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Helio Oiticica: Obra e Estrategia Luciano Figueiredo ta catoronene pte 8 ee Maas ns ara. rears, Cn eka, Ca tc es, rion Gea Fras @ Chamei esta exposigéio de Hélio Oiticica: Obra € strata, por estar certo de que através de panorama com pacto da cronologia de suas obras e fazendo uso de parte da ‘vastissima documentagao organizada pelo proprio Oiicica entre 1955-1980, poderia demonstrar aspectos pouco cone ‘cidos de seu trabalho ¢o funcionamento do estratagema artis tico que habilmente soube elaborar, bem no inicio de sua tra ietiria — ands a tealizagio de Bilaterais ¢ Relevos Espaciais, as ‘Nao-objetos, que marcaram a sua part estruras-cor, 08 SeUS ‘inagdo no movimento Neoconcreto em 1959-1960, +o st, DW cer coniperay a ted, 12 Fizemos uso de formato conciso de suas ordens con- celtdais para potencializar contrastes e relagées entre os variados periados, como também, erfocando com nitidez as passagens que constituem seu processo criativo, sua aven- tura da cor e espago. ate“ is Cag tn sr ei, e/a Ncncomine steven” eons hs, 158 Webi ctr sneer aes, 602 0 Ponetrével projeto FLTRO — para Vergara, realizado em 1972 para a mostra * Exposigdo” organizada por Caras Vergara no mesmo ano no Museu de Arte Moderna do Ro de Janeiro, ¢ reconstruido pela primeira vez e especialmente para Obra @ Estratégia, por tratar-se de obra sigiicatva, porém de aspecto pouco observado em seu proceso criti +, que si as interlocugdes,parceras e colaboragdes que ‘manteve com artistas, poetase amigos que so parte estru- {ural de sua obra; longa 6 a Kista destes cidlogos, proposigdes, cmbioatistcoe poéticas consangUineas. Experimenta por excelénca, ram apostas permanentes em fis de possi dades cultura e rede infiita de campo sensivel. Sua obra esti marcada por mais esta janela que soube sempre manter abera e fazer fur originalssimos resultados. Valorizando 0 cardter ineditismo, Obra e Estrategia presenta conjunto de pinturas do periodo do Grupo Frente (1955-1956) e Metaesquemas de 1958, nunca antes exbidos, mesmo pelo proprio Oiticica em expasigées de época. Outra reconstrugo que participa da mostra é a do Penetrvel PN2B ‘Nas Quebradas, sua ditima construgdo ambiental realzada para exposiggo coletva em Sao Paulo, 1979. Replicas de Parangolés foram especialmente confeccionadas e cuidou-se pela primeira vez em espaco museoligco, de informar 0 visi- tante e encoraé-o a retiraro Parangolé de sua posicio esti- tica e vestindo-o, explora as suas possibilidades ‘Asecgio documenta, disposta em 24 partes (vitines) funciona como mergulho na intimidade do arquivo de Hélio Oiticica, contendo projetos minuciosamente detalhados de bras néo construidas, manuscritos nao publicados, dese nos para a execugdo de Bdides, Micleos, Ponotraveis © Parangolés, datados © assinados, que 6 contirmam sua pre- ‘cisdoe rigor técnica, através de indicagdo exatas de pigmen- tos, materiais © plano de construed; cadernos de textos abarrotados de refle- x6es didrias para pro- jetos*em andamento; paginas e cadernos intetos de jornas (co mo a sua colecao dos suplementos. do. Jor- nal do Brasil), fotogra- fas, filmes, transcri- gées de fitas orava- das, cartas @ 05 seus index-cards, once cone cisamente anotadas, durante trajetos de Snibus, esto os primeiros vislumbres para trabalhos que realizaria em seguida, Entre tantos itens nunca vistos mesmo Jotigybaintm (hota te Bile ow Soltevibe ie eateries. a st B18 ake 09,1965, Merri” 18 ei 185," subpar ee Cea, 1961 1 ie ca 6,106.8 “Ee 17 ie 1855“ 8 oti” ts pars wit, 065 a tne eg W primis He 0160 tango: f dae S pits de yee Merge i bute soret 1 dusiee cae Poss verbrenis: 1% beak aouteic. 1 a ia Prev nape” ei, 1907 Pte vee regi ses 57 por pesquisadares, esto os estudos para o sou Bolide mais famoso, a caixa em homenagem a Cara de Cavalo, 0s recor- tes de jomais de onde extral a imagem para o estandarte *Seja Marginal, Seja Herdi", e também, 0s pequenos primei- ras desenhos para construgao da obra Tropica, documen- tos importantes da arte brasileira como as embleméticas paginas do suplemento dominical do Jornal do Brasil (SOB), apresentando o manifesto Neoconcreto, a Teoria do no ‘objeto de Ferreira Gullar,reportagem da revista 0 Cruzeiro flagrando 0 polémico debate piblico que provocou a ruptura antre os poetas paulistas e cariocas e bem humoradamente inftulada 0 Rock N’ Roll da poesia Estou certo de qu, Helio ticica quardou @coleconou & prépria ora desde o inicio de sua carrera, pela necessidade que sent de conduz-la de maneira autinoma, através de otros conceitos por ele considerads como essencais & sua com- preensio, Guardava trbalnos no como vaidade ou fetche, porém, como parte do plano ideolgico que elaborou, tudo que, escreveu, integrante do compus de sua obra. Seu arquivo é insepardvel dela e prova-se sempre imprescindva! fara montagem de exposigdes e publicagées sobre a sua obra Fosse esoita sua biogratia,certament iia deter-se no ‘seus anos incias, na sua juventla, na formagao que teve com seus irmaos Cesar Diticica ¢ Claudio Oitcica, como netos do fildlogo, poeta e lider anarqusta José Oitcica, coma fio do entomdlogo, pntore fotégrafo José Oitcica Fino, um dos pio neiros da fotografia experimental no Brasil e de Angela Oticica, que era cantra lirica e poiglota.. Em atipico modus vivndi para qualquer familia bras, 0s Oitccas estudaram em casa os cssicos da pinta, misica, Itratura,lnguas e ciéncas, sem frequentar bancos escolres do sistema educacional ofa, nao praticavam qualquer religio ‘© abominavam ideologias ttaitrias de qualquer especie. € essa formagdo que moldard Otcica como pensador Ine, radicalmen- ‘te despojado de dogmas ou preconcetos. Publicado na coluna "Geléia Gera!" do poeta Torquato Neto no jomal A Utima Hora (29/09/1971) sob o titulo de “Exposigdo? Eu néo!” este breve texto de Helo Oiticica que reproduzimos a seguir, é provavelmente sua mais céustca e explcitaposigdo em rela a politica do mundo das artes plés- ticas de sua paca, Incuindo artistas, Galerias, mercado de arte ‘e museus. A ftulo de mais um escarecimento,Otcca vocifera repisa questies elaboradas em muitos de seus texos anterio- res, para defender @ maneira de conducir sua obra e para mais uma ver dar as costa @ promogées ou manutenco de caret. ve litt eng ‘Aas olhos de hoje, dficimente podemas imaginarartis- tas martelando ou ariscando posigdes tio extremadas para com o mundo institucional ou comercial: ro s6 0 mercado arte possui hoje, diferentes modalidades de atuagdo junto & produgio de are, como também, mudaram, cresceram espan- {osamente em nimero e transformaram-se, as instituigbe. ‘Museus ciscutem hoje sua atuacéo, repensam seu papel cul- tural e social ciante da complexidade ¢ diversidade do que constitule representa a produgdo de arte contemporénea ‘Apasigdo de Oiticica, crrespondee difere ao mesmo ‘tempo de uma tradigao formada pelas vanguardas egressas das ideais modemistas do século XX, € que quase sempre Conjugavam o bindmio transformagao da arte/transforma- ‘glo do mundo ; em progressao e propulsdo, foram os mani- fostos futuristas, dadaistas, surrealistas € muitos outros, que elevaram & temperaturas maximas as possbilldades de rupturase transaressdes praticamente até meados da déca~ da de 70, quando quase tudo, crepuscularmente,vira van- ‘quardismo oficial Sua posigio, que 0 inclui na tradigao fundada pelas vanguardas moderistas, se di com a sua partcipagdo no ‘movimento Neoconereto (1959-1960) no Rio de Janeiro ~ a atticuiagdo de poetas e artistas plisticos que logrou realizar partir do contexto cultural do Brasil transformagao profun- da na tradigao construtivista européia. E tal como outros ‘membros do grupo Neoconcreto, Hélio Oticica diferencia-se, fem sequida, desta tradigao ao estabelecer bases para um programa de ordens conceituals interamente seu, transcen- dendo limites de categorias atisticas, néo para vir @ criar cutras, porém para dar a todas, possiblidades que definiu pioneiramente como experimentals, ou seja, sua estratégia © programa aberto in progress Por mais paradoxal que possa para alguns parecer, a bra de Hélio Oticica, noe, assidua nos museus do Brasil e do ‘mundo, adauiru status como expresso seminal para arte do sécula XX. Mais e mais estuda-se sua obra atribuindo-he lugar que nao pleiteou, mas que sabia bem possuir € exigir; custou-Ihe caro manter-se fel ao seus ideaise afrmar-se na contracorrente de um ambiente hostil e conservador ~ sua rebeldia artistca seria pejoativamente rotulada de marginal através de fabricada mistficago gerada por um mundo oficial refratrio a suas idéias sobre ate Surpreendentemente, apenas para um Brasil paroqual fe no menos perverso, a alval disponibilidade da obra. de Oiticica em museus einstituigdes (e apes a apresentacao da sua exposigdo retrospectiva na Europa e Estados Unidos em 1992-4) parece produzirincomodo inexplicével € como se o fato de sua obra encontrar-se publicamente acessvel hoje, isto em si, viesse a constitur uma “normatizagao” ameagado- ra ans seus contetios e significados Desde 1981, um ano apés a sua morte, fo criada uma insttuigdo para estuda,preservar, difundir insttuir sua obra por aquilo que representa para a arte © a para a cultura do Brasil. £ equivocado e mal compreendido o sentido da pata- va insttuggo, quando, fi justamente um trabalho instituco- nal ¢ especializado em Hélio Oitcica, que tornou possivel & viabiliou 0 conhecimento que hoje se tem sobre a sua cro- nologia de obras. Falham os seus detratores, quando concei- ‘ualmonteindigentes e visualmente labirintados, néo perce- tem as perspectivas que a obra de Oiticica ofereceu ¢ ofere- cc para a arte contemporénea do Brasil lewra de seus tox tos sem a vivincia das obras-produz conhecimentos peifr cos, jontes. Passam ao largo, escapam-hes aspectos vilais de sua obra como por exemplo, sua postica, de poesia mesmo, de poiesis, do papel estrutural que velo a ocupar nas suas ordens conceitvais, Nao percebem como soube ampliar& vida mesmo, a forga dos conceitos contidos em suas invengées: da partici pago do eipectador na obra de arte, das proposi¢oes para manifestagdes coltivas, ordens englobativas, suprasenso- rial etc, € que resultaram em poderosos amélgamas cultu- rais. Sendo, que mais poderiamas concluir acerca dos fencontros ¢ vinculos que manteve a0 longo de toda a sua trajetéria com Mério Pedrosa, Ferrera Gullar, Reynaldo Jardim, Ivan Serpa, Lygia Clark, Lygia Pape, Jackson Ribeiro, César iticica, Cael Oiticica, Miro da Manguera, Jerénimo da Mangueira, Rose de Souza Matos, Reno de Souza Matos, Roberto da Mangueira, Desdemone Bardin, farses, Antonio Manuel, Frederico Morais, Antonio Dias, Glauber Rocha, Guy Brett, David Medalla, Décio Pignatari, Haroldo de Campos, Augusto de Campos, Waly Salomao, Rogério Duarte, Caetano, Veloso, Esther Emilio Carlos, Gilberto Gil Carlos Leonan, Antonio Carlos Fontoura, Julio Bressane, Rogério Sganzerla, Torquato Neto, Ana Maria Duarte, Lu (Otivio Pimentel, an Cardoso, Thomas Valentin, Andreas Valentin, Judy Valentim, Neville d’Almeida, Luis Fernando Guimaraes, Raimundo Collares, Regina Vater, Roberta Camilla Salgado, Eduardo Costa, Luciano Figueiredo @ Oscar Ramos, Miguel Rio Branco, Carlos Vergara, Romero Cavalcanti, Jorge Salomdo, Steve Berg, Ne'son Motta, José Colso Martinez Correia, Mauricio Cire, Holena Lustosa, ‘Quentin Fiore, Dore Ashton, Mario Montez, Leon Hirszman, Paulo Bruscky, Luis Melodia, Jards Macalé, José Carlos Capinan, Renato Fernandes, Paulo Lima, Martine Barrat, Mustapha Barrat, Olympio Vasconcelos, Guilherme Araijo, Silviano Santiago, Lee Jaffe, Chris , Nininha da Mangueira, Paulo Ramos, Pedralto e Leandro Katz, Luis Carlos Saldanha, Raimundo Amado, Aloisio Carvéo, Daniel Més, Mariza Alvarez Lima e muitos outros. (aoe geasrorer ‘otk Roll'da POESIA RIO NOU © corpo enalto em esferra- rsacon de anlage, dua Fro cizotes por cama © 0 io para, preteger «cade ema temperature de dove Grants edi dan fas. 0 Grugedas carocos: ase 0 Simbolo de wma lepiio de aries a clase dos me Bigor — que age quando & site ve fax alta e deanpare te com a aurora, indjre- i propria sore, centenas Me Sbmena dorme peat eas da Cudade, na mais cor Pleta tndigenia, epebiendo Pefpwoe pedagos de cierto Fuscom os rasos— est, fina’ Tego mals wasn € thats srpaniseda. 4peor #00 porcelgoe de wa vida nor Feros mendigos rectsom (Miernagao no Centr de Re pera do Estado. "Se eu ontane de colegio nterto foitaria @ andar de. calee ‘ria — respondent. 8 co item @ dormir. (Pg. 19) Fee dots do ani, 196 seja marginal seja herd! eed onl toto en pe ear “Sp ste "a Mar ej 058 een won artes plastica HaROIS E ANTL-HERCIS DE OFT o«ro Tex By MAURICIO CINE 2 ‘sma are peasy lo ca ew ok FS on, eat Sette Stein GRLEIA GERAL u Bg z G at 22 HY £ 4 : i ou Haroldo de Campos? ORGRANURBANR ne ports ptt (GELEIA GERAL— ‘Vocés preferem Aroldo de Azevedo sin 170 ae ae Teo Hin Oa pr Tq ets, tina Ho. “eto enya eat etn Ho, 221972 ‘hn ce fn 60,6 17a Pcs TS. eum Win Fecet PM Saito. eat Fe yh nian cs ew OK, 268 Sebo era, etre, 292 = 1 Em 1960, apds a realiza~ eae Yt NEE Ly > Espaciais, tii incia eta be Penetévels, porn, aoe de Nicleos, onde grupamentos de estruturas-cor, firmavam ‘Micleo, Muicleo Médio e Grande Nicleo ~ classifica, numera & data cada série da nova ordem para a cor @ que viria a realizar tes, uma sufocante camara ‘cromatica, Oiticica realiza sur a te que chamou de “Projeto Caes de Caga”. Em seu diario ‘rane Wo od ns 16, ite De Wi aren, Re, 2 de 28 de agosto de 1961 assim escreve: A gigantesca escala da maquete “Proto Ces de Gaga" nao possibiltou sua construcao, porém, 0 Poema Enterrado de Fereira Gulla fi de fato consirudo na casa da familia Oticica na Fua Eng. Alfredo Duarte, no Jardim Boténico, Sua cconstrugéo durou apenas um dia, pois, chuva @ inundagéo frustraram sua inauguragéo, onde compareceram todos 0s artistas do grupo Neoconcreto Em recente depoimento para o dacumen tério "Neoconcretos” de Katia Maciel, 0 poeta Ferreira Gullarretembra *- 0 titimo dos poemas concretos que eu fiz, até eu me desigar do movimento, foi 0 Poema Enterrado. Esse poema era uma sala, @ ‘no fundo do chao, vocé descia por uma escade, abria a porta do poema e entrava em uma sala de 3m x3 meno cent dessa sala tinha um cubo vermetho de 50 cm x 50 cm e quando vocé levantava o cubo, embaixo tinha um cubo verde de 30 cm x 30 cm: que vocé levantava e embai- 10 tha um cubo branco, pequeno, que vocé pegava e hamletanamente levantava @ estava escrito: REJUVENEGA.” movimento Neoconcreto, como se sabe, foi um movimento de artistas plsticos e poetas, Sua historia mostra aexisténcia de elo vital entre arte e poesia, ¢ em varios momentos de traba- thas e edges publicados pelos varios membros do grupo podemos aficmar que a poesia teve papel fundamental nas bases ¢ relagbes feo menoligicas da produgao que ali surgi. A inciu- so do Poema Enterrado de Gullar, que Oiticica faz no “Projeto Caes de Caca”, representa, a0 ‘meu ver, um momento marcante no processo do rdprio Oiticca, pois vira a partir de entéo explo- Far & requintados limites a incluso e muitas vezes fusdo estrutural da poesia em suas propo- sigdes erealizagdns cromtco-espacas. (bra e Estratégia tem inicio com 0 BGAN Penetve FLTRO e o wstante, ao envar na EeSeeall ximeica cas varias cabines sensoriais que ‘experimentaré ao longo do porcurso interno do trabalho, descortnaré camada de cor transgarente, para oni a dentro do espago de cor a voz do poeta Harldo de Campos, lendo @ sua série de poems “Galaias” & passard dal para outa rea, j de cores dite- rentes, onde poder ouvir a voz de Gertrude ‘Stein endo trechos do seu famoso lv “The eli, Making Of America. Assim, ovisitante para increas prossequir no curso do Penetrve teré que, primeiro ouvir poesia. Nessa relagdo de que falamos, de Helio Oitcica com a poesia, talvez esteja no FILTRO, sua mals explicita demonstragao de como 0 pooma passa a ser estrutural no ‘seu processo interrelacional de linguagens. Como ja disse mos, esta operago comegou com o Poema Enterrado de Ferreira Gullar no “Projeto Caes de Caga”e estendeu-se a pra- ticamente, todas as novas ordens conceituais que Oiticica iia posteriormente cra. ‘Sao poemas 0s textos escrito e pintadas em Bélides e Parangéles: ‘do meu sangue do meu suor este amor vivera on 82 Ca 17 186 Pa Ca aqui esta e ficard ! contemplai se silencio heroico en 5 fi C18 (95-59 Penn Cana home # ara Ge Can porque a impossibilidade ? em 44 oii 71 (185-69 PE aa 3 mergulho do corpo em Be Bk 218-67 Pama Con do mal emo sie ca 21055. 60 oma a contato do vivomorto m5 Bie Sc 419567 ema S00? sexo, violéncia eis o que me agrada em ro Pxom 6(5) da tua pele brota a humidade daterra — o.gosto o calor emer Cap 0956-57) incorporo a revolta ‘ens Part Cp 1 (1957) da adversidade vivemo ee art cape 12 (967 estou possuido evr Prag oe 19067 estamos famintos mp8 Prt Cap 16 (865) guevarcalia mF Paana i 168689 memo Grea guevaluta baby se 2 vt Cap 7968 menage 0k Cores es mway ke sm P30 Fang i 231972 amen Ht Capos escrorbuto P31 Pra apa 41972 ‘Apos a tealizacio de varias modalidades de Ncleo € ‘do Penetrével PN1, Oiticica faz uma espécie de pausa na escala espacial ¢ dimensional em que trabalhava, para dar inicio aos seus Bélides, ou transobjetos, como também os chamou, em 1963, Sua pesquisa da cor no espago atingira ‘em Mécleo dimensdes ambientais e a realizagao do PN1 em forma de cabine de 204 cm x 150 cm x 150 cm, confirma vva descobertas dentro da idéia de participagao do especta dor, porém opta por desvio espacial em escala muito it~ mista com a construgéo dos primeiros Bdlides Caixa ¢ Bélides Vidro, Talvez valesse all o que dizia-Ihe Ivan Serpa ‘acerca "... das propriedades do infiitamente grande @ do infinitamente pequeno". Poe literalmente de lado a escala ambiental para explorar o que chamou também de coorpo Fizagao da cof; com os recepientes contendo massas & ‘volumes de pigmentos puros, ou a articulacao de planos de cor nas caixas com placas ou partes moveis e oferecidas a0 contato manual do espectador para explorar as variant do chamado transobjeto Citcica violenta e destrl lago mais 0 camino formal dios bélides nas variagoes Balde Pedra, Bélide Luz, Bolide Lata, Bide Plistico, Bdlide Saco, Boide Baca, Bole Cama Balide Area, Bolide Ninhos, t® Contra-Boide 1 ¢ 2 que vie ram a ser as suas derradeiras proposigdes om 1980. Pb de café para cheiar, lata de fog0, feo, tera rox, terra vermelha, ama, brita,carvio, conchas do mar, locos colo- ridos de espuma, garafas com aquas colrida, tecidos pintado, luminéra plastscdpio lz de neon, fotogratias © POEMA; Halo realiza outro salto ultra-qualtativo e incontinente de sua propul so conceitual: é essa operagao empregnada de formas cons: tmidase coisas do mundo que o peritra superar cs ites do Bélid,¢inventar Parangolé, a esttulura-cor mais uma vez ren vada e afinal para a agi corporal plena, lida e ireversivel mente desestetizaa: tudo zero, tudo novo, ¢ mais, POEMA. ‘be cana 2.065 67 "Mga do Co Pare 2198 7 Wega fo ra Quanto mais avangava em suas pesquisas, mais refitia escrevia,Publicava suas idéias com regularidade em jomais e revista, porém, a imprensa dos meados da década de 60, jé do possuia nada comparavel ao extito suplemento dominical do Jornal do Brasil (sib). Cai dasticamente em qualidade a ctca de arte especializada e predomina otrvialismo de crt- ‘00s de arte colunistas, muito embora fossem as exposipSes de atte inensamente noticiadas. Seu arquivo de jomais des época, tem fontes de todas os periécicas que circulam no Rio de Janeiro capital cultural: Jomal do Brasil, Correio da Manha, ‘0 Giobo, Uitima Hora, Jornal do Comércio, Diario Carioca, Didrio de Noticias, mais as revstas O Cruzeiro, Manchete e A Cigarra, = Cor e Estrutura-Cor Pet Tate ee Oc ar super onal fool as 19850 Solitario de interlocugdes,Oiticca vota-se mats para o Aidlogo com artistas, amigos, cineastas, escritores, poetas € com 0 mundo do samba da Mangueira. E com a participagdo de seus amigos passistas que faz a polémica primeira apre- sentagao publica do Parangoté, em 1965, no Museu de Arte ‘Moderna do Rio de Janeiro durante a mostra coetva “Opiniao 65" — a entrada proibida do Parangolé no museu em nada desestimula suas proposigées, pelo contréio, sb iré mais Ihe safimar 0 potencial de mantestagSes de grupo e parceris. Com Anténio Manuel realiza o Parangolé "Nirvana’, com ‘Anténio Dias o Parangolé “Cuidado com o tigre” € com Rubens Gerchman “Capa da Liberdade’, entre 1967-68 ‘Um apés outro, s40 profundos os encontros que tem ‘com poetas. € Rogério Duarte, designer ¢ poeta, que inventa a palavra Apocalipopétese para o evento coleto no Atert0 do Flamengo em 1968 e organizado por Oitcica, e também com 1s conceites Drogen e Probjeto que Oitcicautilizaré nas novas Instancias do Bolides e Penetréveis: 0 plano do EDEN — imen: so conjnto de Penetraveis suprasensoraise “exercicio para o Crelazer e circulagdes". Rogério Duarte Hiélio Oticica orga- nizam juntos em 1968 0 importante debate “Loucura & Cultura” no Museu de Arte Moderna, com a partcipagao de muitos artistas @ intelecuais que discutem ali questes da cultura brasileira versus ditadura militar, ambos sio protago- ristas nesse mesmo ano do filme “O Cancer” de Glauber Rocha em longa sequéncia barroco/brechtiana/marginal, fi mada em frente a casa de Hélio no Jardim Botanic. Um simpésio sobre arte em Belém do Para em 1968, promave o seu reencontro cam 0 poeta Haroldo de Campos. A extraordindria comunicagdo poética entre g5 dois dissolve as dificuldades conceituais causades polas rupturas entre cario cas e paulistas em 1957. rane ten JEANNE RIMBAUD’ARC — “Prétres, professeurs, maitres, vous vous trompez en me livrant a la justice. Je n’ai jamais été de ce peuple-ci; je n’ai jamais été chrétien; je suis de la race que chantait dans le supplice; , je ne comprends pas les lois; je n’ai pas le sens moral, je suis une brute: vous vous trompez”. sors. Nora ana gen ee tu Rtn "Sane Et’ Cay TO TORQUATO NETO 2 marco 1970 no. AZUL o azul do teu corpo do meu sépro do seu dorso azul qu’esgrime espuma espreme azulcera distante azul perto de ca lombar azul-ul azu-u-ul como esconde a fronte o odor azul do esguio do vinagre da lagosta azul qu’e téso tenro, ténso azultimo nas lagrimas oleosas de figados lengois - az-z-ul a-zu-ubl como 0 como com luzes faguciro 6 Na primeira apresentagdo de Tropicéila, PN2 “Imagético” e PN3 "A Pureza é um Mito’, durante a exposigao "Nova Objetividade Brasileira", Oiticica inclui no grande ambiente, os poemas de Roberta Camilla Salgado, espalnan- do-os entre folhagens, brits, areias € cabines © escreve longo texto para 0 catdlogo da mostra ‘A palavra. tropical, iventada por Hélio Oiticica, quer dizer do irdpico, das coisas préprias do trépico, todo 0 trpico, o mundo tropi- cal. Em nenhum de seus textos, Hélo Oiticica explica como velo a criar a palavra, porém, parece-me ser bastante coeren- te associat a palavra tropicdlia a palavra brasil, que quer dizer do Brasil, das cotsas do Brasil, 0 mundo brasileiro. ‘Nao 6 aici também supor, que a palavra brasia tenha inspirado Oiticca a criar a palavra tropicalia.Afinal, brasil, a palavra que abriu @ nova histiria do pais no ano zero da déca- {a de 60, havia sido introduzida na vida politica do Brasil por José Bonificio, que, em 1823, em constituinte logo dissolvida por Dom Pedro |, apresentou um projeto para mudanga da capital, entéo sediada no Rio de Janeiro, para outro lugar, @ propés 0 nome Brasilia Em texto de 1968, sobre Tropica, Oitcica define a idéia de sua obra e no fragmento que reproduzimos a seguir “Tropicdla 6 a primeirissima tentativa conscionte, obj tiva, de impor uma imagem obviamente “brasileira” 20 con texto atval e das maniestagdes em geral da arte nacional Tudo comegau com a formagao do Parangolé em 1964, com {oda minha expenéncia com 0 samba, com a descoberta dos ‘morro, da arquitetura orgénica das favelas cariocas (e conse (iientemente outras, como as palatitas do Amazonas) e pine palmente das construpdes espontineas, andninas, nos gran ‘des contros urbanos - a arte das ruas, das coisas inacabadas, dos terrrenas balcos, etc. Parangolé foi o inicio, a semen, se ‘bem que ainda num plano de idéias universalistas (volta 20 ‘ite, incorporagao sensorialetc) da conceituagao de Nova Objetividade Brasileira e da Tropica.” Apatavra tropicala seria adotada como emblema con- ceitual para as artes emergentes no Brasil entre 1967-68 & ‘que também aspiravam a deinir novas condigies para as coisas prdprias do Bras a imprensa da época opta por omear as novissimas manifestagbes na misica, cinema € teatro brasileiro, enquanto fendmeno artistico homogéneo, ‘como tropicalismo. € por isso que permanecem, até hoje, mal definidas as contribuigdes @ transformagées realizadas por cada uma dessas artes. Em 1968, Oitcca vieja para Londres em navi cargueiro Juntamente com 0 poeta Torquato Neto, para montar sua retros: pectiva na Whitechapel Gallery, que ele veio a chamar de Whitechapel Experience. Aexposigao, tomaca possvel gragas 20s tsforgos do critco de arte inglés, Guy Bret, projeta sua obra no “wh itr! perce. ap Cal Lande 0 outa interacional e marca para Otcca 0 maior contacto piblico de sua obra até ent. Aviso critica de Guy Brett produz em Otic efeitorenovadorna sua relagdo com acrica do at, ¢stabelocendo introcugdo profunda ene ees, que Hél via a ‘demonstar em muitos de seus textos, mas, sobretudo, na raga do Penetvel P18, "Shelter Shield", dedicado a Brett em 1974, ‘Aexperiénca de Londres intensitica ainda mas as idias voltadas para manitestagies coletias, programas ambientais, parcetias com outras artes. Otccatradue como SUBTERRANA 2 contigo contracultural das ats no Bras buscando equiva ler a0 que interacionalmenteexpldia como underarcund esidindo em Nova lorque a partir de dezembro de 1970, Helio mantém-se presente na via artistica do Basi através de publicagdo de textos na impronsao da manutenao da rede de parceria que estabelecera. Fo vital a sua part pao na publicagao NAVLOUCA, Almanaque dos Aqualoucos cconcebida e dirgida por Torquato Neto e Waly Salomo em 1972, e que congregou, em sua edigdo tnica, os artistas emergentes da contracultura com os poetas Décio Pgnata Haroido de Campos e Augusto de Campos. Na revista POLEM, de 1974, Oiticica publica "carta para Waly" que é caraexto/poema evocagao e crdnica ndo-nar ratva e cocainada sobre Rimbaud, Jimi Hendrix, Nietzsche, Malevitch, Silviano Santiago, Yoko Ono, Mick Jagger Torquato Neto, Antonin Artaud, Marcel Duchamp, a vive cia de sua casa ede seu ant-atelier de artista plastic, cha mado por ele de Babylonests, que consistia em seu lot todo feito de ninhos suprasonsoras fm 1971, realza em Nova lorque 7 novos penetréves, para a série que intitulou de tropcda Subtrragean Projects, sendo os quatro primeiros unidos numa s6 grande maquee. A série de pene- traveis pertence & ordem dos newyorkaises, qui marca 0. desenvolvimento = lo penotravel a part de sua ‘moradia em Nova lorque: as ovaiorquinas. Publica os desenhos éa_ grande mequete com N10, PNT, P12, PN3, na revista Changes (15 fev 1972, New York) Juntos 0s novos. penetrvess ocupam rea monumental de 22m X supe po se rc Se 22m, contendo vtvelmente fae # ewes 27 infiites possibiidades espa eniphones com HENORIX 4 pris @ tro comment {eLAUDIO: aut com meu amiga MR, O:ontm pei tao ‘wmpo no AUGUSTO oanj 005 CAMPOS «VOCE mewn © reins: leg pre e CLAUDIO como at com MENORDX trot odes unto! a Faeroe“ "(ay Som pte FLENS7A « estren oer “SESSIO- tug de Caps Clase sensors, repertirio, Tata-se de colegio de imagens para varios projetos, performances, filmes, pubicagdes,grava- Ges sonoras, foto do poema "Subsisto” de Augusto de Campos ‘efoto do Carlos Lamarca der de guertiha, moto ra uta con traa ctadura miltar no Brasil nos anos 70, Neste mesmo ano, Haroldo de Campos vista Oiticica em Nova lorque e relizam juntos a gravagdo de um dos seus Heliotapes (conversa e entrevista que fazia com/para arts tas, poetas,cineastas e amigos, publicando-as em sequida), ‘onde Haroldo de Campos narra a experiéncia que acabara de ter na visita a0s Ninhos em Batylonestse que 0 fez pensar na pega cissica de tetro NO japonésintitulada "Hagoromo 0 Manto de Plumas", para a qual Haroldo de Campos havia feito ‘radugio e transcriagdo para o Portugués; na gravagéo ouvi- mos Haroldo de Campos fazer comparagées ¢ relagoes entre © Hagoromo da ninta celeste e os Parangolés de Oiticica. S80 ‘momentos memorévels de interocuco poética;e posteior- mente Oiticca realizaria um Parangolé dedicado a Haroldo de ‘Campos: é um dos seus parangolés praticamente sem cor, porém feito de muitas camadas de telas de nylon transparen- tes, quem o veste pode descortinar/descortnar-se, encon- ‘rando bem dentro de seu interior a palavra m'way ke pinta- em letras vermelhas, como construgées jycianas e ideo- rdmicas de my way 0 my wake cae 20 Pn Pama nay em FR Parr Cp 23 1985-172 ny oP No proficuo enconto, Haroldo e Hélio falam também de Sousdndrade, ou Joaquim de Sousa Andrade (1833-1902) 0 posta maranhense, autor dos poemas “0 Guesa" e de "0 Inferno de Wall Street* publicados em Nova lorque (1877) € fem Londres (1888) ¢ recuperados no Brasil com 0 ersaio ‘Spusdndrade: 0 Terremoto Clandestino” de Augusto © Haroldo de Campos em 1964, € no livro "Revisio de ‘Sousdndrade” também obra dos irméos Campos. Inspirado em Sousdndrade, Oiticica realiza 0 flme "Agripina é Roma Manhattan” que versa sobre locais e end recos de Nova lorque que aparecem no poema "Inferno de Wall Street": 0 filme 6 composto de personagens que transi tam por ruas desertas de Wall Street, templos de capitalsmo enlouquecido, Extralu 0 titulo da alinea 129 do poem: Agripna é Roma-Manhattan ‘em rum e em petrleo a inundar Herald-o-Nero aceso facho e borracho Mae: patria ensinando a radar !" Em seus cadernos de manuscritos com projetes ainda Inéditos até hoje, encontramos muitos e muitos textos, que se fundem em operagdes estruturalmente incluides na sua cexploragdo sobre cor e espaco. Em 1973, Oitica concebe a proposiglo VILLA, para ‘Siviana Santiago e assim escreve na introdugdo: "para ser elaborado durante sua proxima estadia no Rio de Janeiro, como hiomenagem e admirapdo 20 seu talento @ atuagao inventva @ pelo poeta que é: with love ‘ho nyk 31 de, 73" ‘cnn > P82 el RAW, ne. 97 sean gor at ua ut a ya ano Entre 197-74 Oitcca realiza seu mas longo conjnto de trabalho desenvolvido em parceria com outros artistas: & a sua série chamada Cosmacocas ou também, Bloco- Experiéncias in Cosmococa, programa in progress iniciada ‘com Neville D'Almeida: CC1 “Trashiscapes", CC2 “Nocagions”, CC3 “Maileryn”, CC4 “Ono Piece” € ces “Hendrix War", seguindo-se de CC6 “Goat's Head Soup” com Thomas Valentin, CCB como proposigo abera a Guy Bret © CC9 “Coca Oculta Rend Gone”, que propde a Carlos Vergara. fm 1972 realiza longo poema visual “Ideograma ‘Gruzado” em homenagem a José Oiticica Filho que consiste de ‘mosaico a la Booggie-Woogie de Mondrian lendo-se em cruza~ mons © permutages as palvras: Roma, Mondrian Aarina, Maniatan Herald e Nero com tiploias raga por ol @ usan- do cores diferentes para cada palavra. Como extensdo desse amplexo poem Oticica raza edo de 100 exemplares 6 Mata nara il rat ar reco "AND: 079 poema “Bangu Mangue” também em homenagem a seu pai. Aneta Baa Ho Oo and Ca eres ca crea cf LIVE, 1 E apart de ...Adsincamated spit, caled Sebastion, {rom Rivera in Januero...” no tivro Finnegans Wake de James. Joyce, nas paginas 535-536, que Oiicica aplicaré mais uma vez 0 principio basico do método ideogrdmico chinés “duas coisas quando justapostas, no produzem uma terceira, prem, uma relacdo fundamental entre elas". Assim explicou Ezra Pound quando editou e publicou em 1909 o estudo pio- nei de Emest Fenolosa “Os Caractres da EscitaChinesa_ LANVIERA 60 tuo que Oiticica dé ao seu Penetrvel PN27 de 1979. Um exemplo claro de aplicagao do principio de composigo da poesia chinesa, muito valorizado nos postula- dos da Poesia Concreta no Brasil; principio chinés via Fenollasa via Pound e via Décio Pignatai Haroido © Augusto de Campos, permite Oticica amalgamar as suas obras ele- mentos de uma tradigéo viva ou como diia Pound: “art is ‘ens that stay news”. Através da visio de poeta e filésofo, Antonia Cicero devolve & Oiticica signiicados tio ampls sobre a sua arte “Na verdade,talvez 0 mais impressionante em Hélio Ottcica é que, tendo metodicamente provocado @ experi- ‘mentado 0 caos da quebra das categoras, enna sido capaz 4 se tomar o parteiro de uma obra modticador, sto &, de ‘uma obra que, patentemente, abre um novo ¢ claro cosmo. Metaesquemas, Bolides, Penetréveis, Nintos, Barracées, Cosmocacas, Quas-Cinemas, Parangolé etc. sao elementos ‘ruminascs que, embora possam fazer parte do plano do Eden, resutam de um processo de decantagao critica do ‘mundo real, de onde manifestamente provém. Hélio diz ter descoberto a danga "por uma necessidade vital de desinte- lectualizagao, de desinibigao intelect. de livre expres- do's completa: “sera o asso deft para a procura do mito, uma retomada desse mito e uma nova fundacéo dele a minta arte"16. Na Grévia de Homero, mythos, como pos, quer dizer palavra. Mas enquanto épos quer dizer 0 ‘significante memorizado ou quardado — seja um unico voca- bulo, soja um pooma longo como a Oaisséia ~ mythos quer dizer a palara que ndo se guards, apalava que se esque- ce, palava quo escapa 0 se pede: e também quer deer NUM now — Adv 18.78 h Aeris, refines rat ela da gx lovnn [INCONSTTL T | te tenn et ce (np este co damn) ser cae J haman I MAS SHUG CAMPOS ERMAVOS Oplene 7, dees away ones se Noy A AES mercasi 20 +t esi $ ‘bnatens eho e108 Woitead.0 peta & aque que te be sgnicantes, to ‘Mls. Or, tano a pala “Parangole™ quanto objeto Parangolé so signicantes ou épe. 0 seu significado ou ‘mythas 6 a dane que 0 Parangoléprovoca, o “ato expressl- 1 direto® que nos remete, por exemplo, a Mangueira ou @ slimy Hendrix ou sabe-se lé 0 que. 0 Parangolé encontra 0 Ihito porque & épico. Assim como a diferenca entre obra & vid, adiferenca entre épas e mythas fendeo ser para nau-

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