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CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROCEDIMENTOS
EM ECOLOGIA

A ÁGUA NO AMBIENTE

salinidade e película de tensão superficial

Prof. Dr. Mário Sérgio GALVÃO-BUENO


Prof. Dr. Adalberto José MONTEIRO JR.
Profa. Dr. Rose Mary REIS-DUARTE

1. INTRODUÇÃO

A água é um dos componentes de maior provocando um aumento na sua densidade; o


distribuição e importância na crosta terrestre e grau máximo dessa compactação ocorre a
possui numerosas propriedades físicas peculiares aproximadamente 4oC e conseqüentemente, esta
que interferem na formação da estrutura é a temperatura em que a água tem o seu grau
ecológica dos biótopos aquáticos. máximo de densidade. Entre 4oC e OoC, os
As condições térmicas e de circulação, agregados adquirem uma estrutura mais fixa e
os fenômenos da suspensão dos organismos simétrica e ao atingir OoC as moléculas de água
planctônicos e os fenômenos biológicos da ficam relativamente fixas, congelando-se com
película de tensão superficial, estão intimamente esta microestrutura cristalina, menos densa.
relacionados com as propriedades físicas e Portanto, contrariamente do que se observa na
químicas da água. maioria dos líquidos, a água em estado sólido é
A molécula de água é covalente e seus menos densa (ESTEVES, 1988).
átomos H-O-H estão posicionados de maneira a Para atingir o estado gasoso, onde as
formar entre si um ângulo de 105o. o que confere moléculas ficam livres, as “pontes de
a ela uma natureza bipolar (um “lado” positivo e hidrogênio” devem ser rompidas, o que promove
outro negativo). o livre afastamento destas moléculas na
Devido a sua natureza polar, as atmosfera. Segundo ESTEVES (1988), para que
moléculas atraem-se mutuamente por “pontes de ocorra a quebra das “pontes hidrogênio” em 1
hidrogênio”. Estas “ligações hidrogênio” mol de água, é necessária uma quantidade de
possibilitam a formação de agregados (H2O)n, que energia equivalente a 7 kcal.
estão sempre em movimento devido a agitação Os fatores que determinam as
térmica. O tamanho do agregado diminui com o propriedades físico-químicas da água são:
aumento da temperatura e o número de moléculas densidade, tensão superficial, tensão superficial,
que o constitui, depende da temperatura, pressão, viscosidade, calor específico, calor de
concentração e tipo de solutos presentes. A vaporização, propriedades óticas como cor e
diminuição da temperatura reduz a agitação transparência, temperatura, salinidade, gases
térmica das moléculas, aumentando e tornando dissolvidos (oxigênio, gás carbônico, etc.), ph,
mais eficientes as “ligações hidrogênio” que dureza, substâncias dissolvidas (nitritos, sulfatos,
aproximam cada vez mais as moléculas entre si, etc.).
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1.1. DENSIDADE

A densidade de uma substância é a durante o inverno, a parte congelada


relação entre a massa e o volume que ela fica na superfície e as camadas mais
ocupa. A densidade da água a 4oC = 1g/cm3 é profundas a 4oC, onde não ocorre
considerada padrão. Os principais fatores que congelamento, porque o gelo
influenciam na densidade da água são: superficial funciona como isolante
térmico, assim, a fauna pode migrar da
 Salinidade: quanto maior a superfície congelada para regiões mais
concentração de sais, maior a quentes (4oC) e sobreviver durante o
densidade, este fato pode provocar inverno.
uma estratificação em ambientes
aquáticos costeiros, quando  Pressão: a cada 100m de
suficientemente profundos. profundidade, há um aumento de
pressão de 10atm. e um abaixamento
 Temperatura: a água é mais densa a na temperatura de 0,1oC. Este fato
4oC; tanto abaixo quanto acima desta assume importância relevante apenas
temperatura ela é mais leve. Este fato em lagos profundos como Tanganica
tem grande importância para a (1.470 m) e Baikal (1.620 m), onde a
circulação de nutrientes nos lagos das temperatura do hipolímnio é ainda
regiões temperadas. Nestas regiões menor devido ao efeito da pressão.

1.2. TENSÃO SUPERFICIAL

As moléculas de água atraem-se tensão, que devido a sua elasticidade não se


mutuamente por uma forma de atração, ou rompe.
coesão. O arranjo destas moléculas na camada A tensão superficial decresce com o
de contato com o ar forma uma película de aumento da temperatura e com a quantidade de
tensão, chamada tensão superficial, capaz de substâncias orgânicas dissolvidas (ácidos
suportar pequenos esforços sem se romper. húmicos e substâncias excretadas por algas).
A existência desta película permite a Detergentes e sabões também alteram a tensão
vários organismos aquáticos se locomoverem superficial das águas, atingindo diretamente o
sobre ela, muitas vezes com grande rapidez, ou neuston (organismos ou comunidades que
se pendurarem nela (larvas de Culex) como se vivem associados à camada de tensão
fosse um forro. Alguns insetos podem ser superficial da água).
observados andando em cima desta película de

1.3. VISCOSIDADE

É a capacidade da água oferecer exemplo, a 30oC uma massa de água tem


resistência ao movimento dos organismos e das praticamente metade da viscosidade a 5oC,
partículas nela presentes. portanto, um organismo planctônico afunda
A viscosidade é influenciada pela duas vezes mais rápido numa temperatura de
concentração de sais dissolvidos, e é 30oC.
inversamente proporcional à temperatura, por

1.4. CALOR ESPECÍFICO E CALOR DE VAPORIZAÇÃO

Por definição, calor específico é a específico, ou seja, ela é capaz de absorver


quantidade de energia necessária para elevar grandes quantidades de calor sem sofrer
em 1oC a temperatura de 1kg de água, a 14,5oC alteração em sua temperatura, proporcionando
e corresponde a 1kcal. Quando comparada com mudanças térmicas gradativas (ESTEVES, 1988),
outros líquidos, a água tem um alto calor esta é a razão pela qual os ambientes aquáticos
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e aqueles que tem grande quantidade de água para que a água evapore), conseqüentemente, a
líquida ou gasosa, têm grande estabilidade maior parte da energia solar que chega à Terra
térmica. (aproximadamente 1/3), é dissipada pelos rios,
A água também possui um alto calor lagos e oceanos (ESTEVES, 1988).
de vaporização (quantidade de calor necessária

1.5. PROPRIEDADES ÓTICAS

As condições óticas das águas naturais e um pouco do amarelo, a medida que aumenta a
são de extrema importância para a produtividade espessura da água, as extremidades do espectro é
biológica, pois interferem diretamente na que passam a ser absorvidas rapidamente
profundidade de penetração da luz nesses (KLEEREKOPER, 1990).
ambientes.
1.5.2. Transparência: a transparência da
1.5.1. Cor : a cor da água pura é azul, água tem alto grau de variabilidade. Em águas
porém, na natureza é extremamente difícil fortemente coloridas como lagos humíferos,
encontrarmos essa coloração, devido a presença águas carregadas de partículas em suspensão
constante de partículas em suspensão que (rios em época de chuvas) ou lagos com
refratam a luz modificando sua coloração, por “floração das águas”, a transparência não
exemplo, uma água repleta de algas verdes, terá a ultrapassa alguns centímetros, enquanto no lago
cor verde pela reflexão das algas em suspensão. Baikal, a transparência chega a 40 m. Num
As substâncias dissolvidas mesmo lago, há variações da transparência
(principalmente as orgânicas, as humíferas, os durante o dia. A transparência é medida com um
óxidos e sais de ferro) também influem na disco de Secchi.
coloração das águas que variam do amarelo, Os fatores que interferem nesta
verde-amarelo, marrom e café. As águas característica são: quantidade e tipo de plâncton,
humosas são quase pretas. circulação da água e natureza geológica da bacia
A importância da coloração da água é hidrográfica.
devido a sua interferência na penetração luz no Enquanto uma grande transparência só
ecossistema aquático. Mesmo na água pura, há poderá ser encontrada em águas com pouca
uma absorção seletiva da luz muito característica, produtividade em plâncton, águas com pequena
os raios vermelhos são intensamente absorvidos transparência não são necessariamente muito
na camada superficial (mais ou menos 1 m), produtivas, pois a turbidez pode estar sendo
alguma absorção ocorre com os raios azul, verde causada por partículas inorgânicas em suspensão.

1.6. TEMPERATURA

Conforme foi discutido nos itens A temperatura também está relacionada


anteriores, a temperatura da água influi sobre a com a produtividade e o consumo nos
sua viscosidade e densidade, agindo também, ecossistemas aquáticos. O ritmo biológico,
diretamente sobre a distribuição, periodicidade e expresso em quantidade O2 assimilado e CO2
reprodução dos organismos. Interfere também na expelido, cresce cerca de 10% em cada grau de
ciclagem de água nos lagos. elevação na temperatura do ambiente; esse
As espécies podem ser euritérmicas, ritmo num ambiente tropical com temperatura
quando os indivíduos são capazes de tolerar de 25oC, será duas vezes mais rápido do que
grandes variações de temperatura e são num ambiente temperado a 15oC. Foi
estenotémicas quando sua tolerância à variação demonstrado que certos peixes de água doce
de temperatura é baixa. A tolerância dos consomem três vezes mais alimentos a 20oC do
organismos em relação a temperatura não é a que a 10oC (KLEEREKOPER, 1990).
mesma em todas as fases do seu Certamente, a temperatura é um dos
desenvolvimento, zigotos, esporos, cistos e fatores decisivos na distribuição geográfica dos
sementes podem resistir a temperaturas bem animais e plantas.
superiores ou inferiores aos limites de tolerância
das formas vegetativas.

1.7. SALINIDADE
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O oceano cobre cerca de 71% da aqueles que toleram uma pequena variação,
superfície terrestre. Sua profundidade é variada, estenohalinos.
tendo em média 3.800 metros, embora possa Cumpre notar que a água continental
atingir até 11.040 metros (na fossa das pode, em alguns casos, atingir salinidades
Marianas). As maiores superfícies correspondem superiores a água do mar, como nos “mares”
a profundidades compreendidas entre 3.000 e fechados e nas “salinas” do pantanal mato-
6.000 metros (PANZARINI, 1979). grossense. Neste último caso, a elevada
A vida está presente em qualquer local e salinidade é devida a alta concentração de sódio e
em todas as profundidades. O oceano é contínuo potássio (BRUM & SOUSA, 1985).
sendo a temperatura, a salinidade e a O estudo do ambiente marinho
profundidade as principais barreiras ao normalmente restringe-se à zona litorânea, de
movimento livre dos organismos marinhos. fácil acesso por barco. A região oceânica apenas
Todas as águas naturais contêm sais pode ser explorada por navio, o que dificulta seu
dissolvidos. Até mesmo a água da chuva não é estudo (AVELAR et al., 1995).
quimicamente pura. A água chamada “doce” A água do mar difere da água
contém sais, embora em proporção bem menor continental também em relação a sua composição
que a água do mar (variando de 1/20 a 1/100 em iônica estável e quase uniforme, mantendo-se
relação a esta). Enquanto os lagos apresentam de perfeitamente constante, sendo as águas dos rios
0,01 a 0,02% de sais, a água do mar atinge, em e lagos bastante heterogêneas. A salinidade ou
média, 3,5% (embora alguns lagos salgados teor salino é da ordem de 3,5o/o ou 35o/oo (partes
possam chegar a 10%). A água do mar aberto por mil). Cerca de 2,7o/o são de cloreto de sódio,
tem, porém, uma salinidade bastante constante. A a maior parte do restante consiste em sais de
salinidade das águas costeiras pode variar em magnésio, de cálcio e de potássio, marcando
decorrência das chuvas e da injeção de águas pequena presença os íons sulfato, bicarbonato,
continentais (rios), bem como da incidência solar carbonato e brometo. Devido a maior força de
e da temperatura (que provocam evaporação). dissociação dos ânions, a água do mar é alcalina
Os organismos que toleram uma grande (pH = 8,2) (ODUM, 1985). A composição da água
variação de temperatura são ditos eurihalinos e do mar, em relação aos principais íons, é a
seguinte:

PRINCIPAIS ÍONS CONSTITUINTES DA ÁGUA DO MAR


ÂNIONS o/oo CÁTIONS o/oo

Cl - 19,353 Na + 10,760
SO4 - 2,712 Mg++ 1,294
HCO3 - 0,142 Ca++ 0,413
Br - 0,067 K+ 0,387
B- 0,004 Sr++ 0,008
TOTAL: 22,278 TOTAL: 12,862
TOTAL DE IONS (S o/oo) 35,140
Dados de HORNE (1969) apud PANZARINI, 1979

A salinidade da água do mar é um matéria orgânica, quando se


parâmetro importante nos estudos de Ecologia substituiu todo o brometo e o iodeto
Marinha e poderia ser determinada por por quantidade equivalente de cloreto
destilação, pesando-se os resíduos. Entretanto, e quando se converteu os carbonatos
este método conduz a inúmeros erros. A em óxidos” (KNUDSEN, 1901).
existência desses erros obrigou a uma definição
de salinidade bastante complicada: Evidentemente, é impossível a
determinação segundo a definição, pela
“Salinidade é o peso em complexidade da composição iônica e por ser um
gramas (no vácuo) dos sólidos que se processo bastante trabalhoso, o que conduz a
obtém a partir de 1 kg de água do mar grandes erros. Mas, sabe-se que a composição da
(peso em vácuo) quando os sólidos se água do mar é constante, e dessa maneira, pode-
dissecam até peso constante a 480oC, se relacionar a concentração de cloretos com a
quando se oxidou completamente a
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quantidade total de sais. Assim, pode-se chegar a halogênios em 0,3285233 kg de água


salinidade determinando-se a clorinidade. do mar” (KNUDSEN, 1901).

Clorinidade, que “é a Embora muitos métodos tenham sido


quantidade total, em gramas por propostos para a dosagem do teor de cloreto, o
quilograma de água do mar, dos íons método de Knudsen mostra-se o mais confiável.
cloro, bromo e iodo, supondo que os Seu princípio baseia-se na determinação da
brometos e os iodetos sejam clorinidade da água por titulação com nitrato de
substituídos por cloretos” ou ainda “a prata. Deve-se, porém, dispensar aos reagentes os
massa em gramas de prata pura cuidados característicos e necessários para a
necessária para precipitar os precisão de uma titulação.

1.8. GASES DISSOLVIDOS NA ÁGUA

1.8.1. O Oxigênio

Depois do nitrogênio o oxigênio é o vapor de água e com 760 mm de Hg de pressão,


elemento mais abundante da atmosfera, são as seguintes:
constituindo cerca de 20% em peso. Sua
concentração influencia o nível de atividade dos Temperatura Saturação
seres vivos, pois torna a energia disponível para (0C) (mg/L)
os organismos biológicos e, portanto, sua 0 14,16
ocorrência limita o nível de atividade fisiológica 10 10,92
e bioquímica tanto dos animais quanto dos 15 9,76
próprios vegetais. 20 8,84
Os organismos terrestres não
25 8,11
apresentam nenhuma dificuldade em obtê-lo. Sua
30 7,53
grande quantidade na atmosfera é resultado da
35 7,04
produção pela fotossíntese e atinge a cifra de 8 x
1020 toneladas (JOHNSON, 1970). Portanto, no 40 6,59
ambiente terrestre, o suprimento de oxigênio
parece ser sempre adequado (exceto em grandes A quantidade máxima de oxigênio que
altitudes, em regiões profundas do solo e em pode ser dissolvida em água, em determinada
solos saturados por água). pressão e temperatura (saturação de oxigênio),
A situação em ambientes aquáticos, no varia com a temperatura, sendo este um fator
entanto, é bem diferente. O oxigênio é muito importante, considerando-se que águas
pouco solúvel em água. Em condições ideais equatoriais podem atingir até 38 0C, com uma
(00C, em água doce) chega a saturar a água com saturação de oxigênio (6,76 mg/l) em menos da
um teor inferior a ¼ da sua concentração no ar, metade daquela a 0 0 C (ESTEVES, 1988).
valor este nunca encontrado na natureza. Em A solubilidade depende também da
geral, a concentração encontrada em ambientes pressão atmosférica, mas a correlação apenas se
límnicos fica em torno de 6ml de O2 por litro, faz necessária a grandes altitudes. De acordo com
podendo atingir condições perfeitamente SCHOWERBEL (1973) o valor da saturação
anaeróbicas. corrigido (S’) pode ser obtido pela fórmula:
Sendo pouco solúvel, a distribuição do
oxigênio na água é muito lenta, podendo ser S’ = S (760 / P)
acelerada por fenômenos de turbulência e
agitação. A capacidade dos organismos em onde: S = valor de saturação não
remover o oxigênio da água é proporcional a corrigido e P = pressão atmosférica.
velocidade com que o meio entra em contato com
suas estruturas respiratórias, e assim, sofre Comparando-se o teor de oxigênio
influência da viscosidade da água, sendo menor obtido na amostra experimental com o valor de
com a água mais viscosa. Portanto, o oxigênio é saturação na mesma temperatura pode-se
mais solúvel em água fria que em água quente. concluir se a água amostrada está ou não saturada
Segundo TRUEDSDALE (apud com este gás. Os valores encontrados são
SCHWOERBEL, 1973), as concentrações de expressos em porcentagem de saturação.
saturação (em mg/l), numa atmosfera saturada de Informações sobre os teores de oxigênio
dissolvido proporcionam valiosas informações
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sobre as reações biológicas e bioquímicas que receber matéria orgânica sem causar dano a esse
ocorrem na água e constituem uma medida de ambiente.
suma importância no que diz respeito a vida
aquática, bem como da capacidade da água em

1.8.2. O Gás Carbônico

O CO2 na água é proveniente de várias


fontes, as principais são a decomposição da Ca(HCO3)2 = CaCO3 + CO2 + H2O
matéria orgânica e a respiração de macro e
microorganismos; a concentração desse gás, A reação inversa ocorre, quando por
portanto, varia de acordo com o número, a massa algum motivo a quantidade de CO2 dissolvido
de organismos e a temperatura. Quando ocorrem aumenta além do equilíbrio, formando
condições de saturação de o CO2, tais águas ao monocarbonatos insolúveis e bicarbonatos
serem expostas ao ar, perdem rapidamente todo o solúveis:
gás em excesso, uma vez que na atmosfera ele
existe em pequena quantidade, sua pressão CaCO3 + CO2 + H2O = Ca(HCO3)2
parcial é de apenas 0,00032atm. A água contém
uma concentração de CO2 apenas suficiente para Esse equilíbrio, entretanto, depende da
manter o equilíbrio entre as pressões parciais presença, em quantidade suficiente, de CO2 e
desse gás, dentro e fora do líquido metais (ou seus óxidos), principalmente cálcio ou
(KLEEREKOPER, 1990). magnésio. Se houver CO2 na ausência de
O carbono inorgânico pode ocorrer no quantidades suficientes desses metais, haverá um
ambiente aquático em três formas principais: desequilíbrio, pois sem metais, não há a
carbono “livre” enquanto dissolvido (CO2, formação de bicarbonatos e monocarbonatos. O
H2CO3), “semi-livre” quando incorporado aos CO2 fica livre em excesso, sendo chamado
bicarbonatos (HCO3-) e “fixo”, na forma de “agressivo”, pois tem uma ação erosiva na
carbonatos (CO3--). natureza, atacando minérios e rochas. Vale
O principal processo consumidor de lembrar que grande parte das ruínas de povos
CO2 é a fotossíntese, o papel desse gás é de antigos, estátuas em mármore, etc., em várias
primordial importância para a produtividade partes do mundo, estão sofrendo os efeitos
biológica., desde que seu teor não ultrapasse o corrosivos do ácido carbônico, entre outros,
máximo tolerado. O CO2 pode ser consumido devido à poluição atmosférica.
rápido totalmente em horas ensolaradas do dia, O ácido carbônico forma-se quando o
provocando a paralisação momentânea do CO2 ao difundir-se na água, tem parte de suas
processo de fotossíntese por falta desse gás. moléculas combinada com ela, segundo a
O CO2 não se encontra apenas na forma equação:
dissolvida, mas está incorporado em dois grupos
de sais: carbonatos e bicarbonatos. Ambos estão CO2(g) + H2O (l) = H2CO3 (aq.)
presentes na água doce principalmente como sais
de cálcio. Ele é o responsável pelo pH levemente
Quando cálcio, magnésio ou potássio ácido da água da chuva, ou destilada, desprovida
estão presentes na água em quantidade suficiente, de sais. O ácido carbônico é fraco, e logo após
formam um sistema equilibrado, no qual a sua formação sofre a primeira dissociação,
quantidade de cada uma é determinada pelas duas formando íons de H+ e bicarbonato HCO3 - -:
restantes. Se a quantidade de uma delas diminui
por alguma razão, afastando-a do equilíbrio, as H2CO3 (aq.) = H+ (aq.) + HCO3- (aq.)
duas restantes ajustam suas quantidades à nova
situação, mantendo o equilíbrio. Por exemplo, se A segunda dissociação ocorre formando
a quantidade de CO2 diminui por razão da íons de H+ e carbonato CO3- -:
atividade fotossintética do fitoplâncton, uma
parte dos bicarbonatos existentes transforma-se HCO3- (aq.)  H+ (aq.) + CO3 - - (aq.)
em carbonatos e CO2, segundo a equação:

1.9. pH
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A natureza ácida, alcalina ou neutra do Dependendo da quantidade e do tipo de


meio, regula intensamente processos fisiológicos sais presentes na água, ela terá sua capacidade
importantes, como a permeabilidade das tampão aumentada ou diminuída. Sais como os
membranas vivas e conseqüentemente dos carbonatos e fosfatos e ácidos fracos, tem ação
organismos aquáticos da biocenose. reguladora do pH do meio, impedindo grandes
Da mesma forma que a temperatura, os oscilações.
organismos aquáticos tem preferência por pH O pH das águas continentais varia entre
específico. Observa-se que algumas espécies 3 e 10. Águas estagnadas, ricas em matéria
presentes em águas com pH baixo são orgânica, são freqüentemente muito ácidas,
substituídas por outras, com pH alto. devido a presença de ácidos orgânicos como o
O pH do meio tem ainda grande carbônico, sulfúrico, nítrico, acético, oxálico, etc.
influência sobre os processos de decomposição e Águas salinas e dos açudes no nordeste
mineralização dos compostos orgânicos, tão brasileiro, geralmente tem valores de pH entre
importantes no ciclo das substâncias nutritivas da 6,7 a 9,3, a maioria acima de 8,0 (ESTEVES,
água. 1988).

1.10. DUREZA

O teor de cálcio na água pode ser grande importância para os organismos aquáticos
utilizado para caracterizá-la quanto ao grau de (alimentação de animais e vegetais), pois também
“dureza”. Esse termo é freqüentemente usado promove o acesso de vários sais inorgânicos aos
em tratamento de água e reflete o teor de vegetais, em todas as regiões do mundo onde
carbonato e bicarbonato, podendo também estar foram feitas investigações, nas águas de grande
combinado com sulfatos e cloretos. produtividade, sempre se encontrou um grande
O cálcio existe na água, principalmente teor de cálcio, sem entretanto ultrapassar a
em forma de bicarbonatos e carbonatos, tendo tolerância da maior parte dos organismos
sua concentração afetada diretamente pelo (KLEEREKOPER, 1990).
sistema de equilíbrio envolvendo os carbonatos, O tipo de dureza da água utilizado varia
já discutido anteriormente. É um elemento de de país para país.

1.10. NITRITOS E FOSFATOS

1.10.1. Nitrogênio:

A maior parte do nitrogênio encontrada macrófitas aquáticas, algas cianofíceas


na água está sob a forma do gás N2, que é planctônicas.
completamente inerte, portanto, não aproveitado Dentre as diferentes formas, o nitrato e o
diretamente pelos organismos aquáticos. Está íon amônio assumem grande importância nos
presente também sob várias formas: nitrato (NO3- ecossistemas aquáticos, uma vez que representam
), nitrito (NO2-), amônia (NH3), nitrogênio as principais fontes de nitrogênio para os
orgânico dissolvido (proteínas, peptídeos, produtores. O nitrogênio orgânico também pode
purinas, aminas, aminoácidos, etc.) e nitrogênio ser incorporado à biomassa.
orgânico particulado (bactérias, fitoplâncton, Em águas poluídas, os nitritos (NO2-)
zooplâncton e detritos). podem ser encontrados em quantidades
O nitrogênio do ar pode ser fixado por apreciáveis, eles são resultantes do processo de
bactérias de vida livre, bactérias associadas às mineralização.

1.10.2. Fósforo:

No metabolismo celular a participação do produtividade, além de ser também o principal


fósforo é de fundamental importância nos processos responsável pelo processo de eutrofização.
de armazenamento de energia (ATP), na estrutura Toda forma de fósforo presente em águas
dos ácidos nucléicos e da membrana celular naturais, tanto na forma iônica como em
(fosfolipídios). Na maioria das águas continentais, moléculas mais complexas, está presente sob a
este elemento é o principal fator limitante para a forma de fosfato e está presente sempre em
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pequenas quantidades. Quando a sua concentração fosfatados, temos uma indicação de que a água
aumenta e a região não é rica em minérios está poluída..

1.11. SILICA

No meio aquático a sílica é de fundamental (ex. feldspato), que são mais freqüentes em rochas
importância, pois é utilizada por grande parte dos sedimentares do que em magmáticas. Na água, a
protozoários e algas do plâncton, principalmente sílica pode estar presente de forma: solúvel (como
pelas diatomáceas na elaboração da sua carapaça, íon SiO4o), coloidal e particulada (detritos
ressalte-se porém, que raramente este elemento orgânicos, sob a forma de quartzo e minerais de
constituirá um fatores limitante para a produtividade silicatos em suspensão, adsorvida em a compostos
feita pelas diatomáceas (KLEEREKOPER, 1990). orgânicos e inorgânicos, como o hidróxido de
Segundo ESTEVES (1998), a sílica presente alumínio, ou ainda, incorporada ao fitoplâncton
no ambiente aquático é proveniente principalmente SiO2).
da decomposição de minerais de silicato de alumínio

2. METODOLOGIA

2.1. Método de Knudsen

2.1.1. Fundamento do método

O método de Knudsen (mais precisamente Quando todo o cloro tiver reagido com a
de Mohr-Knudsen) consiste na dosagem de cloreto prata, a primeira gota de solução de nitrato de prata,
(Cl-), presente na água do mar, pela titulação por em excesso, irá reagir com o indicador cromato de
precipitação com solução padrão de nitrato de prata potássio (K2CrO4), originando cromato de prata
(AgNO3), usando-se como indicador o cromato de (Ag2CrO4), que é um precipitado castanho-
potássio (K2CrO4). avermelhado:
Quando se adiciona nitrato de prata à água
do mar, o íon prata (Ag+) vai reagindo com o ânion 2 Ag+ + CrO4-  Ag2CrO4
cloreto (CL-) e precipita-se como cloreto de prata
(AgCl), por ser insolúvel em água, em forma de um O aparecimento dessa cor castanho-
sólido branco finamente dividido: avermelhada é que vai indicar o final da titulação.

Ag++NO3-+Na++Cl-  AgCl+NO3-+Na+

2.1.2. Procedimento:

1. Pipetar precisamente 7,1 ml de amostra 4. Encher e calibrar a bureta com solução


de água do mar para um erlenmeyer de de nitrato de prata (AgNO3) a 0,2 N.
250 ml. 5. Titular a amostra com esta solução de
2. Adicionar água destilada até o nitrato de prata até que ela adquira uma
duplicamento da amostra, ou seja, coloração castanho-avermelhada que
adicionar mais 7,1 ml de água não desaparece após forte agitação.
destilada. Quando isso ocorrer, fechar
3. Adicionar 5 gotas de solução de imediatamente a torneira da bureta.
cromato de potássio (K2CrO4) e 5%. 6. Ler a anotar o volume de nitrato de
Esta solução será o indicador da prata (AgNO3) consumido:
titulação.
V= ml

2.1.3. Cálculo:
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Para facilitar os cálculos Para a obtenção de salinidade devemos


estequiométricos do processo, os valores usar a seguinte conversão, obtida
usados foram arranjados de tal maneira que o empiricamente:
volume lido na bureta corresponde diretamente
a clorinidade da água do mar. Assim, temos: Salinidade (S o/oo) = 1,80655 x Cl (o/oo)

Clorinidade (Cl o/oo) = Volume (ml) de AgNO3 Mais recentemente, o símbolo o/oo tem
gasto na titulação sido substituído por 10-3. Desta maneira, a
salinidade média da água do mar (35 o/oo) seria
então indicada por 35 x 10-3 (ESTEVES, 1988).

2.1.4. Resultados

Preencha a tabela a seguir, com os dados obtidos por todos os grupos desta aula.

TITULAÇÃO CLORINIDADE SALINIDADE


Cl o/oo S o/oo
grupo = V (AgNO3) = 1,8 (Cl o/oo)
1
2
3
4
5
6
Média:

2.1.5. Preparo das Soluções:

Solução de nitrato de prata (AgNO3): Solução de cromato de potássio


Dissolver 34g de nitrato de prata (AgNO3) em (K2CrO4): Dissolver 5g de cromato de potássio
água destilada suficiente para o preparo de 1 em água destilada suficiente para o preparo de
litro de solução. 100ml de solução.

2.1.6. Outros métodos:

A salinidade pode ainda ser determinada por salinômetros elétricos de indução. Estes
por outros métodos, como a medida por últimos permitem a leitura in situ e registro
salinômetros (densímetros que indicam contínuo (MARGALEF, 1974). Tem sido também
diretamente a salinidade), pelo índice de proposto o uso de pressão de vapor, do ponto de
refração da água (que é função da temperatura e congelamento e da condutibilidade sonora como
da salinidade), pela condutibilidade elétrica e recursos para tal determinação (TAIT, s/d)

2.1.7. Discussão:

A salinidade em mar aberto, expressa estuarinas, resultam das variações diárias das
como parte do material sólido por mil partes de marés e das variações sazonais associadas com
água do mar (o/oo) é, em média, de 35 o/oo e é estações chuvosas regulares. Um aumento de
relativamente constante, embora ocorram água doce, ocorrendo após grandes tempestades
variações pequenas entre os oceanos. A irregulares causa variações arrítmicas na
salinidade de outros ambientes marinhos pode salinidade.
variar pelo menos em regiões estuarinas e A salinidade e a pressão osmótica dos
costeiras após chuva excessiva e grande vazão fluídos corpóreos estão devidamente inter-
dos rios. As variações rítmicas em salinidade, relacionadas, desde que a salinidade reduzida
comuns principalmente em águas costeiras e resulta em uma pressão osmótica também
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reduzida. Se a salinidade da água do mar varia, Evidentemente, como o método de


a dos fluídos internos de um organismo pode Knudsen baseia-se na composição constante da
variar de maneira a se tornar semelhantes à nova água do mar, não pode ser usado para a
concentração de sais externa (os chamados determinação de salinidade de água salobras,
“osmoconformadores”) ou os fluídos internos pois neste caso a composição não é constante.
do organismo podem permanecer com os Haja visto o caso já citado das salinas do
mesmos valores originais de salinidade (os ditos pantanal do Mato Grosso do Sul que exibem
“osmorreguladores”). alta salinidade devido a concentração elevada de
O peso específico, outra importante sódio e potássio (BRUM & SOUZA, 1985).
característica física da água do mar, é Essas águas salobras constituem as
influenciado pela salinidade, desde que o águas atalassoalinas, com alta salinidade e
aumento da salinidade resulta em aumento do composição química diferente da água do mar.
peso específico da água do mar. A elevação da É este também o caso do Mar Morto, a 980 m
temperatura, entretanto, diminui o peso abaixo do nível do mar, com salinidade de 226
específico de um líquido. Qualquer variação no g/l (MARGALEF, 1974).
peso específico pode influenciar a posição de Devido a sua utilidade geral e, apesar
um organismo na coluna de água, afetando sua de suas reduções, o Sistema de Veneza foi
flutuabilidade. Um peso específico alto é adotado, em 1958, para a classificação das
usualmente característico de organismos águas marinhas, de acordo com sua salinidade
bentônicos. (Moreira, 1979):

CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS MARINHAS


(Sistema de Veneza, 1958)
ZONA SALINIDADE (o/oo)
HIPERALINA Acima de 40
EUALINA De 40 a 30
MIXOALINA De 30 a 0,5
LIMNÉTICA Abaixo de 0,5

2.2. Tensão superficial da água

2.2.1 Procedimento:

 Posicione cuidadosamente a gilete em


posição vertical, na superfície da água.  Coloque um pouco de detergente na
água.
 Anote o que acontece.
 Descreva o que ocorre
 Posicione a gilete em posição
horizontal, na superfície da água. Anote
o que acontece.

2.3. Discussão:

 Entre a água e o metal que constitui a  Flutuar  Afundar


gilete, qual dos dois tem menor
densidade?  O resultado do experimento feito está
dentro do esperado? Explique.
 O material de menor densidade quando
em meio líquido, deve :

3. QUESTÕES DE REVISÃO
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3.1. Quais fatores possibilitam a formação de forma outros fatores ambientais podem
agregados de moléculas de água? Que interferir na salinidade.
relação tem estes agregados com a
temperatura? Justifique sua resposta. 3.12. Porque a água pura ou até mesmo a água
destilada é ligeiramente ácida? Que
3.2. Explique porque o gelo flutua e discuta equação química representa esta
a importância deste fato para os lagos de característica?
regiões temperadas.
3.13. Explique a relação entre a concentração
3.3. Em lagos com grande profundidade, de oxigênio e a temperatura. Pode-se
como o Tanganica e o Baikal, quais afirmar o mesmo em relação ao gás
fatores interagem para diminuir ainda carbônico? Por que?
mais a temperatura no hipolímnio?
3.14. Porque uma garrafa de refrigerante
3.4. Defina "camada de tensão superficial". colocada no freezer estoura?
Explique como é formada e qual a sua
importância para a comunidade biótica 3.15. Porque quando retiramos uma garrafa de
local? refrigerante do congelador, ao abrirmos
a sua tampa, geralmente o líquido
3.5 O que é viscosidade da água? Como esta transborda e esguicha com pressão
característica interagem com a maior?
comunidade biótica?
3.16. Quando o gás carbônico é dito
3.6. Que relação há entre a presença de água agressivo? Explique.
na atmosfera de um determinado local e
a variação diária de temperatura? 3.17. Que relação há entre o cálcio, magnésio
Explique e exemplifique. ou potássio e o gás carbônico presente
na água? Transcreva a equação química
3.7. Qual é a cor da água pura/ Como a que representa esta relação.
comunidade biótica interfere com
relação a este fator? 3.18. O que é 'dureza da água'? Qual a sua
importância para a comunidade biótica
3.8. Que relação pode-se estabelecer entre a local?
produtividade em plâncton e a
transparência da água? Explique. 3.19. Explique a importância do nitrogênio,
fósforo e cálcio para o ecossistema
3.9. Defina os termos: estenotérmico, aquático.
euritérmico, estenohalino e eurihalino.
Há outro fator ambiental que limita as 3.20. Explique os princípios químicos nos
espécies do ambiente aquático? quais se baseia o método de Knudsen.

3.10. Explique a relação existente entre o 3.21. Qual a diferença entre clorinidade e
metabolismo dos componentes de uma salinidade? Discuta a importância do
comunidade biótica de ambiente conhecimento de ambos os parâmetros
aquático e a temperatura. sob o ponto de vista ambiental.

3.11. Entre as águas continentais e o ambiente 3.22. O texto diz que a salindide do mar
marinho, onde há maior variabilidade na Morto é de 226g/L. Como este valor
composição de sais? Explique de que seria expreso em partes por mil (o/oo) ?

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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BRUM , P.A.R. & SOUZA, J.C. 1985. Níveis de nutrientes minerais em lagoas (“baias” e “salinas”) no
pantanal sulmatogrossense. Pesq. Agropec. Bras. 20: 1451-1454.
ESTEVES, F.A. 1988. Fundamentos de Limnologia. . Rio de Janeiro: Interciência / FINEP. 575 p.
AVELAR, W.E.P., GALVÃO-BUENO. M.S., GIULIETTI, A.M. & RIBEIRO-FILHO, E. 1995. Em Busca do
Conhecimento Ecológico; uma introdução à metodologia. São Paulo: Ed. Edgard Blucher, 113 p.
KNUDSEN, M. 1901. Hydrological Tables. Köbenhavn.
MARGALEF, R. 1974. Ecología. Barcelona: Ed. Omega. 951 p.
MOREIRA, G. 1979. Apostila de Biologia Marinha. São Paulo: Instituto Oceanográfico da U.S.P., 110 p.
ODUM, E.P. 1985. Ecologia. Rio de Janeiro: Interamericana. 434 p.
PANZARINI, R.N. 1979. Introdiucción a la Oceanografia General. Buenos Aires: Ed. Univ. de Buenos
Aires. 199 p.
TAIT, R.V. s/d. Elementos de Ecologia Marina. Espanha: Ed. Acribia. 320 p.
RAMADE, f. 1984. Éléments d’Écologie: ecologie fondamentale. McGraw-Hill. França. 397 p.
ROLAN, R. G. 1973. Laboratory and Field Investigations in General Ecology. The MacMillan Co. EUA.
235 p.
SILVEIRA NETO, S. et al. Manual de Ecologia de Insetos. Ed. Agronômica Ceres. São Paulo. 419 p.
SMITH. R.L. 1974 Ecology and Field Biology. Harper & Row. EUA. 850 p .
SOUTHWOOD, T.R.E. 1975. Ecological methods with particular reference to the study of insect
populations. Chhapman and Hall, Inglatera, 391 p.

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