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‘Stuart Mal = 10° eleao DA eators 1 ‘A IDENTIOADE EM QUESTAO questo da identidade esté sendo extensamente dscutida na teria soca Em essénca, oargumento&0seguint: as velhas identidades, que por tanto tempo ‘establiaram 0 mundo social, sto em delini, azendo surgi novasidemtidadesefragmentando fo individu modern, até equi visto como um ‘ujeltounifcado, Asesim chamada “crise de Identidade” 6 vista como parte de um processo mais amplo de mudanga, que ext delocando a5, ‘estatures © procesos cenvals das sociededes tmodernas¢ abalando os quadros de referencia {que davam sos individuos uma ancoragem estivel to mundo social © propito deste iro & explora algumas das questies sobre a identidade cultural na nodernidade tarda eavaiar se exstouma “rise de idenidade", em que consist essa crise © em que dzegdo ela estd indo, O Hiro se volta para {quesides come: Que pretendemos dizer com “erie ‘de identdade"? Que acontecimentos recetes nas ‘eciedades moderns precptaram esa cst? Que formas ela toma? Quais slo suas eonsequéncias potencisis? A primeira parte do lero (aps. 1-2) 7 lida com mudancas nos conecitosdeidemidade © desujeito. A segunda parte aps 3-6) desenvlve fase argumento com relagto « identidades eulturais~ aquclesaspetos de nossa ideniddes ‘que surgem te nosso “pertencimento” a euuras nica, raciais, Lingstics,religosas e, acima de tude, nacionss, Eat live & exert pats de uma posigta besicamente simpética & afirmagto de que as femidades moderna esto sendo“descentradas”, into 6, deslocadas ou fragmentadas, Seu propsito 0 de explorar esta afrmagao, ver o qe et implica, qualifietlae discutir quais podem ser sts proviveis conseqéneas, Ao dezenvolver © lrgumento,introduzo eertas complesidades © ‘examine alguns acpectos contratiérios que a hogio de "descentragie", em sua forma mai Smplifeada desconstera Consequcntemente, as formulagses dest lier so provisirias e abertas 4 contestagio. A into dentro da comunidade eocolgien até inda profundamente dividida quanto a cares fesuntos. As tendéncias sio demariadamente ‘ecentescanbiguat O pp conceit om o qual ‘amos lidando,“entidade”, €demasidamente ‘complex, mute poucsdesenvloe muito poueo ‘ompreenddo na cia socal eontempordne para sor definitivamente posto A prova. Como ocoree ‘com muitos otros fenémenos soit, impel ereerairmagiesconlisivas ou fae jlgaments seguros sobre as alegasese proposiistericas {que estio tendo apresentadas. Devese ter io fem mente aos lero restante do live. Para aquelesaetericos/as que sereditam ‘que as identidades moderns esto entrando em ‘cola, 0 argument se desenvolve da seguinte forma. Um tipo diferente de mudanga eatrtural stl tansfrmando as sociedades modemas no final do século XX. Iso est fragmentando as paisagensculturais de classe, gener, sexuaiade, ‘nia, raga e nacionalidade, que, no passado, nos Uinham fornecido sélidas loealixagdes como individuos sociais. Estas transformagdes eo, também mudando nossa identidades pessoas, abalando adéia que tems de ns prprios come Sjeitos integrados. Esta perda de um “sentido de si” estvel & chamada, algumas vezes, de Aeslocamento on descentragio do sujet. Esse ‘lupo dedocamento~ desentracao dos ndvdaos tanto de seu lugar no mundo sociale cultural ‘quanto de si mesmos ~ constiui uma “crise de ilemidade” para o individuo. Come observa 0 ‘rtico cultural Kobena Mercer, “a identidade Ssomente se toma uma questio quando esti em ‘rise, quando algo que se supe como fixo, ‘cocrente © estvel & desdocado pela experéneia ‘da divida eda icerers”(Meroer, 1990, p. 43). Esses processos de mudanga, tomados em conjunto, representam wm proceso. de twansformagso to fundamental e abrangente que ° somos compelidos a perguntar se nfo & propria ‘moderna qu est send tansarmada, Estero ‘sereacenta uma nova dimensio a css argiment: 5 sfirmacao de que naguilo que € desert, lgumas ‘ene, como nom mundo le mederno, ns somos {amb “pds” relaivamente a qualquer concepeto ‘ssencialita ou fia de dentidade ~ alg qu, desde 6 Taminisno, so supde defnieo priprio nile ou ‘sstcia de nan sere fndamentar nos exitncia ‘como syjeioe humans. A fim de explorar esst Afirmagio, devo examinar primeirsmente a= defnigde de dena eo carta da madanga na ‘modernidade tard Trés concepeées de identidade Para os propositos desta exposica: Alistnguirei és concepedes muito diferentes de denidade, a saber, as concepeées de idemidade de 8) sjeito do Dain, ) sujet soiaoyico © ©) mijeito ps modern, 0 sujito do Taminismo estava baseado numa eoncepgso da pessoa humana como un individu totalmente cenvado, uniicado, dotado das capacidadesderazto, de consciéncae de ago, taj “eento” consis num nécleo interior, que ‘mergia pla primera vee quando o sujto nasa ‘cam le e desenvalva, nda que permanceendo fessencialmenteo mesmo = continuo ou “iéntea” ‘le ao longo da existncia do indivdao.O centro fssencial do eu era a dentdade de uma pessoa, Dire mais sobre isto em soguide, mas pade-se ver «que esa era uma concepgo muito “individuals do sujeito © de sua identidade (na verdade, a Identidade dele. que ost do Tuminismo a ‘usalmente desert como mascalina). [A nogdo de suit soceligico rfletia a ‘rescente complexidade do mundo moderno e 2 ‘eonseincia de que este nico intror do suet ‘io eraautinome eauto-sfcente mas eraformado ra rela com “outras pesos importantes pars lo, que mim para ost valores, eto simbloe ~ a cultura ~ dos mundos que elles habitaa, CL Mead, C:H. Coley eosinteracontas simbiics so as figuras-chave na sociloga que Claboraram esta concepeao “inerativa™ da “nt eda ex. De sear com ees visto, qve Setoroua concep soca elisa da quo, ‘Nidomidade 6 formada na interaga” ene eu ‘sociedad. O sujeito ainda tem um nécleo ou ‘sséncis interior que é 0 "ow real”, mas este & farmado e moiieado num dog cntnus com os ‘mundosculuras “exeires” es Wenidades que ‘xe mundosofrecem, A idenidade, nessa concepsao socolgic, preenche oeapag enreo “interior” eo exteran”— ‘entre 0 mundo pessoa eo mundo pablo. 0 fato n de que projetemos “ass proprios™ nessas Hdentidades ealturas, 20 mesmo tempo que itenalizamosseussignificades vals, mando "parte de né", contri paraalinhar nossos ‘enkimeniossubjetivoscom os lugares bjativas que ‘eupamos no mundasocial eeu A dentidade, nto, costra(o, para usar una metforaméien, “eutura”) 0 sujito a estuturs.Estabiia tatoo sujltos quanto os mundos cultura que eles habitam, tomando ambos recipracamente mais niicadas pediivei, Arguments, entrant, queso exatamente sss coins que agora esto “mutans”, O sito, previamentevvido como tendo una idemidade tifiada eestvl, et seta legends, composto nio de uma Gnica, mas de vérias Sdentidades, aguas ves contaditrias ou no resolidas.Comespondentement,as identidades, ‘que compunham as paisagenssociai "Ik fora” ‘que areeguravam nossa conforidadesubjetiva ‘comas “pecessidades”objlivas da cultura esto entrande em colapso, como resultado de ‘mudangas etrturase insitcionas.O pp. processo de identifcagio, através do qual nos Drojetamos em nossas identidades cultrais, fornou-se mais provisério, varigvel © problemétice Esse proceso produrosujeito pe-moderno, onceptalizado come nio tendo ums identdade fixa, estencial ow permanente. A identidade a torna-se uma “eclebragso mével”: formads & transformada continuamente em vlagSo formas peas quis sos repeseatado ou interpalados nos Sistemas culture que no radciam (Hall, 1987) ‘efnida histricamente © no bilogeamente. O ‘jet assume idntidades diferentes em diferentes ‘momentos, ideatdades que nfo so unifcadas a0 redor de um “eu” eoerente, Dentro de nés hi ‘ends conrad empuranda en diferentes ‘iogias, dtl ned que nossa identifies esti Sendo continuameatedesdorals, Se sentinns que temos uma identdade unifieadsdeadeonascimento atéarmorte apenas parque castro una eran ‘stéria sabre née mesos ou una confrtadora nama do eu” (veje Hal, 1990), A identidade plenamente unica, conples seguracooerenteg ta fantasia. Ao invés ds, medi em que os Sse desiree cto eam, somos confrontades por uma tzid deeconsrane e cambiante de denidades possives, com eada uma das quis Poderiamos' nos identifiear’— a0 menos lemporariamente Deve-se ter em mente que as trés ‘concepgaes de sujet acima sfo, em alguna medida, simplieagies. No desenvalvimento do argumento, elas se torr mais complesas ¢ ‘qualifcadas. No obstante, elas se prestam como Pontos de apoio pura desenvalvero argumenta ental deste lv, a Ferrer cnneamnieseeenmi © corétor da mudansa na ‘modernidede tordia Um outro aspecto desta questdo da “lenidade ea rlaconalo o carter da mdang ‘na moderniade tari; em particular, a proceso de mudangaconhecide como "plobalizagao" een limpact sob a identdade cutra Em esséncia, 0 argumento& que a mudanga ‘ng moderidade tardia tom um earster mult ‘sped, Como Mare ds sobre a moderidade: 4» permanente resasona de produto, 0 ‘nceea 0 movimento ern Tad ‘lager fas © engra ron reo de ‘Setar, todas ures resteoradie tevaltoom aide pedro vaca, Todo feted se denna a Dare Engl Wisp. 70, As soiedales modernas sto, portanto, por Aefinigdo, sociedades de mudanga constante, ‘ipidae permanente. Bsa & principal ditingso fentre a5 sociedades “wadicionais™ ¢ as “moderas". Anthony Giddens argumenta que sce tains, opasad yneado ‘onboard png conn © [ert expe de gee As itn ts de nar com o'er 9 os Intern qualquer stidade ov expentast tele oct de pada rea “ fro, oui, oe ves oo eration prin Soci earner (Gren, 1990, ra), ‘A modernidade, em conteaste, no & Aetna apenas como a experitncia de conven com a mudanga répia, abrangente cantiaus, ‘mas é uma forma altamenterellexiva de vida, na ‘qual: ‘picasso cantante sais 2 rlormadas 1 hat dar informa rece ‘abr anols pias par,aerand, im ‘Scouts ester p38) Giddens cta, em particular, 0 rimo © 0 sleance da mudanca™~ “A medida em que reas Aierentes do labo sio postas em interconexio tumas com as outras, ondas de Wansformacio socal lingem vraiment toda asuperiie da terra” ~ fa natareza das insttuigdes modernas (Giddens, 41090, p. 6}. Essasdhimas on slo radicalmente novas, em comparagio com as sociedades teadicionas (por exemplo, o estado-nagao ou a mercantiliragto de produtos e o trabalho ssslariado), ou tim ura enganosa continuidade com formas anteriores (por exemplo, a cidade), ‘mas sto organizadas em torno de principios bastante diferentes. Mais importantes #80 a8 teansformagées do tempo e do expago eo que ele cama de “desaljamento do sistema social” ~ “exteagao" das relies eociis dos contxtslocais de interacdo e sua reestraturagto ao longa de 6 Revmour cam narsorennot escalasindefinidas de espagosempo” (bid. p 21). Veromos todos esses temas mais adiante, ntrotamt,o pontogeral que gostaria de enfatizar ‘0 das decontnuidoder ‘On modes de vide eslovador om sets pela ‘derade or ira, da aaa {eda de ods er tpontaionae deem ‘sci ano om ets, ano om nena, ‘Stnormagen ela madera 5 ‘Sapte do que mari dar madang ‘rsa din prod srs No lane “Ieee na str fora 4 econ scl qe eben in em fernando triad, shear alas Siscaracertene ms tina ed sn ‘std ctan (Cine, 1990.2) David Harvey fla da modernidade como Implicando no apenas “um rompimento {impiedoso com toda ¢ qualquer condigze precedente", mas como “caracterizada por um ‘proceso semlim de rupturas ¢ fragmentagbes Tnternas no seu prio interior” (1989, p. 12), Ernest Laelau (1990) usa o conceito de deslocamento”. Uma estratura deslocads & aquela eujo centro € deslocado, nso sendo Substituide por outro, mas por “uma pluralidade {e centro de poder". As socedades modernas, fargumenta Laclau, nfo tém nenbum contro, hnenlum principio aticulador ou organieador Iinico e no se desenvalvem de acoro com & Alesdobramenta de uma dnica “eausa" ou “ei. 6 ‘A sociedade no &, come os saci6logos pensaram ‘muitas vers, um todo unica e bem delintad, uma totalidade, produzindo-se através de ‘udangas evolucionévias a parr desi mesma, ‘como o desenvalvimento de uma flora partir de seu bulbo. Els esté constantemente sendo “descntraa” ou deslocada por foreas fora de st ‘As sociedades da modernidade tarda, argumenta ele, so caractorizadas pela “iferenea; class atravessadas por diferentes vies antagonismossoiis que produzem us variedade de diferentes “posigdes de sujeto” — isto 6, identdades ~ para os individuos. Se ais Sociedade no se dsintgram totalmente nfo & Porque elas sto unficadas, mas porque seus tiferenes elementos ¢ identidades podem, sob tertas eircunsténcias, ser conjuntamente artclados. Mas essa artculagao€ sempre parcial: ‘estrutura da dentdade permanece aber, Sem isso, argumenta Laci, no haveria nenkuma istvia ata 6 uma concepete de identidade muito Aierente€ muito mais perturbadora e provishrin {do que as duas anteriores. Enretant,ergumenta Lacs, isso nfo deveria nos desencorajar: deslocamenta tem caractriticas postvas. Ele ‘dsaricla as identidades estveis do pasado, ‘mas também abre 1 possbilidade de novas ” aniulagies: a eriago de novas identidades, a rodugio de novos sjeitor © 0 que ele chama de ‘recomposigio da eattulura em toro de panto wai particulars de artiulagao” (Lace, 1990, A), Giddens, Harvey eLacla ofercem leituras um tanto diferentes da natureza da mudanga do ‘mundo pés-moderno, mas suas énfases na ‘lescomtingidade, ma fragmentacdo, na muptara © tno deslgeamento eontém una Links comum, Devemos ter sso am mente quando diseuimos 0 impacto da mudanga contemporinea conhecida ain “glbalizagio". © que esté em jogo na questo % 1 idonidedes? -ANé aqui os arguments parecem bastante strato. Par dae agua ila de como eles 36 uplicam a uma stuagso concreta e do que es em jogo” nessas contestadas definigées de ‘denidade e madanga, vos tomar um exemplo (que ilustra as conseqiiéncias politicas da Irngmentagio ou “plurlizgéa” de dentdades. Bm 1991, o enti presidente american Bush, ansioso por restaurar uma maioria ‘conservadora na Suprema Corte americana, ‘encaminhou a indicasio de Clarence Thomas, tim jie nepr devises politias conservadors, Nojulgamento de Bush,os litres branevs (que podiam ter preconcetos em relagio a un juiz negra) provavelmenteapoiaram Thomas porque ‘le era conservador em termos dl legisla de igualdade de direitos, e 0 letores negro (que ‘Apéiam politieas iberais em quests de raga) ‘poiariam Thomas po sintese,o presidente esta onidades” Durante a8 “audincias” em torno da indicagio, no Sonado,o juz Thomas foi acusado de easédio sexual por uina mulher negra, Ants ill, uma ex-olega de Thomas. As audiéncias ‘ausaram umn esedndal pblic e polarizaram a le americana. Alguns negros apoieram basa na questo da raga; outros se ‘opuseram el, tomando como base « questio sexual. As mulheres negras estavam divdidas, ependendo de qual dented prevalcia: sua ‘lenidade como negra ou sia identdade como mulher. Os homens negros também estavam divides, dependendo de qual late prevalcia feu sexismo ov seu liberliamo, Os homens brancos estaram dividides, dependendo, nla apenas de aan politics, mas da forma como eles $e identifiavam com respeito ao ricimo © a0 exismo, As mulheres conservadoras brancas ‘poiavam Thomas, néo apenas com base em sua inclinago politica, mas também po eausa de sua oposigao ao lemininmo. As feministas braneas, ” que freqientemente tinkam posighes mais Drogresssta nn questi da rag, se opunham a Manas tend como base a questo sexual. E, uma ou que o ju Thomas era‘um membro da elite lice Anita il, na Gpoca do aleg inde, ‘ins feo eubaltema, eave jogo eae numero, abn quests de clase social. ‘A questio da eula oda inootncia do juz ‘Thomas ndo ext em dscussSo aquis © que ext fem discuss € o “jogo de identidades” e suas fconseqléncias polfticas. Consideremos os ‘seguines elementos + Asilntdades cram coteadirss. las se frusavarn ou se “desloeavar” mutuanene, + As conteadigdes atuavam tanto fore, na saciedede, atravessando grapes politens ‘sabelecdos, quanto “dente” da eabega fe cada individ. + Nenhume identidade singular ~ por ‘exemple, de classe so linha todas a8 diferentes identidades com wna “identidade mestra” Gnica, abrangente, fan qual se pudesse, de forma segura, bbasear ume politica. As pessous ni ‘dentifieam mais seus interestes socials exelusivamente em termes de clase; & laste no pode servie como um Aispostivo discursive ou uma categoria, Imobilizadora através da qual todos o= vidos interesses e todas as variadas identidades das pessoas possam ser oconcadase represents + Derorma crescente as palsagens polticas ‘do mundo moderno sto fraturadas dessa forma por identificagdes rivais deslocattes - advindas, especialmente, ‘ds erosto da “idemtidade mostra" da Classe e da emergéncia de novas Identiades, perteneentes 4 nova base politica defini pelos novos movimentos soci: o feminismo, as tas nogras, os ‘movimentos de ibertagao nacional, 0s ‘movimentos antinuclesres © ecldgicos (ercer, 1990), + Umaver que idenidade muda de aordo com a forma camo osueito€interpelado fo representado a identiicagao nto & ‘utomtica, mas pode ser ganbada ou perdida, Ela tornow-se politzads. Esse processo 6, Ax vezes, descrilo como ‘onstitindo uma mudanga de uma pllca ‘deidentdade (de clase) para uma polica fe difeenga. Poss agora eaquematizar, de forma breve, ‘© restante do livre. Em primeiro lugar, vou ‘xaminar, de una forma um pouca mais prounds, amo oeoneite dedemdade muds do conceito Tigao a0 sujeito do Thiminisme para 0 conceito socioligico e, depois, para 6 do sujto “pés ‘moderno”. Bm seguida,o leo exporard aquele a sepecto da idenidade cultural moderna que & formado através do pertencimento auma cultura ‘nacional e como os processos de mudanga ~ uma mmudanga que efetua um deslocamento ~ ‘compreen-dides no concsto de “globalizaio" sto aftando iss, 2 2 NASCIMENTO MORTE DO SUJEITO MODERNO este captul fare um esbog da descriio, feta por alguns eric entempordnes, das princiais mudangas na forma pela ‘qua ostjeto ea dentdade sto conceptlizados to pensamento moderno. Meu objetivo 6 tagar os esti através dos quai uma versio particular ‘do “seit humano” ~ com certs eapacidades Thumanas fxas eum sentimentoestivel de sua pripria identidade ehgar na ordem das coisas — femergia pela primeira ver na idade moderna; como ele se tornou “centrado", nos dscursos & prticas que moldaram as sociedades modernas; ome aquiru uma definigto mais seciolgica ou Iterstivase como ele esta sendo “descentrada” ra modernidade tarda. O foo principal deste ‘apul & conceitual, contando-tem cancepges ‘mucantes do sujeito humano, visto como uma figura diseursiva, cuja forma unificada e idemidade racional era pressuposas tanto pelos discursos do pensamento mederno quanto pelos recent qc molar 2 moderniade, endo 2 "Tent mapearshstria da nogio de sjto ‘modemo é um exereico extremamente df. A ida de que as idemtidades eram plenamente uniicadas'e coerentes © que agora se tornaram totalmente deslocadas & uma forma altamente ‘implista de contra estriado sujeito moderno, ua adoto aqui como um dispositive que tem o propésitexclsivo de wma exposgdo convenient. Mesmo aqueles que subserevem inteiramente rnogdo de um descentramento da identidade nse ‘sustontariam nesa forma simpifcads, Deve-se teresa qualicaglo em ment ao ler este cap. Entretanto, esta formulacdo simples tem a ‘vantagem de me possbiltar(no bree espago deste live) esbogar um quad aproimade de come, de acordo com os proponentes da visio do descentramento, a conceptuaizagse do sujeito mmoderno mudou em tr pontos estratépcos, durante a modernidade, Essas modancas ‘sublinham a afirmagto bisiea de que as ‘onceptualinagies do suelo mudam e, portant, tm uma bistéia, Uma ver que sueite moderne femergix num momento particular (seu “ascent tem uma hisria segue que cle também pode mudar e, de fato, sob certs fireuninces, podemos mesmo coniempar sua agora um lagarcomum dtr que a época moderna fer srg uma fama nova edecisia de inidualona, 0 enzo da qual eg una 4 nova concepste do sujeito individual e sua idemidade sto nto significa que nos tempos pré- rmodernos as pessoas nto eram individuos mas «que a individualidade era tanto *vivida” quanto “eoneeptualizada” de forma diferente. As Uuansformagbes associadas & modernidade bertaram o individu de seus apoio extvei na teadigds nas ecruuras. Antes se acreditava que casas cram divinamente estabelecidas; to feslavam ‘jets, portanto, a mudangas fundamentas, O tus aclasifcngto es porgto dle uma pesson na "grande cadein do atx” = a fordem secular diving das coisas ~predominavam ‘abre qualquer sentimenta de que'a pestos Tose tim individuo soherano, Onascimento de Sindividuo soberano", entre 9 Humenisine Renaseentsta do séealo XVI e o Thiminisma do sécalo XVII, ropeesentou un reptra importante ‘como passado,Alguns argumentam que ele foe ‘motor que eolocou todo o sistema social da “mnodernidale” em movimento Raymond Willams obeerva que shistiria moderna do sujeito individual retne dois sSgnificados distatos: por um lado, 0 sujet & indivseal”~ uma entidade que &uniicads no ‘eu proprio interior endo pode ser dividida além isso; por utr lado, 6 também ume entidade quod “singular, distin, nies” (ve Wiliams, 1976: pp. 18855: verhete individual). Mites ‘movimentos importantes no pensamento © na 5 ISESSFEAI Aree cultura ocidentais contbutram para aemergtnea essa nova concepeto: a Reforma eo Protestantismo, que lbertaram a conscitneia individal das instiuiges reigns da Igreia © txpuseram diretamente aos olhos de Deus, 0 lumanismo Renascentsta, que loco o Homem (tic) n0 centro do wniverso; ay revolugtes clentficas, que conform ao Homer afaeuldade fas eapacidades para inqui,invertiga decir (os mistrios da Natures: Taminismo, entrada faa imagem do Homem racional, cientficn, libertado do doginae da intlerdnci,e diane do ‘qual se cctondia a totalidade da histria humans, para ser eompreendida e dominada Grande parte da histéria da filosofia ocidenal consite de reflexes ou refinamentos dessa coneopeio do sujeito, seus poder ¢ suas teapacidades. Uma figura important, que dea a fara concepedo sua formulagio primis, foi o Flgsfo Traneés René Descartes (1596-1650). Algumas yezes visio como 9 “pai da Filosofia moderna", Descartes foi um matematico ¢ tents, fandador da geometia anata e da ‘ica, foi profundamsent inlueciado pela “nova tincia” do sfeulo XVII. Ele fi atingdo pela profunda divida que se seguin ao desloesmento {e Deus do centro do universo Eo fat de que o Sujit moderno “nascea” no meio da dvida e Go eoticismo metafsico nos fz lembrar que ele ‘nunc estabelecio euniSeado como ese forma de deverevélo parece sugerir (yeja Forester, 1087). Descartes acertou as contes com Deus 26 ‘orn o Primero Movimentador de oda cing; dal em diante, le explicou o resto do mundo ‘material intiramente em termos mecinicas ¢ rmatemitios. Descartes postulow duas substancia isiotas ~ a substinela espacial (matéria) substincia pensante (mente). Ele refecalizou, ‘sim, aque grande dualismo entre “mente” © ‘"matéria”™ que tem afigido a Filosfa desde tentio, As cosas devem ser explicadas, ole screditiva, por uma redugso aos seus elementos tessencai & quantade minima de elements e, fm dima adlise, aos seus clementosiredutives. No centro da “mente” ele colocow o sujet individual, consituido por sua eapacidade para raciocinar e pensar. “Cogito, ego sum” era a palavra de ordem de Descartes: “Penso, logo fxiato™ (Gnfase minka). Desde entdo, esta eoneepeao do sujeito racional, pensante € feonsciete, stuado no centro do conhecimento, tem sido conhecida como 0 "sujeio artesian” nts contribuig eva fa fia por John Lock, o qual, em seu Ensaio sobre acompresnsoo ‘humana, definia o individuo em termos da “mmesmidade (amenes de um se racional” ist. uma identidade qe permanecia 4 mesma & ‘que era continua com seu sujet: “a idemtidade ‘da pesoa aleanga a exata exenato em que #3 a BEES conseiincia pode i para ts, para qualquer agio ‘ pensamentopassulo” (Locke, 1967, pp. 212 213). Este figura (ou dispositive conecitial) ~ “%ndviduo soberana”~ ost nserta em cada um dos processose prticas cena que fieram muntlo moderno. Ele (ic) era 0 “sujeto” da mmodornidade em dois sentidos: a origem ou “exjeito” da ranto, do conecimente eda pdtcs, fe aquele que toria as conseqUGncise dessas prdcas —aquele que esta “sujitado” a elas {veja Foucault, 1986 ¢ também Penguin Diationary of Sociology: verbete*ubjed” Algumas pessoas tem questionado se 0 apitalismo realmente exigin uma eoncepea0 de Indisiduo saberano desse tipo (Abercrombie et alli, 1986), Entrewanto, a emergéncia do uma coneepgfo mais individualisia do sujeito & mplamente aceta, Raymond Wilkams sntetzou ‘essa imersto do sujeito moderno nas priticas © ‘iscursos da modernidade na seguinte pasagem: Aomori de nods de indus 20 tera moderna, poder reacinadssseains (sce wid cote Same meta No movimento pl cnr 9 eelnne hoe ‘elsr lt m ctcs peadds hme, ‘i ce Ses agar es gts ama "iis scedade Bein, Houre una nie ‘ly, ne Poeun on reap Sta © Inada do homes com Dew pono ‘els medida pla pea fh 0 nada ela XVI ¢ wo ole XVIM gues 20 oromotn dani Ligioone Maen, [sna ind come endear ee mde” do Lab a prt de ga ue stops (opeciinete ete cle am derivaden 0 penoamento police de Tso sepia pricpalment ete ede. (regu eogee cme nin, ‘inka um exo primi ei i fu horas decd dab echt fe etian core on Hakim por Ss ‘ comsentimenty pla na verso le ‘rl ww pemamesta bra Ne economia ‘lime, occ es daria de et noel qe spun inborn sia poi e Sesian m ln to de pari, rar om sen eosin ‘gerne cule an emits dt ‘age gue eles ert spe (Wiens 1976, pp 185), Ainda era possivel, no séeulo XVIII, Jmaginar os grandes process da vida moderma ‘como etande cetrados no individ “eee da Serio": Mas i medida em que as seciedates ‘modetnas se tornavam mais eomplenas, elas ‘sdguiriam sma forma mais collie social. Ax teotias elissica liberais de gover, baseadas ros direitos ¢ consentimente individusis, foram brig a dar conta den eataturaa do estado hago e das grandes massas que fazem una ‘demncrsciamadeima Asli clfaseas de economia allica da propridade, do contate da tea tinham ‘Setua depois da indtaligo,enee a rans 2 formagdes de classe do eaptalsmo moderno (Ocmpreendador individual da Riquera das “ages de Adam Smith 00 mesmo dO copia de Mars foi twansformado nos conglomeradosempresriais da ‘sonoma modema O cided indivival toro te enredado nas maquinarias buroertieas & ‘slminitratvas do eta dere. ‘Emerg entio, uma concep mais social 4 suit, O individue pass a sr visto corn ‘mais localirada “defiide” no interior dessas _onids esruturaseformagiesnuntentadoras da Sociedade moderna. Dois importantes cventos comtributeam para aeticular um conjunto mais Soplo de fundamentos coneepuaisparno suelo ‘mademo, O primeira fo biologie darwiniana. O ‘ijeito humane foi “bilogiada” — a ao nha tama base na Natirea es mente um Tadamenta™ 0 desenvolvimento fst do eérebro humo, O segundo evento fo osurgimento das novas iciassociais Entetanto,astransformagies que sso pbs om agio fram desiguais +) O "individu sara ca ax sua (dele) vontades, necessidedes, dessjoa © Interesses, permancccu a figura cental tunto nos discurse da economia moderna ‘quanto nos da Tei moderna. + Odlismotpiondopemamento cartesian fojinaiteionaido nadiviso das eiénias socials entre a peieologia e as outras 20 iscpins.O ext do indviduo ede cous pracessos mentais trmot-ee 0 objeto de tudo especial privegiado da palo. ‘A eociologia, entretanto, frneceu uma ‘do “indvidualisino raconal” de rocessos de gropo © nas norm ‘aletivas as quas, rgumentars,eubjeciam fa qualquer contrato entre sujeitor individuas. Em consequénea, desenvolveu ‘uma expicago altrwaivado modo camo ‘ws indvduos so formas cubjetivamente através de sua paricipagio em rlagdes Sociais mais amplas ,inversament, do ‘modo como os processs © as eatruturas So sustentados pelos paptis que oo individuos neles desempenhem. Essa “internalizacio" do exterior no sito, ¢ essa “entenalizagzo™ do interior, aust és ‘da ago no mundo social (como disci, ants), eonttuem a doserggococalgica primaria do syjeito moderna e estio fompreendidas na teora da soiliasio (Como foi observadoacima, G-H. Mead e cninterseonistas sibiosadotaram uma, Visto radicelmente interativa deste processo. A integragfo do individuo na ‘ciedade tnka sido uma preocupapto de louga data da socologia. Teéricos como Goffman estan profundaimente stentes 2 0 modo como 0 “en” & apresentado em AiferentessitsgBes sociais, ¢ como ob confit entre estes diferentes papéis acai sto negoiados. Eo un nivel mais macrossociologico, Parsons estudou 0 “ajaste” ou eamplementaridade entre "0 ‘ex eo sbtema cial. io obstant, alguns triticos alegariam que a sociologia couvencional mantvers ago do dualism tte Descartes, especialmente em sua tendéncia para eonseuiro problems como fama relagdo entre duss entidades cconectadas mas separadas: aqui, 0 “individuo a sociedad” Ente modelo socolgico interalivo, com sua reciprocidade estivel ente“intrin”o "exterior", em grande parte, um produto da primeira ‘metade do séeulo XX, quando at cincas socials ‘csumem sua forma discplinar staal Eneetanto, fxatamente no mesmo period, um quadro mais pperturbado ¢ perturbador do sujeito ¢ da Identidade stave comecando a emergic dos ‘movimento exten einteectsis assorado com ‘8 surgimento do Moderismo. Bnoontrames, aqui, «figura do individuo ‘salad, exlado ow aienado, colocado contro ppano-defunde da multidao ou da metripole ‘ndrima e impessoal. Exemplos disso incluem 2 famos desri do poeta Baudeaive em "Pintor da vida moderna”, que orgue ua cass “no eoragio ‘nico da muldao, em meio ao ie e vir dos ‘movimento, em meio ao figido ao infinite” & aque “se torna um inico corpe com « muito", fntra na mulidae "como se fose um imenso reseratrio de energia eles: o lane foto ‘agabundo}, que vaguela ene as novasarcadas das lojas, abservando o passagero espeticulo da ‘metrépele, que Walter Benjamin colcbrow no seu temsaio sobre a Paris de Baudelaire, © cuja contrapartida na modernidade tardia 6, provavelmente,o tart ef Uny, 1990); °K", & ‘ima andaima,confrontado por uma burocracia ‘samoeto, nanovelade Kafka, 0 Prowso;eaquala ogi de igaras alienadas da iterstura eda xia socal do séeulo XX que visavam represent ‘experinela singular da modernidade. Vérias Alesse "hancian exemplares da modernidade”, como as chama Frisby. povoam as piginas dos Drineipais tericos socials da vicede do steulo, como George Simmel, Alfred Schutee Sigiried KKracauer (odos of quai tentaram eapturar as caraceriticas essencnis da moderidade em fensaios famesos, tals como The Siranger ou Outsider) (veja Frisby, 1985, p.109). Estas imagens mostraram-se proféticas do que itia Acontecer ao sujeito earesiano 20 sujeto secoligice na moderiade tard, 2 Descentrando o sviei Aquelas pessoas que sustentam que a8 ‘denidaies modernas estdo sendo fagmentadas lrgumentam que o que acontecu & concep do eujeito moderno, na modernidade tarda, nto foi simplesmente sua desagregigdo, mas set deslocamento, Ela dscrovem ens deslocamento turavés de ua série de rupturas nos discursos dloconhecimento moderna, Nesta og, fae um, "lpia esbogo de cinco grandes aangos na ear tovial © nae ciGncias humans ocorvidos peensamento, no perodo da moderidad tar (@ togunda metade do seule XX), ou ue sobre cle tveram se principal impacto, ecajo maior efito, argument ao, fi 0 descentrament final do sueitoeartesiano A primeira descntras importante refere- se as tradigbes do pensamento marsista, Os ‘ects de Marx perience, natralmente, 20 ‘feulo XIX e nfo no stculo XX. Mas um dos ‘modes pelos quais seu trabalho foi redescoberto ‘reintrpretato na década de sessema foi blur ‘in sia afirmagia de que os “homens (vie) fazem ‘histria, mas apenas sob ax condigaes que hes $6 dacty” Sous nove intrpretesleram so n0 tentido de que os individvos ndo poderiam de ‘ems forma ser os “autres” oom agentes de hstra, uma vez que eles podiam agi apenas ‘com base em conigdes histriess eriadas por a4 ‘outros eso as quais les nasceram, uzando os Teeursos materiais ede ealtura que Thes foram forecidos por gerbes anteriores, Eles argumentavam que 0 marxismo, cometamententendio,deocara qualquer nogae dle agéncin individual, © estrturlisa marist Louie Althusser (1918-1989) (ver Penguin Dictionary of Sociology: verbete “Aluseer") ‘afrmou que, a0 coloea srlagaes soca (modes ‘de produgso, explora da fora de aba, dreilos do capital) e nfo wana nog abatata de THomem na eento de seu sista terico, Marx deslocou dss proposigtes-chave da filsofia ‘moderna: ‘que bf uma essénca univer de homens; +) que etsa eatncia 6.0 atibuto de "cada Individuo singular”, © qual 8 seu sujeito real mes doin potted le completa © ide: Ma un ecaecns oon wade ‘rosupaem tala ima perspectia de mundo upeitesienina, Ae teeta 4 eat Ar ete nbs ten Mac etn do ‘cunetn rinio de postadoe Hl espon “toa reas Se jt Bo empon, sent iene ino tn e tle am rena de forma supremo. Nis Sena d economies do mtn do ime sonoma, eo ty do di, com fecldades noe deed, como vd © mje da economical mo apenas Si apna dene dat Fa lana; mas ei dpi ai libamer 1966. 228, ssa “rovolugio tdrica ttl” foi, 6 cbvio, fortemente contestada por muitos tebricos humanistas que dio maior peso, na expleagso Wistériea, 4 ngéncia humana. Nao precisanos iscutir aqui se Althusser estava total ou parsalmonte cero, ou interamente erado.Ofato E-que, embora seu trabalho tenha sido famplamente eriicado, sow “anti-humanismo teérico” (to &, um modo de pensar aposto as teorias que derivam reu raciocino de’ alguma nogin de esséncin uiverel de Home, alojada fm cade sueito individual) tove un impacto Considerivel sobre nites ramos do pensamento moderna. (O segundo ds grandes "descentramentos” ‘no pensamento ocidental do séeulo XX vem da deseoherta do inconsciente por Freud. A teoria ddo Freud de que nostas Wentdades, nossa sewusldade e w estutura de nossos desejas so formadas com ase em procescos psiquicos & simbilicos do inconscient, que fun ‘condo com uma "ges" mute diferente daguela dda Razdo, arrosa com 0 conceito do sujote ‘ognoscente «racial provido de umaidentidade {iste unicada—0 “pens, logo existo", do sujeito dde Descartes, Este sepocto do trabalho de Preud tem tio também tim profunda impacta sobre o ‘pensamento moderna nae tés imas déeades, 36 ‘A leitura que pensadores picanalticos, como Jacques Lacan, fazem de Freud & que a imagem ‘oe como interoe unica € algo que acrangs ‘oprende apenas gradualmente, pacilmente, © ‘com grande difeuldade, Ela nao +0 desenvalre naturalmente a parr do interior do nicleo do ser da erianga, mas €formada em relagd com os ‘utrox experinlmente nas complesas negocios piguicasinconseiontes, na primeira snfSnci, fenve a erianga # as poderosssfantasias que ela tem de sus figuras patomase maternas, Nau ‘que Lacan chama de “fase do espllo",aerianga ‘tue nfo esta ainda coordenada «lo possi ‘qualquer autoimagem eomo uma pessoa intra”, Serd ou se “imogina” aa propria reletida ~ ee Lralmente, no espelho, ea igurativarnente, mo “eepelho” do oar do oute ~ como uma “pessoa ineira® (Lacan, 1977). (Aids, Althusser tomou ‘esa metifora emprestada de Lacan, a0 tentar ddescrever a operacto da ideologia). Isto esta préximo, de certa forma, da concepg%0 do Frespelho", de Mead ¢ Cooley, do ou intrativos exceto qe para clea a soetalizagio & uma qustio ‘de aprendizagem consiente, enquanto que para rend,» subjetvidade 60 produto de process psiquicosinconsientes. [A formagia do eu no “ahar” do Outro, de coro com Lacan, iniia a relagso da eanca ‘om os sistemas ibis fora dela mesa e&, ‘assim, o momento da sua entreda nos virios a sistemas de representago simbslea ~incluindo ‘lingua, a cultura e a diferenca sexual. Os enimentor contradrios e ndo-eselvidos que Sscompanham eset dif entrada (o sentimento Aidido ene amor e dio palo pai, 0 conto tonto desejo de agradar € 0 impulso pararectar {mide «diviso do eu entre sus partes “bos” Sina", a negagto de sua parte masculina ou feminina, ¢ assim por diane), que 80 aspects chave da *formact ineonsciente do suit” « ‘que dena osujto“dvidido", permanceem com {pessoa por toda a vids, Enreanto, embora 0 sujitoesteja rempre partido om dividido, ele vivencia sa propria Wentidado como se cla ‘Gtivesse eunidaeresavila”, ov uificas, come fesultado da fantasia de si mesmo como uma pessoa” unificada que ele formou ma fase de eapelho. Essa, de acordo com esse tipo de pensmento psicenaliiea, a orjgom comadiria ‘ba "identidade” Assim, a identidede & realmente algo {ormado, so longo do tempo, steavés de process inconscienter, © n80 algo inal, exstente na ‘consiéncia no tomento do nastimento. Existe sempre algo “imagindio™ ou fantasado sobre sua tide, Ela permance sempre incomplet, ext Sempre “em prosesso”, sempre “endo forma” ‘As pares “fomininas” do eu masculine, por texerplo, que ato negala, permanecem com ele fe eneonlesm expressso inconseient em muitas 8 formas nao reconhecidas, na vida adulta. Assim, fem ver de falar da idenidade como uma coi tcabads, deveriamos falar deidenficagto, ev Income um proces em andamento, A identidade surge no tanto da plenitude da ientidade que jf eas dentro de nos como individwos, mas de ‘una fala de inciteza quo &“proenehida” a partir Ade nosso exterior, peas formas através das quais ‘nds imaginamos ser vistos por outros, Psicanaliicamonte nés coninsamos buscando & “identidae” ¢ constuindo biograias que tecem asdferentes partes de nosso eu dviidos numa Unidadle porque prociramos recapturar esse raver famtasiado da plenitude. De novo, 0 trabalho de Freud © 0 de ppensadorespsicanaieos come Lacan, qu olor essa forma, tm sido bastante questonados, Por Aefinigto, 0: process inconscientes no podem ser faciimentevistor ov exatninados, Eesti que ‘er inferidos pelas elaboradas téenicas psicanalicas da reconstrugaoe da inerpretaeao no so facilmente suscetiveis A “prota”. No fbetante, seu impacto geral sobre as formas madernas de pensamento tem sido muito Considerivel. Grande parte do pensamenta ‘moderna sabre a vida eubjotiv epalguia & "pe feeudiana", no sentido de que toma tral de Froud sobre o inconsiente como certo e dada, mesmo que rejeitealgumnas de suas hipdtess ‘en, podemos aval © d 2 que essa forma de pensamento causa a nogbos {que véem @aujito raconale a dena como Fixoseentiveis O teresto descentramento que examinarei cexté asvociada com 0 trabalho do linguists tatratura, Ferdinand de Saussure. Seesoare Srpumentava que ads alo somos, em nenhue entido, os" autores" das airmagies ue fzemos fu des signficados que expressamos na lingua, [Nos podemos wtlear » Hngua para produsir sgnifcados apeaes nes posiionando no interior das ograsdainguae dos sstomas de significado do nossa cultura. A lingua 6 um sistema socal © ‘iio um sistema individual, la preenste and, Nao podem, em qualquer sentido simples, sr sr eores Far uralingta na sigan pena ‘sprenar nosis pensamente mats intrares © ‘rina signifies tambien aivar a imensa para de significalos que jk esto embutidos em nossa lingua em nose sistemas culturis. Alm dss, 05 signiscaos das pales mio 80 fos, numa relagdo uaa com os objets fo eventos no endo exitente fora da lingua. O Sigua srge ns elagss de sina © ga que a palavras tn com outros plavras to imetor deg ng, Nes eben © que 6a “note” porqueela na 60 “ia”. Observe se a analogia que existe aqui ene lingua © ‘dentidade. Bu ti quem "eu" sou em relaeSo com o outro” (por exemplo, minha mie) que eu nfo posse ser. Como diva Lacan a dentidade, como ‘8 inconscient, “est estratrada como a lingua” (0 que modemosfiésfoe da Linguagem ~ como Jneqs Deri, nlenciads po Saussure opel “ead ingastea” ~argumentam & que, apesar de seus melhores esforgos, ol alate individual ‘io pode, nunca, xa o significa de uma forma Final, inciindo o sgfeado de sua identdade [As palarrs so “multipoduladss". Hles sempre carregnm eoos do outussiguficados que elas tolocam em movimento, apesar de nossos Inelhores esorgos paracrrar osenifcado, Noses ‘firmagdes aio baseadas em proporiges © premisais das quais nis nfo temos contcinci, fas que elo, por aesim dizer, condusidas na Corrente sangiinea de nossa agua. Tudo que fliremos tem um “antes” © um “dopsis” ~ uma “inargem’ na qual utras pessoas podem excever Osgneadoéinerentementenetive: ee procura fo fechamento (a identidade), mas ele & ‘constantemente perturbado (pela diferenca). Ele ‘estéconstantement ecapulindo de né. Existem “some sigilicado suplementares cobre os quais ‘fo temos qualquer controle, que surgira0 ¢ Subvertrdo noses tntavar ara car mundos {ixoneestives (rea Derrida, 1981), 0 quarto descentramento principal da identdade © do sujito corre no trabalho do {ilsafo.¢ historiador francs Michel Foucault. [Nama sine de estos, Fousoul produnia uma a expécio de “gencalogia do sujet modern0” Foucault destaca um nove tipo de poder, que ele cchama de “poder diciplinae”, que se desdabra to longa do século XIX, chegando a0 seu desenvlvimento mimo no ineio do presente séeulo. O poder dissipina ets preacupado, em [primero Iigar, com a regulago, a viglincia & ‘prem da epic humana oe popes em send lar do indivi ed eorpe. Seis Tocais ato aquelas novas instituigoes que =e desenvolveram ao longo do século XIX « que “pelican” edisipfinam as popes madernas— ina, quarts, eco, pies, hospi nioas ‘assim pr dante fe, por exemplo, Hii da Touewa, O nascinent da cliniea ¢ Vii epi. 0 objetivo do “pode disephinae” conse ‘em manta "a vidas, alvidades,o trabalho Infelicidade e o8 prazees do inividuo”, assim como sua saide fsica © moral, suas prétieas sexs esa vid fair, oob esto controle © disciplina, com base no poder dos regimes ‘administraives, do conkecimento eepocializade dos profissonsis © no conhecimento fornccide pelas “disciplinas” das Cidneias Sociais. Seu ‘objetivo bisico consiste em produair “umn ser humano que possa ser tratado como wn eorpo ci” (Dreyfus e Rabinow, 1982, p. 135). © que & parculamente interessante, do pont de vst da histria do sujeito moderna, & ‘que, embora poder disciplinar de Foucault seja 2 © produto das novasinstiuigses colaivas © de grande escala da modernidade tardia, suas {éenieas envolvem uma apicagio do poder e do saber que "inivdualza™ ainda mals o sujeto © ‘envolve mais ntensamente seu eotpo: Nam regime dnp, edidealiag “taconin,Aavts digit dacbrato ‘Shoe se indvdualadee © poder io ‘pons » indian pry some de Wares a lcnie eaves Inthe sje campo da crt Um ens eres spat Jrwent nr ‘um cmon een do erie do poder (oat soncdadee mederan Best ural de documenta india mum rdenemerts stones trun "posal tein de fortes iba,» deus ‘pen a earacoago de fos elt Dl de dinar eave be eid ‘Isl un dado popula” rye Tetiao, 198, p. 199, tno Fousal [Nio 6 ncosesrio acetar cada deta da Aescrigdo que Foucaat fe do carter abrangente dos “regimes dsciplinares” do moderno poder ‘administrative para compreonder o parsdoxo de ‘que, quanto mats coletiae organizadaanatreza das instiuigbes da modernidade tarda, maior 0 Frolamentoy a vgiineia © = individualizagio do sujet individual 0 quinto descenteamento que os proponents desta posigo ctam 6 o impacto do 3 feminiso, tanto como wna exis tebvica quanto ‘como um movimento soil O feminiano fx parte daquele grupo de “novos movimentos socas", ‘que emersram durante os anos sessntao grande tmareo da modernidade tad), juntamente com fe revltasestudantis,o¢ movimentos javenis ‘oneaclutaisantbebita, alata ples diets dvs, 0s movimento revaluciontios do “Teredia Mundo", rs movimentes pela pse © tudo aque ‘que et seo com "1968".0 que importante Teter sobre ease momento histren & que + Eses movimentos se opunham tanto & polltica liberal capitalista do Ocidente ‘quanto 4 polea “esata” do Oriente, + Hles afirmavam tanto as dimensdes ‘subjotivas™ quanto at dimensses “objtivas* a polies, + Eles suspeitavam de todas as formas burocrtias de orgaizaeaoe favoreciam expontaneidadle © oF alos de vontade politica. + Como argumentado anteriorments, todos censor movimentos inkam uma Enfase © tama former fortes. Elesabragaram fo “teato”d revolugio. + _Elesrefletiam o entraquecimento ou o fim da classe politica ¢ das organizagies poltcas de mass com ela associades, bem ‘como tua fragmentagio em virion © separados movimentossociais. 4 + Cada movimento apeava para identidade social de seus sustentadores. Assim, © feminismo apelava as mulheres politica ‘sexual ans gays ¢léshieas, a tas racais mow nogros, © ovimestyanhelict t pacts, assim por dint. socom nascimento histérico do que velo a ser onheci como apolitia de idenidade— ‘uma identidade para exda movimento Mas feminism teve tumbém una relagso satis deta con 0 descetrametto concetul do ‘jet cartesano e sociolé gio: ‘+ Ble questionowaclfsscadistinezo ent o dentro” ¢ 0 “fora”, o "privado” “pibleo”-O slogan do feminism era: pestoal & pai”. + Ele abrsy portant, para a contestagso plea, afenasintiramente novas devia ocial: familia, asenvaidade, o trabalho doméstico, a divisdo doméetica do tesbalho, ocaidado com a eriangas, ee + Hletambém enfatizou, como uma quest pola ¢ social, o tema da forma como tomos formados e produzides como fujeitos generiicades. Ito 6, ce pliizon ubjetvidade, a identdade eo processo ‘de idemtfenee (como homensimulheres, imtes/pais, iho! ih) + Aap que comegon como um movment Agi t comestagto da pesca social dat 45 mulheres expandiu-se para incluie @ Jormagao ds identdaden sexuais © de ‘gaere. +O feminismo questionou a nogao de que ‘os homens as mulheres eram pate ‘mesma identidade, a “Humanidade", Subsiindo- pela quetao da diferone foul Neste capitulo, tentei, pois, mapear ax mudangasconceituais través das quia de secede om alguns teéricos, 0 “sujeito” do Tluminisino, visto como tendo uma identidade fia e estvel foi descentraio, resultando nas idemtidades bests, contains, inacabadan, agmentadas, ‘do nujeto pbsmodemo, Deserevi iss através ds ‘inc descentramentos, Deere lembrar outa ‘ver que muits pessoas no aeeitam as impicgies ‘conceitusis intlectusis dows desenvolimentos do pensaroeato moderne, Entretanto, povcss negariam agora seus efeitos profundamente dlesestabiizadores sobre asia da modernidade tardiae,partiealarmente,sobee a forma como 0 sujeito © a questto da identidade sto ‘conceptualizados 46 3 ‘AS CULTURAS NACIONAIS COMO ‘COMUNIDADES IMAGINADAS endo descrto as mulangas eonceptusis plas ‘quais 0s conceits do suetoe identidade valemidade tania eda péssrademidde femergiam, me voltae, agora, para a questo de ome rate “sjelto Fragen” &ealocado em term de suas dentdals cultura. Adenine calturl particular com a qual estou preceupade a ideatidade nacional (embora outros aspects ‘sejum a implicade). O que est acontcendo 3 identidade eultural na modernidade tardia? Expecficamente, como as identi eultaraia naeionais esto sendoaftadas ou deslocadas pelo procesto de globalizagio? Nomunelo maderno, ws eulturasnacionsis fem que nascemos se constitiem em uma das principal fontesdeentidade cultural. Aono Aefinirmos,algumas vezes dizemos que somo ingleses ou galescs ou indiancs ou jamaican. Obwiamente, a0 fazer isso estamos falando de forma metafrica. seas ientidndes no estso Meralmente impressas em nossos genes. Entrelanto, na efetivareste pensumos nelas ‘como sfossem parte densa natures easencil a 0 flésof consorvador Roger Scruton argumenta que Acai hen i exe qe iin, ra ge ‘ln, o mata de gon an ‘Gl le pete nod um eas ‘chee finramente me oo er Son, 19, 150, Eines Geller, a partirdeuma posi mais redita que sem un sentimento de ientifieagao nacional o su ‘apesiestars in prfurde sal ‘bjt: frccer to obviate verde 6, def, Sm npern tae ome ced problems ‘dvacimalmo Teramaragio nie Goma Steete dha te spaces pn ‘So tl Gel, 185, 6) Oarpimento que estar considered aqui 6 que, na verdad, a ientidades nacionais ao ‘0 coiats com as qusis nfs masceme, mas =fo formadas © transformadas no interior da rpresentagto, Né 6 abomos 0 que signifies set 40 \levide 20 modo como a “nglesidade” (Cnglishines) vio a ser represetada = comm conjunto de significado ~ pela cultura nacional Ingles, Segueee que a nagio no € pense una cnlidade pobtica mas algo que produ sentidos= ‘um sistema de rereseraca cultural. As pessoas ‘io ato apenas cidadon/s logis de uma nag, ‘las partcipam da idéia da nagto tal como Fepresntada em sus cultura nacional Uma magso {uma comunidade simblica e& io que explca seu “poder para gorar um sentimenta de idemidae e lealdade” (Schware, 1986, p.106). As culturat nacionais sto uma forma dlistintivamente moderna. A Tealdade ea ldemiieagao que, numa era pré-moderna ou om sociedades mals trdicionss, ram dadas tbo, ‘0 por a reigdoe&tegio, fram transleidas, fradualmente, nas ocodades oeidene, ular haciona. As dferenga regioaise énicas foram fradualmente sendo eolocadas, de forma Subordiaada, sob aqulo que Gellnerchams de teto pallies” do estadornago, que se toro, assim, uma fonte poderose de signiioados para fas identidades cultura moderas, AA formagio de uma culture nacional contribuiu para eriar padries de alfbetizagio luniversais, generalizou uma dnica lingua Yernacular como 0 meio dominante de ‘comunicagdo cm toda'anagso, eriou uma clara homogénea e manteve insttuigder cultuate “9 nacionais, como, por exemplo, um sistema teducacional nacional Desa ede otras formas, 2 ‘ura nacional se tno uma carateritica eave ‘dandsraizaGo eum lips da moderaidade [io olan, ht outron apoctn de ura eats nacional que «emparram numa digo deren, texzendo 4 tona o que Homi Bhabba chama dea mbivalénea pateular que asomben a iin da ‘naglo” (Bhabha, 1990, p. 1). Algumat dessas Amigldades sf0 exploradas no capo 4. Na rixima sega dst como una eaura nacional Tinciona como um stems de repreeentagto. Na seco seguin, dice a os identidades nacional ‘realmente to unfeadae to homogness como representa st, Apena quando eas daa cpetion tiverem sido respondilas & que poderomos consileraradequalamente o aumento de gue Hemidlades naionas foram uma vex centeadas, feoerentes ines, mas qu eso send agora ‘eslcudas pelos proves de gabaliarto, Norrando a nagao: uma comunidade imaginada ‘As ealturasnacionsis sto compostas nfo apenas de nstitgbescaltaris, mas também de mbolos e representagies. Una cultura nacional {um discus ~ um modo de constr aentdos ‘qe nue. rganiza tanto nosas ages quan *Peoncepeo que temos de nbs mesmos (ja 50 Penguin Dictionary of Sociology: verbete “ilscouse") As cultures nacionais, 20 produzir sentido sobre “a nogio”,sentides com os quais podemos not idemifoar,vonstoem identiades. Foes sentido ela condos nas etirine que #50, contadas sobre a nagdo, meméras que conoctam seu presente com seu passadoe imagens que dela (0 canstruidas. Como argumentow Benedict Anerson (1983), 4 Mentdade nacional & uma comunidade imaginada” Anderson argumenta que as diferencas centre 5 nagées seam nas formas diferentes pelos quais elas sto imaginadas. Ou, como disse !aquele grande patiatabrtiico, Enoch Povel “avid das napses, da mesma forma que a dos homens, & vivida, em grande parte, a imaginacio" (Powell, 1969, p. 245). Mas como Gimaginada a nagio moderna? Que estatyias representacionais slo acionadas para consruir nosso Senco eomum sobre 0 perencimento ou sobre a identilade nacional? Quain af0 a epresentagbe, digames, de "Inglaterra", que dominam as identfieaebes e definem as identidades do povo “inglés”? “As nagics", bsorvou Homi Bhabha, tas como as narratives, perdem suas origens nos mitos do tempo ¢ ‘teivam plenamente seus orizotes pen nos ‘olhos da mente" (Bhabha, 1990, p.1). Como & ‘ontada a narrativa da cultura nacional? 5 Dos muitos aspetos que wma resposts brangente & questo incurs selecionel cinco Clement prinepais: 52 ‘Bm primeiro lugar, hi a narrativa da ‘nag, tal come ¢contadaereconada nak Iistries © nas Ieraturas nacionas, na mia ena cla popula. Esss forneoem ma, série de. eatGrias, imagens, Banoramas,cenérios, eventos histirices, Simbolos ¢ rituals nacionais que ‘Simboliam ou represeuam as experéncias partadas, ne perdas, 0° tianfos ¢ os testes que dio sentido A nage, Como ‘mombros deta" comunidadoimaginada", ‘os yes, no olho de nossa mente, come ‘ompariihand dessa naratva, Pla di ignfead importa noses onGtona fexist@ncia, conectando nossas vidas ‘otdanas com um destino nacional que Dreexite a nse continua exisindo apis hossa morte. Desde a imagem de uma ‘verde 6 agradvel tera ingles, com seu Ace e trangia interior, com seus chalés de trligas¢jardins campastees "aha feoroada” de Shakespeare ~ até is ceriminias pUblicas, o discurso da “inglesidade” (enlishness) representa 0 que “a Inglaterra” é da sentido & ‘Mentidade de “ser inglés” « fixa a “Inglstera” como un fon de dentioneo nos corapes ingles (e angle). Como theerva Bill Schwan; Dis ee om tS acolo gis nego etn btn 9 UU anblonta’e conesads hie O gue (anhames se iv dino uma fae na Irndiga« na herange, cima de tude ae ‘onde ears sears pe resent 6st cn renner fem og» epi os Seon 786. Em segundo gar, ha énfase na crigens, nna continuldade, na tradigao na Inemporlidade.A'identiade nacional & representa como primordial ~ “ests 1, nna verdadeira natureza das coisas”, algunas vezesadormecida, mas sempre pronta para ser“acordada” desu “Tonga, Persinente © msterionasonoléncs", para eassumie sua inguebrantivel exisncia {Colluer, 1983, p. 48). Os elementos ‘seeneiis do crits nacional permanceet Jmutdveis,apesar de todas as viisstades dda hintia. Hats Ik desde © msciment, tumifeado e continuo, “imutivel” ao long dle todas as mudangas, eterno. A at ‘Thatcher observou, na fpoca da Guerra das Malvinas, que havi algumas pessoas “que pensavam que nés mio poderiames mais fazer as grandes cosas que una Yex a 34 haviames feito. que a Gra-Bretarha do ‘eramais a naga que nha consraid um Império e dominado um quarto do rund. Bem, eles estavam etradoe. GricBretanha nto mudou" (eitado em Damett, 1982, p. 63) Uma torcoira estratégia discursiva 6 consttuida por agulo que Hobsbavm & Ranger chamam de invengo da radia: “Tradigbes que parceom ov alegam ser tna sto mus vers de organ bastante recente ¢ algumas vezes inventadas. Tradiguo invented sgifca ur conjunto depitias.. de nature rial sii que seam incalear coos ales norms de compartments aravés da repotito, a ‘qs, atonaticanent, imple cominiade ‘om un paseado bistro adequado”. Por texemplo, “nada parece ser mais antigo © ‘inulado ao passido imemorial do que a Pompa que rodeia« monarquiabritniea {suas manfestagdes cerimonias pals NNocentanta. na sia forma modern, ela {0 produto do final do eéculo XIX e XX" {obsbawm o Ranger, 1983, p1), imguatto exemple de narativa da clara nacional 6 a do mito fandacional: uma ‘estria que localiza a vigem da nag, do ppovo ede seu cariter nacional num passado tio distante que ces se pendem nas brumas do tempo, nto do tempo "a amc urterpo "ei" Tagen invent toram avcenfises on dossstes ‘hs isin intlgven,tansformando a ‘desordem em “comunidad” (por exempo, ‘Blitz ou a evacuago durante a Tf Grande (Goora)edesetns em vanes per exer, Danguerque). Mite de origem também ‘ajudam povos desprvegintos a “conee- herem e expressrem se resentimento © sua satislagdo em terms ineligiveis” (obsbawm e Ranger, 1983, p.D. Eles fornesem uma narra através da qual uma bistériaalternativa ow uma contranarrativa, que precede as ruptaras da eolonizago, pode ser construida (por ‘exemple, orastafarianismo para os pores Aesposauidos de Kingston, Jamaica; ver Hall, 1983), Novas nagdes sto, en funds sobre esses mito, (Digo“mitos’ porque, cam fi caso com mas rages lfrieanas que emergiram depois da deseolonizagio, o que precedeu ‘ealonizae0 nfo fi “uma inicanagae, um nico povo”, mas muitas culturas © sociedad trai diferentes). ‘Nida nacional amb ros vos ‘imbaicamenteaseada nada doum paso ‘ou fol puro, origina. Mas, nas realidades 4d desenvolvimento nacionl &raramente 55 se pov (6) primo que peste 08 {que cure poser. Como, sidanent, Ahsorva Goer “Quando foe rrtansnos} ‘estan os jes dopa ema par “simone compan pocmas noses des lr, els no sonavam om tornarem um dia tambéan pederosos Druroertse, ombaiadores © minsros™ (0988, p61. =D O disc da altura nacional nt 6, sin, Ge modem como aparete ser. Fle conto eaidades qu sb croeaas, de modo amigo, cote pasado 6 utaro. lea uli ete 4 tentagto por retormar a lriaspassadan © 0 impulse por avangar ainda mas em diego & mvdmiade. Av ultra raion sf tetas, Aunas vues, asevolr para pasa, recat Alefensivamente para agile “tempo perdido”, ‘quando @ nui era grande” eo tntdas Festaarar entdadenpoandan. Este conte Crelementororessiv, amar, deta da Caluranaciodl Mas iedentemente seme ‘etorno ao pasado ceva una ita par obizar “pesoat” para qu purtiquem sua fires, prague explsem ox “onrox" que ameagam aia ‘entideds ears que proparem pars aa ova ‘marcha para a emte/Durante os aos ates, & retrial thatcheriao tz, slgomas vores ts dos aspects dau que Tom Nac cama Se icede Fedo nacional (ako, 1977) 56 har para rs, para os gis do pasado imperial, ‘:paraon “valores iors e, a0 mesma tempo, fempreender urna eapécie de movdernizgio, om Dreperaclo para un novo este da competgao faptalsia global. Alguma eoisa do mesmo tipo pode estar eorrendo na Buropa Oriental. As eas ‘que se separam da antign Unito Sovities Teafirmam suas Hentidades stnkeas esenciais ¢ reivindicam uma nacionalidade sustentada por “estérins™ (algumas veres extremamente uvidosas) de origens miicas, de ortodoxia teligia de pareza rail. Contudo, elas poem também estar usando a nagio como wma forma através da qual possam competi com outs “inagbes”étncas € pode, asim, entrar no new “elube™ do Ocidente. Como tio agudamente hservouIntanuel Wallerstein, "ox neem ‘do mundo modemo sto a expresoso ambigua [de urn desejo} por. assimiagdo no universal. , ‘imultaneamente, por. adesio ao particular, & Feinvengto das difere ‘deur universe através do paticalarssmo © de um partcularsmo através do universalism” (Wallerstein, 1984, pp. 166-7). A seg anterior diseutin como uma cultura nacional tua come uma fote de significados 57 eee realmente unificadasfEm seu fame ensaio sobre wee one eae: er becomes ‘Timothy Bronnan nos fa lembear quo a lava nage referee “tanto so moderoestado- ago quanto ago mais antigo « nebuloco ~ a ratio ~ uma comunidad loca, um demic, wna ‘ondigho de pertencimento” (Brennan, 1990, p. 45), Ae Hdentidador nacionais representam ‘reciente o resultado da reunio dessas das Imetades da equaeto nacional - oferecend tanto ‘ candigso de membre do eaadonnagae pltco (quanto uma idenificee0 com a cata nacional: tomar a cltra e a eserapoliescongruentes” fazer com que “culturas rezeavelmente hhomogéneas, enbam, eads uma, sou pro tto pollico” Geller, 1983, p. 43). Geller identifies aramente esse impo por unfeara,existonte ‘us euros nacionas clr apne pr mes, Mine vial ou ee atm 0 ators ars mini, pons TMemivoe dems stcedade podem sopra © irwers proba Pan Given ase or ns Ee {ede i, a produ ean qe sr emacs (ener, 18S, pe. 37. 5 Para dizer deforma simples: ndo imports ‘quo diferentes seus membros poseam act "om fermos de clee, género ow raga, uma cular fcional buses wnifiedlon numa identidade’ cultural, para representé-los todos como pprtencend & mesma e grande fala nacional Mas seria a identidade nacional uma idemidade nificadora dose tipo, win Mdentidade que anata fe subordina a diferenga cltral? Essa ia ext sujet did, por vias rastes/Uma eulara nacional munca fo um simples onto de eda, unto eidentiicastosimbélcs, Ele & umbém uma estrutara de poder cultural Consideremas os segugioa pants: < oA msn di cor scone de eauras ‘separads que #5 foram unficadas por ure Tonga proceso de conquit violent ~ ito 6 pela supcessfo fogada da diferenca caltural/"O povo britnico” & eonsitudo or uma se desse ipo de eonguisas = 59 oo céltica, romana, saxdnea, viking © ‘rman Aolong de adap, tstira se repete ad nauseam. Cada Conga subjgon pon congusadn © ‘sacar costumes ngs wages, row impor ums hgeenis clara ma, leads, Como aber Ervet Renan, ‘ses comeje lenis que clocan nas (gee das ages meres tn pico, Gqusser"enquciee artes qu a comece {Trae Tealdade com une iene taco mais wile, mia homoge. ‘Asi, acltra "beliica” nae onsite de ua pacers iqal exe as colturas components do Reino Unido, mas da hegemonic da culture “ingles”, Iola no a gue e representa af pra como aera brie essen, fc da ularanecoost, plas © “linden verdad pr cna de ons culture regions. Matthew Arno, que tent far o eater esenil do povo Ings paris do sue Meratra, fron, 40 considerar os callas, que entes “nacisaios provi tram qu ser lords a nivel do plc, © aostos ‘mo conbwindo euralmente pera a srg” Doi 1986p 13 Em segundo pr s aes sempre ‘Soca teat 2 dierones grupos Gz © de gino O acini brnso moderna foo prod > um eforgo mut cordenad, mo alo Perlode imperil na pride worn {End par nicer av des ao longs de ‘iste soca 0 proves com um pnts "tera de enicagao~pereneimento emu tora de najee™, Podese tanner meno aramen areca th pboer. As Henan naomi fo foemerte gneieadss. Os ipiicsds © svlres ainda” (engines) fates mociagesmanclinn. Ax rare cereemum apelsecanicomo gue dlare do ce como mates" do os” {omens da nego. «im eros Iga, a nates cient imederons foram tram on contro de Iimpérioe ou de eafrasnesimperais do Influgaca,exercendo ume hegemonia call sore a ears dos eslonzadsy ‘lgane historisdores argumentam aanimenty ae fl nese proceso ds omparagdo entre as "virtudes” da SSnglesdade” (Eglin) © 0 tags egtvos de otras altars que mits das Caracas disinvs das Menta, ingles foram pinch defini ej Hal, 1992). ‘Aim ex de pensar as clara naionais como wniieadss, Jeverlamos penstlas como a constituindo um disporitivo diseursivo que representa a diferenga como wnidade ou identdae/ Blas sto atravessadas por profindss dlivsbese diferencasinternas, endo "unfcadas” apenas através do exericia de diferentes formas de paderealtsral/Entretano ~ como nas fants ‘docu “into” de que fala aprann ncaniana a5 identidades nacionals continua & sor representadas como wnifeadas ‘Uma forma de wnificlas te sido a de representi-las como a expresedo da cultura subjacente de "um Gni povo™.Aetnia €o terme dqueutilizames para’ nos referirmos is ‘aracterisicaseuluras lingua, eligi, costume, teadicies, sentimento de *higar” — que sto partlhadas por um pov. f tentadar, portato, {entar usar etna desss forma “undacional” ‘Mas essa erengaseaba, no mundo moderno, por ser um mito. fA Europa Ocidental nio tem ‘qualquer nagfo que sea compsta de apenas um, {nico povo, uma nica eultra ou cna. As nade ‘modems to, todas, hibridos cults | mas difleil waificar a idemtidade mal em torno da raga Em primeito lugar, [porque ~ comteaiamente&crengs gonerainda (Aaraga no Suma eateoria biologics on gentica ‘que tenha qualquer validade cientiiea. Ha diferentes tipose variedades, mas eles eto 120 largamenteisperss no interior da que chamsmo dde“racas™ quanto eure uma “raga” © outryy A a ‘lereng genta —okimo refigo dae ideologies racitan = no pple ser ura para dating um povo do outa. raga é uma categoria dcursioag no uma categoria biligca/ Iso 6, ela 6 0 atgoria organizadora daquelas formes de flr, ddaqucles sistemas de representago © pitas sociais (discursos) que ullizam um conjunto roux, frequentomente pouco expeciice, de dliferengas et termos de carzeteesticasfisicas — ‘or da ple textura do eabelo, earacterisicasfsicos {corpora te — como mares inbélicas, fim Ge diferencia cocalmento am grupo de curs. Naturalmente 0 carter aio eesfico do terme “raga no afta 0 modo “como a logica racial ¢ 06 quadros de referénciaraciis sto srticulador acionades, assim come ne anal ‘uae conseqéncias (Donald ¢ Rattan, 1992, 1). Nos ios anos, as noses bialgiassobee ‘entendide como contituida de expécies itis (gies que subjaram a formas eatremas ‘daideclogi edo dears nacionlisa em periods anteriores: © eugenismo vitoriano, as twovias ‘curoptias sobre raga, 0 fascism) tem sida subetiuidas por defnigaes eulturais, as quai fossbiam que a raga desempenke wn papel Important nos deurss sobre nego eidentidade national. Paul Clroy tom analsedo ab ligagbes entre, de um ado, o acismo cultura e idea de aga, de our, as dein de map20,naconalismo fe pertencimento nacional: e bot, da form seit 2 rie ttn eres et oobeide come UL pre ¢ Spar do slinhr "raga com macomaldode, atotins ¢ nace, Um racine aut ‘Sno ams ics sconce doe pss ‘as de osortode esopesordae bape ge, pens ame etn mas devnapuo come uma comendade ealral (esede, Le cot «deed ue igen, (is caltucesaclonal~ brmogtase ta fos Irangtade ombora proc eerumente tolnerivel 20 stague dos imi intros © ‘tems. Exe £m cane ue rego 8 tarbulencie sos pales ds ote ¢ 4 mie dre ars da esr do fran anal nina San sco ‘thos de nan th creda coe cate Patil pope um expel contr eta Saree St an Mas mesmo quando o conceited “aga” & tusado deesa forma discursva mais smpla, a8 rages modernas teimosamente se reeusam determinadas pr dle. Como observou Renan, ‘nages lderes da Europa ado nagies de sage ‘stoncialmente mist: Franga & [a0 mesmo tempo eica, ives germénica. A Aleman & germinica,eélica © esava. A Tia & 0 pals ene gli, crusts, elagans ess, ‘para nlo menciona outros, se intersectam numa Imistura indecifravel. As ilhas britanicas, ‘onsderadas como un todo, apreventam uma tmistura de sangue celia e-germinico, exjes 64 propor sto particularmente dfs de define” Renan, 1990, pp.1415}. FE essss sao mista relatvamente simples se comparadas com as ‘encontradas na Europa Cental e Orient. te brove exame solapa a iia da nseao ‘como uma identidade cultural unificada, AS ‘dentidades nacionai nfo subordinam todas a= ‘uta formas de diferengs eno et ives do J de poder, de divisescconradigoesinternss, Aelealdades ede diferengas sabreposts. Assim, ‘quando vamos disctr se sented nacionais ‘do sendo desloeadas, devemos ter em mente a rma pela qual a caltarasnacionaisconibuem ppara "eosturat” ae diferengas numa Gaica Hlentidade. 6 Growauizagao «apitulo anterior questionow a din de que as Wentidades nacionas tenham Sido alguma vex to unificadas on homagéneas quanto fazem err asrepresentages que delas se fazem, Entretanto, na historia |, modema, as culturas naconais tim dominado a | *movdernidade” ea idemtidades naconasendem se sobrepar a outa fotes, mais partici, ‘le identiicagt eularal 0 que, entdo, ests tdo podorosemente lealocand as identidades eultrais nacionai ‘agora, no fin do séeulo XX? A respoata 6 um omplano de processes forgas de mudangs, que, por conveniéneia, pode sersnteizado sabe terme "plobalisagao". Como argumenta Anthony MeGrew (1992), 4 "plobaliacto” se refere Aiqules process, tuantes numa escala global, (que atzavesum fonteirasnacionis, integrand conectando comunidades e orpanizagdes em novascombinaptes de espago-tompo, ornando 0 runilo, em realdade e-em experifncia, mais intercenctado. A globalizagto implica um movimento de distandament da ida sociolgion clissica da “sociedade™ como um sistema bem o elimitado sua subsinigao por uma perpectva que se concenza na forma como a vida social ‘sti ordenada 0 longo do tempo e do espaco” (Giddens, 199, p. 64. Esssnovas earactorisias temporaiseespicias, que resulta na compressto de dstancias ede excalastempoai, esto ene os aspects mais importantes da gobaliagdo a ter eleito sabre as identidadescultarsis, Eles #80 ‘iseutidos com mais detalhes no que s segue. Lembremos que a glbeliagto nfo € um Senbmenn recone: “A modemidede¢neentemente Alobalzante” (Giddens, 1990, p. 68). Como Sngumentow David Held (1992), nsestads-nagso rca fram to sutOnomos ov toberance quent ‘pretend. E, como no fu lembrar Wallerstein, © capitalism “fi, desde o ini, um elemento ‘ds economia mundial ento dos etadoe-nagto. 0 ‘apital nea permis quests aspires Fosse determinadas por fronteiras macionais” (Wallerstein, 1979, p. 19). Assim, tanto a tendéncia 4 autonomis nacional quanto a tendéncia& globalizagio esto profundamente ‘enraizadas na modernidade (veja Wallerstein, 1991, p, 98) Devemos ter em mente exsas dus tendénciascontraitrias presentes no interior da ‘lobalizacao. Entrtanto,gerlmente se concarda ‘a8, desde os anos 70, ante a aleance quanto ritmo da integragio global snmentaram enormemente, aedlerando os fixes ¢ 08 lagae fee at magdes. Nese na prdsina sgto, enare Aleserever as conseqiéncias dessesaspectos da flobalizacto sobre as idontidades culturais, examinando is posiveis consequéncias: TAs identidades nacionsis est8o se esintegrando, como resultado do ferescimento da homogeneizagdo cultural ‘edo "pde-modemo global”. mtidades nationsis e outrad ientidades “locais” ou particularstas ‘sto send reorgadas pla resistin d ‘loblizagio. + Aides ncinais sto em deci, tues ropes Wnts ~ Midas ~ esto tomande se lug. Compressto oop ientvode Que impacto tom a altima fase da lobalizacto sobre as identidadesnacionais? Uma dle suas caracerstieas prineipais a “compressto tspage-tempo", a aceleracio dos processos tobais, de forma que se sente que 0 mundo & ‘menor © as dintncias mais curt, que o eventos fem um determinade lugar tém um impacto imediatosobte pessoas e lugares stuados a uina rande distineia, David Harvey angumenta que: ° Amoi qu rag sence paseo falda bal” de lsownnegtes © pene lastiri de eerdependncas eae dea paar apenas dt Sans nro tidus media em fcc horses toner coeatanat o ‘sehr de compre de mstos mune ‘Seca © ompone lacy 189, 2 0 que é importante para noso argumento quanto ao impacto da globalizagho sobre a Mlentidade & que o tempo © 0 espago so também fs coordenadas bisieat do todos os ssemas de pment, Todo rea de representing = esr, intra, desenbo, tora, simbolzacaoaravés da nto ou dow sbtomae de tclecomunicagto ~ seve sxe sew objeto em dimensbes espacias © tempore, Assim, « narraiva tad os eventos ‘numa seqénia temporal "comegormeioim" 08 ‘sera inside represntact Waduzem objets tridimensionais enn duas dimensbes, Diferentes Epocas culturais tém diferentes formas de combinar essas coordenadas espago-tempo. Harvey contrasa o ordenamento racional do ‘espago edo temp da Tustragso (com sou senso regular de ordem, simetiae equilio) com as rompicas ¢ fragmentadas coordenadas espaco tempo dos movimentos modernists do final do steula XIX e inkio do sbeulo XX, Podemos ver novasrelagoesexpaco-empo tendo dfinidas em tventes (30 diferentes quanto a teoria da 0 Guomele ‘latividade de Einstein, as pinturas cubits do Picasso e Braque os trabalbos dos surrealisase dos dais, os experimentos com o tempo ea ‘aretiva nos romances de Marcel Poste James Joyee e 0 uso de téenicas de montagem nos primeiros fmes de Vertor e Eisenstein, No copule 3 anguontet que a ientidade ests profundamente envolvida no processo de ‘opresentao. Assi, a maldageme aremaldagem ‘erelaciesespag-tompo no interior do diferentes Sistemas de representa tim aeitosprofundos ‘one aforma como asidentdades so loelizadas ‘eroprecentadas. 0 sujeto maseulina, epresentado ras pintrae do séulo XVIM, no ato ee nape ‘lesa propiedad, stravés das bem-regladas © txesoanle georgiana (Bah) on na residéncia de campo ingless (Blenheim Palace, ou vendo a si prdprio nas vastas e contoladas formas da Natureza de’ um jerdim ou parque formal (Capabiy Brown, tem um sentido mut deren de dentade cull daquele do sujeito que v8 “si proprols™ eapelhado nos fragmentados © Sratsrados “roster” que alkam dos planos © superices partidos de una das pinturas cubits

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