1) O documento discute vários conceitos relacionados à análise do discurso e construção de sentidos, incluindo coerência, percursos gerativos de sentido, efeitos de sentido, heterogeneidade discursiva e descentramento do sujeito.
2) Aborda como os sentidos são historicamente construídos e podem ser deslocados em diferentes contextos, citando exemplos de provérbios.
3) Discorre sobre a relação entre texto e discurso, e como a análise do discurso envolve considerar o texto em relação a outros textos
1) O documento discute vários conceitos relacionados à análise do discurso e construção de sentidos, incluindo coerência, percursos gerativos de sentido, efeitos de sentido, heterogeneidade discursiva e descentramento do sujeito.
2) Aborda como os sentidos são historicamente construídos e podem ser deslocados em diferentes contextos, citando exemplos de provérbios.
3) Discorre sobre a relação entre texto e discurso, e como a análise do discurso envolve considerar o texto em relação a outros textos
1) O documento discute vários conceitos relacionados à análise do discurso e construção de sentidos, incluindo coerência, percursos gerativos de sentido, efeitos de sentido, heterogeneidade discursiva e descentramento do sujeito.
2) Aborda como os sentidos são historicamente construídos e podem ser deslocados em diferentes contextos, citando exemplos de provérbios.
3) Discorre sobre a relação entre texto e discurso, e como a análise do discurso envolve considerar o texto em relação a outros textos
Lingustica textual: destaca o processo de construo dos sentidos no
texto a partir dos funcionamentos de coeso e de coerncia. Anlise
semitica do discurso: prevalece o percurso gerativo dos sentidos ( o nvel fundamental, o narrativo e o discursivo). Pragmtica : a pragmtica americana relativiza a noo de verdade universal, frente a contextos de uso. - Teoria dos atos de fala remete a significao produo de atos de fala por um falante intencional que produz aes e sentidos no uso da linguagem. A semntica enunciativo-argumentativa v o sentido construdo na estrutura da lngua, pelos processos de enunciao, argumentao, dialogismo e polifonia. Foucault (1997)particulariza as verdades, sentidos, ou cada verdade, sentido, nas suas relaes de produo, efetivao e constituio. -A verdade no ou est (n)isso ou (n)aquilo desde sempre e para sempre, mas foi e continuar sendo produzida e efetivada a partir de jogos de relaes sociais, polticas, jurdicas, religiosas e histricas permeadas pelo poder. Efeitos de sentido e possibilidades de significao. -Efeitos de sentido: diferentes possibilidades de significao que - um mesmo enunciado pode assumir de acordo com a formao discursiva na qual est inscrito e (re)produzido. Anlise do discurso: sentido, memria e histria. -Pcheux define discurso como efeito de sentido entre os interlocutores. -Na anlise do discurso, sentido, memria e histria se intrincam no funcionamento discursivo. -A linguagem linguagem porque faz sentido. E a linguagem s faz sentido porque se inscreve na histria -(ORLANDI, 2007a, p. 25). Conceitos: transparncia e opacidade. - A noo de transparncia da linguagem uma iluso e est ligada tradio lingustica, que priorizava a informao - Para a Anlise do Discurso, o sentido e a verdade no esto relacionados informao, mas a um processo material de construo scio-histrico por meio das prticas discursivas. Conceitos: parfrase e polissemia. No processo de constituio dos sentidos na linguagem, se distinguem produtividade e criatividade. Parfrase : (reproduo variada do mesmo, produtividade). Polissemia: (o diferente, a criatividade, o deslocamento, o movimento dos sentidos). Conceitos: sentido e incompletude. A incompletude movimento, deslocamento e ruptura uma condio para a linguagem fazer sentido. Os sentidos devem ser encarados como percursos simblicos e histricos, no acabados, porque esto sempre se deslocando, se ressignificando. Sentido literal e efeito discursivo. O sentido literal um efeito discursivo. O que h um sentido dominante, que se institucionaliza como
produto da histria e tomado como literal. A institucionalizao de um
sentido dominante lhe atribui o prestgio da legitimidade, mas em muitos funcionamentos, vemos que as possibilidades de deslocamento, ruptura e ressignificao dos sentidos so mltiplas e ilimitadas. Sentido Literal e Efeito Discursivo (Exemplo). - A palavra lixo em nossa cultura, por exemplo, circula nos dicionrios, nas gramticas, nos manuais de lngua descrita como aquilo que se deve jogar fora. - Entretanto, para um nmero considervel de pessoas em nossa sociedade, a palavra lixo remete imediatamente prtica social de recolher esse material para reciclagem. Histria dos sentidos: provrbios. - Os provrbios so um excelente exemplo de certos sentidos historicamente cristalizados (sentido dominante) que esto passveis de mobilizao, subverso, deslocamentos, ruptura. Bom conselho ( Chico Buarque). 1- Oua um bom conselho 2- Que eu lhe dou de graa 3- Intil dormir que a dor no passa 4- Espere sentado 5- Ou voc se cansa 6- Est provado, quem espera nunca alcana. 7-Oua um bom conselho 8- Que eu lhe dou de graa 9- Intil dormir que a dor no passa 10- Espere sentado 11- Ou voc se cansa 12- Est provado, quem espera nunca alcana 13-Corro atrs do tempo 14- Vim de no sei onde 15Devagar que no se vai longe 16- Eu semeio o vento 17- Na minha cidade 18- Vou pra rua e bebo a tempestade. Alguns provrbios originais recuperados. Veja que, na cano, possvel recuperar alguns provrbios populares: 1-Quem espera sempre alcana = Est provado, quem espera nunca alcana. 2- Quem brinca com fogo, se queima = Brinque com meu fogo/Venha se queimar. 3-Faa o que eu digo, mas no faa o que eu fao= Faa como eu digo/Faa como eu fao. 4- Pense antes de agir = Aja duas vezes antes de pensar. 5. Devagar se vai ao longe = Devagar que no se vai longe. 6. Quem semeia vento, colhe tempestade = Eu semeio o vento/Na minha cidade/Vou pra rua e bebo a tempestade. O mesmo enunciado em diferentes contextos. dando que se recebe dito por um poltico corrupto (o sentido direciona-se na linha da troca ilcita de favores polticos como propina, nepotismo).
dando que se recebe dito por um padre (o sentido direciona-se
na linha da caridade, do amor ao mais pobre e da expectativa pelo reconhecimento). Texto e Discurso. O texto a porta de entrada para o discurso: atravs da materialidade do texto que se entra na materialidade discursiva. Texto (iluso de unidade) e Discurso (disperso). O texto a iluso de unidade: precisa ter incio, meio e fim, estando ancorado em quem assume a responsabilidade por aquele dizer (o autor). O discurso disperso entre as vrias formaes discursivas: no tem incio nem fim, pois todo dizer relaciona-se a um j dito e instvel do ponto de vista de que est sempre deriva de ser. O texto e sua relao com o discurso. O texto, quando tomado em sua relao com o discurso, apresenta condio de incompletude, deixa de ser uma unidade fechada, portanto: o texto ser considerado em relao com outros textos; O texto deve ser observado com suas condies de produo e com sua exterioridade constitutiva (o interdiscurso, a memria do dizer). Heterogeneidade discursiva (dialogia e polifonia). essas relaes podem ser verificadas por meio da noo de heterogeneidade discursiva, aspecto fundamental para a anlise do texto. A noo de heterogeneidade discursiva est intimamente ligada condio dialgica e polifnica da linguagem (vrias vozes), teorizada inicialmente por M. Bakhtin e posteriormente por O. Ducrot. Sujeito descentrado. Ao lado dessas noes de heterogeneidade, dialogismo e polifonia, existe a noo de alteridade, termo destacado por Lacan para explicitar a dualidade do sujeito. A alteridade est associada s produes formuladas a respeito da funo do Eu e os conceitos do outro Tal noo tem a ver com o sujeito descentrado: um mesmo sujeito sendo, efetivamente, outro. Relao entre os discursos. a heterogeneidade discursiva, este um termo utilizado na anlise do discurso, principalmente pela autora AuthierRevuz (1990), para destacar que todo discurso atravessado por outros discursos ou pelo discurso do outro. Esses diferentes discursos mantm entre si relaes de continuao ou complementao, contradio, de dominao, de confronto. Dois tipos de heterogeneidade. Authier - Revuz distingue ainda dois tipos de heterogeneidade discursiva: 1.a heterogeneidade constitutiva do
discurso que esgota a possibilidade de captar linguisticamente a presena
do outro no um. 2. a heterogeneidade mostrada no discurso - que indica a presena do outro no discurso do locutor). Heterogeneidade mostrada. A heterogeneidade mostrada dividese ainda em duas outras modalidades: 1. a marcada, da ordem da enunciao e visvel na materialidade lingustica; 2. a no marcada, da ordem do discurso e no provida de visibilidade. Heterogeneidade do texto. O texto heterogneo: 1. quanto natureza dos diferentes materiais simblicos imagem, grafia, som etc.; 2. quanto natureza das linguagens oral, escrita, cientfica, literria, narrativa, descritiva etc.; 3. quanto s posies do sujeito padre, jornalista, poltico, consumidor, aluno, filho etc.; 4. quanto natureza das formaes discursivas religiosa, miditica, poltico-parlamentar, mercadolgica, pedaggica, familiar etc. mbitos da heterogeneidade (provrbios machistas). Provrbios machistas: Mulher tem de esquentar a barriga no fogo e esfriar no tanque; Nem todas as mulheres gostam de apanhar, s as normais; Mulher igual a bolinha de borracha: quanto mais forte voc joga ela contra a parede, mais rpido ela volta para voc;