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Escola Secundária Severim de

Faria

Gazeta
da Biblioteca
Série IV
Especial Teatro Edição 7

Cursos profissionais e a Março


Temas da ciên-
arte de representar: Muda 2010
cia, pp. 8-9
de Canal! , pág. 10

Em visita de estudo: Visitas guiadas:


Memorial do Convento e
Frei Luís de Sousa, pág. 6 Casa Fernando
Pessoa, p. 6

Extermínio A palavra à
As obras completas de William 2029, p. 12
Shakespeare, p. 11 poesia, p. 7

Notícias da Opiniões
cinema,
Biblio, p. 3 pp. 4-5

la vra
Outras peças: a
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Gazeta, edição 6
Editorial

O teatro está na raiz, no cerne, nos ramos e nas folhas que respiram e oxigenizam a nossa civilização e que rejuvenescem
em cada Primavera. Nasce ou começa a engrandecer na Grécia como quase tudo, como a Filosofia, a Matemática, a
Física, a Poesia… e a Democracia.
A sua génese está relacionada com as festas em honra do Deus Dionísio e com a prática cívica dos atenienses. Cedo se
libertou das práticas religiosas e tomaram forma a comédia e a tragédia. Gregos e romanos construíram teatros
tendo como cenários as paisagens naturais, os rios, as montanhas, o mar, os primeiros; os segundos as estátuas de
deuses e imperadores, que caíam de vez em quando. Os grandes temas da tragédia foram reinterpretados até aos
nossos dias e mantêm-se actuais, de tal modo que até a Psicanálise adoptou temas como Édipo. Escritores relativamente
recentes, como Camus, utilizaram As Troianas, adaptadas na luta contra o colonialismo francês na Argélia, tal como
Natália Correia e José Afonso com Fuenteovejuna, de Lope de Veja. A comédia utilizou o humor e o riso na crítica aos
poderosos e arrogantes, tanto nas civilizações clássicas, como com Shakespeare que criou personagens tão ridículas
como reais, Falstaff, por exemplo. Rejuvenesceu o teatro em várias épocas. Em Portugal tivemos também autores
importantes, como Gil Vicente, que aliás estreou peças em Évora, ou Almeida Garrett que, como outros liberais, lutou
pela mudança de mentalidades e contribuiu para a Regeneração do país, como escritor e criador do Conservatório e
Teatro Nacional (o D. Maria, em Lisboa).
Mas o teatro é subversivo, não apenas a tragédia na qual aparecem os grandes dilemas da humanidade, como também
a comédia. Já Umberto Eco no romance O Nome da Rosa demonstra a perigosidade do riso que mete medo àqueles que
pensam que o mundo ordenado por si tem que ser imutável. Também por aqui Gil Vicente foi censurado e António José
da Silva, “o judeu”, foi parar aos cárceres da Inquisição.
Mais recentemente, tantos tiveram dificuldades em escrever e fazer teatro. Recorde-se a presença constante de
sociedades recreativas como a Joaquim António de Aguiar, em Évora, que ao longo de um século e até à actualidade
têm conseguido manter uma presença incessante. Recorde-se também, que foi em Évora que se fez, logo com o 25 de
Abril, uma grande escola de teatro, o “Centro Cultural de Évora”, hoje CENDREV, com o grande Mário Barradas,
recentemente falecido. E além disso, os pequenos e grandes grupos de amadores (no sentido em que amam) que
continuam aqui e ali e que são quem mantém a chama viva.
É isto só divertimento, uma passagem do tempo? Pode até ser, mas não só. A prática do teatro leva a pensar, a
discutir, a investigar, a arte de falar e expor ideias, a mudar a personalidade de cada um. Cria também angústias, mas
sem essas angústias e a consciência e a força para as ultrapassar, ainda estaríamos na Idade da Pedra Lascada. Muitas
universidades por esse mundo fora consideram como importante no curriculum dos seus candidatos terem praticado
teatro, tal como muitas empresas, porque sabem que quem o faz, desenvolve competências fundamentais.
No ano em que se comemora a República, por que não homenagear o teatro, fazendo-o, dentro do espírito que “os
nossos egrégios avós” tentaram levar a cabo, promovendo a cidadania?
João Simas

Ficha Técnica
Colaboradores deste número:
Arranjo, concepção gráfica e 1º ASC
revisão Ana Marcão
Paula Vidigal
Ana L.
Com o apoio de:
Ana Paula Ferrão Luís Camacho
Catarina Roques Magda Fialho
Agradecimentos Olívia Amador
Cátia Morgado
Cidália Gil Paula Pereira
Direcção da ESSFaria Paula Vidigal
Anabela Urbano
Cristina Brejo
Ana Paula Fadigas Diana Alvarenga Rita Martins
Ana Paula Vidigal Diogo Fortunato Sofia Aires
António Cravo Diogo Weigel
Hortense Carreiro Francisca Ramalho
Sónia Butes Inês Almeida
Joana Machado

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Gazeta, edição 6
Notícias da Biblio

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Gazeta, edição 6
Opiniões: cinema

O Lado Selvagem (Into the Wild)


A sociedade, tal como a conhecemos, assenta em valores e pré-
conceitos dos quais no geral raramente nos apercebemos e deixamo-
nos reger por eles sem os questionar. “Alex” era um rapaz
perfeitamente normal que gostava de tratar as coisas pelos nomes
e foram essas pequenas coisas e valores da sociedade que o
influenciaram a seguir uma jornada, que para nós, seria um tanto
radical.
Educado numa família semelhante a tantas outras, onde a hipocrisia
e mentira faziam parte de um jogo de aparências, os anos foram
passando e “Alex” e a sua irmã Carine aprenderam a lidar com esse
jogo, endurecendo episódios de violência e abuso, ultrapassando
todas as pequenas e grandes dificuldades que os seus pais lhes
colocavam, tendo sido Carine a mais forte. “Alex” ficara para trás,
escondendo-se nas personagens dos seus autores favoritos,
desejando ser como eles e absorvendo a sua filosofia de vida ao
ínfimo pormenor.
Durante quatro anos “Alex” sujeitou-se aos padrões de vida que qualquer sujeito espera do próximo,
tirou o Secundário e não deixou que o peso da opinião dos seus pais o deixassem perder a crença na
jornada que iria iniciar. Nesses quatro anos, mais do que nunca, conviveu com a importante questão
do dinheiro, de uma carreira e do peso que as aparências causavam nas pessoas. Uma carreira dava
origem à entrada de dinheiro para os bolsos, dinheiro esse que iria contribuir para o consumismo.
A “Alex” isso pouco lhe interessava, dinheiro, carros novos, consumir e exageros, tudo isso lhe
causava um certo desprezo e desagrado. “O dinheiro torna as pessoas cautelosas” e “Alex” era um
espírito livre.
Livre dos dogmas da sociedade, embarcou numa jornada que iria mudar radicalmente a sua vida.
Lançou-se à estrada com duas motivações base, que o acompanharam e lhe regeram o pensamento.
Queria provar que conseguiria sobreviver e constituir vida longe da sociedade, que o dinheiro era
dispensável e que a felicidade não se baseava em relações humanas.
Na sua jornada cruzou-se com as mais variadas pessoas. Contrariamente ao que pretendia, acabou
por em cada uma delas encontrar respostas para as suas perguntas e aprendizagens que sozinho
jamais teria aprendido. Cruzou-se com pessoas desde o casal hippie Jan e Rainey, que representam
a perspectiva familiar de uma mãe abandonada pelo filho e marido e consequentes efeitos
traumáticos. E aida Rainey, o seu parceiro, que apenas quer ver a mulher que ama feliz.
Outro homem que conheceu foi Wayne, o qual geria uma companhia de distribuição de cereais e que
ilegalmente traficava caixas negras de satélite. Wayne era para “Alex” a experiência e a loucura,
e curiosamente, sem o dinheiro que recebia deste, muitos dos seus primeiros passos na sua jornada
teriam sido impossíveis. Mas como a lei é algo que mantém as sociedades dentro de certos padrões,
nem mesmo Wayne se escapou dela.
Seguindo a sua viagem, sem nunca olhar para trás, em direcção ao Alasca, “Alex” volta mais tarde
a reencontrar Jan e Rainey, aprofundando o seu laço com eles. Sendo o jovem que é, nem mesmo os

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Gazeta, edição 6
seus ideais afastaram o inevitável encontro com a jovem Tracy. Mas a sua missão e sentido de vida
eram muito mais fortes que a necessidade de descobrir os seus instintos e sentimentos, por isso,
“Alex” deixa Tracy para trás, assim como Jan e Rainey, deixando a paixão e a sua nova família para
trás.
O climax do seu comportamento contraditório é atingido quando conhece Ron, um velho que perdera
a família e que vivia fechado na sua pequena casa. Ron era o oposto de “Alex”. Ron era um homem
que morrera por dentro, cujo dia-a-dia se resumia a uma rotina muito básica e pouco emocionante.
Tudo o que fazia tinha muito pouco sentimento e “Alex” era um rapaz energético, cheio de vida e
de ideias e de desejos prontos a serem satisfeitos. A sua filosofia chocava com a vida pacata de
Ron e sem família, “Alex” acabara por se tornar, no curto espaço de tempo que passara com ele, na
sua única família.
“Quando perdoas, amas. E quando amas, a luz de Deus ilumina-te”, dissera-lhe Ron. E “Alex” guardara
para si essas palavras queridas e profundas.
Quando finalmente chegou ao Alasca, a verdadeira jornada de “Alex” começou. O que ao início
pareceu simples, a longo prazo revelou-se complicado. A ausência de comunicação, de contacto
social, a dificuldade em arranjar alimento e os dias gélidos do Alasca, a longo prazo fizeram “Alex”
repensar na história que queria contar.
Nos seus últimos dias de vida, “Alex” agora não mais “Alex” mas sim Christopher, reflectiu no
verdadeiro significado da sua jornada. Tudo aquilo em que acreditara estava errado e não existiam
milagres ou verdades absolutas. Era verdade que nos tornamos dependentes do dinheiro e que ele
nos faz pessoas cautelosas e consumistas. Exageros são cometidos todos os dias e sem nos
apercebermos, desvalorizamos os pequenos pormenores da vida, assim como as mais pequenas e
belas coisas como a natureza. Sem se aperceber, tudo o que alcançara tinha sido conseguido a
partir das pessoas que conhecera. Tudo aquilo que queria provar perdera o seu significado, pois
não havia forma de provar algo que não podia ser negado. As sociedades tinham evoluído num
sentido e um único homem não lhes poderia fazer frente.
“A felicidade só é verdadeira/real quando é partilhada”, e na ausência de outras pessoas perdemos
a nossa humanidade. Christopher precisou de todas aquelas pessoas não só para atingir os seus
objectivos como para se “humanizar”. Ninguém consegue viver sozinho, mesmo que o deseje, pois a
solidão torna-nos amargos e, no caso da felicidade, toda aquela de que Christopher se pôde orgulhar,
foi vivida na companhia daqueles que se cruzaram na sua jornada. Sozinho achou que estava feliz,
mas a longo prazo se apercebeu que o que sentira era diferente.
“Society, I hope you’re not lonely without me...” (Sociedade, espero que não sintas a minha falta) –
no fim, Christopher não marcara a diferença e a sociedade não sofreu alterações com a sua morte,
mas sim, quem sentira falta da sociedade, ou mais
concretamente das pessoas que dela faziam Ano: 2007
parte, foi o próprio Christopher. Nos últimos País: EUA
momentos da sua vida, Christopher lembrou-se Género: Drama, Aventura
dos traumas que os seus pais lhe deixaram, e as
Realização: Sean Penn
palavras de Ron iluminaram-no. Se Christopher
tivesse perdoado os seus pais e, se tivesse Intérpretes: Emile Hisrsch, Marcia Gay
regressado para os seus braços, teriam eles Harden, William Hurt,Jena Malone, Catherine
“visto” o mesmo que ele viu? Keener, Vince Vaughn, Kristen Stewart

Paula Pereira, 11º LH2 Duração: 140 min.

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Gazeta, edição 6
Visitas guiadas com drama
Memorial do Convento e Frei Luís de Sousa pretendeu-se consolidar o estudo do texto dramático
e facultar aos alunos a sua recepção, possibilitando-
No dia 14 de Janeiro de 2010, os alunos do 12º ano, lhes, assim, a apreensão de todos os seus elementos
acompanhados das professoras Adelaide Vaz, Ana paralinguísticos.
Paula Ferrão, Ana Paula Vidigal, Cidália Gil, Cristina
Brejo e Paula Carvalho, realizaram uma visita de Ana Paula Ferrão
estudo a Mafra, no âmbito do estudo da obra de Cidália Gil
leitura obrigatória Memorial do Convento, de José Cristina Brejo
Saramago. Francisca Ramalho
Da parte da manhã, decorreu uma visita guiada ao Olívia Amador
Convento e Palácio de Mafra; enquanto da parte da
tarde teve lugar a representação de uma peça de
teatro, baseada no romance histórico homónimo.
Esta actividade teve como objectivo motivar os
alunos para o estudo da obra referida.
No dia 2 de Fevereiro,pelas 15.00 horas, foi a vez
de os alunos de Português de 11º e os alunos de
Literatura de 10º ano assistirem à representação
do drama romântico Frei Luís de Sousa, de ALmeida
Garrett.
Tratou-se de uma adaptação original dessa obra
garrettiana, pela Companhia do Teatro Itinerante
da Casa dos Afectos. Com esta actividade,
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Casa Fernando Pessoa:


um local emblemático a descobrir escritores, ateliers, exposições, numa
programação aliciante e variada.
Pessoa e as suas pessoas continuam a apaixonar Como curiosidade, é de referir que o local é,
estudiosos nacionais e estrangeiros, na ânsia de também, desde meados de Setembro, Casa-
conhecerem mais sobre aquele que definiu o poeta Poema, albergando a sua fachada, inúmeras
como «um fingidor». versões de uma só ode de Ricardo Reis.
Numa altura em que é consensual a importância da De acrescentar que este espaço dispõe de
protecção e valorização do seu espólio documental, visitas guiadas mediante marcação prévia,
em parte ainda inédito, recentemente considerado, estando a 2ª feira à tarde reservada para os
por decreto-lei, «tesouro nacional», impõe-se uma estabelecimentos de ensino distantes de
visita a um espaço onde se sente a presença de Lisboa. As entradas são gratuitas, tal como
escritor. Situada na Rua Coelho da Rocha, nº 16, no quaisquer actividades realizadas in loco.
bairro onde o poeta passou os últimos quinze anos É, sem dúvida, um lugar a conhecer. Até porque
da sua vida – Campo de Ourique –, em Lisboa, a Casa «Tudo vale a pena, se a alma não é pequena».
Fernando Pessoa foi inaugurada em Novembro de Ana Paula Ferrão
1993, sendo Inês Pedrosa a sua actual directora.
Dotada de diversas valências distribuídas por três
pisos, conta por exemplo, com um auditório, salas
de exposições, uma biblioteca consagrada à poesia,
e ainda com algum mobiliário e objectos que
pertenceram a Pessoa, entre os quais se contam a
própria cama e uma das suas máquinas de escrever.
Aqui se realizam conferências, encontros de

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Gazeta, edição 6
A palavra às vozes da rádio

OOs alunos de Acção


Social já estão ligados
ao seu estágio profis-
sional nas mais diver-
sas instituições de
Évora. Neste caso, a
Magda, Cátia e Inês já
estão on, no IPJ.
Se queres saber mais,
liga-te!

A palavra à poesia

Desespero? Solidão? Guardo tristezas no coração


O que será que eu fiz? Carrego a dor e a agonia
Trago todos no coração No meio desta imensidão
E sem eles vivo infeliz. Sem qualquer alegria.

Que destino tão cruel O amor carrega a dor


Destino esse que eu escolhi A alegria e as tristezas
Sem sofrer não sou fiel Sempre com a mesma cor
Do caminho que pedi. No meio de todas estas riquezas.

Deus fez-me assim A tristeza fez-me diferente


Dona de toda a tristeza Mais madura e confiante
O que será de mim Pois não me é indiferente
Com todas estas certezas? Viver neste mundo errante.

Um caminho a percorrer Ó meu triste coração


Algo para cumprir Tantas as penas que trago comigo
Cantar até morrer Canto a voz do coração
E assim vou conseguir. Para nunca estares perdido.

Ana L. , 11º ano

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Gazeta, edição 6
Temas da Ciência: filosoficamente falando
“A quem pertencem os nossos genes?” outros o peso que têm de suportar até ao fim dos
seus dias. Muitos preferem o silêncio e a ignorância,
Esta é uma questão bastante polémica e actual, que com medo do que possam enfrentar, outros colocam
merece sem dúvida, que seja opinada de vários pontos em causa o sigilo médico e os seus interesses,
de vista. nomeadamente para fins de investigação e pesquisa.
Primeiramente, os testes ou rastreios genéticos são Outras razões surgem, como a possível
um ponto de partida desta questão. Eles permitem a descriminação social e no trabalho; os elevados
análise do DNA, a partir de uma amostra de sangue. preços destes testes, etc.
Eles apresentam uma enorme abrangência, podendo Quer por uns motivos ou por outros, a polémica e o
prever doenças que se manifestam ou desenvolvem impasse dos testes genéticos andam no ar e só o
futuramente em pacientes sem sintomas, ou em futuro responderá a todos estes dilemas.
pacientes que já apresentam sintomas, permitem O património genético pertence a cada um de nós,
confirmar o diagnóstico. Porém, não existe “bela sem agora a questão de que possa ou não ser divulgado,
senão”; realmente estes testes são óptimos no que diz só a nós no compete.
respeito à detecção atempada de doenças, mas o que
acontece quando estas doenças ainda são pouco Diana Alvarenga,
conhecidas e a hipótese de tratamento é muito 12º CT2
reduzida? Será que vale a pena tomar conhecimento
destas doenças e posteriormente viver em estado de
culpa, ansiedade e diminuição de auto-estima? Estas
questões assombram a realização dos testes genéticos,
por uns considerados a salvação das suas vidas, para

Há mundos com vida extraterrestre?

À semelhança dos extremófilos terrestres, estes


seres são provavelmente bactérias microscópicas
ou seres um pouco maiores que conseguiram
desenvolver-se de uma maneira diferente.
Quando se fala em condições extremas fala-se em
frio, 250º graus negativos em Calisto por exemplo,
ou então a temperaturas superiores a 400º C que
se fazem sentir em Vénus, que é o planeta mais
quente do sistema solar. Também a ausência de
atmosfera, ou a presença de uma atmosfera muito
densa. A inexistência de água à superfície, os raios
Neste momento, não temos certezas acerca deste solares e todos estes factores impedem a
assunto. Há muitas especulações acerca da existência existência de vida à superfície de alguns planetas.
de extraterrestres mas, com base em dados O que não quer dizer que ela não possa existir um
científicos, não há existência de vida extraterrestre pouco mais em profundidade, como acontece em
provada cientificamente. alguns locais da Terra. Todos os dias, os
Há contudo, planetas que possam suportar a vida, como Astrobiólogos estudam novas possibilidades de
por exemplo Marte, algumas luas de Júpiter, como encaixar vida de acordo com a que temos aqui, na
Calisto, ou luas de Saturno como Titã e até mesmo em Terra. Mas, e se existirem seres com
Vénus, é possível estabelecerem-se formas de vida. características completamente diferentes das que
Mas não as formas de vida como vemos diariamente, conhecemos? E onde estarão? Provavelmente, nunca
muito menos seres com inteligência, ou parecidos a saberemos a respostas a essas questões…
nós, seres humanos. Os organismos vivos que talvez
existam nestes locais tão remotos são chamados Diogo Fortunato, 10ºCT1
extremófilos porque vivem em ambientes duros, com
muito poucas condições para o suporte da vida.

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Gazeta, edição 6
Sabias que...

Existem diversas espécies de animais hermafroditas, isto é, que


apresentam órgãos sexuais masculinos e femininos, produzindo os
dois tipos de gâmetas.
Estes seres vivos, como todos os outros, têm a necessidade de se
reproduzirem e para isso utilizam estratégias de reprodução
específicas para assegurarem o prolongamento da espécie.
A ténia é um ser hermafrodita simultâneo e utiliza como
estratégia de reprodução a auto-fecundação. Na espécie da ténia
não há machos ou fêmeas, e cada proglótide (cada segmento do
corpo das ténias; contém os órgãos reprodutores de ambos os
sexos) colabora com óvulos e com espermatozóides, ocorrendo então a fecundação no interior
de cada proglótide. Ocorre um fenómeno interessante em cada proglótide: o aparelho
reprodutor masculino forma-se antes do feminino. Após a fecundação, o aparelho desaparece
por completo, deixando todo o espaço no interior do proglótide para a formação e maturação dos
ovos.
A minhoca é um ser hermafrodita simultâneo e utiliza como estratégia de reprodução a
fecundação cruzada. Durante o acasalamento das minhocas, os poros masculinos de uma ficam
encostados nos receptáculos seminais da outra, permitindo a fecundação dos óvulos pelos
espermatozóides. No final as duas minhocas trocam os gâmetas masculinos e ambas ficam
fecundadas, ou seja, “grávidas”.
Os sargos são seres hermafroditas sequenciais incluídos no grupo dos protândricos (ausência de
fecundação, isto é, o novo indivíduo é gerado a partir de gâmetas sem existir fecundação). Os
sargos, quanto à reprodução, reúnem dentro si os órgãos reprodutores de ambos os sexos.
Os pargos são seres hermafroditas sequenciais incluídos no grupo dos protogínicos, ou seja, as
fêmeas mudam de sexo tornando-se machos. Este processo de hermafroditismo é mais comum
nos peixes, é usado para manter um número elevado de machos na população da espécie.

Joana Machado, 11ºCT2

O Buraco Negro
O que é um Buraco Negro?
Como se forma um Buraco Negro?
Um Buraco Negro é um lugar no Universo
Quando uma estrela com a massa dez vezes
com uma gravidade tão forte que tudo o que
superior à do sol está no fim da vida, passa pelas
entra já não sai. O Buraco Negro é, na maior
seguintes fases:
parte, vazio pois a massa dele concentra-se
1. Gasta todo o Combustível (Hélio e Carbono)
num ponto infinitamente denso – uma
na fusão Nuclear.
singularidade.
2. Implode devido à falta de energia porque o
combustível esgotou.
3. Devido à rapidez da implosão a estrela
concentra a energia até explodir numa
Supernova.
4. Quando a estrela gastar a energia toda na
Diogo Weigel,
explosão implode de novo, mas como já
gastou o combustível todo continua a 7ºA
implodir formando um Buraco Negro.
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Gazeta, edição 6
Cursos profissionais e a arte de representar
Muda de canal! “A peça era criativa, porque juntava a dança à
representação.”, Sónia Butes
Foi já no ano que passou, a 16 de Dezembro, mas nunca é “Gostei porque souberam mostrar e transmitir os
de mais recordar e escrever umas linhas sobre o assunto. problemas sociais de hoje em dia.”, Sara Patrício
Referimo-nos à performance efectuada pelo 2º ASC, “A violência doméstica foi representada por uma
intitulada Muda de Canal, criada e concebida como dança entre as vítimas e os agressores e a parte
trabalho final do módulo “Corpo e Gesto”, da disciplina das classes sociais foi numa paragem de
Área de Expressões. autocarros.”, Raquel Marcão
Para muitos daqueles alunos, este trabalho representou “A peça estava gira e interessante, porque mesmo
a estreia no mundo dos palcos ( o palco em questão foi o falando pouco, os alunos conseguiram mostrar as
da Escola dos Salesianos, numa simpática colaboração diferentes classes sociais e as suas diferenças”.,
da Direcção daquela escola, uma vez que a nossa escola Cátia Pãozinho
se vê a braços com as mudanças e as obras, aguardando
por melhores dias), perante um público muito especial
(pais, familiares, professores e colegas).
A peça, explorando essencialmente o gesto, a mímica e o
movimento, abordou temas como: a violência doméstica,
a crise, as desigualdades sociais.
Os colegas do 1º ASC, convidados especiais e
colaboradores na organização do evento, registaram as
suas opiniões na aula de Português:
“-… por vezes não podia deixar de me rir, com o que eles
faziam e diziam”, Vera Acácio
“… aquela peça era um relato do dia-a-dia.”, Susana Paulo
“Todo o trabalho que os nossos colegas tiveram, deu bons
frutos.”, Catarina
“… no final via-se que os alunos estavam com uma alegria
imensa de ter corrido tudo bem.”, Cátia Barros

16, pela Companhia Baal 17


Para além do Cendrev, outros grupos alentejanos
animam os palcos, aldeias, vilas e cidades deste nosso
Alentejo. “Baal 17”, Companhia Teatral de Serpa, é
um deles.
Deslocou-se a Évora, no dia 24 de Janeiro, para levar
a palco o espectáculo “16”, um texto que nasceu de
um trabalho realizado com adolescentes e sobre
adolescentes.
Depois da peça, o grupo dialogou de uma forma
original com o jovem público, levando-o a alterar o
fim, representando e pisando, claro, as velhas tábuas
da sala estúdio, no sotão do Garcia de Resende.
E para terminar em cheio, a estrela que contracenou
com o protagonista da peça foi a nossa Raquel
Marcão, do 1º ASC.
Houve quem dissessse que dominou bem a cena.

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Gazeta, edição 6
O Fim, de António Patrício
No passado dia 29 de Janeiro, o 2º ASC dirigiu-se ao Teatro
Garcia de Resende, em Évora, para assistir à peça O Fim.
Esta peça retrata o fim da monarquia e o regicídio. A rainha,
personagem principal da peça, apresenta uma grave demência
insolúvel. A acção decorre no espaço interior do Paço velho, asilo
da louca Rainha, com o universo exterior das ruas de uma Lisboa
em guerra.
O texto dramático O Fim foi publicado em 1909, um ano antes
da queda da Monarquia e é fortemente marcado pelo Simbolismo
e Expressionismo.
Este espectáculo do Cendrev foi encenado pelo actor Vitor
Zambujo. O espaço cénico revelou-se um elemento curioso, porque
leva os espectadores a imaginarem o espaço, uma vez que se
trata de um teatro simbolista.
A peça foi interpretada por Rui Nuno, Jorge Baião, Maria
Marrafa, Rosário Gonzaga e Álvaro Corte-Real, uma fascinante
galeria de actores com muito talento.
No final do espectáculo, o encenador deu-nos uma palavrinha,
esclarecendo-nos sobre a peça, as personagens e pudemos colocar
as questões que nos ocorreram. A peça e a conversa ajudaram-
nos a compreender melhor o que está por detrás de uma peça de
teatro.

Rita Matins, Ana Marcão, Catarina Roques, Sofia Aires

As obras completas de William Shakespeare em 97 minutos


Com o pretexto de visitar a obra do grande institua a moda dos guarda-chuvas dentro dos
dramaturgo inglês, William Shakespeare, e de recintos de espectáculo.
conhecer um pouco mais da arte da representação, Esta visita proporcionou ainda a oportunidade
os alunos do 1º e 2º ASC foram até Lisboa, no de uma espreitadela por dois dos monumentos
passado dia 24 de Fevereiro. Esta visita ocorreu teatrais da capital, o D. Maria II e o S. Carlos,
no âmbito das disciplinas de Área de Expressões que, a par com o nosso Garcia de Resende,
e Animação Sócio-cultural e teve como fim o constituem belos exemplares do chamado
visionamento da peça “As obras completas de teatro à italiana.
Wiliam Shakespeare em 97m.”, na sala estúdio As fotos ilustram a boa disposição do grupo,
Mário Viegas, situada no S. Luís. nota dominante em toda a viagem e visita.
Esta peça está em cena há 14 anos (!) e aborda 37
peças do Grande dramaturgo, de uma forma original
e com um humor muito ao estilo britânico e do
teatro de rua, sendo a interacção com o público
uma constante do espectáculo. Os alunos e os
professores acompanhantes que o digam, pois
chegaram a apanhar com um banho de água, o que
fará com que certamente o professor Cravo

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Gazeta, edição 6
Extermínio 2029, por Luís Camacho

(continua...)

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Gazeta, edição 6

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