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UBERLÂNDIA-MG
2008
LÚCIA MADEIRA DE NARDI
UBERLÂNDIA-MG
2008
Banca Examinadora
Dedicatória
Agradeço ao número três. Quando digo número três, refiro-me aos meus três
pais, irmãos, amigos, mestres e empresas.
Sem os meus três pais: Deus, Nelson De Nardi e Wilma Prata Madeira De
Nardi eu não existiria e não conheceria o que significam ética e valores. Sem meus
três irmãos: Luciano, Nelma e minha irmã de coração, Lívia Maria Rosa, não
compreenderia o valor da doação e reconciliação. Assim também, sem meus três
amigos: Igor Antoine, Rafael Guimarães e Thaísa Sanchez, eu não saberia que
existem anjos iluminados que acreditam em mim e não me deixam desamparada. E
como não falar dos meus três mestres?
Cládio Marcos, Janaína Depiné e Paulo Henrique da Silva Souza ensinaram-
me a amar o que faço e não desistir dos meus sonhos. Então, por fim, agradeço a
três empresas: G.A. Comunicação (pelo início), Rádio Itatiaia (pela paixão) e TV
Paranaíba (pela confiança). Empresas que acreditam no meu potencial e me tornam
uma profissional melhor. A todos esses “três”; agradeço por estarem em minha vida
e me ensinarem que, a cada dia, há um novo desafio, que deve ser trilhado com
amor e dedicação.
Resumo
Introdução...................................................................................................................1
Capítulo 1 – Evolução da Comunicação...................................................................3
1.1 - O ato de comunicar-se, uma necessidade humana.........................................................3
1.2 - O processo da comunicação e suas linguagens..............................................................4
1.3 - Evolução dos veículos de comunicação...........................................................................5
Capítulo 2 – História do rádio....................................................................................9
2.1 – Surgimento, propostas e crises.......................................................................................9
2.2 – Características de um rádio sobrevivente ....................................................................15
2.3 – Tipos de rádios: diferenças e semelhanças..................................................................18
Capítulo 3 - Atualidade: Crise, transformação ou adaptação?............................27
3.1 – Tempo de convergência de mídias ...............................................................................27
3.2 – O futuro do rádio............................................................................................................30
3.3 - Perspectivas do radiojornalismo.....................................................................................34
Capítulo 4 - Uma proposta, um novo modelo de programação...........................38
Considerações finais...............................................................................................43
Referências Bibliográficas......................................................................................47
Anexos......................................................................................................................49
Introdução
Século XXI. Uma era marcada pelo digital. Após anos de convivência com a
transmissão analógica, o ser humano depara-se com uma nova realidade. Aquela
marcada pela interatividade e pelo instantâneo. Uma era estimuladora e instigadora
dos sentidos humanos.
Basicamente tudo é feito em tempo real e com o maior número de recursos
possíveis. Aliando vídeo, áudio e imagens, as tecnologias caminham para ampliar
ainda mais os limites dos indivíduos.
Para os veículos de comunicação já existentes, um tempo de alterações.
Cada um deverá se adaptar ou estará fadado ao fracasso. Era que exercita também
reflexões e indagações sobre o futuro.
Para os profissionais da comunicação, a era digital lança um novo desafio: o
de serem ainda mais criativos, dinâmicos e preparados para serem os melhores do
mercado. Para tanto, é necessário investigação.
“A sobrevivência do rádio brasileiro na era da convergência das mídias” é um
objeto de estudo que pretende descobrir um pouco mais sobre a era da
convergência das mídias e propor mudanças.
O fato de que a radiodifusão sofreu e ainda sofre especulações quanto à sua
extinção ou sobrevivência, faz com que a curiosidade e a busca para descobrir qual
a verdadeira força deste veículo surjam.
O rádio brasileiro passa por adaptações, portanto é necessário que os
profissionais de jornalismo que já trabalham ou pretendem ingressar neste ramo
saibam quais serão os possíveis diferenciais diante de um cenário estimulador de
todos sentidos humanos e quais as perspectivas do radiojornalismo em uma
realidade digital.
Para chegar às conclusões, apresentam-se quatro capítulos que se dividem
pela: evolução do ser humano, história do rádio, era da convergência das mídias e,
por fim, apresentam-se propostas de novas programações.
Uma em rádio AM (amplitude modulada) e uma em FM (freqüência
modulada), embasados na realidade atual. Este estudo tem o objetivo também de
servir como base para futuros estudos sobre radiodifusão.
Com o objetivo de analisar qual a importância deste novo desafio lançado aos
profissionais de rádio, usaremos como objetos de estudo pesquisas realizadas pelo
Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), uma vez que são
medidores de audiência.
Foram utilizadas também bibliografias que possibilitaram a base estrutural do
trabalho, já que a história do rádio é uma das mais antigas de todos os veículos.
No primeiro capítulo, trabalha-se a necessidade do ser humano em
comunicar-se entre si, as diferentes formas de linguagem e ainda a relação de
cumplicidade entre seres humanos e veículos de comunicação, é necessário
descobrir os principais motivos que levam às novas descobertas, por isso um
capítulo sobre o assunto.
É fundamental discorrer sobre o surgimento, propostas e crises enfrentadas
pelo rádio, além das características marcantes e dos diferentes tipos de
transmissões, tema tratado no segundo capítulo.
No terceiro capítulo, fala-se principalmente do tempo em que vivemos
atualmente, a era da convergência de mídias. Discute-se o futuro próximo da
radiodifusão, e por fim, as perspectivas para os profissionais do radiojornalismo.
Embasados na necessidade de comunicação natural do ser humano, da
história do rádio e da era das convergências de mídias, propõe-se, no quarto e
último capítulo, novas programações para este novo cenário.
Capítulo 1 - A evolução da comunicação
A busca pela sobrevivência fez com que a capacidade de comunicação dos
animais e seres humanos se desenvolvesse. Desde a era paleontológica até os dias
de hoje, o ser vivo está em constante desenvolvimento e transformação, e essa
transformação acontece através da relação entre este ser vivo e a comunicação.
1
Fonte - Texto: De herege a herói. Inventor do rádio, padre Landell de Moura foi
tido como herege por promover a radiodifusão. Diego Klautau/ Esquinas de São
Paulo (Cásper Líbero)
No dia sete de setembro de 1922, por razão da comemoração dos 100 anos
da Independência do Brasil, aconteceu, através do discurso do presidente da época,
Epitácio Pessoa, e execução da ópera Guarani, de Carlos Gomes, entre outras
atrações, a primeira difusão no país. 1
A inauguração do novo invento, caracterizada e marcada por intenções
políticas, não pode ser considerada a estréia da primeira emissora de rádio no país,
uma vez que isso ocorreu somente após um ano.
Em 20 de abril de 1923, o carioca Edgar Roquette Pinto (1884-1954) e Henry
Morize fundaram a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro com proposta de educação e
cultura e o objetivo de “Levar a cada canto um pouco de educação, de ensino e de
alegria”. Após 13 anos de vivência, a Rádio Sociedade foi estatizada e passou a se
chamar Rádio Mec do Rio de Janeiro (AM 800KHz – FM 98.9MHz) - ainda existente
e com acesso virtual através do site www.radiomec.com.br
- e se mantêm com a mesma proposta de Roquette Pinto e Morize: a de
“trabalhar pela cultura dos que vivem em nossa terra e pelo progresso do Brasil”.
Também em 1923, surge a Rádio Clube de Pernambuco, em Recife; a Rádio
Educadora Paulista, em São Paulo; e a Rádio Clube do Paraná, em Curitiba. 1
Com o aumento do número de emissoras, a sociedade começou a comprar
ainda mais aparelhos de rádio. O eletrodoméstico, até então, era considerado como
algo de grande valor e estima. As pessoas reuniam-se em volta do denominado
“móvel” para acompanhar as rádionovelas, saber notícias da guerra e ouvir os
programas de auditório.
“Cada aparelhinho desses era mantido pelo seu dono com muito carinho, com
a estima que se tem por algo precioso e raro. A sua música tinha um sabor especial
das coisas misteriosas...”(SAMPAIO apud COSTELLA,2001)
Com o “boom” do rádio e os novos programas, a contratação de funcionários
fez-se necessária. Locutores, apresentadores, produtores, artistas e cantores, isso
aumentou ainda mais os custos e criou o hábito nas pessoas de terem o aparelho
quase como um membro da família.
1
Fonte: ORTRIWANO, Gisela Swetlana, A informação no rádio. Os grupos de poder e a
determinação dos conteúdos; São Paulo: Summus, 1985, pág 13
1
Fonte: www.radialistasp.org.br
Para custear a manutenção dos aparelhos e manter o salário dos funcionários
em dia, a solução foi abrir espaço para os anúncios e procurar uma programação
diferenciada que atraísse mais os ouvintes.
Em 1931, autorizou-se a legislação que regulamentava o pagamento por
veiculação de propagandas nas emissoras, facilitando a sobrevivência das mesmas.
Ao passo que o número de emissoras aumentava, a concorrência e
competição pela busca da audiência também. Na época de ouro do rádio brasileiro,
na década de 40, quando os programas se tornavam fixos, o público não somente
aceitou a invenção como viveu o produto.
“O rádio constituiu-se ao mesmo tempo em produto e em
instrumento de expansão e consolidação do processo
civilizatório urbano – industrial no País, através da difusão
por toda a realidade brasileira de valores vinculados ao
estilo de vida que aos poucos se esboçava entre nós”
(PEREIRA apud COSTELA, 2001)
1
Fonte - Texto: Vocação: Repórter Esso. Locutor conta histórias sobre a vontade de
ser apresentador antes de entrar para o programa e como a censura agiu sobre o
noticiário.
“Uma inovação tecnológica, ademais, haveria de beneficiar
enormemente o rádio; o transistor. Invenção de John
Bardeen, Walter Brattain e William Chockley patenteada em
1947, o transistor substituiu as válvulas e, sendo muito
menor do que elas, permitiu reduzir o tamanho dos
receptores. Tornando-se portátil, o rádio ganhou audiência,
pois se impôs em inesperados lugares. Instalou-se
onipresente nos automóveis. Passou a acompanhar os
ouvintes nos estádios esportivos. Faz companhia a muitos
trabalhadores durante o dia inteiro, na oficina ou na roça.”
(COSTELLA, 2001 )
1
Fonte: www.radialistasp.org.br
Em 1959, o rádio já se recuperava da crise causada pela criação da televisão,
e agora as transmissões ao vivo se tornavam cada vez mais constantes, os
repórteres falavam diretamente do local do fato. Investiu-se em prestação de
serviços, ou serviços de utilidade pública, como: funcionamento de comércio durante
feriados, dos bancos, perda de documentos, etc. Fatos e acontecimentos que
facilitariam as rotinas da sociedade e aproximaram os ouvintes dos que faziam rádio,
instaurando uma espécie de intimidade.
Na década de 60, o rádio experimentou a segmentação, especializado e
focado em prestação de serviços e transmissões esportivas. Os apresentadores
eram mais comunicadores e dinâmicos, ao invés de somente possuírem boas vozes.
As incessantes descobertas envolvendo comunicação via satélite que
começaram a aparecer no mundo em 1957, chegaram ao Brasil em 1961. Em 27 de
outubro deste ano, o país resolveu participar ativamente das pesquisas envolvendo
novas tecnologias. E, após montar um terminal de transmissão no Rio de Janeiro,
alcançou-se a comunicação, em 1963, com Nutley, nos EUA, também captada na
França, na Inglaterra e na Itália.1
Em ano de golpe militar, 1964, o rádio brasileiro passou por dificuldades.
Muitas rádios, contrariadas com regime militar e a derrubada do presidente João
Goulart, começaram a instigar os ouvintes a contestarem o regime, o que fez com
que a ira dos poderosos fosse aguçada.
O Ministério das Comunicações, criado em 25 de fevereiro de 1967, iniciou, em
1969, um esquema de censura e manipulação das emissoras brasileiras para evitar
que este veículo de comunicação de massa causasse problemas políticos e
ideológicos, e instituiu-se então o Ato Institucional Nº 5.
1
Fonte: COSTELLA, Antônio F. Comunicação – do grito ao satélite. 4 ed. São
Paulo: Mantiqueira, 2001.
Além de censurar as emissoras, o AI 5 começou a investir em rádios FM , e,
cada vez mais, as emissoras passaram a se segmentar, o que fez com que, em
1970, já no governo de Ernesto Geisel, o rádio fosse conhecido como rádio brega,
mas continuou com audiência.
Durante as décadas de 70 e 80, o rádio se baseou nas FMs, no
entretenimento, no radiojornalismo e na segmentação, e passou por momentos de
melhorias e aperfeiçoamento.
Nos primeiros cinco anos da década de 80, passou por uma ótima fase,
porém, em 1985, outra crise dominou o rádio, desta vez, especificamente o rádio
AM.
Somado à isso, os donos das AMs começam a vender as emissoras, por
acreditarem serem as FMs mais lucrativas, com maior possibilidade de publicidade e
menor custo.
Coincidentemente, neste mesmo período, 1990, a internet começou a
conquistar de vez o mundo. Uma nova tecnologia, que novamente instigava a
curiosidade das pessoas para o novo e inusitado, tirou o foco da sociedade do rádio
para o moderno mundo virtual.
Em 1993, o movimento, para acabar com a obrigatoriedade do programa “Voz
do Brasil” tomou força, porém sem sucesso. A agitação acabou e a manifestação foi
em vão.
Na virada do século, no ano 2000, o preconceito para com o som das AMs
aumentou infinitamente e em 2001 nasceu a perspectiva do som digital. Agora o AM
terá som de FM e o FM qualidade de CD.
No ano de 2005, a primeira emissora do país a lançar jornalismo em FM
durante 24 horas foi a Band News FM, que estreou programação em São Paulo, Rio
de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Este sistema ainda não está operante em
todas as regiões do país, somente em algumas capitais e via internet.
Atualmente, as rádios web, sistemas de redes e as constantes descobertas
em comunicação por satélite sustentam a continuidade do rádio na era da
convergência das mídias, porém ainda não se sabe qual o destino das emissoras de
rádio no país e nem do radiojornalismo. Esta monografia visa expor pontos que
possam levar a respostas diante da dúvida que se instala sobre as perspectivas do
radiojornalismo e possíveis propostas para o mesmo.
2.2 – Características de um rádio sobrevivente
Diante de tantas crises pelas quais o rádio passou, é importante salientar,
neste momento, as características que possivelmente fizeram com que o mesmo
sobrevivesse aos períodos difíceis já apresentados neste trabalho.
É fundamental analisar cada fator diante do olhar dos ouvintes, do setor
comercial e principalmente do lado jornalístico, por isso cada particularidade será
avaliada em tópicos para a melhor exposição de cada característica.
- O Poder da Linguagem
Desprovido do recurso imagem, o ouvinte imagina tudo o que está sendo
falado, por isso é importante que a linguagem voltada para o mesmo seja
diferenciada. Deve ser uma linguagem mais simples, coloquial, que se aproxime da
fala. Se o ouvinte não está atento, pode perder a essência principal da notícia.
Se existe uma linguagem muito rebuscada, até mesmo a área comercial da
emissora é afetada, já que, ao trabalhar com uma linguagem muito estruturada,
desnecessariamente pode distrair o ouvinte e fazer com que se desinteresse e até
mesmo mude a freqüência.
Por isso, o método da repetição é muito utilizado, só que, se aplicado em
excesso, pode cansar o receptor da mensagem. É preciso encontrar o equilíbrio
entre o coloquial e o método de repetição. Não se deve simplificar demais e nem
tornar-se redundante.
- Agilidade de informação: o imediatismo.
O rádio caracteriza-se pela agilidade da informação e do imediatismo, que
podem ser considerados fatores de bastante relevância na análise das
características.
Na hora em que o fato acontece, o ouvinte fica sabendo com riqueza de
detalhes, o que ocorreu imediatamente e, ao decodificar a mensagem e o que está
sendo falado, reage no mesmo momento, o que aumenta a probabilidade do
departamento comercial obter sucesso na venda da imagem e anúncios da emissora
e das empresas anunciantes.
Em tempo real, o repórter que está na rua vê o episódio e consegue informar,
via telefone, as últimas notícias, e o fato do rádio ter produção menos complexa
auxilia o repórter na transmissão de informações com facilidade e agilidade.
- A vantagem: o preço.
O contato entre a radiodifusão e indivíduos está cada dia mais fácil. O custo
dos aparelhos receptores de sinal são muito baixos e acessíveis. Compram-se
aparelhos de rádio a partir de R$ 1,99, e a manutenção dos mesmos é feita com
pilhas ou energia. Preços ditos não tão elevados.
Para as emissoras, os custos estão diretamente ligados às vendas, aos
anunciantes e à audiência. Se a empresa-emissora possui um grande número de
anunciantes, os custos com funcionários e manutenção de equipamentos são pagos
pelos próprios anúncios. Caso contrário, a emissora deve buscar alternativas para
se sustentar.
A produção jornalística pode ser considerada barata, uma vez que não se
gasta tanto com equipamentos, como é o caso das emissoras de televisão, por
exemplo. Gasta-se, sim, com combustíveis, funcionários, telefonemas, custos estes
que podem ser mantidos pelos anúncios e publicidades. E outras despesas podem
ser pagas também através de permutas.
- A escolha: a seletividade.
Como dito anteriormente, com o tempo, as emissoras de rádio tiveram que
buscar diferenciais, logo, optaram por segmentar suas programações. Algumas se
voltaram para esportes, outras para entretenimento e assim por diante. Isso fez com
que os ouvintes tivessem a opção de escolher a programação. Se ele sintoniza em
determinada emissora, sabe exatamente o que ouvirá.
O departamento comercial vende espaço de mídia para comércios
específicos, por exemplo, se a rádio é especializada em esportes, vende mídia para
empresas de esportes. O que facilita a venda e inserção de “spots” (anúncios).
Já o departamento jornalístico, neste caso, varia de acordo com o foco
principal da emissora. Se a rádio é voltada para entretenimento, não se preocupará
com o setor jornalístico.
- Um diferencial: a tradição
Com o tempo, o ouvinte não ficou mais sozinho. O rádio virou um amigo, um
aliado das pessoas para acabar com a solidão. A maioria das pessoas viu no rádio
uma espécie de companheiro em que poderiam confiar seus problemas e
inseguranças. Basta ligar o rádio, quando estão sozinhas, para acabar com a solidão
na qual se encontram.
Para o departamento comercial veicular mídia tornou-se fácil, já que o rádio
era considerado o único veículo de comunicação de massa que atingia a classe dos
analfabetos, passando informações sem necessitar de mais de um sentido além da
audição.
O radiojornalismo cresceu baseado na facilidade da linguagem, mais
coloquial, e mais próxima do ouvinte. Isso se mantém até os dias atuais, o que
contribui muito para produção de textos e matérias em rádio.
1
Fonte: CHILDCRAFT. Enciclopédia Delta Universal. Rio de Janeiro: Editora
Delta, 1981
As ondas em amplitude modulada são propagadas pela antena das
emissoras de três formas. Por ondas de superfície (horizontais que atingem os
receptores próximos), ondas espaciais (que se propagam além da ionosfera e
atingem receptores distantes) e ondas espaciais refletidas, que são as ondas que
atingem a ionosfera e ainda refletem na terra aumentando ainda mais a
possibilidade de atingir outros receptores. 1
Por isso, pode-se dizer que as emissoras AMs atingem um público maior do
que as FMs, além de abranger lugares mais distantes no período noturno quando as
ondas espaciais são mais eficazes.
Porém, ao mesmo passo em que atingem locais mais distantes, são
prejudicadas pela estática provocada pelas ondas espaciais refletidas, fato que será
analisado à frente.
1
Fonte: CHILDCRAFT. Enciclopédia Delta Universal. Rio de Janeiro: Editora Delta, 1981
Da mesma forma, como na transmissão AM, as ondas em freqüência
modulada são emitidas em ondas de superfície e ondas espaciais, porém
diferentemente das AMs, as ondas espaciais em FMs não são refletidas ao atingir a
ionosfera, fato que faz com que a propagação de informações das FMs restrinja-se a
menos quilômetros atingidos do que as de amplitude modulada.
Como AMs e FMs possuem transmissões diferentes, as informações são
transportadas em freqüências desiguais, logo, uma não interfere na outra.
. Para que esses sinais de freqüência sejam recebidos, é preciso que o
receptor (aparelho de rádio) tenha uma antena, o sintonizador, amplificadores e alto-
falantes, componentes de um aparelho básico de radiodifusão.
Por causa destes quatro elementos, o ouvinte consegue ouvir a programação
que deseja. A antena capta os sinais enviados pelo transmissor, e através do
sintonizador marca a freqüência escolhida. Os amplificadores melhoram o sinal da
emissora escolhida e por fim os alto-falantes transformam os sinais na mensagem
final para o ouvinte, modificando as ondas recebidas em ondas parecidas com as
sonoras, originadas do estúdio da emissora. 1
1
Fonte: CHILDCRAFT. Enciclopédia Delta Universal. Rio de Janeiro: Editora
Delta, 1981
“O veículo possui características como a instantaneidade,
a simultaneidade e a rapidez. Todas elas contribuem assim
para fazer do rádio o melhor e mais eficaz meio a serviço
da transmissão de fatos atuais. Outras características
deste meio de transmissão de mensagens corroboram tal
hipótese. Entre elas, a capacidade do rádio de ser
entendido por um público muito diversificado, por não exigir
um conhecimento especializado para a decodificação e a
recepção nas condições mais diversas, todas elas
favorecidas pela autonomia concedida ao aparelho
receptor a partir do invento do transistor.” (PRADO, 1985)
- Qualidade de transmissão
Como abordado anteriormente, o fato das transmissões em AMs serem feitas
também através de ondas espaciais refletidas faz com que os sinais atinjam lugares
mais afastados, porém este mesmo contribui para que a qualidade seja menor
comparada às das FMs, pois as ondas espaciais emitidas pelas FMs não refletem,
elas vazam além da ionosfera e as de AM refletem e fazem com que o som seja
alterado, interferindo na qualidade da transmissão.
- Programação
Um dos diferenciais entre AM e FM é a programação. Enquanto uma é
voltada para o entretenimento, a outra se baseia na quantidade de informação. FMs
têm um formato leve, com muita música e descontração. Já AMs programam-se
pautadas na informação e na prestação de serviços.
- Público
O público alvo de cada freqüência varia de acordo com o interesse de cada
ouvinte. Se se busca distração, sintoniza-se em emissoras de freqüência modulada,
já que, de acordo com “Manual do radialista” publicado pelo Ministério da Educação
em 1997, o público das FMs é segmentado e busca linguagem informal e música,
características de FM. Enquanto nas AMs o público busca informação instantânea,
prestação de serviços e jornalismo.
- Custos
Os gastos com AM são ditos mais caros, uma vez que a produção em AM deve ser
mais elaborada, já que existem gastos com reportagens, maior quantidade de
funcionários, manutenção de equipamentos, entre outros. Em FM, o fato de
transmitir músicas e entretenimento faz com que as despesas sejam menores, já
que os funcionários conseguem baixar as músicas gratuitamente na internet e usar
outros recursos alternativos como este.
- Mercado
As FMs têm espaço maior do que as AMs no mercado de radiodifusão,por
alcançarem um sinal mais claro e limpo. Isso faz com que a audiência das FMs seja
maior do que as de AM.
- Potência
Enquanto as AMs transmitem em 535kHz e 1605kHz, as FMs o fazem em 88
a 108MHz. Um quilohertz corresponde a mil hertz (Vibrações por segundo) e um
megahertz equivale a um milhão de quilohertz.
- Estímulo
Entre as várias diferenças entre AM e FM pode-se observar o estímulo
cognitivo que cada uma proporciona aos ouvintes.
Rádio Alto Estímulo (AM) Rádio Baixo Estímulo (FM)