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Relatório – Livro: A Evolução da Escrita

A invenção da escrita é uma das maiores realizações do homem na terra.

O livro A Evolução da Escrita de Carlos M. Horcades trata todo o processo de


evolução da escrita e a experiências e criações dos tipógrafos antigos. Desde a época
dos primeiros símbolos que foram escrito em pedras para que o homem pudesse
registrar seus conhecimentos até a forma como usamos hoje.

A Invenção da Escrita

Pelo fato de os homens não conseguirem passar seus conhecimentos para as


gerações seguintes ouve-se a necessidade de criar a escrita. Os vestígios mais
antigos de escrita feita pelo homem foram em plaquetas de barro do templo da cidade
de Uruk, feitas aproximadamente 6.000 anos atrás, com listas de cereais e cabeças de
gado. Nesta época eram feitos desenhos pictográficos que simbolizavam palavras.

Nesta época também é marcada pela escrita cuneiforme dos sumérios, que foi
adotada posteriormente pelos babilônios, assírios, elamitas e hititas.

Os egípcios também desenvolveram sua escrita, os hieróglifos, que era pintada em


papiro ou gravada em relevo em materiais duros ou em barro mole.

Com a junção de todas essas escritas surgiu na região da Terra de Canaã, atual
Palestina, um alfabeto razoavelmente simples, com 25 ou 30 caracteres combinando
elementos dos quatro principais: cuneiforme sumério, pictográfico hitita, escrita de
Micenas e hieróglifos egípcios. Em 1000 a.C, o alfabeto protocanaanita sofre
transformações e é reduzido para 22 caracteres, passando a se chamar alfabeto
Fenício.

Os Fenícios um povo mercador, saiam pelos mares vendendo seus objetos vendeu
seu alfabeto como “mercadoria” e desembarcou na Grécia, onde foi transformado para
o grego arcaico.

A Evolução

A evolução da escrita pode ser dividia em:

• O Alfabeto Latino
• A Idade Média
• A Renascença
• A Nova Letra
• O Século XIX
O Alfabeto Latino

O alfabeto Latino nasce em 700 a.C descendendo do grego arcaico, era escrito da
direita para a esquerda em ziguezague.

Os romanos, no ano 100 d.C, tinha quatro letras em uso:

• Capitalis Romana ou Capitalis Monumentalis era uma letra monumental, que só


existia em caixa alta usada em arquiteturas, nas fachadas, prédios e
monumentos.
• Quadrata era uma letra imponente usada para livros públicos, documentos e
situações formais, sua escrita era lenta e trabalhosa e não havia espaços entre
as palavras.
• Rústica Romana, uma letra informal também não havia espaços entre as
palavras e possuía serifas grandes.
• Cursiva Romana, esta letra era usada no cotidiano era escrita com pena de
ponta fina.

A partir de 500 d.C começa aparecer à letra Uncial ou Insular, vinda do Norte da
Europa, Inglaterra e Irlanda. Sua forma é arredondada, com serifas bem desenhadas
com traçado elegante.
Nesta época como não existia a impressão os livros eram considerados grandes obras
de reis, precisavam de muitas pessoas para trabalhar na confecção desde iluministas,
tradutores, pesquisadores e copistas tudo era feito em ateliês de escribas.

A Idade Média

Para que os livros ficassem menores e portáteis era preciso letras menores, e neste
período surge a letra gótica que tem um desenho solene e severo, trazendo a
formalidade da Idade Media.

Nascida na frança, a Gótica espalha-se por toda a Europa sua característica de pontas
afinadas vem da arquitetura da época onde as catedrais e castelos tinham essas
características, a posição do homem na época também era diferente onde sua
importância era após a morte e não durante a vida. Tudo isso se reflete na letra
solene, escura e severa.

A Renascença

No século XV aparece a Renascença uma das épocas mais criativas da existência


humana. Nessa época com diversas conquistas, e maior acumulo de riqueza o homem
abandona a servidão da Idade Média, e passa a se valorizar e criar valores como a
moral, estética, arte filosofia e religião.

Nesse período foram criadas letras mais arredondadas, visualmente mais leves e mais
legíveis, usou-se mais espaçamento entre as palavras, pela primeira vez foi criado
alfabetos completos, com caixa alta e caixa baixa. As letras maiúsculas foram
inspiradas do Capitalis Romana e as minúsculas de Carolíngia.
A maior figura da Renascença, na arte das letras, foi Johannes Gutenberg. Nascido na
Mogúncia (atual Mainz) provavelmente em 1394 e 1399. Em Estrasburgo, França,
Gutenberg residiu e imprimiu a Bíblia de 42 linhas, provavelmente na gráfica que
montou com os oitocentos ducados emprestados. Considerado o primeiro livro
impresso no mundo, a bíblia de Gutenberg é composta em Textura, uma gótica muito
em moda na época, a tinta era uma mistura de óleo de linhaça com negro de fumo.

Em 1460, o primeiro alfabeto romano completo foi desenhado por Nicholas Jenson,
Frances nascido em Sommevoire e radicado em Veneza.

Aldus Manutius 1449-1515. Foi o grande impressor dos intelectuais da Renascença.


Aldus foi um dos grandes mestres de impressos da historia da tipografia.

Os tipógrafos eram a elite de intelectuais que trabalhavam com as tecnologias mais


modernas da época. Um exemplo de tipógrafo na época Renascentista foi Francesco
Griffo, como o nome já diz Grifo, grifado, ele foi o inventor da letra grifada ou itálica.
Outros tipógrafos importantes da época foram Luca Pacioli, Sigismondo Fanti,
Francesco Tornielo, Giovani Baptista Verini e Vicentino.

No século XVI, todos os impressos já utilizavam itálicas, sendo o desenho de Aldus o


mais difundido.

Vicentino também um grande tipógrafo da época desenhava letras que diferenciava de


Aldus e Griffo em vários aspectos. Vicentino tinha uma pequena gráfica, sua letra era
espaçosa e farta de ascendentes e descendentes e raramente era usado corpo inferior
a 16.

Numa época marcada por grandes tipógrafos Chrisophe Plantin também tem sua
historia neste período, criando a bíblia poliglota impressa em caldeu, grego, siríaco,
hebreu e latim, foi composta com tios itálicos desenhados por Granjon, que também
imprimiu caracteres em árabe.

Com a chegada do século XVI, os tipos franceses começaram a se impor sobre os


italianos, acrescentando delicadeza e refinamento as letras.

Um dos principais tipógrafos dessa época foi Claude Garamond. Nascido em Paris em
1490, desenhou a família Garamond. Segundo pesquisas a letra Garamond é uma das
mais legíveis do mundo. Em 1545 fundou sua própria editora.

Em 1421, William Caxton também teve sua participação na historia da tipografia,


nascido na Inglaterra imprimiu o primeiro livro na língua inglesa no ano de 1476, houve
a tentativa de unir o estilo gótico a uma escrita mais informal, resultado foi a letra
Civilité que caiu em desuso.

No Começo do século XVI, Albrecht Durer, publicou o livro Of the Just Shaping of
Letters, tendo uma construção sistematizada de um alfabeto desenhado por ele com
base em princípios geométricos. Em um século depois XVII, uma nova técnica é criada
e foi muito utilizada pelos ingleses, impressão por chapa de cobre. Nessa técnica,
sulcos são feitos à mão na chapa entintada, que é impressa manualmente em uma
prensa.
Neste mesmo período, fim do século XVI, foi a época da tipografia holandesa entrar
em cena, comparados a Garamond as diferenças estão no peso maior, dimensões
avantajadas em algumas letras de caixa-baixa e itálicas irregulares. A tipografia
holandesa atendia a classe média da época, com tipos práticos e comerciais.

É nesta época que surge Philipe Grandjean (1666 – 1714), diretor da gráfica real de
Luis XIV, a Imprimerie Royale, desenhou um novo tipo que diferia de todos os
anteriores, essa nova letra tinha ênfase razoavelmente vertical e suas serifas eram
mais finas.

William Caslon (1692 – 1766) nasce também neste mesmo período e foi o primeiro no
negocio de gravação de armas de fogo em Londres, passou a gravar cunhos para a
encadernação de livros.

No Século XVIII trouxe a pré-revolução industrial, a letra também foi influenciada. Seu
desenho foi aprimorado e simplificado, e os ingleses assumiram lugar de destaque nas
artes gráficas. John Baskerville (1706 – 1775) foi o maior impressor inglês, produziu
fontes claras, clássicas, com ênfase vertical. Baskerville também é responsável pelas
invenções na arte de impressão, como novas tintas, impressoras mais rápidas e mais
precisas, e uma grande contribuição que foi o papel vitela.

A Nova Letra

No fim do século XVIII, começou-se a desenhar letras com larguras iguais e a


padronizar as curvas, os ângulos, as espessuras e as dimensões dos novos alfabetos.
Os impressores mais importantes da época foram: Giambattista Bodoni (1740 – 1813),
François Didot (1689 – 1757).

O Século XIX

Este século é marcado com a invenção das famílias tipográficas sem serifas e um
movimento libertário em relação ao formato das letras, que se viram deformados e
distorcidos na forma e nas proporções, sem limites e sem critério.

Começou a ser usada tipografia comercialmente, sem nenhum controle estético, letras
ilegíveis, obesas, paginas desalinhada e margens desproporcionais aos textos.

No final do século XIX, houve a vontade de reconstituir a tipografia com os meus


moldes da tipografia de Gutenberg. William Morris (1834 – 1896) fundou sua gráfica e
propôs a reestruturar todo o processo que resultou na invenção da imprensa.
Começou pelo papel, muito encorpado e parecido com os velhos papeis do século XV.
Morris e seus colaboradores desenharam, decoraram e imprimiram livros históricos.

Neste mesmo século surgiram também diversos movimentos:

• Art Nouveau – Mostrou-se exuberância de formas curvas, forneceu-nos


exemplos de tipologia que incorporam todas as características que os objetos,
as ilustrações e arquitetura trouxeram.

• O Novo Grafismo – Um novo conceito de programação visual que norteariam


a evolução do design gráfico e da tipografia a partir de então.
• Dadaismo – Trouxe um novo conceito a tipografia no que se refere a
diagramação, misturou famílias, caixa-alta e caixa-baixa, alinhamentos,
espaços em brancos e capitulares.

• Bauhaus – Em 1920, Bauhaus revolucionou, com letras geométricas


construídas racionalmente. Pensou-se em abolir a caixa-alta, a serifa, e em
usar letras em caixa-baixa apenas. O design de letras, a arquitetura e a arte
caminharam juntos à sombra do construtivismo.

• Art Déco – Também acompanhou o geometrismo, com exemplos presentes


até hoje.

Entre os grafistas mais importantes dessa época estão:

Rudolf Koch – Autor dos tipos Kabel, Jessen e Neuland.

Stanley Morison – Autor do tipo famoso Time New Roman.

Paul Renner – Autor dos tipos Futura Bold, Futura Light, Topic.

Morris Fuller Benton – Autor de cerca de duzentas fontes onde as principais são:
Century Expanded, Linotex, Cheltenham, News Gothic, Century Oldstyle, Hobo,
Souvenir, Clearface, Parisian, Novel Gothic, Chic, Modernique, Broadway, Bulmer,
Bank Gothic, American Text, Tower, Phenix, Century Roman, Alternate Gothic e
Franklin Gothic.

Jan Tschichold – Autor dos tipos Sabon, Transito e Saskia.

Hermann Zapf – Autor do tipos Gilgengart, Palatino, Michelangelo, Aldus, Melhor,


Optima, Hunt Roman, Medici, Orion, Zapf Chancery e Aurelia.

Edward Johnston – Autor do tipo Johnston Railway Type.

Eric Gill – Autor dos tipos Golden Cockerel Roman, Perpetua e Gill Sans.

Max Miedinger – Autor do tipo de alta legibilidade a Helvética e os tipos Horizontal e


Pro Arte.

Adrian Frutiger – Autor dos tipos Univers 55, Frutiger e Serifa.

Aldo Novarese – Autor dos tipos Landi Linear, Eigno, Fontanesi, Egizio, Juliet, Ritmo,
Garaldus, Slogan, Recto, Estro, Eurostile, Forma, Magister, Metropol, Stop, Lapidar,
Fenice, Novarese, Expert, Colossal, ITC Symbol, ITC Mixage e Arbiter.

Herb Lubalin – Autor dos tipos Avant Garde, Serif Gothic e Lubalin Graph.

Mathew Carter - Autor dos tipos Cascade Script, ITC Galliard e Gando Ronde.

Ed Benguiat – Autor dos tipos Benguiat, Benguiat Gothic e Bauhaus.

Neville Brody – Autor dos tipos Type Face Five, Type Face Two e Blur.
Zuzana Licko – Autor dos tipos Modula Tall, Matrix in Line Extra Bold e Dogma.

Conclusão

Uma leitura através da historia o livro mostra praticamente tudo que se possa
conhecer sobre todo o processo de evolução de um meio de comunicação mais
importante, a escrita, pude compreender o motivo de o porquê nossas fontes
tipográficas são tão belas e diversificadas nos dias de hoje e como utilizá-la para cada
tipo de trabalho que eu possa realizar graficamente.

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