Professional Documents
Culture Documents
RECONHECIMENTO POSTERIOR
PorMarcelo Galli
Villas Bas Cueva afirmou, no voto, que deve ser aplicado no caso concreto o
entendimento j manifestado pelo Supremo Tribunal Federal, que, em julgamento
sob o rito da repercusso geral, alterou as balizas que regem o conceito de
parentalidade no Brasil ao julgar, em setembro de 2016, o Recurso Extraordinrio
898.060. Na ocasio, o tribunal, por maioria, optou por no afirmar nenhuma
prevalncia entre as referidas modalidades de vnculo parental, apontando para a
possibilidade de coexistncia de ambas as paternidades. A tese fixada do feito
relatado pela ministro Luiz Fux foi a seguinte: A paternidade socioafetiva,
declarada ou no em registro pblico, no impede o reconhecimento do vnculo de
filiao concomitante baseado na origem biolgica, com os efeitos jurdicos
prprios. O parecer do Ministrio Pblico Federal foi nesse mesmo sentido.
O ministro Villas Bas Cueva lembra ainda no voto que a paternidade socioafetiva
prevista na Constituio, que busca a prpria dignidade da pessoa humana e o
melhor interesse da criana. Por isso, no se pode admitir uma hierarquia que
prioriza a paternidade biolgica em detrimento da socioafetividade ou vice-versa.
Ao revs, tais vnculos podem coexistir com idntico status jurdico no
ordenamento desde que seja do interesse do filho.
REsp 1.618.230-RS
http://www.conjur.com.br/2017abr04/filhocriadopaisocioafetivodireitoherancapaibiologico?imprimir=1 2/2