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JUVENTUDE
Renascer
MARIANA
Neste mês, há uma data que merece a nossa atenção: 4 de Abril. É o dia de Páscoa e os
VICENTINA cristãos fazem memória da «páscoa» de Jesus, do mistério da Sua morte e ressurreição.
DE Para os discípulos de Jesus foi como que a experiência de um grande «big-bang», uma pode-
rosa explosão que iluminou as suas vidas e as suas histórias, um renascer que os transfor-
ALFERRAREDE mou com Jesus e os tornou capazes de viverem com uma nova esperança, uma nova certe-
za: a da Sua presença que enche de beleza e calor a vida!
Para nós, que somos Seus discípulos hoje, a
celebração da Páscoa evoca esse mistério que
está na origem da nossa fé e alimenta a nossa
esperança: purifica-nos os olhos para vermos
Nesta edição: a Sua presença e aquece-nos o coração para
nos levantarmos dos fracassos e das dificulda-
des do dia-a-dia – e continuarmos a amar e a
Mensagem do Padre
sorrir à Vida! Neste sentido, a Páscoa é a
Carlos para a Sema- 2
festa da eterna juventude da Igreja, é uma
na Santa
festa jovem por excelência.
A Vivência
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(Testemunho JMV) VISITE O NOSSO BLOGUE EM: http://www.jmvalferrarede.blogspot.com
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“Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, prenunciou a bênção, partiu-o e deu-o aos discípulos…” (Mt 26, 26)
As mãos de Jesus tornam-se fecundas…
Na medida em que tomam o pão, para abençoá-lo, partilhá-lo e parti-lo. Tomam
o que é importante para o fazer chegar a quem dele necessita. As mãos de Jesus
eram mãos que trabalhavam e que cuidavam, que protegiam e acariciavam, que
abraçavam e curavam.
Mas eram também mãos que se levantavam para protestar contra a injustiça.
Todos podemos ter mãos de artista, de artesão, de camponês, de médico, de
pedreiro, de mãe, de amigo. Mãos que ostentam o que cada um sabe fazer de
melhor e de mais espectacular, mas serão capazes essas mesmas mãos de ajudar
a carregar as cruzes, aliviar as cargas, aconchegar os rostos golpeados?
“Pilatos tomou um jarro com água e lavou as mãos diante do povo, dizen-
do: Não sou responsável pela morte deste justo. Julgai-o vós mes-
mos” (Mt 27, 24)
Mãos indiferentes…
Nestes dias muitas mãos se desentendem, se lavam, se fecham, se protegem para não
se gastarem e não se implicarem. Mãos de cristal, de porcelana, de areia, eternamen-
te imaculadas por não terem vivido nada. Mãos escandalizadas por uma verdade que
assusta. Mãos verdadeiramente mortas…
Serão estas as minhas mãos?
“Depois crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, para ver o que cada um
levaria”. (Mc 15, 24)
Mãos trespassadas…
Nestes dias confrontamo-nos com mãos trespassadas por cravos, por cansaços. Mãos que se
erguem ao céu numa súplica muda, hipócrita.
Mas confrontamo-nos com mãos que procuram algo com que saciar a fome dos filhos. Mãos que
não têm força para suster nada. Mãos que se apertam desesperadas, em gesto de impotência. Mãos
que tentam ocultar os soluços quando não se pode mais. Mãos feridas, chagadas, atravessadas por
cravos invisíveis. Mãos esposadas com cadeias de ódio, de exclusão, de recusa. Mãos que golpeiam,
com desespero portas fechadas. Mãos muito abertas, esperando ser acolhidas. Mãos já inertes de
pura derrota…
E as minhas…???
Que eu saiba olhar as minhas mãos… e colocá-las na mão do meu
Senhor!
Pesquisando na Net…
“Acolhe a vida, deixa Deus entrar. Ele é o caminho, deixa-te guiar. Não
tenhas medo, a vida só quer que tu sejas feliz.”
António Clemente
– Presidente
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PROPRIEDADE
A Vivência...
DA Testemunho de um jovem JMV
JUVENTUDE No nosso movimento procuramos responder ao apelo
MARIANA de Nª Srª a Catarina de Labouré, crescendo e solidifi-
cando bases e valores na Fé de acordo com os nossos
VICENTINA
Carismas. Mas, apesar da JMV dar resposta a muitas
DE das nossas perguntas e necessidades, nem sempre nos
ALFERRAREDE preenche por completo. Este foi um sentimento que eu
tive e portanto fui procurar outras fontes no sentido de
me enriquecer pessoalmente e poder ser testemunho
FICHA TÉCNICA dessas experiências na nossa associação: a JMV.
Neste sentido procurei desde cedo descobrir o que significava CARIDADE e SERVIÇO. De facto podemos ser
testemunho de Deus de muitas formas e em infinitos contextos, mas decidi investir uma grande parte do
REDACÇÃO meu coração à MISSÃO.
Sofia Aparício É interessante que até hoje só experimentei um Campo de Missão organizado pela JMV e já foi há muitos
João Paulo Pedro anos. Terá sido muito provavelmente em 1999 no Pousal (Mafra) com doentes/deficientes mentais e físicos.
Apesar de ter ficado comprometido e fidelizado à missão por ter sido uma experiência muito enriquecedora,
COORDENAÇÃO E senti que ali não encontrava respostas a todas as minhas necessidades como missionário e voluntário.
Em 2001 realizei uma Missão Popular em Nisa, onde encontrei uma forma muito diferente, mas igualmente
COMPOSIÇÃO importante de ser Missionário, Evangelizador de Deus. As Missões Populares organizadas por pessoas da
António Clemente Família Vicentina, integram habitualmente pessoas dos diversos ramos da Família, como elementos da Con-
gregação da Missão (Padres Vicentinos), Filhas da Caridade, Colaboradores de Missão, entre outros. Infeliz-
mente, que eu tenha conhecimento, não têm participado elementos da JMV, o que não impede cada um de
COLABORADORES vós poder integrar uma equipa.
Restantes elementos do Quando participei naquela Missão Popular senti que fazia todo o sentido estar ali. Era um JMV de 18 anos,
grupo JMV de aparentemente com muito pouco para dar. Reconheço que recebi e aprendi imenso. Foi uma experiência
Alferrarede memorável, mas também sinto que a minha presença marcou positivamente aquela comunidade. Porque
estaria ali aquele jovem duas semanas quando poderia estar a fazer outras coisas? Porque estaria ele ali
quando poderia estar com os seus amigos? Senti que poderia ser exemplo e motivação para outros jovens…
Se eu sou Igreja, porque não poderão outros jovens sê-lo também?
Nesse mesmo ano participei no meu 1º Projecto Irmão (P.I.). Sendo uma iniciativa de S.S.V.Paulo para qual-
quer jovem que quisesse ter experiência de Missão/Voluntariado, quis arriscar e conhecer este Projecto.
Outras pessoas do meu grupo (Paialvo) já tinham feito essa experiência, pelo que desde os meus 16 anos
me sentia motivado a participar. Contavam coisas Fantásticas do P.I. e também queria experimentar e Sentir
Deus assim…
Para que houvesse uma Responsabilidade mais adequada à exigência do P.I. só era permitida a participação
de jovens com 18 ou mais anos de idade.
Pela primeira vez tive uma formação muito específica para os campos de missão designados pelo projecto.
Só poderíamos participar caso frequentássemos os dois fins-de-semana de formação na casa Vilar, no Porto,
com formadores de reconhecimento social.
Após uma avaliação por parte da organização, com uma entrevista (informal) éramos seleccionados de
acordo com o nosso perfil e integrados numa equipa e campo de missão adequados à nossa personalidade.
A equipa que integrávamos era designada naquele contexto como “Família”. Tudo o que fazíamos era em
Família por um período de duas semanas.
Durante quatro anos realizei P.I. em diversos locais, com diferentes pessoas e dando resposta a varias neces-
Pode contactar-nos através sidades, desde servir idosos a participar com crianças institucionalizadas.
do e-mail: Todos os anos ansiava pela próxima Família e pelo próximo P.I. pois todos nos sentíamos muito bem no que
jmv.alferrarede@gmail.com fazíamos. Principalmente porque quase todos éramos Vicentinos e “partilhávamos objectivos em comum”.
Foi provavelmente em P.I. que mais intensamente senti Deus na minha Vida e em Mim. Há sentimentos
inexplicáveis. “Esses, vivem-se e sentem-se!” Foi assim, de uma forma transcendente que senti Deus. Que
mais poderia ser senão Deus?
Estes anos de experiência em JMV, de serviço na comunidade, em Voluntariado e em Missão tinham ainda
outro objectivo: preparar-me para Missão Ad’Gentes. Tinha o sonho de ir além fronteiras, ser testemunho de
Deus Vivo e prestar serviços de saúde (como enfermeiro). E esse objectivo ainda não está concretizado…
Parece-me importante referir que não devemos ficar fechados na nossa Associação (apesar de já darmos
resposta a muitos âmbitos), a aguardar que as coisas venham ter connosco.
Temos de ser um Movimento em movimento. É urgente mostrarmos de que “material” somos feitos, que
não temos preconceitos e que temos a humildade de reconhecer a nossa pobreza.
Desejo que a missão também vos toque o coração. Deixo-vos as minhas palavras para que possam ser a
vossa inspiração.
Ricardo Ferreira
(Grupo JMV de Paialvo)