Bioética na prática: Casos médicos em análise
By Arnaldo Pineschi and Carlindo Machado
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Na atuação profissional do médico, não basta definir o que é bom: ele deve querer fazer o bem. Mas não basta só querer fazer o bem: ele precisa ser efetivado. Decidir e agir concretamente são um problema prático e, portanto, moral. Avaliar essa decisão e essa ação, a responsabilidade a elas inerente e o grau de liberdade e determinismo aí envolvidos são um problema teórico e, portanto, ético.
Neste livro, são apresentados casos em que há uma parte descritiva, seguida de quatro opções de conduta, nas quais o leitor deve tentar identificar a ação correta do ponto de vista ético. Em sequência, o leitor conhece a resposta correta e encontra uma parte com comentários sobre o caso e as ponderações necessárias, tanto do ponto de vista deontológico, assim como cível e penal, se couberem tais análises. Os casos apresentados são baseados em fatos coletados pelos autores em sua atuação no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
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Bioética na prática - Arnaldo Pineschi
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Diretor
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Gerente editorial
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Editor
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Revisores
Adriano Bastos e Leonardo de Paula
Coordenadora de design gráfico
Danielle V. Cardoso
Capa
Danielle V. Cardoso
Diagramação
Danielle V. Cardoso e Monica Mendes
Gerentes de relacionamento
Beatriz Piva, Camila Kuwahara, Sâmya Nascimento e Selma Brandespim
Coordenadora administrativa
Cintia Vasconcelos
Produção gráfica
Pedro Henrique Soares, Thamires Cardoso e Viviane Coutinho
Produção de ePub
Cumbuca Studio
Pineschi, Arnaldo; Machado, Carlindo.
Bioética na prática casos médicos em análise / Arnaldo Pineschi; Carlindo Machado Rio de Janeiro: DOC Content, 2016. 1ª edição.
ISBN 978-85-8400-031-91
Bioética na prática casos médicos em análise. II. Pineschi, Arnaldo; Machado, Carlindo.
CDD 174.2
Reservados todos os direitos. É proibida a reprodução ou duplicação deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa do autor. Direitos reservados ao autor.
SUMÁRIO
Apresentação
Caso 1 - Artigos envolvidos: Princípio Fundamental IV, 5º e 60
Caso 2 - Artigos envolvidos: Princípio Fundamental II, 1º, 6º e 32
Caso 3 - Artigos envolvidos: 74
Caso 4 - Artigos envolvidos: 1º e 22
Caso 5 - Artigos envolvidos: 82
Caso 6 - Artigos envolvidos: 80
Caso 7 - Artigos envolvidos: 9º
Caso 8 - Artigos envolvidos: Princípio fundamental II e 37
Caso 9 - Artigos envolvidos: Princípio fundamental II, 1º, 32 e 37
Caso 10 - Artigos envolvidos: princípio fundamental I, direito do médico VI e 47
Caso 11 - Artigos envolvidos: direito do médico XI e acórdão do STF
Caso 12 - Artigos envolvidos: princípio fundamental IV, 30, 73 e 74
Caso 13 - Artigos envolvidos: princípio fundamental IV, 30, 38 e 40
Caso 14 - Artigos envolvidos: princípio fundamental II, 1º, 6º e 32
Caso 15 - Artigos envolvidos: princípio fundamental II, direitos do médico III e IV, 19 e 32
Caso 16 - Artigos envolvidos: princípio fundamental II, 111, 112 e 133
Caso 17 - Artigos envolvidos: 64
Caso 18 - Artigos envolvidos: princípio fundamental II e IV, 8º, 32, 36
Caso 19 - Artigos envolvidos: princípio fundamental I, II e VIII, direito do médico II, 1º, 22, 31 e 32
Caso 20 - Artigos envolvidos: 24, 31 e 32
Caso 21 - Artigos envolvidos: 101
Caso 22 - Artigos envolvidos: 110
Caso 23 - Artigos envolvidos: 4º, 6º, Processo Consulta CFM 7.299/99 e Parecer Cremerj 03/1989
Caso 24 - Artigos envolvidos: princípio fundamental XXII, 41 e Resolução do CFM 1.805/2006
Caso 25 - Artigos envolvidos: 74
Caso 26 - Artigos envolvidos: 1º
Caso 27 - Artigos envolvidos: 8º e 36
Caso 28 - Artigos envolvidos: 37, 111 e 114
Caso 29 - Artigos envolvidos: 100 e 101
Caso 30 - Artigos envolvidos: 5º e 92
Caso 31 - Artigos envolvidos: 91
Caso 32 - Artigos envolvidos: 65
Caso 33 - Artigos envolvidos: 69
Caso 34 - Artigos envolvidos: 11 e 68
Caso 35 - Artigos envolvidos: 40 e 64
Caso 36 - Artigos envolvidos: 53
Caso 37 - Artigos envolvidos: 48 e 49
Caso 38 - Artigos envolvidos: 34 e 88
Caso 39 - Artigos envolvidos: 14, 35, 40 e 58
Caso 40 - Artigos envolvidos: 23 e 58
Caso 41 - Artigos envolvidos: 3º
Caso 42 - Artigos envolvidos: 5º, 58, 59 e 80
Caso 43 - Artigos envolvidos: 1º, 32 e 36
Caso 44 - Artigos envolvidos: 1º, 32 e 37
Caso 45 - Artigos envolvidos: 41
Caso 46 - Artigos envolvidos: 44
Caso 47 - Artigos envolvidos: 44
Conclusão
Bibliografia
Anexo - Código de Ética Médica
APRESENTAÇÃO
Escrever um livro sobre Ética Médica e Bioética é uma tarefa, ao mesmo tempo, agradável e desafiadora.
Agradável, posto que lida com o ser humano, seu agir e suas tomadas de decisões, influenciadas pelos mais variados fatores, inserindo-se nos mais variados contextos. E desafiadora por lidar, exatamente, com o mesmo ser humano, que reage das mais variadas maneiras a cada situação que se lhe apresenta.
A Ética Médica prende-se a um código de condutas, que é o Código de Ética Médica, com características marcadamente deontológicas, de dever fazer.
Na prática, existe alguma confusão entre o que seja ética, moral e deontologia, que são termos e conceitos frequentemente aplicados quando são feitas referências à prática médica em todas as suas nuances. Torna-se, pois, necessário fazer uma distinção entre o que seja cada um desses conceitos: ética é uma palavra de origem grega (éthos, modo de ser, definir o que é bom), moral tem origem no latim (mores, costume, escolha da ação boa) e deontologia também de origem grega (deon, dever, cumprir as normas).
Esses equívocos conceituais podem gerar dúvidas sobre responsabilidades e, por isso, será mais fácil ter um melhor entendimento se seguir a seguinte linha de raciocínio:
Decidir e agir concretamente são um problema prático e, portanto, moral. Avaliar essa decisão e essa ação, a responsabilidade a elas inerente e o grau de liberdade e determinismo aí envolvidos são um problema teórico e, portanto, ético.
Na atuação profissional do médico, não basta definir o que é bom, ele deve querer fazer o bem. Mas, não basta só querer fazer o bem, ele precisa ser efetivado. Mais ainda, ele não pode ser efetivado de qualquer maneira, é preciso realizá-lo cumprindo adequadamente uma conduta profissional e, por isso, é um problema deontológico.
A Bioética caracteriza-se por ser o estudo transdisciplinar entre Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ética, Filosofia e Direito que investiga as condições necessárias para uma administração responsável da vida humana, da vida animal e responsabilidade ambiental. Dentro desse escopo de administração da vida humana, insere-se a Bioética Clínica.
A Bioética é uma ética aplicada, chamada também de ética prática
, que visa administrar os conflitos e controvérsias morais implicados pelas práticas no âmbito das Ciências da Vida e da Saúde do ponto de vista de algum sistema de valores.
Segundo Kottow, a bioética é o conjunto de conceitos, argumentos e normas que valorizam e justificam eticamente os atos humanos que podem ter efeitos irreversíveis sobre os fenômenos vitais.
A ideia da confecção deste livro surgiu da constatação de que os médicos, em sua maioria, não são familiarizados com o Código de Ética Médica e sua aplicação na prática médica. Dessa maneira, procura-se mostrar o viés pedagógico desse código, desmitificando qualquer caráter exclusivamente punitivo do mesmo, presente no imaginário da sociedade e de grande parcela dos médicos.
No livro, serão apresentados casos onde haverá uma parte descritiva, seguida de quatro opções de conduta para o caso, onde o leitor tentará identificar a ação correta do ponto de vista ético. Na sequência, o leitor saberá a resposta certa e terá uma parte com comentários sobre o caso e as ponderações necessárias, tanto do ponto de vista deontológico, como dos pontos de vista cível e penal, se couberem tais análises. Os casos apresentados são baseados em fatos coletados pelos autores em suas atuações no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
CASO 1
Em pediatra pertence a uma equipe de obstetrícia, trabalhando juntos ele, os dois obstetras, o anestesista e a instrumentadora, há longo tempo.
Um dia, ao ser chamado pelo obstetra para uma sala de parto, ele não pôde comparecer. Ao ser indagado pelo obstetra se outro poderia fazer o atendimento e se as guias poderiam ser preenchidas com o seu nome, já que o colega que iria em seu lugar não tinha o convênio da parturiente, responde que sim e que depois, quando recebesse do convênio, repassaria o valor para o outro pediatra.
Ocorre que o bebê não nasceu bem, indo para a UTI neonatal. A família, dias após, suspeitou de um atendimento deficitário por parte do pediatra e fez denúncia ao Conselho Regional de Medicina, envolvendo o médico cujo nome constava na folha de sala da paciente, que era o daquele pediatra que acatou a troca, embora ele não tivesse, efetivamente, prestado o atendimento, já que nem esteve presente no local.
Além disso, a família fez denúncia na área cível, solicitando reparação de dano ao pediatra que constava como tendo atendido seu filho
a) Essa é uma prática correta no atendimento a pacientes de planos de saúde;