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. Vy “‘Eronmir 0 necets eater de pacamcbead $ J ale 4 - amg bd ,€ vs, Re St) NI8S Carituto uM DUAS HIPOTESES FUNDAMENTAIS A. psicandlise & uma discipti i Sigmund Freud ha cerca de sessenta anos. Como qualquer ou- tea doutrina ciemtifica, deu origem a certas teorias que se de- de seus dados de observacdo e que procuram ordenar icar esses dados. Aquilo qug,chamamos de teoria psica- n ;, portanto, um corpo defhipdteses a respeito do fun- cionamento e do desenvolvitnento da mente no homem. E uma parte da psicologia geral ¢ compféende aquelas que sio, sem divida, as mais importantes contribuigdes que se tealizaram até hoje em relagéo 4 -psicologia humana. E importante compreender que a P psicopatologia. £ verdade que a prdtica da no tratamento de pessoas que se entalmente enter ‘ou perturbadas, mas as teorias mas, naturalmente, s40 mais fundamentais que out estio mais bem estabelecidas que outras, ¢ algum: grande comprovacao ¢ parecem ser tdo Significagio, que nos inclinamos a consideré-las como tabelecidas ‘a respeito da mente. Duas dessas hipéteses mente confirmadas, sf0 0 pri ou da causalidade, 2 proposicéo de que a consciéncia é do que um atributo comum dos pro- cessos psiquicos. Para expressar esta tilima afitmagio em palavras algo diferentes, podemos dizer que, de acordo com 4 1 teoria psicanalitica, 08 processos mentais inconscientes so de frande frequzncia ¢ significado no, funcionamento mental no ral bem como no anormal. Este primeiro capitulo sera de: Gado 3 consideragio dessas duas hipdteses fundamentals, que Se relacionam mutuamente, como vetemos a seguir Comecemos pelo principio do detetminismo psiquico. O jo Eo de que aa mente, assim como na natureza fisica que 03 cerca, nada acontece por acaso ou de fnodo fortuito. Cada evento psiquice € determinado por a {es que 0 precederam, Os eventos em aossas vidas mentais que podem parecer fortuites ou no relacionados com 5 que 05 Precederam, 0 sfo apenas na apacéncia. Ne realidade, 05 fené- vrenos meniais so t40 incapazes de tal falta de conexio cau Sal_com os que os precederam quanto os fendmenos fisicos. Nesse seni fe descontinuidade na vida mental. © ‘A compreensio ¢ 2 apl ciais pare uma apropriada mo estudo da pst humana, canto n0s seus 3 cos. Se 0 compreendei mos qualquer fendmeno psiquico como sem si Gio ou como acidental, Deveremos sempre nos perguntar. ém Biagio a qualquer fendmeno no qual estejamos interessados “Que os provocou? Pot que aconteceu assim?” Formulamos esse perguntas por estarmos certos de que existe uma respo5- ta para clas. Se podemos encontrar a resposta com rapidez t teeilidade, isso naturalmente ji 2 outta coisa; mas sabemos que a resposta ex Esquecer ou perder alguma coisa. por exemplo. & uma experigncia comum na vida quotidiana. A idéia habitual d Seorréncia é a de que constitui uma “casualidade”, a de que isso “apenas aconteceu”. No entanto, uma complet (do de muitas dessas “casualidades” realizada por psicanali oe cltimos sessenta anos, a comecar pelus estudos do préprio Freud, mostrou que de modo algum elas s4o tio acidentals qusata 6 julgamento popular as considers, Peto cuncratio, po- Ge-se demonstrat que cada uma dessas “casualidades” {ci pro- Yocada por um desejo ou intengdo da pessoa envolvida, em Ysurita contormidade com 0 principio do funcionamento men- tal que estamos examinando. 18 Para dar outro exemplo no Ambito da vida quotidiana Freud descobriu, ¢ 0s analistas que 0 seguiram confiemaram, que as manifestacdes comuns do sono, que chamamos de so- anhos, ainda que notivels ¢ misteriosas, seguem o mesmo prin~ cipio do determinismo psiquico. Cada sonho, ¢ mesmo cada imagem em cada sonho, € a conseqitncis de outros eventos psiquicos e cada um mantém uma relagio coerente e significa iva com o restante da vide psiquica da pessoa que soaha. © leitor deve compreender que tal conceito sobre 0s so- rnhos, assunto que examinaremos mais pormenorizadamente no Capitulo VIL, € bastante diferente, por exemplo, do que ea cocrente entce 0s psicdiogos de formagio cientifica ha cingiien- fa anos airas, Eles consideravam que os sonhos eam devidos 4B atividade mental forcuita ou inQgordenada das varias partes do cérebro durante o sono. TaP=conceituagao, naturalmente, estava em completa divergéncia com a nossa lei do detei mo psiquico. ‘Se voltarmos agora aos fendmenos da psicopatologia, de- vemos esperar que o mesmo principio seja aplicado, © sem davida os, 5 contiemaram reiteradamente nossa ¢x- pectativa. Cada si ico, qualquer que seja sua na fureza, é provocado por outros processos mentais, apesar do fato de que 0 prdprio paciente freqiientemente considers © sin- toma como estranho 2 seu ser como um todo, ¢ completar mente desligado do resto de sua vida mental, Contudo, as co- nexdes existem e sio demonstcdveis, apesar de 0 paciente no se dar conta de sua presenga, Nese ponto, no podemos deixar de reconhecer que es- tamos falando nao sé a respeito da primeira de nossas hip6 teses fundamentais, o princfpio do determinismo psiquico, mas também a respeito da segunda, isto é, a da existéncia ¢ signi- ficado de processos mentais dos quais 0 individuo nio se di conta ou & inconsciente a relagdo entee essas duas hipdteses & to inti fente se pode examinar uma sem suscitar a ou- tra. E exatamente o {ato de tantas coisas que acontecem em nossa mente serem inconscientes — isto & desconhecidas para nds — que responde pelas aparentes descontinuidades em nos- sa vida mental, Quando um pensamento, um sentimento, um esquecimento acidental, um sonho ou um sintoma parece nio is 19 se relacionar com algo que aconteceu antes na mente, i880 sig iexdo causal se apresenta em algam processo om vez de num processo consciente. Se se pode des causa ou c2usas inconscientes, entio todas se Pescontinuidades aparentes desaparecem ¢ a cadzia causal, fou seqiigacia, torna-se clara im exemplo simples disso sea o seguinte, Uma pessoa pode se surpreender cantarolando uma melodia sem tet nenhu 2s dorcomo ela the velo & mente. No entanto, essa apa- Mince descontinuidade na vida mental dessa pessoa se resolve, ete exempio. particular, pelo testemunho de um espectador fue nos atiema que 2 referida melodia foi ouvida pela pessoa Se questio poucos momentos antes de haver penetrado em eg ipeasamentos conscientes, como se aio tivesse vindo de arte algams, Foi uma impressdo sensorial, nesse caso audi ‘ra, que compeliu a pessoa a cancarolac a melodia. Vist BH to se dev conta de ter ouvido a melodia, sua expe Subjetiva foi a de uma descontinuidade em seus pensamentos Sendo. necessirio o testemunho do especiador para remover @ ia de descontinuidade © tornar clara a cadeia causal E certamente 13 , que um processo. mental consciente sejadescoberto 30 simples © convenientemence como no exemplo citado, Nacuralmente, deseja-se saber se cxiste um metodo geral pata descobrir processos mentais dos Guais © proprio individuo ndo se di conta. Podem eles, por Kemplo, set observados diretamente? Caso contritio, como poue Freud descobrie a freqiizncia ¢ a imporincia de tals pro- Gessos em nossa vida mental? © faio £ que ainda néo dispomos de um méodo que nos permita observar direiamente 05 processos mentais inconscien~ Pe Todos os nossos métodos para estudar tais fendmenos s80 fadicetos, Eles nos permitem inferir a existéacia desses fené- vhenos ¢muitas veres determinar sua natureza ¢ seu sig do na vide mental do individuo que objeto de nosso estudo © método mais eficiente e de maior contianca de que dispo- nos pata estudar 0s processos mentais inconscientes € a téc- fica que Freud desenvolveu durante vétios anos. Freud deno- Tniaow essa téenica de psicandlise pela simples razio de ter ido capaz, com sua ajuda, de discernir e descobrir of proces- fos psiquicos que, de outca forma, teriam permanecido ocultos a que sua ct apar ica 20 aa ee uuspeitados. Foi durante 0s anos em que desenvol ica da psicanilise que Freud se apercebeu, com a ajuda da sua nova técnica, da importincia dos processos mentais incons- cientes na vida psiquica de todo individuo, quer mentalmente enfermo ou sao. Seri de interesse seguir brevemente 0s passos que levaram ac desenvolvimento de técnica de Freud Como o priprio Freud aos relata em seu esbogo autobio- grifico (1925), ele comecou sua carreica médica como neu- Foanatomista, © muito competente. No entanto, diante da ne. cessidade de ganhar 3 vid i wurologista; teve entio de teatar de pacientes que hoje cha- mariamos de neurdticos ou psicéticas. 1530 ainila ocorre, por certo, com todo especialista no terreno da neurologia, excsto com aqueles que ocupam posic68s académicas ou hi regime de tempo o recebem, absol . nenhum cliente ca de um neurologi agora como naquela p0ca, consisie em pacientes psiquidteicas Freud comesou a clinicar, ndo havia uma psiquidtcico orientada cacionatmente, isto & etiologicamente. Na verdade, poucas dessas formas existiam em todo 0 campo da medicina. A bacteriotogia, se ndo mais fancia, estava certamente na tensa adolescéncia, a cicur- gia asséotica mal tinha comecado a se desenvolver, € os gran- des avangos da fisiologia e da patologis apenas comecavam # tornar possivel melhorias substanciais no tratamento dos pa- cientes. E dbvio para nés, hoje em dia, que cuanto mais pro- funda 2 preparagio médica profissional, melhores serio seus resultados terapéuticos — 2 medicina clinica tornou-se, em ceria medida, uma ciéncia, & dificil conceber que hd apenas cem anos este no era exatamente 9 caso; gue o médico de bboa formacdo ¢ de saber quase ndo era superior 20 mais igno- rante charlatdo em sua capacidade de tratar enfermidades, ain- da que fosse capaz de diagnosticd-las muito melhor. & estra- rho para nds, por exemplo, ler acerca do desprezo de Tolstoi pelos médicos © nos inclinamos a atribui-lo 2 uma idiossineca- sia do escritor, bem como quanto convicgio de.um eminen- te novelista de nossos tempos, Huxley, de que a5 len- tes corretivas mio sio mais necessérias para a miopia. Mas 0 fato é que mesmo um médico bem preparado, nos primeiros tempos da vida de Tolstoi, realmente no podia curac doen- at 2, pelo crtério dos resultados, parceia um alvo" perteitar 2 adequado para suas criticas mordazes. Foi somente du- a ditma meade do século dazenove que @ medicina, co” ea ea ensinada nas universidades, mostrou-se claramente st= Terie nos seus resultados A naturopatia, Cigacia Cristd, ho- meopatia ou superstigao popular ‘Como seria de esperar que realizasse um cientista de boa cdo, Freud wilizceu os métodos de tratamento mais cien- ros que estavam & sua disposigao. Para sintomas histéricos, por exemplo, empregou o§ tratamentos clétricos preconizados Pela grande neurologista Erb,’ cujo tcabalbo no campo da ee- POfisologia 4 em grande parte valido até hoje, Intelizmes pordm, as recomendacies de Ee para o tratamento da bisters pet cram igualmente bem fundamentadas e, como Freud nos manta, reve Finalmente de concluir que o tratamento de Erb Th nisteria era initi| ¢ que os resultados ateibuidos eram sim isos, Em 1885 Freud foi_a Paris, onde estudou a de Charcot. Familiarizou-se Jpnose como método de produsdo dos sintomas hi com a de seu tratamemto, @ igualmente com @ sindrome da iseoria, tanto na forma grande como na petite, aue Charcot Gulineara, Como outtos eurologistas atualizados de sew tet po, Freud procureu banic os sintomas de seus pacientes Biyestfo hipadtca, com diferentes graus de éxito, Foi aproxi: searemente nesse epoca que seu amigo Breuer {he contou uma eMencia com urna paciente histérica cue foi de crucial im- portiacia no desenvolvimento da psicand © ptéprio Breuer era um médico clinico de talento con siderivel e com excelente formagio em fisiologia, Entre ou see coisas, colaborou na descoberta do reflexo resoiratério ‘Gahecido como reilexo de Hering-Breuer, ¢ introduziu o uso da morfina no edema pulmonar agudo. O que Breuer comua Sou a Freud foi que varios anos antes tratara uma mulher his- erica por bipnose © veriticara que seus sintomas desaparees= tam quando ela foi capaz, em estado hipnético, de recordar f experigncia © a emogdo associada que conduzira ao sintoms am questi — seus sintomas puderam set afastados a0 con Gersar sobre eles sob hipnose. Entusiasmado, Freud aplicou Teze método no tratamento de seus préprios pacientes histéricos com bons resultados. As consequéncias desse trabalho foram 22 publicadas em colaboragio com Breuer (1895) sob a forma Us artigos ©, posteriormente, numa monografia. ‘A medida que Freud prosseguiu na experiéncia, contudo, verificou que 2 hipnose néo era uniformemente facil de se in- duzie, que os bons resultados tendiam a ser cransitérios ¢ que pelo menos algumss de suas pacientes tornaram-se sexualmen te apegadas @ ele d mento hipnético — o que Ihe era muito desagradivel, A essa altura, a lembranga de uma experigncia do hipnotizador francés Becnheim veto em sua ajuda, Bernheim demonsteara a um grupo do qual Freud ‘xzia parte que a amnésic de um paciente, durante suas experiéncias podia ser removida sem voltar a hipnotizar 0 pa- ‘a recordar aquilo que afirmava que ndo po- dia, Se a insisténcia era bastanteygersistente e poderosa, 0 pa- Ciente acabava por relembrar gue havia esquecido sem ser ipnotizado. Freud deduziu, com base isso, que poderia ser capaz também de remover a amfigsia Aistérica sem hipnose comecou 2 fazé-lo. A partir desse inicio, desenvolveu a técni- a psicanalitica, cuja essencia consiste em que o paciente em- preende a comunicacio ao psicanalista de quaisquer pensa- entos, sem excegio, que The venham & mente abstendo-se de cxercer sobre eles ume orientagio consciente ou uma censura ‘Acontece frequentemente na historia da cigncia que uma inovagéo técnica abre um nova mundo de dados ¢ torna pos- sivel compreender, isto €, construir hipdteses vélidas sobre 0 que previamente era compreendido de modo incorreto ou completo. A invengao do telescdpio por Galilew constituiu tal favango téenico que tornou possivel um imenso progress no campo da astronomia, ¢ 0 emptego do microscdpio, por Pas: teur, no estudo das doencas infecciosas foi igualmente revolu cionatio em seu efeito nesse campo da ciéncia. O desenvolvi- mento e a aplicacéo da técnica psicanalitica tornaram possivel 2 Freud, 0 génio que 2 criou ¢ aplicou, realizar descobertas que fevolucionaram tanto a teoria como a pritica da psiquiatria, tm particular da psicoterapia, bem como trouxe contribuigBes do tipo mais fundamental para @ ciéncia da psicologia huma- na em geral ‘A tazio do grande valor de o paciente necessitar renun- ciar ao controle consciente de seus pensamentos € esta aquilo 23 que 0 paciente peasa ¢ diz sol do por motivos ¢ pensamentos inconscientes, Ass vindo as associagGes “‘livees” do paciente — que eram lives apenas do controle consciente —, era capaz de formar uma imagem, por inferéncia, do que ozorrends na mente do paciente. Ele se encontrava, portanto, fa posigdo tnica de poder estudar os processos mentais incons- cientes do seu paciente, ¢ 0 que descabriu, no corres de anos de paciente © cuidadosa observacdo, foi que ado somente os sintomas histéricos, mas também muitos outeos aspectos nor- mais ¢ patolégicos do comportamento < do pensamento, eram © resultado do que inconscientemente esiava acontecendo na mente do individuo que os apresentava No curso do estudo dos fenémenos mentais inconscien- tes, Freud cedo deseobriu que estas podeciam. ser divididos en ito grupo compreendia pensamento: nar cons elementos psiquicas tém acesto u de “pré-conscientes”, mento que pode tornat-se consciente a um da- ito antes como apés esse momento particular. O grupo mais interessante dos fendmenos inconscientes, no catanto, compreendia aqueles ele- rmentos psiquicos que podiam se tornar conscientes a custo de considerivel esforgo, Em outeas palavras, eles eram barrados da coasciéncia por uma forga considerivel, que tinha de ser Superada antes que oles pudessem tornar-se conscientes. -E 0 que enconteamos, por exemplo, a0 caso da amnésia histérica Foi para esse segundo grupo de fendmenos que Freud eservou 0 termo de “inconsciente” no sentido mais estrito. Ele péde demonsicar que 0 fa10 de serem inconscientes nesse sen- tido de forma alguma os impedia de exercer a mais significa- tiva influéncia no funcionamento mental. Além disso, foi ca- paz de demonstrar que 0s processos inconscientes podem set bastante compariveis aes constientes em precisio © comple- xidade. ‘Como dissemos acteriormente, ainda no cemos um meio dz otvervar dirstamente 23 atividades mentais inconscientes. Qualquer pensa do momento, por exemplo, é pré-consci oo Podemos apenas examinar seus efcitos enquanto expressos nos peasamentos ¢ sentimentos do paciente, como, ele nos comuni- Ee em suas agdes, que podem ser relacadas ou observadee. Tais dados sdo derivados das atividades mentais inconscientes 2 deles podemos extrair inferéncias concemnentes a 05535 mes mas atvidades. Os dados sfo particularmente complctos ¢ claros quando se emprega 2 técnica analitica que Freud delineow, No eatan- {o, ha outras fontes de dados que fornecem evidéncia para a nossa proposigdo fundamental de que os processos mentais in- conseieates possuem a capacidade de produzir efeitos. sobre nostos pensamentos agbes, ¢ pode ser de interesse fazer um exame getal sobre sus naturezs "A evidéncia dessa espésie, dye ¢ da natureza de uma experigneia, € proporcionada pelo fatos bem conhecidos da sugestio pds-hipnétice. Um pacientg é hipnotizado ¢, durante 9 transe hipadtico, diz-se algo que ele deve fazer depois de do transe. Por exemplo, dizse a0 paciente: “Quando 0 Teldgio bater duas horas, voc? se levantacé da cadeira ¢ absi- aj Antes de acordar, € dito também a0 paciente que ele ndo se lembraré do que aconteceu durante 0 transe hipndtico, ¢ entéo Ihe é dito que acorde. Pouco depois que o paciente acorda, o teldgio soa as duas horas e ele se levanta © abre a janela, Se the perguntarem entio por que o faz, ele itd: “Nao sei; tive vontade de fazé-lo”, ou, mais comumen- te, fornecers alguma cacionalizago, como, por exemplo, a de que seatia calor. © importante € que ele ndo extd consciente tho momento em que realiza a agdo que o hipnotizador the or- denou, néo sabe por que o fez ¢ nem pode tornar-se conscien- te do ‘motivo verdadeiro por um simples ato de meméria ou de inteospeeséo. Tal experiéncia mostrs claramente que um processo mental verdadeiramente inconsciente (bedi ma ordem, nesse caso), pode ter uim efeito dindmico ou mo- tor sobre 0 pensamento e © comportamento. Outeas evidéncias desse fato podem ser derivadas de uma observacio clinica ou mesmo geral. Tomemos, por exemplo, certas manifestagées dos sonhos. E verdade, por certo, que para qualquer estudo adequedo dos sonbos e do sonhar em eral essencial empregar a técnica de investigagao que Freud 25

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