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1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
CAPÍTULO II
Um Sistema Nacional de Inovação (SNI), por sua vez, pode ser definido
como uma rede de instituições públicas e privadas que interagem para
promover o desenvolvimento científico e tecnológico de um país. Inclui
universidades, escolas técnicas, institutos de pesquisa, agência
governamentais de fomento, empresas de consultoria, empresas industriais,
associações empresariais e agências reguladoras, num esforço de geração,
importação, modificação, adaptação e difusão de inovações.
CAPÍTULO III
Por ser um critério bastante utilizado, Drucker (1992) afirma que esse
critério não corresponde a um parâmetro adequado para tal classificação. Com a era
da Informática e do conhecimento, empresas do setor de Tecnologia de Informação
e fabricantes de software chegam a movimentar milhões em negócios, contando
apenas com uma pequena equipe de funcionários.
Nota-se que as empresas de pequeno porte empregam considerável
parcela da mão-de-obra disponível em relação às médias e grandes empresas nos
mais diversos setores produtivos, ou nos setores de produção de bens e serviços,
ou na construção civil e comércios varejistas e atacadistas, representando 4,5
milhões em todo o país. São sendo responsáveis por 59% da mão-de-obra
empregada e ainda participam na formação de 20% do PIB (SEBRAE, 2004).
Outro critério de classificação é utilizado pelo Governo federal,
correspondendo à cobrança de impostos, estabelecido pela Lei Complementar N°
123/2006, chamada de Simples Nacional ou Super Simples, que se baseia no total
arrecadado no ano fiscal.
Com base na classificação da Receita Federal, são consideradas como
microempresa, por esta lei, aquelas que auferem receita bruta anual igual ou inferior
a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); e as empresas de pequeno porte
aquelas com receita bruta anual superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil
reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais),
sendo responsável mensalmente por uma conta única a arrecadação de impostos
como o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), Contribuição Social sobre
o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para o Programa de Contribuição Social e do
Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP), entre outros.
Esses critérios são criticados por muitos autores e são considerados
insuficientes para o estabelecimento de categorias analíticas adequadas. Para Chér
(1990) são critérios que até hoje não tiveram consenso. Somente com a utilização
de fatores que meçam o desempenho dessas empresas poderá contribuir para uma
classificação mais próxima da realidade (ANHOLON et al. 2004).
Nesse contexto, as pequenas e médias empresas possuem
características próprias e exclusivas, contribuindo significativamente para a
economia do país, como motores do crescimento de emprego e renda devido a sua
maior flexibilidade de expansão. Deste modo geram novos postos de trabalho, na
absorção de mão-de-obra, por desempenhar um importante papel na interiorização
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realidade, essas empresas sempre existiram, até mesmo muito antes das grandes
empresas, como potencial de crescimento e desenvolvimento em qualquer
economia.
No dizer de Chér (1990, p.18):
Brasil e Grandes
Micro Pequena Média Grande TOTAL
Regiões
Norte 57.561 12.313 1.499 906 72.279
Nordeste 260.888 43.181 4.814 2.917 311.800
Sudeste 931.649 162.264 18.805 11.212 1.123.930
412.589 56.304 6.157 3.059 478.109
Sul
Centro-Oeste 136.814 22.558 2.096 1.320 162.788
BRASIL 1.799.501 296.620 33.371 19.414 2.148.906
Fonte: MTE. Rais
Elaboração: Adaptado pela autora.
Obs.: Inclui apenas os estabelecimentos com empregados
Deste modo, Amato Neto (2000, p. 20) aponta, de forma especial, o caso
do Brasil, diante do importante papel desempenhado pelas pequenas e médias
empresas nas condições de uma nova base produtiva.
Fonte: SEBRAE
reflete na falta de uma política de incentivo tanto local como nacional. É o que
apresenta a Pesquisa da Atividade Econômica Regional – Paer do Estado do
Maranhão (2001, p.79), realizada pela Secretaria de Educação Profissional e
Tecnológica (SEADE):
Mortalidade 88
Natalidade 392
Taxa de mortalidade 22,4%
Fonte: SEBRAE (2007).
CAPÍTULO IV
Diante do exposto, Roussel et al. (1992, p.1) garantem que o sucesso das
empresas dependem da sua capacidade e sua habilidade de administrar os esforços
de pesquisa e desenvolvimento, pois
Sbragia et al. (2006) comentam que esse caso ocorre no Brasil em razão
da falta de cultura, necessidade e motivação das empresas em investir em
desenvolvimento tecnológico, sendo poucas empresas que possuem estruturas
57
[..] aumentar a apreciação dos lideres industriais para aquilo que a ciência e
a tecnologia podem fazer por eles, e desenvolver sua compreensão a
respeito de uma administração intencional e estratégica de P&D que
promova lucrativos avanços na Ciência e na Tecnologia.
CAPÍTULO V
70
60
57
50
50 50
40
30 32
Percentual
Sexo do Entrevistado
20
Masculino
10
11
0 Feminino
N
P
u
ó
.
s-
F
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ta
o
le
l
to
Nível de instrução
Sim
16.7%
Não
83.3%
1 29 30
Total Legislação específica
qto a P&D
3.3% 96.7% 100.0%
disseram não se utilizar de qualquer benefício legal de pesquisa, sendo que apenas
duas empresas são beneficiadas com a utilização de um programa estadual, o
SINCOEX (Sistema de Apoio à Indústria e ao Comércio Exterior). Registra-se ainda
que nenhuma das empresas utilizam os programas presentes na legislação federal
e, outros, na estadual, de apoio a Pesquisa e Desenvolvimento, que também poderia
contribuir para uma melhor gestão da inovação destas empresas.
Buscou-se investigar também o uso de investimentos em P,D&I com
recursos próprios das empresas. Aqui mais uma vez o que se pode observar entre
os respondentes foi um resultado não tão adequado quando comparado com outras
realidades relatadas na literatura. Neste quesito, apenas oito empresas aplicam
recursos próprios em pesquisa, correspondendo a 27% (Gráfico 5).
80
73
60
40
Percentual
20
10
7 7
0
0% 11%a30% 0,1%a10% 31%a50% Acimade50%
Mais grave foi a situação constatada que a maior parte dos respondentes
não designa recursos por não considerarem relevante tal prática. Isto demonstra um
grande distanciamento das práticas empresariais destes respondentes com as
demandas indicadas nos referenciais teóricos deste tema.
Quando indagados sobre a relevância de se ter uma estreita relação entre
o desenvolvimento estratégico empresarial e a P,D&I, ainda que a empresa não
possua uma prática de pesquisa, o que se pode constatar é que a maioria também
não considera esta prática relevante, visto que apenas sete respondentes
destacaram a prática da pesquisa com estreita correlação com suas ações
empresariais.
Estes dados são preocupantes sob o ponto de vista estratégico, no que
diz respeito a participação da P,D&I não ser considerada relevante para as grandes
ações destas empresas. Fato refletido também quando 11 das empresas
respondentes declararem que utilizam de tecnologias advindas de tecnologia de
domínio próprio; 08 empresas utilizam tecnologias de domínio púbico e apenas uma
aplica pesquisa compartilhada. Como salientado no referencial teórico, a
competitividade está cada vez mais atrelada com produtos e processos inovadores,
e quando visto um conjunto de empresas que não considera esta prática importante,
fica-se a preocupação da posição competitiva e mesmo a sobrevivência das
mesmas.
Esta posição está refletida em mais uma variável aqui investigada, a que
se trata da destinação de parte do orçamento empresarial para a P,D&I. A tônica
principal é simplesmente a total ausência de destinação orçamentária para este fim.
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Tendo-se apenas dez delas com esta prática, o que vem mais uma vez enfatizar
uma situação delicada das empresas respondentes instaladas no Estado do
Maranhão, ainda que tais resultados não sejam generalizáveis.
Por fim, procurou-se identificar possíveis parcerias empresariais
desenvolvidas pelos respondentes no que se refere a P,D&I. Diante da propagada
importância para atuação em rede das empresas no que se refere a este tema para
buscar alcançar competitividade, o conhecimento desta realidade maranhense
também é importante. Mais uma vez os resultados se mostraram com um número
reduzido de empresas com estas práticas formais, correspondendo a 05 empresas
(16,7%) e, apesar de que 06 delas (20%) tenha dito que possuíam alguma parceria
em nível informal.
Um tipo específico de parceria é aquela realizada com Universidades e
centro de pesquisa, visto estes serem locais especializados e que seriam caminho
natural para a existência de parcerias desta natureza. Neste sentido, essa parceria é
uma prática reconhecida pela literatura como fator importante para o
desenvolvimento da pesquisa e da competitividade resultante para as organizações.
Mais uma vez, os resultados podem ser considerados críticos.
Tabela 11: Parceiros envolvidos * Parceria em P&D com Uiversidades
Parceria em P&D com Uiversidades
Sim Não Total
4 4
Parceiros
Universidades 100.0% 100.0%
envolvidos
100.0% 66.7% 33.3%
2 2
Parceiros Ent. de Repr. Parceiros
100.0% 100.0%
envolvidos da Categorias envolvidos
100.0% 33.3% 16.7%
2 4 6
Parceiros
Outros 33.3% 66.7% 100.0%
envolvidos
100.0% 33.3% 66.7% 50.0%
6 6 12
Parceiros
Total 50.0% 50.0% 100.0%
envolvidos
100.0% 100.0% 100.0% 100.0%
Fonte: Pesquisa de campo, São Luís, 2007.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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junho 2004.
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Abr. 2007.
APÊNDICE
75
76
Questionário
2. DIRIGENTE PRINCIPAL
2.1 Nível de instrução___________________
2.2 Tempo de Experiência profissional____________
2.3 Formação_____________________
2.4 Sexo ( ) M ( )F
5.2 Para a empresa qual a prioridade dada à implantação de P&D. (1 Para menor
prioridade e 5 para maior prioridade)
_______________________________
1 2 3 4 5
5.3 Qual o percentual médio dos últimos três anos do orçamento é destinado à
pesquisa e desenvolvimento (P&D)?_____________________________________
6.1 O que prevalece quanto ao tipo de fonte das tecnologias aplicadas na empresa:
6.1.1 ( ) Pesquisa própria 6.1.2 ( ) Pesquisa compartilhada 6.1.3 ( )
Compra de direitos
6.1.4 ( ) Tecnologia de domínio público
6.1.5 ( ) Outro _____________________________________