações que vêm se tornar reflexos condicionados. O forte
desejo inferior quando domina o homem pouco evoluído ou prisioneiro das ilusões
astrais, tem inicio na percepção mental. Ambas as matérias, astral e mental, nesses
casos, estarão de tal sorte amalgamadas que agirão como uma só. Aquilo que move
um homem desse tipo é energia de baixa qualidade, imediatamente responsiva tanto
aos estímulos mentais quanto aos aprisionadores desejos que o dominam. Por outro
lado, desejos e pensamentos superiores também se combinam para a realização de
um projeto sem que um arraste ao outro de maneira supressora.

41. Como entender melhor esses acontecimentos entre os subplanos desses dois
mundos?
R. A ponte astral-mental no homem da atualidade é basicamente responsiva a
tudo o que ele julga de necessidades íntimas. O homem ainda não emancipado de
seu carma vive em constante trânsito entre o racional e o desejo emocional e vice-
versa. Não há como estabelecer metas evolutivas para bilhões de pessoas sem a
presença intrínseca do móvel do desejo. Somente o desejo impulsiona o homem a
conquistar. Isso acontece porque o ego ou personalidade luta sempre para se auto-
compensar.
Entretanto, os valores alternam-se na avaliação humana de acordo com os
ciclos evolutivos do pensamento. As energias que circulam pelos corpos
constitutivos do ego são a cada tempo estimuladas a desenvolver novas e reais
possibilidades de progresso. As civilizações mais adiantadas sempre produziram
nas raças ou ramos étnicos, egos de maior capacidade mental. Assim reuniram
melhores condições para o desenvolvimento de valores mais dinâmicos ou
superiores. Isso incluiu sempre o desejo de avançar, embora nos homens de
imperfeita visão estimulasse o orgulho racial, sentimentos de superioridade e
intenção de domínio sobre os povos inferiores.
Desse modo, nos capítulos das conquistas humanas registrados nos anais da
história, ou mesmo na atualidade onde a tecnologia avança com maior rapidez nos
países de maior poder financeiro, o pensamento e o desejo sempre andaram juntos.
E essa união indissolúvel produziu através dos séculos uma herança genética nas
raças bem como fatores condicionantes que estimulam os egos a mover-se e
realizar.

32. Como entender a relação homem x fatores evolutivos?


R. Aos olhos do vidente treinado ou sob o exame do observador esotérico
intuitivo, a relação homem x fatores-evolutivos, é instantaneamente compreendida.
O mundo marcha para patamares superiores. Esse andamento compreende e
aplica-se a todos os reinos da natureza, ao homem em si, ao planeta Terra e ao
nosso sistema solar. Segundo também entendemos, por uma visão extremamente
análoga, esse mesmo andamento é intrínseco aos bilhões de sistemas solares do
infinito cosmos.
Há um plano diretor do Logos ou Deus de nosso sistema solar, denominado O
Grande Plano da Criação, que inclui e prevê os avanços da Vida em todas as suas
possíveis concepções. O Plano, emanando Dele próprio, e sustentado por
hierarquias chamadas criadoras, inclui e condiciona Sua Própria Vida e Consciência
a diversos fatores evolutivos que ainda não podemos compreender, e contém em
Sua Consciência todas as outras vidas que em miríades de formas constituem esse
imenso sistema solar.
Sabem os esotéricos que para a Vida se manifestar objetivamente o Logos
precisou partir de um inicio. O inicio compreende a criação dos sete mundos que
deram formação ao sistema solar. Trilhões de anos terrestres já se passaram desde
a criação do sistema solar e outros trilhões de anos estarão por vir até que se
complete o Grande Plano da Criação. No tempo já ultrapassado, grande número de
egos atravessou diversos estágios evolutivos, libertando-se de seus carmas e
partindo para outras situações de maior amplitude de consciência.
No grande advento do Logos, bilhões de anos decorrem a fim de que a energia-
vida do reino mineral atinja experiências que a conduzam a evoluir para o reino
vegetal. Do mesmo modo acontece com o reino vegetal em evolução para o reino
animal. E esse último, após igualmente cumprir longo e intenso estágio evolutivo,
virá também migrar sua energia-vida para o reino humano.
Nas passagens das energias-vidas ou almas animais para o reino humano,
contudo, um novo e importante ciclo evolutivo terá inicio e compreenderá outros
bilhões de anos terrestres. Nessa fase, a alma animal encarnada em corpos
inferiores e primitivos, evoluirá para a condição de animal-homem, já possuindo as
sementes que o farão ego. Muitos milhões de anos passarão até que o animal-
homem chegue a parcialmente desenvolver e treinar os seus quatro corpos
inferiores para realmente alcançar os rudimentos de uma personalidade.
As diferenças no processo evolutivo do homem prendem-se ao próprio
desenvolvimento das famílias, grupamentos étnicos, ramos e troncos raciais. Nesse
panorama, muitos egos virão se destacar em seus núcleos e nações, escapando
antecipadamente do carma racial e pulando para outros ramos raciais mais
evoluídos. Dessa maneira, os corpos que constituem o ego deverão mostrar
diferenças nas suas linhas de energia e aura pessoal, diferenciando um indivíduo do
outro segundo seus particulares esforços nas muitas encarnações pelas quais
tenham passado.

43. Em relação à última afirmativa, como classificar os fatores evolutivos?


R. Não há propriamente um padrão classificatório rígido do momento evolutivo
do homem segundo estudos de seu corpo mental. Há, outrossim, índices alcançados
que variam em relação aos seus corpos. Aos olhos do vidente uma aura mental
mostrará sua amplitude geométrica e a qualidade da coloração. Nalguns casos, ao
mostrar cores bem delineadas como o azul, o amarelo e o branco, evidenciará
destacadas qualidades no homem de mediana evolução. Por outro lado, a aura do
corpo astral precisará possuir cores rosa, verde, lilás e azul para demonstrar a
existência de espiritualidade, sentimentos de amor e vontade para a realização de
curas.
De maneira geral, o homem pouco evoluído apresentará uma aura em tons mais
densos nas cores carmim, cinza ou roxo, mescladas com pequenas manchas
vermelhas. Ess conformação cromática definirá uma pessoa sujeita a ataques de ira
e ódio. Pessoas assim, demonstram com maior evidência reações e pensamentos
destrutivos. Cores vibrantes e translúcidas geralmente indicam aquisições de
qualidades superiores, ao passo que cores densas, fortes e opacas demonstram
justamente a falta de melhores qualidades.
A aura do corpo astral numa pessoa comum tem alcance geométrico
normalmente maior do que aquela do corpo mental. Esse particularidade prende-se
ao fato de as emoções e desejos moverem o homem com maior intensidade. A
polarização dos desejos e emoções no corpo astral produz, assim, maior
alargamento de sua aura. Este fato pode, no entanto, ressaltar valores quantitativos
em detrimento de valores qualitativos, o que não é incomum. Assim, uma aura de
certa amplitude geométrica nem sempre retrata um bom caráter de seu possuidor.
O corpo etérico produz também uma aura chamada física. Ela será tanto mais
nítida e translúcida quanto for o desenvolvimento desse corpo com relação as suas
linhas de energia e força. Se, por outro lado, a pessoa não tiver boa saúde ou portar
doenças graves, a aura etérica será de fraca energia e apresentará pontos
vulneráveis.
Quando o ego está próximo de atingir a perfeição, os seus corpos etérico, astral
e mental se mostrarão sem máculas e totalmente luminosos.

44. Que outras características importantes é possível destacar nos corpos da


personalidade?
R. A personalidade, por ser constituída de quatro corpos, é chamada
simbolicamente de o quadrado. Entretanto, apesar de possuir os quatro corpos já
analisados, a personalidade é basicamente originada por um conjunto de três
elementos denominado a tríade inferior. A tríade inferior é a união de dois átomos
chamados permanentes com uma terceira unidade ou célula, chamada unidade
mental. Através deles o espírito se comunica por correntes de energia que se
qualificam em inteligência, amor-sabedoria e vontade.
Os dois átomos permanentes da tríade residem, respectivamente, no corpo
etérico e corpo astral. A unidade mental, sendo o terceiro elemento constitutivo da
tríade, reside no corpo mental concreto.
Tanto os átomos permanentes quanto a unidade mental são responsáveis por
atrair os outros átomos de seus mundos a fim de edificarem os corpos de
manifestação da personalidade e mantê-los em atuação. Esses componentes da
tríade inferior permanecem nos corpos da personalidade durante uma encarnação,
retirando-se gradualmente à medida que os corpos deixam de existir.

45. Como se explicam esses acontecimentos por último mencionados?


R. A tríade inferior organiza os corpos da personalidade a cada reencarnação
do ego-alma. Todos os valores positivos ou negativos desenvolvidos pelo homem,
como por exemplo: amor, ódio, paixão, aversão, compreensão, cordialidade,
inteligência, etc., permanecem na memória da tríade. Dessa maneira, aquilo que
cada indivíduo vivenciou nas encarnações virá ao devido tempo polarizar-se nos
seus corpos. Ou seja, os trilhões de átomos que constituirão os novos corpos de
manifestação do ego reencarnante, formando células, anexarão as mesmas
energias que voltarão a fazer parte daqueles veículos. Formarão assim as fileiras de
sua herança que somente ele deve vivenciar sob o imperativo da lei cármica.
O carma, contudo, precisa ser dosado e equilibrado a fim de que o ego possa
tanto resgatar os delitos praticados quanto assimilar novos e positivos valores.
Nunca se espera que o ego venha tão somente assimilar valores negativos.
Assim, as tendências positivas e negativas assentes na memória do ego serão
selecionadas pelos mestres e senhores do carma, em quantidades assimiláveis para
uma encarnação, constituindo-se na bagagem individual da personalidade.
Quando ocorre a morte do corpo físico, o átomo permanente que polariza os
corpos físico e etérico se retira, permanecendo em atividade o átomo astral e a
unidade mental. Ao cabo de algum tempo, quando a vida astral do ego termina, o
átomo permanente do corpo dos desejos também se retira, e o corpo que o abrigava
se desfaz. Após também viver um tempo no mundo mental concreto, a unidade
mental irá gradualmente se retirar e esse último corpo se desintegrará. Nesse
processo, o ego terminará definitivamente aquela encarnação como personalidade,
voltando ao plano de manifestação do ego-alma. A memória de todos os
acontecimentos na vida da personalidade coletados pela tríade inferior, deixará
então de existir objetivamente ficando recolhida na intimidade da alma, no chamado
corpo causal.

46. Essas transmigrações acontecem com todos os egos?


R. As transmigrações para mundos superiores ao físico acontecem
invariavelmente com todos os egos e seres vivos em geral. Entretanto, somente
alcançam conscientemente os mundos mais altos aqueles egos que atingiram nível
evolutivo compatível.
Nesse quadro geral devemos considerar os valores conquistados. Egos de
pouca evolução não permanecerão nos subplanos inferiores do astral mais do que
alguns pares de anos. Menos ainda permanecerão nos subplanos mais baixos do
mental, logo necessitando de oportunidades para reencarnar.
Para que o ego permaneça nos mundos elevados por mais tempo, precisará
estar liberto de muitas paixões que nas vidas terrenas seduzem e aprisionam o
homem. Conquistando essa condição, o ego permanecerá menos tempo no mundo
astral e mais tempo no mundo mental concreto. Da mesma maneira, acontecerá na
transmigração do mundo mental concreto para o mental abstrato onde ele
permanecerá por mais tempo de acordo com a evolução atingida.

47. Que é corpo mental abstrato?


R. É a divisão do corpo mental que ocupa os três subplanos superiores do
mundo mental. O mental abstrato está relacionado mais diretamente à alma do que
à personalidade. É chamado também de corpo mental superior.

48. Qual é a função do corpo mental abstrato?


R. O corpo mental abstrato é sede de um dos átomos permanentes constitutivos
da tríade superior. Esses átomos permanentes dão base e organização aos corpos
superiores fundamentados pela mônada ou espírito, a exemplo da tríade inferior que
organiza e constitui a personalidade. O corpo mental abstrato inspira as realizações
superiores, transferindo para o corpo mental concreto a dinâmica das idéias. Essa
dinâmica aciona a intenção de uma sintonia com os moldes construtores do mundo
mental concreto. Esses moldes localizados no mundo mental concreto são
conhecidos como arquétipos do pensamento.
O corpo mental abstrato oferece também estímulos que proporcionam ao ego
inferior desenvolver formas que retornam do corpo mental concreto ao próprio
mental abstrato. Esse fato objetiva principalmente aos egos de certa média
evolutiva, estabelecer conscientemente uma ponte de comunicação permanente
ligando o ego inferior à alma.

49. De que maneira esse fato acontece?


R. Sabem os esotéricos que a imaginação necessita de estímulos para ser
desenvolvida. Os estímulos que auxiliam esse desenvolvimento detêm nomes como:
inspiração, intuição, premonição, intenção, vontade, etc., e em projetos edificantes
ou de objeto evolucionário, vêm estribados pela iniciativa da alma no seu próprio
mundo, atingindo o ego inferior por meio de certos artifícios. Tanto a
impressionabilidade do desejo astral quanto o pensamento expressionista do corpo
mental concreto, unem-se para desenvolver projetos mediante o auxílio de técnicas
esotéricas ou acadêmicas. Assim nascem obras nos mais variados ramos das artes,
ofícios e ciências ditas humanas.
Esse esforço inspirado pela alma dinamiza o corpo mental concreto no seu
subplano mais elevado, abrindo “janelas” através das quais a matéria do mundo
mental abstrato pode ser apropriada e transformada em pequenas proporções.
Então os surtos de criatividade trabalhados no mental concreto, virão pouco a pouco
se plasmar na matéria mental superior, conduzindo a personalidade a elevar-se
cada vez mais e absorver idéias abstratas. Quando a personalidade estiver
suficientemente treinada na imaginação abstrata, poderá então ser orientada a
desenvolver conscientemente elementos de energia e força que a conectarão
diretamente com a alma.

50. Qual é o proveito desta ligação direta?


R. O proveito verifica-se no abrir caminhos e veredas para o mestrado
consciente do ego, rumo à sua libertação final e definitiva dos diversos aspectos do
carma humano. O homem, para tornar-se livre e liberto das prisões cármicas dos
mundos inferiores, necessitará tornar-se mestre em todos eles mediante esforços e
realizações pessoais.

51. Que é corpo causal?


R. É o corpo no qual se registram os valores adquiridos pela alma, através das
várias personalidades que ela encarnou.
O corpo causal será tanto mais amplo quantas sejam as qualidades que o
compõe. A partir desse corpo é possível à alma condicionar situações que a
personalidade necessitará vivenciar em futuras reencarnações. Porém, nem todas
as experiências vividas pela personalidade são profícuas. Há ocasiões em que as
mesmas situações precisarão ser repassadas em novas vidas, adaptadas às
personalidades que a alma reencarnará. Podemos assim dizer, em outras palavras,
que o corpo causal é o corpo da alma.

52. Em que região se localiza o corpo causal?


R. O corpo causal está inserido nos mecanismos do ego-alma em dimensão do
mundo mental abstrato, mais precisamente no seu primeiro subplano contado de
baixo para cima.
Tanto o corpo causal quanto a alma em si mesma, intra-relacionam com o
átomo permanente do corpo mental abstrato. Em última análise, corpo causal e
corpo mental abstrato são veículos com diversas funções a partir da força
organizadora do átomo mental permanente.

53. De que maneira a personalidade poderá não repassar valores qualitativos ao


corpo causal?
R. A personalidade, como dito anteriormente, é a expressão objetiva da alma
para os mundos inferiores. A reencarnação traz sempre uma necessidade cármica
para a personalidade, tanto para o resgate de débitos quanto para a aquisição de
novos valores.
A personalidade, em sendo a projeção imperfeita da alma traz em seu conteúdo,
como impulso ou estímulo subjacente, a mensagem da própria alma para o que ela,
a personalidade, necessita realizar naquela encarnação. Nesse processo, a
personalidade é instada a empreender esforços no sentido de superar-se e às
dificuldades inerentes à vida.
Os mundos inferiores onde a personalidade se organiza, estabelecem forças
duais e opostas estribadas em elementos positivos e negativos. O campo de
experiência onde a alma mergulha através da personalidade, necessita ser
vivenciado a fim de que a alma, ao final, detenha o conhecimento e a experiência. A
própria composição da personalidade, quando ainda em formação, revela o homem
rude dando tratos à matéria concreta de diversas maneiras. A personalidade,
portanto, precisa ser lapidada como a um diamante bruto, a fim de adquirir brilho e
mostrar-se magnífica.
Mas o trabalho da personalidade é dualístico, pois da mesma maneira que
lapida a forma densa nas suas atividades da vida material, por reflexo e
ambivalência lapida-se também intimamente a si mesma. Para tanto, há a
necessidade de abrir caminhos pessoais através de situações em que se
manifestem valores iguais e contrários. Ou seja, o turbilhão de forças que move os
interesses e poderes materiais, afeta diretamente massas e indivíduos. Fatores
cármicos mundiais, nacionais, grupais e familiares podem contribuir para atrelar o
homem à matéria, desviando-o da conduta preestabelecida pela alma, e o levando a
seguidas derrotas sob o ponto de vista de sua trajetória aos caminhos espirituais.

54. Como entender melhor esses últimos argumentos?


R. Nos tempos atuais, as modernas e regulamentadas profissões conduzem o
homem a acumular elementos intelectuais que se transferem, na prática, para a
prestação técnica de serviços. A organização político-administrativa das nações
procura orientar as sociedades no sentido de que produzam bens e valores
mediante esforços pessoais, segundo a capacidade de seus cidadãos e população
em geral.
Mesmo as nações ou povos menos favorecidos com recursos materiais, de
etnias mentalmente atrasadas ou sem adequado treinamento tecnológico, quer
dirigidas por governos totalitários ou tiranos, revelam de uma forma ou de outra um
impulso especial de vida conduzido pela coletividade. Esse impulso inato ao ser
humano é seguidamente dirigido para implementos materiais e sociológicos, muito
embora levem o homem a também revelar uma busca última daquilo que não
consegue resolver ou entender, transferindo suas dúvidas para crenças religiosas.
Cada indivíduo de uma organização gregária ou sociedade estruturada
necessita desempenhar o seu papel. Se, entretanto, o homem reluta em realizar o
que lhe seja lícito e responsável, vindo praticar atos criminosos e lesivos ao próximo,
estará manipulando e incorporando no seu íntimo valores negativos. Tanto quanto
se entregue aos caminhos tortuosos, produzindo males, terá deixado de seguir o
que a alma determinou. Estará assim acumulando mal carma que as leis da
evolução o obrigarão resgatar, retardando sua trajetória progressiva e, por
conseguinte, atraindo maior sofrimento à vida humana.
55. A alma não tem poderes para refrear a desobediência da personalidade?
R. Pelas leis da evolução o homem tem relativo livre arbítrio, circunscrito
principalmente aos ditames do Grande Plano da Criação. Esse livre arbítrio perde
seu poder pleno de ação e direitos à medida que o homem infringe as leis da
natureza, ficando sujeito aos fatores corretivos que lhes são aplicados.
O homem pode ingressar sistematicamente no mal e fazer parte das falanges
negras que sob diversas circunstâncias trabalham destrutivamente em qualquer
lugar da Terra. Nesses casos, a alma precisará agir de forma inversa, procurando
estabelecer situações que obriguem a personalidade a retomar os caminhos
anteriormente traçados. Porém, nem sempre a alma consegue ter sucesso imediato
nas suas tentativas, pois a personalidade poderá adquirir sabedoria no mal e isolar-
se da ação tutelar da alma. Isso pode durar algumas encarnações.
As leis da evolução, não obstante, continuarão a atuar na natureza e
forçosamente conduzirão à personalidade empedernida a experimentar sofrimentos.
Ocorrendo esse fato, a alma poderá de novo reatar contato e reassumir o comando
da personalidade, trazendo-a para as encarnações depurativas no uso e
manipulação de seu carma.

56. Que é tríade superior?


R. É o conjunto dos três átomos permanentes que organizam os corpos utilizados
pela mônada para sua manifestação nos mundos superiores. Assim, nessa
formação, temos o átomo de atma que dá origem ao corpo átmico, o átomo de
buddhi que dá origem ao corpo búdico e o átomo de manas que dá origem ao corpo
manásico ou mental abstrato.

57. O quê de importância a tríade superior realiza?


R. A tríade, como o esoterismo interpreta, é definida para a mente concreta como
um simbolismo a representar um triângulo. Tanto o triângulo quanto o quadrado, há
milênios vêm sendo trabalhados de muitas maneiras pela humanidade, sem que a
grande massa da população terrena realmente se aperceba da sua principal
mensagem.
A tríade - na sua realidade acima das conjeturas das massas - detem no
conjunto de três átomos permanentes, a responsabilidade da anexação da vontade,
amor-sabedoria e inteligência da mônada, a fim de incorporar esses aspectos à
individualidade. Dessa maneira, o poder da mônada nos três mundos superiores é
incomparavelmente maior do que nos mundos inferiores, onde vive a personalidade,
devido à potência das energias que ela diretamente lá emprega e manipula.
A tríade superior constitui com os corpos mental abstrato, búdico e átmico, a
alma espiritual (o reflexo da mônada) ou o homem divino, como é também
conhecida a individualidade que é totalmente desvinculada de ligações cármicas dos
mundos inferiores.

58. Qual é a relação simbólica entre o triângulo e o quadrado?


R. O quadrado, conforme ressaltado anteriormente, representa com seus quatro
corpos inferiores a personalidade. A cifra quatro induz a analisarmos o equilíbrio dos
pares de opostos. São também os quatro elementos, ar-terra-fogo-água, que
consubstanciam não só a matéria densa concreta como participam,
respectivamente, das naturezas dos mundos das matérias etérica, astral e mental.
Isso quer dizer que estes quatro elementos básicos, terão qualidades mais sutis nos
mundos onde as matérias são superiores a do mundo físico concreto, porém não
menos poderosas.
O quadrado é a prisão do homem na sua própria natureza. É a matéria inferior
dos corpos que iludem, cativam e escravizam a vontade ainda não exercitada e
corretamente desperta. Por isso se diz que o quatro é a base sólida das formas
materiais normalmente dimensionadas pelas relações de comprimento, altura,
largura e profundidade, conhecidas universalmente.
Já o triângulo é a trindade no homem correlata à trindade em Deus. No
esoterismo aplicado à organização dos corpos do homem, a trindade é revelada
pelos corpos átmico, búdico e manas superior (abstrato), que incorporam em seus
mundos a energia da trindade divina.
Enquanto o quadrado revela o mundo das formas sólidas, o triângulo vem
revelar o mundo espiritual. Se adicionarmos esses dois conteúdos simbólicos
produziremos a cifra sete que representa os sete mundos da evolução humana, os
sete corpos básicos do homem, as sete cores do espectro solar, os sete dias da
semana, os sete planetas principais, etc.
Na antiguidade era hábito construírem-se prédios com base quadrada ou
retangular, encimados por telhados de frontispícios triangulares, demonstrando-se
com isso, dentre outras coisas, que o triângulo é o mais elevado.

59. Por quais meios os átomos das tríades se ligam e se intra-relacionam?


R. Do corpo búdico até o corpo etérico, desce um segmento linear que vem
anexando um átomo permanente de cada corpo, por onde é possível a intra-relação
das tríades. Esse elemento de ligação é chamado pelos orientais de fio sutratma. Da
mônada ao corpo átmico e desse ao corpo búdico há outros segmentos que unem
os seus dois átomos permanentes.
No simbolismo oriental, o fio sutratma é também chamado de cordão de pérolas
por capturar e deter os átomos que fundamentam a organização dos corpos da
individualidade bem como da personalidade. Entretanto, devemos ter sempre em
mente que todos os corpos de manifestação do homem, na sua totalidade, são
provisórios e perduram somente enquanto a mônada busca pelas necessárias
experiências. Tão logo a mônada tenha completado sua missão no Grande Plano da
Criação se desfará de todos os seus veículos, passando a viver a partir daí com seu
próprio esplendor e glória.

60. De que outra maneira é possível simbolizar a formação do homem desde sua
origem?
R. O esoterismo é uma ciência que produz interpretações e simbolismos
corretamente postulados. Todavia, nas diversas filosofias esotéricas e correntes do
ocultismo há interpretações que se tornam mais elásticas ou concisas.
De acordo com o conhecimento de algumas correntes do ocultismo oriental,
podemos interpretar a conjuntura mônada-homem da seguinte maneira, conforme
revela o mestre Djwal Khul. Diz-nos o mestre.

O homem é 3 x 3, ou seja:
1. A mônada ou espírito puro é:
vontade-amor-inteligência ativa.
2. A alma ou ego superior é:
vontade espiritual-intuição-mente abstrata
Relacionada com os corpos atma-buddhi-manas superior.

3. A personalidade ou ego inferior é:


corpo mental-corpo emocional-corpos físico/etérico,
relacionados com manas inferior-corpo astral-físico denso.

Resumindo: o homem é mônada-alma-personalidade, com três aspectos cada.

ABORDAGENS ESOTÉRICAS

RAYOM RA

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2009.

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