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Numa ao que exigia rapidez, se fez o que estava mo, ou melhor, se fez a partir do
que estava na cabea. Possivelmente no foi a primeira vez que esses policiais fizeram
isso. Da que a culpa no pode recair apenas sobre eles.
Como no caso do pneu, os policiais usaram as experincias que estavam na
memria, numa lembrana de repetio que criou um padro. O que no contavam que
aquela situao especfica pedia outro tipo de postura, ou seja, de dvida e verificao.
Como um borracheiro, que verifica o que furou um pneu, os policiais deveriam verificar
quem eram as pessoas dentro do carro. Escolheram seguir a intuio, a crena baseada
no padro e se deram mal. Na linguagem do borracheiro, dessa vez no foi prego. Na
linguagem de Hume, a causa nunca igual.
Ora, se a repetio fez isso com os policiais, imagina com os professores. Pois
isso que deveramos tomar cuidado. Se por um lado a repetio de padres so
importantes na aprendizagem, porque a mente segue hbitos, por outro lado, ela pode
ser perigosa. Perigosa porque os alunos no s devem ser estimulados a encontrarem um
padro, um hbito para que suas mentes se adequem a conhecimentos obrigatrios e
fundamentais em cada seguimento escolar, mas igualmente estimulados a pensarem por
conta prpria, a desconfiarem. Em resumo, o professor tambm deve assumir o papel de
tutor ctico, ou seja, motivar seus alunos pesquisa, verificao e experimentao. Sem
isso, fica complicada a aquisio de um novo conhecimento que no caia simplesmente
no hbito da mente, que adora a decoreba e o conteudismo.