You are on page 1of 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA HISTÓRIA PRÉ-HOSPITALAR

HOSPITAL DE CLÍNICAS
DIRETORIA DE ENFERMAGEM
CENTRO DE PESQUISA E EDUCAÇÃO PERMANENTE EM ENFERMAGEM 1 – Importância da História

Ö Identificar os problemas apresentados


Ö Guiar o exame físico
Ö Reduzir a tensão
Ö Ganhar confiança do paciente
Ö Promover cooperação no atendimento

2 – Tempo

Ö Colher a história após ou junto com a avaliação da vítima

O tempo deve ser


utilizado com sabedoria
na cena de um socorro

3 – Fonte de informação

Ö A fonte principal de informações deve ser o paciente, caso seja capaz de comunicar-
PRIMEIROS SOCORROS se.
Ö Testemunhas, familiares ou acompanhantes.
Ö Crianças

4 – Princípios gerais de comunicação

Ö O socorrista deve identificar-se, no caso do paciente lúcido.


Ö Perguntar o nome e idade do paciente e utilizá-lo no resto da conservação.
Ö Utilizar tom de voz normal e demonstrando calma.
Ö Informar à vítima que está ali para ajudá-la.
Ö Manter contato visual com a vítima
Ö Dar atenção às respostas da vítima.
Ö Fazer perguntas utilizando termos que sejam da compreensão da vítima.
Ö Pacientes com deficiências auditivas também podem representar um problema, a
linguagem de sinais, leitura labial ou questões escritas podem ajudar.
Ö Faça perguntas abertas (Ex. como aconteceu o acidente; qual o local que está
ENF. SELMA ANDRADE COELHO dolorido).
Ö Questões diretas, devem ser usadas em casos em que a vítima tenha algum
comprometimento do nível de consciência ou quando tem pouco tempo disponível
para gastar na cena. (Ex.: influência de álcool, droga.)

5 – Componentes da história

S Sintomas
E Eventos (o que aconteceu)
M Medicação
P Passado médico (tem alguma doença?)
R Refeição (horário da última refeição)
UBERLÂNDIA MG - 2001 A Alergias
FERIMENTOS
Perguntas gerais:

Ö O que aconteceu? I – INTRODUÇÃO


Ö Onde está ferido?
Ö Quando foi o acidente? O ferimento pode ocorrer em qualquer situação onde a vítima sofra agressões ou
Ö Este problema já acontecer antes com você? acidentes das mais diversas formas e locais.
Ö Você é diabético, hipertenso, epilético ou tem problemas de coração? É importantes que estes ferimentos sejam classificados do melhor modo
Ö Já esteve internado em um hospital? possível, quanto ao seu tipo, extensão e complicações.
Ö Está em tratamento médico? Podem-se conceituar feridas traumáticas como todas aquelas infligidas,
Ö Você fuma, bebe álcool ou usa drogas? geralmente de modo súbito, por algum agente físico com ou sem comprometimento dos
Ö Já fez alguma cirurgia? tecidos subjacentes. Dependendo da profundidade da lesão, dividem-se em superficiais
Ö A que horas você comeu pela última vez? ou profundas. Um traumatismo é superficial se atinge todos os planos entre a pele o
Ö O que comeu? plano aponeurótico; é profundo quando ocorrem lesões em planos vasculares,
Ö Alguém é conhecido ou amigo da vítima? viscerais, neurais, tendinos, etc.
Ö Alguém viu o que aconteceu?
Ö Qual o nome do paciente?
Ö O que aconteceu? II – CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PELE
Ö Ele se queixou de alguma coisa antes do acontecido?
Ö A vítima perdeu a consciência em algum momento? Ö Maior órgãos do corpo humano (2 m2 de área).
Ö Média de peso de 2 Kg.
Ö Espessura de 6 mm a 0,5 mm
Ö Composta por 3 camadas (epiderme, derme e tela subcutânea).
Ö Função:
a) Proteção: barreira natural do organismo.
Não se esqueça de obter em
b) Sensorial: transmite mensagens sobre o ambiente.
seguida outros dados relativos à c) Social: determinante no comportamento social e sexual.
identificação do paciente, como d) Endócrina: essencial para a reabsorção do cálcio.
endereço e telefone de contato
para facilitar o trabalho de
pessoal hospitalar caso o III – ASPECTOS BIOLÓGICOS DA CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS
paciente fique inconsciente.
A cicatrização é composta de uma série de eventos dinâmicos, de ordem celular,
bioquímica e fisiológica. Durante os processos da cicatrização, as forças de defesa do
organismo são mobilizados para o contra-ataque.
Nesta bem coordenada seqüência de eventos, onde a efetividade de um evento
depende do sucesso do evento precedente, o corpo mobiliza suas forças no sentido de:

Ö Estancar a perda sangüínea.


Ö Remover patógenos e restos celulares da ferida.
Ö Selar a ferida contra a infecção.
Ö Regenerar a cobertura epidérmica natural.
Ö Reparar o tecido mais profundo danificado.

FASES DA CICATRIZAÇÃO

Ö Fase inflamatória: após acontecer a lesão, ocorre vasoconstrição local, que é logo
substituída por vasodilatação. Inicia-se a formação de trombos, mediados pelas
plaquetas e a ativação da cascata de coagulação.

Ö Fase proliferativa: ocorre o desenvolvimento de um tecido novo, com a formação


de novos capilares.

Ö Fase reparadora: caracterizada pela diminuição da capilarização e aumento do


colágeno, que surgem na profundidade da ferida, tornando-a mais resistente.
IV TIPOS DE CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS

1) Primeira intenção união primária)

Ö Quando as bordas da ferida são apostas ou aproximadas. ) Não aplique soluções na ferida, somente soro fisiológico.
Ö Perda mínima de tecido. ) Proteja o ferimento com gaze esterilizada ou pano limpo, fixando sem apertar.
Ö Ausência de infecção. ) A menos que saiam facilmente, durante a limpeza, não tente retirar forpoas, vidros
Ö Ocorre em menor tempo ( 4 a 6 dias). ou partículas de metal do ferimento.
Ö É a situação ideal. ) Não toque no ferimento com os dedos, lenços usados ou outros materiais sujos.
Ö Deixa cicatriz mínima. ) Após parar sangramento, remover gaze, umedecendo-a com soro, para evitar
sangramento.
2) Segunda intenção (granulação) ) Secar somente ao redor do ferimento e aplicar curativo adesivo, se houver
disponível, caso contrário, aplicar gaze estéril.
Ö Ocorre perda excessiva de tecido.
Ö Quando não é possível a junção dos bordos.
Ö Quando há infecção. B) LACERAÇÕES
Ö Ocorre em maior tempo.
Ö Deixa cicatriz significativa.
Ö Desenvolvimento demorado.

3) Terceira intenção (sutura secundária)


São lesões teciduais de bordos regulares, produzidas por
Ö Caso uma ferida não tenha sido suturada inicialmente ou se romperam. objetos rombos através de trauma fechado sobre
Ö Quando a lesão é deixada aberta para drenagem ou até debelar a infecção. superfícies ósseas.

V – FERIMENTOS FECHADOS

Ö Causados por impacto ou compressão, são chamados de contusões, pode haver ou


não lesão de órgãos internos.
Ö O local pode adquirir uma coloração preta ou azulada (equimose) ou uma
tumoração visível sob a pele (hematoma).
Ö Lesões superficiais não ameaçam a vida, porém podem alertar o socorrista para a
? O que fazer?
possibilidade de lesões de órgãos internos.
) Imobilizar local do ferimento.
) Efetuar limpeza com soro fisiológico se o paciente estiver estável.
) Proteger local com compressa estéril.
VI – FERIMENTOS ABERTOS
) Controlar sangramento, por compressão direta e aplicação de curativo e bandagens.
) Encaminhá-lo ao hospital.
A) FERIMENTOS LEVES OU SUPERFICIAIS (ESCORIAÇÕES)

C) FERIMENTOS PERFURANTES
Ö Apresentam sangramento discreto, mas costumam
ser extremamente dolorosos.
Ö Não representam risco ao paciente quando
isolados.
São lesões causadas por perfurações da
pele e dos tecidos subjacentes por um
objeto. O orifício de entrada pode não
corresponder à profundidade da lesão.
? O que fazer?
) Lavar o ferimento com soro fisiológico, através de jatos com pressão (irrigação).
) Caso o ferimento esteja sujo, limpá-lo com sabão.
? O que fazer?
) Não tente retirar o objeto de dentro do ferimento.
) Não coloque nenhuma compressa sobre o objeto encravado, mas sim ao redor dele, ) Proteger o membro amputado com dois sacos plásticos fechados.
de forma circular, para que o objeto fique protegido. ) Colocar o saco plástico em recipiente de isopor com gele ou água gelada.
) Jamais colocar o segmento amputado em contado direto com gelo.

A TENÇÃO ! As lesões penetrantes de tórax devem ser ocluídos o mais rápido ATENÇÃO !
possível, para evitar a aspiração de ar para o espaço pleural com formação de 1) Transportar o paciente o mais rápido possível ao hospital.
pneumotórax aberto. 2) Transportar o membro amputado junto ao paciente, dentro de isopor, nas condições
acima citadas.

D) AVULSÕES F) EVISCERAÇÃO

Lesão em que ocorre extrusão de vísceras.

São lesões onde ocorre deslocamento da pele


em relação ao tecido subjacente, que pode se
? O que fazer?
manter ligado ao tecido sadio ou não.
) Não tentar reintroduzir os órgãos eviscerados.
) Cobrir vísceras com curativo estéril umedecido em solução salina.
) Utilizar compressas não fazendo uso de materiais aderentes.
) Envolver curativos com bandagem.
) Transportar paciente em posição supina e com os joelhos fletidos.

? O que fazer?
) Lavar o ferimento com soro fisiológico, através de jatos com pressão (irrigação).
) Caso o ferimento esteja sujo, limpá-lo com sabão.
) Não aplique soluções na ferida, somente soro fisiológico.
) Coloque o retalho em sua posição normal e efetuar a compressão direta da área
para controlar o sangramento.

G) LESÕES OCULARES
ATENÇÃO ! Caso a avulsão seja completa, transportar o retalho ao hospital, lavando-
o com solução salina, evitando o uso de gelo direto sobre o tecido. Podem ser produzidas por corpos estranhos, queimaduras por exposição ao calor,
luminosidade excessiva e agentes químicos, lacerações e contusões.

E) AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS
? O que fazer?
) Irrigação ocular com soro fisiológico, durante vários minutos em caso de lesão por
São lesões em que há separação de um membro agentes químicos ou na presença de corpos estranhos.
ou de uma estrutura protuberante do corpo, podem ) Não utilizar medicamentos tópicos (colírios ou anestésicos) sem parecer
ser causadas por objetos cortantes, por oftalmológico.
esmagamento ou por forças de tração. ) Não tentar remover objetos. Estabilizá-los com curativo apropriado.
) Fazer oclusão ocular bilateral, com gaze umedecida, mesmo em lesões unilaterais.
Esta conduta objetiva reduzir a movimentação ocular e o agravamento da lesão.
) Em caso de extrusão de globo ocular, não tentar recolocá-lo. Efetuar a oclusão
ocular bilateral.
? O que fazer? ) A remoção de lentes de contato deve ser efetuada somente em vítimas
inconscientes com tempo de transporte prolongado, que não apresentem lesão
ocular.
) Controlar hemorragia.
) Tratar estado de choque, caso este esteja presente.
) Fazer curativo úmido com soro fisiológico com leve compressão, usando compressa
H) ESMAGAMENTO
limpa.
São aqueles ferimentos onde existe dano tecidual extenso das estruturas
Como cuidar do segmento amputado? subjacentes. Os esmagamentos de tórax e abdomen causam graves distúrbios
circulatórios e respiratórios.
) Limpeza com solução salina, sem imersão em líquido.
) Envolvê-lo em gaze estéril ou compressa limpa.
? O que fazer?
) Pedir apoio médico ABC
) Administrar O2 em alto fluxo. TRAUMATISMO DE TÓRAX
) Solicitar autorização ao coordenador médico para iniciar infusão de soro fisiológico
0,9% E.V.

TRAUMATISMO DE CABEÇA
Os traumatismos podem ser fechados ou
penetrantes, dependendo da integridade da
Os traumatismo da cabeça podem envolver isoladamente ou em qualquer parede torácica.
combinação, o couro cabeludo, crânio e encéfalo. Devido a sua intensa vascularização,
podem ocorrer hemorragias importantes.
Os ferimentos na cabeça requerem sempre pronta atenção médica, exceto os de
menor gravidade.

? O que fazer? A) FRATURA DE COSTELAS:

) Identificar rapidamente os fatores de risco. É a lesão torácica mais freqüente no trauma fechado.
) Avaliar nível de consciência
Sinais e Sintomas
A ACORDADO
V responde à estímulos VERBAIS Ö Dor à palpação no local.
Ö Às vezes crepitações
D reage à DOR
I vítima INCONSCIENTE ? O que fazer?
) Geralmente não há procedimento específico para efeturar.
) Em caso de INSCONCIÊNCIA ou de INQUIETAÇÃO, deite a vítima de costas, ) Observar respiração.
afrouxe suas roupas e agasalhe-a. ) Administrar O2 sob máscara (se prescrita).
) Mantenha as vias aéreas desobstruídas, elevando a mandíbula. ) Transporte cuidadoso para reduzir a dor.
) Estar atento para possíveis sinais de choque. ) Cuidados com traumatismos associados.
) Caso haja ferimento no couro cabeludo, coloque compressa ou pano limpa e
pressione levemente.
) Se o sangramento for no nariz, boca ou no ouvido, vire a cabeça da vítima para o B) PNEUMOTÓRAX ABERTO:
lado que está sangrando.
) Se escolar pelo ouvido um líquido límpido, incolor, deixe sair naturalmente, virando a Produzido quando um ferimento penetrante conecta o espaço pleural com a
cabeça de lado. atmosfera.

Sinais e Sintomas
Ö Dor e dispnéia.
Ö Ruído durante a inspiração, no local do ferimento.

? O que fazer?
) Cobrir o ferimento com curativo possuindo 3 pontos de fixação, que funciona como
válvula unidirecional. O ar deixa a cavidade durante a expiração sendo impedido de
retornar na inspiração.
) Administrar O2 sob máscara (se prescrito). NORMAS TÉCNICAS PARA REALIZAÇÃO DE CURATIVO
) Monitorizar atentamente e paciente.
) Transporte rápido.
1) Técnica estéril ou asséptica:

TRAUMATISMO DE ABDOMEN Ö Lavar as mãos antes e após realizar o curativo.


Ö Utilizar pinça de curativo estéril ou luvas estéreis.
Ö Solução e cobertura estéril.
Os traumatismos podem ser fechados ou penetrantes, dependendo da
integridade da parede abdominal. OBS.: Tratamento hospitalar, o uso de técnica estéril, é recomendada em toda lesão de
A complicação pré-hospitalar que deve ser mais temida, é a hemorragia interna, pele.
que pode causar o choque hipovolêmico.
2) Técnica limpa:

LESÕES ESPECÍFICAS Ö As mãos devem ser lavadas antes e após a troca de curativo.
Ö Pode ser usado material limpo.
A) Objeto parcialmente exteriorizado. Ö A cobertura deve ser estéril.

Ö Não remover os objetos que penetram o abdomen, pois existe risco significativo de OBS.: A técnica limpa pode ser utilizada no domicílio e criteriosamente em
precipitar a hemorragia. ambulatórios.
Ö Expor a lesão.
Ö Estabilizar o objeto com curativo.
Ö Não tentar quebrar ou mobilizar o objeto, exceto nos casos em que isto seja
essencial ao transporte. NORMAS BÁSICAS DE ASSEPSIA

B) Eviceração Ö Lavar as mãos antes e após o procedimento.


Ö Obedecer os princípios de assepsia.
Ö Não tentar reintroduzir no abdomen os órgãos eviscerados. Ö Remover assepticamente o curativo.
Ö Cobrir as vísceras com compressas estéreis úmidas (solução salina). Ö Obedecer o princípio de realizado do procedimento do local menos contaminado
Ö Envolver o curativo com bandagem. para o mais contaminado.
Ö Transportar o paciente em posição supina e com os joelhos fletidos (se não houver Ö Utilizar luvas não estéreis na possibilidade de contato com sangue ou demais
contra-indicação). líquidos corporais.
Ö Trocar imediatamente o curativo removendo para inspeção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://saposaude.com 14/05
Ilustrações

ERAZO, G. A. C.; PIRES, M. T. B. Manual de urgências em pronto-socorro. 2ª edição,


Rio de Janeiro, 1988.

SANTOS, R. R.; CANETTI, M. D.; JÚNIOR, C. R.; ALVAREZ, F. S. Manual de socorro


de emergência. São Paulo: Atheneu, 1999.

You might also like