A resenha pretende analisar e refletir sobre a “Teoria de Formação das Ações Mentais por Estágios”, desenvolvida por Galperin. Os autores Alexandre Resende e Hiran Valdes se debruçam sobre o “modelo formativo-conceitual” presente na teoria do Galperin, para tanto, eles apresentam, anteriormente, uma crítica tanto ao “modelo de ensino tradicional” quanto ao “modelo de ensino aberto” feita pelo Galperin.
A resenha pretende analisar e refletir sobre a “Teoria de Formação das Ações Mentais por Estágios”, desenvolvida por Galperin. Os autores Alexandre Resende e Hiran Valdes se debruçam sobre o “modelo formativo-conceitual” presente na teoria do Galperin, para tanto, eles apresentam, anteriormente, uma crítica tanto ao “modelo de ensino tradicional” quanto ao “modelo de ensino aberto” feita pelo Galperin.
A resenha pretende analisar e refletir sobre a “Teoria de Formação das Ações Mentais por Estágios”, desenvolvida por Galperin. Os autores Alexandre Resende e Hiran Valdes se debruçam sobre o “modelo formativo-conceitual” presente na teoria do Galperin, para tanto, eles apresentam, anteriormente, uma crítica tanto ao “modelo de ensino tradicional” quanto ao “modelo de ensino aberto” feita pelo Galperin.
Prof. Rosalia M. Duarte Resenha: Galperin: implicaes educacionais da teoria de formao das aes mentais por estgios A resenha pretende analisar e refletir sobre a Teoria de Formao das Aes Mentais por Estgios, desenvolvida por Galperin. Os autores Alexandre Resende e Hiran Valdes se debruam sobre o modelo formativo-conceitual presente na teoria do Galperin, para tanto, eles apresentam, anteriormente, uma crtica tanto ao modelo de ensino tradicional quanto ao modelo de ensino aberto feita pelo Galperin. De acordo com Galperin, o modelo de ensino tradicional adota uma formao pautada no conceito terico em si mesmo, ou seja, o professor apresenta os conceitos de maneira abstrata e terica no qual o aluno visto como um mero reprodutor do contedo transmitido, isto , o aluno neste modelo de ensino passivo no processo de aprendizagem e logo, para Galperin, no precisa pensar. Isso ocorre porque o conhecimento construdo com aspectos puramente mentais e abstratos, ignorando a dimenso prtica, a realidade concreta. Por outro lado, no modelo de ensino aberto a aprendizagem se baseia no aprender fazendo na qual o professor tem a funo de estimular e aguar a curiosidade dos estudantes e seria o lugar onde eles tambm deveriam partir das suas prprias experincias. Para os autores, este mtodo tem a capacidade de estimular a motivao e diferentemente do modelo de ensino tradicional, reconhece que os conceitos no podem se descolar da realidade concreta, porm, o modelo de ensino aberto apresenta uma apologia ao fazer prtico. Isto um problema, pois, para Galperin, a experincia prtica somente assume um carter cumulativo, que beneficia o sujeito, quando o aprendiz capaz de organiz-la segundo alguns conceitos mentais (Resende; Valdes, p. 1210). Nesse sentido, o conhecimento adquirido por meio da ao, a partir do momento em que o sujeito tenha aprendido e assimilado determinado conceito e de tal modo, que tenham autonomia para operacionaliz-los em uma determinada situao problema. Galperin se prope a avaliar a utilizao de ferramentas cognitivas que forneam ao aprendiz recursos auxiliares para o pensamento (Resende; Valdes, p. 1206). O autor chama a ateno para o fato de que as dificuldades de aprendizagem podem ser decorrentes da incapacidade dos modelos de
ensino em transmitir as condies necessrias para a aprendizagem, como por exemplo,
a formao dos conceitos mentais bsicos. A alternativa apresentada pelo Galperin ao modelo de ensino tradicional e ao modelo de ensino aberto, segundo Resende e Valdes, o modelo de ensino formativoconceitual. De acordo com esse modelo o conhecimento operacionalizado na prtica, a aprendizagem ocorre em dilogo com a ao, na qual a seleo e a organizao das atividades devem ser adequadas ao potencial dos aprendizes, nesse sentido existe uma previso de etapas intermediarias durante o processo de formao dos conceitos mentais. As situaes problema so percebidas como a possibilidade de aprender sobre a lgica operacional dos conceitos em determinada situao em particular. Segundo esse modelo de ensino o processo de assimilao dos conceitos assume um carter funcional que retira do aprendiz a obrigatoriedade de memorizar um conjunto de frmulas e suas possveis aplicaes. O modelo formativo-conceitual se prope a assegurar ao aprendiz a oportunidade de aprender por meio da prtica, no a fazer, mas, progressivamente, a entender e depois a explicar como e porque age desta ou daquela maneira (Resende; Valdes, 2006, p. 1212). Este modelo tem a capacidade de desenvolver outras propriedades mentais que, segundo os autores, no modelo de ensino tradicional no possvel desenvolver, a saber: capacidade de interpretar as situaes especficas e o seu contexto; capacidade de transferir a aprendizagem para outras situaes anlogas. Este modelo considera fundamental o desenvolvimento de uma base orientadora da ao, isto , o desenvolvimento de certo nvel cognitivo que funcionam como ferramentas a serem utilizadas durante o processo de construo da aprendizagem, na qual sem elas, se torna difcil a apreenso de um conhecimento cumulativo. Logo, o aprendizado resultante da ao empreendida com o apoio do esquema de orientao conceitual e no da assimilao do conceito propriamente dito, exclusivamente num plano mental e terico (Resende; Valdes, 2006, p. 1213). Esta correspondncia entre modelo conceitual e prtica, alicerce do modelo de ensino formativo-conceitual, se torna mais inteligvel quando compreendemos o conceito de ao mental usado pelo Galperin. De acordo com ele, a ao mental sugere uma correlao entre a dimenso prtica e a dimenso psicolgica. Nesta correlao a prtica direcionada por um conceito mental - base orientadora da ao , portanto, uma prtica consciente, na qual se rompe com a dissociao entre o
pensamento e a ao. Logo, separar a ao mental do seu contedo prtico seria
evidentemente um grande erro. De acordo com Resende e Valdes por meio da ao, que o sujeito aplica e testa os esquemas referenciais que fundamentam a tomada de deciso, direcionam a execuo e subsidiam a avaliao (2006, p.1218). Contrastando com as aes mentais Galperin apresenta as aes materiais que, segundo ele, restringiria a prtica em si mesma e, por isso, estaria pautada apenas em uma resposta automtica de estmulos externos em que os aprendizes desenvolveriam pouco a capacidade de pensar. Galperin salienta que o modelo conceitual, de referncia, permite ao sujeito distinguir quais so os aspectos essenciais que devem ser levados em considerao na organizao da ao. Por fim o autor nos ensina que a proposta de aprendizagem deve se realizar em funo de um indivduo concreto, que precisa ter sua liberdade de ao respeitada. A perspectiva metodolgica do modelo de ensino formativo-conceitual bem como, as suas crticas ao modelo de ensino tradicional contribuem de forma muita profcua para pensarmos maneiras de motivar os estudantes de Sociologia a no somente participarem das atividades propostas em sala, mas principalmente a desenvolverem uma perspectiva sociolgica. Este modelo de ensino correlaciona a dimenso prtica da dimenso psicolgica no processo de aprendizagem e postula tambm a necessidade de uma "base orientadora da ao". Em funo disto, ele desenvolve alguns elementos fundamentais do pensamento sociolgico, a saber: a capacidade de interpelar e compreender os fenmenos sociais a partir da correspondncia entre a prtica, o mundo externo e determinados pressupostos tericos, ou para usar a terminologia de Galperin modelos conceituais. uma teoria que instrumentaliza e potencializa o processo de aprendizagem sociolgico exatamente por ser uma teoria que, ano mnimo, tem afinidades com os paradigmas sociolgicos. Parece, portanto, que a teoria da formao das aes mentais pode servir como um mtodo a ser empreendido por um professor (a) de Sociologia.