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SEXTA-FEIRA
I. NINGUÉM TEM MAIOR AMOR do que aquele que dá a vida pelos seus
amigos. Vós sois meus amigos [...]. Já não vos chamo servos [...], mas
chamei-vos amigos1, diz-nos o Senhor no Evangelho da Missa.
Jesus Cristo é o Amigo que nunca atraiçoa7; quando vamos vê-lo, falar-lhe,
está sempre disponível, dá-nos as boas-vindas sempre com o mesmo calor,
ainda que nos veja frios ou distraídos. Ele ajuda sempre, anima sempre,
consola em qualquer ocasião.
II. A AMIZADE COM O SENHOR, que nasce e cresce pela oração e pela
digna recepção dos sacramentos, faz-nos entender melhor o significado da
amizade humana, que a Sagrada Escritura qualifica como um tesouro: Um
amigo fiel é uma protecção poderosa; quem o achou descobriu um tesouro.
Nada é comparável a um amigo fiel; seu preço é incalculável8.
Compreende-se bem que o trato diário e a amizade com Jesus Cristo nos
aumentem a capacidade de ter amigos, pois fomentam em nós uma atitude
aberta: a oração afina a alma e torna-a especialmente apta para compreender
os outros, aumenta a generosidade, o optimismo, a cordialidade na
convivência, a gratidão..., e essas virtudes facilitam ao cristão o caminho da
amizade.
O bom amigo não desaparece nas dificuldades, não atraiçoa; nunca fala
mal do amigo nem permite que, quando ausente, seja criticado, porque toma
a sua defesa. Amizade é sinceridade, confiança, compartilhar penas e
alegrias, animar, consolar, ajudar com o exemplo.
O Senhor deseja que tenhamos muitos amigos porque o seu amor pelos
homens é infinito e a nossa amizade é um instrumento para chegar a eles.
Quantas pessoas com quem estamos em contacto todos os dias esperam,
mesmo sem o perceberem, que lhes chegue a luz de Cristo! Que alegria de
cada vez que um amigo nosso se torna amigo do Amigo!
(1) Jo 15, 13-15; (2) Jo 13, 14; (3) Jo 11, 3; (4) Jo 21, 16; (5) São Josemaría Escrivá, É Cristo
que passa, n. 116; (6) Mt 11, 28; (7) cfr. São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 88; (8) Eclo 6,
14; (9) Josemaría Escrivá, Carta, 11-III-1940, citado por J. Cardona, em Gran Enciclopedia,
Rialp, voz Amistad II; (10) cfr. São Tomás, Suma Teológica, 2-2, q. 23, a. 1; (11) cfr. Beato
Elredo, Trat. sobre la amistad espiritual, 3; (12) São Tomás, Suma Teológica, 2-2, q. 28, a. 1;
(13) Paulo VI, Alocução, 26-VII-1978; (14) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 973; (15) At
10, 38.