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Religiões Afro-Brasileiras

As principais religiões afro-brasileiras, são o candomblé e a um


banda tem forte penetração no país, especialmente em São Paulo, no Rio de Janeir
o, no Rio Grande do Sul e na Bahia. Em 1991, existiam quase 650 mil adeptos, de
acordo com o censo do IBGE. Estudiosos dessas religiões estimam que quase um ter
ço da população brasileira freqüenta um centro. Esse número inclui tanto os freq
üentadores assíduos quanto os esporádicos, que muitas vezes estão ligados também
a outras religiões.
Candomblé - Religião afro-brasileira que cultua os orixás, deuses das nações afr
icanas de língua ioruba dotados de sentimentos humanos como ciúme e vaidade. O c
andomblé chegou ao Brasil entre os séculos XVI e XIX com o tráfico de escravos n
egros da África Ocidental. Sofreu grande repressão dos colonizadores portugueses
, que o consideravam feitiçaria. Para sobreviver às perseguições, os adeptos pas
saram a associar os orixás aos santos católicos, no sincretismo religioso. Por e
xemplo, Iemanjá é associada a Nossa Senhora da Conceição; Iansã, a Santa Bárbara
, etc.
As cerimônias ocorrem em templos chamados territórios. Sua preparação é
fechada e envolve muitas vezes o sacrifício de pequenos animais. São celebrados
em língua africana e marcadas por cantos e o ritmo dos atabaques (tambores), qu
e variam segundo o orixá homenageado. No Brasil, a religião cultua apenas 16 dos
mais de 300 orixás existentes na África Ocidental.
Umbanda - Religião brasileira nascida no Rio de Janeiro, nos anos 20, da mistura
de crenças e rituais africanos e europeus. As raízes umbandistas encontram-se e
m duas religiões trazidas da África pelos escravos: a cabula, dos bantos, e o ca
ndomblé, na nação nagô. A umbanda considera o universo povoado de entidades espi
rituais, os guias, que entram em contato com os homens por intermédio de um inic
iado (o médium), que os incorpora. Tais guias se apresentam por meio de figuras
como o caboclo, o preto-velho e a pomba-gira. Os elementos africanos misturam-se
ao catolicismo, criando a identificação de orixás com santos. Outra influência
é o espiritismo kardecista, que acredita na possibilidade de contato entre vivos
e mortos e na evolução espiritual após sucessivas vidas na Terra. Incorpora ain
da ritos indígenas e práticas mágicas européias
História e sincretismo
As raízes da Umbanda são difusas. Entretanto, podemos afirmar que ela foi criada
em 1908 pelo Médium Zélio Fernandino de Moraes, sob a influência do Caboclo das
Sete Encruzilhadas.
Antes disso, já havia, de fato, o trabalho de guias (pretos velhos, caboclos, cr
ianças, exus, etc), assim como religiões ou simples manifestações religiosas esp
ontâneas cujos rituais envolviam incorporações e o louvor aos orixás. Entretanto
, foi através de Zélio que organizou-se uma religião com rituais e contornos bem
definidos à qual deu-se o nome de Umbanda.
Nesta época, não havia liberdade religiosa. Todas as religiões que apontavam sem
elhanças com rituais afros eram perseguidas, os terreiros destruídos e os pratic
antes presos.
Em 1945, José Álvares Pessoa, dirigente de uma das sete casas de Umbanda fundada
s inicialmente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, obteve junto ao Congresso Na
cional a legalização da prática da Umbanda.
A partir dai, muitas tendas cujos rituais não seguiam o recomendado pelo fundado
r da religião, passaram a dizer-se umbandistas, de forma a fugir da perseguição
policial. Foi aí que a religião começou a perder seus contornos bem definidos e
a misturar-se com outros tipos de manifestações religiosas. De tal forma que hoj
e a Umbanda genuína é praticada em pouquíssimas casas.
Hoje, existem diversas ramificações onde podemos encontrar influências que utili
zam a palavra Umbanda, como as indígenas (Umbanda de Caboclo), as africanas (Umb
andomblé, Umbanda traçada) e diversas outras de cunho esotérico (Umbanda Esotéri
ca, Umbanda Iniciática). Existe também a "Umbanda popular", onde encontraremos u
m pouco de cada coisa ou um cadinho de cada ancestralidade, onde o sincretismo (
associação de santos católicos aos orixás africanos) é muito comum.
Mantém-se na Umbanda o sincretismo religioso com o catolicismo e os seus santos,
assim como no antigo Candomblé dos escravos, por uma questão de tradição, pois
antigamente fazia-se necessário como uma forma de tornar aceito o culto afro-bra
sileiro sem que fosse visto como algo estranho e desconhecido, e, portanto, pers
eguido e combatido.
Há discordância sobre as cores votivas de cada orixá conforme o local do Brasil
e a tradição seguida por seus seguidores. Da mesma forma quanto ao Santo sincret
izado a cada orixá.
Alguns exemplos:
* Exu - Santo Antonio no rio de janeiro;
* Oxumare na umbanda - São Bartolomeo no brasil
* Ogum - São Jorge OU Santo Antonio na bahia;
* Oxossi - São Sebastião; no Brasil, São Jorge na bahia;
* Xangô - São Jerônimo,São João Batista, São Miguel Arcanjo
* Iemanjá - Nossa Senhora dos Navegantes;
* Oxum - Nossa Senhora da Conceição;
* Yansan - Santa Bárbara;
* Omulu - São Roque;
* Obá - Santa Rita de Cássia, Santa Joana d'Arc
* Obaluaê - São Lázaro;
* Nanã - Sant'Anna;
* Egunitá - Santa Sara Kali,
* Oxalá - Divino Jesus Cristo, o Ser Cristalino.
Os fundamentos
Os fundamentos da Umbanda variam conforme a vertente que a pratique.
Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assi
m podem, com certa ressalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de
Umbanda. São eles:
* A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olo
rum, Zambi;
* A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternid
ade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em t
odas as manifestações existentes;
* O culto aos orixás como manifestações divinas, em que cada orixá controla
e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade
humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência;
* A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em
seus médiuns ou "aparelhos";
* O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, ma
nifesta de diferentes formas;
* Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em c
ada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalh
os de cada terreiro;
* A crença na imortalidade da alma;
* A crença na reencarnação e nas leis cármicas;
Um Deus único e superior
Deus, em sua benevolência e em sua força emana de si e através dos orixás e dos
guias (espíritos desencarnados) seu amor, auxiliando os homens em sua caminhada
para a elevação espiritual e intelectual.
Os Orixás
Os Orixás são Divindades Manifestadas por Deus (Olorum), como suas qualidades Di
vinas.
Para cada qualidade Divina, há um Orixá, uma individualização de Deus, como sua
totalidade original, regendo um aspecto ou Estado na Criação.
Dentro desses Estados da criação, existem elementos e sentidos, nos quais se val
em as Leis Divinas.
Essas Leis, imutáveis, são o código Supremo da Vida, que mantém o equilíbrio uni
versal do Universo Manifestado.
Os Poderes Divinos, Orixás, são Mistérios, que se traduzem como Poderes (Infinit
os) e em Movimento Constante.
Cada Mistério Divino se manifesta no Universo Manifestado como Símbolos, Element
os, Sentidos, Movimentos e Cores como exemplo:
SENTIDOS:
FÉ- A capacidade de congregar seres dentro de um mesmo espaço sob uma afinidade
específica (magnetismo)
AMOR- A capacidade de unir seres em pró de uma causa ou sentimento afim.
CONHECIMENTO- A capacidade de expandir a vida sob um aspécto das Infinitas diret
rizes do Código da Vida.
JUSTIÇA- A capacidade de gerir com equilíbrio o Universo Manifestado.
LEI- A capacidade de potencializar de uma maneira correta um ou vários aspectos
das Leis Divinas (caráter).
EVOLUÇÃO- A capacidade de transpor ou transmutar um ou vários aspectos dentro da
Lei Divina.
GERAÇÃO- A capacidade de criar e multiplicar novos meios de evolução dentro do U
niverso Manifestado (vida).
ELEMENTOS:
CRISTAL
MINERAL
VEGETAL
FOGO
AR
TERRA
ÁGUA
MOVIMENTOS:
CAMINHOS
PASSAGENS
PASSOS
ETC.
SÍMBOLOS:
Triângulo: Simbolo do Equilíbrio e da Sabedoria
Cruz: Símbolo da Fé e da Evolução
Pentagrama: Símbolo da União dos Quatro Elementos Básicos (fogo, água, terra e a
r), criando o tempo, ou elemento cristalino.
Hexagrama: Símbolo da Justiça.
Heptagrama ou Setenário: Símbolo da Sagrada Irradiação Sétupla da Vida
Octagrama: Símbolo da União dos Sete Símbolos Sagrados, gerando o Símbolo Maior.
Círculo: Símbolo da Plenitude. Todos os Símbolos se manifestam dentro dele (Todo
).
CORES
Branca: Associada a Fé. Todos os elementos se manifestam dentro dela.
Azul-Clara: Associada a vida. O elemento aquático se manifesta nela.
Azul-Escura: Associado à Lei: O elemento eólico se manifesta nela.
Verde: Associado à Evolução: O elemento vegetal se manifesta nela.
Rosa: Associado ao Amor. O elemento mineral se manifesta nela.
Laranja: Associado à Justiça: O elemento ígneo (fogo) se manifesta nela.
Amarelo. Associado à Lei. O elemento eólico (ar) se manifesta nela.
Vermelho: Associado à Justiça. O elemento ígneo se manifesta nela.
Marrom: Associado à Evolução. O elemento telúrico (terra) se manifesta nela.
Roxo: Associado à Geração. O elemento telúrico se manifesta nela.
Lilás: Associado à Evolução. O elemento telúrico se manifesta nela.
Violeta: Associado à Evolução. O elemento telúrico se manifesta nela.
Magenta: Associado ao Conhecimento. O elemento vegetal se manifesta nela.
Preto: Associado ao Vazio. Nenhum elemento se manifesta nela, pois ela é absorve
dora de todas as cores.
Cada Orixá é Regente (Manifestador) ou Guardião (Mantenedor) de um Estado na Cri
ação, e de um (ou vários), símbolos, elementos, movimentos, sentidos e cores.
Associando os Orixás, temos
SENTIDOS
FÉ- OXALÁ (MASCULINO), LOGUNÃ (FEMININO)
AMOR- OXUM (FEMININO), OXUMARÉ (MASCULINO)
CONHECIMENTO- OXÓSSI (MASCULINO), OBÁ (FEMININO)
JUSTIÇA- XANGÔ (MASCULINO), EGUNITÁ (FEMININO)
LEI- OGUM (MASCULINO), IANSÃ (FEMININO)
EVOLUÇÃO- OBALUAIYÊ (MASCULINO), NANÃ BURUQUÊ (FEMININO)
GERAÇÃO- IEMANJÁ (FEMININO), OMULU (MASCULINO)
ELEMENTOS E CORES:
OXALÁ- CRISTALINO- BRANCO
LOGUNÃ - TEMPO- AZUL ESCURO
OXUM- MINERAL- ROSA
OXUMARÉ- AQUÁTICO-CRISTALINO- AZUL CLARO
OXÓSSI- VEGETAL- VERDE
OBÁ- VEGETAL-TELÚRICO- MAGENTA
XANGÔ- ÍGNEO (FOGO)- VERMELHO
EGUNITÁ- ÍGNEO (FOGO)- LARANJA
OGUM- EÓLICO (AR)- VERMELHO/AZUL ESCURO
IANSÃ- EÓLICO (AR)- AMARELO/VERMELHO
OBALUAIYÊ- TERRA-ÁGUA- VIOLETA
NANÃ-BURUQUÊ- ÁGUA-TERRA- LILÁS
IEMANJÁ- AQUÁTICO- AZUL CLARO
OMULU: TERRA-ÁGUA- ROXO
PONTOS DE FORÇA DOS ORIXÁS
Cada Orixá, como Regente ou Guardião de um estado na Criação, tem no plano mater
ial, locais específicos, chamados PONTOS DE FORÇA, onde seus mistérios divinos f
luem com naturalidade, através de Vórtices Especiais, que ligam este plano, às s
uas REALIDADES DIVINAS.
Estes Pontos de Força podem ser tanto utilizados pelos Umbandistas para consagra
ções de seus médiuns nos Orixás (AMACI) como para oferenda-los (EBÓS).
OFERENDAS
As oferendas são em sí mesmas Mistérios na Criação, e não podem ser confundidas
com o que antigamente se chamava de "comida de santo".
Orixás, como Divindades, não comem, fumam ou bebem. Os elementos depositados em
uma oferenda, são na verdade, elos de ligação que fazemos quando oferecemos ao O
rixá, pedindo algo para nós ou nossos semelhantes. Eles se utilizam desses eleme
ntos para agir diretamente sobre nós no plano material.
Cada Orixá possue elementos próprios (como demonstrado acima), portanto, para su
as oferendas, devemos construi-la baseado nas suas afinidades, como exemplo:
FITAS: NAS CORES DOS ORIXÁS
PEMBA: PARA ORIXÁ, SENÃO A BRANCA, DAS CORES DELES.
PANOS: DAS CORES DOS ORIXÁS.
E ETC.
PONTOS DE FORÇA:
Campos Abertos: Ogum, Oxalá, Logunã.
Caminhos: Ogum, Iansã.
Florestas: Oxóssi, Obá.
A beira do mar: Iemanjá, Omulu, Ogum.
Cemitérios: Omulu, Obaluayê, Nanã Buruquê, Iansã.
Na beira de lagos, lagoas: Nanã Buruquê, Oxum.
Na beira de rios, cachoeiras e corredeiras: Oxum, Iansã, Oxumaré.
Nas pedreiras: Xangô, Egunitá.
ORIXÁS NEUTROS
EXU
O Orixá Exu está fora da classificação dos Orixás acima, pois ele é um Orixá Neu
tro (não possui polaridade), não possue elemento específico, e está localizado "
em torno" da criação.
Seu Mistério é o Vazio. Este Vazio a tudo engloba, portanto, tudo que sai da cri
ação, cai no Vazio.
Sua cor primária é o Preto. Porém, ele se utiliza de todas as outras cores, pois
guarda todos os pólos negativos dos Orixás.
Seu ponto de força é o lado "de fora" de todos os pontos de força dos Orixás.
Podemos fazer Oferendas para Exu em qualquer ponto de força, desde que seja "for
a" dele.
POMBAGIRA
A Orixá Pombagira é uma Orixá neutra, pois não possue elemento específico. Seu e
stado é o Abismo, e está localizado "dentro" do Universo Manifestado.
Sua cor primária é o Preto, porém ela se utiliza da cor vermelha com frequência.
Seu ponto de força é o lado "de dentro" de todos os pontos de força dos Orixás.
Não confundam o "interno" com o lado "de dentro", pois são estados diferentes.
A Orixá Pombagira é o Abismo que existe dentro de cada ser, Infinito, e que pode
guardar toda criação dentro de si. Portanto, O universo existe, e tem um lado "
de dentro" que guarda si mesmo, ou suas manifestações, como formas conscienciais
abstratas.
EXU-MIRIM
O Orixá Exu-Mirim é um Orixá Neutro, pois não possue elemento específico. Na ver
dade, ele não rege estados, mas um PLANO na criação, que é o plano das Idéias.
Cada Idéia que pensamos flue desse Plano, regido por Exu Mirim. Como ele é regen
te de alguns mistérios vitais, como dos impulsos e dos atrasos, essa idéia que p
ensamos, pode ou não amadurecer.
Ele é em si, o Orixá das Intenções.
Daí vem o fato, de quando suas linhas de trabalho se manifestam nos terreiros, e
le surge com a aparência de uma criança travessa.
Essas são as idéias. Imprevisíveis, travessas. Podem ter intenções boas ou ruins
.
As boas, Exu-Mirim impulsiona e as amadurece, para que evoluam até o Universo Ma
nifestado, e se concretizem. As ruins, Exu-Mirim atrasa e as retarda, para que s
ejam paralisadas e esquecidas. Se o ser insiste nessa intenção negativa, ele com
eça a retardar o raciocínio do ser até esgota-lo.
Não devemos, portanto, confundir Exu-Mirim com Exu, pois são Orixás diversos.
Sua cor primária é o PRETO/VERMELHO. Suas velas são as bi-colores.
Seu ponto de força são os campos abertos, por onde as idéias podem fluir sem bar
reiras.
Sincretismo
Indígeno, africano, católico, espírita, outras.
A Umbanda é uma junção de elementos africanos (orixás e culto aos antepassados),
indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Catolicismo (o euro
peu, que trouxe o cristianismo e seus santos que foram sincretizados pelos Negro
s Africanos), Espiritismo(fundamentos espíritas, reencarnação, lei do carma, pro
gresso espiritual etc).
A Umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, à natureza e a
Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. Em d
ecorrência de suas raízes, a Umbanda tem um caráter eminentemente pluralista, co
mpreende a diversidade e valoriza a diferenças. Não há dogmas ou liturgia univer
salmente adotadas entre os praticantes, o que permite uma ampla liberdade de man
ifestação da crença e diversas formas válidas de culto.
A máxima dentro da Umbanda é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor,
humildade, caridade e fé".
O culto umbandista
A Umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local on
de os Umbandistas se encontram para realização do culto aos orixás e dos seus gu
ias, que na Umbanda se denominam giras.
O chefe do culto no Centro é o Sacerdote ou Sacerdotisa (pode ser Babá, Zelador,
Dirigiente, Diretor(a) de culto, Mestre(a), sempre dependendo da forma escolhid
a por cada casa). São os médiuns mais experientes e com maior conhecimento, norm
almente fundadores do terreiro. São quem coordenam as sessões/giras e que irão i
ncorporar o guia-chefe, que comandará a espiritualidade e a materialidade durant
e os trabalhos.
Vale lembrar que o termo pai-de-santo ou mãe-de-santo não deve ser aplicado na r
eligião de Umbanda, pois estes termos são oriundos do Candomblé, que é uma relig
ião diferente da Umbanda.
Como uma religião espiritualista, a ligação entre os encarnados e os desencarnad
os se faz por meio dos médiuns.
Na Umbanda existem várias classes de médiuns, de acordo com o tipo de mediunidad
e.
Normalmente há os médiuns de incorporação, que irão "emprestar" seus corpos para
os guias e para os orixás.
Há também os atabaqueiros, que transmitem a vibração da espiritualidade superior
por via dos atabaques, criando um campo energético favorável à atração de deter
minados espíritos, sendo muitas vezes responsáveis pela harmonia da gira.
Há os Corimbas, que são os que comandam os cânticos e as cambonas que são encarr
egadas de atender as entidades, provisionando todo o material necessário para a
realização dos trabalhos.
Embora caiba ao sacerdote ou à sacerdotisa responsável o comando vibratório do r
ito, grande importância é dada à cooperação, ao trabalho coletivo de toda a corr
ente mediúnica.
Segundo a Umbanda, as entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser pre
tos-velhos, caboclos, boiadeiros, mineiros, crianças, marinheiros, ciganos, baia
nos, orientais, xamãs e exus.
As sessões
O culto nos terreiros é dividido em sessões de desenvolvimento e de consulta, e
essas, são subdivididas em giras.
Nas sessões de consulta, onde comumente podemos encontrar Pretos-Velhos, Caboclo
s, Ciganos… As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselh
os para suas vidas, curas, descarregos, e para resolver problemas espirituais di
versos.
As ocorrências mais comuns nessas sessões são o "passe" e o descarrego.
No passe, a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa, energizando
-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar.
O descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia neg
ativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do terreiro
que contém elementos dissipadores dessas energias. Também a entidade faz com que
essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito ob
sediador é retirado e encaminhado para tratamento ou para um lugar mais adequado
no astral inferior caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode
ser necessária a presença de um ou mais Exus (um gênero de espírito desencarnado
) para auxiliar a desobsessão.
Os dias de Consulta e/ou Desenvolvimento podem variar de casa para casa, de Linh
a Doutrinária para Linha Doutrinária.
Nos dias de consulta há o atendimento da assistência e nos dias de desenvolvimen
to há as giras médiunicas, que são fechadas à assistência, onde os sacerdotes ed
ucam e ensinam os mecanismos próprios da mediunidade.
Médiuns
Médium é toda pessoa que, segundo a Doutrina Espírita, que tem a capacidade de s
e comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da inco
rporação, pela vidência (ver), pela audiência (ouvir) ou pela psicografia (escre
ver movido pelos espíritos).
A Umbanda crê que o médium tem o compromisso de servir como um instrumento de gu
ias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do
estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação moral e esp
iritual, a aprendizagem conceitual e prática da Umbanda, respeitar os guias e or
ixás; ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, a
mor e fé em sua mente e espírito, e saber que a Umbanda é uma prática que deve s
er vivenciada no dia-a-dia, e não apenas no terreiro.
Uma das regras básicas da umbanda é que a mediunidade não deve ser vista ou vive
nciada vaidosamente como um dom ou poder maior concedido ao médium, segundo os u
mbandistas, mas sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada para
resgate kármico e expiação de faltas pregressas antes mesmo da pessoa reencarna
r. Por isso não deve ser encarada como um fardo ou como uma forma de ganhar dinh
eiro, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade.
Existe médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado e se
envaidecem, agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua vida
como sendo um mensageiro de Deus, dos orixás e guias. Ter um comportamento mora
l e profissional dignos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrár
io acaba atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados que vagam
pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estejam na mesma
faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo qu
e deve ser encarado de forma séria e regido através de um profundo estudo da rel
igião, e seguido por conceitos morais e éticos. Ser orientado e iniciado por uma
casa que pratica o bem é essencial.
As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério sua missão, ter muito amor
e dar valor ao que fazem, tendo sempre boa-vontade nos trabalhos de seu terreir
o e na vida diária.
O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados ao
s seus orixás e guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa
, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma
dúvida, problema espiritual ou material.
Sobre o estudo da mediunidade e do médium, pode-se utilizar como fonte para estu
dos a relação que existe abaixo, no item "Literatura Umbandista".
Alguns terreiros utilizam-se das obras Espíritas (codificadas por Allan Kardec),
mas a maioria segue as orientações da literatura umbandista que é prolífica nas
discussões teóricas e nas orientações práticas. Há livros umbandistas a partir
da década de 1930.
Polêmicas dentro das "Umbandas"
Sacrifício ritual de animais
Existem várias ramificações dentro da Religião de Umbanda entretanto na umbanda
não se usa o sacrifício de animais em hipótese alguma.
Esta prática está ligada a algumas linhas que ainda cultuam junto com a umbanda
alguns rituais de religiões afro-brasileiras.
Apesar da umbanda ser bastante ramificada, denominamos traçada - alusão ao sincr
etismo com o candomblé - a umbanda que ainda carrega em seus cultos o sacrifício
de animais.
Em suma, qualquer ritual onde se pratica a imolação animal não deve utilizar o n
ome "Umbanda".
Uso de bebidas alcoólicas
Também encontramos terreiros dos seguintes tipos:
* Os que as entidades incorporadas não usam bebidas (muitas vezes por questão
do próprio médium não estar preparado para este tipo de trabalho com bebida) cri
ando uma espécie de tabu;
* Os que elas bebem durante os trabalhos (tanto os que fazem o uso correto d
este elemento, como os que abusam);
* Os que usam bebida em situações mais veladas (existindo um certo rigor qua
nto a sua utilização, buscando coibir abusos de médiuns ainda em preparação).
Toda essa controvérsia é gerada pelo uso que as pessoas fazem das bebidas alcoól
icas na vida diária, muitas vezes caindo no vício do alcoolismo, trazendo conseq
uências graves para sua vida material e espiritual.
Ocorre que médiuns predispostos ao vício podem, ao invés de atraírem espíritos d
e luz, afinizarem-se com espíritos de viciados que já morreram - esses espíritos
serão obsessores dessa pessoa, uma vez que ela satisfaz seus desejos materialis
tas. Note-se que o álcool é um elemento usado na magia para trabalhos para o bem
; abusos nunca são tolerados e exibicionismo não são sinais de incorporações de
luz.
Existem casas que, por ordem do mentor espiritual, nunca usaram ou deixaram de u
tilizar o fumo, assim como a bebida alcoólica, sem que por isso, tivessem qualqu
er problema com as entidades que, por ventura, utilizavam esses elementos. Afina
l, os espíritos podem se adaptar e mudar a forma de trabalhar de acordo com o fu
ndamento de cada instituição.
É importante ressaltar, ainda, que quanto menos o espírito utilizar materiais te
rrenos melhor. Eles podem trabalhar com elementos bastante etéreos e tão eficaze
s quanto os fluidos do próprio médium.
Paramentos
Na Umbanda, os médiuns usam normalmente como paramentos apenas roupas brancas, p
odendo estar os pés descalços, representando a simplicidade e a humildade.
Mas há Umbandas que também utilizam roupas com as cores de cada linha. Por exemp
lo, em giras de Ogum se utiliza camisas ou batas vermelhas e calças e saias bran
cas.
Nas giras de esquerda as roupas são pretas, sendo que as filhas de santo podem s
e vestir de vermelho e preto.
Pode ocorrer, por exemplo, que uma entidade de Preta-velha solicite uma saia ou
um lenço para amarrar os cabelos; isso visa a proporcionar que o médium se pareç
a mais com a entidade que está incorporando.
Também há os apetrechos dos guias. Por exemplo, os Caboclos costumam utilizar co
cares, alguns utilizam machadinhas de pedra, chocalhos, etc.
Uma outra visão sobre os paramentos e apetrechos materiais utilizados pelos médi
uns é de que são usados pelos espíritos como condensadores de energia: um modo d
e concentrar a energia e depois enviá-la, se positiva, ou dissipá-la no elemento
apropriado, quando negativa.

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