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"AS VITIMAS DO DESEJO":OS TRIBUNAIS CARIOCAS E A HOMOSSEXUALIDADE NOS ANOS 1980° Sérgio Carrara Avian R 8. Vianna! JLINTRODUGAO Para alguns pesquisadores, o Brasil deve ser censiderado “o campeio ‘mundial de assassinatos de homossexuais” (More 2000; Mott & Cerqueira, 2001) e esse tipo de violéncia tem ocupado cada ver Inais o centro das atengées do movimento homossexual organizado (Lari 2001; Facchini 2002; Cémara 2002). Aos poucos, os pode- tes piiblicos tém se sensbilizado para a queso c, em alguns esta- dos brasileiros, emergem experimentalmente politicas especias de Seguranca voltadas para gay, Iésbicase transgineros. Porém, as pes- quisas brasileias nessa rea ainda so poueas ¢ praticamente todos 0s dados sobre os quais se baseiam as aterradorasestaisticas sobre assassinatos de homossexuais no pafs provém de noticias de jornal. ‘Além disso, nada se sabe sobre como os aparaes policiaise judiciais teagem a esse tipo de violencia. O presente trabalho procura, por- munca sprentns 2 XYEncoato Nicol dt ANPOCS,ob!2001, esr dons de Medina Sc da UER corded Cee Lanoasian em Sern Dirt HamsnesMSIUER) 1 Pore ds PPCAST Maes Naso UR Bi pre eels pt entire bre vty ehomoca ne Rod iro Insets ple de ution rocesso, depois de lembrar os depoimentos dos portciros ates tando que “..0 senhor DLB é tido no prédio como pedersta © ue 0 ‘mesmo sempre levaua visitas masculinas ao apartamento’, 0 advoyalo acrescenta: “Caracterizado etd 0 comportamento da vitima que so que se observa ndo era des mais aprecidves em razio de seus hdbitos sui {generis que culminaram com sua morte” (Idem, grifo nosso). ‘Como, também aqui, juzes © promotores se mostrassci inven ‘eis a esse tipo de argumentagio, condenando os acusados, fone cessrio apelar para instincia superior, frente & qual o defensor pro curou, igualmente sem sucesio, demonstear que a autoria do ci no era certa ‘Argumentagio semelhante € utilizada com mais sucesso na del sade um rapaz que, aos 18 anos, foi julgado pela morte do profesor de inglés AWB. O fato de a vitima ser um professor seré utiizalo pea defesa como meio de tornar seu comportamento sexl ina mais condendvel. Negando a posibilidade de se determin mente a autoria do crime, escreve 0 advogado: Nasce 0 inguérito no dia 1310311981. Um homem de vila anormal, ireegulas, incompativel até mesmo pare «sus profissio de edueador e para a sua melaridade cerca de 10) anos, & brucabmente asassinado dentro de seu spartamenta Apartamento fegientade por um niimero infinito de joven ¢ SALAD AMEE: COMMENCES ETRONTNAS «tdolxcentes (13 anos de idade) que para ali eram atraides quer ‘pelo desregramento de mocidade hodierna, inféliemente superf- ‘ial, inconseqitente, quer para a pritca do sexo andmalo de ‘que tinha necessidade 0 profesor AWB (Proc. 35.702/81, grifos nossos). Diferentemente dos casos acima citados,o juz acataré as razdes dda defess, concluindo pela impossibilidade de certificar-se quanto & autoria do crime, © caso € bastante significative uma vez. que a absolvigio contrast fortemente com a confisio extensa e detalhada do crime que o réu fer & policia. Segundo disse entio, agenciava “jovens” para manterem relagBes sexuais com a vitima e a teria mata- do com um deles. Como em virios outros casos, frente & justiga, © acusado diré que confessou sob tortura. Depois de exibie repulsa fiente a0 crime, pois tratava-se, segundo diz, “de fato gravitsimo: a ‘morte de umm bomen, em circunstancias morale mateialmente horrpi- lanes repubsvas” (Idem), o juie-duvida de autora, referindo-se 20 fato de nio ter ficado provada a subtragio de qualquer bem ¢ fazen- do mengio a0 comportamento “promiscuo da vitima’ Triste a vida da vitima, Horrenda a sua more [...] Finalmente, nko estamos aqui para julgar os moras. Basa-nos a expinbose tarefa de julgamento dor vis. A prdpta vitima, porém, na promiscuidade da vida que levava, em muito contribuiu para dificultar a efetiva apuragio da autoria de sua morte (Idem, srifo nosso). Quer para demonstrar que a vitima foi cesponsivel pelo seu des- tino, quer para questionar a autoria do crime, avaliagSes sobre com- portamento sexual aparecem sobretudo no discurso de alguns advo- gados ¢ defensores. Sua eficicia no sentido da absolvigio é, entee- tanto, muito relativa, sendo os exemplos de recusa por parte dos jules dese tipo de argumentagio mui accitagio. De fato, tanto na argumentagio de jufzes quanto na dos ‘promorores, aparecerd uma representagio rruito singular, construfda ‘em torno da idéia de a homossexualidade ser uma espécie de “fra- mils comuns de que os de (Sa na — ‘queza sexual” ou “moral”. Embora condendvel, mediante a idén de “jaquera’, a homossexualidade aparece muito mais freqientemente tmedicalzada, como “doenga” ou “perversio", endo que, s€ ni0 i) «em todos os casos o poder de agravar a culpa dos réus,nio é, ent tanto, suficiente para inocenté-los. (Os dados que apontam para 0 impacto contraditério que a ho smossexualidade (leia-se, passividade sexual da vitima) pode ter 1 avaliagio do erime aparecem claramente nos autos reerentes 20 4s ssssinato do ministo aposentado FGP. Nos termos da promotota avitima aparece como “velo ¢ rico pederasta passivo que mont i curtindo sua dramiticaeoprobriosadegenerescencia éico-sexual” (Vw 48.861/85, grifos nossos). Estranhamente, cextremamente negativa ¢ estigmatizante da orientagio sexual dt vi ‘ima nio impediu que o promoror pedisse a condenagio dos 1 que foram efetivamente condenados a penas de 20 ¢ 25 anos de prisio em regime fechado." Ao que parece, ‘umento de FGP como uma “degencreseéncia", 0 promotor utilizava ‘© termo em seu sentido mais eéenico © preciso, ou scja, como pro cxsso patolégico que determinaria o comportamento desviante de aiguns individuos (Carrara, 1998). FGP seria entéo um “degeners do”, um quase-doente, tornando 0 crime que o vitimou aincla mais hediondo. Essa representagio da homossexualidade pode set confi mada pelos dados oriundos de outros processos. ‘Como vimos, os advogados dos réus acusados de assassinar 0 «9 tatitico OC procuraram demonstrar a responsabilidade da vi en sua prépria morte. Porém, reconhecendo que a vitima sussfezer sua libido, promovia em sua casa bacanais, contrasando pe) seas de aluguel” Proc. 98.657185), a acusasio nio deixou de pedi 4 cenndenagio. E, no corpo da sentenga, proferida apenas passado ano desde o crime, 0 juiz que analisa 0 caso no aecita 0 argument «ch defesa nos termos em que € colocado pelos advogados jorém, essa avaliagho classficar 0 compoi # Noe goon ht pm ls enn eben em ai, Spd (Cg eal de 1940, stave pre com pr qr de 1+ 3 dels ny Procuram as defisas denegrir a pesoa de vitima, flando de suas extravagincias ou anomalias sexuai. Por piors que fosem os antecedents da vitima, ¢ esta era ums pesoa de boa indole e respeitdvel por sua conduta aparente ¢ excelente profsional, como ficou evidenciado, a despeito das inomalias jé menciona: das, no justficariam 0 hediondo crime de que fo rujeto pasivo (dem, grifos nosso). FE certo que, ao sentenciar os trés réus nfo & pena maxima previs- ta para tas crimes, masa 16 anos de reclasio em regime fechado, 0 juiz 0 fer levando também em considerazio 0 “comportamento da vitima’, Na apelagio, os tribunais superiores manteriam a sentenga, considerando “cinicas” as alegagées da defesa. O mais interessante aqui € notar a extraordindria pregnancia das teorias biomédicas so- bre a homossexualidade, revelada no fato de o juiz considerar a ho- ‘mossexualidade uma “anomala’, ou seja, uma caracteistca inata, uma “degenerescéncia", como também foi considerado 0 comporta- ‘mento de FGP Se, no caso do assassinato do estatstico OC, a homossexualida- de da vitima implicou em certo abrandamento da pena, em virios outros isso nio ocorreu. Vejamos, por exemplo, a documentagio contida nos autos reerentes & morte de DLB, cuja defesa dos eéus tentava se apoiar na impossbilidade de :ertficar a autoria do erie ime, dado que a vitima recebia inimetos “rapazes” em sua casa Opondo-se 3 defesa, 0 juiz reconstrdi éramaticamente a cena da “orgia moral” que, segundo suas palaveas teria ocortido no apartac ‘mento da vitima, antes de ela ser amorcagada, manietada e dego- Jada com uma faca de pio. Atesta, baseido nos laudos, que DLB teria mesmo “mantido com um dos acusados relasies diversas da con- Jungao carnal” (lease, foi passive em uma relagio de sexo anal) Para ele, o crime teria sido conseqincic do destegramento sexual ‘que engloba tanto o comportamento da vitima como 0 dos acusa- dos. Parece, porém, que 0 juiz considera DLB duplamente vitima: do crime ¢ dos excessos sexuais que acakaram por anular sua von- tade, seu livee-arbitrio, enteegando-o a seus algozes sa mE, ate proceso demonstra uma verigem de sangue. Mostra até que ponto as aberraies sexuais loam os homens. Tais abernasies leuam, constante e reiteradamente, ao crime. O excesso desse amor mutila, obscurece e esfurrapa a vontade dos homens. Os excess secuaisdeprimem e amarrotam a sensibilidade do homem Proc. 14410/81, grifos nosso). Os réus foram assim condenados a 15 anos de reclusio , ainda, atiés anos de medida de seguranga, ‘fice, segundo escreve o ju, periculsidade dos acusado, que tive a oportunidade de verficar por ‘caido da instrugio criminal, bem como a revelagdo de torpeza, perv so, eupider ¢insensibilidade moral” (Idem). Apelada, a sen ‘mantida pelo Tribunal de Justiga e, em suas contra-razées, 0 promo tor ainda considera que “aio chega a ser severa a pena splicads. O crime por demais nefando, torpe, executado deforma cruel, merecia maior _purigio, entresanto,o lustre magistrado aplcou a Le. E bem... "(\er) ‘Ao manter a sentenga apelada, 0 procurador-telator, mesmo stig masizando-o por sua homossexualidade, solidariza-se com DIB: “A pobre vtima, pederasta passivo, deve ter pasado momentos terive ‘asustadores na midos dos dois fcinaras. No seu desespero ¢ ao morre, espe foze pelo quarto todo" Idem, gifo nosso), Como se vé, a ‘pederasta”é freqiientemente incorporada no seh tide de vitimizar ainda mais algumas das vitimas. Esse processo ¢ pereptivel nos autos referentes ao jé citado assassinato de UCC, O acusado, que ainda nfo haviaatingido a maioridade, teria sido agen ciado por seu comparsa para manter relagio sexual com a vitima, | promotoria, em sua acusagio, referindo-se a0 agenciador, screw nga serd Do exame minucioso de toda prova produsida, emerge de forma Induvidosa gue 0 autor do crime revesin-se de premedita, certo no pela primeira vez ¢ 0 dolo pontilha a conduts ‘elitiva, aliciando e ministrando conhecimentos peda tinmineses «menor canton, corronspendlolie a integridade sexual e moral ¢ assegurando através de comparsas & consecu ta catarse da lascivia de outrem leia-se, da vitima) ¢ ds sriminalidade ainda (Proc. 6665189), stunucesases: congo PROATENAS ‘Também aqui, 2 “lasivia” da vtima nio impede que a acusagio pega a condenagio, Desconsiderando 0 fato de 0 acusado ser réu primitio, 0 juiz de fato o id sentenciar a 18 anos de reclusio, con- siderando a sua “reprovdvel conduta social, sua distonida personalida- dle, retratada pela vida devasa que leva, ageavada pelo fato de asaltar ‘5 seus parceiros de orgias homossexuais..” (Idem, grifo nosso). Além disso, o juz resalta as condigbes em que o crime foi pratica- do, "..quando 0 acusado, aproveitando-se ds fraqueza moral da viti- ‘ma, levou ao seu encontro um menor que oausilion na pritica do delito Adem, grit n0ss0). A apelagio seré negada por unanimidade. Finalmente, nos autos que investigaram o assassinato de PVM, © ji inspitado na Lei de Crimes Hediondos de 1990, condenaré © réu a 22 anos de reclusio. Na sentenca, diz que ‘exsurgin inducidosamente que avitina er fnanceiramenteexplorada pelo acu- sado, 0 qual veio a maté-la roubando seus pertencese procurando pos- tergar 0 encontro do corpo” (Proc. 7117/90). No processo relative 420 assassinato do diretor de teatro LAMC 20 julgar o réu, caracte- tizado pela acusagio como individuo que apresentava “um compor- samento desajustado fundamentado em uma opsdo pelo rufianismo opresiio« exterminia de homorsesuais” (Proc. 16610187), 0 ju sificard o ctime como “bitbaro”, “covarde”, “quadro bestia, além de cextremamente humithante e atentatirio da dignidade da pessoa bu- ‘mana” (Idem) Porém, por falta de provas, absolve o ré, que seri posteriormente condenado, em apelagio, a 20 anos de reclusio. Nas razdes da apelagio, referindo-se a0 ré0, © Ministétio Piiblico cescreve que “resulta nitidoo su cotidiano cortao com sodomitas, sem dhivida para explorar-thes Financeitamente & fraqueza” ( Idem, gr- fo nosso) Assim, a idéia aqui éa de que algumas vikimas, sexualmente pas- sivas em relagio a seus algozes, sio antes de mais nada “vitimas” ‘de seu descjo sexual, que aparece simultaneamente como “degeneres ‘cincia’, “anomali’,¢ principalmente “fraquezs’ E interessante per “ceber como em contextos muito precios, como nos instaurados pelos times de lucro, © processo de estigmatizgéo da homossexualidade orpora uma concepeio patologizante que, 20 invés de determinar clas. a impunidade de acusados ¢ réus, acaba_na maior parte dos caso implicando © agravamento de sua culp2." 4. CONSIDERACOES FINAIS Da anilise dos dados coletados pode-se perceber, de um lado, ccomplexidade das diferentes situagbes que se recobrem sob a rubri ede outro, a recorréncia de cer ca “‘violéncia contra homossexuas tar convengées, procedimentos ¢ avaliagbes quando mossexual ow assim parece aos agentes da ordem e aos da le ‘A complexidade pode ser mais bem compreendida \« contextualizada no campo social mais amplo em que se insee. Una categoria sécio-sexual — a de homossexual ou homossexualidade fer com que determinados dados emergissem dos arquivos da pol cia da justga para serem considerados aqui em conjunto. Use canjunto é entrctanto, eanspassada por outras hierarquias livay sociais que fazem com que a figuta do homossexual se desdobve piojerando de si sombras ou imagens diferentes. E delas que 1a remos nesas concusoes provissrias Comecemos pelos “melancélicas” ¢ “tistes é ho. solitdiog “pederastas passivos", crancados em seus apartamentos ei Copacabana ou na Lape, vsimas do préprio deseo, que paras rn linarprecisam de um parcio sexvalmente “tivo”. E tal deseo ot necesidade, su “anomais", que os leva ~ como diz um juiz em tam quase compungido, 20 tratar de um dos nosts casos ~ 4 ervolver com gente de “mi-catadur”,“gartos de programs”, “w pes ingrator’,“xploradores’ “rife. Privarn sua intima vo tatranhos que acabam por mattlos¢ roubélo. dade sexual” que 04 ‘Aos olhos de policiais e juizes € a “pass em vida e, segundo nossos dados, é ambém ela que os wai car ocre apna emu op dor crane 23} Avice = “iva, inplaris mam tipo de oui ges pine Fuente Sree do eo coins de pias: ete deer tém nessa posigio durante © processo, 20 longo do qual acusados, réus € asassinos no sio vistos com muita indulgéncia. O fato de a homossexualidade ser para alguns juristas uma “anomalia", uma “degenerescéncia ético-sexual” nfo parece justficar, ao menos nos processos que envolvem vitimas com certo prestigio social, a impu- nidade. ‘Nesses casos, a homossexualidade dos réus nunca é proble- rmatizada de fato, uma ver que a capacidade de ser sexualmente “at- v0" os inclui na categoria mais geral de “homens”. Ao que patece, cles poderiam ter escolhido entre um homem ou uma mulher para manter suas relagbes sexuais€, muito provevelmente, estio envolvi- dos sexualmente com homossexuais por alzum interessefinanceiro ‘ou profissional, tendo podido, diferentemene dos “pederastas" agar uuma trajetéria dentro dos parimetros da moral e da normalidade. Como se vé, €a gramitica da atvidade-pasividade que organiza «essas imagens e da ser tao importante para os agentes da ordem e da Tei saberem quais os paptis desempenhados por réus ¢ vitimas na {elagio sexual (Os elementos restantes dessa imagem: a ‘pasividade” sexual do homosexual “de verdade", 0 cariter imperioso do desejo (homo)sexual, assim como a “tristera", a ‘melancolia”, a “degene- rescéncia’, a “anomalia” fizem parte de utr imagindrio (no sentido ‘strito da expressio) em que se misturam rspresentagGes muito tra- dicionais sobre 2 sexualidade” e informagies da sexologia que os ctiminélogos (aqui inclufdos os médieos-legisas) ensinaram duran- te grande parte do século XX." ‘A imagem do “melancélico homossexual” no parece set, entretan- to, etivel, conectando-setensamente a uma outrs, sem que haja fron- teiras muito bem delimitadas entre ambas. Trata-se da imagem do homossexual “promiscuo", cujo desejo indicriminado fiz com que leve para casa, como aparece nos autos, “soldados, “mendigos” ¢“ado- lescentes”. Homossexuais que organizam orgs com a participasio de Ver pus any 198) ther (190. "Ver pr in, ents, ee (1990) Gnen (1990, ta g1otos de programa e “até” de mulheres. Agui temos a imagem da “ercigem do sangue” que arrebata, conforme pontuow um juiz, sres de ‘vontade amarrotada’, pesos ~ addicted — 20 sexo, Em certo casos, eles romper até as fronteras da “atividade" e da "passvidade” sexual, aparecendo descitos como “bissexuais” que, resalte-se, em ver de significa possibilidade de manutengio de relagBes sexuais com ho mens e mulheres, aparece nesse contexto com a capacidade de sr sentalmente “atvo”e “pasivo” 20 mesmo tempo ‘As conseqiiéncias judiciais dessa imagem permanecem ambivalentes, Em pelo menos um dos casos, o assassinato do pro fessor AVB, sua evocagio com sucesio parece ter sido decisiva para a alvolvigio de um réu confesso. Em um maior nimero de cass, porque a vitima no consegue ser inteiamente capturada nessa inns gem ou porque para alguns juizs ela nio justifies inocentar umn asassino, o$ réus acabam condenados. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS CAMARA, C. (2002). Ciudaniae orienta scala rajeria do grape Trin Rau. 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