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Governo do Estado nomeou 39 pessoas em 4 dias; prazo para nomeações terminou 3 de julho

13.07.2010 às 17h30min

Para o advogado Marcos Pires, as nomeações feitas são irregulares: “Eu entendo que estas nomeações estão
vedadas”

A Lei 9.504/97, que trata de normas para as eleições, proíbe nomeações e


exonerações por governantes que disputem eleições a partir do dia 3 de julho. Mesmo assim, o Governo do Estado
publicou 39 nomeações no Diário Oficial (DOE) do dia 6 ao dia 10 de julho. Conforme o artigo 73 da referida Lei,
“são proibidas aos agentes públicos, nomear, contratar ou de qualquer forma admitir”, nos três meses que
antecedem as eleições até a data da posse dos eleitos.

No entanto, somente no dia 6, foram nomeadas 18 pessoas. Significa dizer que 48,65% dessas nomeações foram
feitas três dias após o fim do prazo para sua publicação que, de acordo com o calendário eleitoral deste ano, era 3 de
julho.

As outras 21 contratações para cargos comissionados (51,35%) foram divulgadas entre os dias 7 e 10 de julho,
inclusive, uma para o cargo de diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Severina Ramos de
Oliveira, localizada no município de Sobrado. A beneficiada com a nomeação foi Lizziane Adelino Alves.

Entre as nomeações do dia 6, está a do secretário Executivo da Agricultura, José Alves Nóbrega; a do secretário
Executivo da Pecuária, Rodrigo Nogueira Cavalcante; a do secretário Executivo das Finanças, Carlos Gláucio
Sabino de Farias; a do diretor administrativo e financeiro da Cagepa, Osvaldo Balduíno Guedes Filho; e, a do gestor
do Projeto Cooperar, Hildon Régis Navarro Filho.

Dentre as nomeações feitas nessa data destaca-se, ainda, a do novo diretor presidente da Emater, Lino Gonçalves
Nonato e a do novo gestor do Programa Leite da Paraíba, Stênio Pires de Sá Mendes.

Para o advogado Marcos Pires, as nomeações feitas são irregulares. “Eu entendo que estas nomeações estão
vedadas”, disse acrescentando que, “nesse período somente justifica-se nomeações em setores considerados
essenciais, como saúde e segurança. Diretor de escola, por exemplo, não é uma coisa urgente”. De acordo com o
jurista, a Lei foi criada para impedir que gestores públicos beneficiem cidadãos com ações de nomeação que se
prejudique outro com a exoneração.

Já o advogado Fábio Andrade entende que as nomeações para cargos de provimento em comissão, como são os
casos citados, são permitidas. Segundo o jurista, a Lei 9.504/97 tem ressalvas que abrem brechas para a contratação
de servidores durante o período eleitoral.

“Essa lei é incoerente porque ela diz que não se pode nomear, contratar, exonerar ou demitir, mas ao mesmo tempo
diz que estão ressalvados os casos de nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de
funções de confiança. Então nesse caso, essas nomeações estão regulares porque são permitidas”, explicou.

Contudo, o advogado admitiu que essas nomeações podem configurar abuso de poder e, nesse caso, se ficar
comprovado que as nomeações tiveram caráter eleitoreiro o gestor pode ter seu mandato cassado.

PolíticaPB

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