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UM PALCO DE ESPELHOS: NARCISISMO E CONTEMPORANEIDADE Cristina Freire Museu de Arte Contempordnea - USP artigo relaciona o Narcisismo, trago caracteristico da sociedade tual, com 0 Museu € a fotografia contempordnea. No primeiro caso discute relagaes de antagonismo entre 0 narcisismo e a idéia de permanéncia inerente ao conceito de Museu. Em seguida apre- senta 0 trabalho de fotdgrafas norte-americanas, em especial da ‘artista Barbara Kruger, como expressto critica dos mecanismos do Narcisismo na produgao artistica contemporénea. Descritores: Narcisigno, Museu. Arte ftogrifica. Imagem. Percepsio. tema do narcisismo, seja através de sua recorréncia nos estudos clinicos, seja através de sua importancia nos debates interdisci- plinares sobre cultura contempordnea, parece apontar para algo ex- ‘tremamente significative nas sociedades atuais. Alguns autores, como © historiador americano Cristopher Lasch, chegam inclusive a deno- minar como cultura narcisica 0 meio no qual vivemos. Se 0 nosso “espirito do tempo” parece retomar o mito desse ersonagem que, ao confundir (ou fundir) sua imagem no espelho igua, confunde a propria identidade através da nao diferenciagao ev/outro, a identidade do sujeito contempordneo também informada ¢ formada pelas interpretagdes possiveis desse mito Por exemplo, considerando a sociedade americana, o psicanalista Jurandir F. Costa alerta que essa nio é uma sociedade psicopatologica. Essa expresso, segundo o autor, significa confundir tragos éinicos com tragos psicopatolégicos. O que ocorre na.sociedade americana so jus- Psicologia USP, S.Paulo, 5(1/2) p.131 - 143, 1994 Bh Cristina Freire tamente certas valorizag6es, representagdes e principalmente estratégias para a apropriago desses tragos que podem conduzir & psicopatologia. Porém, cabe a pergunta, quais seriam os aspectos que fiundam 0 narcisismo? Mais do que isso, quais seriam os elementos fundantes da psiqué coletiva na contemporaneidade? Acreditamos que o trabalho de algumas artistas norte-americanas, notadamente através da foto- grafia, poderd nos ajudar a refletir sobre essas questdes. Antes de mais nada é sempre bom lembrar que é basicamente através das categorias de espago € tempo que o homem desenvolve a consciéncia de si e do mundo que o cerca, que constrdi sua identida- de. Na Psicologia, séo classicos os estudos de Jean Piaget nos quais ‘observa como ambas as nogdes esto absolutamente interligadas para a crianga desde muito cedo. E com o deslocamento do seu corpo no ‘espaco, por exemplo, que a crianga desenvolve a nogao embrionéria do tempo — do antes ¢ do depois. Grosso modo, ambas as nogdes sto fundamentais para o desenvolvimento psiquico humano e articu- lam-se aos estruturantes bisicos da identidade. Qual o tempo do contempordneo? A sociedade contempordnea caracteriza-se por uma temporali- dade bastante peculiar. Todo 0 aparato técnico que nos cerca remete a uma temporalidade que se baseia no instantanefsmo, na brevidade, no tempo presente, Essa fragilidade (des)estrutura as relagGes, informando os mais variados niveis da sociedade. Leva, em iiltima andlise, ao que Lasch (1987) denominou de Cultura de Sobrevivencia, Dentro dessa imediaticidade, a percepgdo ganha um novo esta- tuto. Foi com bastante propriedade que apontou 0 filésofo alemio Walter Benjamin, ja nos idos da década de 30, que uma nova forma de percepgao teria se tornado necessaria, devido as inovagdes tecno- légicas. Ele referia-se, naquele momento, principalmente, & populari- zagio do cinema, mas a agudeza de seu pensamento o faz bastante 132 Um Palco de Espethos: Narcisismo e Contemporaneidade atual, se pensarmos nas modificagdes perceptivas, cognitivas, no limite, referentes a constituigdo da identidade do sujeito contemporaneo que certos aparatos técnicos, como o video e 0 computador, so capazes de operar junto ao imaginario, E senso comum que a sociedade contempordnea é uma socie- dade caracterizada pela profusio de imagens. Nao & muito dificil constatar a veracidade dessa informagao. No entanto, ¢ importante ultrapassar essa constatagdo inicial e tentar compreender os mecanis- mos mesmos de formulagdo recepgdo dessas imagens. Voltamos, assim, & nossa questo inicial — o narcisismo — e passamos a inda- gar como se da a relagdo dos sujeitos contemporéneos com as ima- gens criadas, preservadas e refletidas. Para o socidlogo da Arte Pierre Francastel, a imagem é uma cons- ‘trugdo mental que se dé & partir da articulagao de trés diferentes catego- rias: 0 real, a percepgao € 0 imaginario, A categoria do imaginirio ¢ sig- nificativa aqui, uma vez que engloba o mito e o transcende, Atualiza experiéncias, baliza o visivel possivel. O imaginério recorta, selecio- na, reconstrdi a realidade, em outras palavras re-apresenta a realidade 4 consciéncia imprimindo-Ihe sua marca histérica, social, geografica, pessoal, etc. Se o imaginério se constréi através dessa selegao arbitraria de significados, indagamos qual o sentido de determinadas instituigdes que permanecem no tempo mas cuja rede de valoragdes simbélicas se altera invariavelmente. ‘Tomemos, a titulo de exemplo, 0 Museu e a fotografia questo dois clissicos abrigos de vestigios. O Museu, em seu sentido mais lato, € um local de protegao da sacralizada “aura”, morte e vida refle- tem-se ai como as duas faces da mesma moeda. A fotografia, especi- almente através dos retratos, é também um refiigio da aura. Detemo- nos a olhar por mais tempo, como observa Benjamin (1985), fotos de pessoas, retratos. E como se aguardissemos magicamente que os personagens pudessem nos devolver um olhar. Na fotografia contem- pordnea segundo as artistas americanas que trataremos aqui, algo de oposto se passa, O desconcerto é que faz com que nossa atengio se 133 Cristina Freire detenha. Nao mais se trata do reconhecimento de algo quase sagrado, como as fotos das pessoas queridas. A’fotografia contemporanea no tem nada de familiar. Voltar para rever.. Museu, Local de permanéncia. © museu parece-nos um ponto privilegiado para a observagio da sociedade contemporanea e de sua rede de criago e circulagio de imagens, Apesar do primeiro museu (Museu do Louvre) remontar a0 sec. XVIII, a fungdo social do riuseu vem se transformando. Nesse con- texto de mudangas, mudam também nossa experiéncia de duragio e per- manéncia, nossa meméria do passado e nossa expectativa do futuro. A fruigdo répida e imediata parece ser um denominador comum da relagdo das pessoas com as obras de arte, com os objetos. Tudo deve ser consumido e de preferéncia rapidamente, Nessa fruigo apressada, 0 tempo ¢ vivido como prestes a se esgotar. O instante é 0 ue importa. Essa concepso baliza a “mentalidade de sobrevivéncia”. Dentro desse universo onde o tempo se sustenta na vivéncia de um presente continuo, como se daria a experiéncia com o passado, através dos seus testemunhos materiais, dos objetos que guardam al- ‘guns vestigios? Se 0 tempo é vivido como prestes a se esgotar, a existéncia de objetos que ficam parece ser um tanto anacrénica em nossos dias. O ‘Museu € nesse universo cultural de espetaculos passageiros um dos poucos lugares onde a permanéncia é norma e para o qual o sujeito pode voltar para re-ver. 134 Um Palco de Espelhos: Narcisismo e Contemporaneidade Esse sentido de permanéncia intrinseco ao museu parece favo- recer um certo desinteresse do publico!... ‘Numa época na qual o controle remoto pode ser mais interes- sante que a propria televislo, pois revitaliza a tela com a alteragio sucessiva das imagens, a permanéncia, a estaticidade silenciosa dos objetos revestidos da aura museoldgica impde-se, portanto, no con- tra-fluxo dessa sensibilidade contempordnea. Para Adorno (1962) 0 qualificativo museal tem sua origem na palavra mausoled, 0 que indica uma forma de relaclo com as obras. Qual o sentido da morte nesse contexto? Sem indagarmos do ponto de vista do objeto que foi retirado forgosamente de seu meio original (objetos arqueoldgicos) ou da pre- senga de seu criador (obras de arte), indagamos qual o sentido de vé- Jo em exposigao nos museus. Mais uma vez a nogio de permanéncia. revela e oculta uma certa idéia de morte. Retomnando ao ponto de onde partimos, lembramos aqui a eti- mologia da palavra Narciso (narke) — de onde vem narcose. Si0 narcisos as flores que se plantam sobre os timulos e essas flores si- gnificam 0 entorpecimento da morte, “mas uma morte que nao € se- no um sono” (Chevalier, 1991). Essa morte como entorpecimento revela algumas nuances, es- pecialmente tratando-se da ambiguidade do sentido do tempo viven- iado pelo sujeito contemporéneo. Se o tempo atualmente é vivencia- do através de uma énfase no presente (aqui e agora), também os exercicios da meméria, possibilitados apenas através da experiéncia imaginaria de outros tempos e lugares so prejudicados. Sem a revitalizagto da existéncia através de um alargamento do campo da experiéncia individual, possivel pelas viagens da meméria e pelos véos da imaginacio, a existéncia humana limita-se a0 provavel, as expectativas previstveis da sociedade de massas. 1 Consideramos aqui para essa afirmagSo 0 caso do Brasil onde os museus no esto articulados de maneira to forte 4 industria do turismo, e sua frequentacfo no é hébito corrente para a maioria da populagao, 135 Cristina Freire Desconhecendo os limites mais amplos do possivel, a per- manéncia dos objetos no museu sugere a idéia de morte. Confundir a permanéncia dos objetos com sua prépria incapa- cidade de ir além deles, tomé-los como ponto de partida para outras divagagdes e associagées, poderia ser uma nova versio da confusio que causou a morte de Narciso, ou seja, a confusio ou indiferen- iago entre sujeito e objeto Ao confundir a sua imagem, fugaz e artificial, com sua figura, langa-se no espelho d'4gua realizando através de sua propria morte essa fusdo, provocada por uma no diferenciagao inicial. Os objetos expostos no museu so percebidos, no raro, como mortos — vide 0 qualificativo to popular quanto pejorativo: pega de ‘museu, Nao estaria ocorrendo ai, em nivel imaginario, uma indiferen- ciagdo entre sujeitos e objetos? Isso parece possivel se considerarmos o rebaixamento sensivel que caracteriza os tempos em que vivemos, onde a sensibilidade individual perde terreno para os artificios for} dos pela sociedade de consumo e a percepgdo torna-se quase estatica, incapaz. de romper com o imediato, torna-se necrosada, amortecida. Assim, os sujeitos contemporaneos sentem-se ou comportam-se como se estivessem irremediavelmente impossibilitados de desliga- rem-se de um mundo de imagens artificiais, modelado segundo inte- resses ditados pela sociedade de consumo. Em outra palavras, 0 que Ihes resta é, portanto, a impossibilidade de se ver fora de tudo isso e confundem a estaticidade dos objetos expostos nos museus, por exemplo, com sua propria incapacidade de tomé-los como aliados € resgatar através deles sua propria historia e sensibilidade. Se vivemos no tempo dos objetos, como jé anunciou Baudrillard (1991), seguimos seu ritmo e, mais do que isso, protagonizamos uma inversio de valores. Em todas as civilizagdes anteriores a nds, eram os objetos os monumentos perenes que sobreviviam as geragdes. Atualmen- te, somos nds que os veros nascer, reproduzirem-se e morrer. Em outras palavras, torna-se muito dificil o resgate da préprio sentimento de humanidade, passivel de articular passado e futuro através da relago sensivel com os objetos que duram. 136 Um Palco de Espelhos: Narcisismo e Contemporaneidade Sem reconhecer-se integralmente nos objetos que testemunham historias, sem a possibilidade de narrar, de compartilhar com seus seme- Ihantes suas experiéncias de vida, o sujeito empobrece. Walter Benjamin, preocupado com os caminhos da sensibilidade, reflete sobre 0 valor de nosso patriménio, se a experiéncia no mais os vincula a nds. Devemos, portanto, reconhecer que as mudangas na sociedade impuseram profundas modificagSes ao psiquismo individual, introduzin- do uma articulagdo recorrente entre narcisismo e contemporaneidade. Fotografia contemporanea: apari¢des e falsas aparéncias. ‘No cenatio artistico contemporéneo é possivel identificar alguns artistas que tomaram como elemento central de suas poéticas os ideais forjados pela sociedade de consumo, produtora de imagens e reproduto- ra de valores. Nesse universo saturado de imagens, a fotografia (antes acla- mada por sua fidelidade de registro, hoje acusada muitas vezes por sua manipulago do real) é utilizada como meio de manipulagdo de informagGes, especialmente através da criagdo de mundos fantasio- samente artificiais, como, por exemplo, as imagens da propaganda. Alguns artistas partem desse repertério recorrente no imaginério urbano para subverter seus cédigos, criticar a unicidade de suas men- sagens, langando-as no terreno da ambiguidade criativa. Subvertem qualquer relago de submissio a0 poder das imagens, recriando através dos mesmos artificios imagens repetidas 4 exaustio, clichés, outros duplos, redimindo-os para novos sentidos. Algumas artistas, nfo por acaso norte-americanas, trabalham dentro dessa poética. Articulam a imagem a uma rede de significados. que denunciam as estratégias de re-criagao de um mundo artificial. Se © Museu privilegia a preservacdo dos objetos tomando-os uma cate- goria pedagégica pela sua permanéncia, a fotografia contempordnea que analisamos aqui através do trabalho dessas artistas opera pelo 37 Cristina Freire oposto, Revela a fugacidade, a falsidade das imagens, em sua manipu- ago dos sentidos sempre cambiantes. A fotografia é 0 meio privilegiado de operagdes para artistas como Sherrie Levine que brinca com a sacralizago da autoria, com 0 falso e verdadeiro da criagio, fotografa obras de outros artistas e coloca sua assinatura. Cindy Sherman eria personagens para si mes- ma, fotografa incessantemente suas inimeras personas que vio de anénimas bibliotecérias, domésticas, pasando por personagens de filmes norte-americanos da década de 50 cheias de glamour, ou ainda figuras saidas das telas de pintores clissicos. O tempo e o espago sio abstragdes paras as falsas construgdes que faz de si mesma, ‘Sem titulo (Cena de Cinema N° 21, Cindy Sherman), 1978 Jenny Holzer esvazia a palavra, utiliza sentengas inteiras para resgatar um sentido atropelado pelo seu esvaziamento de significado provocado pelo processo de des-informagao dos signos. Brinca com as letras como se fossem pegas de armar. 138 Um Palco de Espethos: Narcisismo e Contemporaneidade Mas & em Barbara Kruger que podemos observar como traba- Iha 0 oposto do processo de sacralizagao de objetos dotados de aura, “nmuseais”, permanentes. A sua operagdo tem correspondéncias com as formulas dos antigos feiticeiros que faziam do veneno 0 seu antidoto. Essa artista vem manipulando as imagens saturadas da comunicagao de massas, sio figuras repetidas & exaustdo que jé deixaram num pas- sado muito longinquo a figura do seu criador... S4o figurinhas banais, impressas em embalagens de coisas as mais variadas, estampas de dominio piblico, figuras vulgares que sio aumentadas e justapostas a dizeres com assertivas agressivas e frases certeiras, Como setas pon- tiagudas essas imagens/textos certamente tem um alvo que pretende ser vocé, eu, todos nés. Absortos que estamos por essa realidade ima- terial absolutamente “naturalizada” suas frases soam como avisos, to breves quanto ameagadores. “Vocé no é vocé mesmo”; “Nés nio preci- samos de cutro herdi” ou ainda “Seus momentos de alegria tem a preci- so de estratégias militares” so algumas das sentengas do repertério de Barbara Kruger. AAs imagens clichés que funcionam como elementos de estrutura- fo dos ideais de conduta e aparéncia e modelam o ego-ideal na socie- dade de massas sdo justapostas a essas frases que subvertem o seu sentido imediato. O vermelho, cor que serve de fundo as palavras, no deixa davidas: € preciso resgatar e reverter a ordem das representagdes que cotidianamente modula as sensibilidades na média mediocre, ‘Nao é possivel deixar de pensar na dimensio politica de seu trabalho, mas seria possivel trabalhar com o “veneno” sem se vacinar? suporte de seus trabalhos so os mais variados: camisetas, sacolas, frascos de leite e out-doors. Na rua, origem e fim de seu traba- Iho, desperta o olhar do passante acostumado a ler mensagens univocas. ‘A permanéncia no museu parece assustar essa criadora de retra- tos fugazes, Suas obras devem se misturar ao mundo, confundirem-se com 0 cotidiano, cumprindo no breve periodo de sua existéncia 0 destino dos objetos na contemporaneidade: serem consumidos rapidamente. 139 Sem Titulo (You are not yourself), Barbara Kruger, 1982 40 Um Palco de Espelhos: Narcisismo e Contemporaneidade ‘No entanto os trabalhos de Kruger propdem contra-mensagens, sfo ruidos na comunicagao unissona da propaganda que forja ideais de conduta ¢ aparéncia. Utilizando-se das imagens da comunicago de massas, imputa-lhes uma nova retérica, estende seu significado originario através de suas montagens. Mais do que a fugacidade do tempo, a relagao imagem/texto ai adulterada pela intervengao artistica subverte qualquer possibilidade de identificagao, Outdoor de Barbara Kruger, Cidade Universitaria — USP, 1992 Em 1992, Barbara Kruger esteve no Brasil realizando um trabalho ‘em So Paulo. Nos seus out-doors espalhados pela cidade via-se um ho- ‘mem examinando uma mulher através dos olhos. A frase “Mulheres nao devem ficar em Siléncio” em fundo vermelho contrastava com a imagem em preto e branco, Nos cantes lia-se em letras mitidas “seu corpo é um campo de batalha”. A temética feminina (ou feminista) teve um alen- to, mesmo que temporario nesse trabalho i Cristina Freire Como simbolos de nossa época — as suas obras — assim como 0 suporte que utiliza para realizé-las: out-doors, camisetas ou mesmo as instalagdes esto sob o signo da transitoriedade. Dizem um pouco de nossa fragilidade. So como cacos cortantes de um espelho quebrado para os que se acostumaram a vislumbrar a propria imagem apenas relu- zindo nas vitrines polidas das lojas e que, nao raro, encontram, através desse reflexo fugidio, uma breve felicidade instantanea, FREIRE, C. Stage of Mirrors: Narcissism and Contemporanity, Psicologia USP, Sa0 Paulo, v.5 n.1/2, p.131 ~ 143, 1994, Abstract: This paper relates narcisism as a contemporary feature of society with Museums and photography. It first discusses antago- nistic relationships between narcissism and permanence, inherent in the concept of Museum, and then the work of Barbara Kruger as the critical expression of narscissistic mechanisms present in con- temporary artistic production, Index terms: Narcissism. Museum. Photografc art. Imagery. Perception. REFERENCIAS BIBLIOGRAFIAS ADORNO, T. Museo Valéry:Proust. Barcelona, Ariel, 1962. ARANTES, O.BF. Os novos museus, Novos Estudos Cebrap, 0.31, p.16-9, out. 1991. BAUDRILLARD, J. A sociedade de consumo. 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