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9 DISPOSICGAO DAS CONSTRUGOES EM UMA INSTALACAO INDUSTRIAL 9.1 A DisposicAo GERAL DAS CONSTRUGOES EM RELACAO AO PROJETO DE TUBULAGOES Por serem as tubulagées os elementos fisicos de liga- io de todos os pontos entre os quais se dé 0 escoamento dos fluidos, o projeto e tragado das tubulagdes estio sem- pre intimamente ligados a disposigdo que tenha no terreno as diversas construgGes e equipamentos em uma instalagZo, industrial. Essa interdependéncia € principalmente impor- tante nas indiistrias de processo, onde as tubulagdes tém a finalidade essencial de servir como os elementos de liga~ io entre os diversos equipamentos de processo: vasos de pressdo, reatores, torres, tanques, permutadores de calor, bombas etc. Em qualquer instalagao industrial a rede com- pleta de tubulagGes abrange em geral toda érea ou a maior parte da rea do terreno ocupado pelas construgdes. Por essa raz, antes de tratarmos especificamente do projeto de tubulagdes — 0 que seré feito nos proximos capitulos — vamos ver algumas regras e recomendagdes sobre a disposigao das construgdes e equipamentos. Como evidentemente essa disposigdo depende da natureza da ins- talagio industrial e do terreno dispontvel, que sao diferen- tes para cada caso, s6 se podem dar recomendagdes de ca- réter geral. Nao vamos também entrar em muitos detalhes sobre esse assunto, que fugiriam ao ambito deste livro. O estudo da disposigao geral das dreas, construgdes € equipamentos no terreno, isso é, 0 estudo do “lay-out” de uma instalagao industrial, é uma das etapas mais impor- tantes ¢ decisivas do projeto global. E obrigatoriamente um trabalho de equipe, entregue sempre a pessoas categoriza- das, de grande experiéneia, de diversas especialidades, € geralmente coordenado pelo especialista de tubulagdes. Desse estudo dependerao primordialmente a eficiéncia da instalagdo, o seu custo inicial e suas condigdes econdmi- cas de funcionamento, bem como suas condiges de segu- ranga € sua maior ou menor facilidade de operagao e de manutengao. Antes de ser iniciado esse estudo, é indispensavel que sejam perfeitamente conhecidas ¢ estudadas todas as leis regulamentos, normas etc. — quer de autoridades piiblicas, quer de organizagées particulares ou do préprio usudtio — dispondo sobre aspectos de seguranga, controle de efluen- tes, controle de rufdos, higiene do trabalho ete. Exceto no caso de instalagdes muito simples, dificilmen- te se chega a um arranjo satisfat6rio na primeira tentativa: em geral é necessério 0 estudo de varias alternativas, até ser es- colhida a melhor, depois de um cuidadoso julgamento com- parando-se os diversos aspectos de custo, de facilidades ope- racionais, de seguranga etc. Note-se que o desenvolvimento posterior do projeto de tubulagées ¢ dos demais projetos de ‘outras especialidades de engenharia (veja Item 14.1) freqiien- temente obriga a que sejam feitas diversas modificagdes de maior ou menor vulto na disposigao de construgdes, equipa- mentos etc, Assim, a configuracao definitiva, em detalhe, dessa disposigao, s6 se tem, em geral, na fase final do projeto completo da instalagao industrial. 108 / TUBULAGOES INDUSTRIAIS 9.2 DisposicAo GerAL pas AREAS E CONSTRUGOES NO TERRENO Damos a seguir a seqtiéncia usual das etapas para 0 estudo dessa disposigdo geral, e algumas recomendagdes relativas a esse estudo. Na maioria das instalacdes os vasos, equipamentos ¢ tubulagGes sdo instalados a céu aberto (instalagdes “out- doors"), isto é, ndo no interior de prédios ou galpdes e, por isso, as recomendagdes abaixo referem-se em particular a instalagdes desse tipo. Embora as recomendacdes explicadas a seguir refi- ram-se especificamente ao projeto de instalagdes novas, valem também para o projeto de reformas ou ampliagdes de instalagGes jd existentes, devendo, nesses casos, serem. atendidas na medida do possivel, levando-se em conta as limitagdes impostas pelas construges existentes. 1. Listagem das ativ etapa no estudo da disposigo geral em uma instalago in- dustrial é a listagem de todas as atividades que devam exis- tir nessa indiistria, tanto as atividades-fim, como as ativi- dades auxiliares e de apoio. Nao hé, em geral, necessidade de detalhar minuciosamente essas atividades, bastando re- lacionar as atividades bisicas; é, porém, importante que nada seja esquecido. Como atividades bésicas em uma in- diistria tipica de processo, temos, por exemplo: — Unidades de processo (quantas forem).. — Areas de armazenagem de matérias-primas,de pro- dutos intermedidrios € de produtos finais, — Utilidades: casa de forga, subestagdes elétricas, trata- ‘mento de dgua ede efluentes, torre de resfriamento etc. reas de recebimento, de manuseio de matérias-pri- ‘mas e de despacho de produtos finais — Oficinas, almoxarifados, laborat6rio, casas de con- trole etc. — Escrit6rio e outros prédios administrativos. 2. Céileulo das areas para cada atividade — Feita essa listagem, procura-se avaliar as dreas necessérias para cada atividade, to precisamente quanto possivel. Quando se calculam essas éreas, é importante que sejam avaliadas também as possibilidades e probabilidades de ampliagdes de cada uma das atividades da inddstria, de forma que pos- sam ser antecipadamente reservados espagos para esse fim. 3, Diagrama de bloco de circulagao de materiais — Deve ser feito, em seguida, um diagrama de bloco, mos- trando as correntes principais de circulagdo de materiais centre as diversas éreas de recebimento, armazenagem, pro- cessamento, despacho etc. Para cada corrente, devem ser indicadas: natureza do material, vazio, pressao ¢ tempera- tura. Esse diagrama de bloco € baseado diretamente no projeto de processo, descrito no Item 14.1. 4. Diregdes ortogonais bdsicas — Para cada projeto escolhem-se duas diregdes ortogonais que serdo denomi- nadas de Norte-Sul de projeto e Leste-Oeste de projeto. Essas duas diregdes servirdo para orientar todo o traga- do das ruas, avenidas, limites de éreas de processamento e de armazenagem, diques, valas de drenagem etc. Servirao tam- ‘bém para dar os alinhamentos dos prédios e bases de equipa mentos, orientar todo o tragado das tubulagdes horizontais— (como seré visto no Item 10.2), e de um modo geral para ori- entar todas as construgdes que devam existir no terreno. As duas diregdes de projeto sé por mera coincidén- cia concordarao com as diregdes Norte-Sul ¢ Leste-Oeste geogréficas; sdo ditegdes escolhidas arbitrariamente de ‘maneira que seja possivel orientar as construgdes. Geral- mente uma dessas diregdes costuma ser paralela a0 lado ‘maior, ao eixo principal, ou a0 lado mais importante do terreno, ou ainda paralela ou perpendicular & estrada de acesso. Em terrenos retangulares, ou com pelo menos dois ados ortogonais, as diregdes de projeto costumam ser pa- ralelas aos lados ortogonais. A Fig. 9.1 mostra a disposigao geral das construgdes em uma instalagao tipica de processo. 5. Disposigdo geral das dreas — Avaliadas as éreas necessdrias devemos agora dispor essas éreas no terreno, obe- decendo, nessa disposigdo, as orientagdes dadas pelas dire- ‘ges ortogonais de projeto. A disposigdo relativa das diver- sas dreas no terreno depende essencialmente do funcionamen- to geral da instalaedo; essa disposigdo deve ter em vista a in- terdependéncia entre as unidades de processo, dreas de arma. zenagem e demais construgdes, e a seqiiéncia de escoamento dos materiais, visando as facilidades operacionais e & dimi- ‘nuigdo tanto do comprimento global das tubulagdes como da ‘movimentagao dos materiais e das pessoas. Para 0 estudo dos trajetos mais curtos de movimen- taco de materiais é que se torna indispensdvel o diagrama de bloco anteriormente referido. Exceto em instalagdes muito pequenas, tem-se geral- mente um grande nimero de interligagées, representando fluxos de materiais entre as diversas éreas de proceso, armazenagem, recebimento ¢ despacho, sendo assim im- possivel fazer-se 0 arranjo das éreas de forma a minimizat todos 0s fluxos de materiais. Deve-se entdo procurar, de preferéncia, minimizar as interligagdes atendendo as se- guintes prioridades: —Fluxos continuos, sobre os de cardter intermitente ou eventual. — Fluxos de grande vazao. —Fluxos em grandes pressdes e/ou altas temperaturas, — Tubulagdes de materiais de alto custo. Como regra geral, os prédios administrativos (admi- nistragao, restaurante, posto médico etc.) devem ficar pré- ximos a estrada de acesso. Por motivos de seguranga, para minimizar a possibilidade e as conseqiiéncias de um incén- dio ou outros acidentes, deve-ser ter também: — Unidades de processo na parte central do terreno. — Areas de armazenagem de inflamaveis distantes dos vizinhos, principalmente de ruas e estradas externas. DISPOSIGAO DAS CONSTRUGOES EM UMA INSTALAGAO INDUSTRIAL / 109 110 J TUBULACOES INDUSTRIAIS — Areas de grande risco (tochas de queima de gases, armazenagem de gases liquefeitos etc.) 0 mais dis- tante possivel de vizinhos e de outras construgdes. — Subestagdes e outras instalaedes elétricas, tanto quanto possivel fora de dreas sujeitas a atmosferas perigosas ou a vazamentos de produtos inflamaveis ‘ou explosivos (“reas classificadas”, como sto deno- ‘minadas). {As instalagdes ou locais de grande rufdo também devem ficar devidamente afastadas. ‘Como ja fizemos notar aqui, em cada caso devem ser perfeitamente conhecidos ¢ obedecidos todos os regula- ‘mentos, normas etc. que estabelegam distincias minima, obrigatorias entre construgdes ¢ limites do terreno, ou en- tre construgées entre si, bem como quaisquer outras exi- g6ncias que interfiram na disposigcio de construgdes ¢ equi- pamentos, por motivos de seguranga, de controle de polui- G40, ou por outros motivos. Na Tabela 9.1 esto mostra- das, a titulo de exemplo, algumas dessas distncias de se- jguranga, segundo a pratica corrente. Os armazéns, oficinas, almoxarifados ete, devem fi- car juntos das estradas de acesso (rodovisrio ou ferrovia- tio), ou do cais maritimo ou fluvial, quando for 0 caso. As instalages de recebimento e de despacho dos materiais devem evidentemente ficar préximas dos locais de chega- dae de safda dos referidos materiais. Em terrenos nao pla- nos é em geral econdmico aproveitar as diferengas de nf- vel para o escoamento de Iiquidos por gravidade. No estudo da disposicao geral das reas devem ser sempre considerados ainda os seguintes pontos: — Natureza do subsolo do terreno, procurando-se co- locar as construgdes mais pesadas, ou mais impor- tantes, onde o subsolo for melhor, com a finalidade de reduzir 0 custo das fundagdes. Para a correta de- cisio sobre esse assunto, ¢ indispensavel a execugao prévia de uma malha de sondagens, principalmente tratando-se de terrenos de grande extenstio. — Topografia do terreno, de forma a permitir o melhor aproveitamento e, se posstvel, o escoamento por gra vvidade e com o mfnimo de movimento de terras. — Locais de abastecimento de agua, e de despejo de ‘éguas, esgotos e outros efluentes, para permitit que possa ser adotado um tragado econémico ¢ funcio- nal para as redes de éguas e de drenagem. — Local de abastecimento de energia elétrica, por uma razo semelhante & descrita acima. — Diregao dos ventos predominantes, por motivo de se- ‘guranga e para diminuir os possiveis efeitos da po- luigao atmostérica. A disposigdo geral das éreas deve também atender & otimizagao do tragado das redes de utilidades (gua — de varios tipos —, vapor, ar comprimido, eletricidade, coleta de efluentes etc.), considerando-se os aspectos de custo, perdas de carga, ¢ outros, tendo em vista os varios pontos que devam ser atendidos por essas redes. Nao deve ser esquecidas as freas reservadas para futuras ampliagdes ou novas construges. Existem freqiientemente construgdes que tém locali zagio obrigatéria, como € 0 caso das casas de bombas de ‘égua, que devem ficar junto a0 mar, rio ou canal. 6. Tracado de ruas para subdivisao das dreas — A ‘etapa seguinte sera a subdivisdo de cada uma das grandes, reas em quadras, por meio de ruas e avenidas que seguem, as direges ortogonais de projeto. Essa subdivisio tem por finalidade facilitar 0 aproveitamento das diversas dreas permitir 0 acesso de pessoas e de veiculos a todos os pon- | tos do terreno, Cada quadra serd destinada a uma ou mais unidades de processo, a uma area de armazenagem, a um ‘grupo de prédios etc. As quadras de unidades de processo devem ter ruas de acesso por todos os lados.. ‘Na Tabela 9.1 esto também mostrados.alguns valo- res mfnimos usuais de larguras € de raios de curva de ruas, ‘Quando se estuda o tragado das ruas deve-se prestar ‘tengo para que qualquer ponto do terreno tenha sempre, ‘no mfnimo, dois caminhos de acesso diferentes, para evi- tar que possa ficar bloqueado em caso de algum acidente. Essa observaedo é de importancia essencial em indtistrias ou em locais onde exista um risco potencial de incéndio ou de explosao. 7. Faixas de passagem de tubulagdes — A etapa se- ‘guinte € fazer-se 0 tragado ¢ a reserva de espago para as faixas gerais de passagem de tubulagdes, que devem ficar na parte central do terreno, adjacente as dreas de processo, de utilidades e de armazenagem de fluidos, tendo em vista Tabela 9.1 Larguras, alturas e dstancias, em metros Distancias de seguranca: — Unidades de proceso: Distancia até instalagoes de utlidades: 50 (min.) Idem, até limites do terreno: 180 (min.) — Ruas extemas: Largura: 7 (min.) ‘Altura livre: 6 (mnin.) Raio interno (esquinas e ccurvas): 7 (min) Idem, até prédios Acostamento para administrativos: 120 taludes ou declives: 1 min.) (nin. — Armazenagem de gases | Distdncia da margem até liquefeitos: limites de unidades: 10 Distancia até unidades de processo: 80 (min.) Idem, até limites do terreno: 100 (min.) dem, até prédios ‘administrativos: 100 (min) — Tochas de queima de gases: Distancia até unidades de processo: 120 (min.) Idem, até limites do terreno: 120 (min) Idem, até a linha de ccentro de trincheiras de tubulagdes (tubovias): | 15 (max) BaVaiNn 30 OrNvULY 30 VINVId —Z'6 O14 112 / TUBULAGOES INDUSTRIAIS. ‘o menor percurso global e 0 atendimento aos diversos pon- tos onde as tubulagdes devem chegar. Essas faixas de pas- sagem poderio ter as tubulagdes pouco acima do nivel do solo, ou, mais freqlentemente, as tubulagées em trinchei- ras (pipe-way — tubovias), ou com as tubulagdes eleva- das (pipe-rack — pontes de tubulagio), como seri referi- do nos Itens 10.5 ¢ 10.6, no préximo capitulo. Em qual- ‘quer caso, as faixas de passagem de tubulagdes devem ser paralelas ¢ adjacentes a pelo menos uma rua ou avenida; quando a largura da faixa de passagem for superior a 15 1m, deve haver ruas de acesso em ambos os lados (veja Item 10.6). E sempre necessério fazer-se uma avaliagao prévia da largura que devem ter essas faixas, mesmo porque, em instalagdes grandes, essas larguras podem ser considers veis, Essa avaliagio € feita em fungao da quantidade ma- xima de tubulagdes que devam passar, considerando-se os seus didmetros e espacamentos minimos entre tubos para- lelos, como serd visto no Cap. 10; recomenda-se deixar sempre uma folga (10a 20%) para permitir futuras ampli- agoes. 8. Fixagdo dos néveis de projeto —O estabelecimento dos valores que devem ser adotados para os niveis de ele- vagio das diversas éreas é uma das etapas mais importan- tes do projeto global. Esses nfveis sao fixados preliminar- ‘mente em fungao da terraplanagem necessaria, de forma a ‘minimizar 0 movimento de terras, ¢ compensar os aterros com os cortes; € 0 que se denomina de determinagao da “cota econémica”. Em seguida, faz-se 0 estudo da drena- gem pluvial geral do terreno, verificando-se e corrigindo- se, se necessirio, os nfveis de projeto das ruas, éreas pavi- mentadas, pisos de unidades de processo, bacias de tanques cetc., para que a rede de drenagem pluvial tenha os declives, necessérios. Deve ser lembrado que a drenagem pluvial funciona por gravidade, ¢ por isso deve ter uma declividade continua. A rede de drenagem pode ser em canaletas aber- tas ou com tubulagdes subterrdneas. Em qualquer caso, 0s nfveis do terreno acabado devem ser fixados de forma que arede tenha declividade suficiente e as profundidades de valetas ou de tubulagdes sejam razodveis. Exceto quando se tratar de um terreno muito extenso, esse estudo deve ser feito levando-se em conta também a topografia dos terre- nos vizinhos, para prevenir a possibilidade de alagamento do terreno da indistria por falha ou deficiéncia da drena- gem dos terrenos vizinhos ou das vias piblicas. Deve ser Jembrado que o alagamento acidental de uma indistria, por drenagem deficiente, propria ou alheia, pode causar sérios pptejuizos por interrupgdo de funcionamento, perda de pro- dutos, danos em materiais e equipamentos, ou até mesmo desastres graves. Deve-se ainda verificar se os nfveis que foram estabe- lecidos atendem as necessidades das linhas de sucgdo de bombas. Essa verificagdo é particularmente importante quando se tem linhas de grande comprimento, nas quais a sucgiio é as vezes bastante dificil. Otetreno reservado para cada unidade ou para cada érea de armazenagem deve ser sempre em nivel, sendo as dife- rengas de nivel de uma érea para outra, quando necess4- rio, obtidas em degraus, com talude ou muro de arrimo nos limites das reas, e no por inclinagdo do terreno. As ruas poderdo ser inclinadas, com um declive maximo de 5%. 9.3 DisposicAo DENTRO DAS AREAS DE PRocesso Damos a seguir algumas normas gerais para 0 estu- do da disposigio das construgdes ¢ dos equipamentos den- tro da drea de uma unidade tipica de processo. “Todas essas normas podem ser observadas nas Figs, 9.2.a9.4, que mostram em planta e em elevagao uma pe- quena unidade de process, como também na Fig 9.5, que um corte transversal tipico de uma grande unidade de processo. 1. Listagem dos equipamentos — Com base no pro- jeto de processo (veja Item 14.1) faz-se a listagem de to- dos 0s vasos ¢ equipamentos que figuram em cada unida- de de processo. Esses equipamentos podem em geral ser enquadrados nas seguintes classes gerais, das quais as trés primeiras quase sempre existem: Equipamentos principais. $0 os de maior port, tais como torres de destilagdo e fracionamento, reatores: diversos, tanques de armazenagem e vasos de pres- so em geral(*); costumam ser em pequeno niimero, geralmente no mais do que dez, em cada unidade. Trocadores de calor e vasos de pressio(*) de peque- no porte. $40 equipamentos de menores dimensbes e geralmente em grande quantidade (com frequién- cia mais de 50 em uma unidade de processo). Bombas. Sio méquinas em geral de pequeno ou meédio porte e muito numerosas. Fornos. Equipamentos de médio e grande porte, apresentando sempre risco elevado; em geral no mais de 2 ou 3 em cada unidade. Resfriadores a ar. So equipamentos que ocupatt muita érea. Compressores. Em geral equipamentos de grande porte e em pequeno nimero, 2.0u 3 no maximoem | cada unidade de processo. oe 2. Disposigdo dos equipamentos — Os equipamet tos devem ficar alinhados ¢ orientados em uma mesma reco, formando filas paralelas. Os equipamentos grandes principais costumam ser colocados na parte central da fet alinhados em uma ou duas filas. As bocas de visita desse gens de acesso. Entre as filas dos equipamentos principals. (ou adjacentes 8 fila), reservam-se faixas de terreno cot} {@) Acxpressto “vaso de presto” inclu uma grande varied de equipails ton, para diversas finalidades, tas vasos de acumulapso e de armazeoastl Creporadores,cistalizadores, decentadores, eparadores ios ec. dames forma, aexpresso“troeadores de calor” inl além dos trocadores propriate tos, os condensadores,refervedore,resfradores, aguccedores.e outros pit 4 hos de toca de ealor com case efeixe tubular. Vea o ivr "Vasos de PRE 0", do mesmo ator, DISPOSIGAO DAS CONSTRUGOES EM UMA INSTALAGAO INDUSTRIAL / 113 " jargura suficiente, que servirdo para a passagem geral de ~ tubulagdes, bem como para vias de acesso, como veremos "no Item 3, a seguir. As faixas de passagem de tubulagdes “= com as tubulagdes elevadas formando as “pontes de jubulagdes” — podem ter varias disposigdes geométricas, que dependeréo da natureza e complexidade da unidade {ndustrial, da localizagao das ruas adjacentes e dos pontos deentrada e safda das tubulagdes externas. A Fig. 9.6 mos- “tra alguns exemplos de disposigdes tfpicas de pontes de tubulacao. 0s trocadores de calor so usualmente dispostos nas ‘mesmas filas formadas pelos equipamentos principais. Por __ jnotivo de economia de espaco ou por necessidade de ope- “agi (fluxo por gravidade, por exemplo), muitas vezes os {rocadores so colocados superpostos, como os exemplos, da Fig. 9.5. Para os trocadores que trabalham em série, é usual conectar diretamente 0 bocal de um com o de outro. Fregiientemente é também necessério dispor trocadores em, ___posigGes elevadas, como mostram as Figs. 9.3 ¢ 9.4. Qual- quer que seja a sua localizagdo, devem ficar com os carre~ t6is preferencialmente alinhados, e sempre voltados para fora da unidade ou para as ruas internas de acesso, para que Bi sis 0 especo nocessiro para a Gesmonager e Femosso | do feixe tubular. Nas instalagdes onde existirem resfriadores a ar (air- coolers) é usual colocar esses equipamentos sobre as tu- bulagdes elevadas, nas faixas de passagem de tubulacdes, ‘como se vé na Fig. 9.5. Essa disposigéo, além de facilitaro _arranjo das tubulacdes para os resfriadores, leva a uma sgrande economia de espaco, devido a considerdvel super- ficie horizontal desses aparelhos. Os resfriadores a ar de- ‘vern sempre ficar longe dos equipamentos que desprendam calor, tais como fornos, tanques ou vasos quentes nio iso- Jados etc. Nao devem ser colocadas bombas para produtos inflamaveis embaixo dos resfriadores a ar. Considerando-se a unidade de processo como um conjunto, a disposigdo relativa de todos os equipamentos, isto é, a localizagdo de cada um em relago aos outros, deve evidentemente estar de acordo com o funcionamento da instalagao; por isso, essa disposiga0 depende primordial- ‘mente do fluxograma de processo da unidade (veja Item 13.3). Assim, procura-se dispor os equipamentos na sua seqlncia no fluxo geral, colocando-se préximos entre si 08 equipamentos que sejam interligados, Entretanto, exce- to em unidades muito simples, com poucas interligagdes, € quase sempre impossfvel conseguir-se a proximidade de todos os equipamentos interligados entre si. Colocam. proximos entdo, de preferéncia, os equipamentos cujas i terligagdes sejam de grande didmetro, sejam linhas de suc- do de bombas, ou devam, por exigéncia de servigo, ter {tajetos curtos, Convém lembrar entretanto que, na grande maioria dos casos, nao tem sentido pratico aproximar de- ‘mais 0s equipamentos, para encurtar as tubulagdes, porque as tubulagdes devem ter vérias mudangas de diregao por motivos de flexibilidade, como serd visto no Item 10. s vasos de acumulagio de produto de topo das tor- res de fracionamento, bem como os condensadores e os refervedores, devem ficar bem préximos da torre & qual estejam ligados, devendo as tubulagGes entre esses equi- pamentos ser 0 mais curtas possivel. Os equipamentos de grande risco potencial, como & ‘© caso dos fornos, e de outros equipamentos com presenga de chama aberta, devem ficar sempre no limite da érea, Tonge dos demais equipamentos (respeitando-se as distin- ccias de seguranga), e de forma que os ventos dominantes no conduzam as fumagas e gases provenientes do funcio- namento — ou de vazamentos — de outros equipamentos para 0 local dos fornos. Sempre que possivel, os fornos devem ter livre acesso por todos 0s lados. As vélvulas de controle devem ficar de preferéncia 114 / TUBULAGOES INDUSTRIAIS ‘no nivel do solo, junto as colunas, ou sobre plataformas, 0 exemplo das Figs. 9.2 a9.4) as bombas podem ser agrupa: sempre em locais de ficil acesso. ddasem um ou mais grupos, abrigadas em galpdes cobertos.E ‘As bombas so usualmente dispostas formando filas nas _ importante que as linhas de sucgdo de bombas tenham 0 me- ‘margens — ou parcialmente embaixo—das pontes de tubu- nor comprimento compativel com as necessidades de flexi: Jago, como mostra. Fig. 9.5. Em instalagdes pequenas (como bil PANES EMSS ‘TuBLLARESI Fig. 95 Corte transversal em uma unidade de processo. DISPOSIGAO DAS CONSTRUCOES EM UMA INSTALAGAO INDUSTRIAL / 115 ®oe Ht I Vc tocas ge emacs ce uauagber tras bomba proxima ao vaso ou reservatério de onde estao, succionando, As bombas devem ser sempre colocadas com 0 acionador (motor elétrico ou turbina) voltado para fora da Uunidade ou para a via de acesso, com a finalidade de simpli- ficar a rede elétrica ou de alimentagdo de vapor. s grandes compressores costumam ficar em galpoes cobertos, para facilidade de operacao e manutengao, situa- dos na periferia da drea da unidade. Todos os galpées de cobertura devem ter altura su ciente que permita a desmontagem e remogao da méqui na; no caso de méquinas pesadas é usual prever-se a insta- lagdo permanente de uma ponte rolante ou monovia. Para economizar as estruturas de suporte, os equi- pamentos que tenham de ficar em posigdes elevadas (veja Item 3, a seguir) devem ser colocados, tanto quanto poss vel, préximos uns aos outros, aproveitando a mesma estru- (ura, Essa disposigao deve ser adotada ainda que obrigue a um maior comprimento das tubulagdes, cujo custo é em geral menor do que o das estruturas de suporte e suas fun- dagdes, Fazem excegao, evidentemente, os vasos grandes © outros equipamentos importantes que devam ter estrutu- tas proprias de sustentagdo, Os equipamentos pequenos so freqtientemente colocados superpostos, também por eco- omia de estruturas Na faixa de terreno compreendida entre as linhas li- Imites da unidade as ruas adjacentes, no deve haver ne~ ‘huma construgdo, exceto as passagens de tubulagdes de ‘entrada e safda, hidrantes de incéndio e postes de ilumina- 20. 3. Cotas de elevacdo dos equipamentos(*) —Como (@)Na teminologia usual de projets industria, chama-se de “levago" a di ncia na vertical de um ponto qualquer da nstalagio a0 nivel de referencia de Drojeto (ve tem 94). de "altura adistinca veieal de um ponto qualquer piso acabado. Fig. 9.6 Algumas disposigées tipicas de equipamentos e de pontes de tubulagdes em unidades de processo. regra geral, todos os equipamentos devem ser colocados ha menor cota de elevacdo possivel, para facilidade de ‘operacdo © manutengao, e para economia de estruturas € fundagoes. Todas as méquinas (bombas, turbinas, compressores etc.) sto sempre instaladas sobre bases de pequena altura, com um minimo de 0,3 m acima do piso. s tanques, vasos, torres, reatores ¢ outros equipa- ‘mentos estiticos devem também, sempre que possivel, ser colocados sobre bases de pequena altura, que devem ter, centretanto, altura suficiente para resultar nas seguintes fol- gas minimas entre o piso e a parte inferior do equipamen- to: — trocadores de calor: 1a 1,5 m; — vasos horizontais diversos: 1 a 1,3 m, As torres ¢ outros vasos verticais devem ter uma dis- tancia livre minima de 1,2.m entre 0 fundo do vaso ea base de concreto. Existem, entretanto, com freqiléncia, casos que obri gam a instalagdo de equipamentos sobre bases elevadas; entre esses casos podemos citar como mais comuns os se- auintes: a) Necessidade de colocar a tubulagio de saida de fundo do equipamento sobre suportes elevados. Como ve~ remos no Item 10.5, no préximo capitulo, é usual em reas de processo instalar-se a maior parte das tubulagdes sobre suportes elevados. Esse é 0 caso mais comum da instala- 0 de equipamentos em posigdes elevadas. b) Necessidade de colocar o reservatério de suego de uma bomba em posigdo elevada para garantir um valor adequado para a pressao na entrada da bomba (NPSH da ‘bomba). 116 / TUBULAGOES INDUSTRIAIS c) Necessidade de proporcionar o escoamento de If- quidos por gravidade. d) Permitir 0 funcionamento por termo-sifao. Quando for necessério colocar vasos, tanques ou ou- tos reservatérios de suogdo de bombas em posigdes ele- vadas, a cota de elevagao deve ser fixada de forma a ga- rantir um NPSH adequado na entrada da bomba, levando- ‘se em conta as perdas de carga na tubulagdo, e a pressio de vapor do Ifquido, como esta explicado no Cap. 2 do li- vro “Tubulagdes Industriais — Céleulo”. Esse aspecto particularmente importante em tubulagdes para liquidos voléteis, viscosos ou em altas temperaturas. ‘A fixago dos nfveis dos reservatérios entre os quais haja fluxo por gravidade ou por termo-sifao deve ser feita de maneira que se obtenha uma altura estética capaz de ‘garantir o fluxo desejado nas condigdes mais desfavoraveis possfveis Deve ser observado que as cotas de elevago dos equi- pamentos obtidas nessa fase do projeto sao valores apro- ximados, porque os valores exatos dessas cotas dependem geralmente do detalhamento das tubulagdes — inclusive dimensdes exatas e disposigao das conexdes de tubulagio —, como seré visto no Item 10.8, e portanto sé podem ser obtidos em uma fase mais avangada do projeto global. 4, Faixas de trdfego e de passagem das tubulagdes — Dentro das reas de proceso as tubulagSes costumam, correr elevadas, em “pontes de tubulagao”, ou “bancadas de tubulagdes” (pipe-rack), como veremos adiante, no Item 10.5 do pr6ximo capitulo. Essas faixas de passagem deve ‘pamentos, para simplificar os tragados das tubulages (veja, Fig. 9.6). As larguras das faixas de passagem devem ser avaliadas considerando-se a quantidade méxima de tubu- lagdes que devem passar, e seus didmetros e distncias ‘minimas entre tubos paralelos; (veja Fig. 10.6) devem tam bém ser deixada uma folga para possiveis ampliagées (10, ‘a 20%), e para a passagem dos dutos de instrumentagio (Veja Itens 10.2 € 10.5). Quando essa largura exceder 7,0, 1m, recomenda-se estudar a conveniéncia de colocar a tu- bulagdo em dois niveis superpostos. As faixas de passagem de tubulagdes servem também como vias de transito de pessoas e de veiculos no interior da rea, Para que seja possivel 0 tréfego por baixo das tu- bulagdes devem ser deixadas as larguras e alturas livres necessérias de acordo com o gabarito dos veiculos a serem zzados na instalagdo, devendo-se inclusive considerar fa passagem de guindastes méveis, carros de incéndio, ambulncias etc. Devido a grande dificuldade de no futuro aumentarem-se alturas ¢ larguras livres caso seja necessé- rio o trafego de vefculos maiores, recomenda-se que essas alturas e larguras sejam previstas com bastante folga. A Tabela 9.2 mostra alguns valores usuais de alturas ¢ largu- ras livres por baixo de pontes de tubulagao. 5, Distéincias, larguras e alturas recomendadas — Os valores das distncias entre equipamentos ¢ construgdes, bem como das larguras e alturas livres ¢ elevacdes em uni- dades de processo, variam bastante de acordo com a prati- ca dos projetistas e a natureza da instalagio. A Tabela 9.2 mostra alguns valores usuais que podem ser recomenda- dos para essas medidas; voltaremos a esse assunto nos Itens set dispostas na parte central da drea, entre as filas de equi- 10.5 e 10.8, do Cap. 10 (veja Fig. 10.21). esau ne eee eens senna eens C12) 9.2 Eee Valores usuais Distancis,larguras ealturas lives om) — Distncias livres minimas entre (v. Nota 1) — Torres ¢ outros vasos grandes 20040 Trocadores de calor (de parede a parede) 075.010 = Vasos em geral 1.0220 — Bases de bombas (v. Nota 2) 9a 1s — Foros até qualquer local sujeito a vazamento 15,0 (min) — Distincia livre atrés da tampa desmontével do casco de trocadores de calor 12a1s — Vio entre suportes principais de tubulagdes clevadas 60 — Larguras lives para trfego: — Embaixo de pontes principais de tubulagées elevadas 48.260 — Idem, secundérias 30040 — Plataformas e passagens de acesso de pessoas 08210 — Alturas livres para trfego: — Embaixo de tubulagGes elevadas principais 40045 — Idem, secundérias 3.0035 — Acima de plataformas e passagens de acesso de pessoas 2 ‘Rowan Esa dstncias valor ambi como dstncian Hives mfnimas enive um equpamento eum pared, co- Juna, ou qualquer outro obstical. 2. Exoetuamrse bombaspeguenss, ontadas em uma base ies, com acesso lve por dois lados,peto menos 6. Facilidades para montagem, operacdo ¢ manuten- go — Devem ser previstas amplas facilidades para aces- $0 ¢ manobra de guindastes, caminhdes, empilhadeiras outros vefculos ou equipamentos de transporte e de movi- rmentagdo de pesos. Todos os equipamentos de proceso da instalagdo devem ser acessfveis para permitir a montagem, ‘desmontagem e remogao quando necessério. A Fig. 9.5 mostra.a posigao de um guindaste mével para a remogao dos resfriadores de ar situados sobre uma ponte de tubulagdes. ‘As méquinas muito pesadas (compressores ou turbi- ‘nas importantes, por exemplo), devem ter meios especiais permanentes de desmontagem e remogio, tais como ponte rolante, monovia com talha ete. Devem ser deixadas também dreas reservadas para futuras ampliagdes e para a instalaco do canteiro de obras, por ocasio da montagem. Esse titimo ponto € muito im- portante principalmente quando se tem vasos ou equipamen- fos que devam ser montados no campo, cuja montagem exi- gem geral muito espaco, inclusive o espago necessério para alivre movimentagao de caminhes, guindastes et. Para permitir a desmontagem e remogo dos feixes tubulares, a érea em frente dos trocadores de calor, do lado de saida do feixe tubular, deve ser deixada completamente livre, em um comprimento de 1 m a2 ma mais do que 0 comprimento do feixe tubular, ndo podendo haver nessa rea nenhuma tubulagio, equipamento, ou qualquer outra construgao. Para todos os equipamentos que tenham pecas internas desmontaveis (vasos, torres, reatores, fornos etc.), deve ser previsto um meio de remogo e manuseio dessas pegas, tais como turcos, estruturas com talhas e monovias etc., bem como deixados os espagos necessirios para a operagdio de desmontagem dessas pegas. Deve também ser deixada uma érea livre na base das torres, e a0 longo de toda a altura das mesmas, para permitir a descida de pegas internas das torres. Os trocadores de calor com linha de centro a mais de 3,5 macima do piso devem ter um meio permanente qual- quer (estrutura com tatha, monovia, turco etc.) para per- mitir a remogao de feixe tubular, o mesmo acontecendo com outros equipamentos situados em posigdo elevada, que tenham partes desmontaveis. A Fig. 9.4 mostra uma estru- tura com monovia para a retirada dos feixes tubulares de trocadores. Lembre-se de que a remocao do feixe tubular 6 As vezes uma operacio dificil. (Os seguintes pontos de uma unidade tfpica de proces- so deve ter obrigatoriamente um meio de acesso perma- nente, isto é, devem ser acessfveis do solo ou de um piso de operagao, devendo por isso ser previstas escadas e pla- taformas quando nao forem acessiveis do solo, ‘Valvulas de controle ou de seguranga. Valvulas de operagtio manual, de 4” ou maiores, operadas com freqiiéncia. Pegas “figura 8”, de 4”, ou maiores. Bocas de visita em geral, quando a mais de 3,0 m. acima do solo. Resfriadores a ar, quando instalados em posigzo elevada. DISPOSIGAO DAS CONSTRUCOES EM UMA INSTALACAG INDUSTRIAL / 17 — Instrumentos de leitura local e tomadas de amostras. — Janelas de observacao (caldeiras, foros etc). — Queimadores e sopradores de fuligem, As bocas de visita dos vasos, torres, reatores ¢ outros equipamentos necessitam de escada e plataforma de aces- 80 somente quando situadas a mais de 3,0 m acima do solo; para bocas de visita em posi¢ao mais baixa, o acesso, quan- do necessério, pode ser feito por uma escada mével (esca- da de pedreiro). Para os resfriadores a ar montados sobre uma ponte de tubulagdes, é necessério prever plataformas para aces- so a todas as partes mecéinicas desses aparelhos (ventila- dores, motores, redugdes, transmissdes etc.), e também acesso para a desmontagem dos cabegotes dos feixes tu- bulares. Com os aparelhos de tiragem forgada, os ventila- dores ficam por baixo dos feixes tubulares, e a plataforma de acesso também ser por baixo; com os aparelhos de ti- ragem induzida os ventiladores a plataforma ficam por cima dos feixes tubulares. Todas essas plataformas costu- mam ser retilineas, ao longo da ponte de tubulagdes, sen- do as plataformas de acesso aos cabegotes colocadas em cada margem da estrutura de ponte, como mostrado na Fig. 9.5. As escadas de acesso a essas plataformas so escadas verticais, situadas junto as colunas dos pérticos da ponte de tubulacies. O acesso a qualquer local (inclusive plataformas ele- vadas) onde possa haver pessoas permanente ou intermi- tentemente por longos perfodos de tempo deve ser feito por meio de escadas inclinadas, Para locais onde s6 haja pes- soas eventualmente 0 acesso pode ser feito por escadas verticais (escadas de marinheiro), que no devem entretanto ter lances com comprimento superior a 6,0 m; quando o comprimento total da escada for maior do que esse valor, deve-se subdividir em segdes, por meio de plataformas intermediérias. As plataformas com comprimento maior do que 8,0 m deve ter dois acessos diferentes por lados opos- tos, um dos quais poderd ser uma escada vertical. As pla- taformas e escadas costumam ter uma largura livre mini- ma de 0,75 a 0,9 m. As escadas de subida as torres, reatores, vasos etc., devem ser colocadas na posicdo de acesso mais facil, ge- ralmente voltadas para 0 lado da ponte de tubulagdes ele- vada Todos os equipamentos e todos os locais onde haja risco de incéndio ou de explostio devem ter obrigatoriamen- te pelo menos dois caminhos de acesso em direcSes opos- tas, ‘Sempre que seja necessério ou possfvel orecebimento ou o envio de materiais por caminhGes ou por outros vei culos, deve ser deixado um espago suficiente para o facil acesso e manobra desses vefculos. 7. Drenagem — Deve set estudada com cuidado a drenagem das dreas de processo, tanto a drenagem pluvial como a drenagem dos efluentes e dos possfveis vazamen- tos resultantes do préprio funcionamento. ‘Quando os fluidos circulantes forem inflaméveis, t6xicos ou perigosos de um modo geral, a drenagem dos sass 118 / TuBULAcdes INDUSTRIAIS despejos e vazamentos deve ser completamente segregada da drenagem pluvial, para evitar que 0s fluidos perigosos ossam contaminar o sistema de drenagem pluvial. Essa separacio € conseguida circundando-se com muretas de contengao todas as reas onde possam haver despejos ou vazamentos dos fluidos circulantes. Devem assim ser co- locadas muretas de contengao em volta dos locais das bom- bas, torres, vasos, trocadores de calor, grupos de vélvulas etc. Os exemplos das Figs. 9.3 e 9.4 mostram claramente as muretas de contencao. Tanto a drenagem das éreas circundadas pelas mure- tas, como a drenagem das dreas externas, so conseguidas por meio de caimentos adequados na pavimentagao, con- duzindo para caixas ou valas de coleta. 8, Unidades a céu aberto ou dentro de prédios—No passado foram comuns as unidades de processo instaladas dentro de prédios ou galpSes (in-doors) com cobertura freqlientemente também com paredes laterais. Atualmen- te, a grande maioria é a céu aberto, devido nao s6 ao gran- de porte dos equipamentos, que inviabiliza, em muitos casos, a construgdo de qualquer cobertura, como principal- ‘mente por motivos econdmicos € de seguranga, porque a cobertura, além de dispendiosa, dificulta 0 combate a in- céndios e pode tornar mais graves outros acidentes. Continuam entretanto a serem construfdas dentro de prédios algumas unidades, principalmente em indistrias alimentares e farmacuticas, que s6 tenham equipamentos de médio e pequeno porte, e que necessitem de atmosfera limpa, clima controlado, ou equipamentos abrigados de intempéries. Em qualquer caso, mesmo nas instalagdes usuais a céu aberto, a casa de controle é sempre um prédio fechado, onde fica o operador e 0 painel de controle. 9.4 PLANTAS DE ARRANIO ‘As plantas de arranjo ou de locago (plot-plan), sio desenhos feitos em escala que mostram em projegao hori- zontal a disposigao geral das diversas construgdes e equi- Pamentos em uma instalagdo industrial, ou em uma érea abrangida por uma rede de tubulagGes. Exceto em instalagdes muito pequenas, em que seja possivel mostrar toda érea com clareza suficiente em uma inica folha, costumam-se fazer os seguintes tipos de plan- tas de arranjo. — Planta de arranjo geral, mostrando todo terreno (ge- neral plot-plan). — Plantas de arranjo de cada unidade de proceso ou de utilidades (unit plot-plan). — Plantas de arranjo de éreas de armazenagem, de fai- xas de passagem de tubulagdes, ou de outras éreas externas onde hajam construgdes industriais ou pas- sagens de tubulagdes. As Figs. 9.1 e 9.2 mostram exemplos dos dois primei- 105 tipos desses desenhos. Excetoem terrenos muito pequenos, é prética corrente subdividir-se o terreno em érea parciais, correspondendo cada drea parcial a uma unidade de processo ou de utilida- des, a uma frea de armazenagem ou de passagem de tubu- tages, ou ainda a um grupo de prédios. As linhas de divi. sio entre as éreas — que deverdo seguir as direcdes ortogonais de projeto (norte-sul e leste-oeste de projeto) — serdo linhas de centro de ruas ou outros alinhamentos marcantes da instalagdo. Cada rea parcial receberd um niimero, Quando a area parcial puder se coberta por uma tinica folha de planta, a planta levard o mesmo niimero da ‘rea; quando a uma mesma 4rea correspondem varias fo- thas, a numeragdo das plantas deveré guardar uma relagio com o nimero da érea: no exemplo mostrado nas Figs, 13.3(a) a 13.3(d), do Cap. 13, a“Unidade 3” estd represen- tada em quatro folhas de planta, denominadas Areas 31,32, 33 e 34. No final, as diversas folhas de planta deverdo li- mitar-se entre si, formando um mosaico continuo cobrin- do pelo menos toda 4rea do terreno onde existam instala- es industriais ‘A numeracao das éreas parciais, como acima desc to, € a numeragao basica de todo o projeto, servindo de iretriz para a mimeragao de todos os desenhos, e também para todas as siglas de identificagao individual de tubula- ges, equipamentos e instrumentos existentes em cada rea (veja Item 13.2). Em todos os projetos estabelece-se uma rede de co- ordenadas baseada nas duas diregdes ortogonais de proje- to. Essa rede de coordenadas, que deverd abranger toda drea do terreno, serviré para definir a localizagdo de tudo 0 que hd ou que haverd no terreno. E pratica usual adotar-se 0 ponto de origem das coordenadas no canto inferior esquerdo da planta de arranjo geral, de forma que as coordenadas cres- gam de sul para nortee de oeste para leste. No exemplo mos- trado na Fig. 9.1, vé-se o Angulo inferior esquerdo do terre- no com as coordenadas N-000 e E-000. A linha de centro da “Rua 1” esti na coordenada N-230, a linha de centro da “Rua 2” esté na coordenada N-530, e assim por diante Além da rede de coordenadas é necessédrio estabele- cer também uma referéncia de nivel, para a definigao de todas as elevagdes. Em geral, essa referéncia de ntvel € feita designando-se como “Elevacao 0,00” o ponto mais baixo do piso acabado da instalagdo, levando-se em conta as de- clividades e diferengas de cota necessérias para a drena- gem, Muitos projetistas preferem designar 0 nivel do solo como sendo “Elevagao 100,00", com a finalidade de evi- tar cotas negativas para as construgdes abaixo desse nivel (undo de trincheiras, tubulagdes subterrdneas, instalagdes elétricas, caixas e valas de drenagem etc.) B usual nessas plantas que todas as dimensbes, cotas e elevagdes sejam expressas em metros. A Fig. 9.2 é a planta de locago da “Unidade 3° da instalagdo mostrada na Fig. 9.1. Note-se, na Fig. 9.2, 08 equipamentos situados em posigao elevada, 0 aproveita- mento da mesma estrutura para vérios equipamentos, @ colocacdo de todas as bombas em um tinico conjunto, as 4éreas para desmontagem e todas as demais recomendagdes teferidas no item anterior. 1 : DISPOSIGAO DAS CONSTRUGOES EM UMA INSTALAGAO INDUSTRIAL / 119) As plantas de arranjo geral devem mostrar pelo me- nos o seguinte: — Avenidas, ruas, acessos, estradas, ferrovias, éreas pa- vvimentadas, reas reservadas para futuras ampliagdes € para construgdes provisérias. — Prédios e outras construgGes (indicados pelo seu con- tomo e por sua finalidade) — Unidades de processo ede utilidades, estagies de tra- tamento de agua ¢ de efluentes, subestagdes, tochas de queima de gases, casas de controle etc. (indica- das pelo seu contorno e por sua finalidade ou sigla indicativa). — Areas de armazenagem, com indicago dos diques de contengdio (veja Item 12.5) e indicagdo individual de cada tanque, com respectiva sigla de identifica ‘gdo (veja Item 13.2), dimensdes do tangue e da base, posigao da linha de centro e indicagao do produto ar- mazenado, — Faixas de passagem de tubulagdes. — Canais, rios, valas de drenagem etc. As plantas de arranjo de unidades devem mostrar: — Todos os equipamentos, mesmo quando pequenos, pouco importantes ou de reserva, assinalados pela po- sigdo da linha de centro, contomo da base e do equi- pamento, e sigla de identificagdo (veja Item 13.2). — Pontes de tubulagdo e outras faixas de passagem ge- ral de tubulagdes: tubovias, trincheiras, valetas etc. (veja Item 10.6). — Prédios, estruturas, bases de equipamentos, platafor- mas, escadas ¢ todas as outras construgdes existen- tes, indicadas pelo seu contorno e sua finalidade. — Ruas e acessos internos. Areas pavimentadas. retas de contencio. — Areas reservadas para a desmontagem de equipamen- tos ou para manutengio, ne As plantas de arranjo de éreas externas devem mos- rar: — Ruas, acessos, diques, canais, passagens de tubula- goes. — Tubovias (¢ respectivos pontilhdes de cruzamento) € outras faixas de passagem geral de tubulagdes: pon- tes, valetas etc. — Tanques de armazenagem e outros equipamentos, as- sinalados pela posi¢ao da linha de centro, contorno da base e do equipamento e sigla de identificagao. ara os tanques de armazenagem é usual indicar tam- bém, para cada um, o volume e 0 produto armazena- do, — Estagdes de bombas ou de compressores, subesta- ‘ges, casas de controle etc., indicadas pelo seu con- torno e arranjo de equipamentos. Todas as plantas de arranjo, de qualquer dos tipos acima citados, devem sempre conter mais as seguintes in- formagies: — Limites do terreno, da unidade ou da érea abrangida pelo desenho. — Orientagao (norte de projeto e norte verdadeito) — Coordenadas de limites, linhas de centro de ruas de equipamentos, contomo de edificios e de outras construgées, — ElevagGes de ruas, pisos, areas pavimentadas, cons- trugdes, bases ¢ linhas de centro de equipamentos, plataformas etc. — Cotas necessérias para a perfeita localizagdo de to- dos os elementos figurados no desenho. — Nuimeros das outras folhas de planta (se houver) que Jimitem coma planta em questi, ou que sejam con- tinuagdo para qualquer lado. — Escala do desenho. As plantas de arranjo geral cos- ‘tumam ser feitas em papel tamanho AO ou Al, em escala 1:1.000 a 1:5.000. Para as plantas de arranjo de unidades de processo e de dreas externas, 0 papel costuma ser de tamanho Al ou A2,em escala 1:250 a 1:500, Nas plantas de arranjo das 4reas de proceso devem figurar sempre detalhes mostrando as tubulages que en- tram e saem da rea, com indicagdo do diametro, cota e elevagio de cada uma, como mostrado no “Detalhe 1” da Fig. 9.2. E usual também incluir-se em cada folha de dese- nho a lista de todos os equipamentos que figuram na res- pectiva folha. Em unidades muito complexas, onde existam equi- pamentos superpostos em vérias elevagdes diferentes, ¢ ‘comum haver necessidade de se fazer, para uma mesma rea, mais de uma planta de arranjo, representando cada planta um nivel diferente. Para as unidades de processo, além da planta de ar- ranjo, fazem-se, as vezes, desenhos de elevagdo em proje- ‘go vertical, como os exemplos das Figs. 9.3 e 9.4. Esses desenhos, que facilitam muito 0 estudo da disposigao ge- ral das construgdes e equipamentos, devem ser feitos na mesma escala da planta, e neles devem figurar os mesmos. elementos mostrados na planta, ‘Muitos projetistas empregam também, como auxiliar do estudo do “lay-out” das unidades de proceso, modelos reduzidos feitos em escala, nos quais os diversos prédios, ‘vasos, equipamentos e outras construgées sio representa- dos por pegas em escala. Com 0 uso de modelos reduzidos pode-se facilmente modificar varias vezes a disposigéo geral, comparando-se as vantagens e desvantagens reci- procas,

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