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MANUAL
2 ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
1° CONGRESSO DE LEIGOS - MANUAL 3
MANUAL
E-mail: pastoral.arquid.sp@terra.com.br
Site: www.arquidiocesedesaopaulo.org.br
1° CONGRESSO DE LEIGOS - MANUAL 5
SUMÁRIO
Situação sociopolítica 73
Situação ecológica 74
PARTE II – JULGAR
CRISTÃOS LEIGOS: DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS DE JESUS CRISTO 76
3º Encontro – Leigos: cristãos incorporados a Cristo 76
A Igreja como Povo de Deus 77
4º Encontro – A Participação de leigos e leigas no Povo de Deus 84
Discípulos de Jesus 87
O encontro com Jesus 88
O seguimento de Jesus 89
5º Encontro – Missionários do Evangelho da dignidade humana 92
Missão a serviço da vida 93
Conversão pastoral a serviço da vida 95
A formação dos discípulos missionários 97
APRESENTAÇÃO DO MANUAL DO
1º CONGRESSO DE LEIGOS DA
ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
CONVOCAÇÃO
CONVOCO
Programa:
Primeira parte: tema do Congresso, conforme o
Manual
Segunda parte: missão do leigo na Educação em
todos os níveis
Convidados a participar: leigos que atuam no mundo
da educação e outros interessados.
Ementa: os leigos católicos têm um vasto espaço de
evangelização e atuação nos vários campos, níveis e
competências da educação, para que sejam permeados
pela luz, a verdade e a vida do Evangelho de Cristo:
Quais os desafios? Como podem se organizar? Como
buscar formação cristã católica específica?
b) Oficina – Tema: Vida e missão do leigo no mundo
da Saúde.
Local: Na Faculdade dos Padres Camilianos – Ipiranga
(ou Hospital Santa Catarina, etc.).
Programa:
Primeira parte: tema do Congresso, conforme Manual.
Segunda parte: Missão dos leigos no mundo da
Saúde e a serviço dos doentes.
Convidados a participar: Leigos que trabalham no
campo da Saúde e demais interessados.
Ementa: os leigos católicos têm um vasto espaço de
evangelização e de atuação nos vários campos, níveis e
competências da área da saúde, para que sejam
permeados pela luz, a verdade e a vida do Evangelho
de Cristo: Quais os desafios? Como podem se organizar?
Como buscar formação cristã católica específica?
40 ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
Programa:
Primeira parte: tema do Congresso
Segunda parte: Missão do leigo na promoção da
Justiça e da Paz
Convidados a participar: Leigos atuantes na área do
Direito e no serviço à Justiça em São Paulo; Comissão
Justiça e Paz e outros Organizações semelhantes.
Ementa: os leigos católicos têm um vasto espaço de
evangelização e de atuação nos vários campos, níveis e
competências do serviço à Justiça e à Paz, para que sejam
permeados pela luz, a verdade e a vida do Evangelho de
Cristo: Quais os desafios? Como podem se organizar?
Como buscar formação cristã católica específica?
i) Oficina – Tema: Vida e missão do leigo no mundo da
Comunicação Social.
Local: Faculdade Paulina de Comunicação – FAPCOM.
Programa:
Primeira parte: tema do Congresso.
Segunda parte: Missão do cristão leigo nos meios
de Comunicação Social
Convidados a participar: Leigos atuantes no mundo
da Comunicação Social
Ementa: os leigos católicos têm um vasto espaço de
evangelização e de atuação nos vários campos, níveis e
competências da imprensa e da Comunicação Social, para
que sejam permeados pela luz, a verdade e a vida do
Evangelho de Cristo: Quais os desafios? Como podem se
organizar? Como buscar formação cristã católica específica?
44 ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
MANUAL
DO
CONGRESSISTA
52 ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
AA – Apostolicam Actuositatem
CL – Christifidelis Laici
DAp – Documento de Aparecida
DCE – Deus Caritas est
DGAE – Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da
Igreja no Brasil (2008-2010)
EN – Evangelii Nuntiandi
GS – Gaudium et Spes
LG – Lumen Gentium
PPASP – 10º Plano Pastoral da Arquidiocese de São Paulo
1° CONGRESSO DE LEIGOS - MANUAL 53
ORIENTAÇÕES GERAIS
PARTE I – VER
LEIGOS E LEIGAS NO DIA-A-DIA DA IGREJA E
DA CIDADE DE SÃO PAULO
As necessidades da Igreja
14. O Evangelho de Jesus precisa continuar sendo
anunciado, a fim de que todos participem do trabalho de
dilatação do Reino de Deus. Existem muitas pessoas e
situações a quem o anúncio de Jesus ainda precisa ser
feito; há muita gente e muitos locais na cidade onde a
presença de Deus precisa ser realizada ou intensificada,
e isso só poderá ser feito pelo trabalho de leigos e leigas.
Há ainda muita gente e muitos ambientes sem acesso
claro a Jesus porque ele não lhes foi apresentado e, por
isso, sua presença não pode ser reconhecida. O trabalho
missionário não cessa, e todos os cristãos são chamados
à missionariedade.
15. Mesmo se há muita gente participando dos trabalhos
de Igreja, é necessário ainda que mais seja feito, que mais
gente participe! A grande massa dos cristãos nem sempre
se compreende como Igreja e com ela não se identifica,
distanciando-se da comunidade e não assumindo sua
vocação e missão. Há muitos batizados afastados da
convivência eclesial, e a eles a comunidade é enviada
missionariamente! Há também muita gente que participa
1° CONGRESSO DE LEIGOS - MANUAL 61
Situação religiosa1
24. A mentalidade individualista alastra-se também no
campo religioso, e cada um quer escolher apenas as
crenças, os ritos e as normas que lhe agradam ou atendem
subjetivamente. Aumenta o número dos que se recusam
a aderir à Igreja e a práticas exteriores de religiosidade
(DGAE 38). A experiência religiosa deixa de ser pensada
em relação a Deus e aos irmãos para ser vista de maneira
utilitarista, oferecendo bem-estar, cura e sucesso como
na chamada “teologia da prosperidade”. Nesse modo, a
religião passou a ser um produto fabuloso de consumo, e
por isso, é muito procurada pela mídia, que acaba
banalizando os comportamentos religiosos, reduzidos a
espetáculos (DGAE 39). A cidade afirma o pluralismo
religioso e, nesse contexto, a Igreja Católica corre o risco
de ser vista como uma entre outras, sem um maior
significado ou relevância concreta na vida da cidade.
25. Diante da proliferação de denominações e práticas
religiosas distintas, o sentido de Igreja fica diluído. As
pessoas buscam viver uma experiência de fé visando
amenizar a problemática da estrutura social precária, tais
como desemprego, violência, aumento da renda
financeira, prosperidade no âmbito econômico, entre
outros. A compreensão de Deus varia de acordo com os
1. Os parágrafos a seguir retomam quase que literalmente a análise apresentada nas Diretrizes
Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2008-2010), Documentos da CNBB 87.
1° CONGRESSO DE LEIGOS - MANUAL 67
Situação sociocultural
28. A fragmentação dos referenciais de sentido e de valores
da cultura urbana atual faz com que não se consiga
oferecer um significado adequado de toda a realidade
humana, gerando uma crise de sentido que conduz a
frustrações e que cria dificuldades para a gerência dos
acontecimentos da vida, dando a impressão que não se é
sujeito da própria existência (DGAE 15ss). A ciência e a
técnica transformaram o mundo e as relações pessoais,
trazendo mudanças culturais e de comportamento em
velocidades vertiginosas, configurando uma mudança de
época, mais que uma época de mudanças (DAp 44).
29. Os meios de comunicação influenciam decisivamente
a vida na cidade, de maneira que se busca sempre a
informação de último minuto, a distração e o
entretenimento (DGAE 16), produzindo uma mentalidade
de “aproveitar a vida” que se conjuga com certo
desencanto. Apesar dos aspectos positivos da vida urbana
(maior produção e circulação de bens, facilidade de
comunicação e progresso tecnológico, e outros), vemos
um crescimento econômico muito desigual,
particularmente prejudicial aos mais pobres. Não se
percebe claramente um projeto para a cidade, de maneira
1° CONGRESSO DE LEIGOS - MANUAL 69
Situação econômica
34. São Paulo é a cidade mais rica do Brasil, centro
financeiro e termômetro da situação econômica do país.
Aqui, como em toda dinâmica do mercado, a eficácia e a
produtividade são erigidos em valores que regulam as
relações humanas. A ideologia que privilegia o lucro e
estimula a concorrência, acaba concentrando poder e
riqueza na mão de poucos. A cidade é testemunha disso:
a concentração de recursos físicos, monetários e de
informação nas mãos de alguns produz a exclusão de
todos aqueles não suficientemente capacitados e
informados, aumentando as desigualdades e mantendo
na pobreza uma multidão de pessoas (DGAE 24; DAp 61).
35. Na cidade, encontramos rostos concretos de antigos
e novos pobres, tais como moradores de rua, migrantes,
1° CONGRESSO DE LEIGOS - MANUAL 71
Situação sociopolítica
42. Percebe-se claramente que hoje há um
enfraquecimento da política decorrente do individualismo
e do crescimento dos grandes grupos econômicos, que
acabam por impor suas decisões, segundo seus interesses,
substituindo as forças políticas, com grave perigo para a
democracia (DGAE 33). Houve uma diminuição da
confiança do povo nos políticos, nos partidos, nas
instituições públicas e nos poderes do Estado, sobretudo
devido a não poucos casos de corrupção e impunidade.
43. Os cristãos são construtores da paz, e, no entanto, a
cidade que tem São Paulo como patrono vê aumentar, de
maneira escandalosa, a violência que banaliza a vida,
manifestada em roubos, assaltos, seqüestros e assassinatos.
Na cidade, agem, muitas vezes abertamente, o crime
organizado e o narcotráfico, ao lado da violência de grupos
juvenis e da crescente violência familiar. Suas causas são
múltiplas: a exclusão, o consumismo, o individualismo e o
utilitarismo, a falta de respeito pela dignidade da pessoa, a
deterioração das relações sociais, a corrupção, as ligações
74 ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
Situação ecológica
44. Nossa cidade conhece o desrespeito à natureza e as
atitudes de agressão ao meio ambiente, e sofre as
conseqüências disso em não poucas calamidades. No
entanto, não se vêem políticas públicas que ataquem tais
problemas, uma vez que se contentam com atitudes
paliativas. A natureza, a terra e as águas são tratadas como
mercadoria negociável, disputada por conglomerados
econômicos ávidos de benefícios próprios. Isso é
conseqüência do modelo de desenvolvimento econômico
que privilegia o mercado financeiro e o agronegócio
(DGAE 37). Populações inteiras do interior são desterradas
para as grandes cidades do país, onde as políticas de
utilização do solo urbano são ainda insuficientes, e São
Paulo é testemunha desse processo.
45. Pouco a pouco, por força da própria natureza, mais e
mais grupos e pessoas mobilizam-se pela preservação do
meio ambiente, não apenas no interior, mas na cidade
também. Grupos diversos mobilizam-se para discutir e
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PARTE II – JULGAR
CRISTÃOS LEIGOS: DISCÍPULOS E MISSIONÁRIOS DE JESUS CRISTO
4. Todo o texto que segue retoma, de maneira quase literal, o texto da Constituição
Dogmática Lumen Gentium, do Concílio Vaticano II, com as devidas referências.
78 ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
à fé, transmitida aos santos duma vez para sempre (cf. Jd 3),
penetra-a mais profunda e convenientemente, e transpõe-
na para a vida com maior intensidade (LG 12).
57. O mesmo Espírito Santo não se limita a santificar e a
dirigir o povo de Deus por meio dos sacramentos e dos
ministérios, e a orná-lo com as virtudes, mas reparte seus
dons entre fiéis de todas as classes e lhes concede mesmo
graças especiais, para que sejam aptos e disponíveis para
assumirem os diversos trabalhos e ofícios que são úteis à
renovação e crescimento da Igreja (LG 12).
58. Todas as pessoas são chamadas a fazer parte do Povo
de Deus. É por isso que este povo, permanecendo uno e
único, vai até os confins do mundo para congregar na
unidade todos os filhos de Deus dispersos. Do único povo
de Deus fazem parte os povos da terra, e todos os fiéis
espalhados pelo mundo mantêm-se em comunhão com
os demais no Espírito Santo. A Igreja não subtrai nada ao
bem temporal de cada povo; antes, pelo contrário, fomenta
e assume, no que têm de bom, as capacidades, os recursos
e os costumes dos povos e, ao assumi-los, purifica-os,
consolida-os e eleva-os. Por força desta catolicidade, cada
parte contribui com os seus dons peculiares para as demais
partes e para toda a Igreja, de modo que o todo e cada
parte crescem por comunicação mútua e pelo esforço
comum em ordem a alcançar a plenitude na unidade. É por
isso que o Povo de Deus não só reúne povos diversos, mas
ainda comporta em si mesmo variedade orgânica. Entre os
seus membros reina a diversidade, quer nos ministérios, quer
na condição e no modo de vida. A esta unidade do Povo de
Deus, que prefigura e promove a paz universal, são
chamados todos os homens, a fim de que se estabeleça a
comunhão de vida para a qual Deus nos chamou (LG 13).
1° CONGRESSO DE LEIGOS - MANUAL 83
Discípulos de Jesus
65. Todos os cristãos são chamados ao discipulado de
Jesus. Ele é o primeiro e maior evangelizador enviado por
Deus. Como seus discípulos, queremos ouvi-lo, porque
ele é o único Mestre e suas palavras são Espírito e vida, e
nele reconhecemos a boa-nova da dignidade humana,
da vida, da família, do trabalho, da ciência e da
solidariedade com a criação (DAp 103).
66. Como discípulos, somos chamados ao seguimento
de Jesus em uma vida de santidade. Deus, que é santo e
nos ama, nos chama por meio de Jesus a sermos santos
(cf. Ef 1,4-5). Jesus convida a nos encontrarmos com ele e
a ele nos vincularmos estreitamente, já que ele é a fonte
da vida e tem palavras de vida eterna (cf. Jo 6,68). Jesus e
seu discípulo compartilham a mesma vida que procede
do Pai, ele por natureza, e o discípulo por participação.
Viver em santidade significa configurar-se a Jesus, o Santo
de Deus, e a tornar-se, cada vez mais, imagem e
semelhança de Deus, já que só Ele é Santo. E para
assemelhar-se verdadeiramente ao Mestre, é necessário
assumir a centralidade do mandamento do amor e sua
concretização na relação com o Reino de Deus. Isso
implica na vinculação imediata de fraternidade que os
membros da comunidade adquirem (DAp 132-138).
67. Existem diferentes maneiras de se viver a santidade,
segundo o estado de vida de cada cristão. Na família e na
sociedade, os cristãos leigos vivem o amor, concretizando
88 ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
O seguimento de Jesus
71. O encontro com Jesus ressuscitado é encontro com
uma pessoa viva e, por isso, não é algo que se possua,
mas uma experiência a ser renovada todos os dias, que se
transforma, então, em seguimento do Mestre. É esse
seguimento que configura o discípulo que convive com
Jesus para dele aprender como se deve viver neste mundo
segundo o desígnio de Deus. A conversão, pessoal e
pastoral, não é algo episódico ou que aconteça uma única
vez na vida, mas uma busca constante de configurar-se à
pessoa de Jesus, Caminho Verdade e Vida. Conversão e
santidade não são coisas que se possuam, mas um processo
que acompanha o ritmo da vida, já que toda pessoa, assim
como a Igreja, está sempre em transformação.
72. O discípulo se faz seguidor de Jesus Cristo vivendo sua
fé na presença do Espírito, pois é só no Espírito que se
pode dizer “Jesus é o Senhor” (1Cor 12,3). Aquele que
confessa sua fé em Jesus se compromete em seu seguimento.
Segui-lo significa colocar-se atrás dele, reconhecer que é ele
90 ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
6. Cf. Missal Romano, Oração Eucarística sobre a Reconciliação e para Missa com Crianças.
1° CONGRESSO DE LEIGOS - MANUAL 95
Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática Lumen Gentium,
especialmente cap. IV;
Constituição Pastoral Gaudium et Spes, especialmente
cap. II e III;
Decreto Apostolicam Actuositatem
Exortação Apostólica pós-sinodal Christifideles Laici, de
João Paulo II (1988), sobre a vocação e a missão dos leigos
na Igreja e no mundo.
Documento de Aparecida, da V Conferência Geral do
Episcopado Latinoamericano e do Caribe (2007).
10º. Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo
(2009): Discípulos missionários na cidade de São Paulo.
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