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AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS UTILIZANDO A


RADIAÇÃO IONIZANTE DE ACELERADOR INDUSTRIAL DE
ELÉTRONS E POR ADSORÇÁO C O M CARVÁO ATIVADO.
ESTUDO COMPARATIVO.

ALEXANDRE LAS CASAS

Dissertação apresentada como parte


dos requisitos para obtenção do Grau de
Mestre e m C i ê n c i a s na Área d e
Tecnologia Nuclear-Aplicações.

Orientadora:
Dra. Maria Helena de Oliveira Sampa

São Paulo
2004
i

INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES


AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE

DE SÃO PAULO

TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS UTILIZANDO A


RADIAÇÃO IONIZANTE DE ACELERADOR INDUSTRIAL DE
ELÉTRONS E POR ADSORÇÃO COM CARVÃO ATIVADO.
ESTUDO COMPARATIVO.

ALEXANDRE LAS CASAS

Dissertação apresentada como parte


dos requisitos para obtenção do
Grau de Mestre em Ciências na Área
de Tecnologia Nuclear - Aplicações

Orientadora:

Dra. Maria Helena de Oliveira Sampa

São Paulo

2004

consto waom. DE mmm NUOEWSP-JPEB


11

DEUS
A q u e l e q u e nos diz q u e o importante diante da vida é estar aberto a

tudo, ouvidos alerta, atitudes, mente e vidas abertas. U m a força q u e r e p õ e

nossas energias para q u e p o s s a m o s suplantar t o d o s os obstáculos impostos

por razões conhecidas ou d e s c o n h e c i d a s .

DEDICATÓRIA

A minha m ã e M e r c e d e s , pelo e x e m p l o de h u m i l d a d e , d e d i c a ç ã o e

perseverança, m e u r e c o n h e c i m e n t o e gratidão pelo amor e apoio constante.

LUZ

M e u pai, A n t ô n i o J o s é Las C a s a s , q u e brilha forte, iluminando d e f o r m a

incansável o trajeto d e m i n h a vida.

RECONHECIMENTO

A minha família, pela paciência nos m e u s m o m e n t o s d e mau h u m o r e

pela c o m p r e e n s ã o n o s m o m e n t o s d e ausência. A m i n h a irmã Patrícia pela

c o m p r e e n s ã o e a p o i o s e m p r e presente. A m i n h a noiva Márcia, a oportunidade

de desfrutar d e s e u convívio, pela a m i z a d e , cumplicidade, pelas s u g e s t õ e s

d a d a s no d e s e n v o l v i m e n t o deste trabalho.

GRATIDÃO

A P r o f Dr^. Maria Helena d e Oliveira S a m p a pelo enriquecimento e

orientação d a d a a e s t e trabalho, q u e muito contribuiu para a minha f o r m a ç ã o

profissional, mas acima de tudo pelo meu crescimento pessoal, pelo

aprendizado e x t r e m a m e n t e útil, o m e u apreço e carinho.

HOMENAGEM

A o g r a n d e a m i g o e c o m p a n h e i r o de estrada, m e u tio, E n g . Mestre

Matías Puga S a n c h e s , a oportunidade de desfrutar de s e u convívio, a m i z a d e ,

conhecimento e experiência, por estar ao m e u lado no m o m e n t o e m q u e

concluo mais u m a e t a p a de minha vida a c a d ê m i c a , pelo seu d i n a m i s m o na

busca d e novos c a m i n h o s .

Extraído d e : L A S C A S A S , M.P. Ensino d e Estatística no Primeiro G r a u .

1997. Dissertação (Mestrado) - Centro de Pós Graduação, Pesquisa e

Extensão da Universidade Guarulhos.


Ill

AGRADECIMENTOS

A Professora Doutora Celina Lopes Duarte, pelas sugestões


dadas durante as fases experimentais deste trabalho, pela cobrança
e incentivo para que este trabalho fosse realizado.

Ao Professor Doutor Paulo Roberto Rela, pela atenção com


que sempre me atendeu e me ajudou no desenvolvimento deste
trabalho.

Ao colega e amigo Manuel Nunes Mori, pela colaboração e


"força" que me deu durante a fase experimental desse trabalho.

Aos Engenheiros Carlos Gaia da Silveira e Elizabete


Somessari, pelo apoio e colaboração durante a irradiação das
amostras.

A Professora Doutora Sueli Ivone Borrely, pela atenção e a


forma gentil com que sempre me atendeu no laboratório.

Ao Professor M. Sc. Nelson M. Omi, a ajuda e colaboração na


realização deste trabalho.

Ao Marcos C. da Silva, funcionário da secretaria do CTR e a


toda a equipe do CTR pela forma gentil com que sempre me
atenderam.

Ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN),


pelo apoio e colaboração para a realização deste trabalho e, ainda,
pelo aprendizado extremamente útil com pessoas amigas, com meu
apreço e carinho na pessoa do M. Sc. Wilson A. P. Calvo, Chefe do
Centro de Tecnologia das Radiações (CTR).

A FBC pela gentileza de ceder a matéria prima para a


realização da parte experimental deste trabalho especialmente há
pessoa de Gelsso Pedrussi pelas informações técnicas prestadas.

Ao Professor Doutor José Geraldo Querido pela generosidade


de participar e somar neste trabalho.

cowssÂo mami oe M Ê A Í'Í'XLEAR/SP-ÍPER


IV

T R A T A M E N T O DE E F L U E N T E S I N D U S T R I A I S U T I L I Z A N D O A R A D I A Ç Ã O

I O N I Z A N T E DE A C E L E R A D O R I N D U S T R I A L DE E L É T R O N S E P O R A D S O R Ç Ã O

COM CARVÃO ATIVADO. ESTUDO COMPARATIVO.

ALEXANDRE LAS CASAS

RESUMO

Diversos m é t o d o s são utilizados na remoção d e poluentes d a s á g u a s residuárias d e

origem industrial e d o m é s t i c a . Entretanto, q u a n d o s e objetiva a d e g r a d a ç ã o d e

compostos orgânicos tóxicos, principalmente os recalcitrantes, os tratamentos

convencionais, para u m a g r a n d e maioria dos c a s o s , n ã o p o s s u e m o d e s e m p e n t i o

desejado na e l i m i n a ç ã o o u d i m i n u i ç ã o d o i m p a c t o d o d e s p e j o no m e i o a m b i e n t e , o

q u e leva à pesquisa d e m é t o d o s alternativos q u e v i s a m a melhoria da eficiência d o s

sistemas d e t r a t a m e n t o conjuntamente e m p r e g a d o s o u isoladamente. O presente

trabalho apresenta u m e s t u d o d e d e g r a d a ç ã o / r e m o ç ã o d e c o m p o s t o s orgânicos

poluentes utilizando-se os m é t o d o s d e irradiação c o m feixe d e elétrons e a d s o r ç ã o

por c a r v ã o ativado e m á g u a residuária de o r i g e m industrial. Avaliou-se a eficiência

na r e m o ç ã o d o s c o m p o s t o s orgânicos c o m os dois m é t o d o s s e n d o q u e para o

c a r v ã o ativado g r a n u l a d o verificou-se q u e a eficiência na remoção d o s c o m p o s t o s

orgânicos presentes nos efluentes foi similar a radiação ionizante. Com os

resultados obtidos avaliou-se a aplicação dos m é t o d o s c o m o s custos relativos aos

dois processos.
V

T R E A T M E N T OF I N D U S T R I A L E F F L U E N T S U S I N G E L E C T R O N B E A M

ACCELERATOR AND ADSORPTION WITH ACTIVATED CARBON.

A COMPARATIVE STUDY.

ALEXANDRE LAS C A S A S

ABSTRACT

Several m e t h o d s are used In t h e pollutant removal f r o m Industrial a n d domestic

wastewater. H o w e v e r w h e n the degradation of toxic organic pollutants, mainly t h e

recalcitrant is objectified, the conventional treatments usually do not meet t h e

desirable performance in the elimination or d e c r e a s e t h e impact w h e n the effluent

are released to t h e environment w h a t t a k e s to t h e research of alternative methods

that s e e k t h e i m p r o v e m e n t of t h e efficiency of the wastewater treatment s y s t e m s

jointly e m p l o y e e s or separately. T h i s w o r k presents a study of degradation/removal

of pollutants organic c o m p o u n d s comparing t w o methods using radiation f r o m

industrial electron b e a m a n d granular activated c a r b o n (GAC). T h e removal efficiency

of the pollutants w a s evaluated a n d it w a s verified that the efficiency of adsorption

with activated c a r b o n is similar t o t h e radiation m e t h o d . T h e obtained results allowed

to evaluated t h e relative costs of these methods.


VI

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1

1.2. OBJETIVO 3

2. F U N D A M E N T O S T E Ó R I C O S 4

2.1. TRATAMENTO BIOLÓGICO 4


2.1.1. Tipos de Esgotos e Etapas de Tratamento 7

2.2. CARVÃO ATIVADO 12


2.2.1. Adsorção por Carvão Ativado 13
2.3. RADIAÇÃO IONIZANTE 18
2.3.1. Interação da Radiação com a Matéria 21
2.3.2. Efeitos das Radiações nos Materiais 24
2.3.3. Tipos de Irradiadores 29
2.4. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL. 34

3. P A R T E E X P E R I M E N T A L 37

3.1. AMOSTRAGEM 37

3.2. P R O C E S S A M E N T O POR A D S O R Ç Ã O EM CARVÃO ATIVADO 37

3.2.1. Processamento com Carvão Ativado Granular 39

3.2.2. Processamento com Carvão Ativado Pulverizado 41

3.3. PROCESSAMENTO POR IRRADIAÇÃO 42

3.4. DETERMINAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PROCESSOS 43

4. R E S U L T A D O S E D I S C U S S Ã O 45

4.1. P R O C E S S A M E N T O POR A D S O R Ç Ã O EM CARVÃO ATIVADO 45

4.1.1. Amostras padronizadas 45


4.1.2. Amostras Reais 54
4.2. P R O C E S S A M E N T O P O R I R R A D I A Ç Ã O 62

4.3. E S T I M A T I V A DE C U S T O S D O S P R O C E S S O S 64

4.3.1. Adsorção em Carvão Ativado 65


4.3.2. Processamento por Irradiação 66

5. C O N C L U S Ã O 71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 72
vil
ÍNDICE D E T A B E L A S

Página

0 1 . Estimativa da eficiência e s p e r a d a nos níveis de tratamento incorporados a

uma ETE 11

0 2 . V a n t a n g e n s e d e s v a n t a g e n s entre o s irradiadores 34

03. Classificação d a s á g u a s na rede de monitoramento ( R e s o l u ç ã o C O N A M A

20/86) 35

04. V a l o r e s máximos permitidos para l a n ç a m e n t o s d e efluentes e m c o r p o s

d'água (Artigo 18 e 21) para l a n ç a m e n t o d e efluentes e m s i s t e m a s públicos d e

e s g o t o s (artigo 19A) 36

05. V a r i a ç ã o da corrente do feixe d e elétrons d e acordo c o m a s d o s e s d e

radiação desejadas 42

0 6 . C a p a c i d a d e de a d s o r ç ã o o u saturação d o carvão ativado granular para

diferentes compostos orgânicos 46

07. C o n c e n t r a ç ã o de saturação d o C A G 48

0 8 . Eficiência d e regeneração d o carvão ativado granular 49

09. M é d i a da eficiência d e a d s o r ç ã o d o carvão ativado granular 50

10. M é d i a da eficiência d e adsorção d o carvão ativado granular a p ó s 2 eluições

consecutivas 50

1 1 . D e t e r m i n a ç ã o da c a p a c i d a d e d e a d s o r ç ã o o u saturação do C A P 52

12. M é d i a da determinação da eficiência d e a d s o r ç ã o do C A P 54

13. C a p a c i d a d e de a d s o r ç ã o d o carvão ativado granulado a p ó s eluições 55

14. M é d i a d a s eficiência d e a d s o r ç ã o d o carvão ativado granular c o m amostra

real 56

15. M é d i a d a s eficiência d e a d s o r ç ã o d o carvão ativado granular a p ó s 2

eluições consecutivas c o m a m o s t r a real 56

16. M é d i a d a s eficiência d e a d s o r ç ã o d o carvão ativado granular a p ó s 2

eluições consecutivas c o m a m o s t r a real 57

17. Eficiência de regeneração d o carvão ativado granulado 58

18. D e t e r m i n a ç ã o da c a p a c i d a d e d e a d s o r ç ã o o u saturação d e c a r v ã o ativado

pulverizado 59

19. D e t e r m i n a ç ã o da eficiência d o carvão ativado pulverizado c o m amostra real 60

2 0 . Eficiência d e remoção d o s C o m p o s t o s O r g â n i c o s pela Irradiação 62

2 1 . R e m o ç ã o d o s C o m p o s t o s O r g â n i c o s pela Irradiação 64
VIH

22. C u s t o s do investimento iniciai para instalação d e u m acelerador d e elétrons. 68

23. C u s t o s operacionais d e acelerador de elétrons c o m Energia 1,5MeV 69

24. C u s t o unitário do p r o c e s s a m e n t o d e efluentes... 70

ccMssAo micmi a ENERVA umEmsp-m


IX

ÍNDICE D E F I G U R A S

Página

1. O r g a n o g r a m a ideal d e tratamento d e efluentes industriais 8

2. Fluxograma c o n v e n c i o n a l de u m a E T E 12

3. D e s e n h o e s q u e m á t i c o d e u m sistema d e a d s o r ç ã o por carvão ativado 17

4 . Diagrama do acelerador industrial d e elétrons d o IPEN 31

5. Fluxograma d o processo de tratamento por a d s o r ç ã o por carvão ativado

granulado 39

6. A m o s t r a s d e efluentes no sistema d e transporte do acelerador industrial d e

elétrons 43

7. C a p a c i d a d e máxima d e a d s o r ç ã o o u saturação d o Carvão A t i v o G r a n u l a d o . . . 47

8. C a p a c i d a d e máxima d e a d s o r ç ã o o u saturação d o C a r v ã o Ativo G r a n u l a d o . . . 48

9. C a p a c i d a d e máxima d e a d s o r ç ã o o u saturação d o C a r v ã o Ativo Pulverizado.. 53

10. C a p a c i d a d e máxima d e a d s o r ç ã o o u saturação d o C a r v ã o Ativo Pulverizado 53

1 1 . Eficiência d e adsorção d o c a r v ã o ativado granulado c o m a m o s t r a real a p ó s

eluições consecutivas 57

12. R e m o ç ã o da cor pelo carvão ativado granulado c o m o n ú m e r o d e eluições 58

13. Eficiência d o carvão ativado pulverizado c o m a m o s t r a real 61

14. R e m o ç ã o da cor pelo c a r v ã o ativado pulverizado/quantidade de carvão

pulverizado e m g r a m a s 61

15. R e m o ç ã o d o s c o m p o s t o s o r g â n i c o s por Irradiação e por C a r v ã o Ativado

Granulado 63
1. INTRODUÇÃO

O t r a t a m e n t o d e efluentes líquidos industriais v e m s e n d o u m importante t e m a

d a s q u e s t õ e s ambientais, tanto na área de legislação e p r e v e n ç ã o á poluição quanto

na área de pesquisa e de aplicações tecnológicas. O tratamento biológico de

efluentes líquidos é uma das principais p r e o c u p a ç õ e s para a a d e q u a ç ã o à legislação

d o s sistemas d e tratamento d o s diversos setores industriais, incluindo o s que

p o s s u e m efluentes c o m poluentes tóxicos.

O s efluentes são, neste contexto, u m problema particular pois a natureza n ã o

o s a b s o r v e facilmente e a c o n t a m i n a ç ã o por c o m p o s t o s orgânicos dissolvidos e m

á g u a e e m e c o s s i s t e m a s aquáticos o u terrestres a s s u m e g r a n d e importância. A s s i m ,

cresce a p r e o c u p a ç ã o c o m estes e l e m e n t o s e a s p e s q u i s a s no tratamento de

efluentes s ã o c a d a vez mais incentivadas^^\

O s efluentes resultantes d o s processos industriais, se d e s p e j a d o s e m c o r p o s

d e á g u a , p o d e m c a u s a r sérios d a n o s ambientais. C o m a e s c a s s e z de á g u a potável

no m u n d o , a l g u m a s indústrias tratam s e u s efluentes para s e r e m r e u s a d o s e apesar

d e ser u m a á g u a d e baixa qualidade, s e u preço é de 5 % d o valor da á g u a normal e

apresenta g r a n d e importância na preservação d o s recursos naturais'^^

Muitas indústrias p o s s u e m os m e i o s tecnológicos para o tratamento de

efluentes a fim d e minimizar o s e u impacto na f a u n a e na flora (aquática ou

terrestre). O u t r a s e m p r e s a s , por falta d e recursos ou por simples negligência,

s e r v e m - s e d o s rios, lagos e o c e a n o s c o m o destino final d e s s e s produtos que

p e r m a n e c e m e m s u s p e n s ã o , solubilizam o u s e d i m e n t a m , na maioria d a s v e z e s

c o m p o s t o s tóxicos (orgânicos), cuja a c u m u l a ç ã o no meio a m b i e n t e trará problemas

n ã o s ó a curto c o m o a longo prazo^^^\

A l g u m a s a ç õ e s estão s e n d o realizadas no sentido de diminuir os impactos

c a u s a d o s pela poluição, p o d e m - s e citar o s m o v i m e n t o s ambientalistas, a coleta

seletiva d e lixo, a reciclagem d e muitos materiais e apesar d e t u d o o problema

continua. S ã o necessárias m u d a n ç a s d e hábitos por parte d e todas a s pessoas e

industrias, de t o d o s os c a m p o s e s e g m e n t o s da sociedade^^^^
2

Os países desenvolvidos estão enn constante mudança de tiábitos,

implantando programas d e qualidade, primeiramente a b r a n g e n d o a produção (ISO

9000) e posteriormente aliando a p r o d u ç ã o á preservação ambiental (ISO 14000).

O s países e m d e s e n v o l v i m e n t o s ã o os q u e mais s o f r e m c o m a poluição, pois

s e u crescimento e c o n ô m i c o d e p e n d e d a s indústrias e portanto a c a b a m aceitando a

poluição c o m o u m "mal necessário"

O s d a n o s c a u s a d o s à s a ú d e h u m a n a relacionados c o m os tratamentos

inadequados dos efluentes d e u m a forma g e r a l , t ê m p r o v o c a d o o surgimento d e

leis de proteção ao meio ambiente cada v e z mais rígidas e c o n s e q ü e n t e m e n t e

u m a procura por técnicas d e tratamento d e efluentes mais eficazes e de c u s t o s

aceitáveis. Há uma d e p e n d ê n c i a d e uma série de fatores c o m o : legislação, cultura,

investimentos, informações, entre outros^^^'^^^

A Lei Federal n°. 6 9 3 8 d e 31/08/1981 sobre a Política Nacional d e M e i o

A m b i e n t e , a Resolução C O N A M A n°. 2 0 de 20/06/1986 e o Decreto Estadual d e S ã o

Paulo d e n°. 8 4 6 8 d e 0 8 / 0 7 / 1 9 7 6 e s t a b e l e c e m os níveis d e e m i s s ã o d e poluentes

para descarte e m u m c o r p o receptor, s e m alterar a sua qualidade. Estes níveis,

entretanto, s ã o c o n s t a n t e m e n t e ultrapassados devido a g r a n d e concentração d e

e m i s s ã o d e poluentes para u m m e s m o corpo receptor'^®'^^^

No s e u tratamento, o efluente passa por diversos processos antes d e estar

pronto para ser liberado para u m c o r p o receptor. A metodologia d e adsorção e m

c a r v ã o ativado granulado ( C A G ) o u carvão ativado pulverizado (CAP), encontra-se

e m uso crescente c o m o u m p r o c e s s o eficiente e e c o n ô m i c o na purificação d e

despejos líquidos, principalmente na remoção de c o m p o s t o s orgânicos, cor, o d o r e


sabor(^23)

Este processo d e a d s o r ç ã o consiste na p a s s a g e m d e u m líquido através de

u m leito estático, não fluidizado, d e carvão ativado granular até q u e a capacidade d e

a d s o r ç ã o d o adsorvente s e e s g o t e , de tal forma q u e o líquido s e encontre dentro d o s

p a d r õ e s d e qualidade d e pureza exigida pela legislação a m b i e n t a l . Neste p o n t o d e v e

ocorrer a regeneração d o carvão o u a sua substituição^^\


3

A utilização d a radiação ionizante para este trabalho d e pesquisa, t e m c o m o

finalidade t a m b é m a r e m o ç ã o de c o m p o s t o s o r g â n i c o s e m efluentes provenientes d e

indústrias cujo processo produtivo libera carga tóxica elevada.

Para colaborar no tratamento d e efluentes industriais, o IPEN - Instituto d e

P e s q u i s a s Energéticas e Nucleares da C o m i s s ã o Nacional d e Energia Nuclear,

iniciou u m p r o g r a m a d e pesquisa c o m a finalidade d e desenvolver e transferir uma

tecnologia alternativa para o tratamento d e efluentes de o r i g e m industrial, d o s Iodos

g e r a d o s e m Estações de T r a t a m e n t o d e Esgotos (ETE's), d e á g u a potável utilizando

os efeitos da radiação ionizante g e r a d a e m acelerador industrial de elétrons.

1.2. OBJETIVO

O objetivo d e s t e trabalho é estudar a eficiência e a viabilidade técnica e

econômica da utilização da radiação ionizante proveniente de um acelerador

industrial de elétrons, para o tratamento de efluentes de origem industrial,

c o n s i d e r a n d o - s e o s compostos o r g â n i c o s críticos d o ponto d e vista d e c o n t a m i n a ç ã o

a m b i e n t a l , c o m p a r a n d o essa tecnologia c o m a tecnologia d e aplicação d e adsorção

c o m c a r v ã o ativado.
2. F U N D A M E N T O S T E Ó R I C O S

O esclarecimento d o s f u n d a m e n t o s básicos q u e c o m p r e e n d e m os p r o c e s s o s

biológicos d e tratamento aerobio e anaeróbio, b e m c o m o o c o n h e c i m e n t o d e critérios

d e projeto e d e metodologias operacionais d e sistemas de tratamento específicos

como o s p r o c e s s o s d e oxidação a v a n ç a d a (ultra violeta, reagente fenton, irradiação

ionizante, ozonização), adsorção por carvão ativado, o s m o s e reversa, etc, s ã o

fundamentais para estratégias d e controle d o s pontos críticos d o s processos.

Atualmente, um dos maiores problemas ambientais consiste nos resíduos

decorrentes do desenvolvimento tecnológico'^^

2.1. TRATAMENTO BIOLÓGICO

O s tratamentos biológicos d e á g u a s residuárias, d e origem principalmente

industrial, por e m p r e g a r e m a c a p a c i d a d e de d e g r a d a ç ã o microbiana encontrada

naturalmente nos sistemas aquáticos para remover a matéria orgânica presente, são

preferidos aos tratamentos físico-químicos*^^^

No caso d a s á g u a s residuárias q u e a p r e s e n t a m toxicidade, a d v i n d a s na

maioria d a s v e z e s d e indústrias químicas, a utilização eficiente d o tratamento

biológico irá requerer uma e l e v a d a c a p a c i d a d e adaptativa d o s microrganismos o u

u m e l e v a d o t e m p o de detenção celular ou ainda o uso d o pré-tratamento v i s a n d o a

proteção d e s s a s unidades e o controle de emissão d o s c o m p o s t o s tóxicos e

recalcitrantes.

S e g u n d o B E R T O L E T T I * ^ \ o controle da descarga d o s efluentes industriais

a s s u m e d e s t a c a d a importância q u a n d o os m e s m o s são dispostos conjuntamente

c o m o s e s g o t o s domésticos para t r a t a m e n t o posterior nas E T E s - Estações d e

T r a t a m e n t o d e Esgotos municipais, sob pena de inibição d o s processos biológicos

previstos para ocorrerem nestas o b r a s d e investimentos vultuosos, q u e r e q u e r e m

u m f u n c i o n a m e n t o eficaz para a melhoria da qualidade das á g u a s .

O uso d o pré-tratamento e m á g u a s residuárias industriais visando a proteção

das u n i d a d e s biológicas é f u n d a m e n t a l q u a n d o a r e m o ç ã o biológica d a matéria


5

nitrogenada é d e s e j a d a . O s m i c r o r g a n i s m o s r e s p o n s á v e i s pela nitrificação autótrofa

por s e constituírem e m dois g r u p o s d e bactérias e por a p r e s e n t a r e m baixos valores

d e ()imáx) taxa m á x i m a d e c r e s c i m e n t o específico t e m p o u c a c a p a c i d a d e adaptativa,

s e n d o facilmente inibidos por c o m p o s t o s tóxicos c o m o metais p e s a d o s e solventes

o r g á n i c o s . S e g u n d o E C K E N F E L D E R & M U S T E R M A N ' ^ ^ \ a nitrificação p o d e ser

obtida pelo a u m e n t o da "idade d o lodo" ou pelo pré-tratamento c o m carvão.

Muitas v e z e s n e m m e s m o os e l e v a d o s t e m p o s d e retenção celulares s ã o

suficientes para propiciar u m a atividade biológica a contento e por conseguinte a

nitrificação. Verifica-se q u e n e m m e s m o u m t e m p o d e retenção celular igual a 14

dias foi suficiente p a r a p r o m o v e r a nitrificação m e d i d a d e u m d e s p e j o tóxico. Nestes

c a s o s , o e m p r e g o d o pré-tratamento s e torna realmente indispensável, tanto para

possibilitar u m d e s e m p e n h o biológico eficiente q u a n t o para controlar a e m i s s ã o

d e s s a s substâncias recalcitrantes'^

Entre os diversos t r a t a m e n t o s utilizados no Brasil, m e r e c e d e s t a q u e a lagoa

d e estabilização q u e consiste e m lagos d e p o u c a p r o f u n d i d a d e , o n d e são l a n ç a d o s

os efluentes, q u e através d e p r o c e s s o a e r o b i o e a n a e r ó b i o s ã o oxidados. E s s e

t r a t a m e n t o apresenta p e q u e n a eficiência, ideal para p e q u e n a s comunidades'^^'.

O t r a t a m e n t o c o m lagoa a e r a d a é u m t i p o d e t r a t a m e n t o d e esgoto q u e utiliza

lagoa c o m a e r a ç ã o m e c â n i c a para suprir o oxigênio necessário p a r a a digestão d o

esgoto<^^\

A matéria orgânica é c o n s i d e r a d a , h á milênios, c o m o importante fonte d e

fertilidade d o s solos. R e s í d u o s orgânicos, provenientes d e atividades humanas,

f o r a m u s a d o s por chineses, j a p o n e s e s e indianos c o m o fertilizantes há milhares d e

a n o s . M a s o salto para e s s a prática se d e u a partir d e 1 8 4 0 , c o m a n e c e s s i d a d e d e

p r e v e n ç ã o d e e p i d e m i a s e c o n s e q ü e n t e a d o ç ã o d e t e c n o l o g i a s d e tratamentos d e

e s g o t o s e m e s c a l a s mais significativas'^^1

N o início d o século X X , tecnologias q u e v i s a v a m a disposição direta d o s

e s g o t o s n o s solos f o r a m d e s e n v o l v i d a s . Entretanto, tal prática foi paulatinamente

p e r d e n d o importância, a o passo q u e o u s o d o lodo d e e s g o t o na agricultura foi


6

incrementado, inicialmente na Europa, nas d é c a d a s de 4 0 e 50, e posteriormente

nos Estados Unidos'^^'.

A reciclagem agrícola do lodo de esgoto alia baixo custo e impacto ambiental

positivo, entretanto d e v e ser realizado dentro de critérios seguros. A m b i e n t a l m e n t e é

a solução mais correta, pois p r o m o v e o retorno d o s nutrientes ao solo'^^*.

O objetivo básico d e u m processo industrial é a t r a n s f o r m a ç ã o da matéria-

prima e m produto. A s s i m f a z e n d o , a u m e n t a - s e s e u valor comercial, realizando o

lucro, o qual é a finalidade básica da e m p r e s a . A p e s a r de o produto ser o alvo

primordial do e m p r e e n d i m e n t o , p o d e m ser g e r a d a s outras substâncias, de origem

não-intencional - o s subprodutos, q u e ainda p o s s u e m a l g u m valor comercial, ou

seja, p o d e m ser v e n d i d o s e g e r a r e m lucros e, ainda os resíduos industriais, na

maioria das vezes indesejáveis e c o m recuperação custosa, c a u s a n d o ô n u s para

companhia'^"^'.

U m a vez g e r a d o o resíduo industrial, é necessário dar-lhe u m destino, pois

não d e v e ser a c u m u l a d o indefinidamente e m u m d e t e r m i n a d o local. A solução mais

c ô m o d a e mais e m p r e g a d a é disseminar os resíduos no meio ambiente, de qualquer

maneira possível (lançando-os na atmosfera, nas á g u a s ou no solo). A s s i m , q u a n d o

as emissões residuárias prejudicam o uso do ar, água ou solo, fica caracterizada a

poluição ambiental, e a q u a n t i d a d e de poluente indesejável lançada no meio

ambiente é d e n o m i n a d a carga poluidora'^^*.

P o d e m ser exemplificados vários poluentes, tais c o m o : g a s e s g e r a d o s por

queima da maioria dos materiais combustíveis; ruídos (emissão de energia sonora);

á g u a s d e lavagem d e produtos, e q u i p a m e n t o s e pisos; as á g u a s d e processos,

t e n d o substâncias indesejáveis e m solução o u e m s u s p e n s ã o ; á g u a s de refrigeração

(irradiam energia térmica); poluentes depositados no solo pela água, ar ou qualquer

outro meio - tais c o m o lixo, lamas residuárias, óleos minerais ou vegetais, aparas,

poeiras, espécies impermeabilizantes dos solos agrícolas, substâncias prejudiciais

ao desenvolvimento d a s culturas (complexos de boro, derivados d e flúor, c o m p o s t o s

de arsênico) e outros. A l é m da possibilidade de c o n t a m i n a ç ã o ambiental por

e m p r e s a s , não p o d e ser esquecida a poluição g e r a d a por dejetos de seres vivos

(excrementos d e seres h u m a n o s e animais, por exemplo)


2.1.1. T i p o s d e E s g o t o s e Etapas de Tratamento'^^*

A palavra e s g o t o t e m sido a m p l a m e n t e utilizada para definir tanto a t u b u l a ç ã o

condutora d e á g u a s servidas d e u m a c o m u n i d a d e , c o m o t a m b é m o próprio líquido

indistintamente, m a s c o m maior freqüência para definir os despejos provenientes de

diversas m o d a l i d a d e s do uso e da o r i g e m d a s águas. Geralmente o esgoto n ã o

tratado c o n t é m n u m e r o s o s agentes patogênicos, microrganismos d o trato intestinal,

resíduos tóxicos e nutrientes q u e p r o v o c a m o crescimento d e outros microrganismos

presentes e m m e n o r n ú m e r o .

Inicialmente o s esgotos p o d e m ser divididos e m dois g r u p o s a saber: e s g o t o s

industriais e esgotos domésticos ou domiciliares; estes últimos provém

principalmente de residências, edifícios comerciais, instituições ou qualquer

edificação que possua banheiro, lavanderia, cozinha ou qualquer dispositivo

relacionado a estes itens. A c o m p o s i ç ã o básica é: á g u a de b a n h o , urina, fezes,

papel, restos d e c o m i d a , s a b ã o , detergentes, á g u a de l a v a g e m etc, s e n d o q u e a s

c o n c e n t r a ç õ e s m é d i a s s ã o estáveis. S ã o responsáveis por u m a e l e v a d a carga

poluente nos cursos de á g u a , constituindo igualmente u m a a m e a ç a à q u a l i d a d e d a s

á g u a s subterrâneas, face à s trocas existentes entre á g u a s subterrâneas e a s á g u a s

superficiais.

O s e s g o t o s Industriais, p o s s u e m c o m p o s i ç ã o variada devido a infinidade d e

processos industriais atualmente e m p r e g a d o s . Do ponto de vista d e tratamento,

c a d a e s g o t o industrial d e v e ser avaliado individualmente, m e s m o p e r t e n c e n d o a o

m e s m o ramo industrial. A indústria é t a m b é m u m a g r a n d e c o n s u m i d o r a d e á g u a e

é responsável por uma f o r m a d e poluição. Isso é devido n ã o s ó à s e l e v a d a s cargas

poluentes d e s c a r r e g a d a s m a s t a m b é m à sua periculosidade. A s á g u a s d e processo,

c o n t a m i n a d a s c o m os mais diversos produtos químicos perigosos, integram cargas

poluentes e l e v a d a s que o m e i o receptor dificilmente é c a p a z d e depurar.

As águas de lavagem de equipamentos industriais e as águas de

arrefecimento, d e s c a r r e g a d a s e m g r a n d e s v o l u m e s e a t e m p e r a t u r a s mais e l e v a d a s

q u e o m e i o receptor, p o d e m modificar p r o f u n d a m e n t e as condições ecológicas d o s

cursos de á g u a . E m muitos c a s o s , a l é m d o efeito tóxico imediato o u cancerígeno d e

alguns poluentes, existe o perigo de bioacumulação nos organismos com


8

c o n s e q u ê n c i a s e m toda a cadeia alimentar. São e x e m p l o disso alguns metais

pesados, entre eles o mercúrio.

Na Figura 1 é mostrado u m o r g a n o g r a m a ideal a ser aplicado no tratamento

de efluentes industriais.

TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS

BIOLÓGICO! FlSICoj QUÍMICO

Aerobio Anaeróbio Decantação Filtração

Incineração PQA Eletroquimico


Enzimático Adsorção

PQA: Processos Químicos


de Oxidação Avançada Fotocatálise Ozonização Fenton

F I G U R A 1 - O r g a n o g r a m a ideal de Tratamento d e Efluentes Industriais'^^^

T r a t a m e n t o Preüminar'^^'

A primeira f a s e do tratamento das á g u a s residuárias consiste numa filtragem

e processa-se e m três e t a p a s : a primeira destina-se a remover objetos flutuantes ou

e m s u s p e n s ã o d e d i m e n s ã o apreciável através de u m filtro de g r a n d e calibre,

tipicamente superior a 10cm. S e g u e - s e uma s e g u n d a filtragem, s e m e l h a n t e á

anterior mas c o m u m filtro mais fino, capaz de remover partículas s u s p e n s a s de

d i m e n s õ e s m e n o r e s . E m s e g u i d a utiliza-se do filtro d e areia, que remove d a s á g u a s

residuárias os corpos sólidos que se d e p o s i t a m no f u n d o dos tanques, geralmente

de d i m e n s õ e s mais reduzidas.

T r a t a m e n t o Primárlo*^^'

Nesta f a s e aplicam-se processos físicos simples, tais c o m a s e d i m e n t a ç ã o e a

flotação (remoção de sólidos s u s p e n s o s ou d e substâncias e m u l s i o n a d a s q u e s e

s e p a r a m da á g u a quer devido ao s e u baixo p e s o específico, quer por flutuação

provocada por corrente g a s o s a o u , por eletrólise da água), para reduzir a taxa de


9

sólidos e m s u s p e n s ã o (TSS) q u e e s c a p a r a m a o s filtros d o tratamento preliminar e

t a m b é m o nível d e d e m a n d a biológica d e oxigênio ( D B O ) .

O s tratamentos preliminar e primário constituem a d e p u r a ç ã o m í n i m a exigível

para q u e a á g u a tratada possa ser i n o c u a m e n t e despejada no meio. N o entanto, a s

diversas o p ç õ e s possíveis d e virem a integrar estas d u a s f a s e s s ã o selecionadas d e

acordo c o m várias condicionantes, isto é, c o m as características das águas

envolvidas, tanto das á g u a s a tratar c o m o d a s á g u a s receptoras d o efluente tratado.

Este tratamento é bastante eficaz na redução da d e m a n d a biológica de

oxigênio ( D B O ) e da taxa d e sólidos e m s u s p e n s ã o (TSS), m a s há n e c e s s i d a d e d e

um complemento com um tratamento secundário, à medida que crescem a

consciência e a s exigências d o público, o s níveis d e poluição d a s á g u a s a tratar e a

fragilidade d o s ecossistemas receptores.

T r a t a m e n t o Secundárlo'^^'

O tratamento secundário tem á sua disposição variadas tecnologias,

c l a s s i c a m e n t e divididas e m n o v e tipos básicos, q u e s e a g r u p a m e m q u a t r o famílias

diferentes: sistemas a n a e r ó b i c o s intensivos (incluindo sistemas d e Iodos ativados,

leitos percoladores e sistemas biológicos rotativos d e contato) sistemas físico-

químicos, sistemas aquáticos (lagoas d e estabilização, sistema d e plantas aquáticas

e sistemas d e lagoas) e sistemas b a s e a d o s e m terrenos (sistemas d e infiltração no

terreno e sistemas d e caudal superficial).

Tal c o m o o tratamento primário, e d e u m a forma muito mais c o m p l e x a , d a d o

o muito maior n ú m e r o de o p ç õ e s envolvidas, a s diversas soluções s ã o , aqui

t a m b é m , s e l e c i o n a d a s d e acordo c o m várias condicionantes.

O s sistemas de tratamento anaeróbio intensivo, muito populares no norte da

Europa, p o d e m atingir d e s e m p e n h o s muito e l e v a d o s na r e d u ç ã o da d a d e m a n d a

biológica d e oxigênio (DBO) e da a t a x a d e sólidos e m s u s p e n s ã o (TSS) e t ê m u m a

exigência relativamente baixa e m t e r r e n o disponível, e m b o r a s e j a m muito sensíveis

a efluentes industriais e a c a r g a s críticas, tanto e m t e r m o s d e c a u d a l c o m o d e


10

concentração, e exige grandes investimentos em mão-de-obra e custos

operacionais, isto é especialmente v e r d a d e para os sistemas d e lodos ativados,

onde os microorganismos atuam sobre a componente orgânica das águas

residuárias, c o m u m a c o m p o n e n t e d e areação e clarificação.

O s leitos percoladores, processo no qual as á g u a s residuárias s ã o lentamente

vertidas sobre u m a b a s e sólida o n d e se encontra o sistema biológico ativo, t ê m

sobre o processo anterior a vantagem de ser muito menos exigente em

investimentos t é c n i c o s e financeiros, bem c o m o u m a maior c a p a c i d a d e de suportar

c h o q u e s orgânicos, e m b o r a a p r e s e n t e um m e n o r d e s e m p e n h o na r e m o ç ã o fósforo.

A remoção d e sólidos e m s u s p e n s ã o e a redução da D B O é conseguida nos

sistemas físico-químicos através d e várias substâncias químicas, tais c o m o cloreto

d e ferro (FeCla), sulfato ferroso (FeS04), alumínio ( A I 0 2 ) n o u , na maioria d o s casos,

cal ( C a ( O H ) 2 ) . Estas substâbncias estimulam a precipitação e a c o a g u l a ç ã o e a t u a m

e m t a n q u e s de a r m a z e n a m e n t o , d e o n d e a s á g u a s residuárias s e g u e m d e p o i s para

uma c â m a r a d e floculação q u e antecede a fase final, nos t a n q u e s d e s e d i m e n t a ç ã o

de o n d e se extrai d e p o i s uma q u a n t i d a d e de lamas muito superior ás obtidas por

outros métodos.

A precipitação química t e m u m a eficácia ímpar na remoção do fósforo (POn) e

do a m o n í a c o (NH3) q u e são contaminantes de difícil remoção por outros métodos, e

é t a m b é m u m s i s t e m a bastante flexível e e c o n ô m i c o . C o m o d e s v a n t a g e m p o d e - s e

considerar os g r a n d e s custos operacionais, tanto e m c o n s u m á v e i s c o m o e m m ã o -

de-obra especializada.

As lagoas de estabilização, que podem ser aeróbias, anaeróbias ou

facultativas, s ã o t a n q u e s p o u c o profundos o n d e ocorre u m p r o c e s s o "natural" d e

tratamento, pela a ç ã o de microorganismos. A s lagoas de estabilização aerobia são

necessariamente as menos profundas (até 30cm), mas todas as lagoas de

estabilização e x i g e m u m a g r a n d e área d e terreno plano para a sua instalação. A

outra d e s v a n t a g e m a p o n t a d a é a s u a e m i s s ã o d e o d o r e s , e s p e c i a l m e n t e e m climas

frios. C o m o v a n t a g e n s citam-se a simplicidade e a e c o n o m i a da construção e

manutenção da unidade.
11

T r a t a m e n t o terciário/avançado'(9)

Os sistemas de tratamento terciário, além dos sólidos sedimentáveis

(tratamento primário) e do material orgânico (tratamento secundário), também

r e m o v e m os nutrientes, nitrogênio e fósforo e c o m p o s t o s orgânicos recalcitrantes,

isto é, difícil bio-degradação.

Entre os diversos m é t o d o s desenvolvidos para o tratamento terciário de

efluentes citam-se: a d s o r ç ã o por c a r v ã o ativado, processos a v a n ç a d o s d e o x i d a ç ã o

(irradiação c o m acelerador d e elétrons, ozonização, ultra-violeta, fenton, etc),

o s m o s e reversa, ultra-filtração, c o a g u l a ç ã o , entre outros.

N a T a b e l a 1 é mostrada u m a estimativa da eficiência e s p e r a d a d o s níveis d e

tratamento incorporados a uma ETE. A Figura 2 representa um fluxograma

convencional de uma E T E .

T A B E L A 1 - Estimativa da eficiência e s p e r a d a nos níveis de tratamento incorporados


a uma ETE.

Sólidos em Nutrientes
Tipo de Matéria orgânica Bactérias
suspensão (% remoção
tratamento (% remoção) {% remoção)
(% remoção SS) nutrientes)

Preliminar 5-10 5-20 Não remove 10-20

Primário 25-50 40-70 Não remove 25-75

Secundário 80-95 65-95 Pode remover 70-99

Terciário 40-99 80-99 Até 99 Até 99,999


12

A Figura 2 representa u m fluxograma convencional d e u m a Estação d e

tratamento d e esgoto.

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F I G U R A 2 - Fluxograma convencional d e u m a ETE*^^^

2.2. CARVAO ATIVADO

O carvão ativado é a m p l a m e n t e utilizado como pré-tratamento, na eliminação

da toxicidade d e á g u a s residuárias, pela s u a alta capacidade d e adsorção e a s u a

versatilidade, sendo o carvão ativado e m pó, C A P , largamente utilizado por

possibilitar maior flexibilidade operacional. Segundo ECKENFELDER &

M U S T E R M A N ' ^ ^ ' ^ ^ ' O carvão ativado pulverizado pode reduzir drasticamente a

toxicidade d o s despejos industriais, reduzindo t a m b é m o t e m p o d e d e t e n ç ã o celular

necessário para a nitrificação e o custo d e construção e operacional d a unidade.

NO a n o d e 3 7 5 0 A C os povos Egipcios e os Sumérios, utilizavam o carvão

ativado para remover o niquel e o cobre d e p e ç a s d e bronze q u e eles fabricavam,

t a m b é m utilizavam-o ainda c o m o combustível para fins domésticos*^°\


13

No século XIX foi d e m o n s t r a d o q u e para descolorização d e materiais a s

propriedades do carvão ativado são inerentes ao material e dependem da

t e m p e r a t u r a do m e i o de p r o c e s s a m e n t o e q u e t a m b é m d e v e - s e levar e m conta o

t a m a n h o d a s partículas e m questão'^°^

A t u a l m e n t e o carvão ativado t e m c o m o u m d o s s e u s principais usos o

c o m b a t e d a poluição, seja ela g a s o s a o u líquida, s e n d o muito eficaz e u m d o s

fatores preponderantes é s e u custo inferior ao d e outros tratamentos similares'^°'^^^

2.2.1. A d s o r ç ã o por C a r v ã o Ativado'^-^""'

Na utilização de m é t o d o s por adsorção, existem s u b s t â n c i a s q u e a g e m c o m o

a d s o r v e n t e s , fixando e m s u a superfície outras substâncias q u e p r o d u z e m gosto,

odor, matéria orgânica dissolvida e outros compostos orgânicos. Entre as

s u b s t â n c i a s adsorventes citam-se a turfa, cinza, areia, carvão vegetal, casca d e

e x t r a ç ã o d o tanino, flocos d e hidróxido férrico, trocadores iónicos granulados (usado

na r e m o ç ã o de detergentes não biodegradáveis), carvão ativado, etc.

U m a v a r i e d a d e de materiais, incluindo a madeira e o carvão é utilizada na

manufatura d o c a r v ã o ativado, q u e p o d e ser d o tipo c a r v ã o ativado granular (CAG)

o u o c a r v ã o ativado pulverizado ( C A P ) . O carvão ativado granular é o mais usado

c o m o m e i o filtrante para remover o s contaminantes da á g u a . O pulverizado é

misturado no efluente para adsorver os contaminantes e filtrado e m s e g u i d a para

c o m p l e t a r e m o ç ã o da mistura. Estes dois tipos p o d e m ser aplicados a uma g r a n d e

v a r i e d a d e d e sistemas d e t r a t a m e n t o d e á g u a potável e efluentes.

O carvão ativado é uma substância adsorvente muito utilizada para

t r a t a m e n t o d e efluentes. Possui u m a e l e v a d a á r e a superficial p o r o s a , c o m a g r a n d e

v a n t a g e m d e possibilidade d e poder s e regenerar, o u seja, é possível descontaminar

o c a r v ã o e adquirir n o v a m e n t e s e u poder d e a d s o r ç ã o . A l é m d e remover as

s u b s t â n c i a s que p r o d u z e m gosto, odor e matéria orgânica dissolvida, remove

t a m b é m cor (caracterísfica física, devida à existência d e matéria dissolvida), fenóis,


14

nutrientes (fosfatos, nitratos), sólidos em suspensão, matéria orgânica não

biodegradável, etc. Os processos de r e m o ç ã o de gosto e odor são utilizados no

tratamento d e á g u a potável.

O c a r v ã o ativado é constituído de partículas sólidas que c o n t é m poros e estes

p o d e m ser maiores o u menores de acordo c o m a utilização, por isso o carvão

ativado é considerado u m produto de alta capacidade de a d s o r ç ã o e portanto

utilizado e m muitos processos o n d e há nessecidade d e se obter uma alta eficiência

de r e m o ç ã o .

Q u a n d o o processo de a d s o r ç ã o se refere a efluentes industriais d e v e - s e

analisar c o m muito cuidado afim d e s e obter uma melhor a d s o r ç ã o do carvão

ativado, t e n d o e m vista q u e na maioria dos processos industriais são individuais e

não sistemáticos.

O f e n ô m e n o da adsorção se refere a concentração de mais de u m c o m p o s t o

(adsórbate) d e uma fase para a f a s e de contato de outra fase (adsorvente). O

adsorvente apresenta u m desequilíbrio energético provocado pelo d e s b a l a n ç o das

forças d e c o e s ã o e a d e s ã o dos átomos o u íons.

Esta f a s e é t e r m o d i n a m i c a m e n t e instável e t e n d e a buscar o equilíbrio através

de diferentes interações físicas e químicas c o m o adsórbate conforme a c o m b i n a ç ã o

e c o m p o s i ç ã o do sistemas. D e p e n d e n d o do sistema as moléculas do adsórbate

p o d e m ter características diferentes d a s d o adsorvente.

A interação física, c o m p r e e n d e interações q u e se d e s e n v o l v e m a baixas

energias e qualquer interferência externa no sistema, p o d e provocar a d e s o r ç ã o o u

e v a p o r a ç ã o do adsórbate.

Nas espécies iónicas as interações presentes numa fase liquida e

adsorventes possuindo e m sua superfície centros ativos polares são características

de p r o c e s s o s de troca iónica. Este tipo d e a d s o r ç ã o concentra uma d e t e r m i n a d a

espécie iónica c o m o resultado da interação d a s forças de atração eletrostáticas. S e

o adsórbate interage quimicamente c o m a interfase o f e n ô m e n o é c h a m a d o de

a d s o r ç ã o química ou quimiosorção. A s energias envolvidas na q u i m i o s o r ç ã o e

cowssÂo mom. DE í^mv^ ,íua.ímsp-i?^_


15

dificilmente através d e u m m e c a n i s m o físico s e d e s o r v e a substância quimiosorvida

por contra l a v a g e m , v á c u o , e l e v a ç ã o d e t e m p e r a t u r a , etc).

Q u a n d o se trata de substâncias solúveis dissolvidas e m á g u a , o uso d e

a d s o r v e n t e s a base de materiais c a r b o n á c e o s c o m o o c a r v ã o ativado, é o mais

r e c o m e n d a d o e o mais a d e q u a d o para a r e m o ç ã o d o s c o n t a m i n a n t e s . A energia da

interação d a s moléculas d e á g u a c o m o s á t o m o s de c a r v ã o ativado, q u e se f o r m a m

na superfície do carvão ativado, s ã o muitas v e z e s menor d o q u e a energia da

interação d e s t e s á t o m o s c o m a s m o l é c u l a s d o s c o m p o s t o s orgânicos. Pode-se

concluir q u e g e r a l m e n t e a retenfividade d o soluto pelo a d s o r v e n t e é maior d o q u e a

d o solvente. A diferença da energia d e interação d a s moléculas d o solvente e d o s

compostos o r g â n i c o s dissolvidos no efluente c o m a superfície d o adsorvente,

acarreta a a d s o r ç ã o preferencial dos c o m p o s t o s orgânicos.

A a d s o r ç ã o é u m processo e s p o n t â n e o e n o r m a l m e n t e s e considera sua

etapa mais lenta, a difusão d o adsórbate através d o s poros. O processo é

a c o m p a n h a d o pela diminuição da energia livre d o sistema q u e t e m c o m o resultado a

concentração do soluto na superfície do sólido. A energia de adsorção é

d e t e r m i n a d a pela diferença d a s energias de interação da molécula d o adsórbate

c o m o a d s o r v e n t e , c o m as moléculas vizinhas e c o m o solvente, q u e d e p e n d e d a

o r i g e m e f o r m a d a s moléculas d o soluto e d o solvente, d e suas orientações na

superfície d o adsorvente, e d a o r i g e m e estrutura da superfície d o adsorvente.

A a d s o r ç ã o afivada s e processa pelas interações d o a d s ó r b a t e e a d s o r v e n t e

c o m a f o r m a ç ã o d e u m c o m p l e x o superficial d e tipo e s p e d a l . S e caracteriza pelo

não deslocamento das moléculas do adsorvente de sua rede cristalina que

interagem c o m as moléculas d o adsórbate. A a d s o r ç ã o ativada é seletiva se

d e s e n v o l v e devagar, é reversível e se caracteriza pelo calor d e a d s o r ç ã o alto'^°^

O índice d e iodo é u m m é t o d o d e análise para determinar a r e g e n e r a ç ã o d o

c a r v ã o ativado, este método m e d e a área interna d o s grãos d o carvão, c o m p a r a n d o

a área o r i g e m d o c a r v ã o virgem c o m a área final, ou seja, área a p ó s a adsorção d o s

c o m p o s t o s orgânicos. O índice d e iodo t e m c o m o principal objetivo determinar a

c a p a c i d a d e d e a d s o r ç ã o d e u m c a r v ã o ativado c o m relação a uma s o l u ç ã o d e iodo.

Definindo-se c o m o s e n d o o s miligramas d e iodo adsorvidos por u m g r a m a de

c a r v ã o , q u a n d o o residual d e iodo d o filti'ado é 0 , 0 2 N .


16

A aplicação do carvão ativado no tratamento d e efluentes p o d e ser realizado

d e d u a s maneiras: utilizando-se d o c a r v ã o ativado e m pó (CAP) ou s o b a forma d e

c a r v ã o ativado granular (CAG).

E m b o r a p o s s a m existir algumas limitações c o m relação à aplicação do C A P ,

no processo d e tratamento d e efluentes, q u a n d o c o m p a r a d o c o m o C A G , a sua

principal v a n t a g e m é q u e , d e p e n d e n d o da variabilidade d a s características do

efluente bruto, é possível corrigir a d o s a g e m d e C A P de tal f o r m a a maximizar a

eficiência de remoção d e u m a d s o r v a t o qualquer, o u a p e n a s aplicá-lo d e f o r m a

e s p o r á d i c a , q u a n d o a s s i m for necessário'^^'.

O u t r o aspecto importante é q u e , via de regra, os custos associados c o m o

conjunto d e instalações necessários para a aplicação d e C A P é b e m menor q u a n d o

c o m p a r a d o a o d o C A G . A decisão s o b r e a sua utilização o u não é f u n ç ã o d a s

características d o efluente bruto, natureza dos c o m p o s t o s q u e s e deseja remover e o

arranjo físico da estação d e tratamento d e esgotos. A escolha entre e s s e s sistemas

é f u n ç ã o de inúmeras variáveis, s e n d o determinado pelos p a d r õ e s d e qualidade d o

efluente exigidos para o produto final, d a s características do efluente bruto, além d e

fatores econômicos'^^^

A c a p a c i d a d e d e a d s o r ç ã o é a eficácia do c a r v ã o ativado e m remover o s

c o n t a m i n a n t e s desejados tais c o m o , a cor, o odor, os c o m p o s t o s orgânicos, e

d e p e n d e n d o d a s características do efluente, utiliza-se u m tipo d e carvão. A Figura 3

a p r e s e n t a u m d e s e n h o e s q u e m á t i c o d e u m sistema d e a d s o r ç ã o por carvão ativado

c o m u m a coluna de leito fixo.


17

•:«n|unlocl»bomba
do ihisma<1« alimentarão
-4—-2S*Ce:3 ' «a.
SI»ftmad9allni»nia(ío
•:ar.-3o Psgímrado

Sl<t»iiiaido
•:ar,ao áii.ado
uHllzado

F I G U R A 3. D e s e n h o e s q u e m á t i c o d e u m sistema d e a d s o r ç ã o por

carvão ativado '^^'

A maioria d o s tipos d e carvão ativado s ã o d e natureza não-polar, e eficazes

na remoção de uma variedade de contaminantes orgânicos, incluindo

trihalometanos, pesticidas, herbicidas, hidrocarbonetos aromáticos e t a m b é m na

r e m o ç ã o d e metais a níveis d e traço, tais c o m o o c á d m i o ' ^ ° \

O primeiro uso d o carvão ativado para tratamento d e á g u a , foi no século 19

na Inglaterra, para remover o s odores e gosto indesejáveis. R e c e n t e m e n t e o uso d o

c a r v ã o ativado para a remoção d e poluentes orgânicos tornou-se muito c o m u m

existindo centenas d e tipos para u m a g r a n d e variedade d e aplicações.


18

O maior m e r c a d o para o carvão ativado está atualmente na indústria d o

purificação de á g u a s , os filtros de carvão ativados são usados no tratamento d e

á g u a r e m o v e n d o os c o m p o s t o s orgânicos naturais.

No tratamento d e efluentes, o carvão ativado é u s a d o geralmente c o m o u m

meio filtrante e m p r o c e s s o s terciários d e tratamento. O c a r v ã o ativado pode ser

reutilizado a p ó s o processo de regeneração no qual os materiais previamente

adsorvidos s ã o removidos da estrutura d o poro d o carvão, deixando-o n o v a m e n t e

pronto para sua utilização. O s métodos utilizados para a r e g e n e r a ç ã o são: térmico,

vapor, extração por solventes, tratamento c o m ácidos o u b a s e s e o x i d a ç ã o química.

Um dos métodos mais utilizados em indústrias para se verificar a

p o r c e n t a g e m d e r e g e n e r a ç ã o do carvão ativado, é analisando o índice d e iodo d o

c a r v ã o conforme n o r m a n°(MB-3410) d a A B N T .

2.3. RADIAÇÃO IONIZANTE

O uso da radiação para propósitos industriais t e v e início após a descoberta da

e m i s s ã o natural d e raios alfa realizada por M a d a m e C u r i e e m 1898. E m 1929,

Robert V a n Der Graff, m o s t r o u q u e u m a correia d e s e d a e u m motor p o d e r i a m g e r a r

8 0 . 0 0 0 volts d e potencial. Ele d e s e n v o l v e u u m e q u i p a m e n t o q u e acelerava prótons

e m alta velocidade, p o d e n d o ser usado para o e s t u d o nuclear. Entre 1930 e 1950,

V a n Der Graff d e s e n h o u e construiu aceleradores eletrostáticos, capazes d e g e r a r

potenciais na escala d e 1 a 5 milhões d e volts'^^^

Durante este m e s m o período, outros pesquisadores c o m o , Cockroft W a l t o n ,

S l o a n e Lawrence, d e s e n h a r a m e construíram diferentes tipos d e aceleradores. A s

m á q u i n a s d e S l o a n e L a w r e n c e e r a m aceleradores d e partículas e cíclotrons. A p ó s o

a n o de 1950, os aceleradores c o m e ç a r a m a ser utilizados nos processos industriais,

a u m e n t a n d o as reações poliméricas e a taxa d e v u l c a n i z a ç ã o d a s borrachas na

indústria de pneus'^^^
19

No início d a década d e 1 9 7 0 , c o m e ç a r a m a ser d e s e n v o l v i d a s pesquisas

ambientais q u e utilizavam os a c e l e r a d o r e s de elétrons e f o n t e s d e cobalto-60 para a

r e m o ç ã o d e poluentes das á g u a s e efluentes

A primeira planta de irradiação d e efluentes e m e s c a l a comercial, utilizando

cobalto-60 c o m o fonte de radiação ionizante, foi construída da A l e m a n t i a , e m 1973

c o m a finalidade d e tratar o lodo proveniente da estação d e tratamento d e e s g o t o s

d a c i d a d e d e Geisellbulach, p a r a a p ó s a s u a d e s i n f e c ç ã o utilizá-lo c o m o fertilizante

na lavoura local. E m 1992 a índia construiu na cidade de B o m b a y , u m irradiador e m

e s c a l a comercial c o m o m e s m o objetivo*'^'.

A e m p r e s a H I G H V O L T A G E E N V I R O N M E N T A L A P P L I C A T T I O N S , Inc. USA,

construiu u m acelerador d e 1,5 M e V e instalou na Planta d e T r a t a m e n t o de

Efluentes d e Deer Island e m B o s t o n , operando e m f a s e d e d e m o n s t r a ç ã o por vários

a n o s , d e m o n s t r a n d o claramente q u e a alta energia d o s elétrons era c a p a z de

desinfetar o lodo q u e foi e x p o s t o a o feixe d e elétrons. B a s e a d o nos resultados desta

u n i d a d e de d e m o n s t r a ç ã o , e m 1 9 8 0 , foi construído outro sistema e m Planta d e

T r a t a m e n t o d e Efluentes de Virgínia Key e m M i a m i , na Florida. O sistema Virgínia

Key utilizava u m acelerador similar ao d e Deer Island, t a m b é m construído pela

e m p r e s a H I G H V O L T A G E E N V I R O N M E N T A L A P P L I C A T T I O N S , Inc. USA. Esta

planta-piloto t e m c a p a c i d a d e d e 4 6 0 L / m i n e estão sendo c o n d u z i d o s estudos, por

g r u p o s da Universidade de Miami e da Universidade da Flórida, para a remoção d e

c o m p o s t o s orgânicos de efluentes e desinfecção de lodos'^^\

O J a p ã o por meio d o J a p a n A t o m i c Energy R e s e a r c h Institute (JAERI) em

T a k a s a k i e d o Metropolitan Isotope Research Center em Tóquio, também se

d e d i c o u a estudos nessa á r e a , d e s d e 1983, utilizando c o m o fontes d e radiação

ionizante, o cobalto-60 e o a c e l e r a d o r industrial de elétrons'^^'.

Desde 1980 a Áustria por meio do Austrian Research Centre

Seisberdorf e o Institute of Theoretical Chemistry a n d Radiation Chemistry of

University of V i e n n a , está p e s q u i s a n d o , e m planta-piloto c o m acelerador d e elétrons,

a d e g r a d a ç ã o de poluentes o r g â n i c o s c o m o fenóis, tricloroetileno e percioroetileno

c o m acelerador d e elétrons e m á g u a potável''*"^


20

A Rússia, d e s d e a d é c a d a de 1980, p e s q u i s a a utilização d a radiação

ionizante para a solução de problemas ambientais e atualmente possui 3

aceleradores industriais d e elétrons e m plantas industriais c o m a finalidade d e tratar

efluentes industriais (Nekal) e a desinfecção d e e s g o t o s d e origem doméstica'^^\

O C a n a d á , iniciou e m 1989, pesquisas para irradiação d e lodos d e e s t a ç õ e s

de tratamento d e e s g o t o s , c o m a finalidade d e desinfectar e degradar poluentes

tóxicos e posterior v e n d a e distribuição d e s s e lodo para uso na agricultura c o m o

fertilizante'^^ l

A Coréia, e m 1997, instalou e m u m c o m p l e x o industrial c o m mais d e 100

e m p r e s a s fabricantes d e corantes e fingimento d e tecidos, uma planta piloto c o m

acelerador industrial d e elétrons para tratar I.OOOm^/dia d e efluente industrial. O s

excelentes resultados obtidos c o m essa planta piloto l e v a r a m o g o v e r n o C o r e a n o a

instalar uma planta comercial nessa instalação e c o m previsão d e início de

f u n c i o n a m e n t o e m 2005'^^'.

A t u a l m e n t e , p a í s e s c o m o , Chile, P e r u , Equador, China, Itália, República

C h e c a , N o r u e g a , África d o S u l , Turquia, t a m b é m e s t ã o realizando pesquisas c o m o

mesmo tema.

C o m o propósito de introduzir esta tecnologia no País o Instituto de

Pesquisas Energéticas e Nucleares - I P E N , d e s d e 1 9 9 1 , está desenvolvendo

pesquisas com o objetivo de demonstrar a eficiência da radiação ionizante

proveniente de feixe d e elétrons de alta energia g e r a d o e m acelerador e t a m b é m

utilizando de fontes d e Cobalto-60, para a d e g r a d a ç ã o química d e compostos

orgânicos d e o r i g e m industrial e para desinfecção d e e s g o t o s . e Iodos d e o r i g e m

doméstica'^'^^'^^'^^'^^''*^).

E m s e t e m b r o d e 1993, o IPEN concluiu a c o n s t r u ç ã o d e uma planta-piloto

para tratamento d e á g u a s residuárias nas instalações d o C e n t r o d e Tecnologia das

R a d i a ç õ e s - C T R , c o m a finalidade d e obter informações d o s efeitos d e s s a tecnologia


21

utilizando u m sistema d e fluxo contínuo, obter d a d o s para projetar plantas e m escala

comercial e t a m b é m verificar a viabilidade técnica e e c o n ô m i c a d e s s a técnica


35,39,45)

Essa planta-piloto é constituída por 2 (dois) t a n q u e s d e poliéster revestidos

com fibra de vidro com capacidade de 1.500 litros cada, bombas de

h o m o g e n e i z a ç ã o e transporte d o líquido, válvulas, caixa d e irradiação e s p e c i a l m e n t e

projetada para essa finalidade, sistema calorimétrico para controle d a s d o s e s e o

painel d e controle. V á r i o s parâmetros da planta-piloto e do acelerador industrial d e

elétrons, tais como corrente, voltagem, fluxo, dose e dose absorvida são

monitorados e registrados para realizar uma avaliação técnica e e c o n ô m i c a d e s s a

metodologia e c o m p a r á - l a c o m métodos convencionais'^'*'^^''*^'*^'*^^

A utilização da radiação ionizante, principalmente a proveniente de feixe d e

elétrons de alta energia g e r a d o e m aceleradores, t e m d e m o n s t r a d o ser u m p r o c e s s o

eficiente para o t r a t a m e n t o d e efluentes líquidos e Iodos por apresentar as

seguintes características: p r o d u ç ã o de e s p é c i e s altamente reativas, não requer a

adição d e reagentes químicos, permite a d e c o m p o s i ç ã o d e c o m p o s t o s orgânicos,

o p e r a ç ã o segura, p r o c e s s o facilmente controlado e limpo s e m a f o r m a ç ã o de

substâncias poluidoras e radioativas'^'^'^'^^'^^'^^^

2.3.1. Interação da R a d i a ç ã o c o m a Matéria

A radiação g a m a proveniente de isótopos radioativos, os elétrons e os raios X

gerados nos aceleradores, são conhecidos como radiações ionizantes, que

interagem c o m os produtos e no resultado de colisões c o m os elétrons orbitais q u e

constituem os materiais d o s produtos, p e r d e m e n e r g i a para e s s e s elétrons, q u e por

sua v e z são excitados adquirindo níveis mais altos d e energia o u s ã o e x p u l s o s

c o m p l e t a m e n t e d e suas órbitas colidindo c o m outros elétrons orbitais*^^^

Este p r o c e s s o c o m p l e x o c o n d u z a p r o d u ç ã o d e u m a g r a n d e q u a n t i d a d e d e

á t o m o s excitados e d e á t o m o s eletricamente c a r r e g a d o s , o u grupos d e á t o m o s

d e n o m i n a d o s íons. O s produtos d a ionização, o s íons, o s elétrons secundários.


22

átomos e m o l é c u l a s excitadas s u b s e q u e n t e m e n t e p e r d e r ã o suas e n e r g i a s para o

meio q u e os c i r c u n d a m e s e revertem e m e s t a d o s estáveis d e radicais livres.

A energia proveniente da radiação ionizante ao interagir c o m a c a m a d a d e

efluentes, o u outro material qualquer, é absorvida pelos átomos e moléculas d e á g u a

que o constituem, produzindo, entre outras espécies, os radicais livres H * e O H " ,

altamente reativos'^^'

No c a s o do tratamento d e efluentes c o m radiações, o s radicais a o interagirem

c o m as m o l é c u l a s produzirão oxidação, redução, dissociação e d e g r a d a ç ã o . Os

radicais livres p o d e m c o m b i n a r - s e para formar a l g u m a s moléculas ativas, q u e s ã o

de g r a n d e utilidade para o tratamento da á g u a , c o m o é o caso d o peróxido d e

hidrogênio (H2O2) e d o ozônio (O3), produtos estes importantes t a m b é m d o ponto de

vista d e desinfecção.

A interação da radiação c o m o s efluentes p o d e ser d e m o d o direto o u indireto.

A a ç ã o direta é considerada como a interação d a radiação c o m a molécula-alvo,

e n q u a n t o q u e a a ç ã o indireta ocorre q u a n d o a molécula alvo é afetada pelas

espécies q u í m i c a s f o r m a d a s a p ó s a interação da radiação c o m a á g u a s e n d o o

m o d o indireto p r e d o m i n a n t e sobre o s d e m a i s no tratamento d e efluentes líquidos'^^'.

A radiação ionizante atua na d e g r a d a ç ã o d o s c o m p o s t o s o r g â n i c o s originando

substâncias d e estrutura molecular mais simples q u e p o d e m ser b i o d e g r a d a d a s no

ambiente, além do que para muitos desses compostos, não há alternativas

convencionais de tratamento.

Especificamente na interação da radiação ionizante c o m efluentes líquidos, a

d e c o m p o s i ç ã o completa de u m poluente é d e p e n d e n t e de vários fatores tais c o m o , a

reatividade d o s produtos primários da radiólise da água, a presença d e sais

inorgânicos, os c o m p o s t o s orgânicos, a estrutura da molécula, a t e m p e r a t u r a , o p H ,

a c o n c e n t r a ç ã o de oxigênio, a dose e a taxa d e d o s e d e irradiação.

E m t o d o s os processos de irradiação é f u n d a m e n t a l q u e s e c o n h e ç a a

quantidade d e energia absorvida pelo material q u a n d o ele é exposto a u m c a m p o d e


23

radiação, o n d e o s efeitos químicos, físicos e biológicos são d e p e n d e n t e s da

quantidade d e interações d e s s a energia c o m o meio. Portanto a d o s e absorvida, o u

s i m p l e s m e n t e d o s e é definida c o m o a q u a n t i d a d e d e energia absorvida por unidade

de m a s s a d o material irradiado é a s u a unidade definida pelo Sistema Internacional

de Unidades é Joule por quilograma (Jkg"") e é expressa em Gray (Gy),

anteriormente d e n o m i n a d a d e rad ( 1 G y = 1 Jkg"^ = 1 0 0 rad) ^^"^K

O r e n d i m e n t o dos produtos químicos o u íons produzidos pela radiação é

expresso c o m o a razão da q u a n t i d a d e de produtos produzidos pela energia. E m

química da radiação este rendimento é d e n o m i n a d o G e a sua unidade é mol/J e

significa o n ú m e r o d e radicais, moléculas o u íons q u e são f o r m a d o s (ou destruídos)

e m u m a s o l u ç ã o pela absorção d e 100 e V d e e n e r g i a incidente'^®^

O s trabalhos d e tratamento d e efluentes c o m radiações ionizantes têm

e m p r e g a d o b a s i c a m e n t e dois tipos d e irradiadores, q u e s ã o o s aceleradores d e

elétrons e a s fontes seladas de radioisótopos e m i s s o r e s g a m a , c a d a u m c o m s u a s

v a n t a g e n s e d e s v a n t a g e n s . O uso de radioisótopos e m i s s o r e s g a m a , s e n d o o mais

utilizado o cobalto-60, apresenta o incoveniente de possuir uma baixa taxa d e d o s e

e os cuidados inerentes a u m a fonte contínua d e radiação'^^^

O acelerador d e elétrons é a alternativa q u e apresenta sensíveis v a n t a g e n s ,

emitindo radiação a p e n a s q u a n d o é e n e r g i z a d o permitindo altas taxas de d o s e s , e

d e acordo c o m a finalidade, p o d e m ser construídas m á q u i n a s d e p e q u e n o porte

facilitando o m a n u s e i o e o transporte para uso e m diferentes locais e a associação

c o m outras t é c n i c a s .

A f u n d a m e n t a ç ã o para o uso d e feixes d e elétrons de alta energia no c a m p o

da química d a s radiações, mais especificamente nos efeitos d a radiação em

materiais, é apresentada a seguir de m o d o sumário.


24

2.3.2. E f e i t o s d a s R a d i a ç õ e s n o s Materiais'^*'

Os efeitos da irradiação nos materiais e m geral s ã o devidos ao g r a n d e

n ú m e r o de interações da radiação c o m os á t o m o s e moléculas. A principal interação

é a ionização e é representada pela equação:

A + hv = A ^ + e' + hv'

na qual o átomo A absorve a energia da interação da radiação para liberar s e u

elétron de ligação e tornar-se um íon carregado e essa energia de d e g r a d a ç ã o p o d e

continuar ionizando outros á t o m o s durante a sua trajetória. Por exemplo, uma

partícula d e radiação (fóton) de 3,5MeV p o d e ionizar a p r o x i m a d a m e n t e 100.000

átomos. Se uma interação resulta na absorção de s o m e n t e u m a parte da energia d e

ionização, pode ocorrer u m processo d e excitação representado pela e q u a ç ã o :

A + hv = A * + hv'

o n d e A* é um átomo no seu e s t a d o excitado de energia c o m um elétron e m uma

órbita mais afastada (menor energia d e ligação).

No evento da ionização, o átomo ionizado combina c o m o elétron livre para

um estado excitado e e s s e á t o m o excitado retorna ao s e u estado fundamental

através de vários processos de relaxação, como por e x e m p l o , por fluorescência:

A* = A + hv"

o n d e h v " é a energia liberada pelo elétron ao retornar de uma c a m a d a mais externa

para a sua órbita mais interna.

U m outro processo é a transferência de energia:

A* + B = A + B*

o n d e B torna-se u m á t o m o ou molécula excitada. U m outro processo importante d e

relaxação é a quebra de moléculas c o m ligações covalentes

comsk) mumiDícK-ji-'" ;.-/J.EAR/SP-IPES


25

( R:S )* = R. + .S

o n d e R. e .S são os radicais livres q u e p o s s u e m g r a n d e s e n e r g i a s d e reatividade

química.

Os radicais livres t ê m u m importante papel no p r o c e s s o de tratamento por

radiação, pois a p ó s a sua f o r m a ç ã o p o s s u e m u m a vida muito curta m a s muito ativa

formando previamente as seguintes equações, pela interação com átomos e

moléculas vizinhas:

Rearranjo: AB. = BA.

Dissociação: AB. = A. + B
I I I I

Adição: R. + >C=C< = >C-C<

Substituição: A. + BC = AB + C.

até q u e a energia d o s radicais livres seja dissipada e m u m processo d e t e r m i n a ç ã o ,

tal c o m o :

Combinação: R. + .S = R:S

Desproporcionamento: 2 RH. = RH2 + R

Transferencia de elétron: M(Z + R. = M((Z+ 1)*) + R'

Para compostos puros, os efeitos resultantes são provenientes

principalmente d a a ç ã o direta, m a s e m s o l u ç õ e s o principal m e c a n i s m o é a a ç ã o

indireta da radiação. Para á g u a s residuárias e d e a b a s t e c i m e n t o o efeito da radiação

d e v e ser relacionado principalmente c o m a interação da radiação c o m as m o l é c u l a s

d e á g u a e as espécies produzidas, apresentadas a seguir:

H2O ^ e'aq + H + O H + H2O2 + H 3 O * + H2

[2,6] [0,6] [2,7] [0,7] [2,6] [0,45]


26

A o contrário das reações fotoquímicas o n d e um fóton de luz inicia u m a reação

(molecular), u m elétron d e alta energia é capaz de iniciar milhares de reações para

dissipar a sua energia. A eficiência d e conversão d e u m elétron d e alta energia,

radiação ionizante, e m u m processo químico é definida c o m o G (valores entre

colchetes na reação acima).

Elétron a q u o s o (e'aq)

O e"aq é u m p o d e r o s o a g e n t e redutor e a s s u a s r e a ç õ e s s ã o simples

transferências de elétrons, a p r e s e n t a n d o a seguinte fórmula g e r a l :

eaq + S" -> S"-^

O e"aq r e a g e c o m n u m e r o s o s c o m p o s t o s químicos o r g â n i c o s e e m particular

c o m a q u e l e s perigosos e tóxicos tais c o m o os h a l o g e n a d o s c o n f o r m e a reação geral

dessa equação:

e"aq + RCI R + Cl"

Á t o m o de Hidrogênio

O H. provoca dois tipos d e reações c o m os c o m p o s t o s o r g â n i c o s , a adição e

a abstração de hidrogênio. Um exemplo de uma típica reação de adição é

apresentada com o benzeno:

H + CeHe ^ CgHy

A segunda reação geral e n v o l v e n d o o H c o m m e t a n o l é abstração de

hidrogênio:

H + CH3OH ^ H2 + CH2OH
27

Radical Hidroxila

O radical hidroxila p o d e provocar diversos tipos d e reações c o m produtos

químicos e m s o l u ç õ e s a q u o s a s . O s tipos d e reações q u e c o m u m e n t e o c o r r e m s ã o

adição, abstração d e hidrogênio, transferência d e elétrons e recombinação radical-

radical. A s reações d e adição ocorrem facilmente c o m c o m p o s t o s aromáticos e

alifáticos insaturados. O s c o m p o s t o s resultantes s ã o radicais hidroxilados'^^^

.OH + CH2 = CH2 ^ .CH2-CH2OH

A s reações de abstração o c o r r e m c o m m o l é c u l a s saturadas e muitas não

saturadas, c o m o por e x e m p l o s os aldeídos e c e t o n a s :

.OH + CH3-CO-CH3 ^ .CH2COCH3 + H2O

A s reações d e transferência de elétrons são t a m b é m c o m u n s e ocorrerão

q u a n d o soluções a q u o s a s s ã o irradiadas c o m elétrons d e alta energia. Por e x e m p l o ,

reações e n v o l v e n d o íons halogênios ( X ) p o d e m ocorrer c o m o :

OH + X ^ X + OH

X + X- ^ X2"

O radical X2" p o d e rapidamente reagir c o m moléculas orgânicas f o r m a n d o

c o m p o s t o s h a l o g e n a d o s orgânicos. Os halogênios d e maior interesse s ã o o C l ' e o

Br'. A s reações d o O H c o m os Cl" são insignificantes e m s o l u ç õ e s a q u o s a s c o m p H

acima d e 2 e t ê m p o u c o interesse na aplicação d o presente trabalho.


28

Peróxido d e H i d r o g ê n i o

A r e a ç ã o q u e resulta na f o r m a ç ã o d o H2O2 é a r e c o m b i n a ç ã o radical-radical

envolvente o O H :

OH + OH -> H2O2

U m a s e g u n d a fonte de H2O2 e m s o l u ç õ e s a q u o s a s o x i g e n a d a s s ã o as

reações d e e"aq e H c o m O2 Essas d u a s reações resultam na f o r m a ç ã o de oxigênio

reduzido, o íon radical superoxide e/ou o ácido conjugado:

e'aq + 0 2 ^ O2"

H + O2 HO2

O s produtos d e s s a s e q u a ç õ e s estão e m equilíbrio e t a m b é m l e v a m a

f o r m a ç ã o d e H2O2:

2O2' + 2H" ^ H2O2

2HO2 H2O2 + O2

A f o r m a ç ã o d e H2O2 durante o p r o c e s s o e a possibilidade da seguinte reação

fornecendo mais radicais oxidantes para o m e i o :

e'aq + H2O2 ^ OH + OH
29

Q u a n d o se considera os sólidos presentes e m á g u a s residuárias o u efluentes

industriais p o d e m ser c o n c e n t r a d o s por uma v a r i e d a d e d e técnicas convencionais,

c o m o por e x e m p l o : filtração, floculação, destilação, entre outros.

A radiação ionizante é capaz de aumentar a taxa d e s e d i m e n t a ç ã o o u alterar

as características coloidais desses sólidos, pois em geral os coloides são

estabilizados por cargas eletrostáticas q u e c a u s a m u m a r e p u l s ã o mutua entre as

partículas q u e i m p e d e m a sua a g r e g a ç ã o e m u m t a m a n h o suficiente no qual a s

forças d e gravidade p o s s a m ocasionar u m a sedimentação. A radiação produz u m

d e c r é s c i m o o u destruição d e s s a s forças eletrostáticas, pela p r o d u ç ã o d e íons e

elétrons livres q u e irão reagir c o m a s espécies d e carga oposta neutralizando a

carga d a s partículas coloidais e c a u s a n d o c o n s e q u e n t e m e n t e a s u a sedimentação.

Simultaneamente, a radiação ionizante exerce um efeito letal nos

microorganismos, bactérias, vírus, e s p o r o s e outros o r g a n i s m o s c o m o as algas,

protozoários e parasitas, t a m b é m através dos efeitos direto e indireto das radiações,

c a b e n d o destacar a existência d e u m a l v o de a t a q u e principal q u e é o material

genético da célula, D N A e/ou RNA.

2.3.3. T i p o s de Irradiadores'^^*

O b o m b a r d e a m e n t o d e produtos por radiação g a m a , por raios-X o u por

elétrons s ã o técnicas efetivas no processamento por radiação ionizante, s e n d o a

principal diferença entre e s s a s técnicas o tipo da radiação primária q u e interage c o m

o produto a ser tratado.

A p ó s a primeira interação, o m e c a n i s m o d e transporte d e energia no interior

d o produto é o m e s m o para os três tipos d e radiação, prevalecendo os elétrons

s e c u n d á r i o s (elétrons expulsos d e s u a s órbitas) q u e p r o d u z e m a maioria das

excitações e ionizações p r o v o c a n d o os efeitos químicos.


30

Fonte Gama

O s irradiadores industriais utilizam o isótopo artificial ^°Co, q u e é produzido

e m reatores nucleares. No decaimento radioativo natural o ^°Co emite dois raios

g a m a c o m e n e r g i a s d e 1,17MeV e 1,33MeV. O principal uso d o s irradiadores g a m a

e s t á focalizado na esterilização d e produtos médicos e farmacêuticos, na redução d e

carga microbiana d e especiarias, ervas medicinais, cosméticos e alimentos.

A c e l e r a d o r e s d e Elétrons

Os elétrons s ã o produzidos e m aceleradores d e elétrons, q u e p o d e m ser

definidos c o m o s i s t e m a s o n d e se estabelece um potencial d e alta voltagem entre u m

c á t o d o e u m â n o d o n u m t u b o de v á c u o . O cátodo emite feixe d e elétrons, c t i a m a d o s

raios catódicos o u feixes eletrônicos, q u e s e g u e m o m e s m o principio d o t u b o d e

televisão, o n d e a g r a n d e diferença é q u e este último utiliza, a p r o x i m a d a m e n t e ,

2 5 . 0 0 0 volts d e energia, e n q u a n t o o acelerador utiliza da o r d e m d e milhiões d e volts.


31

A Figura 4 representa o diagrama do acelerador industrial de elétrons

localizado no I P E N .

ACELERADOR DE ELÉTRONS (IPEN)


RADIATION DYNAMCI S INC-DYNAMITRON 1500/25
SISTEMA DE ALTA TENSÃO
TERMINAL DE MÓDULO RETIFICADOR ELETRODOS DE RF TRANSFORMADOR

ALTA TENSÃO DE RF

Cn .C2
/T\ /^^
e H OSCILADOR

DE 100 kHz

\ly \1/ \y
FILAMENTO ».C3 :ci B
ÁNÉIS DE CORONA

DIVISOR DE
CORRENTE

440/460V (REDE)
TUBO DE
60Hz
ACELERAÇÃO

DINODOS

TERRA

SISTEMA DE VACUO

BOBINAS DE
FOCALIZAÇÃO "

BOBINAS DE
POLARIZAÇÃO

TUBO DE _
DERIVAÇÃO

CÂMARA DE
VARREDURA
SISTEMA DE
CORNETA DE VARREDURA
VARREDURA E ÓTICO
JANELA DE
TITÂNIO

/ / / / : i : \ \\ \
FEIXE DE ELÉTRONS

MATERA
IL

F I G U R A 4 - Diagrama do acelerador industrial de elétrons d o IPEN'^'*^

É importante mencionar que os aceleradores de elétrons industriais

disponíveis no m e r c a d o mundial são projetados e fabricados para usos específicos,


32

p o d e n d o - s e classificar os aceleradores por faixa d e energia que definem suas

características construtivas.

O s aceleradores d e elétrons para aplicação industrial c o b r e m a faixa d e

energia de 0 , 3 M e V a 10MeV, s e n d o q u e na faixa d e 0 , 3 M e V a 0 , 5 M e V se e n c o n t r a m

os a c e l e r a d o r e s d e baixa energia, tipo transformador no qual o potencial de

a c e l e r a ç ã o é obtido a partir d e indução eletromagnética c o m o nos transformadores

d e t e n s ã o convencionais. A principal utilização destes aceleradores é na reticulação

d e polímeros constituintes d e filmes finos para e m b a l a g e n s tipo termoretrátil e

t a m b é m na cura de tintas e vernizes para recobrimento d e diversos substratos.

Entre a s faixas d e baixa e alta energia, d e 0 , 5 M e V e 3 M e V e n c o n t r a m - s e as

m á q u i n a s d o tipo ICT (isolated c o r e transform) e Dynamitron f a b r i c a d a s pela

Radiation D y n a m i c s Inc. USA; são m á q u i n a s d o tipo DC (corrente direta) q u e por

s e r e m m á q u i n a s industriais a p r e s e n t a m robustez e alta confiabilidade, permitindo

uma disponibilidade operacional de no mínimo 8.000 horas por ano. A s principais

aplicações d e s s e s aceleradores d e elétrons estão centradas na modificação da

propriedades d e polímeros, p r e d o m i n a n d o a reticulação de isolantes d e fios e c a b o s

e d e filmes para e m b a l a g e n s e p n e u s .

N a faixa d e 3,0MeV a 1 0 M e V e n c o n t r a m - s e o s aceleradores lineares do tipo

Linac, o n d e o n d a s eletromagnéticas são injetadas e m u m a c a v i d a d e f o r m a n d o u m

guia de o n d a , permitindo e m seu interior o surgimento d e c a m p o s elétricos que se

r e p e t e m e m f a s e c o m o d e s l o c a m e n t o d o s elétrons, acelerando-os até altas energias

(superior a 10MeV). R e c e n t e m e n t e foi lançado c o m e r c i a l m e n t e pela IBA (Bélgica) o

acelerador tipo Rodhotron c o m eficiência superior a o s Linacs, o n d e os elétrons

d e s c r e v e m órbitas circulares e g a n h a m u m incremento d e energia a c a d a p a s s a g e m

pelo centro d o acelerador até s e r e m extraídos e m d i r e ç ã o a o alvo.

Fonte d e Raios-X

A g e r a ç ã o d o s raios-X é feita e m aceleradores, o n d e o feixe d e elétrons incide

sobre u m a l v o de material p e s a d o g e r a n d o por efeito Brenmstralung os raios-X. A

eficiência d e s t e tipo d e gerador é bastante baixa.


33

Para os aceleradores industriais c o m c o n v e r s o r e s d e raios X, a energia d e

a c e l e r a ç ã o dos elétrons é limitada e m 5 M e V c o m o propósito d e não g e r a r e m fótons

c o m e n e r g i a q u e poderiam interagir c o m o núcleo d e determinados elementos

químicos ( C u , Z n , I, Se, entre outros) constituintes dos materiais e m p r o c e s s a m e n t o

tornando-os radioativos.

Na s e l e ç ã o da fonte apropriada de radiação ionizante para aplicação e m

processos industriais as variáveis descritas a seguir d e v e m ser c o n s i d e r a d a s .

Para t o d a s as fontes de irradiação a penetração da radiação ionizante é

inversamente proporcional a d e n s i d a d e do produto a ser beneficiado. A e s p e s s u r a

do material a ser tratado e a sua d e n s i d a d e s ã o fatores determinantes na aplicação

g a m a "versus" feixe de elétrons.

O poder d e penetração do feixe d e elétrons é menor d o que o d o g a m a . Por

e x e m p l o , para u m material c o m d e n s i d a d e d e 1g/cm^ ( s e m e l h a n t e a da água) o

poder d e p e n e t r a ç ã o d e um feixe d e elétrons c o m energia d e 1 0 M e V é d e 5 c m ,

e n q u a n t o q u e para u m irradiador g a m a utilizando ^°Co c o m e n e r g i a média d e

1,25MeV é d e cerca d e 50cm.

D e v i d o a característica d o d e c a i m e n t o radioativo o p r o c e s s a m e n t o utilizando

radiação g a m a f°Co) torna-o m a i s lento d o q u e os q u e utilizam aceleradores d e

elétrons. C o m o e x e m p l o , os irradiadores g a m a utilizados para esterilização e/ou

redução de carga microbiana d e diversos produtos e q u e o p e r a m e m escala

comercial, a p r e s e n t a m u m a taxa d e d o s e entre 4 k G y / h até 3 0 k G y / h e m contraste

c o m o s a c e l e r a d o r e s q u e apresentam u m a t a x a de d o s e muito maior c h e g a n d o a

2 0 k G y / s e g u n d o (72.000kGy/h) para u m a c e l e r a d o r de energia d e 1 0 M e V e potência

de 50kW.

Portanto a s d o s e s d e v e m ser aplicadas d e m o d o uniforme a f i m d e s e obter

uma eficiência elevada d o processo, o q u e d e p e n d e da geometria d o material e m

relação á fonte e d o s valores d e d e n s i d a d e e espessura. E m instalações c o m

aceleradores d e elétrons, a dose d e v e ser distribuída c o m u m a maior uniformidade,

a o longo da largura do sistema de varredura d o feixe.


34

A T a b e l a 2 a p r e s e n t a algumas v a n t a g e n s e d e s v a n t a g e n s d o s irradiadores

existentes.

T A B E L A 2 - V a n t a g e n s e d e s v a n t a g e n s entre o s irradiadores*'*^

IRRADIADOR VANTAGENS DESVANTAGENS

Acelerador de Elétrons Intensidade da radiação alta Necessita de operadores especializados


Condição do material a ser exposto Custo do equipamento e instalações

mais facilitada
Maior rendimento de energia
Sistema Liga-desliga/Cessa emissão

Fontes Gama Não requer operadores especializados Operação contínua evitando o


desperdício de energia
Contínua radioatividade
Aceitação pública

Dificuldades para licenciamento,


recarga e transporte da fonte

A s c o n s i d e r a ç õ e s acima são determinantes d o p o n t o d e vista de d e s e m p e n h o

técnico do processo a ser utilizado e d o s valores d o s e x e m p l o s acima apresentados,

observa-se q u e a taxa d e d o s e oferecida pelos aceleradores é p r e d o m i n a n t e na

seleção da fonte de irradiação. A l é m d a s variáveis técnicas apresentadas, outros

fatores dos aceleradores d e elétrons com relação a s fontes radioativas são

importantes na definição da fonte de irradiação, merecendo serem citados:

otimização d o capital investido, custos operacionais, s e g u r a n ç a d e o p e r a ç ã o e nível

d e aceitação pelo público

2.4. L E G I S L A Ç Ã O AMBIENTAÜ^^'*^'''"

A Lei Federal n. 6 9 3 8 de 31/08/1981 sobre a Política Nacional d e Meio

A m b i e n t e , a Resolução C O N A M A n. 2 0 d e 2 0 / 0 6 / 1 9 8 6 e o Decreto Estadual de S ã o

Paulo d e n. 8 4 6 8 d e 08/07/1976, e s t a b e l e c e m os níveis d e e m i s s ã o d e poluentes

para descarte e m u m c o r p o receptor s e m alterar a sua qualidade.

O Brasil t e m u m a d a s mais rigorosas e atuais legislação d e tratamento

ambiental d o m u n d o inteiro. E m c o n s e q ü ê n c i a disto, a s e s t a ç õ e s d e tratamento

tanto d e á g u a potável ( E T A ) , quanto as de Efluente (ETE) t e m u m rigoroso controle

para liberação de s e u s produtos finais, q u e s e r ã o d e s p e j a d o s nos corpos d ' á g u a .


35

c o m relação aos valores máximos permitidos d e c o m p o s t o s orgânicos e inorgânicos.

Os limites e padrões estabelecidos d e v e m ser s e g u i d o s a risca para q u e as

e m p r e s a s p o s s a m fazer a e m i s s ã o d e s e u s efluentes líquidos e m u m c o r p o d'água

receptor. O s limites estabelecidos pelo artigo 18 d o R e g u l a m e n t o da Lei d o Estado

d e São Paulo n°997 de 31/05/1976 e simultaneamente pelo artigo 21 d a Resolução

Federal C O N A M A n ú m e r o 2 0 d e v e m ser s e g u i d o s pelas industrias e ser aplicado

s e m p r e o mais restritivo. A s metodologias analíticas para a d e t e r m i n a ç ã o dos

parâmetros físicos, químicos e microbiológicos a t e n d e m á s especificações das

normas mais recentes d a publicação d o Standard M e t h o d s for the Examination of

W a t e r a n d W a s t w a t e r d e autoria d a s instituições A m e r i c a n Public Health Association

(APHA), American Water Works Association (AWWA) e Water Environment

Federation (y\IEFf^\

Nas tabelas 3 e 4 s ã o mostrados o s parâmetros necessários e s e u s limites d e

descartes.

(11)
T A B E L A 3 - Classificação das águas na rede de monitoramento (Resolução CONAMA 20/86)

PARÂMETRO Unidade Classe Classe Classe Classe Classe


mg/L Especial 1 2 3 4
OD 6 5 4 2
PH 6ag 6ag 6ag -
DBO 3 5 10 -
Nitrogênio 10 10 10 -
(nitrato)
Nitrogênio 1 1 1 -
(nitrito)
Fósforo total 0,025 0,025 0,025 -
Turbidez (UNT) 40 100 100 -
Cloreto total 250 250 250 -
Alumínio 0,1 0,1 0,1 -
Bário 1 1 1 -
Cádmio 0,001 0,001 0,001 -
Chumbo 0,03 0,03 0,03 -
Cobre 0,02 0,02 0,05 -
Níquel 0,025 0,025 0,025 -
Mercúrio 0,0002 0,0002 0,0002 -
Zinco 0,18 0,18 5 -
Manganês 0,1 0,01 0,5 -
Fenóis 0,001 0,001 0,3 1
Coliformes (NPM/100mL) 200 1000 4000 -
fecais
Coliformes totais (NPM/100mL) Ausentes (*) 1000 5000 20000 -
Resíduo filtrável 500 500 500 -
Surfactantes 0,5 0,5 0,5 -
I desinfecção.
• OD: Oxigênio Dissolvido
• pH: Potencil Hidrogenionico
> DBO: Demanda Bioquímica de Oxigênio
36

T A B E L A 4 - Valores máximos permitidos para lançamentos de efluentes em corpos d'água (Artigo


18 e 21) para lançamento de efluentes em sistemas públicos de esgotos (artigo 19A)

ARTIGO ARTIGO ARTIGO

PARÂMETRO 18 21 19-A

(mg/L) (mg/L) (mg/L)

Resíduos sedimentáveis <1,0 <1,0 <20


mL/L

Óleos e graxas 100 - 150

DBO 60* - -
Amónia - 5,0 -
Arsênio 0,2 0,5 1,5

Bário 5,0 5,0 -


Boro 5,0 5,0 -
Cádmio 0,2 0,2 1,5

Chumbo 0,5 0,5 1,5

Cianeto 0,2 0,2 0,2

Cobre 1,0 1,0 1,5

Cromo hexavalente 0,1 0,5 1,5

Cromo trivalente - 2,0 -


Cromo total 5,0 - 5,0

Estanho 4,0 4,0 4,0

Fenol 0,5 0,5 5,0

Fen-o (Fe^*) 15,0 15,0 15,0

Fluoretos 10,0 10,0 10,0

Manganês(Mn^*) 1,0 1,0 -


Mercúrio 0,01 0,01 1,5

Níquel 2,0 2,0 2,0

Prata 0,02 0,1 1,5

Selènio 0,02 0,05 1000,0

Sulfato - - 1,0

Sulfeto - 1,0 -
Sulfito - 1,0 5,0

Zinco 5,0 5,0 -


Organofosforados e - 1,0 -
carbomatos totais

Sulfetos de carbono - 1,0 -


Tricloroeteno - 1,0 -
Clorofórmio - 1,0 -
Tetracloreto de carbono - 1,0 -
Dicloroeteno - 1,0 -
Organoclorados não listados - 0,05 -
• Os espaços em branco indicam não referência de valores.
este valor poderá ser ultrapassado, desde que o tratamento reduza no mínimo 80% da
carga em termos de DBO.
37

3. P A R T E E X P E R I M E N T A L

O trabalho foi desenvolvido utilizando-se d u a s metodologias, a d e irradiação

c o m u m acelerador de elétrons d e alta energia e a d e a d s o r ç ã o por carvão ativado.

O trabalho foi realizado e m d u a s etapas, na primeira e t a p a estudou-se o

efeito d a a d s o r ç ã o por c a r v ã o ativado e a irradiação por feixe d e elétrons d e alta

energia e m amostras d e s o l u ç õ e s p a d r õ e s preparadas e m laboratório e na s e g u n d a

etapa realizou-se o m e s m o e s t u d o c o m a m o s t r a real d e efluente proveniente d e uma

indústria petroquímica.

3.1. AMOSTRAGEM

No presente estudo f o r a m utilizadas soluções p a d r õ e s preparadas c o m o s

c o m p o s t o s orgânicos: clorofórmio, 1,2 - dicloroetano, tolueno, b e n z e n o , xileno,

b r o m o f ó r m i o , tricloroetileno, metil isobutil cetona e amostras reais provenientes da

indústria petroquímica.

3.2. P R O C E S S A M E N T O POR A D S O R Ç Ã O EM CARVÃO ATIVADO

Para a metodologia d o c a r v ã o ativado utilizaram-se o s dois tipos d e carvão

mais c o m u m e n t e utilizado pelas indústrias, q u e são o granulado e o pulverizado.

As amostras d e carvão ativado granular e pulverizado utilizadas neste

trabalho f o r a m o filtren - NA e o sorbius - L N , respectivamente fornecidas pela

Fábrica Brasileira d e Catalisadores Ltda, F B C . Esses dois tipos d e carvões são

n o r m a l m e n t e utilizados e m p r o c e s s o s industriais, e m s i s t e m a s d e tratamento d e

á g u a s e de despejos industriais.

O filtren - NA é u m tipo d e c a r v ã o ativado granular produzido através d o

processo d e ativação física, c o m v a p o r d e á g u a a alta t e m p e r a t u r a e m u m sistema


38

contínuo e controlado. Pela natureza d e matéria prima "carvão v e g e t a l " de Pinus e

d o processo utilizado, o c a r v ã o granular c o n t é m e m sua superfície interna uma g a m a

equilibrada de poros c o m t a m a n h o s micro, m é d i o s e macro, f a z e n d o c o m q u e e s s e

produto tenha u m a e x c e l e n t e capacidade de a d s o r ç ã o para u m a série variada de

compostos tronando-o indicado para a finalidade deste trabalho. Mesmo

a p r e s e n t a n d o alta c a p a c i d a d e de adsorção e eficiência, a vida útil d o carvão

granular d e p e n d e d o produto q u e será adsorvido e d o teor d a s impurezas presentes

no efluente*^^^. Este c a r v ã o apresenta a s seguintes características:

• índice d e lodo: 800: mg/g (mínimo);

• Área interna: 840: m^/g (mínimo);

• Teor de u m i d a d e : 5 % (máximo);

- Granulometria (Tyller): 3x6,6x10,8x30,12x24

No caso d o Sorbius - L N , devido a s u a alta c a p a c i d a d e de adsorção, estima-

s e q u e d u a s g r a m a s d e carvão para cada lOOmL d e efluente já garante o

d e s e m p e n h o desejado. Portanto s e m p r e é r e c o m e n d á v e l determinar previamente a

d o s a g e m necessária do carvão, evitando-se assim, u m a u m e n t o d e custo do

processo e inviabilizando o tratamento^^^l Este carvão apresenta a s seguintes

especificações:

índice d e lodo: 800: mg/g (mínimo);

Área interna: 850: m^/g (mínimo);

Teor d e u m i d a d e : 1 0 % (máximo);

Granulometria (Mesh): 6 0 % menor q u e 325 (mínimo).

No processo por a d s o r ç ã o e m carvão ativado há a n e c e s s i d a d e de s e obter

alguns d a d o s importantes s o b r e o próprio c a r v ã o ativado: tais c o m o a eficiência d e

a d s o r ç ã o considerando a concentração dos c o m p o s t o s o r g â n i c o s no efluente, o

t e m p o d e contato da amostra c o m o carvão, a d e t e r m i n a ç ã o de saturação o u

c a p a c i d a d e de a d s o r ç ã o .
39

A Figura 5 representa u m fluxograma d e tratamento c o m c a r v ã o ativado

granulado.

Alimentação

Regeneração do carvão

Coluna de
leito fixo

Carvão utilizado
Efluente tratado

F I G U R A 5 - Fluxograma d o processo de tratamento por a d s o r ç ã o por

carvão ativado granulado.

3.2.1. Processamento com Carvão Ativado Granulado

Nos experimentos c o m o c a r v ã o ativado granular utilizou-se uma coluna d e

leito fixo, similar a u m a c o l u n a trocadora de íons, c o m a s seguintes características:

diâmetro externo da coluna d e 4 , 2 c m , diâmetro interno 3,8cm, altura d o leito filtrante

17,5cm, massa d e c a r v ã o lOOg e v a z ã o d e efluente d e 6 0 m L / m i n .

No preparo da coluna d e carvão ativado g r a n u l a d o f o r a m o b e d e c i d a s as

seguintes etapas*^^^:

" Primeiramente a d i c i o n o u - s e água deionizada e m u m b e c k e r c o m c a r v ã o

ativado granulado d e i x a n d o - o por u m período d e 2 4 h ;


40

• A p ó s este período levou-se a o f o g o até ebulição, deixando neste estado

por 15min. para eliminação dos voláteis;

• P a s s o u - s e a á g u a já resfriada c o n t e n d o o carvão através d e papel d e filtro

c o m auxílio de uma b o m b a d e v á c u o ;

• L e v o u - s e o carvão até uma estufa a uma temperatura d e 105°C por u m

período de 2 4 h para sua s e c a g e m ;

• Resfríou-se e m um dessecador para então utilizar o carvão ativado

granulado.

Para a utilização d o carvão ativado pulverizado, misturou-se o efluente ao

carvão, agitou-se por u m t e m p o pré-determinado e s e p a r o u - s e por filtração o u

decantação.

D e t e r m i n a ç ã o da c a p a c i d a d e de a d s o r ç ã o o u s a t u r a ç ã o

Para a d e t e r m i n a ç ã o da saturação ou c a p a c i d a d e d e a d s o r ç ã o do C a r v ã o

A t i v a d o Granular eluiram-se da coluna d e leito fixo, v o l u m e s d e 2 0 m L da solução

padrão e de efluentes reais de uma industria petroquímica, por dez vezes

consecutivas, s e m p r e coletando-se alíquotas d e 15 mL.

D e t e r m i n a ç ã o da c a p a c i d a d e de r e g e n e r a ç ã o o u reativação

A r e g e n e r a ç ã o d o carvão ativado granular foi realizada utilizando-se uma

solução de N a O H a 5 % e posterior l a v a g e m c o m á g u a destilada. O índice de iodo

d o carvão foi d e t e r m i n a d o para verificar a sua p o r c e n t a g e m d e regeneração. Q u a n t o

mais próximo o valor d o índice de iodo estiver do s e u valor inicial(carvão virgem),

significa q u e a regeneração conseguiu eliminar a maior parte dos compostos

adsorvidos pelo carvão ativado. Este experimento foi realizado nos laboratórios d a

Fabrica Brasileira d e Catalizadores LTDA.

C o m o e s s e tratamento a r e g e n e r a ç ã o n u n c a atinge o valor d e 1 0 0 % e c a s o

haja a n e c e s s i d a d e d e se obter uma r e g e n e r a ç ã o completa dos poros d o carvão.


41

d e v e - s e optar pela reativação d o m e s m o utilizando fornos a altas temperaturas c o m

v a p o r d e á g u a , realizada normalmente na indústria de p r o d u ç ã o d e carvão ativado,

p o r e m este método não foi a b o r d a d o no trabalho*""^®'.

A eficiência de a d s o r ç ã o d o carvão ativado granular foi verificada realizando-

s e os experimentos d e t a l h a d o s a seguir: a solução p a d r ã o foi eluida pela coluna d e

carvão ativado c o m u m a v a z ã o d e 6 0 mL/min. O s eluídos f o r a m analisados por

cromatografia g a s o s a e determinou-se a eficiência d e a d s o r ç ã o . Este procedimento

foi repetido por 5 v e z e s consecutivas para verificar a sua reprodutibilidade.

No s e g u n d o experimento procedeu-se c o m o anteriormente realizando-se a

eluiçâo da s o l u ç ã o por 2 v e z e s consecutivas, e posteriormente mais 3 v e z e s

consecutivas.

3.2.2. P r o c e s s a m e n t o c o m C a r v ã o A t i v a d o Pulverizado

Para a d e t e r m i n a ç ã o da saturação do carvão ativado pulverizado, verificou-se

q u a l a concentração d e carvão a ser utilizada para c a d a u m d o s compostos

orgânicos e s t u d a d o s a p ó s u m t e m p o de contato d e 30 m i n u t o s . N e s s e experimento

variou-se a quantidade de carvão ativado pulverizado até obter-se uma

concentração do eluído praticamente constante o q u e d e m o n s t r a a sua saturação

para u m a q u a n t i d a d e d e solução d e 5 0 m L .

Para a verificação da eficiência de adsorção d o s c o m p o s t o s orgânicos no

C A P , utilizaram-se 300 m L das amostras, 5g d e c a r v ã o ativado pulverizado, agitação

por 30 minutos e retiraram-se alíquotas para a d e t e r m i n a ç ã o d a s concentrações d o s

c o m p o s t o s por cromatografia g a s o s a . O processo foi realizado por três vezes

consecutivas, c o m a finalidade d e ser verificada a reprodutibilidade os resultados

obtidos.
42

3.3. PROCESSAMENTO POR IRRADIAÇÃO

A s a m o s t r a s da s o l u ç ã o padrão e a m o s t r a s reais da indústria f o r a m irradiadas

no A c e l e r a d o r Industrial de Elétrons, m o d e l o Dynamitron II, fabricado pela Radiation

Dynamics Inc., c o m energia de até 1,5MeV, corrente variável até 25 mA; c o m os

seguintes parâmetros d e operação:

• varredura do feixe - 112 c m ,

• energia d o feixe de elétrons - 1,4MeV,

• velocidade da bandeja o n d e f o r a m c o l o c a d a s as amostras - 6,72 m/min.

O s valores de corrente de acordo c o m a s d o s e s de irradiação d e s e j a d a s s ã o

a p r e s e n t a d a s na T a b e l a 5.

T A B E L A 5 - V a r i a ç ã o da corrente d o feixe d e elétrons de acordo c o m as d o s e s d e

radiação d e s e j a d a s

CORRENTE NÚMERO DE VOLTAS NÚMERO DE PASSADAS DOSE

(mA) NO ACELERADOR PELO FEIXE DE ELÉTRONS (kGy)


3,0 1 2 5
6,0 1 2 10
6,0 2 4 20
6,0 3 6 30
6,0 4 8 40
6,0 5 10 50
6,0 6 12 60
6,0 7 14 70
6,0 8 16 80
6,0 9 18 90
6,0 10 20 100
6,0 15 30 150
6,0 20 40 200
6,0 25 50 250
6,0 30 60 300

A m o s t r a s d e 3 0 m L das s o l u ç õ e s p a d r õ e s e d e efluentes reais da indústria

f o r a m irradiadas e m sistemas d e batelada o u "batch" e m placas d e Petri e/ou


43

bandejas do tipo "Pyrex" c o m c a p a c i d a d e suficiente e m v o l u m e para atender os 4,0

m m d e e s p e s s u r a exigidos d e carnada do efluente, considerando a d e n s i d a d e d a s

amostras e m 1,0 g/m^ e a energia d e 1,4Mev d o s elétrons. A s placas d e petri f o r a m

posicionadas sobre uma bandeja d e a l u m i n i o localizada a p r o x i m a d a m e n t e 2 5 0 m m

da saída do feixe d e elétrons e as d o s e s aplicadas, selecionadas d e a c o r d o c o m o

levantamento bibliográfico*^^* realizado, foram definidas as seguintes: 5 k G y , 1 0 k G y ,

2 0 k G y , 30kGy, 4 0 k G y , 5 0 k G y , 6 0 k G y , 70kGy, 8 0 k G y , 90kGy, lOOkGy, 150kGy,

2 0 0 k G y , 2 5 0 k G y e SOOkGy. A Figura 6 apresenta as a m o s t r a s d e efluentes e x p o s t a s

ao sistema d e varredura d o feixe d e elétrons d o acelerador.

F I G U R A 6 - A m o s t r a s d e efluentes no sistema d e transporte d o

acelerador industrial d e elétrons

3.4. D E T E R M I N A Ç Ã O DA EFICIÊNCIA D O S P R O C E S S O S

O s processos f o r a m avaliados pelas análises qualitativas e quantitativas d e

c o m p o s t o s o r g â n i c o s presentes antes e após o t r a t a m e n t o por adsorção e m c a r v ã o

ativado e por irradiação. Estas análises foram realizadas, utilizando o concentrador

COWSSAO miQltMCt ÍK'Gf: NüOfAR/SP-fiílil


44

" H e a d space", no C r o m a t ó g r a f o a gás a s s o c i a d o a o espectrómetro d e m a s s a G C -

IVIS Q P 5 0 0 0 da S t i i m a d z u C o , nas condições seguintes:

• C o l u n a DB-5 capilar de silica fundida, c o m d i m e n s õ e s d e 30 m x 0,32 \im

Dl e 0,25 f i m d e e s p e s s u r a d e filme, J & W Scientific, Folcon, CA, USA;

• Hélio c o m g r a u d e pureza 5.0 analítico, c o m o g á s d e arraste, c o m p r e s s ã o

100,0 kPa;

• O p e r a ç ã o d o detector d e massa e m m o d o d e impacto d e elétron (El),

usando 1,50 k V d e v o l t a g e m de ionização e temperatura d e 250°C;

• T e m p e r a t u r a da interface G C M S ajustada para 2 4 0 ° C ;

" A s análises realizadas e m m o d o contínuo ( S C A N ) ;


45

4. R E S U L T A D O S E D I S C U S S Ã O

S e r ã o a p r e s e n t a d o s e discutidos os resultados obtidos c o m p r o c e s s a m e n t o

e m c a r v ã o ativado e irradiação s e p a r a d a m e n t e .

4.1. P R O C E S S A M E N T O POR A D S O R Ç Ã O E M C A R V Ã O A T I V A D O

Primeiramente s e r ã o apresentados e discutidos o s resultados obtidos c o m a s

soluções padrões, preparadas e m laboratório e e m s e g u i d a , s e r ã o apresentados e

discutidos o s m e s m o s e n s a i o s c o m a m o s t r a s reais provenientes da indústria.

4.1.1. A m o s t r a s padronizadas

Para a d e t e r m i n a ç ã o da c a p a c i d a d e d e a d s o r ç ã o o u saturação d o carvão

ativado granular e utilizando uma coluna d e leito fixo, a c o n c e n t r a ç ã o dos c o m p o s t o s

diminui c o n f o r m e o a u m e n t o d a s eluições e a partir da oitava eluiçâo c h e g a - s e a

saturação d a coluna, determinando-se assim a c a p a c i d a d e d e adsorção da coluna

de carvão ativado granular utilizada.

Para a realização d o s experimentos f o r a m p r e p a r a d a s s o l u ç õ e s p a d r õ e s c o m

os c o m p o s t o s o r g â n i c o s mais c o m u m e n t e e n c o n t r a d o s nos efluentes industriais a

saber: clorofórmio, 1,2 - dicloroetano, tolueno, b e n z e n o , xileno, bromofórmio,

tricloroetileno e metil isobutil cetona.

Na T a b e l a 6 s ã o mostrados os resultados obtidos referentes a c a p a c i d a d e d e

a d s o r ç ã o o u saturação d o carvão ativado granular para diferentes compostos

orgânicos.
46

T A B E L A 6 - C a p a c i d a d e de adsorção ou saturação d o carvão ativado granular para


diferentes c o m p o s t o s orgânicos

Clorofórmio 1,2-- DicloroEtano Benzeno TricloroEtileno

c c c c c c c c
(mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL)
Número Número Número Número
Eluições Eluições Eluições Eluições
Padrão Obtida Padrão Obtida Padrão Obtida Padrão Obtida

1 0,0577 1 0,0411 1 0,0199 1 0,0183

2 0,0553 2 0,0354 2 0,0188 2 0,0624

3 0,0367 3 0,0376 3 0,0789 3 0,06

4 0,0377 4 0,0257 4 0,0741 4 0,0477

5 0,0219 5 0,0241 5 0,014 5 0,0379


0,147 0,125 0,088 0,161

6 0,0151 6 0,0179 6 0,012 6 0,0296

7 0,0157 7 0,0098 7 0,0277

8 0,0086 8 0,0058 J183

9 0.0032 9 0,0031 0179

10 0,003 10 0,0014 10 0,0178

Metil isobutil cetona Tolueno Xileno Bromofómiio

c 0 c c c c c c
(mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL)
Número Número Número Número
Eluições Eluições Eluições Eluições
Padrão Obtida Padrão Obtida Padrão Obtida Padrão Obtida

1 0,0314 1 0,0218 1 0,0222 1 0,0707

2 0,0311 2 0,02 2 0,0211 2 0,0687

3 0,029 3 0,0188 3 0,0203 3 0,0625

4 0,0192 4 0,0169 4 0,0188 4 0,0603

5 0,0111 5 0,0153 5 0,0154 5 0,0401


0,08 0,0865 0,088 0,283

6 0,0059 6 0,0111 6 0,0136 6 0,0381

7 0,0046 7 0,0087 7 0,0099 7 0,0354

8 0 0033 8 0,0027 8 0.0066 8 0,0311

9 0,0029 9 0,003 9 0.0068 9 0,0294

10 0,0028 10 0,0031 10 0,006 0.0289


47

Na Figura 7 s ã o a p r e s e n t a d o s os valores referentes a c a p a c i d a d e d e m á x i m a

de adsorção ou saturação do carvão ativado granulado d o clorofórmio, d o 1,2,

Dicloroetano, d o b e n z e n o e d o tricloroetileno.

Saturação do Carvão Ativado Granulado

100 j

o 90 - < X X
ICO
-•—Clorofórmio
o
I-

o 80
tn -»-1,2-Dicloroetano
•a
<o Benzeno
a> 70 -
•a -^Tricloroetileno
60

50 - \ ! 1 1 1 1 \ \

2 3 4 5 6 7 8 9 10
Número de Eluições

F I G U R A 7 - C a p a c i d a d e máxima d e adsorção ou saturação d o Carvão


A t i v a d o Granulado

Na Figura 8 estão representados os valores referentes a capacidade máxima d e

a d s o r ç ã o ou saturação d o carvão ativado granulado d o xileno, do bromofórmio, da

meetil Isobutil Cetona e d o tolueno.


48

Saturação do Carvão Ativado Granulado

-•—Xileno
-•—Bromofórmio
Metil Isobutil Cetona
-K-Tolueno

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Número de Eluições

FIGURA 8 - Capacidade máxima de adsorção ou saturação do C A G

Na T a b e l a 7 é m o s t r a d a a c a p a c i d a d e d e s a t u r a ç ã o o u c o n c e n t r a ç ã o de

s a t u r a ç ã o d o C A G para e s s e s c o m p o s t o s .

TABELA 7 - Concentração de saturação do CAG

Compostos Concentração Padrão Concentração de saturação do CAG


Orgânicos (mg/mL) (mg/mL)
Clorofórmio 0,1470 1,2290
1,2 - Dicloroetano 0,1250 1,0557
Benzeno 0,0880 0,6433
Tricloroetileno 0,1610 1,2724
Metil isobutil cetona 0,0800 0,6587
Tolueno 0,0865 0,7436
Xileno 0,0880 0,7393
Bromofórmio 0,2830 2,3648
49
C a b e m e n c i o n a r que o carvão ativado usado nos experimentos, atinge sua

saturação q u a n d o o índice de iodo a p r e s e n t a valores de até 4 0 0 m g / g . D e t e r m i n o u -

s e o índice d e iodo entre a oitava e n o n a a m o s t r a g e m e obteve-se o valor d e 3 8 0

mg/g atingindo a s s i m a saturação da coluna e x a t a m e n t e o n d e as c o n c e n t r a ç õ e s

obtidas n ã o tiveram uma variação significativa, confirmando q u e o carvão ativado

atingiu sua saturação o u seu limite d e a d s o r ç ã o d o s poluentes.

Na d e t e r m i n a ç ã o da eficiência d e regeneração o u reativação d o carvão

ativado g r a n u l a d o e de acordo c o m a metodologia aplicada o índice d e iodo

a p r e s e n t o u o s valores obtidos na T a b e l a 8.

T A B E L A 8 - Eficiência de r e g e n e r a ç ã o do can/ão ativado granular

Amostras de carvão índice dé lòdo (mg/g) Regeneração (%)


Carvão Virgem 800 -
Amostra 1 680 85
Amostra 2 662 83
Amostra 3 645 80

O b s e r v a - s e q u e c o m esse t r a t a m e n t o a regeneração n ã o atingiu o valor d e

1 0 0 % , m a s os resultados obtidos f o r a m excelentes m o s t r a n d o q u e c o m uma

simples eluiçâo c o m a solução alcalina elimina-se g r a n d e parte dos c o m p o s t o s

adsorvidos.

A eficiência d e adsorção do c a r v ã o ativado granular foi verificada utilizando-se

a solução padrão e na Tabela 9 s ã o m o s t r a d o s valores médios d e eficiência d e

a d s o r ç ã o acima d e 9 4 % para todos o s c o m p o s t o s e uma boa reprodutibilidade nos

resultados obtidos.
50

T A B E L A 9 - Média da eficiência d e adsorção do c a r v ã o ativado granular

Concentração Padrão
Compostos Orgânicos (mg/mL) Adsorção (%)

Clorofórmio 0,1470 98,5


1,2-DicloroEtano 0,1250 98,0
Benzeno 0,0880 98,8
TriçloEtileno 0,1610 100
Metil isobutil cetona 0,0800 96,5
Tolueno 0,0865 97,8
Xileno 0,0880 94,6
Bromofórmio 0,2830 100

A eficiência d e a d s o r ç ã o d o c a r v ã o granular foi t a m b é m verificada utilizando-

s e u m outro experimento, isto é realizando-se a eluiçâo d a s o l u ç ã o por 2 v e z e s

consecutivas. Na T a b e l a 10 são m o s t r a d o s os resultados obtidos.

T A B E L A 10 - M é d i a da eficiência d e adsorção d o carvão ativado granular a p ó s 2


e l u i ç õ e s consecutivas

Concentração Padrão
Compostos Orgânicos (mg/mL) Adsorção (%)
CIprofónmio 0,1470 99
1,2-DicloroEtano 0,1250 99
Benzeno 0,0880 99
TriçloEtileno 0,1610 100
Metil isobutil cetona 0,0800 100
Tolueno 0,0865 100
Xileno 0,0880 97
Bromofórmio 0,2830 100

A o s e r e m realizadas três eluições consecutivas da solução padrão pela

coluna obteve-se uma eficiência d e adsorção d e 1 0 0 % para t o d o s os c o m p o s t o s

orgânicos.

Os resultados da avaliação das meltiores condições para realizar o

e x p e r i m e n t o q u e verificou a eficiência, indicaram u m t e m p o d e contato de trinta

minutos e a quantidade d e cinco g r a m a s d e c a r v ã o ativado pulverizado.


51
Essa quantidade foi determinada c o m b a s e na e q u a ç ã o d e Freundiicfi. ^^°*

log a = log K +1/n (log Ceq)

onde,

a = adsorbilidade (moles (gramas) do adsorbato)/g d o adsorvente;

K = constante, seu logaritmo representa grosseiramente a

c a p a c i d a d e adsorptiva (adsorbilidade) do adsorvente;

n = constante (n > 1), mostra a intensidade d e a d s o r ç ã o ;

Ceq = concentração de equilíbrio do adsórbate

[moles(gramas)soluto)/litro];

Na determinação d a saturação o u capacidade d e a d s o r ç ã o d o carvão ativado

pulverizado utilizando a solução p a d r ã o já existente, verificou-se a concentração d e

carvão utilizada para cada u m d o s c o m p o s t o s orgânicos e s t u d a d o s , foi ideal

c o n s i d e r a n d o a metodologia aplicada. Os resultados estão representados na Tabela

11.
52

T A B E L A 11 - D e t e r m i n a ç ã o da c a p a c i d a d e de a d s o r ç ã o o u saturação d o C A P

Clorofórmio 1,2- - DicloroEtano Benzeno TricloroEtileno

c C c C c C c C
Carvão Carvão Carvão Carvão
(mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL)
Ativado Ativado Ativado Ativado
(g) (g) (g) (g)
Padrão Obtida Padrão Obtida Padrão Obtida Padrão Obtida

0,05 0,1344 0,05 0,119 0,05 0,0553 0,05 0,0923

0,15 0,0706 0,15 0,0455 0,15 0,0182 0,15 0,0611

0,25 0,0579 0,25 0,0419 0,25 0,0165 0,25 0,0264

0,4 0,0344 0,4 0,0193 0,4 0,0082 0,4 0,0239

0,147 0,125 0,088 0,161


0,5 0,0161 0,5 0,009 0,5 0,0055 0,5 0,0123

0,65 0,0148 0,65 0,0076 0,65 0,0052 0,65 0,0117

0,75 0,0111 0,75 0,0036 0,75 0,0028 0,75 0,0107

0,9 0,0041 0,9 0,0019 0,9 0.0011 0,9 0,0059

1 0 no'=o 1 1 0 01^ ^ 1 1

Metil isobutil cetona Tolueno Xileno Bromofórmio

c C c C C c c C
Carvão Carvão Carvão Carvão
(mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL) (mg/mL)
Ativado Ativado Ativado Ativado
(9) (g) (g) (g)
Padrão Obtida Padrão Obtida Padrão Obtida Padrão Obtida

0,05 0,0578 0,05 0,0438 0,05 0,0295 0,05 0,1117

0,15 0,0269 0,15 0,013 0,15 0,025 0,15 0,0937

0,25 0,0197 0,25 0,0128 0,25 0,0226 0,25 0,0838

0,4 0,0152 0,4 0,0126 0,4 0,0209 0,4 0,078

0,08 0,0865 0,088 0,283


0,5 0,0128 0,5 0,0122 0,5 0,0186 0,5 0,075

0,65 0,0101 0,65 0,0117 0,65 0,0185 0,65 0,0713

0,75 0,006 0,75 0,0107 0,75 0,0179 0,75 0,0575

0,9 0,002 0,9 0,0045 0,9 0,0131 0,9 0.052

1 0,0015 ü,oo4: 1 n r,i

Os valores da c a p a c i d a d e d e a d s o r ç ã o ou saturação d o carvão ativado

pulverizado para os c o m p o s t o s o r g â n i c o s : Clorofórmio, 1,2 - D i c l o r o e t a n o , B e n z e n o

e Tricloroetileno, estão representados na Figura 9.


53

C a p a c i d a d e máxima d e a d s o r ç ã o o u s a t u r a ç ã o d o C A P

100
80 -S
o o
60 I '5.

20 5 "
O
0,05 0,15 0,25 0,4 0,5 0,65 0,75 0,9 1
g/mL

-•—Clorofórmio —»-1,2-DicloroEtano Benzeno ^TricloroEtileno

F I G U R A 9 - C a p a c i d a d e máxima de a d s o r ç ã o ou saturação d o C A P

Na Figura 10 e s t ã o representados os valores referentes a capacidade m á x i m a

de a d s o r ç ã o d o carvão ativado pulverizado dos seguintes compostos: Metil isobutil

cetona. Tolueno, Xileno e Bromofórmio.

C a p a c i d a d e m á x i m a d e a d s o r ç ã o o u s a t u r a ç ã o do C A P

100
V
80 T3
•M >e 01 2
60 •O
ra o
;o
40 'o 10
(D T5
Q. n
20 <í
O

0,05 0,15 0,25 0,4 0,5 0,65 0,75 0,9 1


g/mL

-•—Metillsobutil cetona - « - T o l u e n o Xileno Bromofórmio

F I G U R A 10 - C a p a c i d a d e máxima d e a d s o r ç ã o ou saturação do C A P
54

A utilização d o carvão ativado pulverizado apresentou excelentes resultados

na eficiência de a d s o r ç ã o dos c o m p o s t o s orgânicos presentes na solução padrão

c o m o p o d e ser verificado na Tabela 12.

T A B E L A 12 - M é d i a da determinação da eficiência d e a d s o r ç ã o d o C A P

Compostos Concentração Padrão


Orgânicos (mg/mL) Adsorção (%)

Clorofónnio 0,1470 98

1.2-DicloroEtano 0,1250 98

Benzeno 0,0880 99

TriçloEtileno 0,1610 100

MIC 0,0800 100

Tolueno 0,0865 100

Xiieno 0,0880 100

Bromofórmio 0,2830 100

4.1.2. A m o s t r a s Reais

C o m a s amostras reais provenientes de u m efluente d e uma indústria

petroquímica, f o r a m realizados e n s a i o s para verificar a capacidade d e a d s o r ç ã o o u

saturação, a eficiência d e adsorção c o m c a r v ã o ativado g r a n u l a d o e pulverizado,

b e m c o m o a r e m o ç ã o da cor e do odor característicos d o efluente.

T a m b é m f o r a m realizados e n s a i o s c o m a irradiação utilizando acelerador

industrial d e elétrons para determinar a eficiência de remoção d o s compostos

orgânicos d o efluente.

Nos e n s a i o s para verificar a c a p a c i d a d e de a d s o r ç ã o o u a saturação d o

carvão ativado granulado foram realizadas eluições, por dez v e z e s consecutivas

utilizando u m a coluna d e leito fixo, amostras c o m v o l u m e s d e 2 0 mL d o efluente.

Coletaram-se a m o s t r a s d e 15 mL, q u e f o r a m analisadas por cromatografia g a s o s a

para determinar a concentração d e t o d o s os c o m p o s t o s contidos na a m o s t r a .


55
A T a b e l a 13 ilustra a capacidade d e adsorção a p ó s as eluições e c o m o a

a d s o r ç ã o é reduzida a p ó s a saturação.

T A B E L A 13 - C a p a c i d a d e de adsorção d o c a r v ã o ativado g r a n u l a d o a p ó s eluições

compostos
ELUIÇÕES (0/&APSOR(?Ã0)
Orgânicos
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Clorofórmio 93 96 97 97 97 *97,5 97 96 96 96
1,2- Dicloroetano 94 94 *95 88 88 85 82 82 82 82
Benzeno 88 88 89 89 *89 87 87 86 86 86
Tricloroetileno 89 89 89 •90 90 90 90 90 90 90
Metil Isobutil Cetona 88 88 88 88 89 89 90 90 *91 91
Tolueno 98 98 99 99 *99 97 97 97 97 97
Xileno 93 93 93 94 96 97 *97 93 93 93
Bromofórmio 93 94 94 96 97 97 *97 96 96 96
Outros >90 >90 >90 >90 >90 >90 >90 >90 >90 >90

* Eluiçâo em que houve a saturação do carvão ativado granulado.

F o r a m d e t e r m i n a d a s as concentrações e m t o d a s as eluições, verificando-se a

sua saturação entre a terceira e a nona eluiçâo. C o n s i d e r a n d o os c o m p o s t o s

orgânicos analisados c o m a solução padrão, determinou-se q u e o Clorofórmio

atingiu a s a t u r a ç ã o c o m seis eluições, o 1,2 - Dicloroetano c o m três, o b e n z e n o c o m

cinco, o Tricloroetileno c o m quatro, o Metil isobutil cetona c o m nove, o T o l u e n o c o m

cinco, o Xileno c o m sete e o Bromofórmio c o m s e t e eluições.

A eficiência de a d s o r ç ã o do carvão ativado granular na amostra real d e uma

industria petroquímica foi verificada realizando-se o s experimentos descritos a

seguir.

No primeiro experimento eluiu-se o efluente pela coluna de c a r v ã o ativado

granulado com uma v a z ã o de 6 0 m L / m i n . O s eluídos f o r a m analisados por

cromatografia g a s o s a e determinou-se a eficiência d e adsorção. Este procedimento

foi repetido por 5 v e z e s para verificar a sua reprodutibilidade. Na T a b e l a 14 s ã o

mostradas as m é d i a s d o s resultados obtidos.


56

T A B E L A 14 - Média d a s eficiência d e adsorção d o carvão ativado granular


c o m a m o s t r a real

Compostos Orgânicos Adsorção (%)


Clorofórmio 93

1,2-DicloroEtano 94

Benzeno 88

TriçloEtileno 89

Metil isotnjtil cetona 88

Tolueno 98

Xileno 93

Bromofórmio 93

Outros >90

No s e g u n d o experimento p r o c e d e u - s e c o m o anteriormente realizando-se a

eluiçâo d a solução por 2 v e z e s consecutivas. Na T a b e l a 15 s ã o mostrados o s

resultados obtidos.

T A B E L A 15 - M é d i a das eficiência d e adsorção d o carvão ativado granular a p ó s 2


eluições consecutivas c o m amostra real

Compostos Orgânicos Adsorção (%)


Clorofórmio 96

1,2 - DictoroEtano 94

Benzeno 88

TriçloEtileno 89

•Metil isobutil cetona 88

Tolueno 98

Xileno 93

Bromofórmio 94

Outros >91

No Terceiro experimento p r o c e d e u - s e c o m o anteriormente realizando-se a

eluiçâo da solução por 3 v e z e s consecutivas. Na T a b e l a 16 s ã o mostrados o s

resultados obtidos.
57

T A B E L A 16 - Média das eficiência de adsorção do carvão ativado granular a p ó s 3


eluições consecutivas c o m amostra real

Compostos Orgânicos Adsorção (%)


Clorofórmio 97

1,2 - DicloroEtano 95
Benzeno 89
TriçloEtileno 89

Metil isobutil cetona 89


Tolueno 99

Xileno 94

Bromofónnio 95
Outros >93

A Figura 11 representa a eficiência do carvão ativado g r a n u l a d o c o m p a r a n d o -

se as experiências c o m a s três eluições realizadas.

EFICIÊNCIA DO CARVÃO ATIVADO GRANULADO

QCIorofónmio
B 1,2 - Dicloroetano
• Benzeno
• Tricloroetileno
• Metil Isobutil Cetona
• Tolueno
• Xileno
• Bromofórmio
• Outros
ELUIÇÕES

F I G U R A 11 - Eficiência de adsorção do carvão ativado granulado c o m amostra real


após eluições consecutivas

O b s e r v a n d o - s e as Tabelas 14, 15 e 16 e a Figura 11 verifica-se que a

eficiência d e adsorção d o carvão ativado granulado aumenta c o m o n ú m e r o d e


58
eluições mas a o s e realizar somente u m a eluiçâo d e solução d o efluente, a eficiência

de adsorção apresentou bons resultados c o m valores acima d e 8 8 % para os

compostos orgânicos identificados.

A cor d o efluente foi reduzida gradativamente d e acordo c o m os n ú m e r o s d e

eluições, portanto além d e adsorver os compostos orgânicos o carvão t a m b é m

reteve grande parte da cor c o m o esta ilustrado na Figura 12.

W W W W c T o U i i a o'

F I G U R A 12 - R e m o ç ã o d a cor pelo carvão ativado granulado


com o n ú m e r o d e eluições

C o m relação a regeneração d o carvão ativado granulado os valores estão

representados na Tabela 17. Observa-se q u e houve u m a boa regeneração d o

carvão m e s m o a p ó s a s u a utilização c o m a m o s t r a s reais q u e a p r e s e n t a v a m g r a n d e

concentração d e c o m p o s t o s orgânicos.

T A B E L A 17 - Eficiência d e regeneração d o carvão ativado granulado

Amostras de carvão Indice de lodo (mg/g) Regeneração (%)


Carvão Virgem 800 -
Amostra 1 708 88,50
Amostra 2 666 83,25
Amostra 3 657 82,13
Carvão Saturado 347 -

O b s e r v a - s e q u e a eficiência d e remoção não foi total, isto é, não atingiu o

valor d e 1 0 0 % , m a s os resultados f o r a m muito bons c o m u m a % d e r e m o ç ã o


59
e l e v a d a , c o m valores maiores d o q u e os obtidos c o m o s e n s a i o s da solução

padronizada.

Nos e n s a i o s para verificar a c a p a c i d a d e d e a d s o r ç ã o o u saturação do carvão

ativado pulverizado, f o r a m utilizados 11 erienmayers c o m c a p a c i d a d e de lOOmL,

c o m 5 0 m L d e efluente e u m c o m u m a q u a n t i d a d e de carvão pulverizado entre 1,50g

até 5,0g. E m s e g u i d a cada u m foi agitado por 30 minutos a velocidade constante e

a p ó s a filtração d o c a r v ã o coletaram-se a m o s t r a s d e 15 m L , q u e f o r a m analisadas

por cromatografia gasosa, para determinar-se a concentração de todos os

c o m p o s t o s contidos na amostra. Na T a b e l a 18 são m o s t r a d o s os valores da

c a p a c i d a d e d e a d s o r ç ã o o u saturação d o c a r v ã o ativado pulverizado.

F o r a m determinadas a s concentrações e m todas a s soluções, verificando-se

a saturação entre 0,15 g r a m a s e 0,65 g r a m a s d e c a r v ã o ativado pulverizado.

Considerando os compostos orgânicos analisados com a solução padrão,

d e t e r m i n o u - s e q u e o Clorofórmio atingiu a saturação c o m 0,15g, o 1,2 - Dicloroetano

c o m 0 , 1 5 g , o b e n z e n o c o m 0,65g, o Tricloroetileno c o m 0 , 1 5 g , o Metil isobutil cetona

c o m 0,15g, o T o l u e n o c o m 0,15g, o Xileno c o m 0,15g e o Bromofórmio c o m 0,65g. A

c a p a c i d a d e máxima d e adsorção para c a d a c o m p o s t o é a p r e s e n t a d a na T a b e l a 18.

T A B E L A 18 - Determinação da c a p a c i d a d e de a d s o r ç ã o o u saturação d e carvão


ativado pulverizado

Comppstps Adsorção Quantidade de carvão


Orgánicos (%) (mg/mL)
Clorofórmio 99 0,0030
1,2- Dicloroetano 99 0,0030
Benzeno 96 0,0130
Tricloroetileno 99 0,0030
Metil Isobutil Cetona 98 0,0030
Tolueno 98 0,0030
Xileno 98 0,0030
Bromofónnio 97 0,0130
Outros >99 0,0030

Para a verificação da eficiência d e adsorção dos c o m p o s t o s orgânicos no

C A P , provenientes d e uma amostra real, utilizaram-se 3 0 0 m L d e efluente, 5g d e


60
c a r v ã o ativado pulverizado, agitou-se por 30 minutos c o m q u a n t i d a d e d e carvão q u e

v a r i a r a m d e 1,5g até 5,00g e retiraram-se alíquotas para a d e t e r m i n a ç ã o das

c o n c e n t r a ç õ e s d o s c o m p o s t o s por cromatografia g a s o s a . O p r o c e s s o foi realizado

três v e z e s consecutivas c o m a finalidade d e ser verificada a reprodutibilidade o s

resultados obtidos.

N a T a b e l a 19 são mostrados os resultados da eficiência d e a d s o r ç ã o d o

c a r v ã o ativado pulverizado para a r e m o ç ã o d o s c o m p o s t o s o r g â n i c o s e s t u d a d o c o m

a a m o s t r a real.

T A B E L A 19 - Determinação d a eficiência d o carvão ativado pulverizado


c o m a m o s t r a real

Compostos
Orgânicos Adsorção (%)

Clorofónnio >99
1,2-DicloroEtano >99
Benzeno >99
TricIpEtilenp >99
MIÇ >99
Tolueno >99
Xileno >99
Bromofónnio >99
61
A Figura 13 representa a eficiência do carvão ativado pulverizado

c o m p a r a n d o - s e a s quantidades de c a r v ã o utilizadas nos ensaios.

EFICIÊNCIA DO C A R V Ã O ATIVADO PULVERIZADO

o
MS 100
t>
o
E 95
2 • Clorofórmio
•o 90 I • Benzeno
"O
<0
85 - H • Outros
•o
80
a 1,50 2,50 5,00
(O
o CAP (g/mL)

F I G U R A 13 - Eficiência do carvão ativado pulverizado c o m amostra real


* Os valores dos compostos orgânicos que não aparecem na tabela acima, tiveram uma
eficiência acima de 99,9% de adsorção.

A cor do efluente não teve alteração d e acordo c o m as q u a n t i d a d e s de carvão

utilizadas, portanto além de adsorver os c o m p o s t o s orgânicos o c a r v ã o pulverizado

a p e n a s r e m o v e u u m pouco d o cor do efluente, como esta ilustrado na Figura 14,

representada abaixo.

F I G U R A 14 - R e m o ç ã o da cor pelo carvão ativado pulverizado/quantidade de

carvão pulverizado e m g r a m a s
62
4.2. PROCESSAMENTO POR IRRADIAÇÃO

Com a finalidade de comparar os resultados obtidos na aplicação da

metodologia de a d s o r ç ã o por carvão ativado e por irradiação c o m feixe d e elétrons

irradiaram-se a m o s t r a s d a s soluções padrões c o m diferentes d o s e s para verificar a

eficiência d e remoção d e s s e s c o m p o s t o s c o m essa metodologia.

Na T a b e l a 2 0 o b s e r v a m - s e o s resultados obtidos c o m d o s e s até 50kGy, pois

acima d e s s e valor a eficiência de r e m o ç ã o foi e m torno d e 1 0 0 % .

T A B E L A 2 0 - Eficiência R e m o ç ã o d o s C o m p o s t o s Orgânicos pela Irradiação

Concentração Dose(k( 3y)/% dè R.emoção


Compostos
Inicial (mg/mL) 5 10 20 30 50
Benzeno 93 97 99 99 >99
0,1470
Tolueno 89 99 >99 >99 >99
0,1250
1,2 Dicloroetano 89 94 96 99 >99
0,0880
Clorofórmio 96 97 98 99 >99
0,1610
Bronnofómilo 99 >99 >99 >99 >99
0,0800
Tricloroetileno 99 99 >99 >99 >99
0,0865
Metil ísobutil 76 94 97 >99 >99
cetona 0,2830
63
C o m p a r a n d o - s e os resultados d e r e m o ç ã o d o s c o m p o s t o s orgânicos obtidos

c o m o c a r v ã o ativado granular e a irradiação observou-se q u e os dois métodos

a p r e s e n t a r a m excelentes resultados c o m v a l o r e s próximos a 1 0 0 % , c o m o p o d e ser

visualizado na Figúralo.

100
• 5 kGy B 10 kGy 0 20 kGy 130 kGy SI 50 kGy BCAG
III

''CA
Au.

Compostos Orgânicos

F I G U R A 15 - R e m o ç ã o dos c o m p o s t o s orgânicos por Irradiação e


por Carvão Ativado G r a n u l a d o

Utilizando-se amostras reais t a m b é m f o r a m realizados ensaios c o m irradiação

no Acelerador Industrial d e Elétrons d e 1,5MeV - 2 5 m A da Radiation Dynamic Inc.,

USA e analisadas por cromatografia gasosa para determinar a p o r c e n t a g e m de

remoção d o s c o m p o s t o s orgânicos. A s doses aplicadas foram: 5 k G y , 1 0 k G y , 2 0 k G y ,

30kGy, 4 0 k G y , 5 0 k G y , 6 0 k G y , 7 0 k G y , 80kGy, 9 0 k G y , lOOkGy, 150kGy, 2 0 0 k G y ,

2 5 0 k G y e SOOkGy.

COMISSÃO mZlOm. DE EMERGÍA r:UCLtAiVSP-l?cN


64
N a T a b e l a 21 o b s e r v a m - s e o s resultados obtidos c o m d o s e s até SOOkGy,

sendo q u e acima de lOOkGy os compostos orgânicos analisados nâo foram

detectados.

T A B E L A 21 - R e m o ç ã o d o s C o m p o s t o s O r g â n i c o s pela Irradiação

Compostos Dose (k6y)/Remoção(%)


Orgânicos 5 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 160 200 260 300
Benzeno 97 97 97 97 97 97 98 99 99 99 99 ND ND ND ND

Tolueno 96 96 97 97 97 98 98 98 99 99 99 ND ND ND ND

1,2 DicloroEtano 96 96 97 97 97 98 99 99 99 99 99 ND ND ND ND

Clorofórmio 96 96 96 97 97 98 98 98 98 98 99 ND ND ND ND

Bromofórmio 97 97 97 98 98 98 98 99 99 99 99 ND ND ND ND

TricloroEtileno 97 97 97 98 98 98 98 99 99 99 99 ND ND ND ND
Metil isobutil
96 96 96 97 97 97 98 98 98 99 99 ND ND ND ND
cetona
Outros >97 >97 >97 >97 >97 >97 >97 >97 >97 >97 >97 ND ND ND ND
ND - não detectados

Pelos resultados apresentados observa-se que com a irradiação a

p o r c e n t a g e m de remoção é bastante alta, c o m valores maiores d o q u e 95%.

4.3. E S T I M A T I V A DE C U S T O S D O S P R O C E S S O S

U m a importante avaliação para a o p ç ã o entre diferentes tipos de tecnologias

d e processos de tratamento de efluentes industriais é o custo a s s o c i a d o a c a d a uma

delas.

T a n t o na determinação dos custos correspondentes ao uso d o carvão ativado

c o m o na utilização da por irradiação c o m aceleradores de elétrons, na c o m p o s i ç ã o

dos custos unitários d e v e - s e levar em consideração os custos fixos (capital

investido, custos administrativos, depreciação, etc.) e os custos variáveis (materiais,

m ã o d e o b r a , utilidades e m a n u t e n ç ã o ) q u e d e p e n d e m da q u a n t i d a d e a ser

processada.
65
4 . 3 . 1 . A d s o r ç ã o e m C a r v ã o Ativado

Para o c a r v ã o ativado, a principal contribuição para o custo d o tratamento

está no c o m p o n e n t e custo variável q u e por sua vez está diretamente associado c o m

a quantidade d e c a r v ã o ativado utilizado.

S e g u n d o e s t u d o da estimativa de custos e l a b o r a d o por A d a m s e Clark^^\

utilizando-se c a r v ã o ativado granular e m u m a planta para tratamento de á g u a

potável c o n t a m i n a d a c o m c o m p o n e n t e s químicos o r g â n i c o s , com capacidade de

tratamento d e 1,0 (milhões de galões por dia) o u 3,7 (milhões de litros por dia), o s

custos unitários d e processamento t ê m d u a s c o m p o n e n t e s principais:

- custo d e o p e r a ç ã o da instalação q u e p o d e ser d o tipo d e que utiliza

concreto ou a ç o carbono c o m o meio d e c o n t e n ç ã o do c a r v ã o ativado:

Neste custo é considerado o custo d o capital investido (custo fixo) q u e

representa cerca d e mais d e 7 5 % d o custo operacional e a s parcelas

restantes s ã o dos custos de mão d e o b r a , energia e materiais (custo

variável).

- custo d e regeneração d o carvão ativado: é o c o m p o n e n t e de maior

incidência no custo total de processamento e também leva em

c o n s i d e r a ç ã o o custo do capital investido, q u e representa cerca d e 4 0 % d o

custo d e regeneração (custo fixo) e nos custos varáveis a reposição d o

carvão ativado e materiais incide c o m u m a parcela d e 2 5 % d o custo total

de regeneração. Normalmente são utilizados os processos de

regeneração q u e utilizam a radiação infravermelha (para baixos v o l u m e s

d e p r o c e s s a m e n t o : < 1,36 . 10^ kg/ano) o u calor direto por m e i o de fornos

c o m leito fluidizado (grandes volumes d e p r o c e s s a m e n t o : >3,0.10^ kg/ano)

Neste estudo o s seguintes parâmetros f o r a m utilizados na elaboração dos

custos d e operação e regeneração:

- Utilização da c a p a c i d a d e de processamento da u n i d a d e de

tratamento: 7 0 %
66
- Disponibilidade anual d a unidade d e tratamento ("up time"): 7 5 %

- A m o r t i z a ç ã o de capital investido: 1 0 % e m 2 0 a n o s

- Custo d o carvão ativado granular: US$0,90/lb o u US$1,98/kg

- Custo da mão d e obra (operador e auxiliares): US$15,01/ti

- Energia Elétrica: US$0,08/kW.h

- Óleo combustível: US$0,95/lb o u US$2,1/kg

- Lucro d e o p e r a ç ã o da planta: 5 %

- Fator especial de trabalho: 5 %

- Fator d e gastos c o m e n g e n h a r i a : 1 0 %

- Fatores d e contingências durante a construção: 1 0 %

Independentemente d o tipo d e planta utilizado (concreto o u a ç o carbono) o

t e m p o d e vida d o leito d e carvão ativado t e m g r a n d e influência no custo unitário total

e s e g u n d o o e s t u d o realizado p o d e variar d e 30 dias a 7 3 0 dias. Para u m t e m p o d e

contacto do líquido com o carvão ativado de 15 minutos, o custo total do

p r o c e s s a m e n t o para uma planta c o m c a p a c i d a d e d e 1,0 mgd p o d e variar de

US$1,56/1.OOOkg a US$0,417/1.OOOkg.

O u t r o fator a ser considerado é a escala d e p r o c e s s a m e n t o , e m outras

palavras, a capacidade d e p r o c e s s a m e n t o . Por e x e m p l o , para uma vida d o leito d e

c a r v ã o ativado de 6 0 dias c o m t e m p o d e contacto d o fluído d e 15 minutos, o custo

unitário p o d e variar d e US$0,978/1.000g para uma planta c o m c a p a c i d a d e de 1 mgd

até US$0,232/1 .OOOg para uma planta c o m c a p a c i d a d e d e 2 0 0 m g d .

4.3.2. P r o c e s s a m e n t o por Irradiação

A estimativa d e custos c o m a utilização da metodologia de irradiação c o m

aceleradores de elétrons foi realizada e m detalhes por Rela, P.R.*^'^^ E m sua análise

a viabilidade da utilização da tecnologia de p r o c e s s a m e n t o de efluentes c o m feixe

d e elétrons d e p e n d e na maior parte d o custo d o tratamento, q u e por sua vez

d e p e n d e da eficiência d o processo e d o s e q u i p a m e n t o s e instalações necessárias

para sua utilização. Para u m e s t u d o d e viabilidade e c o n ô m i c a c o m o propósito d e


67
determinar a meitior relação custo-benefício faz-se necessário definir a dose

requerida para o tratamento e a v a z ã o d o efluente.

A partir destes d a d o s define-se o tipo de acelerador a ser utilizado c o m a

correspondente energia d e aceleração e a c a p a c i d a d e de corrente do feixe d e

elétrons, define-se t a m b é m , o dispositivo d e irradiação a ser utilizado q u e otimize o

aproveitamento d o feixe d e elétrons e d e t e r m i n a m - s e os custos operacionais d e

modo a se obter o custo unitário para o tratamento d e u m metro cúbico do efluente.

No e s t u d o de viabilidade e c o n ô m i c a realizado não foi a p r e s e n t a d a uma

definição d a s características do efluente a ser processado, m a s s i m u m c a s o q u e

considera a utilização d e u m d e t e r m i n a d o tipo d e acelerador explorando a s sua

potencialidades q u a n t o a máxima v a z ã o disponível para diferentes valores d e d o s e s

a s e r e m absorvidas pelo efluente.

O acelerador a d o t a d o foi d o tipo ICT (internai core transformer) c o m a energia

de aceleração d o feixe d e elétrons d e 1,5 M e V e potências d e 97,5 kW. O motivo

da s e l e ç ã o d e s t e tipo d e e q u i p a m e n t o foi o d e ser u m a das m á q u i n a s mais robustas

e confiáveis existentes no mercado para aplicação industrial e d e fornecimento

regular d e dois tradicionais fabricantes d e aceleradores d e elétrons: Radiation

Dynamics Inc. (EUA) e Nissin Electric C o . Ltd. (Japão).

Para a estimativa de custo d o processo d e tratamento d e efluentes por

irradiação com aceleradores de elétrons foram considerados os seguintes

parâmetros:

Custo total do Investimento - O custo d o capital investido considera todos os

gastos envolvidos durante a fase de implantação da unidade d e irradiação até os

testes p r é - o p e r a c i o n a i s . Na Tabela 2 2 são a p r e s e n t a d o s os custos d e investimento

inicial para u m aceirador d e 1,5 MeV.


68
T A B E L A 22 - Custos d o investimento inicial para instalação de u m
acelerador d e elétrons

Investimento
Investimento inicial (X1000)
(US$)

A c e l e r a d o r de elétrons (1,5MeV-97,5kW) 1.520

lnstalações(blindagens e infra-estrutura 350


d e radioproteção)

Custo do projeto(engenharia-10% d o total 42


do investimento

Custo d o dispositivo d e irradiação e 60


unidades de b o m b e a m e n t o

Custo d e licenciamento da instalação 10


radioativa

C u s t o total d o investimento 1.982

Custos Operacionais: incluem os custos fixos q u e p e r m a n e c e m inalterados

e m f u n ç ã o d o v o l u m e d e p r o d u ç ã o (depreciação, custo d o capital investido e gastos

administrativos) e os custos variáveis q u e d e p e n d e m d o v o l u m e d e produção

(materiais, força d e trabalho, m a n u t e n ç ã o e utilidades) necessários para o p e r a ç ã o

rotineira da instalação durante 24 horas por dia e sete dias por s e m a n a . Na T a b e l a

2 3 s ã o a p r e s e n t a d o s o s custos operacionais para u m acelerador d e elétrons c o m

energia d e 1,5MeV.

Para a d e t e r m i n a ç ã o do custo da mão d e obra direta envolvida considerou-se

uma e q u i p e constituída d e : um gerente operacional, u m e n g e n h e i r o d e m a n u t e n ç ã o ,

4 o p e r a d o r e s (técnicos d e nível m é d i o ) , 2 técnicos d e m a n u t e n ç ã o e 4 auxiliares. O

gerente e o engenheiro d e m a n u t e n ç ã o , para atender legislação brasileira, t a m b é m

a c u m u l a m a f u n ç ã o de Supervisor d e Radioproteção.
69
T A B E L A 2 3 - Custos operacionais d e acelerador d e elétrons c o m
Energia 1,5MeV.

Custos Operacionais (anual) us$

Depreciação (20 a n o s - taxa d e


214.600
juros de 5 % ao ano)
Custo d o Capital (taxa d e j u r o s
99.100
d e 5 % ao ano)
Administrativos: seguros, taxas
39.640
( 2 % d o custo do investimento)
M a n u t e n ç ã o ( 5 % do custo do
76.000
acelerador)
M ã o d e obra direta 150.000
Utilidades-energia elétrica ao
54.600
custo d e U S $ 0 , 0 7 / k W t i
Custo Operacional A n u a l 633.940
Custo Operacional Unitário
79,2
(US$/ti)*
* considerando um regime de operação de 8.000 horas/ano

Custo Unitário de Processamento: Para o tratamento d e efluente o custo

unitário d e p r o c e s s a m e n t o é obtido dividindo-se o custo operacional da planta d e

irradiação pela quantidade processada. A informação do custo unitário é importante

para c o m p a r a ç ã o c o m o custo de t é c n i c a s alternativas e concorrentes similares q u e

a d o t a m a m e s m a tecnologia.

Para determinação d a quantidade processada por hora utiliza-se a fórmula

a p r e s e n t a d a a seguir: multiplicando-se o s e g u n d o termo da e q u a ç ã o pelo

rendimento d o dispositivo de irradiação:

V(MeV)xi(mA)
Qikg/h) = 3600 X -XT]

onde:

Q = v a z ã o d o liquido (kg/h);

V = potencial d e aceleração do feixe d e elétrons (MeV);

i = corrente do feixe de elétrons (mA)

DT = d o s e total absorvida (kGy)

TI = rendimento global d o processo d e tratamento d e efluentes.


70
Esta fórmula, considera o rendimento d o dispositivo d e irradiação para

diferentes condições operacionais e permite, por meio d o s resultados obtidos e m

experimentos realizados, selecionar a meltior configuração de parâmetros

operacionais d o dispositivo de irradiação e utilizá-los na otimização d o s custos

unitários de processamento.

C o n s i d e r a n d o os ensaios realizados e m laboratório e t o m a n d o por b a s e o

valor m á x i m o d e eficiência, isto é, 8 0 % nos e n s a i o s realizados por Rela^^'*^ e

utilizando o s custos operacionais d a T a b e l a 23 para u m acelerador c o m e n e r g i a d e

1,5 MeV e potência de 97,5 kW calcularam-se os custos unitários de

p r o c e s s a m e n t o a p r e s e n t a d o s a seguir na T a b e l a 2 4 .

T A B E L A 2 4 - Custo unitário d o processamento de efluentes

Custo
Dose Custo/hora Vazão Eficiência Enei^ia Potência
unitário
(kGy) (US$) (L/min) (%) (MeV) (kW)
(US$/m^)
Acelerador de elétrons com energia de l,5MeV e potência de 97,5kW
1,0 67,0 24.000 80 1,5 7,3 2,8
2,0 68,4 24.000 80 1,5 14,6 2,9
5,0 71,3 24.000 80 1,5 36,5 3,0
10,0 76,0 24.000 80 1,5 72,9 3,2
11,7 79,2 24.000 80 1,5 97,5 3,3
15,0 79,2 18.720 80 1,5 97,5 4,2
20,0 79,2 14.040 80 1,5 97,5 5,6
50,0 79,2 5,616 80 1,5 97,5 14,1

Os e x p e r i m e n t o s utilizando a metodologia de irradiação c o m A c e l e r a d o r

Industrial d e Elétrons permitiram selecionar as d o s e s de 2 0 k G y e 5 0 k G y c o m o

aquelas que a p r e s e n t a r a m valores altos d e eficiência de remoção dos c o m p o s t o s

orgânicos da solução padrão e do efluente da indústria.


71
5. C O N C L U S Ã O

A partir dos resultados obtidos c o m o c a r v ã o ativado granular e c o m o carvão

ativado pulverizado verificou-se q u e a eficiência d e adsorção d o s compostos

orgânicos apresentou excelentes resultados c o m valores próximos a 1 0 0 % d e

eficiência tanto para a solução p a d r ã o quanto para amostras reais proveniente da

industria petroquímica.

C o m relação ao processo d e regeneração obteve, tanto para a solução

padrão quantos para amostras reais, resultados excelentes acima de 8 0 % de

remoção dos c o m p o s t o s orgânicos d o s poros d o carvão ativado.

Os resultados obtidos com a utilização d a metodologia da radiação ionizante

c o m acelerador industrial de elétrons t a m b é m m o s t r a r a m valores próximos d e 1 0 0 % ,

a p r e s e n t a n d o uma excelente eficiência na remoção d o s c o m p o s t o s orgânicos.

A viabilidade econômica referente aos dois experimentos utilizando a

metodologia d e irradiação c o m A c e l e r a d o r Industrial de Elétrons e a d s o r ç ã o por

carvão ativado permitiu selecionar para a irradiação a s d o s e s d e 2 0 k G y e 5 0 k G y

como a q u e l a s q u e apresentaram valores altos d e eficiência d e r e m o ç ã o dos

c o m p o s t o s o r g â n i c o s d a solução padrão e d o efluente da indústria. Já para o

processo de a d s o r ç ã o por can/ão ativado tanto para o granulado quanto para o

pulverizado, os custos calculados f o r a m inferiores ao da irradiação, levando-se e m

conta a p e n a s á r e m o ç ã o e a a d s o r ç ã o d o s c o m p o s t o s o r g â n i c o s da solução padrão

e das amostras reais, e o uso tanto d e u m q u a n t o d e outro tipo d e p e n d e d o e s g o t o a

ser tratado na planta d e tratamento.

Desta f o r m a , c o m a finalidade d e se aprimorar o conhecimento referente a

aplicação d o c a r v ã o ativado para r e m o ç ã o d e c o m p o s t o s o r g â n i c o s d e efluentes

industriais. D e v e - s e estudar a posterior disposição d o carvão ativado a p ó s a

a d s o r ç ã o d o s c o m p o s t o s orgânicos.
72
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