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Juazeiro-Ba
BRUNA RAFAELA
CARLA SENA
GIUSEPPE FERREIRA
LADIELSON GONÇALVES
PABLO REIS
UELTON DIAS
Juazeiro-BA
2010
CONTEXTO HISTÓRICO: ILUMINISMO
Por essas noções instalava-se uma noção otimista do mundo que não teria
como interromper seu progresso no momento em que o homem contava com o
pleno uso de sua racionalidade. Os direitos naturais, o respeito à diversidade de
idéias e a justiça deveriam trazer a melhoria da condição humana. Oferecendo
essas idéias, o iluminismo motivou as revoluções burguesas que trouxeram o fim do
Antigo Regime e a instalação de doutrinas de caráter liberal.
Jean-Jaques Rousseau foi outro pensador que, para a época, tinha algumas
opiniões de caráter mais radical. Contrário a uma vida luxuosa ele afirmou que a
propriedade privada originava a desigualdade entre os homens. Em sua obra
“Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens”,
Rousseau defendeu que o homem era corrompido pela sociedade e que a soberania
popular e a simplicidade deveriam ser princípios básicos na ascensão de uma
sociedade mais justa e igualitária. No texto “Contrato Social”, defendia o princípio no
qual a vontade geral dos homens promoveria instituições mais justas.
INTRODUÇÃO
O homem particular só pode ser soberano quando somente ele habita a terra
em que está desta forma não teme guerra, nem rebeliões.
Assim como um particular pode alienar sua liberdade, um povo todo também
pode. Dizer que um homem gratuitamente se dá é um absurdo, dizer o mesmo
de um povo é uma loucura, e loucura não cria direito.
Mesmo que um homem aliene a si mesmo não pode alienar seus filhos, que
nascem livres. Sua liberdade lhes pertence. Renunciar a própria liberdade é
renunciar à qualidade de homem, aos direitos da humanidade, aos nossos próprios
deveres; para quem renuncia a tudo, não há compensação possível.
Não se tem compromisso algum com aquele que se tem o direito de tudo
exigir. Na guerra tendo o vencedor direito de matar o vencido, pode resgatar a vida
à custa de sua liberdade. Os homens em absoluto não são naturalmente inimigos. A
relação entre as coisas e não entre os homens é que gera a guerra. A guerra não
representa, pois uma relação de homem para homem, mas uma relação de Estado
para Estado, na qual os particulares só acidentalmente se tornam inimigos.
No estado civil o homem substitui o instinto de justiça pela moral, até então
desconhecida. O autor exalta o estado civil atribuindo-lhe que fez o ser anterior que
era um animal estúpido e limitado tornar-se um ser inteligente e um homem.
Após constatarmos a vontade geral como órgão soberano, aqui nos vale fazer
uma distinção entre vontade geral e vontade de todos. A vontade geral seria a do
todo coletivo, a que visa o interesse comum, o bem comum. A vontade geral seria a
soma das vontades particulares que reciprocamente se destroem. A vontade de
todos, ao contrário, observa o interesse privado e nada mais é do que a soma das
vontades particulares.
Quanto aos limites do poder soberano, podemos inferir que este está
condicionado às convenções estabelecidas. Vimos que as principais idéias são
desenvolvidas a partir de um princípio centra que é a soberania do povo, inalienável
e indivisível. Tal povo, então, tem interesses, que são nomeados como vontade
geral, que é o que mais beneficia a sociedade. Evidentemente, o “soberano” tem que
agir de acordo com essa vontade, o que representa o limite do poder de tal
governante: ele não pode ultrapassar a soberania do povo ou a vontade geral.
Rousseau, no capítulo IV do livro ao qual analisamos, fala que: “Por isto, o poder
soberano, por mais absoluto, sagrado e inviolável que seja, não passa nem pode
passar dos limites das convenções gerais, seguindo daí que o soberano jamais terá
o direito de onerar mais a um do que a outro cidadão, porque, então, tornando se
particular a questão, seu poder não é mais competente.” (Rousseau, 1987, p.50-51)
Sintetizando tudo isso, podemos dizer que o contrato social estabelece um
patamar de igualdade no qual todos se comprometem nas mesmas condições e, em
conseqüência disso, devem usufruir dos mesmos direitos. Quando se trata de um
direito ou fato particular sem regulação geral e prévia, torna-se um processo
contencioso, com particulares interessados como uma parte e o público outra, no
qual não há lei ou juiz adequado. Uma expressa decisão da vontade geral seria
apenas a conclusão de uma das partes, uma vontade estranha, particular e
inclinada. Como a vontade particular pode não representar a vontade geral, a
vontade geral muda de natureza quando cuida de um objeto particular e não pode
decidir nem sobre um homem ou fato específico. Todo ato de soberania que é
autêntico da vontade geral, obriga ou favorece da mesma forma que o soberano
conheça apenas o corpo da nação sem distinguir os corpos que a compõe. O ato
deve ser uma relação do corpo do soberano com cada um de seus membros.
Quanto à lei, podemos afirmar que esta é o que todo povo estatui para todo
povo. A lei é o que dará vontade e movimento ao corpo político criado a partir do
pacto social. Quando o povo estatui sobre o povo, só a si mesmo considera. A
relação que se forma é do objeto inteiro visto pelo mesmo objeto inteiro, sem
nenhuma divisão. Então a matéria que se estatui passa a ser geral, da mesma forma
que é geral a vontade que a estatui. A este ato, chamamos de lei. Existe uma justiça
universal que emana da razão, mas que precisa ser recíproca para ser admitida
entre nós. São vãs as leis dessa justiça à falta de sanção natural, pois se tende a
observá-la nos outros e não consigo, favorecendo o mal e prejudicando o bom.
Assim se faz necessárias convenções e leis para unir os direitos e deveres e orientar
a justiça ao seu objetivo. No estado natural nada se devia àqueles a quem nada se
prometeu; só se reconhecia como de outrem aquilo que se considerava inútil para si.
No estado civil, porém, os direitos são fixados por lei.
LIVRO III “Que trata das leis políticas, isto é, da forma de governo”. Nesse
livro Rousseau mostra os principais pontos deste tratado, as formas de governo
possíveis que pode ser encontrado. Este livro se desdobra em 18 capítulos.
Ele fala ainda que os governos mistos é a pior forma de governo, pois não
tem uma unidade central, sendo mais fácil a revolução, pois este não tem uma força
suficiente para manter a ordem numa época de crise. Diz que não existe uma forma
de governo adequada a todos os países. Para cada clima, condição social, cultura
existe um modelo mais adequado. Para os estados pequenos a democracia, para os
médios a aristocracia e para os grandes a monarquia.
Fala ainda que a idéia de governo não é um contrato. Afinal não se pode fazer
um contrato social que obrigue a obedecer a um soberano e ao mesmo tempo viver
em liberdade. Nesse caso, quem estabelece o estado é a lei. A instituição do
governo consiste na criação e execução das leis. Quando um povo cria um governo
ele não contrai um compromisso, mas dá de forma provisória a administração.
Sendo assim, enquanto for do seu agrado, tem de manter a ordem e cumprir o que
está prescrito.
LIVRO IV
Das Eleições
Disposições Finais
No último livro, o autor fala que a vontade geral é indestrutível, enfatiza os
problemas do sufrágio, onde abordam em uma monografia a parte, os comícios
romanos. Discute o tribunato e da ditadura, os remédios excepcionais quando o
Estado está em crise esse livro exige estudo e comentário à parte. Podemos notar
em Rousseau algumas incongruências entre vida e obra. Ele se aprimora na arte de
bem dizer ao mesmo tempo em que critica a civilização. Tem preocupação
sistemática nas obras políticas. Nos livros Considerações sobre o governo da
Polônia, projeto de constituição para a Córsega e Cartas da montanha, Rousseau
aborda aspectos práticos da vida política isso vai contra a visão de que seria um
mero especulador utópico. No primeiro discurso, Rousseau lamenta a primazia
conferida à civilização aos bem agradáveis, em oposição aos bem úteis e denuncia
a vaidade dos conhecimentos científicos e artísticos, que servem de ornamento para
o espírito, e não aprimoram a postura de cidadão. Rousseau busca tem
fundamentação lógica na sua história, buscando os fundamentos do pacto político.
Em Cartas da montanha, Rousseau fala que a pior das soberanias e a aristocráticas.
Na Polônia da época de Rousseau, está pouco presente esse princípio de ser o
povo o que mais tem direito ao governo. O Estado está estagnado e desunido, mas
apesar disso conserva o vigor. A república deteriora em oligarquia. A obra de
Rousseau sobre a Polônia em alguns pontos é contrária a obra sobre o pacto social.
No contrato social temos a influência do individualismo de Locke e dos historicismo
de Montesquieu, Rousseau lamentava o fato de Montesquieu, um espírito tão
brilhante, se dedicar só a descrição histórica, e não ter muita abstração
imaginativa… Rousseau diz que as ciências e as artes servem para tornar o homem
sociável e para fazê-los amar a escravidão. Mesmo com os esforços para estudar os
homens, nos distanciamos de conhecê-lo. Foi enorme sua influência, como
pensador do Iluminismo, na Revolução Francesa e no romantismo. Ainda hoje suas
obras têm validade e são discutidas.