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[...] O homem deve provar que fez o possvel para formar uma
concepo ou uma imagem da vida aps a morte ainda que seus esforos
sejam confisso de impotncia. Quem no o fez, sofreu uma perda. Porque
a instncia interrogativa que fala nele uma herana muito antiga da
humanidade, um arqutipo, rico de uma vida secreta que desejaria juntar-
se nossa vida para perfaz-la. A razo nos impe limites muito estreitos e
apenas nos convida a viver o conhecido ainda com bastantes restries
e num plano conhecido, como se conhecssemos a verdadeira extenso da
vida. Na realidade, nossa vida, dia aps dia, ultrapassa em muito os limites
de nossa conscincia e, sem que saibamos, a vida do inconsciente
acompanha a nossa existncia. Quanto maior for o predomnio da razo
crtica, tanto mais nossa vida se empobrecer; e quanto mais formos aptos
a tornar consciente o que mito, tanto maior ser a quantidade de vida
que integraremos. A superestima da razo tem algo em comum com o
poder de estado absoluto: sob seu domnio o indivduo perece. [...]