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CONJUNTO

Conjunto

A Teoria dos Conjuntos, um dos temas de matemática que aparecem no Enem, foi formulada no fim
do século XIX pelo matemático russo Georg Ferdinand Ludwig Philip Cantor. Conjuntos não podem
ser definidos, mas entende-se por conjunto toda lista de objetos, símbolos que seja bem definida.

Conceitos primitivos:

- Conjunto;
- Elemento;
- Pertinência.

Ao pensarmos em uma coleção de objetos, podemos associar a conjunto. Esses objetos da coleção
são o que chamamos de elementos do conjunto. Se um elemento está presente em um conjunto,
dizemos que o elemento pertence (∈∈) ao conjunto. Caso contrário, dizemos que ele não pertence.

Símbolos

A linguagem escrita pode ser simplificada com os símbolos descritos nos exemplos a seguir:

Conjuntos importantes:
- Conjunto vazio: não possui nenhum elemento. É representado por ∅∅ ou { }.
- Conjunto unitário: possui um único elemento.

Representações

Um conjunto pode ser representado da seguinte maneira:

Enumerando seus elementos entre chaves, separados por vírgulas;


Exemplos:

Indicando, entre chaves, uma propriedade que caracterize cada um de seus elementos;
Exemplos:

Por meio de uma figura fechada, dentro da qual podem-se escrever seus elementos.
“Diagrama de Venn-Euler”.

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CONJUNTO

Conjuntos Iguais

Os conjuntos A e B são iguais quando possuem os mesmos elementos. Representa-se A = B.

Subconjuntos
O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de A é elemento de B. Representa-
se

Propriedades:
Sendo A, B e C conjuntos quaisquer, tem-se:

Conjunto das partes


É o conjunto cujos elementos são os subconjuntos de A. É representado por P(A).

Propriedade: se o conjunto A possui n elementos, então P(A) possui

elementos, ou seja, o conjunto A possui subconjuntos.

Operações Com Conjuntos

União

Intuitivamente, unir dois ou mais conjuntos significa agrupá-los com intuito de torná-los um s

Definição:

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CONJUNTO

Dados dois conjuntos A e B, representa-se e define-se o conjunto união de A e B por:

Exemplos:

Dados os conjuntos A = {0, 1, 2, 3, 4}, B = {1, 3, 5, 7} e C = {5, 6, 7, 8, 9}, vamos obter:


a) A ∪ B.
b) A ∪ B ∪ C.

Solução:
a) A ∪ B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 7}
b) A ∪ B ∪ C = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}

Interseção

Intuitivamente, um elemento faz parte da interseção de dois ou mais conjuntos, se ele pertence a
todos esses conjuntos ao mesmo tempo.

Definição: Dados dois conjuntos A e B, representa-se e define-se o conjunto interseção de A e B por:


A ∩ B = {x x ∈ A e x ∈ B}

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Para três conjuntos arbitrários A, B e C, valem as seguintes propriedades:


-A∩∅=∅
- A ∩ A = A (recíproca)
- A ∩ B = B ∩ A (comutativa)
- A ∩ (B ∩ C) = (A ∩ B) ∩ C (associativa)

Exemplos:
Dados os conjuntos A = {0, 1, 5}, B = {0, 2, 5, 7}, C = {4, 6, 7, 9} e D = {0, 1, 6}, vamos obter:
a) A ∩ B.
b) A ∩ C.
c) A ∩ B ∩ D.

Solução:

a) A ∩ B = {0, 5}
b) A ∩ C = Ø
c) A ∩ B ∩ D = {0}

Diferença entre conjuntos

Dados dois conjuntos A e B, define-se o conjunto diferença A - B por:


A – B = {x x ∈ A e x ∉ B}

Exemplo 1:
Dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5}, B = {2, 4, 6}, obtenha:
a) A – B.
b) B – A.

Solução:
a) A – B = {1, 2, 3, 4, 5} – {2, 4, 6} = {1, 3, 5}

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b) B – A = {2, 4, 6} – {1, 2, 3, 4, 5} = {6}

Exemplo 2:
Se A = {x natural, menor que 10 / x é par} e B = {x natural, menor que 10 / x é primo}. Determine A –
B e B – A.

Respostas:
a) A – B = {0, 4, 6, 8}
b) B – A = {3, 5, 7}

Complementar de um conjunto
Dados dois conjuntos A e V tais que A ⊂ V, representa-se o complementar de A em relação a V porC

A, ou A'. Por definição, C A = V – A.

Exemplo:

Dados os conjuntos X = {1, 2, 4}, Y = {1, 2, 3, 4, 5}, X ⊂ Y. Obter C X.

C X = Y – X = {1, 2, 3, 4, 5} – {1, 2, 4} = {3, 5}

Princípio da inclusão e exclusão (para dois conjuntos)

Princípio que serve para calcular o número de elemento da união de dois conjuntos A e B, em função
do número de elementos de A, de B e de A interseção B.

Onde:
n(A) = número de elementos do conjunto A;
n(B) = número de elementos do conjunto B;
n(A ∩ B) = número de elementos da interseção;
n(A ∪ B) = número de elementos da união.

Exemplo:
Sejam A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7} e B = {4, 5, 6, 7, 8, 9}, temos:
- A ∪ B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}
- A ∩ B = {4, 5, 6, 7}

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Podemos comprovar pelo princípio da inclusão e exclusão que:


n(A ∪ B) = n(A) + n(B) – n(A ∩ B)
9 = 7 + 6 – 4 (verdadeiro)

Exercícios

1. Numa turma de 42 alunos, o professor perguntou: “Quem é torcedor do Flamengo?” 36 levantaram


o braço. A seguir, perguntou: “Quem é nascido na cidade do Rio de Janeiro?” 28 levantaram o braço.
Sabendo que nenhum aluno deixou de levantar o braço, vamos determinar quantos alunos são
flamenguistas e cariocas.

Solução

Flamenguistas: F
Cariocas: C
n(F U C) = 42 (total de alunos)
n(F) = 36; n(C) = 28; n(F C) = x

Pelo PIE, temos:


42 = 36 + 28 – x
42 = 64 – x; assim, x = 22
Logo; n(F C) = x = 22

2. (UFF) Os conjuntos não-vazios M, N e P estão, isoladamente, representados abaixo. Considere a


seguinte figura que estes conjuntos formam.

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Funções

O conceito de função está relacionado à idéia de associação de um elemento a outro, segundo uma regra
específica. Assim, por exemplo, podemos considerar o tamanho de uma população relacionado apenas ao
tempo (ou variando em função da variação do tempo), ou associado ao tempo e ao espaço, ou a qualquer
outro fator que interfira na população em estudo; o preço de um produto pode estar associado apenas ao
seu custo de produção, ou ao seu custo e à margem de lucro do fabricante, ou ainda, ao seu custo, à
margem de lucro do fabricante e à demanda; o volume de uma esfera pode estar associado apenas ao
tamanho de seu raio, porém o raio pode variar com o tempo e assim, o volume estará variando também
com a variação do tempo; e assim por diante.

Como podemos observar, o conceito de função envolve uma relação de dependência, onde um elemento
depende de outro ou de vários outros, os quais podem variar livremente. Como a variação de um deles
acarreta na variação do que depende dele, chamamo-nos de elementos variáveis ou simplesmente
variáveis. Deste modo, para cada associação, temos uma variável dependente e uma ou mais,
independentes. Chamaremos de função à variável dependente e simplesmente de variáveis, às variáveis
independentes, o que é bem intuitivo, uma vez que um elemento varia em função da variação daquele do
qual depende.

O tratamento matemático destas relações facilita muito a análise e compreensão das mesmas, e por isso o
estudo das funções matemáticas é tão importante em todas as áreas do conhecimento. Assim, trataremos
nesta seção do estudo das funções elementares e mais utilizadas, considerando neste momento, apenas
as funções que dependem de uma única variável e fazendo uma abordagem mais compreensiva, sem
preocupação com as demonstrações e o rigor matemático.

Definição: Uma função matemática é uma relação entre dois conjuntos quaisquer que associa, a cada
elemento de partida, denominado domínio, um único elemento de um conjunto de chegada,
denominado contra-domínio. Os elementos do conjunto contra-domínio que são imagem de algum
elemento do domínio constituem o conjunto imagem da função.

Da definição acima podemos observar que uma função matemática é uma relação particular entre dois
conjuntos, onde a premissa básica é a de que cada elemento do domínio possui uma única imagem,
segundo aquela regra ou função. Do ponto de vista prático, podemos considerar, por exemplo, que se uma
função descreve a posição de um objeto em movimento, a qual varia com o tempo, é sabido que em um
dado instante o objeto não poderá ocupar duas posições diferentes, embora em dois instantes
diferentes ele possa ocupar a mesma posição. Isso significa que dois ou mais elementos do domínio podem
ter a mesma imagem, porém um elemento não pode ter várias imagens diferentes. O esquema abaixo
ilustra tal situação, onde o diagrama da esquerda representa o gráfico de uma função, enquanto que o da
direita não.

t1 p1

t2 p2

Uma função pode ser representada por vários meios, como por exemplo, o diagrama acima, ou uma
expressão matemática, um gráfico, uma expressão verbal, dentre outros. A expressão matemática e o
gráfico são as formas mais utilizadas no estudo matemático.

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A expressão matemática de uma função f que a cada ponto t de um conjunto A associa um ponto f(t) de

um conjunto B é dada por: Neste caso, A é o domínio e B é o contra- domínio de f.

O gráfico de uma função f é o subconjunto do plano xy dado por:

2
G x, y R :y f (x) ,

o qual é posicionado num sistema de eixos cartesianos, onde o eixo horizontal contém a variável
independente x (domínio), o eixo vertical contém a variável dependente y = f(x) (imagem), os eixos se
cruzam na origem e o sentido de crescimento se dá da esquerda para a direita e de baixo para cima. Assim,
o gráfico de uma função real descreve uma curva no plano, a qual representa o seu comportamento e
facilita muito o seu entendimento. É, portanto, uma ferramenta básica no estudo de cálculo.

Na figura seguinte observamos dois gráficos, sendo que o da esquerda representa o gráfico de uma função,
enquanto que o da direita não, uma vez que existem valores de x com dois y correspondentes.

f(x)

Como podemos ver, a representação gráfica nos permite saber se um gráfico representa ou não uma
função. Para isso basta traçarmos retas paralelas ao eixo y e ver quantas vezes estas retas interceptam a
curva; se interceptar mais de um a vez, então a curva não é gráfico de função.

2.1 Funções lineares: são funções cujos gráficos descrevem retas no plano e são expressas por

f:R R

x a ax b

sendo a e b constantes e o domínio, todos os reais. Observe que se b = 0, então o gráfico é uma reta
passando pela origem, enquanto que se a = 0, o gráfico é uma reta paralela ao eixo x, interceptando o eixo
y em b e, neste caso, é dita função constante. a é dito coeficiente angular da reta e se for positivo, a reta
tem sentido crescente; caso contrário, decrescente. b é o coeficiente linear.

Muitos problemas não apresentam a expressão da função e faz parte da solução, encontrá-la. Isso é
chamado de modelagem matemática e consiste em encontrar uma função matemática que represente um
determinado fenômeno físico, químico, biológico, econômico, etc. No caso da função ser linear, basta
conhecermos dois pontos pertencentes ao seu gráfico para determinarmos a função, pois já vimos que o
gráfico de toda função linear é uma reta. Com a Geometria Euclidiana aprendemos que por dois pontos
passa uma única reta e a Geometria Analítica nos diz como expressar esta reta em “linguagem”
matemática. Logo, basta relembrarmos como se faz isso ...

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O coeficiente angular de uma reta r é definido como sendo a tangente do ângulo ( ) que esta

reta faz com a reta horizontal que a intercepta. Se estivermos considerando um sistema de coordenadas,
esta reta horizontal coincide com o eixo-x. Observando a figura abaixo, notamos que, dados dois ponto P e
Q e a reta que passa por eles, podemos construir um triângulo retângulo a partir de uma reta paralela ao
eixo-x, passando por P, e uma reta paralela ao eixo-y, passando por Q.

Das relações sobre triângulos, segue que

Portanto, o coeficiente angular de r, que chamaremos de a, é dado por

Mas este mesmo raciocínio vale para quaisquer dois pontos sobre r, ou seja, se tomarmos um ponto
genérico (x, y) , também teremos

. Desta igualdade resulta que

o que é equivalente a . Esta é a chamada equação reduzida da reta.

2.1 Funções quadráticas: são funções cujos gráficos são parábolas e são expressas por

f:R R

2
x a ax bx c

onde a, b e c são constantes e a 0 . Dom(f) = Æ.

Exemplos:

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Funções cúbicas: são funções cujos gráficos recebem o mesmo nome e são expressas por

onde a, b, c e d são constantes e a 0 . Dom(f) = Æ. Exemplos:

Funções polinomiais: são funções descritas por polinômios, ou seja, funções do tipo

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Funções racionais: são funções dadas pelo quociente entre dois polinômios, ou seja

Exemplos:

Observe que ao trabalharmos com funções racionais devemos tomar cuidado com o domínio de definição
da função, uma vez que o denominador não pode se anular. Assim, nos exemplos acima notamos que
f(x)=1/x não está definida em x = 0; f(x) = x /(x-2) não está definida em x = 2 e f(x)

= (x2+3x-4)(x2-9) /(x2+x-12)(x+3) não está definida em x = -4, x = -3, x = 3, já que (x2+x-12) = (x-3)(x+4) .
Isso significa que estes valores não pertencem aos domínios das respectivas funções. No entanto a função
f(x)=(x3-2)/(x2+1) está definida em todos os reais, pois (x2+1) não se anula se x é um número real.

Outra observação importante é que devemos tomar muito cuidado com o uso do computador para
fazer gráficos de funções, pois nem sempre o gráfico obtido é o esperado. No caso da função f(x) = (x2+3x-
4)(x2-9) /(x2+x-12)(x+3), por exemplo, a maioria dos softwares gráficos faria a reta contínua como sendo
o seu gráfico, ignorando o fato de existirem três pontos que anulam o denominador. Isso ocorre pelo fato de
que f(x) pode ser escrita como:

Bem, se x 3, x 4ex 3 , então podemos cancelar os termos comuns e teremos a função

f(x) = x – 1, cujo gráfico é uma reta contínua, ou seja, sem interrupções. E é isso o que a maioria dos

softwares fazem. Todavia, sabemos, por exemplo, que se x = 3, então teremos o que nos
impede de cancelar este termo. Raciocínio análogo se aplica aos demais. Daí os três “furinhos” no gráfico.
Outros exemplos são os gráficos das funções f(x) = 1/x e f(x) = x/(x-2), que na vizinhança de x = 0 e x = 2,
respectivamente, se apresenta limitado, ou seja, a curva é interrompida. No entanto, se x é muito pequeno
(x Ø 0), 1/x é muito grande (1/x Ø ¶), do mesmo modo que se x está muito próximo de 2, então x/(x-2)

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também é muito grande (x/(x-2) Ø ¶), ou seja, os gráficos nestas vizinhanças deveriam crescer (e
decrescer) infinitamente, o que não ocorreu por limitações do programa gráfico que os realizaram.

Função módulo: é a função definida por

Função raiz quadrada

Funções definidas por partes

2.7 Funções trigonométricas: as principais funções trigonométricas são as funções seno e co- seno, as
quais possuem comportamento ondulatório e são definidas para todo x real. São utilizadas para modelar

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fenômenos periódicos, que se repetem com uma determinada freqüência. As demais, como tangente, co-
tangente, secante e co-secante, são definidas a partir do seno e co-seno, e são dadas por:

É importante observar que quando estamos trabalhando com funções trigonométricas, o domínio é um
sub-conjunto de Æ e, portanto, as variáveis não podem ser expressas em graus e sim, em radianos,
que são representações reais das medidas angulares. Para fazer a conversão, basta usar a relação

Vejamos os seus gráficos:

Composição de funções: Existem muitas situações nas quais uma quantidade é dada como uma função
de uma variável que, por sua vez, pode ser escrita como função de uma segunda variável, e assim por
diante. Compondo-se as funções de maneira apropriada, pode-se expressar a quantidade original como
função da última variável. Esse processo é chamado composição de funções e definido do seguinte modo:

O esquema seguinte ilustra a definição:

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Exemplos:

Um estudo das condições ambientais de uma comunidade suburbana indica que a taxa média diária
de monóxido de carbono no ar será de partes por milhão (ppm), quando a população for de p
milhares. Estima-se que daqui a t anos, a população da comunidade será de

2
p(t) 10 0,1t milhares. Expresse a taxa de monóxido de carbono no ar como uma função do tempo.

Solução: Como a taxa de monóxido de carbono está relacionada a p pela equação c( p) 0,5 p 1 , e a
2
variável p está relacionada à variável t pela equação p(t) 10 0,1t , a função composta c( p(t)) 0,5(10
2 2
0,1t ) 1 6 0,05t expressa a taxa de monóxido de carbono no ar como função da variável t.

Importante: Imagine um conjunto formado por todas as funções reais. Vamos chamá-lo de F . Portanto, os
elementos de F são funções com domínio e imagem em Æ e como em todo conjunto, podemos definir
operações e propriedades. As operações de soma, subtração, produto e divisão já são bem familiares entre
as funções, ou seja, já estamos acostumados a somar duas funções, dividir uma pela outra, multiplicar e
assim por diante. Note que a composição é uma outra operação que podemos fazer com as funções, a qual
não fazemos com números reais. Portanto, esta é uma operação definida no conjunto de funções e como
tal, também possui propriedades, dentre as quais, destacamos:

Elemento neutro: é uma função que, ao ser composta com qualquer outra, não altera esta outra. Portanto,
o elemento neutro em relação à operação composição, é a função identidade, denotada por
De fato, para toda função real f, tem-se

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• Funções inversas: Se f é bijetora (injetora e sobrejetora), então f é inversível, ou seja, existe uma
função g tal que g é a inversa da f, a qual “desfaz o que a f faz”. Na linguagem matemática escrevemos:

Funções Exponenciais: são funções que apresentam crescimento (ou decrescimento) muito rápido e, por
isso, utilizadas para representar fenômenos que possuem esta característica,
por exemplo, crescimento de bactérias, decaimento radioativo de elementos químicos, juros compostos,
etc. São definidas da seguinte forma:

Definição: Se b é um número positivo diferente de 1 ( b 0, b 1), então a função exponencial de base b é


definida como f(x) = bx , para qualquer número real x. Exemplos

Funções Logarítmicas: Se , então a função exponencial é bijetora (sempre crescente


ou decrescente) e, portanto, inversível. Assim, existe uma função inversa f 1 denominada função
1
logarítmica de base a, denotada por f (x) log x , que, por ser a função inversa, satisfaz

As figuras abaixo mostram a função logarítmica para várias bases e sua relação com a inversa, a
exponencial

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2.7 Funções trigonométricas inversas: são funções que seguem o mesmo princípio de todas as outras
inversas, ou seja, desfaz o que a respectiva função fez. Como as funções trigonométricas não são bijetoras
em seus domínios, é necessário restringi-los a intervalos onde a função seja bijetora. Esta restrição é
arbitrária, porém é mais comum tomarmos os intervalos mais próximos da origem para definirmos as
inversas das trigonométricas. Segue abaixo os gráficos das funções trigonométricas com os domínios
restritos e o de suas respectivas inversas.

Observe a relação entre os domínios e as imagens das funções acima e suas inversas:

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Geometria Sintética

1 Introdução

As grandes civilizações da antiguidade baseavam-se em recursos matemáticos a m de construirem suas


habitações, seus meios de transporte e suas máquinas para cultivo. Há excelentes exemplos disso.
Podemos citar as construções das grandes pirâmides do Egito e da América Central, as caravelas das
grandes navegações, diques para a retenção de água da chuva para irrigação nos períodos de seca,
observações astronômicas, entre tantas outras. O homem não mediu esforços para que pudesse atingir
seus objetivos com finalidade de aumentar a produção, prever fenômenos naturais, dar rigidez às
habitações, entre outros. As grandes obras demonstram que foram feitas embasadas em grandes
conhecimentos matemáticos, principalmente de ordem geométrica (DOMINGUES, 2011).

Como tudo sofre evoluções, principalmente quando existe a necessidade de transpor barreiras, com a
geometria não foi diferente. Podemos dizer que incialmente a geometria era pura observação e consistia de
tentativas de erro e acerto. Até que em um belo momento da história, uma pessoa resolveu reunir
informações de ordem geométrica em livros. A grande obra escrita, que até hoje fazemos uso, se deve a
Euclides, porém, muito pouco se sabe sobre a vida e sua personalidade, "salvo que foi ele, segundo
parece, o criador da famosa e duradoura escola de matemática de Alexandria da qual, sem dúvida, foi
professor (DOMINGUES, 2011, p.167), cuja obra foi intitulada de Os Elementos. Os Elementos de Euclides
é o livro didático mais bem sucedido e in uente já escrito.

Os debates geométricos sempre foram colocados à tona. Grandes homens ao longo da história propuseram
situações, a ponto de surgirem fórmulas, relações, comparações, proposições, teoremas, destacando-se
entre estes itens, o famoso Teorema de Pitágo- ras, embora tal teorema já tivesse sido utilizado pelos
babilônicos. Entre os séculos XVII e XIX, junto com as grandes revoluções (Revolução Inglesa, Revolução
Francesa, Revolução Industrial, entre outras), a matemática sofreu grandes avanços, assim como a
geometria. A organização de uma sociedade fundada no trabalho, na indústria, no comércio, fez com que
houvessem novas necessidades. A Álgebra precisava ser transformada e, paralelamente a ela, a geometria
fazia suas contribuições, assim como, sofria importantes impactos, que não abalavam em nada, as grandes
ideias axiomáticas.

Figura 1.1: Representação de quem seria Euclides, realizando uma construção ge- ométrica.

A morfologia da palavra geometria tem origem grega, cujo significado é: geo = Terra e metria = ato de
medir. Basicamente geometria seria a arte de medir tudo o que se encontra sobre a Terra. Sendo assim,
uma pergunta poderia se colocada em pauta. Seria possível fazer geometria no plano sem medir, sem dar
valores numéricos para dar significado ao que se quer comparar, como comprimentos, áreas e medidas de
ângulos? O presente trabalho tem como objetivo fazer um apanhado histórico breve da evolução da
geometria, para por m, fazer um tratamento geométrico desconsiderando a ideia de medida, representada
simbolicamente por números. A este tipo de geometria damos o nome de Geometria Sintética.

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Uma característica marcante deste tipo de geometria está no fato de como ela trata a geometria clássica,
principalmente aos assuntos ligados as proposições dadas por Euclides em Os elementos, no tocante de
dar ares de beleza e simplicidade na demonstração destes.

No Capítulo 2, faremos um breve histórico do desenvolvimento da geometria, num período que varia entre
590 - 300 a.C., e defi nir alguns termos que serão de extrema importância para a compreensão de alguns
fatos geométricos.

Já no Capitulo 3, tomando como base os axiomas de Euclides, será feita a apresentação de seus principais
axiomas, uma vez que estes são importantes para a compreensão, argumentação e desenvolvimento dos
nossos objetivos: a Geometria Sintética.

No Capítulo 4, tiraremos o foco da geometria do campo algébrico e introduziremos a sintetização da


geometria como a conhecemos. Aqui, teremos como principal objetivo, fazermos observações da geometria
de tal forma, que poderemos ser capazes de defi nir entes geométricos sem a necessidade de nos
apoiarmos em conceitos algébricos.

Por m, no Capítulo 5, algumas aplicações geométricas utilizando-se apenas de recursos da geometria


sintética. Dentre elas, a construção de um quadrado, a construção de um triângulo retângulo e a definição
da desigualdade triangular.

Algumas Observações Sobre Geometrias

Os babilônios1 eram muito avançados em geometria e aritmética. Além disso, eles conheciam o que
conhecemos hoje como Teorema de Pitágoras, muito antes de Pitágoras nascer: em um triângulo retângulo
o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual a soma dos quadrados dos catetos.

Já entre os gregos, Tales de Mileto, insistiu que as demonstrações geométricas de- viam ser estabelecidas
pelo raciocínio dedutivo e não por tentativa e erro. Ele estava familiarizado com os cálculos não muito
exatos feitos pelos matemáticos egípcios e babilônicos. Chegando a conclusão de que os resultados
estavam corretos, ele desenvolveu a primeira geometria lógica, servindo de base para o desenvolvimento
de teoremas ordenados para provar afirmações. Foi uma das características da matemática grega, sendo
isto, totalmente novo.

Ao longo dos dois séculos seguintes, a sistematização desenvolvida por Tales foi mantida por Pitágoras e
seus discípulos. Este era considerado por seus discípulos um profeta religioso, pregando a imortalidade da
alma e a reencarnação, organizando uma irmandade, na qual tinha sua própria purificação e ritos de
iniciação. Os pitagóricos diferiam de outras seitas religiosas, pois acreditavam que a elevação da alma e a
união com Deus eram alcançadas pelo estudo da música e da matemática, sendo que na música, Pitágoras
calculou as proporções corretas dos intervalos harmônicos e na matemática, ensinou as propriedades
misteriosas e maravilhosas dos números.

O historiador Proclus escreveu: É sabido que os homens que primeiro di- vulgaram a teoria do irracional
morreram em um naufrágio, a m de que o inexprimível e inimaginável permanecesse sempre velado
(GREENBERG, 2008).

Os pitagóricos não consideravam um número: mudaram sua álgebra para forma geométrica, a m de

representar e outros comprimentos irracionais por segmentos.

O quarto século a.C. viu o o crescimento da Academia de Ciências e Filosofia de Platão (fundada cerca de
387 a.C.).

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Platão escreveu: O estudo da matemática se desenvolve e põe em funciona- mento um organismo mental,
mais valioso do que mil olhos, porque através dele sozinho a verdade pode ser apreendida (GREENBERG,
2008).

Platão ensinava que o universo de ideias é mais importante do que o mundo material dos sentidos, sendo
este último apenas uma sombra do primeiro. O mundo material é uma caverna apagada cujas paredes
podemos ver apenas sombras do mundo real, iluminado pelo sol do lado de fora. Os erros dos sentidos
deve ser corrigido pelo pensamento concentrado, o que é melhor aprendido através do estudo de
matemática. O método socrático de diálogo é essencialmente o de "prova indireta, pelo qual uma a rmação
mostra-se inválida se ela leva a uma contradição. Platão cita repetidamente a prova da irracionalidade do
comprimento de uma diagonal do quadrado unitário como um método da ilustração da prova indireta (o
reductio ad absurdum)"(GREENBERG, 2008). O ponto é que essa irracionalidade de comprimento nunca
poderia ter sido descoberto por medidas físicas, que sempre incluem uma pequena margem de erro.

Euclides era um "discípulo da escola platônica"(DOMINGUES, 2011). Cerca de 300 a.C. ele produziu o
tratamento definitivo da geometria grega e teoria dos números em seus Elementos, volume XIII. Na
elaboração destas obras-primas, Euclides os elaborou levando em conta a experiência e as realizações de
seus predecessores nos séculos anteriores: os pitagóricos para livros I a IV, VII e IX, Archytas para o Livro
VIII, Eudóxio os livros V , VI e XII e Theaetetus para livros X e XIII . Tão completas eram as obra de
Euclides (fazendo referência aos Os Elementos) que substituiram as tentativas anteriores de apresentar
geometria. É uma pena que os possíveis discípulos de Euclides não tenham sido capazes de coletar
informações sobre o seu trabalho, pois ele é o autor mais lido na história da humanidade. Sua abordagem à
geometria tem dominado o ensino do assunto por mais de dois mil anos. Além disso, o método axiomático
usado por Euclides é o protótipo para o que hoje chamamos de "matemática pura" (GREENBERG, 2008).
Os Elementos de Euclides é puro também, pois os trabalhos não incluem aplicações práticas. Claro que a
geometria de Euclides teve um enorme número de aplicações para problemas práticos de engenharia, mas
eles não são mencionados nos livros.

Segundo a lenda, um estudante iniciante em geometria de Euclides perguntou:

O que eu consigo aprendendo essas coisas ? Euclides chamou um escravo, dizendo: Dê-lhe uma moeda,
uma vez que ele quer ganhar com o que ele aprende (GREENBERG, 2008).

Surpreendentemente, como veremos mais adiante, a matemática pura, muitas vezes acaba por ter
aplicações jamais sonhadas por seus criadores - as perspectivas impraticáveis dos matemáticos puros é
basicamente útil para a sociedade. Além disso, as partes da matemática que não foram aplicadas também
são importantes para a sociedade, seja como obras estéticas comparável à música e a arte, como
contribuições para a expansão da consciência e do entendimento humano.

Os matemáticos podem fazer uso de tentativa e erro, cálculo de casos especiais, adivinhação, ou qualquer
outra forma de descobrir teoremas. O método axiomático é um método de provar que os resultados estão
corretos. Alguns dos resultados mais importantes da matemática foram originalmente dados por provas
incompletas. Assim, provas nos dão a garantia de que os resultados estão corretos. Em muitos casos, eles
também nos dão resultados mais gerais. Por exemplo, os egípcios e os hindus sabiam por experiência que,
se um triângulo tem lados de comprimento 3, 4 e 5, é um triângulo retângulo. Já Euclides, dizia na
Proposição 47 do Livro I, que "Nos triângulos retângulos, o quadrado sobre o lado que se estende sob o
ângulo reto é igual aos quadrados sobre os lados que contém o ângulo reto" (EUCLIDES; BICUDO, 2009,
p.132). Mas a final, o que é um método axiomático?

Imagine a seguinte situação: "Quero que você acredite num raciocínio que decorra logicamente de alguma
outra afirmação na qual você já tenha con- dições de aceitá-la. No entanto, se você não aceitá-la, eu teria
que mostrar a você que o raciocinio decorre de outras situações, podendo repetir este pro- cesso várias
vezes até você aceitar sem que eu precise fazer justicativas. Essas declarações fazem o papel de um
axioma ou postulado"(GREENBERG, 2008).

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Cabe aqui também uma observação importante, pois eu posso chegar a uma afi rmação na qual você não
aceite como base de meu argumento, fazendo que seja obrigado a dar infinitas tentativas de explicações,
gerando o que é conhecida como regressão infinita. Dessa forma, duas regras devem ser observadas para
que possamos concordar que uma prova é correta:

1: Aceitação de certas afirmações chamadas axiomas, ou postulados, sem mais justi cativas.

2: Convenção sobre como e quando uma a firmação segue logicamente de outra, ou seja, uma convenção
sobre certas regras de raciocínio.

Até então, estamos discutindo o que é necessário para chegarmos a um acordo sobre se determinada
prova está correta. Aqui tomaremos uma por consenso uma exigência: compreensão mútua do significado
das palavras e símbolos utilizados no discurso.

Não deve haver nenhum problema em alcançar o entendimento mútuo, desde que

usamos termos familiares, usando-os de forma consistente. Por exemplo, se eu usar um termo
desconhecido, você tem o direito de exigir uma definição do termo. As definições não poderão ser dadas de
forma arbitrária, pois elas estão sujeitas às regras de raciocínio referidos (mas não especi cado) na Regra
2. Se, por exemplo, definir um ângulo reto como sendo um ângulo de 90o e, em seguida, definir um ângulo
de 90o como sendo um ângulo reto, isto violaria a regra. Além disso, não podemos definir cada termo que
usamos pois, a m de definir um termo devemos utilizar outros termos, e para definir estes outros termos
devemos usar ainda outros termos, e assim sucessivamente, recaindo na questão da regressão infinita.

Apontaremos aqui os cinco termos indefinidos da Geometria Euclidiana, que servirão de base para a
definição de todos os outros termos da geometria plana de Euclides:

- Ponto;

- Reta;

- Estar Entre (no sentido: ponto C está entre os pontos A e B);

- Estar sobre (no sentido: dois pontos estão sobre uma única reta);

- Congruente.

Para a geometria espacial teríamos que introduzir um novo conceito indefi nido, o conceito de plano,
ampliando a relação estar sobre para pontos e retas no plano. No entanto, vamos nos restringir apenas a
geometria plana, ou seja, a um único plano, definindo-o como o conjunto de todas as retas e todos os
pontos.

Há expressões que são frequentemente utilizadas como sinônimo de estar sobre. Em vez de dizer ponto P
situa-se na reta l, às vezes dizemos l passa por P ou P é incidente com l, denotando Pil. Se o ponto P
encontra-se tanto na reta l como na reta m, dizemos que l e m tem o ponto P em comum ou que l e m se
cruzam (ou se encontram) no ponto P.

Embora não esteja definido o termo reta, a sua utilização será restringida pelos axiomas da geometria
plana. Por exemplo, um axioma a rma que dados dois pontos distinto, existe uma única reta que passa por
eles. Assim, na figura 2.1, l e m, podem não representar retas na geometria plana, porém ambas passam
pelos dois pontos da- dos.

Usaremos a palavra conjunto, visto que esta é fundamental para toda a matemática. Em termos de
simplificação e entendimento, conjunto aqui será entendido como coleção de objetos. Em meio a isto, estão
relacionadas duas outras noções: pertencer a e/ou ser um elemento de um conjunto, como por exemplo,

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convencionamos que todos os pontos e todas as retas pertecem a um plano α. Para dar sentido a algumas
situações que envolvem noções de conjuntos deixaremos estabelecido que se todos os elementos de um
conjunto A também são elementos de um conjunto B, este último contém o conjunto A. Em outras palavras,
o conjunto A pode ser dito como subconjunto de B. Assim, temos agora uma referência para definirmos
segmento, raio, círculo, entre outros elementos geométricos que são, em si, conjunto de pontos. Por m,
para facilitar nossa leitura, quando tivermos o interesse em representar um conjunto de pontos sobre a reta
l, usaremos a notação {A, B, C, D, ...}.

Figura 2.1: Retas "curvas" passando por dois pontos

Outra palavra que merece atenção especial é o uso da expressão igual. Dentro do nosso contexto
geométrico usaremos um dos termos indefinidos citados: a congruência. Um bom exemplo para tal, seria o
caso de considerarmos um triângulo ABC isósceles. Em vez de consideramos que os lados AB e AC são
iguais, diremos que tais lados são congruentes. Deste modo, o fato de que AB é congruente a AC leva a
implicação de que tal triângulo ABC é isósceles.

Figura 2.2: Triângulo ABC isósceles

Os primeiros axiomas (postulados) de Euclides

Para desenvolver sua geometria, Euclides se baseou em conceitos fundamentais, chamados de Postulados
ou Axiomas, como conhecemos atualmente.

Axioma 3.1. : Dados dois pontos P e Q distintos, existe uma única reta l que passa por P e Q.

Para a representação de reta por dois pontos P e Q , usaremos a notação ←P→Q. Antes de citarmos o
próximo axioma, faremos nossas primeiras definições.

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Definição 3.1. Dizemos que dois segmentos de reta são congruentes se eles, quando sobrepostos,
coincidem ponto a ponto, ou seja, fica definida uma relação de equivalência.

Assim, a definição para congruência entre figuras planas decorre da mesma ideia, ou seja, da
sobreposição.

Definição 3.2. Dizemos que um ponto B está entre os pontos A e C se estes três pertencerem a uma
mesma reta, de tal modo que A ou C esteja a esquerda de B e C ou A esteja a direita de B,
respectivamente.

Definição 3.3. Dados dois pontos distintos A e B, o conjunto cujos elementos são os pontos A e B, e todos
os pontos C que se encontram na reta A→B e estão entre A e B é chamado segmento AB e denotado por

. Os pontos A e B são os pontos finais de (Figura 3.1).

Figura 3.1: Segmento

Axioma 3.2. Para cada segmento e para cada segmento CD, existe um único ponto E tal que B está

entre A e E ou E entre A e B, e o segmento CD é congruente ao segmento BE (Figura 3.2).

Figura 3.2: Os segmentos CD e BE são congruentes (CD ∼= BE).

Observação: Como notação, usaremos o símbolo ∼= para identificar uma congruência.

Antes de enunciarmos o terceiro axioma, introduziremos outra definição.

Definição 3.4. Considere dois pontos dados: O e A distintos. O conjunto de todos os pontos P tal que OP é
congruente a OA é chamado de círculo, com centro em O e raio OA.

Axioma 3.3. Dados O e A pontos distintos, existe um círculo de centro O e raio OA

(Figura 3.3).

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Figura 3.3: Círculo de centro O e raio OA.

Definição 3.5. Uma semirreta é um conjunto de pontos na reta ←A→B dado pelo segmento

AB e todos os pontos C que pertencem à reta ←A→B e além disso, B está entre A e C.

Neste caso, é uma semirreta, que parte do ponto A e passa pelo ponto B, sendo esta denotada por −A→B
(Figura 3.4).

Figura 3.4: Semirreta −A→B.

Figura 3.5: Semirreta −A→B e −A→C são opostas.

Definição 3.6. Duas semirretas −A→B e −A→C são opostas se forem distintas, partirem do mesmo ponto A
e forem partes da mesma reta ←A→B = ←A→C (Figura 3.5).

Definição 3.7. Um ângulo com vértice no ponto A é formado por duas semirretas −A→B e −A→C distintas e
não opostas (Figura 3.6).

Denotaremos o ângulo A por ^A, ^BAC, ^CAB, BAC, CAB ou simplesmente por A. Esta última notação,
geralmente a usaremos quando nos referenciarmos apenas a um ângulo genérico, ou seja, apenas para
apontar o ângulo, sem levar ao pé da letra a de nição apresentada. Uma vez que for levada a definição em
conta, usaremos uma das outras denotações.

Figura 3.6: Ângulo com vértice em A.

Definição 3.8. Se dois ângulos ^BAD e ^CAD têm em comum o lado −A−→D e além disso −A→B e −A→C
são opostas, os ângulos são ditos suplementares um do outro (Figura 3.7).

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Figura 3.7: Ângulos ^CAD e ^BAD são suplementares

Definição 3.9. Um ângulo ^BAD é dito reto se o seu suplementar for congruente a ele (Figura 3.8).

Figura 3.8: ^CAD ∼= ^BAD

Note que definimos ângulo reto sem dizer a palavras "graus"e nem mencionar a palavra "medida".

Vale ressaltar, que mesmo não pertencendo a uma mesma reta, dois ângulos retos sempre serão
congruentes.

Estes três axiomas apresentados foram sempre aceitos pelos matemáticos, sem restrição alguma. No
entanto, o axioma de Euclides, conhecido como Axioma das Paralelas, foi altamente controverso. Tais
controvérsias resultaram na criação de outras geometrias, conhecidas como geometrias não euclidianas.

Vamos indicar este axioma não em sua forma original como se encontra nos Ele-

mentos.

Ele será aqui escrito de uma forma simplificada, sendo esta conhecida como Axioma de Playfair, pois este
axioma apareceu numa publicação de John Playfair, em 1795.

Definição 3.10. Duas retas l e m são paralelas se elas não se cruzam, ou seja, se nenhum ponto pertence
simultaneamente as duas retas consideradas.

Figura 3.9: As retas l e m são paralelas.

Em termos de notação, usaremos l " m para representar um par de retas paralelas, que conforme mostra a
figura 3.9, não apresentam pontos em comum.

Axioma 3.4. Por um ponto não pertencente a uma reta dada, passa uma e somente uma reta paralela a reta
dada (Figura 3.10).

Mas por que este axioma gera tantas controvérsias? A resposta talvez resida no fato de que os outros três
foram "testados"com régua e compasso. Este, por se tratar de

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Figura 3.10: Reta ←A→B dada e um ponto C fora dela: pelo qual passa uma única paralela a ←A→B.

retas e estas podem ser estendidas indefinidamente, não há como mostrar se de fato há ou não algum
ponto comum entre duas retas paralelas. Desta forma, será necessário o uso de outros critérios. Mas enfim,
qual critério adotar para mostrar que realmente as retas l e m são paralelas? Euclides sugeriu a construção
de uma outra reta, sendo esta transversal (ou seja, uma reta t que intersectasse as retas l e m em pontos
distintos) e fizesse a medição dos ângulos internos α e β formados pela interseção da reta t com as retas l e
m, conforme mostra a figura 3.11.

Figura 3.11: Ângulos α e β formados por t em l e m, internamente

Assim, Eclides afirmava que os ângulos α e β (como mostrados na figura anterior) têm uma soma menor
que 180o, ou seja, o problema recaía no próprio Axioma das Paralelas, não mostrando de fato que as retas
l e m não se cruzam em algum ponto P . Dessa forma, ainda não poderemos usar desta a forrmação para
termos certeza da validade de tal axioma.

Posteriormente ocorreram várias outras tentativas de mostrar a validade do axioma em questão, entre elas
podemos citar a do matemático francês Adrien Marie Legendre1. Porém, deixaremos claro aqui, que este
não é o objetivo deste trabalho, e sim fazer um tratamento sobre a Geometria Sintética, ou seja,
apresentaremos uma abordagem usando apenas o tratamento lógico-dedutivo, fazendo o uso de axiomas
definidos inicialmente com o intuito de construir e demonstrar proposições lógicas. Assim, na nossa
abordagem não assumiremos os postulados que envolvem medidas (os axiomas sobre medidas não serão
considerados).

Figura 3.12: Adrien Marie Legendre

Congruências Definidas Geometricamente

A geometria euclidiana baseada nos três primeiros axiomas de Euclides faz uso de recursos aritméticos,
algébricos e construtivos por meio do uso de régua e compasso, entre outros instrumentos. Quando
queremos construir um ângulo β de tal forma que ele seja congruente a um ângulo α dado, recorremos ao
termo medida angular, por exemplo. O mesmo ocorre com a congrência entre segmentos, pois dois
segmentos AB e CD são conguentes se a distância entre os pares de pontos A e B, denotada por AB e a

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distância entre C e D for a mesma. Para tais ideias de congruência são assumidos: 1 - Se A, B e C são
pontos distintos de uma reta qualquer, nesta ordem, então AB + BC = AC ;

2 - AB é por de nição a união dos pontos A, B e todos os pontos entre A e B ; 3 - AB ∼= CD signi ca que AB
= CD;

4 - ^A ∼= ^B significa que a medida do ângulo A é igual a medida do ângulo B, ou

seja, em termos de notação, m^A = m^B.

Com base nestas definições, quase todas propriedades básicas de congruência de segmentos e ângulos e
intermediação (estar entre) de pontos poderiam ser provados via teoremas, a exceção cou por conta do
Postulado LAL, referente à congruência de triângulos, que será enunciado mais adiante.

A geometria como a conhecemos hoje nem sempre foi assim. Este modelo atual foi proposto no início do
século XX por George David Birkho (1884-1944) (DO- MINGUES, 2011). A geometria da forma clássica
como foi apresentada nas obras de Euclides e mais recentemente por David Hilbert (1862-1943),
matemático alemão, considerado como um dos "maiores matemáticos do século XX" (DOMINGUES, 2011),
é diferente, pois Euclides escrevia sua geometria sem o auxílio dos números.

Dessa forma, esse tratamento dado à gemetria feita por Euclides ficou conhecido como Tratamento
Sintético. O esquema usado por Birkho é chamado de métrico, uma vez que ele faz uso de processos de
medições, além do uso frequente de números reais para representar essas medições (MOISE, 1974).

Para falarmos do método usado por Euclides e Hilbert, vamos imaginar que tudo que temos de estrutura
para representar a geometria como a conhecemos (propriedades, relações, axiomas, funções que
relacionam valores reais) passe por uma "transformação"onde excluímos o uso das funções (mencionadas
a posteriori) que relacionam valores reais e incluímos as ideias de congruência e a relação de
intermediação. Para esta nova estrutura há a necessidade de axiomas que descrevam suas propriedades.
Os axiomas necessários a estas descrições foram separados em três grupos:

Axiomas de Intermediação

I1 - Se B está entre A e C, então B está entre C e A. Usaremos a notação A−B −C

para dizer que B está entre A e C, nesta ordem.

I2 - Dados quaisquer três pontos de uma reta, exatamente um está entre os outros dois.

I3 - Quaisquer quatro pontos de uma reta podem ser nomeados por A, B, C, D, nesta ordem, de tal forma
que B e C estejam entre A e D.

I4 - Se A e B são quaisquer dois pontos, então existe um ponto C tal que B está entre A e C e um ponto D
tal que D está entre A e B.

Axiomas de Congruência de Segmentos

CS1 - Para segmentos, congruência é uma relação de equivalência.

CS2 - Axioma da construção de segmentos. Como na figura 4.1, dado um segmento

AB e uma semirreta −C−→D, há exatamente um ponto E de −C−→D tal que AB ∼= CE.

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Figura 4.1: AB ∼= CE

CS3 - O axioma da "adição"de segmentos. Se o ponto B está entre os pontos A e C, o ponto Bj está entre
os pontos Aj e Cj, com AB ∼= AjBj e BC ∼= BjCj, então AC ∼= AjCj (Figura 4.2).

Figura 4.2: AC ∼= AjCj

CS4 - O axioma da "subtração"de segmentos. Se o ponto B está entre os pontos A e C, o ponto Bj está
entre os pontos Aj e Cj, com AB ∼= AjBj e AC ∼= AjCj, então BC ∼= BjCj (Figura 4.3).

CS5 - Em cada segmento há exatamente um ponto médio. Isto é, para cada segmento AB, há exatamente
um ponto C tal que o ponto C está entre os pontos A e B e AC ∼= CB (Figura 4.4).

Figura 4.3: BC ∼= BjCj

Figura 4.4: O ponto C é ponto médio do segmento AB.

Definição 4.1. Sejam l uma reta e A e B quaisquer pontos que não pertencem a l. Se A = B ou se o
segmento AB não contém nenhum ponto de l, dizemos que A e B estão no mesmo lado da reta l. Se A ƒ= B
e o segmento AB intersecta l, dizemos que A e B estão em lados opostos de l.

Definição 4.2. Um semiplano π é a parte de um plano σ, limitado por uma reta r, ou seja, é o conjunto de
todos os pontos que estão de um mesmo lado da reta r e a própria reta r.

Axiomas de Congruência para Ângulos

CA1 - Para ângulos, congruência é uma relação de equivalência.

CA2 - O axioma da construção de ângulos. Dados ^ABC, uma semirreta −B−jC→j e um semiplano π cuja
origem contém −B−jC→j, então há exatamente uma semirreta −B−j→Aj, com Aj em π, tal que ^ABC ∼=
^AjBjCj (Figura 4.5).

Figura 4.5: ^ABC ∼= ^AjBjCj

Definição 4.3. Dado um ângulo ^CAB, dizemos que um ponto D está no interior de

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^CAB se B e D estão do mesmo lado de ←A→C e se, C e D também estão no mesmo lado de ←A→B.

CA3 - O axioma da "adição"de ângulos. Se D é um ponto interior do ângulo ^BAC, Dj é um ponto interior do
ângulo ^BjAjCj, ^BAD ∼= ^BjAjDj e ^DAC ∼= ^DjAjCj, então ^BAC ∼= ^BjAjCj (Figura 4.6).

Figura 4.6: Axioma da Adição

CA4 - O axioma da "subtração"de ângulos. Se D é um ponto interior do ângulo

^BAC, Dj é um ponto interior do ângulo ^BjAjCj, ^BAD ∼= ^BjAjDj e ^BAC ∼=

^BjAjCj, então ^DAC ∼= ^DjAjCj (Figura 4.7).

Figura 4.7: Axioma da Subtração

Definição 4.4. Dois triângulos serão congruentes se eles puderem ser sobrepostos, ou seja, todos os
pontos de um coincide com os pontos do outro.

CA5 - O axioma da congruência de triângulos(LAL). Se num triângulo, dois lados e o ângulo formado por
eles, forem congruentes, respectivamente, a dois lados e o ângulo formado por eles, de outro triângulo,
então os dois triângulos são congruentes.

Em quase momento nenhum fizemos referências as noções de medida de ângulos, assim como os axiomas
de intermediação. Dessa forma, não há ainda porque fazermos coisas novas para entrarmos no campo da
geometria sintética, ou seja, não usamos uma função que relacione as construções feitas com a ideia de
medição para tal, simplesmente as fizemos com base em alguns axiomas que não fazem referências às
medições. O tratamento sintético de congruência começa agora com um tratamento sintético das
desigualdades de segmentos.

Faremos referência a um triângulo de vértices A, B e C, usando a notação OABC.

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Observamos que o caso de congruência LAL é assumido como axioma e os demais casos podem ser
demonstrados usando este axioma.

As Leis De Desigualdades Para Segmentos

Inicialmente vamos explicar como faremos para dizer que um segmento é mais curto ou mais comprido que
outro sem tocarmos no assunto distância, assim como a comparação entre ângulos, verificando qual é
maior ou menor que qual.

Definição 4.5. AB < CD significa que existe um ponto E entre C e D tal que

AB ∼= CE (Figura 4.8).

Observação: Algumas vezes faremos o uso da notação CD > AB para indicar que

AB < CD.

Figura 4.8: AB < CD

Vamos apontar a seguir as propriedades básicas da relação <, cujas demonstrações serão apresentadas
abaixo:

S1 - Para todo par de segmentos AB e CD, exatamente uma das condições será satisfeita: AB < CD, AB ∼=
CD, ou CD < AB.

S2 - Se AB < CD e CD < EF , então AB < EF .

S3 - Se AB ∼= AjBj, CD ∼= CjDj, com AB < CD, então AjBj < CjDj.

Teorema 4.1. Se o ponto B está entre os pontos A e C e C está entre A e D, então B e C, nesta ordem,
estão entre A e D, ou ainda, C e B, nesta ordem, estão entre D e A.

Demonstração: Por hipótese, B está entre A e C, ou seja, A−B−C (ou C −B−A) e também, C está entre B e
D, ou seja, B − C − D (ou D − C − B). Assim, B está entre A e D e C também fica entre A e D. Portanto, B e
C ficam entre A e D, pois pela hipótese, B está entre A e C e C está entre B e D, ou seja, A − B − C − D (ou
D − C − B − A).

Teorema 4.2. Se o ponto B está entre os pontos A e C e AC ∼= AjCj, então existe um ponto Bj tal que Bj
está entre os pontos Aj e Cj e AB ∼= AjBj

Demonstração: Para provarmos este teorema, vamos levar em consideração três hipóteses: o ponto Bj está
entre os pontos Aj e Cj, ou Bj coincide com Cj, ou Cj está entre Aj e Bj. Mostraremos que a primeira
condição é satisfeita e que as outras duas

são condições falsas. Vamos considerar o axioma CS2 (página 36) sobre a congruência de segmentos,
donde sabemos que existe exatamente um ponto Bj na semirreta −A−jC→j

tal que AjBj ∼= AB.

Figura 4.9: As três condições para Bj

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Suponha que Bj coincida com Cj. Então a semirreta −A→C contém dois pontos P , donde P = B e P = C, tal
que AP ∼= AjCj. Este fato contraria o Axioma CS2 (p. 34), visto que ele garante a existência de exatamente
um ponto.

Vamos agora supor que o ponto Cj esteja entre os pontos Aj e Bj. Pelo Axioma

CS2, há um ponto D na semirreta oposta à −C→A, tal que CD ∼= CjBj.

Figura 4.10: CD ∼= CjBj

Assim, o ponto C está entre os pontos A e D, Cj está entre Aj e Bj, AC ∼= AjCj e CD ∼= CjBj. Portanto, pelo
Axioma CS3 (p. 34), temos que AD ∼= AjBj. Uma vez que AjBj ∼= AB, temos uma contradição a respeito da
unicidade do axioma CS2 da construção de segmentos.

Teorema 4.3. Se AB < CD e CD ∼= CjDj, então AB < CjDj.

Demonstração: De acordo com a definição 4.5, como AB < CD, existe um ponto Bj tal que Bj está entre os
pontos C e D e AB ∼= CBj. Pelo teorema 4.2, há um ponto Bjj tal que Bjj está entre os pontos Cj e Dj e CjBjj
∼= CBj. Mas AB ∼= CBj. Portanto, AB ∼= CjBjj e AB < CjDj, concluindo-se a nossa demonstração.

Teorema 4.4. Se AB < CD e AjBj ∼= AB, então AjBj < CD.

Demonstração: Visto que AB < CD, a de nição 4.5 garante que existe um ponto Bjj entre os pontos C e D tal
que CBjj ∼= AB. Como AjBj ∼= AB, temos que AjBj ∼= CBjj. Portanto, AjBj < CD, como queríamos
demostrar.

Teorema 4.5. Se AB ∼= AjBj, CD ∼= CjDj e AB < CD, então AjBj < CjDj.

Demostração: Desde que AB < CD e AB ∼= AjBj, vem do teorema 4.4 que

AjBj < CD. Como por hipótese CD ∼= CjDj, decorre do teorema 4.3 que AjBj < CD

(Figura 4.11).

Figura 4.11: AjBj < CjDj

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Teorema 4.6. A relação AB < AB nunca existirá, qualquer que seja o segmento AB.

Demonstração: De fato, se AB < AB, pela definição 4.5 teremos AB ∼= ABj, para algum ponto Bj entre os
pontos A e B, o que contraria a unicidade do Axioma CS2.

Teorema 4.7. Se AB < CD e CD < EF , então AB < EF .

Figura 4.12: AB < EF

Demonstração: Desde que CD < EF a definição garante a exitência de um ponto Dj entre os pontos E e F
tal que EDj ∼= CD. Pelo Teorema 4.3, existe um ponto Bjj tal que Bjj está entre os pontos E e Dj e AB ∼=
EBjj. Se Bjj está entre os pontos E e

Dj está entre os pontos E e F , resulta do Teorema 4.1 que Bjj e Dj, nesta ordem, estão entre E e F , de
modo que Bjj está entre os pontos E e F . Portanto, AB < EF , como se queria provar.

Teorema 4.8. Dado o par de segmentos AB e CD, ocorre exatamente uma das condições: AB < CD, AB =
CD ou AB > CD.

Demonstração: Do axioma da construção de segmentos decorre que existe um ponto Bj de −C−→D tal que
CBj ∼= AB. Se o ponto Bj está entre os pontos C e D, segue

do teorema 4.3 que ocorre a primeira condição. Se Bj coincide com o ponto D, ocorre a segunda condição.
E por m, se D está entre os pontos C e Bj, pelo Teorema 4.2 há

um ponto Dj entre os pontos A e B tal que ADj ∼= CD. Daí, pela definição 4.5, segue

que CD < AB e estes três casos estão ilustrados na figura 4.13.

Figura 4.13: As três condições dadas sobre os segmentos AB e CD

As Leis De Desigualdades Para Ângulos

Definição 4.6. Uma semirreta −A−→D é interior a um dado ângulo BAC se os ponto D e B estão do mesmo
lado da semirreta −A→C e os pontos D e C estão do mesmo lado da semirreta −A→B.

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Observação: Decorre das definições 4.3 e 4.6 que dadas as semirretas −A→B e −A→C, ambas com
mesma origem em A, se BAC é o ângulo formado por essas semirretas e se D é um ponto interior a este
ângulo, então −A−→D é uma semirreta interior ao ângulo BAC.

Note que faremos uso da notação B > A para indicar também que A < B.

Definição 4.7. M BN < P AQ significa que há uma semirreta −A→R no interior do ângulo P BQ tal que M BN
∼= P AR (Figura 4.14).

O tratamento sintético para as desigualdades de ângulos é muito similiar ao tratamento sintético para
segmentos, de tal forma que as propriedades básicas da relação < são análogas. Veja:

A1 - Dados quaisquer pares de ângulos, A^ e B^, exatamente uma das condições ocorre: A^ < B^, A^ ∼=
B^ ou A^ > B^.

A2 - Se A < B e B < C, então A < C.

A3 - Se A^ ∼= A^j, B^ ∼= B^j e A^ < B^, então A^j < B^j.

Figura 4.14: M BN < P AQ.

Embora as propriedades A1, A2 e A3 pareçam ser óbvias, as demostrações não são tão simples.

Para tomar como base o estudo sintético para ângulos, vamos fazer considerações a respeito do ângulo
reto, uma vez que já o definimos sem o recurso de medida.

Considerações sintéticas sobre ângulos retos

Para darmos início ao tratamento sintético aos ângulos retos, levaremos em consideração o seguinte fato: a
demostração do teorema a seguir está muito relacionada ao Axioma CA1, acerca de congruência para
ângulos (página 37).

Teorema 4.9. Se BAC e CAD formam um par de ângulos no plano, assim como

BjA^jCj e CjA^jDj, e além disso se CA^D ∼= CjA^jDj, então BA^C ∼= BjA^jCj.

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Figura 4.15: Pares de ângulos no planos

Demonstração: De acordo com a figura 4.15, assumiremos sem perda de generalidade, que AB ∼= AjBj,
AC ∼= AjCj e AD ∼= AjDj, uma vez que os pontos Bj, Cj e Dj

podem ser escolhidos do modo que isso ocorra. Assim, pelo critério LAL de congruência de triângulos,
temos que OADC ∼= OAjDjCj, de onde decorre que AD^ C ∼= AjD^jCj.

Agora, como AB ∼= AjBj e AD ∼= AjDj, vem do axioma CS3 da adição de segmentos que BD ∼= BjDj. Daí,
OABC ∼= OAjBjCj, pelo caso de congruência LAL. Consequentemente, BAC ∼= BjAjCj, como ângulos
correspondentes de triângulo congruentes, finalizando a demonstração.

Teorema 4.10. Qualquer ângulo congruente a um ângulo reto também é ângulo reto.

Figura 4.16: Ângulos retos congruentes

Demonstração: De acordo com a figura 4.16, admitamos que BAC é um ângulo

reto. Então CAD e BAC formam um par de ângulos no plano e CAD ∼= BAC. Suponhamos que os
ângulos CjAjDj e BjAjCj formam um par de ângulos no plano

e que BjAjCj ∼= BAC. Segue pelo teorema anterior que CAD ∼= CjAjDj. Portanto

CjA^jDj ∼= BjA^jCj, de onde vem pela de nição 3.9 (p. 29) que BjA^jCj é reto.

Teorema 4.11. Todos os ângulos retos são congruentes.

Demostração: Vamos supor que BAC e CAD formem um par de ângulos planos e congruentes, o mesmo
ocorrendo com BjAjCj e CjAjDj, conforme a gura 4.17. Provemos que BAC ∼= BjAjCj. Iniciaremos nossa
prova tomando os pontos Bj e Dj de tal

forma que AjBj ∼= AjDj. Além disso, faremos uma construção complementar de modo que tenhamos o
triângulo BjCjDj, conforme a gura a seguir.

Figura 4.17: Triângulo BjCjDj

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Resulta, pelo critério LAL de congruência de triângulos, que os triângulos AjBjCj

e AjDjCj são congruentes, de modo que tenhamos B^j ∼= D^j.

Neste triângulo, seja −A−j→E uma semirreta com o ponto E do mesmo lado do ponto

Cj em relação a reta AjDj, tal que BjA^jE ∼= BA^C.

Figura 4.18: Ponto E, conforme enunciado

Precisamos provar que as semirretas −A−j→E e −A−jC→j coincidem. Se as semirretas −A−j→E e −A−jC→j
não são coincidentes, o ponto E está em algum lugar do interior do BjAjCj. Então −A−j→E intersecta o
segmento BjCj num ponto F , de tal modo que o ponto F esteja

entre os pontos Bj e Cj.

Figura 4.19: Ponto F , interseção da semirreta −A−j→E com o segmento BjCj.

Pela desigualdade de segmentos, temos que BjF < BjCj. Como BjCj ∼= DjCj, resulta de S3 (Terceira lei
para a desigualdade de segmentos) que BjF < DjCj, o que implica que existe um ponto G tal que este ponto
está entre os pontos Dj e Cj e além

disso, DjG ∼= BjF .

Figura 4.20: Ponto G sobre o segmento DjCj.

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Pelo critério LAL de congruência de triângulos, temos que os triângulos BjAjF e DjAjG são congruentes e
que portanto, BjAjF ∼= DjAjG. Porém, pelo Teorema 4.9, sabemos que DjA^jE ∼= CA^D. Portanto, DjA^jE
∼= CA^D ∼= BA^C ∼= BjA^jE ∼= DjA^jG.

Temos então que ambos os pontos E e G estão do lado da reta ←A−jD→j que contém o ponto Cj e que os
ângulos DjAjE e DjAjG são congruentes. Logo as semirretas −A−j→E e

−A−j→G coincidem, decorrente da unicidade determinada pelas condições acima.

Observação: Quando duas retas distintas l e m se interceptam, são formados quatro ângulos, como
indicado na figura 4.21.

Figura 4.21: Interseção de duas retas, l e m.

Segue imediatamente da definição 3.9 e teorema 4.10 que se um deles é reto todos os outros também são.

Definição 4.8. Duas retas l e m são perpendiculares se elas possuem um ponto P comum e um dos ângulos
formados é reto (Figura 4.22).

Figura 4.22: As retas l e m são perpendiculares.

Teorema 4.12. Dados num plano α, uma reta l e um ponto A em l (se A não está em l também é válido!),
existe exatamente uma reta neste plano que contém o ponto A e é perpendicular a reta l.

Demonstração: Conforme figura 4.23, seja B um ponto qualquer da reta l, distinto do ponto A. Pelo axioma
CA2, página 37, existe um ponto C no plano α fora da reta l tal que BAC é congruente a um ângulo reto.
Pelo Teorema 4.10, isto significa que BAC é reto e deste modo, a reta ←A→C é perpendicular a reta l. Se
existissem duas semirretas, por exemplo, −A→C e −A−C→j, ambas perpendiculares a l, teríamos que BAC
∼= BACj, pois todos os ângulos retos são congruentes. Porém isto é impossível, de acordo com CA2.

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Figura 4.23: Reta ←A→C perpendicular a l pelo ponto A de l.

Note que dentro do tratamento métrico verificamos imediatamente que um ângulo qualquer é reto se, e
somente se, sua medida for de 90o.

A forma sintética para desigualdade triangular. Classes de congruência e adição

Do mesmo modo que desenvolvemos a geometria sintética ligada as desigualdades tanto para segmentos
quanto para ângulos, faremos algo parecido relacionada a Desigualdade Triangular.

Teorema 4.13. Dado um triângulo ABC, existe um ponto Aj tal que AjB ∼= AB, o ponto B está entre os
pontos Aj e C e AjC > AC

Figura 4.24: Triângulo ABC com o ponto Aj fora do mesmo.

A figura 4.24 transmite muito bem esta ideia de modo intuitivo, pois basta colocar os segmentos AB e BC
de modo que o m de um se una com o início do outro, para verificar que AB + BC > AC. A dificuldade em
lidar com este teorema, reside no fato dele lidar com a adição de segmentos, uma vez que a adição se
remete ao conhecimento de "distâncias", que neste caso, está fora do contexto da geometria sintética.
Assim, neste caso, precisaremos dar outro sentido a esta "soma"de dois segmentos, considerando como
sendo um único segmento, colocandos-os ponta com ponta conforme o esquema a seguir:

Figura 4.25: Considerando a "soma"de dois segmentos com sendo um segmento único.

Mesmo assim, surge um outro problema: o caso em que os segmentos a serem "somados"não estão
alinhados, uma vez que o exemplo acima, os segmentos estão "alinhados", ficando simples a união de
ponta com ponta.

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Figura 4.26: Dois segmentos não-alinhados.

Uma maneira de contornar este problema foi fazer a seguinte consideração: dado AB, denotemos por |AB∫
o conjunto de todos os segmentos que são congruentes ao segmento AB, ou seja, a classe de equivalência
determinada por esta relação. Certa- mente se AB ∼= CD, teremos |AB∫ = |CD∫. Aos conjuntos |AB∫
daremos o nome de

Classes de Congruência.

Vamos supor agora que sejam dados AB e CD e três pontos M , N e P , tais que:

o ponto N esteja entre os pontos M e P , M N ∼= AB e N P ∼= CD. As observações a seguir são facilmente


verificadas, tomando como base os axiomas de congruência.

Observação 1: Se M j, N j e P j são quaisquer outros três pontos que satisafazem as mesmas condições,
segue que pelo axioma CS3 de adição de segmentos (p.36),

que M jP j ∼= M P , isto é, a classe de congruência |M P ∫ é independente da escolha dos

pontos M , N e P .

Observação 2: Suponha que AB ∼= AjBj e CD ∼= CjDj. Seja os pontos M , N e P escolhidos em relação AB


e CD, como anteriormente, e sejam os pontos M j, N j e P j escolhidos em relação AjBj e CjDj. Então M P
∼= M jP j. Isto é, a classe de congruência |M P ∫ depende somente da classe de congruência |AB∫ e |CD∫,
ou seja, independe da escolha dos representantes AB e CD.

Assim, a adição pode agora ser de nida, não entre segmentos, mas entre classes de congruência. Dados
|AB∫ e |CD∫, tomaremos os pontos M , N e P , tais que o ponto N esteja entre os pontos M e P , M N ∼= AB
e N P ∼= CD. Então, por definição,|AB∫ + |CD∫ = |M P ∫.

As duas observações que fizemos a pouco mostram que a definição faz sentito. A classe de congruência |M
P ∫ é independente da escolha dos segmentos AB e CD, assim como dos pontos M , N e P . Ela depende
apenas das classes de congruência |AB∫ e de |CD∫.

Por m, relembrando da lei de desigualdade de segmentos S3 (p.39), temos que se AB < CD, então
qualquer segmento de |AB∫ é menor que qualquer segmento de |CD∫. Logo, podemos definir que |AB∫ <
|CD∫, no sentido de que todos segmentos congruentes a AB são menores que quaisquer segmentos
congruentes a CD.

Definição 4.9. Para quaisquer triângulos ABC temos que a soma de dois lados quais- quer sempre será
maior que o terceiro lado.

Esta definição 4.9 é conhecida como Desigualdade Triangular.

Depois das observações realizadas, das análises das definições sobre classes de congruência, podemos
dar uma ideia mais natural à desigualdade triangular em âmbito sintético, em forma de teorema.

Teorema 4.14. Para qualquer triângulo ABC, temos que:

|AB∫ + |BC∫ > |AC∫.

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Demonstração: Se AB ∼= AjBj, CD ∼= CjDj, com AB < CD, temos por S3 que AjBj < CjDj, ou seja, se |AB∫ e
|CD∫ são as classes de congruência dos segmentos AB e CD, respectivamente, podemos dizer então que
|AB∫ > |CD∫, caso AB > CD. Também por definição de desigualdade triangular, dado um triângulo ABC
qualquer vale AB + BC > AC. Ora, se a desigualdade vale, podemos sem perdade de generalidades, supor
que AB + BC = XY (*), ou seja, XY > AC. Assim, |XY ∫ > |AC∫. Portanto, de (*), |AB∫ + |BC∫ > |AC∫, como
queríamos demostrar.

Observação: Entendemos que a notação |AB + BC∫ seja equivalente a |AB∫ + |BC∫ pelo fato de que estamos
usando classes de congruência, uma vez que |AB∫ e |BC∫, são os conjuntos de segmentos congruentes a
AB e BC, respectivamente.

Proporcionalidade sem números: um tratamento sintético

Dentro da geometria clássica, podemos definir congruência de segmentos em termos de distância dada por
uma função f : R × R → R satisfazendo determinadas condições. De modo simplificado, ocorrerá
congruência entre dois segmentos AB e CD se a distância do ponto A ao ponto B for exatamente igual a
distância do ponto C ao ponto D. As propriedades de congruência assim definidas, são provadas com
auxílio de teoremas, porém fundamentadas na definição de métrica.

A abordagem sintética para segmentos traz consigo algumas ideias básicas, como congruências,
embasadas por axiomas. Neste tratamento, a ideia de distância como estamos acostumados não aparece;
de fato, os únicos números que aparecem são os números naturais. A semelhança de dois triângulos por
exemplo, é feita de tal modo que a um triângulo ABC se faz corresponder um triângulo DEF , se os ângulos
cor- respondentes são congruentes e os lados correspondentes são proporcionais, no sentido de
respeitarem a mesma constante de proporcionalidade1.

Figura 4.27: Triângulos semelhantes.

Neste caso, a indicação da divisão faz sentido, uma vez que a, b, c, d, e e f são números reais positivos e
dizemos que os triângulos ABC e DEF são proporcionais (ou semelhantes) se os comprimentos dos lados
correspondentes são proporcionais.

No entanto, como sabemos, não devemos utilizar as ideias de distâncias e muito menos de divisão, uma
vez que por trás disso, há números reais. Existe uma dificuldade muito grande para explicar o que se
entende por proporcionalidade de segmentos no campo da geometria sintética, assim como trabalhar com
este assunto. Porém, isto pode ser feito sem a utilização de quase nenhum número, com exceção dos
números naturais.

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Um exemplo disso é a forma como este assunto é lidado nos Elementos de Euclides.2 As ideias
matemáticas lá trabalhadas foram atribuídas a "Eudoxo" (DOMINGUES, 2011), astrônomo, matemático e
lósofo grego, que viveu entre 390 e 338 a.C.

Com base no trabalho apresentado nos Elementos, há de se pensar em duas perguntas básicas:

1 - Quais seriam as ideias puramente sintéticas que Eudoxo usou para substituir a métrica?

2 - Dada a geometria sintética, como poderíamos definir a função distância satisfazendo os axiomas?

São questionamentos muito pertinentes aos nossos interesses para a definição de proporcionalidade no
campo da geometria sintética.

As ideias de Eudoxo tiveram muita importância no século XIX, quando Richard Dedekind, matemático
alemão, que viveu de 1831 até início de 1916, descobriu que "ideias eram necessárias para a criação de
um sistema de números reais capaz de responder tais questionamentos" (DOMINGUES, 2011).

Definição da proporcionalidade sintética de Eudoxo

Iniciaremos nosso trabalho indo em direção às concepções de Eudoxo de modo gradual, iniciando este
assunto ainda utilizando-se de conceitos métricos e, com o desenrolar da situação, deixando de lado toda a
álgebra envolvida. De início, vamos definir uma expressão para a representação de proporcionalidade.

Definição 4.10. Sejam AB, CD, EF e GH segmentos de retas tais que:

AB/CD//EF /GH3

Assim, definiremos a proporcionalidade entre estes segmentos do seguinte modo:

EF = GH (1)4

AB CD

Esta definição foi dada sem a menção de qualquer número, explicitamente, porém poderá acontecer que os
segmentos AB e EF sejam incomensuráveis e neste caso, a constante de proporcionalidade será irracional.
Assim, nossa primeira precaução a tomar será a de expressar (1) na forma de números racionais.
Baseando-se no teorema de comparação, faremos isto como segue.

Reciprocamente, se a segunda expressão se mantém, a primeira também se mantém. Este modo como
acabamos de representar a comparação também é possível de ser feito sem o uso de uma divisão.

a) Se p e q são naturais, e

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Reciprocamente, se a segunda expressão se mantém, a primeira também se mantém. Estamos perto de


enunciar uma definição de segmentos proporcionais, visto que (2)

se aproxima muito para algo parecido com a soma de classes de congruência, uma vez que esta soma
pode ser definida. Mas qual o significado de p.AB?.

Recordemos que dado quaisquer dois segmentos AB e CD, tomando-se os pontos M , N e P , tais que: o
ponto N esteja entre os pontos M e P , AB ∼= M N e CD ∼= N P , a soma |AB∫ + |CD∫ é definida da seguinte
forma:

|AB∫ + |CD∫ = |M P ∫

Vimos anteriormente que esta soma depende somente das classes de congruência

|AB∫ e |CD∫, e é independente da escolha de A, B, C, D, M, N e P . Quando AB ∼= CD, escreveremos esta


soma do seguinte modo:

|AB∫ + |CD∫ = |AB∫ + |AB∫ = 2 · |AB∫

De modo geral, para qualquer número natural n, teremos:

n|AB∫ = |AB∫ + |AB∫ + |AB∫ + · · · + |AB∫

Portanto, se escrevermos

n|AB∫ = |M P ∫,

significa que se tomarmos n cópias congruentes do segmento AB e colocarmos lado a lado, ponta com
ponta estes segmentos sobre uma mesma reta, obteremos um segmento congruente ao segmento M P .

Agora estamos com todas as ferramentas necessárias para dar sentido a formulação de Eudoxo (2) no
campo da geometria sintética.

Sejam p e q quaisquer números naturais. Se

Reciprocamente, se a segunda expressão se mantém, a primeira também se mantém.

Euclides usou, durante todas as passagens dos Elementos, esta noção, sempre que tocava no assunto
proporcionalidade. Isto foi uma ótima "sacada", pois mesmo os teoremas mais simples, tornaram-se
formidáveis a luz da geometria sintética, o mesmo ocorrendo com as complicadas definições do que ocorre
quando se colocava segmentos congruentes lado a lado. Por exemplo, a Proposição 4 do Livro V dos
Elementos, (EUCLIDES; BICUDO, 2009, pág. 210):

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Proposição 4: Caso uma primeira magnitude5 tenha para uma segunda a mesma razão que uma terceira
para uma quarta, também os mesmos múltiplos tanto da primeira quanto da terceira terão para os mesmos
múltiplos da segunda e da quarta, segundo uma multiplicação qualquer, a mesma razão, tendo sido
tomados correspondentes.

Em termos de geometria sintética, a proposição citada, pode ser assim enunciada:

Proposição 4': Se AB/CD//EF /GH, e p e q números naturais, então pAB/pEF //qCD/qGH

Para a demonstração da Proposição 4' basta usarmos a definição 4.10.

Observe que aqui pAB denota qualquer segmento da classe de congruência p|AB∫ e assim por diante.

A seguir, temos o teorema algébrico correspondente, que é bem simples. Ele diz que:

"Se AB corresponde a EF e CD corresponde a GH. Em notação, AB, CD ∼ EF , GH, e p e q são quaisquer


inteiros positivos, então, pAB, pEF ∼ qCD, qGH".

Noutras palavras, teremos a seguinte proposição:

Assim, de (*) temos que EF · CD = AB · GH e de (**) temos que pq · CD · EF =

pq · AB · GH.

A de nição dada por Euclides para proporcionalidades (Proposição 4) pode então ser reescrita do seguinte
modo:

"Sejam p e q quaisquer números naturais. Se

Euclides usa a palavra magnitude para representar um comprimento p|CD∫ < q|GH∫".

De modo geral, não faremos o desenvolvimento da teoria das proporções de Euclides. Apresentaremos
apenas alguns fatos simples sobre a soma de classes de congruências.

Teorema 4.15. Propriedade Comutativa

|AB∫ + |CD∫ = |CD∫ + |AB∫

Este teorema decorre do axioma de "adição"de segmentos, axioma CS3, página 36.

Teorema 4.16. Propriedade Associativa

(|AB∫ + |CD∫) + |EF ∫ = |AB∫ + (|CD∫ + |EF ∫)

Demonstração: Considere a soma das classes de congruência |AB∫ e |CD∫, de tal modo que |AB∫ + |CD∫ =
|AD∫. De modo análogo, |AD∫ + |EF ∫ = |AF ∫ e |CD∫ + |EF ∫ = |CF ∫. Então, |AB∫ + |CF ∫ = |AF ∫, concluindo a
demonstração.

Teorema 4.17. Propriedade Distributiva

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n(|AB∫ + |CD∫) = n|AB∫ + n|CD∫

Demonstração: Faremos a demonstração deste teorema usando o Princípio da Indução Finita. Considere n
∈ N . Se n = 1, a afirmação é verdadeira. Vamos supor que valha para n = p, então provaremos que
também vale para n = p + 1.

Usando as propriedades comutativa e associativa acima provadas e a hipótese de indução, temos:

Teorema 4.18. Preservação de Ordem Se

para todo natural n.

Demonstração: Se |AB∫ > |CD∫, então podemos escrever |AB∫ de tal modo que |AB∫ = |CD∫ + |EF ∫, para
algum segmento EF da classe de conguência |EF ∫.6 Assim, pelo teorema anterior, temos que n|AB∫ =
n|CD∫ + n|EF ∫, ou seja, n|AB∫ > n|CD∫, como queríamos demonstrar.

Teorema 4.19. Se

Demonstração: Suponhamos que |CD∫ > |AB∫. Do teorema 4.18 segue que n|CD∫ > n|AB∫, o que contradiz a
hipótese. Da mesma forma, se |CD∫ = |AB∫, temos que n|CD∫ = n|AB∫, pois tanto AB como CD pertencem a
mesma classe de congruência, contradizendo a hipótese. Por m, já que nenhuma condição anterior foi
satisfeita, por exclusão se n|AB∫ > n|CD∫ somente se |AB∫ > |CD∫, concluindo a demonstração.

Teorema 4.20. Se A − B − C, então n|AC∫ > n|AB∫, para todo n natural.

Demonstração: Como A − B − C então AC > AB. Logo pelo teorema 4.8, temos que |AC∫ > |AB∫. Assim,
segue do teorema 4.18 que n|AC∫ > n|AB∫, para todo natural n.

Teorema 4.21. Se |AB∫ < |CD∫, então,|AB∫ + |EF ∫ < |CD∫ + |EF ∫.

Demonstração: Sejam M , N e P pontos de uma mesma reta, de modo que M − N − P , M N ∼= EF e N P


∼= CD. Uma vez que |AB∫ < |CD∫, há um ponto Q tal que N − Q − P e N Q ∼= AB. Logo, |AB∫ + |EF ∫ = |M Q∫

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e |CD∫ + |EF ∫ = |M P ∫. Como M − N − P e N − Q − P , temos que M − Q − P . Portanto, |M Q∫ < |M P ∫,


como queríamos demonstrar.

Aplicações da Geometria Sintética

A definição e a construção de um quadrado pela geometria sintética

Uma criança na escola primária aprende que quadrado é uma figura de quatro lados iguais, justamente pelo
fato dela não ter ideia do que seja "congruente", muito menos um "ângulo reto"(Embora essa informação
seja um tanto impactante ao mais esclarecidos, este fato ocorreu durante uma palestra, numa escola da
cidade de Botucatu-SP, quando professores foram perguntados de como definiam quadrado às crianças).

Da geometria euclidiana sabemos que um quadrado é um quadrilátero formado por quatro lados
congruentes, cujos ângulos internos são todos retos. Ora, note que esta definição não menciona
"comprimentos" nem "medidas de ângulos". Porém, qual- quer leitor leigo que a interprete, pensará quase
instantaneamente em medidas de comprimento e medidas de ângulo, justamente pelo fato da associação
com medidas, aprendidas no período escolar.

Descrição da construção de um quadrado

Considere três retas r,s e t, de modo que r"s e t seja perpendicular as retas r e

s. Assim, existe um único ponto A comum às retas r e t e um único ponto B comum às retas s e t. Considere
também o segmento AB. Além disso, denotemos por |AB∫ a classe de congruência cujos elementos são
congruentes ao segmento AB. Tome mais três elementos dessa classe de congruência: BC, CD e DA.
Fazendo coincidir "ponta com ponta" cada um desses segmentos, temos um quadrado ABCD, pois todos os
segmentos que os forma são elementos de |AB∫ e todos seus ângulos são retos.

Desse modo, um quadrado no campo da geometria sintética fica assim definido:

Definição 5.1. Um quadrado é o quadrilátero cujos ângulos internos1 são todos retos e seus quatro lados
pertencem a uma mesma classe de congruência.

Figura 5.1: Quadrado construído segundo a descrição dada.

Desigualdade triangular

Uma vez definida uma classe de congruência, podemos estender este conceito para outros tantos entes
geométricos. Aqui, definiremos a desiguldade triangular aos "olhos"da geometria sintética.

Definição 5.2. Para quaisquer três classes de congruência |AB∫, |BC∫ e |AC∫, te- remos um triângulo, se e
somente se, |AB∫ + |BC∫ > |AC∫, |AB∫ + |AC∫ > |BC∫ e |AC∫ + |BC∫ > |AB∫2, simultaneamente.

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Figura 5.2: Um triângulo ABC, conforme definição 5.2.

Triângulo Retângulo isósceles

Uma vez definido um ângulo reto, podemos aplicar este conceito para definirmos e construírmos um
triângulo retângulo isósceles.

Definição 5.3. Um triângulo é um triângulo retângulo isósceles se um de seus ângulos internos for reto e
pelo menos dois de seus lados pertencerem a uma mesma classe de congruência.

Construção: Considere as retas r e s, perpendiculares entre si. Estas retas possuem o ponto A comum.
Tome os segmentos AB e AC, ambos de uma mesma classe de congruência, de modo que B seja um
ponto da reta r e C seja um ponto da reta s, pois necessariamente os segmentos AB e AC deverão estar
contidos nas retas r e s.

Figura 5.3: Retas r e s perpendiculares.

Por m, considere o segmento BC, cujos pontos " nais"são os pontos B e C e que BC pertença a classe de
congruência |BC∫. Desse modo, temos um triângulo ABC cujo ângulo A é reto e os lados AB e AC pertecem
a uma mesma classe de equivalência, ou seja, ABC é um triângulo retângulo isósceles.

Figura 5.4: Triângulo retângulo isósceles ABC.

Porém, se a ideia for a construção de um triângulo retângulo qualquer, devemos levar em conta algumas
considerações:

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I - A construção deste far-se-á de modo análogo ao triângulo retângulo isósceles;

II - Os segmentos AB e AC poderão ser de classes de congruências distintas; III - Seja respeitada a


definição 5.2.

Assim, garantimos a definição e a construção de triângulos retângulos quaisquer sob a ótica da geometria
sintética.

Teorema de Tales

A história da Geometria Descritiva ganha vida nas descobertas do grande matemático grego Tales de
Mileto. Sábio do século VI a.C., Tales tornara-se conhecido como pai da geometria descritiva após grande
contribuição não somente nesse campo, mas em muitas outras extensões da matemática.

Além da matemática, Tales contribuiu, com seus estudos, para o desenvolvimento da Astronomia e da
Filosofia. Ainda sobre ele, supõe-se que passara um tempo vivendo no Egito, onde foi convocado para
calcular a altura de uma pirâmide, realizando o cálculo com êxito e ficando muito famoso. Para realizar
tamanha façanha, visto que à época pouquíssimos (ou nenhum) recursos foram-lhe disponibilizados, Tales
utilizou o que hoje conhecemos como o Teorema de Tales.

Algumas considerações preliminares

O enunciado do Teorema de Tales será compreensível a partir da consideração, nesse primeiro momento,
de alguns elementos básicos: um feixe de retas paralelas r, s e t que cortam as retas transversais u e v.

Neste exemplo, o feixe de retas é formado por apenas três retas paralelas e duas transversais, mas outros
feixes podem ser formados com maior número de retas paralelas contidas num mesmo plano.

No feixe acima, destacam-se os seguintes elementos:

• Pontos correspondentes: A e D, B e E, C e F;

• Segmentos correspondentes: AB e DE, BC e EF, AC e DF.

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O teorema de Tales

Se duas retas transversais são cortadas por um feixe de retas paralelas, então a razão entre quaisquer dois
segmentos determinados em uma das transversais é igual à razão entre os segmentos correspondentes da
outra transversal.

No feixe de retas exemplificado anteriormente, podemos destacar, de acordo com o Teorema de Tales, as
seguintes razões:

Aplicação do teorema

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“Divida as dificuldades, subtraía o pessimismo, multiplique o conhecimento.”

(Robison Sá)

Lei dos Senos e dos Cossenos

Lei dos Cossenos

Faremos, aqui, o estudo da lei dos cossenos e suas aplicabilidades.

Vejamos a demonstração da lei dos cossenos:

Considere o triângulo acutângulo abaixo, sendo CH a altura relativa ao lado AB.

No triângulo BCH, temos que:

No triângulo ACH, temos que:

Substituindo (II) e (III) em (I), obtemos:

De forma análoga, obtemos:

As três igualdades anteriores são chamadas de Lei dos Cossenos, que diz: “Num triângulo qualquer, o
quadrado de um lado é igual à soma dos quadrados dos outros dois lados menos o dobro do produto
desses lados pelo cosseno do ângulo por eles formado”.

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Lembre-se que a Lei dos cossenos vale para qualquer triângulo.

Vejamos alguns exemplos de aplicação.

Exemplo 1. Determine o valor de x no triângulo ABC acutângulo abaixo.

Solução: Aplicando a lei dos cossenos, temos que:

Exemplo 2. Determine o valor de y no triângulo obtusângulo abaixo.

Solução: Lembrando que a lei dos cossenos também é válida para o triângulo obtusângulo, temos que:

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Exemplo 3

Utilizando a lei dos cossenos, determine o valor do segmento x no triângulo a seguir:

a² = b² + c² – 2 * b * c * cos?
7² = x² + 3² – 2 * 3 * x * cos60º
49 = x² + 9 – 6 * x * 0,5
49 = x² + 9 – 3x
x² –3x – 40 = 0

Aplicando o método resolutivo da equação do 2º grau, temos:

x’ = 8 e x” = – 5, por se tratar de medidas descartamos x” = –5 e utilizamos x’ = 8. Então o valor de x no


triângulo é 8 cm.

Exemplo 4

Em um triângulo ABC, temos as seguintes medidas: AB = 6 cm, AC = 5 cm e BC = 7 cm. Determine a


medida do ângulo A.

Vamos construir o triângulo com as medidas fornecidas no exercício.

Aplicando a lei dos cossenos

a = 7, b = 6 e c = 5

7² = 6² + 5² – 2 * 6 * 5 * cos A
49 = 36 + 25 – 60 * cos A
49 – 36 – 25 = –60 * cos A
–12 = –60 * cos A
12 = 60 * cos A
12/60 = cos A
cos A = 0,2

O ângulo que possui cosseno com valor aproximado de 0,2 mede 78º.

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Exemplo 5

Calcule a medida da maior diagonal do paralelogramo da figura a seguir, utilizando a lei dos cossenos.

cos 120º = –cos(180º – 120º) = – cos 60º = – 0,5

x² = 5² + 10² – 2 * 5 * 10 * ( – cos 60º)


x² = 25 + 100 – 100 * (–0,5)
x² = 125 + 50
x² = 175
√x² = √175
x = √5² * 7
x = 5√7

Lei Dos Senos

Faremos o estudo da lei dos senos para um triângulo qualquer.

Vejamos, primeiro, a demonstração de tal lei.

Considere o triângulo ABC, acutângulo, abaixo, onde CH é a altura relativa ao lado AB.

No triângulo ACH, temos que:

No triângulo BCH, temos que:

De (I) e (II), obtemos:

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Assim, podemos concluir que:

Que é chamada de Lei dos senos ou Teorema dos senos.

A demonstração acima foi feita para um triângulo acutângulo, mas a mesma pode ser realizada para
qualquer triângulo de forma análoga, chegando ao mesmo resultado.

Vejamos alguns exemplos de aplicação da lei dos senos.

Exemplo 1. Determine o valor de c no triângulo obtusângulo abaixo:

Solução: Aplicando a lei dos senos, teremos:

Sabemos que sen 120o = sen 60o. Assim, teremos:

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Exemplo 2. No triângulo acutângulo a seguir, determine o valor de x.

Solução: Utilizando a lei dos senos, temos que:

Geometria Espacial

A Geometria Espacial corresponde a área da matemática que se encarrega de estudar as figuras no


espaço, ou seja, aquelas que possuem mais de duas dimensões.

De modo geral, a Geometria Espacial pode ser definida como o estudo da geometria no espaço.

Assim, tal qual a Geometria Plana, ela está pautada nos conceitos basilares e intuitivos que chamamos
“conceitos primitivos” os quais possuem origem na Grécia Antiga e na Mesopotâmia (cerca de 1000 anos
a.C.).

Pitágoras e Platão associavam o estudo da Geometria Espacial ao estudo da Metafísica e da religião;


contudo, foi Euclides a se consagrar com sua obra “Elementos”, onde sintetizou os conhecimentos acerca
do tema até os seus dias.

Entretanto, os estudos de Geometria Espacial permaneceram estanques até o fim da Idade Média, quando
Leonardo Fibonacci (1170-1240) escreve a “Practica Geometriae”.

Séculos depois, Joannes Kepler (1571-1630) rotula o “Steometria” (stereo: volume/metria: medida) o
cálculo de volume, em 1615.

Para saber mais leia:

• Formas Geométricas

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• Geometria Plana

• Distância entre dois pontos

Características da Geometria Espacial

A Geometria Espacial estuda os objetos que possuem mais de uma dimensão e ocupam lugar no espaço.
Por sua vez, esses objetos são conhecidos como "sólidos geométricos" ou "figuras geométricas espaciais".
Conheça melhor alguns deles:

• prisma

• cubo

• paralelepípedo

• pirâmide

• cone

• cilindro

• esfera

Dessa forma, a geometria espacial é capaz de determinar, por meio de cálculos matemáticos, o volume
destes mesmos objetos, ou seja, o espaço ocupado por eles.

Contudo, o estudo das estruturas das figuras espaciais e suas inter-relações é determinado por
alguns conceitos básicos, a saber:

• Ponto: conceito fundamental a todos os subsequentes, uma vez que todos sejam, em última análise,
formados por inúmeros pontos. Por sua vez, os pontos são infinitos e não possuem dimensão mensurável
(adimensional). Portanto, sua única propriedade garantida é sua localização.

• Reta: composta por pontos, é infinita nos dois lados e determina a distância mais curta entre dois pontos
determinados.

• Linha: possui algumas semelhanças com a reta, pois é igualmente infinita para cada lado, contudo, têm
a propriedade de formar curvas e nós sobre si mesma.

• Plano: é outra estrutura infinita que se estende em todas as direções.

Figuras Geométricas Espaciais

Segue abaixo algumas das figuras geométricas espaciais mais conhecidas:

Cubo

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O cubo é um hexaedro regular composto de 6 faces quadrangulares, 12 arestas e 8 vértices sendo:

Área lateral: 4a2


Área total: 6a2
Volume: a.a.a = a3

Dodecaedro

O Dodecaedro é um poliedro regular composto de 12 faces pentagonais, 30 arestas e 20 vértices sendo:

Área Total: 3√25+10√5a2


Volume: 1/4 (15+7√5) a3

Tetraedro

O Tetraedro é um poliedro regular composto de 4 faces triangulares, 6 arestas e 4 vértices sendo:

Área total: 4a2√3/4


Volume: 1/3 Ab.h

Octaedro

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O Octaedro é um poliedro regular de 8 faces formada por triângulos equiláteros, 12 arestas e 6 vértices
sendo:

Área total: 2a2√3


Volume: 1/3 a3√2

Icosaedro

O Icosaedro é um poliedro convexo composto de 20 faces triangulares, 30 arestas e 12 vértices sendo:

Área total: 5√3a2


Volume: 5/12 (3+√5) a3

Prisma

O Prisma é um poliedro composto de duas faces paralelas que formam a base, que por sua vez, podem ser
triangular, quadrangular, pentagonal, hexagonal.

Além das faces o prima é composto de altura, lados, vértices e arestas unidos por paralelogramos. De
acordo com sua inclinação, os prismas podem ser retos, aqueles em que a aresta e a base fazem um
ângulo de 90º ou os oblíquos compostos de ângulos diferentes de 90º.

Área da Face: a.h


Área Lateral: 6.a.h
Área da base: 3.a3√3/2
Volume: Ab.h

Onde:
Ab: Área da base
h: altura

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Pirâmide

A pirâmide é um poliedro composto por uma base (triangular, pentagonal, quadrada, retangular,
paralelogramo), um vértice (vértice da pirâmide) que une todas as faces laterais triangulares.

Sua altura corresponde a distância entre o vértice e sua base. Quanto à sua inclinação podem ser
classificadas em retas (ângulo de 90º) ou oblíquas (ângulos diferentes de 90º).

Área total: Al + Ab
Volume: 1/3 Ab.h

Onde:

Al: Área lateral


Ab: Área da base
h: altura

Curiosidades

• A palavra "geometria" vem do grego e corresponde a união dos termos "geo" de terra e "metria" de
medida, que significa "medir terra."

• Os cálculos mais comuns em Geometria espacial são para determinar o comprimentos de curvas, áreas
de superfícies e volumes de regiões sólidas.

• Outras figuras geométricas espaciais: cilindro, cone, esfera.

• Os "Sólidos Platônicos" são poliedros convexos conhecidos desde a antiguidade clássica. Os cinco
"sólidos platônicos" são: tetraedro, cubo, octaedro, dodecaedro, icosaedro.

Características

Cubo

Hexaedro regular constituído por 6 faces quadrangulares, 12 arestas e 8 vértices sendo:

Área lateral: 4a2


Área total: 6a2
Volume: a.a.a = a3

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Cubo

Dodecaedro

Poliedro regular com de 12 faces pentagonais, 30 arestas e 20 vértices sendo:

Área Total: 3√25+10√5a2


Volume: 1/4 (15+7√5) a3

Dodecaedro.

Tetraedro

Poliedro regular que apresenta 4 faces triangulares, 6 arestas e 4 vértices sendo:

Área total: 4a2√3/4


Volume: 1/3 Ab.h

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Tetraedro

Octaedro

Poliedro regular com 8 faces formada por triângulos equiláteros, 12 arestas e 6 vértices sendo:

Área total: 2a2√3


Volume: 1/3 a3√2

Octaedro.

Prisma

Poliedro com duas faces paralelas que formam a base. Esta ser triangular, quadrangular, pentagonal,
hexagonal. O prisma é composto, além da face, pela altura, lados, vértices e arestas unidos por
paralelogramos.

Área da Face: a.h


Área Lateral: 6.a.h
Área da base: 3.a3√3/2
Volume: Ab.h

Onde:

Ab: Área da base


h: altura

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Prisma

Pirâmide

Poliedro que possui uma base, que pode ser triangular, pentagonal, quadrada, retangular, paralelogramo e
um vértice que une todas as faces laterais triangulares. Sua altura corresponde a distância entre o vértice e
sua base.

Área total: Al + Ab
Volume: 1/3 Ab.h

Onde:

Al: Área lateral


Ab: Área da base
h: altura

Pirâmide.

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Proporcionalidade

04 – Razão e Proporção

04.1 – Razão

É a comparação entre duas grandezas, de mesma espécie, da forma

a
ou a : b com b ≠ 0
b
Onde: a = antecedente

b = consequente

Lê-se: a está para b

04.1.1 – Razão Inversa

04.1.2 – Propriedade

Podemos multiplicar ou dividir ambos os termos de uma razão, por um mesmo número diferente de zero,
que esta não se altera.

a.k
a 
b.k
 (k 0)
b  a:k

 b:k

Ex.1 - Qual razão entre as idades de Francis (14 anos) e Melissa (21 anos)?

Ex.2 - Na prova de Matemática de Samara, a razão do número de questões certas para o número total de
questões foi de 3 para 4. Sabendo-se que a prova era composta de 16 questões, quantas questões Samara
acertou?

Exercícios

01. Determinar a razão de 48 para 72.

02. Numa partida de basquete, Francis fez 15 arremessos, acertando 9 deles. Nestas condições:

a) Qual a razão do número de acertos para o número total de arremessos de Francis?

b) Qual a razão entre o número de arremessos que Francis acertou e o número de arremessos que ela
errou?

04.1.3 - Razões Especiais

RE1 – Velocidade

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Ex.3 - Um carro percorreu a distância de 540 km em 4 horas:

a) qual a velocidade média do carro?

b) no SI esta velocidade deve corresponder a?

Ex.4 - Se um carro faz um movimento de 85 km/h durante 2h30min, que distância percorreu?

Ex.5 - Uma moto percorreu a distância de 645 km com uma velocidade média de 86 km/h. Qual o
tempo gasto no percurso?

Ex.6 - Um automóvel foi de São Paulo a Ubatuba, passando por Taubaté. De São Paulo a

Taubaté ele rodou 130 km a uma velocidade média de 100 km/h. Os 100 km restantes, até Ubatuba, foram
feitos a 60 km/h. O tempo total da viagem foi de?

Exercícios

03. Um móvel percorreu a distância de 800 km em 16 horas. Qual sua velocidade média?

04. A Kombi da Larissa fez um movimento a 220 km/h durante 3 horas. Qual a distância percorrida

05. Se um móvel percorre a distância de 200 km com velocidade média de 100 km/h, qual o tempo
gasto nessa viagem?

06. Se um veículo se deslocar com velocidade média de 90 km/h:

a) Quantos quilômetros irão percorrer em 1 hora?

b) Qual o valor desta velocidade no SI?

07. Um automóvel percorre 280m em 8 segundos:

a) Qual sua velocidade no SI?

b) Qual sua indicação no velocímetro?

08. Um ciclista percorreu 126 km na velocidade de 36 km/h. Quanto tempo gastou no percurso?

09. Um soldado marcha com velocidade de 8 km/h. Em 3h30min percorrerá quantos quilômetros?

10. Se um veículo se deslocar com uma velocidade média de 85 km/h, quantos quilômetros ele irá

percorrer em :

a) 1 hora b) 2 horas c) 2h 30 min

11. Um automóvel percorreu 630 km em 5 horas:

a) qual a velocidade média desse automóvel no percurso, em Km/h?

b) essa mesma velocidade no SI é?

12. A distância entre São Paulo e Brasília é de 1.150 km. Qual a velocidade média do ônibus que faz esse
percurso em:

a) 15h b) 12h 30 min

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13. Transforme em m/s:

a) 162 Km/h b) 72 Km/h c) 126 Km/h

14. Transforme em Km/h:

a) 40 m/s b) 75 m/s c) 30 m/s

15. Um móvel percorreu 360m em 18s. Calcule sua velocidade em Km/h.

16. Um ciclista percorreu 43.200m em 4h. Calcule sua velocidade em m/s.

17. Em uma volta de 5000m, você desenvolveu uma velocidade média de 2500m/min. Qual foi o tempo
gasto no percurso?

18. Um ponto material percorreu a distância de 300m com velocidade média de 20m/s. Quanto tempo
gastou?

19. Um móvel percorreu 486 km com velocidade média de 45m/s. Em quantas horas transcorreu este
percurso?

20. Um motociclista percorre 600m na velocidade média de 72 km/h. Quantos segundos levam no trajeto?

21. Um veículo desenvolve a velocidade média de 75m/s durante 3 horas. Quantos quilômetros
percorrerão?

22. Se o móvel anda a 40m/s, que distância percorrerá em 7 minutos?

RE2 – Escala

tamanhono papel cm 


Escala 
tamanhoreal (cm)

Ex.7 – Num mapa feito na escala 1: 50 000 a distância entre duas cidades A e B é 3,4 cm.

Calcule a distância real entre as duas cidades em km.

Ex.8 – Na maquete de uma praça pública construída na escala 1:75, o edifício da prefeitura, de 13,5m de
altura, está representado com uma altura de?

Exercícios

23. Uma maquete foi construída na razão 1:40. Se a altura de um edifício na maquete for de 90 cm, qual é
a altura real desse prédio?

24. Uma escala de 1: 50, qual o comprimento real, em metros, correspondente ao comprimento de 8 cm?

25. (Fuvest-06) No mapa a seguir a distância, em linha reta, entre as cidades de Araçatuba e
Campinas é de 1,5 cm. Na realidade, esta distância é de aproximadamente:

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RE3 – Densidade do Corpo

massa ( g )
D
volume (cm 3 )

RE4 – Densidade Demográfica

n º de habitantes
Dens. Demográfica 
km 2
Gabarito:

01) 2:3, 02a) 3:5 02b) 3:2 03) 50 km/h, 04) 660km, 05) 2h, 06a) 90km, 06b) 25m/s, 07a) 35m/s, 07b)
126km/h, 08) 3h30min, 09) 28km, 10a) 85km, 10b) 170km, 10c) 212,5km, 11a) 126, 11b) 35m/s, 12a) 76
2/3km/h, 12b) 92km/h, 13a) 45, 13b) 20, 13c) 35, 14a) 144, 14b) 270, 14c) 108, 15) 72, 16) 3, 17) 2min, 18)
15s, 19) 3, 20) 30, 21) 810, 22) 16,8km, 23) 36m, 24) 4, 25) 375km

04.2 – Proporção

Quatro números a, b, c e d, diferentes de zero, formam nesta ordem uma proporção se e somente se,

a c
 ou a : b  c : d
b d
Onde: a e c são antecedentes

b e d são consequentes

a e d são extremos

b e c são meios

d é a quarta proporcional

Lê-se: a esta para b assim como c está para d

Obs.: A igualdade entre duas razões é chamada de proporção.

Exemplo:

8 24 8 24
A igualdade  é uma proporção porque as razões e expressam o mesmo quociente 2
4 12 4 12
(Constante ou mesma parte da unidade).

04.2.1 – Quarta proporcional

É o quarto número, de uma sucessão, que forma com os outros três números dados uma proporção.

Exemplo: 15 é a quarta proporcional na sequência 2, 5, 6, 15.

04.2.2 – Proporção contínua

E toda proporção em que seus meios são iguais.

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a b

b c
Onde: b é média proporcional ou média geométrica dos extremos,

c é a terceira proporcional de a e b.

Exemplo:

2 6
Em  , 6 é a média geométrica ou média proporcional entre 2 e 18 e 18 é a terceira proporcional de
6 18
2 e 6.

Cálculo da Média Geométrica

É a raiz quadrada do produto dos dois números dados

a b
Se  então b 2  a.c  b  a.c
b c

Exemplo

04.2.3 – Propriedades

P1 - Propriedade fundamental

Ex.9 - Verificar se os números 2,5,6 e 15 formam nessa ordem, uma proporção.

Ex.10 - Calcule o valor de x na proporção 6,5,5, x. ( 3ª proporcional )

Ex.11 – Encontre o valor de x na proporção 1,6,5 e x . (4ª proporcional)

Exercícios

1. Verificar se os números formam nessa ordem, uma proporção:

a) 5, 3, 10 e 6 b) 9, 7, 18 e 21 c) 9, 8, 36 e 32

d) 7, 3, 35 e 15 e) 3, 2, 18 e 12 f) 7, 6, 49 e 42

g) 5, 2, 40 e 19 h) 81, 63, 7 e 9 i) 28, 9, 7 e 18

j) 81, 63, 9 e 7 l) 6, 7, 18 e 21 m) 5, 6, 55 e 66

2. Calcule o valor de x na proporção contínua. (média geométrica).

a) 2, x, x, 72 b) 4, x, x, 36 c) 8, x, x, 18

d) 16, x, x, 9 e) 3, x, x, 48 f) 6, x, x, 24

3. Calcule o valor da terceira proporcional (Proporção contínua).

a) 2, 12, x b) 4, 12, x c) 8, 12, x

d) 16, 12, x e) 3, 12, x f) 6, 12, x

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g) 25, 5, 5, x h) 5, 25, 25, x i) 4, 16, 16, x

4. Encontre o valor da quarta proporcional (x).

a) 81, 63, 9, x b) 6, 7, 18, x c) 5, 6, 55, x

d) 3,5; 9; 7; x e) 28, 9, 56, x f) 5, 2, 40, x

g) 95, 5, 133, x h) 8, 9, 160, x i) 147, 7, 84, x

j) 160, 80, 180, x l) 225, 9,125, x m) 8, 96, 7, x

Ex.12 - Resolva

x 18 x2 1 3 / 4 1/ 2
a)  b)  (com x  -1) c) 
4 6 x 1 2 1/ 3 x
Exercícios

5. Resolva:

Ex.13 – (TTN/85) Uma pessoa pretende medir a altura de um poste baseado no tamanho de sua sombra
projetada ao solo. Sabendo-se que a pessoa tem 1,80m de altura e a sombras do poste e da pessoa
medem 2m e 60 cm, respectivamente, a altura do poste é?

Exercícios

6. Resolva:

a) Se 7 homens em 100 são criminosos, quantos em 500 não são criminosos?

b) Para fazer um refresco, misturamos suco concentrado com água na razão de 3 para 5. Nessas
condições 9 copos de suco concentrado devem ser misturados com quantos copos de água?

c) Numa receita de bolo, está escrito que são necessários 2 ovos para cada 0,5 Kg de farinha utilizada.
Quantos ovos serão necessários se forem utilizados 2 kg de farinha?

P2 - Soma ou subtração dos antecedentes e consequentes

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Exercícios

7. Resolva os sistemas:

Ex.16 - A soma de dois números é 24 e eles são proporcionais a 7 e 5. Quais são estes números?

Ex.17 - Resolva a proporção X / 2 = Y / 3 =Z / 5, sabendo que x + y + z = 70.

Ex.18 - A mistura de tinta branca com tinta preta está na razão 2 para 3. Precisando de 30L dessa mistura,
quantos litros de cada cor devemos ter:

Ex.19 - O perímetro de um retângulo é 28cm. A razão é de 3 para 4. Calcule as dimensões desse


retângulo.

Exercícios

8. A diferença entre dois números é 20. Sabendo-se que eles são proporcionais aos números 4 e 3,
determinar esses números.

9. A soma entre dois números é 30. Sabendo-se que eles são proporcionais a 3 e 2 , determinar esses
números.

10. Para pintar uma parede, um pintor deve misturar tinta branca com tinta cinza na razão 5 para

3. Se ele precisar de 24 L dessa mistura, quantos litros de cada cor ele irá utilizar?

11. Dois números serão entre si como 2 está para 1. Sabendo-se que a diferença entre eles é 40,

calcule os dois números.

12. Para fazer uma limonada misturamos suco de limão com água na proporção de 2 para 5.

Quantos litros de suco de limão e de água serão necessários para fazer 21 litros de limonada?

13. A razão entre as massas de alumínio e de oxigênio na substância óxido de alumínio é igual a 7/ 8.
Calcule as massas de alumínio e de oxigênio, necessárias para formar 51g de óxido de alumínio.

8
14. Determine dois números que têm por soma 51 e que estão na razão .
9

1
15. Determine dois números cuja razão é e cuja diferença é -12.
3

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13
16. Em junho de 2006, Francis e Melissa pesam juntas 135 kg. Se o peso da Melissa é do peso de
14
Francis, quanto pesa cada uma?

17. Determine as dimensões de um retângulo que tem perímetro 156 cm, sabendo que a razão entre
8
comprimento e a largura é .
5
18. Quando Francis, filha do Prof. Mário, nasceu, Vânia, também sua filha, tinha 6 anos. Em 2006, a razão
da idade de Francis para a idade de Vânia é 0,75. Qual a idade de Francis?

19. Calcule a área de um retângulo que tem perímetro 102 m, sabendo que a razão entre sua largura e seu
8
comprimento é .
9
20. Quando Francis nasceu, Melissa tinha 7 anos. Em 2006, a razão da idade de Francis para a idade de
Melissa é 0,72. Qual a idade de Francis?

P3 - Multiplicação dos antecedentes e consequentes

x y A B C
4  5   
Ex. 20 – Resolva: a)  b)  6 7 3
 
xy  180 A.B.C  1008
Ex.21 - Determine as dimensões de um retângulo, sabendo-se que elas estão na razão 6:5 e que a área
desse retângulo é 270 m ².

Exercícios

21. Resolva:

a b x y A B x y z A B C
  
2 7 8  5 2  3  4   
a) 3 5 b)  c)  d)  e)  5 3 6
    
a . b  60 xy  224 A.B  2560 x.y.z  3000 A.B.C  30870

22. Determine:

a) A e B na proporção A / 4 = B / 5, sabendo-se que A. B = 180.

b) Determine as dimensões de um retângulo, sabendo-se que elas estão na razão 4:3 e que a área desse
retângulo é 48m².

23. O volume de um paralelepípedo retângulo é 1620 m 3. Calcular as arestas, sabendo-se que estas são
proporcionais aos números 3, 4 e 5.

04.3 – Números Diretamente Proporcionais

As sucessões (a1 , b1 , c1 , ...) e (a2 , b2 , c2 , ...) são diretamente proporcionais se e somente se,

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a 1 b1 c 1
   ...  k
a 2 b2 c 2

Onde: k é fator de proporcionalidade (Constante)

Ex.22 - Verificar se as sequências (3,4,11) e (6,8,22) são dir. proporcionais.

Ex.23 - Os números 3,5, e 2 são diretamente proporcionais aos números 4,20 e 10?

Ex.24 - Os números a, b, 13 e 4 são diretamente proporcionais aos números 40, 24, 104 e c .

Nessas condições, determine os valores de a, b e c.

Ex.25 – A sucessão x, y, z é formada por números diretamente proporcionais a 2, 5, 3 e o fator de


proporcionalidade é 5. Calcule x, y e z.

Exercícios

24. Verificar se os números 4, 9 e 7 são diretamente proporcionais aos números 16, 36 e 28.

25. Os números x, y e 32 são diretamente proporcionais aos números 40, 72 e 128. Determine os números
x e y.

26. Os números 78, 39 e 117 são proporcionais aos números 6, 3 e 9?

27. Os números da sucessão 36, x, y são diretamente proporcionais aos números da sucessão 4,5,6.
Calcule x e y.

28. Os números A, 9 e 3 são proporcionais aos números 2, B e 5. Quais são os valores de A e B?

29. A sucessão x, y, z é formada por números diretamente proporcionais a 6, 7, 8 e o fator de


proporcionalidade é 12. Calcule x, y e z.

04.3.1 – Divisão em Partes Diretamente Proporcionais

Ex.26 – Repartir 32 em partes diretamente proporcionais aos números 3, 5 e 8.

Ex.27 - Divida 153 em partes proporcionais a 2/3 e 3/4.

Ex.28 - Sabendo-se que x, y e z são diretamente proporcionais a 10,15 e 30 e que x + y = 180, qual o valor
de z?

Exercícios

30. Vamos repartir 420 em três parcelas, que são diretamente proporcionais aos números 3,7 e 4. Quais
são as três parcelas?

31. As massas de cobre e zinco que se fundem para formar o latão são diretamente proporcionais aos
números 7 e 3. Quantos kg de cobre e quantos kg de zinco são necessários para obter 40 kg de latão?

32. Divida 252 em partes diretamente proporcionais a 6,7 e 8.

33. Repartir 720 em duas partes tais que a razão entre elas seja 0,6.

34. Decomponha 56 numa soma de duas parcelas de modo que a metade da primeira seja igual a um
quinto da segunda parcela.

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35. Sabendo-se que A, B e C são diretamente proporcionais a 3,8 e 1 e que A + B = 165, qual o valor de C?

36. Reparta 50 em três parcelas tais que sejam proporcionais a 2, 5 e 3.

37. Sabendo-se que x, y e z são diretamente proporcionais a 06, 03 e 09 e que x + y = 117, qual o valor de
z?

38. A diferença entre dois números é 12 e guardam entre si a proporção 6 para 4. Quais são esses
números?

39. Em 2006 o Prof. Mário precisa repartir R$ 603,00 entre suas filhas Melissa, 25 anos, Vânia, 24 anos e
Francis, 18 anos, de modo que cada uma receba uma quantia proporcional à sua idade. Como será feita a
divisão?

40. Samara e David formaram uma sociedade. Samara entra com R$ 3.000,00 e David com R$ 2.000,00.
Conseguem obter na sociedade um lucro de R$ 6000,00. Quanto deve receber cada um de lucro?

41. Dividir o número 270 em três partes que devem ser diretamente proporcionais aos números 2, 3 e 5 e
também diretamente proporcionais aos números 4, 3 e 2, respectivamente.

04.4 – Números Inversamente Proporcionais

As sucessões (a1 , b1 , c1 , ...) e (a2 , b2 , c2 , ...) são inversamente proporcionais se e somente se,

a1 b1 c1
   ...  k
1 1 1
a2 b2 c2
  
(a1  a 2 )  (b1  b2 )  (c1  c 2 )  ...  k(Cte)

Ex.29 - Verificar se os números 3, 5 e 6 são inversamente proporcionais aos números 20, 12 e 10.

Ex.30 - Os números 6, 12 e 18 são inversamente proporcionais aos números 14, 7 e 4 ?

Ex.31 - Os números 4, 14, e 10, são inversamente proporcionais aos números x, y e 25.

Nessas condições, encontre x e y.

Exercícios

42. Os números 6, 12 e 18 são inversamente proporcionais aos números 14, 7 e 4?

43. Os números 1,5; 2 e 2,4 são inversamente proporcionais aos números 4 ; 3 e 2,5?

44. Quais devem ser os valores dos números x e y para que os números 3, 12 e y sejam inversamente
proporcionais aos números x , 30 e 10?

45. Sabendo-se que os números da sucessão 2, x, y são inversamente proporcionais aos da sucessão 15,
6, 5, calcule x e y.

46. Os números a, b e 6 são inversamente proporcionais aos números 3, 2 e 5. Quanto vale a e b?

04.4.1 – Divisão em Partes Inversamente Proporcionais

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Ex.32 - Repartir o número 144 em partes inversamente proporcionais aos números 3, 4 e 12.

Ex.33 - Repartir o valor 33 em partes inversamente proporcionais aos números 1/3 e 1/8.

Ex.34 - Dividir o número 46 em partes diretamente proporcionais a 5 e 4, e inversamente proporcionais a 2


e 3.

Exercícios

47. Vamos repartir 380 em parcelas que são inversamente proporcionais aos números 2,5 e 4. Quais são
essas parcelas?

48. Divida 31 em partes inversamente proporcionais a 3, 2 e 5.

49. Divida 222 em parcelas que sejam diretamente proporcionais a 2, 1 e 7, e inversamente proporcionais a
3, 5 e 9 respectivamente.

50. Dividir o número 690 em três partes que devem ser diretamente proporcionais aos números 1, 2 e 3 e
inversamente proporcionais aos números 2, 3 e 4, respectivamente.

Gabarito:

01- a) sim, b) não, c) sim, d) sim, e) sim, f) sim, g) não, h) não, i) não j) sim l) sim m) sim. 02- de a até f
resposta 12. 03- a) 72, b) 36, c) 18, d) 9, e) 48, f) 24, g) 1, h) 125, i) 64. 04- a) 7, b) 21, c) 66, d) 18, e) 18, f)
16, g) 7, h) 180, i) 4, j) 90, l) 5, m) 84. 05- a) 5, b) 7, c) 6, d) 7, e)9, f) 8, g) 7, h) 8, i) 3, j) 85, l) 7, m) 144, n) –
7, o) 3, p) –1, q) 4, r) –2. 06- a) 465, b) 15, c) 8. 07- a) x =91, y =52, b) x =144, y =90, c) x =10, y =6, d) x
=18, y =21, e) x =36, y =32, f) x =35, y =15, g) x =112, y =42, h) A =105, B =30, i) A =63, B =81, j) B =160, P
=180, l) x =66, y =55, m) x =18, y =12. 08- 80 e 60. 09- 18 e 12. 10- B =15 l e C =9 l. 11- 80 e 40. 12- 6 l de
suco de limão e 15 l de H2O. 13- 23,8g de Al e 27,2g de O. 14- 24 e 27. 15- 6 e 18. 16- Melissa tem 65 kg e
Francis 70 kg. 17- 48 cm por 30 cm. 18- 18 anos. 19- 648 m2. 20- 18 anos. 21- a) a =6, b =10 b) x =8, y =28
c) A = 64, B =40 d) x =10, y =15, z =20 e) A =35, B =21, C = 42. 22- a) A=12, B=15 b) 8m e 6m. 23- 15,12 e
9. 24- sim. 25- x=10, y=18. 26- sim. 27- x=45, y=54. 28- 6 e 3. 29- x=72, y=84,z=96. 30- 90, 210 e 120. 31-
Cu = 28kg, Zn = 12 kg. 32- 72, 84, 96. 33- 270 e 450. 34- 16 e 40. 35- 15. 36- 10, 25 e 15. 37- 117. 38- 36 e
24. 39- M=225,00; V=216,00 e F 162,00. 40- Sâmara R$ 3600,00 e David R$ 2400,00 41- 80,90 e 100 42-
não. 43- sim. 44- x =120,y =36. 45- x=5, y=6. 46- 10 e 15 respectivamente. 47- 200, 80 e 100. 48- 10, 15 e
6. 49- 90, 27 e 105 50- 180, 240 e 270.

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Estatística e Probabilidade

Probabilidade

Probabilidade é um ramo da Matemática em que as chances de ocorrência de experimentos são


calculadas. É por meio de uma probabilidade, por exemplo, que podemos saber desde a chance de obter
cara ou coroa no lançamento de uma moeda até a chance de erro em pesquisas.

Para compreender esse ramo, é extremamente importante conhecer suas definições mais básicas, como a
fórmula para o cálculo de probabilidades em espaços amostrais equiprováveis, probabilidade da união de
dois eventos, probabilidade do evento complementar etc.

Experimento Aleatório

É qualquer experiência cujo resultado não seja conhecido. Por exemplo: ao jogar uma moeda e observar a
face superior, é impossível saber qual das faces da moeda ficará voltada para cima, exceto no caso em que
a moeda seja viciada (modificada para ter um resultado mais frequentemente).

Suponha que uma sacola de supermercado contenha maçãs verdes e vermelhas. Retirar uma maçã de
dentro da sacola sem olhar também é um experimento aleatório.

Ponto amostral

Um ponto amostral é qualquer resultado possível em um experimento aleatório. Por exemplo: no


lançamento de um dado, o resultado (o número que aparece na face superior) pode ser 1, 2, 3, 4, 5 ou 6.
Então, cada um desses números é um ponto amostral desse experimento.

Espaço amostral

O espaço amostral é o conjunto formado por todos os pontos amostrais de um experimento aleatório, ou
seja, por todos os seus resultados possíveis. Dessa maneira, o resultado de um experimento aleatório,
mesmo que não seja previsível, sempre pode ser encontrado dentro do espaço amostral referente a ele.

Como os espaços amostrais são conjuntos de resultados possíveis, utilizamos as representações de


conjuntos para esses espaços. Por exemplo: O espaço amostral referente ao experimento“lançamento de
um dado” é o conjunto Ω, tal que:

Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

Esse conjunto também pode ser representado pelo diagrama de Venn ou, dependendo do experimento, por
alguma lei de formação.

O número de elementos dos espaços amostrais é representado por n(Ω). No caso do exemplo anterior,
n(Ω) = 6. Lembre-se de que os elementos de um espaço amostral são pontos amostrais, ou seja, resultados
possíveis de um experimento aleatório.

Evento

Os eventos são subconjuntos de um espaço amostral. Um evento pode conter desde zero a todos os
resultados possíveis de um experimento aleatório, ou seja, o evento pode ser um conjunto vazio ou o
próprio espaço amostral. No primeiro caso, ele é chamado de evento impossível. No segundo, é chamado
de evento certo.

Ainda no experimento aleatório do lançamento de um dado, observe os seguintes eventos:

A = Obter um número par:

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A = {2, 4, 6} e n(A) = 3

B = Sair um número primo:

B = {2, 3, 5} e n(B) = 3

C = Sair um número maior ou igual a 5:

C = {5, 6} e n(C)= 2

D = Sair um número natural:

D = {1, 2, 3, 4, 5, 6} e n(D) = 6

Espaços Equiprováveis

Um espaço amostral é chamado equiprovável quando todos os pontos amostrais dentro dele têm a mesma
chance de ocorrer. É o caso de lançamentos de dados ou de moedas não viciados, escolha de bolas
numeradas de tamanho e peso idênticos etc.

Um exemplo de espaço amostral que pode ser considerado não equiprovável é o formado pelo
seguinte experimento: escolher entre tomar sorvete ou fazer caminhada.

Cálculo de probabilidades

As probabilidades são calculadas dividindo-se o número de resultados favoráveis pelo número de


resultados possíveis, ou seja:

P = n(E)
n(Ω)

Nesse caso, E é um evento que se quer conhecer a probabilidade, e Ω é o espaço amostral que o contém.

Por exemplo, no lançamento de um dado, qual a probabilidade de sair o número um?

Nesse exemplo, sair o número um é o evento E. Assim, n(E) = 1. O espaço amostral desse experimento
contém seis elementos: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Logo, n(Ω) = 6. Desse modo:

P = n(E)
n(Ω)

P=1
6

P = 0,1666…

P = 16,6%

Outro exemplo: qual a probabilidade de obtermos um número par no lançamento de um dado?

Os números pares possíveis em um dado são 2, 4 e 6. Logo, n(E) = 3.

P = n(E)
n(Ω)

P=3
6

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P = 0,5

P = 50%

Observe que as probabilidades sempre resultarão em um número dentro do intervalo 0 ≤ x ≤ 1. Isso


acontece porque E é um subconjunto de Ω. Dessa maneira, E pode conter desde zero até, no máximo, o
mesmo número de elementos que Ω.

Probabilidade Condicional

Probabilidade condicional refere-se à probabilidade de um evento ocorrer com base em um evento anterior.
Evidentemente, esses dois eventos precisam ser conjuntos não vazios pertencentes a um espaço
amostral finito.

Em um lançamento simultâneo de dois dados, por exemplo, obtêm-se números em suas faces superiores.
Qual é a probabilidade de que a soma desses números seja 8, desde que ambos os resultados sejam
ímpares?

Veja que a probabilidade de a soma desses números ser 8 está condicionada a resultados ímpares nos
dois dados. Logo, lançamentos que apresentam um ou dois números pares na face superior podem ser
descartados e, por isso, há uma redução no espaço amostral.

O novo espaço amostral é composto pelos pares:

{1,1}; {1,3}; {1,5}; {3,1}; {3,3}; {3,5}; {5,1}; {5,3} e {5,5}

Desses, apenas {3,5} e {5,3} possuem soma 8. Logo, a probabilidade de que se obtenha soma 8 no
lançamento de dois dados, dado que os resultados obtidos são ambos ímpares, é de:

2
9

Fórmula da Probabilidade Condicional

Seja K um espaço amostral que contém os eventos A e B não vazios. A probabilidade de A acontecer, dado
que B já aconteceu, é representada por P(A|B) e é calculada pela seguinte expressão:

P(A|B) = P(A∩B)
P(B)

Caso seja necessário calcular a probabilidade da intersecção entre dois eventos, pode-se utilizar a seguinte
expressão:

P(A∩B) = P(A|B)·P(B)

Exemplos

Calcule a probabilidade de obter soma 8 no lançamento de dois dados em que o resultado do lançamento
foi dois números ímpares.

Solução:

Seja A = Obter soma 8 e B = Obter dois números ímpares.

P(A∩B) é a probabilidade de se obter apenas números ímpares que somam 8 no lançamento de dois
dados. As únicas combinações das 36 possíveis são:

{3,5} e {5,3}

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Portanto,

P(A∩B) = 2
36

Já P(B) é a probabilidade de obter somente números ímpares no lançamento de dois dados. As únicas
combinações dentro das 36 possíveis são:

{1,1}; {1,3}; {1,5}; {3,1}; {3,3}; {3,5}; {5,1}; {5,3} e {5,5}

Logo,

P(B) = 9
36

Utilizando a fórmula para probabilidade condicional, teremos:

P(A|B) = P(A∩B)
P(B)

2
P(A|B) = 36
9
36

P(A|B) = 2 · 36
36 9

P(A|B) = 2
9

Qual é a probabilidade de extrair uma carta de um baralho comum de 52 cartas e obter um Ás, sabendo
que ela é uma carta de copas?

Solução:

A = Obter um Ás

B = Obter uma carta de copas

Como só existe um ás de copas no baralho,

P(A∩B) = 1
52

A probabilidade de se obter uma carta de copas é:

P(B) = 13
52

Então, a probabilidade de se obter um às de copas é:

P(A|B) = P(A∩B)
P(B)

1
P(A|B) = 52

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13
52

P(A|B) = 1 · 52
52 13

P(A|B) = 1
13

Probabilidade da Intersecção de Dois Eventos

A probabilidade da intersecção de dois eventos ou probabilidade de eventos sucessivos determina a


chance, a possibilidade, de dois eventos ocorrerem simultânea ou sucessivamente. Para o cálculo desse
tipo de probabilidade devemos interpretar muito bem os problemas, lendo com atenção e fazendo o uso da
seguinte fórmula:

Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral S. A probabilidade de A ∩ B é dada por:

Onde
p(A∩B) → é a probabilidade da ocorrência simultânea de A e B
p(A) → é a probabilidade de ocorrer o evento A
p(B│A) → é a probabilidade de ocorrer o evento B sabendo da ocorrência de A (probabilidade condicional)

Se os eventos A e B forem independentes (ou seja, se a ocorrência de um não interferir na probabilidade de


ocorrer outro), a fórmula para o cálculo da probabilidade da intersecção será dada por:

Vejamos alguns exemplos de aplicação.

Exemplo 1. Em dois lançamentos sucessivos de um mesmo dado, qual a probabilidade de sair um número
ímpar e o número 4?

Solução: O que determina a utilização da fórmula da intersecção para resolução desse problema é a
palavra “e” na frase “a probabilidade de sair um número ímpar e o número 4”. Lembre-se que na
matemática “e” representa intersecção, enquanto “ou” representa união.

Note que a ocorrência de um dos eventos não interfere na ocorrência do outro. Temos, então, dois eventos
independentes. Vamos identificar cada um dos eventos.

Evento A: sair um número ímpar = {1, 3, 5}


Evento B: sair o número 4 = {4}
Espaço Amostral: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

Temos que:

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Assim, teremos:

Exemplo 2. Numa urna há 20 bolinhas numeradas de 1 a 20. Retiram-se duas bolinhas dessa urna, uma
após a outra, sem reposição. Qual a probabilidade de ter saído um número par e um múltiplo de 5?

Solução: Primeiro passo é identificar os eventos e o espaço amostral.

Evento A: sair um número par = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20}
Evento B: sair um múltiplo de 5 = {5, 10, 15, 20}
Espaço amostral: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20}

Como as duas bolinhas foram retiradas uma após a outra e não houve reposição, ou seja, não foram
devolvidas à urna, a ocorrência do evento A interfere na ocorrência do B, pois haverá na urna somente 19
bolinhas após a retirada da primeira.

Assim, temos que:

Após a retirada da primeira bola, ficamos com 19 bolinhas na urna. Logo, teremos:

União de Dois Eventos

Para entendermos como agir em situações que envolvem probabilidade na união de dois eventos,
precisamos falar sobre espaço amostral e eventos.
Espaço amostral: consiste em todos os resultados provenientes de um determinado experimento aleatório.
Evento: está relacionado ao espaço amostral, pois consiste no subconjunto do espaço amostral.

Situação no lançamento de um dado


Lançamento de um dado:

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Espaço amostral: (1, 2, 3, 4, 5, 6)


Eventos: (1), (2), (3), (4), (5), (6)

Podemos ter no lançamento de um dado a probabilidade envolvendo a união de dois eventos, antes vamos
definir algumas situações da ocorrência da união de dois eventos.

Condições:
Para que ocorra a união de dois eventos devemos ter o mesmo espaço amostral. Vamos considerar duas
situações possíveis da união de A com B (A U B).

A∩B=Ø

Se a intersecção entre os conjuntos A e B formam um conjunto vazio, isto é, os conjuntos não possuem
termos em comum, podemos definir que A U B = A+B, considerando que o espaço amostral seja diferente
de zero chegamos à seguinte conclusão:

p(A U B) = p(A) + p(B)

A∩B≠Ø

Se a intersecção entre os conjuntos A e B formam um conjunto não vazio, indica que eles possuem
elementos em comum, dessa forma a probabilidade da união desses dois eventos pode ser definida da
seguinte forma A U B = A+B – (A ∩ B), então:

p(A U B) = p(A) + p(B) – p(A ∩ B)

Exemplo

No lançamento de um dado, qual a probabilidade de o número obtido ser múltiplo de 2 ou de 3?

Múltiplos de 2: A = {2, 4, 6}
Múltiplos de 3: B = {3, 6}

Podemos notar que A∩B≠Ø, então: p(A U B) = p(A) + p(B) – p(A ∩ B)


p(A) = 3/6
p(B) = 2/6
p(A) ∩ p(B) = 1/6

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Espaço Amostral e Evento

Espaço amostral: para cada experimento aleatório E, define-se espaço amostral S o conjunto de todos os
possíveis resultados desse experimento.

Exemplos:
Jogar um dado e observar o número da face de cima.
Então; S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

Jogar duas moedas e observar o resultado.


Então: S = {(cara, cara), (cara, coroa),(coroa, cara),(coroa, coroa)}

Observe que o conjunto S pode ser finito ou infinito.

Evento: é um conjunto de resultados do experimento, em termos de conjuntos, é um subconjunto S. em


particular, S e Φ (conjunto vazio) são eventos. S é dito o evento certo e Φ o evento impossível.

Se usarmos as operações com conjuntos, podemos formar novos eventos:

a) A ∩ B → evento que ocorre se A e B ocorrem;


b) A ∪ B → evento que ocorre se A ou B ocorrem;
c) Ā → é o evento que ocorre se A não ocorre.

Exemplo: Considere o experimento: jogar duas moedas e observar os resultados:


S = {(c, c), (c, k), (k, c), (k, k)}

Evento A: ocorrer faces iguais.


Logo A = {(c, c), (k, k)}

Eventos Mutuamente Exclusivos

Eventos mutuamente exclusivos são aqueles que não podem ocorrer simultaneamente. Portanto dois
eventos A e B são mutuamente exclusivos se AB = Φ

Exemplo: Considere o experimento: jogar um dado e observar o resultado.

S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

Sejam os eventos:
A = ocorrer número par e B = ocorrer números impar.
Logo: A = {2, 4, 6}, B = {1, 3, 5}

A e B são considerados mutuamente exclusivos pois A ∩ B = Φ

Medidas de Tendência Central

Média Aritmética

A média aritmética é utilizada no intuito de expressar, por meio de um único valor, a ideia principal de um
grupo de valores. Ela é calculada através do somatório dos elementos divido pelo número de elementos.
Exemplo

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Durante as quatro semanas de um mês, uma pessoa gastou com combustível os seguintes valores: R$
42,00, R$ 50,00, R$ 48,50, R$ 58,00 respectivamente. Qual o valor médio semanal.

42 + 50 + 48,5 + 58 / 4 = 198,5 / 4 = 49,62

Essa pessoa gastou em média R$ 49,62 por semana.

Moda

A moda serve para identificar e expressar a medida mais frequente presente em um determinado grupo de
valores.

Exemplo

A temperatura média, registrada de hora em hora, da 6h às 12h em uma cidade foram as seguintes: 14 ºC,
18 ºC, 18 ºC, 19 ºC, 22 ºC, 24 ºC, 26 ºC.

Podemos notar que a temperatura de 18 ºC se repetiu duas vezes. Dessa forma, dizemos que a média das
temperaturas obtidas é 18 ºC.

Mediana

A mediana é caracterizada pelo termo do meio em uma sequência crescente de valores. Para estabelecer a
mediana precisamos levar em conta o número par ou ímpar de elementos. Caso o número de elementos
seja par, devemos somar os dois elementos centrais e realizar a divisão por dois, obtendo o valor da
mediana. Nas situações em que o número de elementos é ímpar, basta escolher o elemento central.

Exemplos

Número de elementos é Par

Observe a altura, em centímetros, de oito crianças: 119, 120, 121, 121, 123, 124, 124, 128.

Termo central: 121 + 123 / 2 = 122 cm

Número de elementos é Ímpar

Os 17 alunos do 8º ano de uma escola obtiveram as seguintes notas: 71, 40, 86, 55, 63, 70, 44, 90, 37, 68,
53, 55, 57, 60, 82, 91, 62.

Medidas de Dispersão

Considere o exemplo de duas linha de produção de uma peça. A medida média do comprimento da peça é
de 75cm e ambas as linhas estão produzindo peças com médias próximas desse valor. Podemos
considerar que as peças produzidas por ambas as linhas são adequadas?

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É claro que as peças produzidas pela primeira linha de produção são melhores que a segunda. Isso ocorre
porque a dispersão dos elementos em torno da média é menor, ou seja, os elementos estão mais
concentrados em torno da média na primeira linha de produção.

Como queremos avaliar a dispersão dos dados em torno da média, esse valor estará relacionado com a
distância dos dados em relação à média. Essa distância será chamada de desvio, .

No exemplo da imagem acima, temos

O qual nos levaria à conclusão errada de que não existe variação entre os dados. Desta forma, precisamos
de alguns medidas estatísticas para poder estudar a dispersão dos dados de forma correta.

Dispersão é sinônimo de variação ou variabilidade. Para medir a dispersão, duas medidas são usadas mais
frequentemente: a amplitude e o desvio padrão.

Amplitude

A amplitude é definida como sendo a diferença entre o maior e o menor valor do conjunto de dados.
Denotaremos a amplitude por R. Portanto, consideremos o conjunto de dados ordenado

A amplitude R dos dados é dada por:

Exemplo 2.2.1:

Considere o Exemplo 2.1.3. Qual a amplitude deste conjunto de dados?

Como o valor máximo do conjunto é 72 e o valor mínimo é 60, temos que a amplitude é:

R = 72 - 60 = 12.

Utilizando o Action, temos o seguinte resultado

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Informação Valor

Amplitude 12

Para definirmos desvio padrão é necessário definir variância. A notação mais comumente usada é:

s2 - variância amostral.

σ2 - variância populacional.

s - desvio padrão amostral.

σ - desvio padrão populacional.

Variância populacional

A variância de uma população {x1,...,xN} de N elementos é a medida de dispersão definida como a média
do quadrado dos desvios dos elementos em relação à média populacional μ. Ou seja, a variância
populacional é dada por:

Variância amostral

A variância de uma amostra {x1,...,xn} de n elementos é definida como a soma ao quadrado dos desvios
dos elementos em relação à sua média dividido por (n-1). Ou seja, a variância amostral é dada por:

Ao utilizarmos a média amostral como estimador de m para calcularmos a variância amostral, perdemos 1
grau de liberdade em relação à variância populacional.

Desvio Padrão Populacional

O desvio padrão populacional de um conjunto de dados é igual à raiz quadrada da variância populacional.
Desta forma, o desvio padrão populacional é dado por:

Desvio Padrão Amostral

O desvio padrão amostral de um conjunto de dados é igual à raiz quadrada da variância amostral. Desta
forma, o desvio padrão amostral é dado por:

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Exemplo 2.2.2:

Considere novamente os dados do Exemplo 2.1.3. Calcule o desvio padrão dos dados.

Para calcularmos o desvio padrão devemos primeiramente calcular a média , isto é:

Agora vamos subtrair de cada valor, elevar os resultados ao quadrado e somá-los. Então dividimos o total
dos quadrados pelo número de valores menos 1, ou seja, por (n-1) e extraímos a raiz quadrada:

65-67,875 = -2,875 (-2,875)2 = 8,265625

72-67,875 = 4,125 (4,125)2 = 17,015625

70-67,875 = 2,125 (2,125)2 = 4,515625

72-67,875 = 4,125 (4,125)2 = 17,015625

60-67,875 = -7,875 (-7,875)2 = 62,015625

67-67,875 = -0,875 (-0,875)2 = 0,765625

69-67,875 = 1,125 (1,125)2 = 1,265625

68-67,875 = 0,125 (0,125)2 = 0,015625

Total = 110,875

Portanto, o desvio padrão é 3,97986.

Utilizando o Action, temos o seguinte resultado

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Informação Valor

Desvio-padrão 3,97986

Exemplo 2.2.3:

Consideremos o Exemplo 2.1.5, em que foram contabilizados o número de pessoas atendidas pela
ortopedia durante os 30 dias de um mês. Os valores observados estão apresentados na tabela a seguir.

Número de pessoas atendidas pela ortopedia

119 118 125 115 107

128 133 133 121 101

118 143 126 117 141

109 135 115 115 119

131 116 115 124 134

140 129 129 115 119

Vimos que

Calculando a variância, temos:

O desvio padrão é dado por

Observamos que o desvio-padrão representa pouco menos de 10% do valor da média.

O cálculo da amplitude é dado por

Portanto, o tamanho do intervalo em que os dados estão inseridos é de 42.

Tipos de Gráficos

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Os gráficos constituem uma forma clara e objetiva de apresentar dados estatísticos. A intenção é a de
proporcionar aos leitores em geral a compreensão e a veracidade dos fatos. De acordo com a característica
da informação precisamos escolher o gráfico correto. Os mais usuais são: gráfico de segmentos, gráfico de
barras e gráfico de setores.

Gráfico de Segmento ou Gráfico de Linhas

Objetivos: simplicidade, clareza e veracidade.

Uma locadora de filmes em DVD registrou o número de locações no 1º semestre do ano de 2008. Os dados
foram expressos em um gráfico de segmentos.

Gráfico de Barras horizontal e vertical

Objetivo: representar os dados através de retângulos, com o intuito de analisar as projeções no período
determinado.

O exemplo abaixo mostra o consumo de energia elétrica no decorrer do ano de 2005 de uma família.

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Gráfico de Setores

Objetivos: expressar as informações em uma circunferência fracionada. É um gráfico muito usado na


demonstração de dados percentuais.

O gráfico a seguir mostrará a preferência dos clientes de uma locadora quanto ao gênero dos filmes
locados durante a semana.

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MATRIZES

Matrizes e Determinantes

Para representar matrizes, utilizamos a disposição de uma tabela. Chamamos de matriz toda a tabela
m x n ( lê-se “m por n”) em que números estão dispostos em linhas (m) e colunas (n). Cada elemento
da matriz é indicado por aii (i indica a posição do elemento referente à linha, e j, a posição em relação
à coluna). Acompanhe a seguir a representação de uma matriz m x n.

Nessa matriz, temos que:

aij → linha (i) e coluna (j)

a1,1 → linha 1 e coluna 1


a1,2 → linha 1 e coluna 2
a1,3 → linha 1 e coluna 3
a1,n → linha 1 e coluna n

a2,1 → linha 2 e coluna 1


a2,2 → linha 2 e coluna 2
a2,3 → linha 2 e coluna 3
a2,n → linha 2 e coluna n

am,1 → linha m e coluna 1


am,2 → linha m e coluna 2
am,3 → linha m e coluna 3
am,n → linha m e coluna n

Diagonais da Matriz

Toda matriz possui diagonal principal e diagonal secundária. A diagonal principal é formada pelos
elementos em que i = j. A diagonal secundária é composta por elementos em que a soma de i com j
sempre resulta em uma mesma solução. Veja como identificamos as diagonais de uma matriz:

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MATRIZES

Diagonal Principal

a1,1 → linha 1 e coluna 1


a2,2 → linha 2 e coluna 2
a3,3 → linha 3 e coluna 3

Diagonal Secundária

a1,3 → linha 1 + coluna 3 = 4


a2,2 → linha 2 + coluna 2 = 4
a3,1 → linha 3 + coluna 1 = 4

Matrizes Especiais

Existem algumas matrizes que são consideradas especiais pela forma como são organizadas. Entre
essas matrizes, podemos destacar:

• Matriz quadrada: é toda a matriz em que o número de linhas é igual ao número de colunas.
Exemplos:

Observe que a matriz acima apresenta três linhas e três colunas. Como o número de linhas é igual ao
de colunas, a matriz é quadrada.

• Matriz identidade: todos os elementos da diagonal principal são iguais a 1, e os demais números
são iguais a zero.

• Matriz nula: é toda matriz em que seus elementos são iguais a zero.

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MATRIZES

• Matriz linha: é formada por uma única linha.

• Matriz coluna: é formada por uma única coluna.

Operações com matrizes

As operações com matrizes são: adição, subtração e multiplicação.

• Adição: Sejam A e B duas matrizes em que a sua soma resulta em uma matriz C.

A+B=C

Cada um dos elementos da matriz C é o resultado da soma de um elemento de A com um elemento


de B. Para efetuarmos a adição entre duas matrizes, elas devem possuir o mesmo número de linhas
e colunas. Acompanhe o exemplo abaixo:

A+B=C
A 2 x 3 + B2 x 3 = C2 x 3

Observe que as matrizes A e B possuem a mesma quantidade de linhas (m = 2) e a mesma


quantidade de colunas (n = 3). A matriz C é resultante da soma de A + B e também deve possuir
duas linhas e três colunas.

• Subtração: A partir de duas matrizes A e B, definimos a sua diferença como C:

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MATRIZES

A – B =C
A + (- B) = C

A matriz diferença pode ser definida como sendo a soma de A com o oposto de B, ou seja, - B. Para
realizarmos a subtração entre duas matrizes, elas devem possuir o mesmo número de linhas e
colunas. Acompanhe o exemplo abaixo e verifique como é feita a subtração entre duas matrizes:

• Multiplicação: Dadas as matrizes Am x n e Bn x p, para que seja possível realizar o seu produto, o
número de colunas da matriz A deve ser igual ao número de linhas da matriz B. Esse processo
resulta em uma matriz Cm x p. Observe o exemplo abaixo e veja como isso é feito:

Descrição dos elementos da matriz:

a1,1 → Produto dos elementos da linha 1 da matriz A com os elementos da coluna 1 da matriz B.

a1,2 → Produto dos elementos da linha 1 da matriz A com os elementos da coluna 2 da matriz B.

a1,3 → Produto dos elementos da linha 1 da matriz A com os elementos da coluna 3 da matriz B.

a2,1 → Produto dos elementos da linha 2 da matriz A com os elementos da coluna 1 da matriz B.

a2,2 → Produto dos elementos da linha 2 da matriz A com os elementos da coluna 2 da matriz B.

a2,3 → Produto dos elementos da linha 2 da matriz A com os elementos da coluna 3 da matriz B.

Determinante

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MATRIZES

Calculamos o determinante de matrizes quadradas, isto é, aquelas em que o número de linhas é igual
ao número de colunas. Observe:

Definimos como determinante da matriz A (det A) o número que é obtido pela operação dos
elementos que compõem A.

• Caso A possua uma linha e uma coluna (A1 X 1), então o determinante será representado pelo único
elemento que compõe A. Exemplo:

A = (10)
det A = 10

• Se A possuir duas linhas e colunas (A2 x 2), então o determinante (det A2 x 2) será dado pela diferença
entre os produtos da diagonal principal da matriz A pelo produto dos elementos que compõem a sua
diagonal secundária. Veja abaixo como é feito o cálculo do determinante de uma matriz 2 por 2 (A 2 X
2).

Para toda matriz quadrada 2 por 2, o cálculo do determinante é realizado da forma como está
demonstrado acima. Caso a matriz quadrada seja do tipo M 3 X 3, M 4 X 4, M 5 X 5 e assim por diante,
calculamos o seu determinante executando os passos descritos abaixo:

1. Faça o espelhamento da primeira e da segunda coluna da matriz, ou seja, repita a primeira e a


segunda coluna;

2. Realize os produtos de cada diagonal principal e secundária separadamente;

3. Efetue a soma entre os termos obtidos dos produtos de cada diagonal;

4. Realize a diferença entre os resultados obtidos referente à soma dos termos das diagonais
principais e das secundárias. No fim desses cálculos, teremos o determinante da matriz.

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MATRIZES

det M3 X 3 = a 1,1 . a 2,2 . a 3,3 + a 1,2 + a 1,2 . a 2,3 . a 3,1 + a 1,3 . a 2,1 . a 3,2 - ( a 1,3 . a 2,2 . a 3,1 + a 1,1 . a 2,3 .
a 3,2 + a 1,2 . a 2,1 . a 3,3).

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Polinômios

Definição

Uma função polinomial ou simplesmente polinômio, é toda função definida pela relação P(x)=anxn + an-
1.xn-1 + an-2.xn-2 + ... + a2x2 + a1x + a0.

Onde:

an, an-1, an-2, ..., a2, a1, a0 são números reais chamados coeficientes.

n  IN

x  C (nos complexos) é a variável.

GRAU DE UM POLINÔMIO:

Grau de um polinômio é o expoente máximo que ele possui. Se o coeficiente an0, então o expoente
máximo n é dito grau do polinômio e indicamos gr(P)=n. Exemplos:

P(x)=5 ou P(x)=5.x0 é um polinômio constante, ou seja, gr(P)=0.

P(x)=3x+5 é um polinômio do 1º grau, isto é, gr(P)=1.

P(x)=4x5+7x4 é um polinômio do 5º grau, ou seja, gr(P)=5.

Obs: Se P(x)=0, não se define o grau do polinômio.

Valor Numérico

O valor numérico de um polinômio P(x) para x=a, é o número que se obtém substituindo x por a e
efetuando todas as operações indicadas pela relação que define o polinômio. Exemplo:

Se P(x)=x3+2x2+x-4, o valor numérico de P(x), para x=2, é:

P(x)= x3+2x2+x-4

P(2)= 23+2.22+2-4

P(2)= 14

Observação: Se P(a)=0, o número a chamado raiz ou zero de P(x).

Por exemplo, no polinômio P(x)=x2-3x+2 temos P(1)=0; logo, 1 é raiz ou zero desse polinômio.

Alguns exercícios resolvidos:

1º) Sabendo-se que –3 é raiz de P(x)=x3+4x2-ax+1, calcular o valor de a.

Resolução: Se –3 é raiz de P(x), então P(-3)=0.

P(-3)=0 => (-3)3+4(-3)2-a.(-3)+1 = 0

3a = -10 => a=-10/3

Resposta: a=-10/3

2º) Calcular m  IR para que o polinômio

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P(x)=(m2-1)x3+(m+1)x2-x+4 seja:

a) do 3ºgrau b) do 2º grau c) do 1º grau

Resposta:

para o polinômio ser do 3º grau, os coeficientes de x2 e x3 devem ser diferentes de zero. Então:

m2-10 => m21 => m1

m+10 => m-1

Portanto, o polinômio é do 3º grau se m1 e m-1.

para o polinômio ser do 2º grau, o coeficiente de x3 deve ser igual a zero e o coeficiente de x2 diferente de
zero. Então:

m2-1=0 => m2=1 => m=1

m+10 => m-1

Portanto, o polinômio é do 2º grau se m=1.

para o polinômio ser do 1º grau, os coeficientes de x2 e x3 devem ser iguais a zero. Então:

m2-1=0 => m2=1 => m=1

m+1=0 => m=-1

Portanto, o polinômio é do 1º grau se m=-1.

3º) Num polinômio P(x), do 3º grau, o coeficiente de x3 é 1. Se P(1)=P(2)=0 e P(3)=30, calcule o valor de
P(-1).

Resolução:

Temos o polinômio: P(x)=x3+ax2+bx+c.

Precisamos encontrar os valores de a,b e c (coeficientes).

Vamos utilizar os dados fornecidos pelo enunciado do problema:

P(1)=0 => (1)3+a.(1)2+b(1)+c = 0 => 1+a+b+c=0 => a+b+c=-1

P(2)=0 => (2)3+a.(2)2+b(2)+c = 0 => 8+4a+2b+c=0 => 4a+2b+c=-8

P(3)=30 => (3)3+a.(3)2+b(3)+c = 30 => 27+9a+3b+c=30 => 9a+3b+c=3

Temos um sistema de três variáveis:

Resolvendo esse sistema encontramos as soluções:

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a=9, b=-34, c=24

Portanto o polinômio em questão é P(x)= x3+9x2-34x+24.

O problema pede P(-1):

P(-1)= (-1)3+9(-1)2-34(-1)+24 => P(-1)=-1+9+34+24

P(-1)= 66

Resposta: P(-1)= 66

Polinômios iguais

Dizemos que dois polinômios A(x) e B(x) são iguais ou idênticos (e indicamos A(x)B(x)) quando assumem
valores numéricos iguais para qualquer valor comum atribuído à variável x. A condição para que dois
polinômios sejam iguais ou idênticos é que os coeficientes dos termos correspondentes sejam iguais.

Exemplo:

Calcular a,b e c, sabendo-se que x2-2x+1  a(x2+x+1)+(bx+c)(x+1).

Resolução: Eliminando os parênteses e somando os termos semelhantes do segundo membro temos:

x2-2x+1  ax2+ax+a+bx2+bx+cx+c

1x2-2x+1  (a+b)x2+(a+b+c)x+(a+c)

Agora igualamos os coeficientes correspondentes:

Substituindo a 1ª equação na 2ª:

1+c = -2 => c=-3.

Colocando esse valor de c na 3ª equação, temos:

a-3=1 => a=4.

Colocando esse valor de a na 1ª equação, temos:

4+b=1 => b=-3.

Resposta: a=4, b=-3 e c=-3.

Obs: um polinômio é dito identicamente nulo se tem todos os seus coeficientes nulos.

Divisão de polinômios

Sejam dois polinômios P(x) e D(x), com D(x) não nulo.

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Efetuar a divisão de P por D é determinar dois polinômios Q(x) e R(x), que satisfaçam as duas condições
abaixo:

1ª) Q(x).D(x) + R(x) = P(x)

2ª) gr(R) < gr(D) ou R(x)=0

Nessa divisão:

P(x) é o dividendo.

D(x) é o divisor.

Q(x) é o quociente.

R(x) é o resto da divisão.

Obs: Quando temos R(x)=0 dizemos que a divisão é exata, ou seja, P(x) é divisível por D(x) ou D(x) é
divisor de P(x).

Se D(x) é divisor de P(x)  R(x)=0

Exemplo:

Determinar o quociente de P(x)=x4+x3-7x2+9x-1 por D(x)=x2+3x-2.

Resolução: Aplicando o método da chave, temos:

Verificamos que:

x

4

x 3
- 2
7x 9x
- 1  (x 2  3x - 2) (x 2 - 2x  1)  (2x  1)
    
P(x) D(x) Q(x) R(x)

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Divisão de um polinômio por um binômio da forma ax+b

Vamos calcular o resto da divisão de P(x)=4x2-2x+3 por D(x)=2x-1.

Utilizando o método da chave temos:

4x2  2x  3 2x  1
 4x2  2x 2x
3

Logo: R(x)=3

A raiz do divisor é 2x-1=0 => x=1/2.

Agora calculamos P(x) para x=1/2.

P(1/2) = 4(1/4) – 2(1/2) + 3

P(1/2) = 3

Observe que R(x) = 3 = P(1/2)

Portanto, mostramos que o resto da divisão de P(x) por D(x) é igual ao valor numérico de P(x) para x=1/2,
isto é, a raiz do divisor.

Teorema do resto

Note que –b/a é a raiz do divisor.

Exemplo: Calcule o resto da divisão de x2+5x-1 por x+1.

Resolução: Achamos a raiz do divisor:

x+1=0 => x=-1

Pelo teorema do resto sabemos que o resto é igual a P(-1):

P(-1)=(-1)2+5.(-1)-1 => P(-1) = -5 = R(x)

Resposta: R(x) = -5.

Teorema de D’Alembert

Exemplo: Determinar o valor de p, para que o polinômio P(x)=2x3+5x2-px+2 seja divisível por x-2.

Resolução: Se P(x) é divisível por x-2, então P(2)=0.

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P(2)=0 => 2.8+5.4-2p+2=0 => 16+20-2p+2=0 => p=19

Resposta: p=19.

Divisão de um polinômio pelo produto (x-a)(x-b)

Vamos resolver o seguinte problema: calcular o resto da divisão do polinômio P(x) pelo produto (x-a)(x-b),
sabendo-se que os restos da divisão de P(x) por (x-a) e por (x-b) são, respectivamente, r1 e r2.

Temos:

a é a raiz do divisor x-a, portanto P(a)=r1 (eq. 1)

b é a raiz do divisor x-b, portanto P(b)=r2 (eq. 2)

E para o divisor (x-a)(x-b) temos P(x)=(x-a)(x-b) Q(x) + R(x) (eq. 3)

O resto da divisão de P(x) por (x-a)(x-b) é no máximo do 1º grau, pois o divisor é do 2º grau; logo:

R(x)=cx+d

Da eq.3 vem:

P(x)=(x-a)(x-b) Q(x) + cx + d

Fazendo:

x=a => P(a) = c(a)+d (eq. 4)

x=b => P(b) = c(b)+d (eq. 5)

Das equações 1, 2, 4 e 5 temos:

ca  d  r1

cb  d  r2

Resolvendo o sistema obtemos:

Observações:

1ª) Se P(x) for divisível por (x-a) e por (x-b), temos:

P(a)= r1 =0

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P(b)= r2 =0

Portanto, P(x) é divisível pelo produto (x-a)(x-b), pois:

2ª) Generalizando, temos:

Se P(x) é divisível por n fatores distintos (x-a1), (x-a2),..., (x-an) então P(x) é divisível pelo produto
(x-a1)(x-a2)...(x-an).

Exemplo:

Um polinômio P(x) dividido por x dá resto 6 e dividido por (x-1) dá resto 8. Qual o resto da divisão de P(x)
por x(x-1)?

Resolução:

0 é a raiz do divisor x, portanto P(0)=6 (eq. 1)

1 é a raiz do divisor x-1, portanto P(1)=8 (eq. 2)

E para o divisor x(x-1) temos P(x)=x(x-1) Q(x) + R(x) (eq. 3)

O resto da divisão de P(x) por x(x-1) é no máximo do 1º grau, pois o divisor é do 2º grau; logo:

R(x)=ax+b

Da eq.3 vem:

P(x)=x(x-1) Q(x) + ax + b

Fazendo:

x=0 => P(0) = a(0)+b => P(0) = b (eq. 4)

x=1 => P(1) = a(1)+b => P(1) = a+b (eq. 5)

Das equações 1, 2, 4 e 5 temos:

b  6

a  b  8
Logo, b=6 e a=2.

Agora achamos o resto: R(x) = ax+b = 2x+6

Resposta: R(x) = 2x+6.

O dispositivo de Briot-Ruffini

Serve para efetuar a divisão de um polinômio P(x) por um binômio da forma (ax+b).

Exemplo: Determinar o quociente e o resto da divisão do polinômio P(x)=3x3-5x2+x-2 por (x-2).

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Resolução:

Observe que o grau de Q(x) é uma unidade inferior ao de P(x), pois o divisor é de grau 1.

Resposta: Q(x)=3x2+x+3 e R(x)=4.

Para a resolução desse problema seguimos os seguintes passos:

1º) Colocamos a raiz do divisor e os coeficientes do dividendo ordenadamente na parte de cima da


“cerquinha”.

2º) O primeiro coeficiente do dividendo é repetido abaixo.

3º) Multiplicamos a raiz do divisor por esse coeficiente repetido abaixo e somamos o produto com o 2º
coeficiente do dividendo, colocando o resultado abaixo deste.

4º) Multiplicamos a raiz do divisor pelo número colocado abaixo do 2º coeficiente e somamos o produto com
o 3º coeficiente, colocando o resultado abaixo deste, e assim sucessivamente.

5º) Separamos o último número formado, que é igual ao resto da divisão, e os números que ficam à
esquerda deste serão os coeficientes do quociente.

Decomposição de um polinômio em fatores

Vamos analisar dois casos:

1º caso: O polinômio é do 2º grau.

De uma forma geral, o polinômio de 2º grau P(x)=ax2+bx+c que admite as raízes r1 e r2 pode ser
decomposto em fatores do 1º grau, da seguinte forma:

Exemplos:

Fatorar o polinômio P(x)=x2-4.

Resolução: Fazendo x2-4=0, obtemos as raízes r1=2 e r2=-2.

Logo: x2-4 = (x-2)(x+2).

Fatorar o polinômio P(x)=x2-7x+10.

Resolução: Fazendo x2-7x+10=0, obtemos as raízes r1=5 e r2=2.

Logo: x2-7x+10 = (x-5)(x-2).

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2º caso: O polinômio é de grau maior ou igual a 3.

Conhecendo uma das raízes de um polinômio de 3º grau, podemos decompô-lo num produto de um
polinômio do 1º grau por um polinômio do 2º grau e, se este tiver raízes, podemos em seguida decompô-lo
também.

Exemplo: Decompor em fatores do 1º grau o polinômio 2x3-x2-x.

Resolução:

2x3-x2-x = x.(2x2-x-1)  colocando x em evidência

Fazendo x.(2x2-x-1) = 0 obtemos: x=0 ou 2x2-x-1=0.

Uma das raízes já encontramos (x=0).

As outras duas saem da equação: 2x2-x-1=0 => r1=1 e r2=-1/2.

Portanto, o polinômio 2x3-x2-x, na forma fatorada é:

2.x.(x-1).(x+(1/2)).

Generalizando, se o polinômio P(x)=anxn+an-1xn-1+...+a1x+a0 admite n raízes r1, r2,..., rn, podemos


decompô-lo em fatores da seguinte forma:

Observações:

Se duas, três ou mais raiz forem iguais, dizemos que são raízes duplas, triplas, etc.

Uma raiz r1 do polinômio P(x) é dita raiz dupla ou de multiplicidade 2 se P(x) é divisível por (x-r1)2 e não
por (x-r1)3.

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PROGRESSÃO ARTMÉTICA E GEOMÉTRICA

Progressões Geométricas

Podemos definir progressão geométrica, ou simplesmente P.G., como uma sucessão de números
reais obtida, com exceção do primeiro, multiplicando o número anterior por uma quantidade fixa q,
chamada razão.

Podemos calcular a razão da progressão, caso ela não esteja suficientemente evidente, dividindo
entre si dois termos consecutivos. Por exemplo, na sucessão (1, 2, 4, 8,...), q = 2.

Cálculos do termo geral

Numa progressão geométrica de razão q, os termos são obtidos, por definição, a partir do primeiro,
da seguinte maneira:

a1 a2 a3 ... a20 ... an ...

a1 a1xq a1xq2 ... a1xq19 a1xqn-1 ...

Assim, podemos deduzir a seguinte expressão do termo geral, também chamado enésimo termo,
para qualquer progressão geométrica.

an = a1 x qn-1

Portanto, se por exemplo, a1 = 2 e q = 1/2, então:

an = 2 x (1/2)n-1

Se quisermos calcular o valor do termo para n = 5, substituindo-o na fórmula, obtemos:

a5 = 2 x (1/2)5-1 = 2 x (1/2)4 = 1/8

A semelhança entre as progressões aritméticas e as geométricas é aparentemente grande. Porém,


encontramos a primeira diferença substancial no momento de sua definição. Enquanto as
progressões aritméticas formam-se somando-se uma mesma quantidade de forma repetida, nas
progressões geométricas os termos são gerados pela multiplicação, também repetida, por um mesmo
número. As diferenças não param aí.

Observe que, quando uma progressão aritmética tem a razão positiva, isto é, r > 0, cada termo seu é
maior que o anterior. Portanto, trata-se de uma progressão crescente. Ao contrário, se tivermos uma
progressão aritmética com razão negativa, r < 0, seu comportamento será decrescente. Observe,
também, a rapidez com que a progressão cresce ou diminui. Isto é conseqüência direta do valor
absoluto da razão, |r|. Assim, quanto maior for r, em valor absoluto, maior será a velocidade de
crescimento e vice-versa.

Soma dos n primeiros termos de uma PG

Seja a PG (a1, a2, a3, a4, ... , an , ...) . Para o cálculo da soma dos n primeiros termos S n, vamos
considerar o que segue:
Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + ... + an-1 + an

Multiplicando ambos os membros pela razão q vem:


Sn.q = a1 . q + a2 .q + .... + an-1 . q + an .q

Conforme a definição de PG, podemos reescrever a expressão como:


Sn . q = a2 + a3 + ... + an + an . q

Observe que a2 + a3 + ... + an é igual a Sn - a1 . Logo, substituindo, vem:


Sn . q = Sn - a1 + an . q

Daí, simplificando convenientemente, chegaremos à seguinte fórmula da soma:

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PROGRESSÃO ARTMÉTICA E GEOMÉTRICA

Se substituirmos an = a1 . qn-1 , obteremos uma nova apresentação para a fórmula da soma, ou seja:

Exemplo:

Calcule a soma dos 10 primeiros termos da PG (1,2,4,8,...)


Temos:

Observe que neste caso a1 = 1.

5 - Soma dos termos de uma PG decrescente e ilimitada

Considere uma PG ILIMITADA ( infinitos termos) e decrescente. Nestas condições, podemos


considerar que no limite teremos an = 0. Substituindo na fórmula anterior, encontraremos:

Exemplo:
Resolva a equação: x + x/2 + x/4 + x/8 + x/16 + ... =100
O primeiro membro é uma PG de primeiro termo x e razão 1/2. Logo, substituindo na fórmula, vem:

Dessa equação encontramos como resposta x = 50.

Progressão Aritmética

Chamamos de progressão aritmética, ou simplesmente de PA, a toda seqüência em que cada


número, somado a um número fixo, resulta no próximo número da seqüência. O número fixo é
chamado de razão da progressão e os números da seqüência são chamados de termos da
progressão.

Observe os exemplos:

50, 60, 70, 80 é uma PA de 4 termos, com razão 10.

3, 5, 7, 9, 11, 13 é uma PA de 6 termos, com razão 2.

-8, -5, -2, 1, 4 é uma PA de 5 termos, com razão 3.

156, 152, 148 é uma PA de 3 termos, com razão -4.

100, 80, 60, 40 é uma PA de 4 termos, com razão -20.

6, 6, 6, 6,..... é uma PA de infinitos termos, com razão 0.

Numa PA de 7 termos, o primeiro deles é 6, o segundo é 10. Escreva todos os termos dessa PA.

6, 10, 14, 18, 22, 26, 30

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PROGRESSÃO ARTMÉTICA E GEOMÉTRICA

Numa PA de 5 termos, o último deles é 201 e o penúltimo é 187. Escreva todos os termos dessa PA.

145, 159, 173, 187, 201

Numa PA de 8 termos, o 3º termo é 26 e a razão é -3. Escreva todos os termos dessa PA.

32, 29, 26, 23, 20, 17, 14, 11

Numa PA, o 1º termo é 45 e o 2º termo é 80. Qual a razão dessa PA.

Numa PA, o 5º termo é -7 e o 6º termo é 15. Qual a razão dessa PA.

Símbolos Usados Nas Progressões

Em qualquer seqüência, costumamos indicar o primeiro termo por a1, o segundo termo por a2, o
terceiro termo por a3, e assim por diante. Generalizando, o termo da seqüência que está na posição n
é indicado por an.

Veja alguns exemplos

Na PA 2, 12, 22, 32 temos: a1 = 2, a2 = 12, a3 = 22 e a4 = 32

Quando escrevemos que, numa seqüência, tem-se a5 = 7, por exemplo, observe que o índice 5 indica
a posição que o termo ocupa na seqüência. No caso, trata-se do 5º termo da seqüência. Já o símbolo
a5 indica o valor do termo que está na 5º posição. No caso o valor do quinto termo é 7.

A razão de uma PA é indicada por r, pois ela representa a diferença entre qualquer termo da PA e o
termo anterior.

Observe os exemplos:

Na PA 1856, 1863, 1870, 1877, 1884 a razão é r = 7, pois:

a2 – a1 = 1863 - 1856 = 7

a3 – a2 = 1870 – 1863 = 7

a4 – a3 = 1877 – 1870 = 7

a5 – a4 = 1884 – 1877 = 7

Na PA 20, 15, 10, 5 a razão é r = -5, pois:

a2 – a1 = 15 – 20 = -5

a3 – a2 = 10 – 15 = -5

a4 – a3 = 5 – 10 = -5

Classificação Das Progressões Aritméticas

Uma PA é crescente quando cada termo, a partir do segundo, é maior que o termo que o antecede.
Para que isso aconteça é necessário e suficiente que a sua razão seja positiva.

Exemplo:

(7, 11, 15, 19,...) é uma PA crescente. Note que sua razão é positiva, r = 4

Uma PA é decrescente quando cada termo, a partir do segundo, é menor que o termo que o
antecede. Para que isso aconteça é necessário e suficiente que a sua razão seja negativa.

Exemplo:

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PROGRESSÃO ARTMÉTICA E GEOMÉTRICA

(50, 40, 30, 20,...) é uma PA decrescente. Note que sua razão é negativa, r = -10

Uma PA é constante quando todos os seus termos são iguais. Para que isso aconteça é necessário e
suficiente que sua razão seja igual a zero.

Exemplo:

Determine x para que a seqüência (3+ x, 5x, 2x + 11) seja PA.

5x – ( 3 + x ) = 2x + 11 – 5x

5x – 3 – x = 2x +11 – 5x

5x – x – 2x + 5x = 11 + 3

7x = 14

x = 14/7 = 2

Fórmula do termo geral da PA

an = a1 + (n – 1).r

Determinar o 61º termo da PA (9, 13, 17, 21,...)

r = 4 a1 = 9 n = 61 a61 = ?

a61 = 9 + (61 – 1).4

a61 = 9 + 60.4 = 9 + 240 = 249

Determinar a razão da PA (a1, a2, a3,...) em que a1 = 2 e a8 = 3

an = a1 + ( n – 1 ).r

a8 = a1 + (8 – 1 ).r

a8 = a1 + 7r

3 = 2 + 7r

7r = 3 – 2

7r = 1

r = 1/7

Determinar o número de termos da PA (4,7,10,...,136)

a1 = 4 an = 136 r = 7 – 4 = 3

an = a1 + (n – 1).r

136 = 4 + (n – 1).3

136 = 4 + 3n – 3

3n = 136 – 4 + 3

3n = 135

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PROGRESSÃO ARTMÉTICA E GEOMÉTRICA

n = 135/3 = 45 termos

Determinar a razão da PA tal que:

a1 + a4 = 12 e a3 + a5 = 18

a4 = a1 + (4 – 1).r a3 = a1 + (3 – 1).r a5 = a1 + 4r

a4 = a1 + 3r a3 = a1 + 2r

a1 + a1 + 3r = 12

a1 + 2r + a1 + 4r = 18

2a1 + 3r = 12

2a1 + 6r = 18

3r = 6

r = 6/3 = 2

Interpolar (inserir) cinco meios aritméticos entre 1 e 25, nessa ordem .

Interpolar (ou inserir) cinco meios aritméticos entre 1 e 25, nessa ordem, significa determinar a PA de
primeiro termo igual a 1 e último termo igual a 25.

(1,_,_,_,_,_,25)

a7 = a1 + 6r

25 = 1 + 6r

6r = 24

r = 24/6

r=4

(1, 5, 9, 13, 17, 21, 25)

Representação genérica de uma PA

PA de três termos:

(x, x + r, x + 2r)

ou

(x – r, x , x + r), em que a razão é r

PA de quatro termos:

(x, x + r, x + 2r, x + 3r)

ou

(x – 3r, x – r, x + r, x + 3r), em que a razão é 2r

Cálculo Da Soma Dos N Primeiros Termos De Uma PA

Em uma pequena escola do principado de Braunschweig, Alemanha, em 1785, o professor Buttner


propôs a seus alunos que somassem os números naturais de 1 a 100. Apenas três minutos depois,
um gurizote de oito anos de idade aproximou-se da mesa do senhor Buttner e, mostrando-lhe sua

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PROGRESSÃO ARTMÉTICA E GEOMÉTRICA

prancheta, proclamou: “ taí “. O professor, assombrado, constatou que o resultado estava correto.
Aquele gurizote viria a ser um dos maiores matemáticos de todos os tempos: Karl Friedrich Gauss
(1777-1855). O cálculo efetuado por ele foi simples e elegante: o menino percebeu que a soma do
primeiro número, 1, com o último, 100, é igual a 101; a soma do segundo número, 2 , com o
penúltimo, 99 , é igual a 101; também a soma do terceiro número, 3 , com o antepenúltimo, 98 , é
igual a 101; e assim por diante, a soma de dois termos eqüidistantes dos extremos é igual a soma
dos extremos.

1 2 3 4..................................97 98 99 100

4 + 97 = 101

3 + 98 = 101

2 + 99 = 101

1 + 100 = 101

Como são possíveis cinqüenta somas iguais a 101, Gauss concluiu que:

1 + 2 + 3 + 4 + .......................... + 97 + 98 + 99 + 100 = 50.101 = 5050

Esse raciocínio pode ser estendido para o cálculo da soma dos n primeiros termos de uma
progressão aritmética qualquer:

Calcular a soma dos trinta primeiros termos da PA (4, 9, 14, 19,...).

a30 = a1 + (30 – 1).r

a30 = a1 + 29r

a30 = 4 + 29.5 = 149

Calcular a soma dos n primeiros termos da PA (2, 10, 18, 26,...).

an = 2 + (n – 1).8

an = 2 + 8n – 8

an = 8n – 6

Determine a soma dos termos da PA (6, 10, 14,..., 134).

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Calcule a soma dos múltiplos de 7 compreendidos entre 100 e 300.

Múltiplos de 7 (0, 7, 14, 21, 28,...).

O primeiro múltiplo de 7 compreendido entre 100 e 300 é o 105.

O último múltiplo de 7 compreendido entre 100 e 300 é o 294.

294 = 105 + (n – 1).7

294 = 105 + 7n – 7

7n = 294 – 105 + 7

7n = 196

n = 196/7 = 28

Progressão Geométrica

Denominamos de progressão geométrica, ou simplesmente PG, a toda seqüência de números não


nulos em que cada um deles, multiplicado por um número fixo, resulta no próximo número da
seqüência. Esse número fixo é chamado de razão da progressão e os números da seqüência
recebem o nome de termos da progressão.

Observe estes exemplos:

8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024 é uma PG de 8 termos, com razão 2.

5, 15, 45,135 é uma PG de 4 termos, com razão 3.

3000, 300, 30, 3 é uma PG de 4 termos, com razão 1/10

Numa PG de 5 termos o 1º termo é 2 e o 2º termo é 12. Escreva os termos dessa PG.

2, 12, 72, 432, 2592

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Numa PG de 4 termos, o último termo é 500 e o penúltimo é 100. Escreva os termos dessa PG.

4,20,100,500

Numa PG de 6 termos, o 1º termo é 3 e a razão é 10. Qual o 6º termo dessa PG.

3,30,300,3000,30000,300000

a6 = 300000

Numa PG de 5 termos, o 3º termo é -810 e a razão é -3. Escreva os termos dessa PG.

-90,270,-810,2430,-7290

Numa PG, o 9º termo é 180 e o 10º termo é 30. Qual a razão dessa PG.

q = 30/180 = 3/18 = 1/6

A razão é 1/6

Fórmula do termo geral de uma progressão geométrica.

Determinar o 15º termo da progressão geométrica (256, 128, 64,...).

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Determinar a razão da PG tal que:

Determinar o número de termos da PG (128, 64, 32,......, 1/256).

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Determinar a razão da PG tal que:

Representação genérica de uma PG:

a) PG de três termos, (x, xq, xq²) em que a razão é q;

(x/q, x, xq), com razão q, se q ≠ 0.

b) PG de quatro termos, (x, xq, xq², xq³), com razão q;

(x/q³, x/q, xq, xq³), com razão q², se q ≠ 0.

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Determinar a PG de três termos, sabendo que o produto desses termos é 8 e que a soma do segundo
com o terceiro termo é 10.

Soma dos n primeiros termos de uma PG:

Sendo Sn a soma dos n primeiros termos da PG (a1,a2, a3,...an,...) de razão q, temos:

Se q = 1, então Sn = n.a1

Calcular a soma dos dez primeiros termos da PG (3, 6, 12,....).

Exercícios resolvidos de PA e PG

Dada a PA (a + b,5a – b,...) determine seu 4º termo.

r = 5a – b – (a + b) = 5a – b – a – b = 4a – 2b

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A cada balanço uma firma tem apresentado um aumento de 10% em seu capital. A razão de
progressão formada pelos capitais nos balanços é:

Solução:[

Sendo C o capital inicial, temos:

C,1,1C, (1,1)²C,...

Logo a razão q é dada por:

q = 1,1C/C = 1,1 = 11/10

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Geometria Analitica

Sistemas de Coordenadas

Conceituando

“Em matemática, um sistema de coordenadas é um sistema para se especificar uma enupla de escalares
a cada ponto num espaço n-dimensional”¹ Grosseiramente, podemos afirmar que um sistema de
coordenadas é uma ferramenta matemática que nós utilizamos para localizar um objeto num espaço de n
dimensões (n-dimensional). O mais conhecido dos sistemas de coordenadas é o cartesiano, talvez por ser
bastante trabalhado na educação básica, desde o ensino fundamental até o médio.

Os sistemas de coordenadas são utilizados em diversos ramos do conhecimento humano: matemática,


física, astronomia, geografia etc. É, portanto, importante a compreensão desse conceito, principalmente a
diferenciação entre os vário sistemas, o que pode oferecer tranquilidade na hora de resolver um problema.

Sistema de Coordenadas Cartesianas

Este sistema, também conhecido com o sistema ortogonal é amplamente utilizado para determinar a
posição de um ponto (objeto) no espaço de duas dimensões (plano). Para localizar um ponto no Plano de
Descartes (plano cartesiano) utiliza-se dois eixos coordenados x e y, dispostos perpendicularmente um ao
outro, de forma que a graduação dos eixos se relacionem entre si, indicando o objeto procurado.

No plano cartesiano, o eixo x contém as abscissas e o eixo y contém as ordenadas do par ordenado
indicado por (x, y), nesta ordem. A arrumação perpendicular entre os eixos fornece quatro quadrantes,
contados no sentido anti-horário:

• 1º quadrante, situado na parte superior, à direita do plano, (x, y);

• 2º quadrante, situado na parte superior, à esquerda, (– x, y);

• 3º quadrante, situado na parte inferior, à esquerda, (– x, – y);

• 4º quadrante, situado na parte inferior, à direita, (x, – y).

Sistema de Coordenadas Cilíndricas

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O sistema de coordenadas cilíndricas é uma versão, no espaço de três dimensões (tridimensional) do


sistema de coordenadas polares. Nele, um ponto é determinado pela sua distancia do eixo z um ângulo e a
sua distância relacionada ao plano xy.

Um ponto P (ρ, φ, z1) no sistema cilíndrico resulta da interseção de:

• Uma superfície cilíndrica de raio ρ cujo centro é o eixo z ou seja, o centro é (0,0, z)

• Um semiplano contendo o eixo z e fazendo um ângulo φ com o plano xz

• Um plano paralelo ao plano xy ou seja, z = z1

Sistema de coordenadas polares

O sistema de coordenadas polares é vinculado ao sistema de coordenadas cartesianas por meio de


relações trigonométricas adequadas. Tracemos os eixos x e y perpendicularmente um ao outro, o ponto O
(origem) será o polo do sistema e a semirreta OP será eixo polar.

Sistema de coordenadas elípticas

As coordenadas elípticas são na verdade um sistema de duas dimensões de coordenadas curvilíneo-


ortogonais. A elíptica é utilizada pelo sistema de coordenadas elípticas em seu plano fundamental. Elíptica
é, entre outros, o movimento descrito pelo Sol no céu no decorrer de um ano. Linhas elípticas e hiperbólicas
com mesmo foco formam as coordenadas elípticas.

Sistema de Coordenadas Geográficas

Os astrônomos e geógrafos utilizam este sistema de coordenadas para realizar o seu trabalho. O sistema
de coordenadas esféricas é montado a partir de uma esfera em três dimensões, onde graus de latitude e
longitude são utilizados para medir posições no mundo real. A unidade de medida é o grau e dele derivam
os minutos e os segundos (1º = 60’ = 3 600’’). Para converter coordenadas esféricas em planas distorcem-
se algumas propriedades espaciais.

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“O universo nos guarda de segredos tão magníficos quanto destrutivos.”

(Robison Sá)

Distância entre dois pontos no espaço

Distância entre dois pontos em um mapa

O cálculo da distância entre dois pontos no espaço é um assunto discutido na Geometria Analítica e tem
suas bases no teorema de Pitágoras. Utilizando esse teorema, é possível chegar à fórmula usada para
calcular o comprimento do segmento de reta que liga dois pontos.

Para calcular a distância entre dois pontos no espaço, é necessário calcular antes a distância entre dois
pontos no plano. Adiante demonstraremos como esses cálculos são feitos para obter a fórmula em
questão.

Fórmula da distância entre dois pontos no espaço

Existe uma fórmula para calcular a distância entre dois pontos no espaço, dada por meio de suas
coordenadas. Assim sendo, sejam os pontos A = (x A, yA, zA) e B = (xB, yB, zB), a distância entre A e B,
denotada por dAB, é dada pela seguinte expressão:

Para calcular a distância entre dois pontos, basta substituir os valores numéricos das coordenadas dos
pontos em questão na fórmula acima.

Exemplo

Calcule a distância entre os pontos A = (4, -8, -9) e B = (2, -3, -5).

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Obtendo a distância entre dois pontos no espaço

Na imagem a seguir há três eixos coordenados que representam o que seria o equivalente ao plano
cartesiano no espaço. Note que fixamos dois pontos nele:

Para calcular a distância entre esses dois pontos, é necessário calcular a distância entre os pontos no
plano xy, formados pelas coordenadas (xA, yA) e (xB, yB), que serão denotados por A1 e B1,
respectivamente.

Dessa forma, observe que os pontos A1 e B1 estão localizados como ilustrado na imagem a seguir e a
distância entre eles é representada pelo segmento A1B1. Além disso, a imagem da direita contém um
esquema de como essa estrutura é vista por cima, o que é chamado de projeção ortogonal sobre o plano
xy.

Os catetos do triângulo à direita são a diferença entre as coordenadas de seus pontos, isto é, a base tem
comprimento igual a xB – xA e a altura tem comprimento yB – yA. Desse modo, pelo teorema de Pitágoras,
temos:

Para obter a distância entre dois pontos no plano, basta extrair a raiz quadrada de ambos os lados da
equação acima. Contudo, nosso objetivo é obter a fórmula para a distância no espaço. Para tanto,
observe que o segmento A1B1 possui o mesmo tamanho da base do triângulo ABC, ilustrado na figura
abaixo.

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Note também que a distância de B até C é justamente a diferença zB – zA, pois AC é paralelo a A1B1.
Desse modo, pelo teorema de Pitágoras, teremos a distânciaentre A e B, denotada por dAB:

Equação Geral da Reta no Plano

As equações na forma ax + by + c = 0são expressões representativas de retas do plano. Os


coeficientes a, b e csão números reais constantes, considerando a e b valores diferentes de zero. A essa
representação matemática damos o nome de equação geral da reta.

Podemos construir a equação geral da reta utilizando duas maneiras:

1ª – através da determinação do coeficiente angular da reta e utilização de uma forma geral dada por: y –
y1 = m (x – x1).

2ª – através de uma matriz quadrada formada pelos pontos pertencentes à reta fornecida.

1ª forma

Vamos determinar a equação da reta s que passa pelos pontos A(–1, 6) e B(2, –3).

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Coeficiente angular da reta


m = (y2 – y1) / (x2 – x1)
m = –3 – 6 / 2 – (–1)
m = –9 / 3
m = –3

y – y1 = m (x – x1).
y – 6 = –3 (x + 1)
y – 6 = –3x – 3
y – 6 + 3x + 3 = 0
y + 3x – 3 = 0
3x + y – 3 = 0

2ª forma

Vamos considerar o ponto genérico P(x, y), pertencente à reta s que passa pelos pontos A(–1, 6) e B(2, –
3). Observe a matriz construída com as coordenadas oferecidas:

Diagonal principal
x * (–6) * 1 = 6x
y * 1 * 2 = 2y
1 * (–1) * (–3) = 3

Diagonal secundária
1* 6 * 2 = 12
x * 1 * (–3) = –3x
y * (–1) * 1 = –y

s: 6x + 2y + 3 – (12 – 3x – y) = 0
s: 6x + 2y + 3 – 12 + 3x + y = 0
s: 9x + 3y – 9 = 0 (dividindo a equação por 3)

s: 3x + y – 3 = 0

Os métodos apresentados podem ser utilizados de acordo com os dados fornecidos pela situação. Os dois
fornecem com exatidão a equação geral de uma reta.

Paralelismo

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Postulado das paralelas

Por um ponto passa uma única reta paralela a uma reta dada. Na figura abaixo, dada a reta r, temos: P Є s,
s // r, s é única.

Esse postulado, conhecido também como postulado de Euclides (300 a.C.), é a propriedade que
caracteriza a Geometria Euclidiana.
Duas retas distintas são paralelas quando são coplanares e não têm ponto comum.

Algumas propriedades do paralelismo

1ª propriedade
Quando dois planos distintos são paralelos, qualquer reta de um deles é paralela ao outro.

2ª propriedade
Quando uma reta é paralela a um plano, ela é paralela a pelo menos uma reta desse plano.

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3ª propriedade
Quando uma reta não está contida num plano e é paralela a uma reta do plano, ela é paralela ao plano.

4ª propriedade
Se um plano intersecta dois planos paralelos, as intersecções são duas retas paralelas.

5ª propriedade
Quando um plano contém duas retas concorrentes, paralelas a outro plano, então os planos considerados
são paralelos.

Perpendicularidade

Retas perpendiculares

Duas retas r e s são perpendiculares se, e somente se, são concorrentes e formam ângulos “retos”.

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Indicamos se são paralelas da seguinte forma:

Reta e plano perpendiculares

Uma reta concorrente com um plano, num determinado ponto, é perpendicular ao plano quando é
perpendicular a todas as retas do plano que passam pelo ponto determinado.

Indicaremos que r é perpendicular a α por r ┴ α ou por α ┴ r.

Se uma reta a é perpendicular a duas retas, b e c , concorrentes de um plano α, então ela é perpendicular
ao plano.

Planos perpendiculares

Definição

Dois planos são perpendiculares quando um deles contém uma reta perpendicular ao outro.

Indicamos que um plano α é perpendicular a um plano β pelo símbolo α ┴ β ou β ┴α.

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Quando dois planos secantes não são perpendiculares, eles são ditos oblíquos.
Observe a figura:

Se dois planos, α e β, são perpendiculares e uma reta r de um deles (α) é perpendicular à intersecção i dos
planos, então ela é perpendicular ao outro plano (β).

A circunferência no plano cartesiano - equação reduzida

Da mesma forma que equacionamos uma reta é possível também representarmos uma circunferência na
forma de equações, utilizando seu centro e um ponto genérico da circunferência.

Veja a representação em um plano cartesiano de uma circunferência de centro C de coordenadas iguais a


C(a,b) e o ponto D(x,y) sendo genérico a circunferência, ou seja, ponto qualquer pertencente a
circunferência.

A equação dessa circunferência será determinada pela distância do centro ao ponto genérico, que é

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indicado por um segmento de reta.


Relembrando a definição de raio iremos (raio é a medida de qualquer segmento de reta que vai do
centro da circunferência a qualquer ponto genérico a ela) concluir que essa distância é o raio da
circunferência.

A distância entre o centro de uma circunferência e um ponto genérico a ela é o mesmo que
calcularmos a distância entre dois pontos, que no caso são C(a,b) e D(x,y).

d2CD = (x – a)2 + (y – b)2

Portanto a equação reduzida da circunferência será determinada por:

R2 = (x – a)2 + (y – b)2

Exemplo: Determine a equação reduzida da circunferência de centro C(-4,1) e R = 1/3.

Basta substituirmos esses dados na equação R2 = (x – a)2 + (y – b)2.

(x – (-4))2 + (y – 1)2 = (1/3)2


(x + 4)2 + (y – 1)2 = 1/9

Exemplo: Obtenha o centro e o raio da circunferência cuja equação é (x – 1/2)2 + (y + 5/2)2 = 9.

É preciso que seja feito à comparação das equações:

(x – 1/2)2 + (y + 5/2) 2= 9
(x – a)2 + (y – b)2 = R2

- a = -1/2
a = 1/2

- b = 5/2
b = -5/2

R2 = 9
R=3

Portanto as coordenadas do centro da circunferência de equação (x – 1/2)2 + (y + 5/2) = 9 é igual a


C(1/2, -5/2) e raio igual a R = 3

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Equações e Inequações

Equações são expressões algébricas que possuem uma igualdade. Essas expressões são chamadas de
algébricas porque possuem pelo menos uma incógnita, que é um número desconhecido representado por
uma letra. As inequações, por sua vez, são relações semelhantes às equações, contudo, apresentam
uma desigualdade.

Enquanto as equações relacionam os termos do primeiro membro aos termos do segundo, afirmando sua
igualdade, as inequações mostram que os termos do primeiro membro são maiores ou menores que os
elementos do segundo.

Termos de uma equação e de uma inequação

Termo é o nome que se dá ao produto de algum número por alguma letra. Para identificá-los, basta
procurar pelas multiplicações separadas por sinais de adição ou subtração. Veja a equação seguinte:

4x + 2x – 7x = 16 – 5x

Os termos são: 4x, 2x, – 7x, 16 e – 5x

Membros de uma equação e de uma inequação

Primeiro e segundo membros são definidos pela igualdade nas equações e pela desigualdade
nas inequações.

Todos os termos dispostos à esquerda da igualdade ou da desigualdade compõem o primeiro membro de


uma equação ou inequação. Todos os termos dispostos à direta da igualdade ou desigualdade determinam
o segundo membro de uma equação ou inequação.

Desse modo, dada a inequação:

2x + x – 9x ≤ 15 – 4x

Os termos 2x, x e –9x pertencem ao primeiro membro, e os termos 15 e – 4x pertencem ao segundo.

O que é igualdade e desigualdade?

Ambos determinam relações de ordem entre números e incógnitas. O sinal de igual é utilizado quando se
quer expressar a seguinte situação: Existe um valor para as incógnitas que faz com que o resultado dos
cálculos propostos no primeiro membro seja igual ao resultado dos cálculos propostos no segundo.

A desigualdade, por sua vez, pode ser representada por um dos quatro símbolos seguintes:

<, >, ≥ e ≤

Esses símbolos mostram que o conjunto de operações do primeiro membro possui um resultado “menor”,
“maior”, “maior igual” ou “menor igual” ao resultado do segundo membro.

Grau

O grau de equações e de inequações pode ser encontrado da seguinte maneira:

Se a equação ou a inequação possui apenas uma incógnita, então, o grau dela é dado pelo maior expoente
da incógnita. Por exemplo: o grau da equação 4x3 + 2x2= 7 é 3.

Se a equação ou inequação possui mais de uma incógnita, então, o grau dela é dado pela maior soma
entre os expoentes de um mesmo termo. Por exemplo, o grau da equação 4xyz + 7yz2 – 5x2y2z2 = 0 é 6.

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Exemplos de equações:

1) 4x = 16

2) 2x – 8 = 144

3)18x2 = 2x-8
x

Exemplos de inequações:

1) 12x + x2 ≤ 12

2) 144 ≥ 12x + 7

3) 128 – 14x < 12x + 4

Sistemas de Equações do Primeiro Grau com Duas Incógnitas

Quando tratamos as equações do 1° grau com duas variáveis vimos que a equação x + y = 20 admite
infinitas soluções, pois se não houver restrições como as do exemplo na página em questão, podemos
atribuir qualquer valor a x, e para tornar a equação verdadeira, basta que calculemos y como sendo 20 - x.

A equação x - y = 6 pelos mesmos motivos, em não havendo restrições, também admite infinitas soluções.

Como as equações x + y = 20 e x - y = 6 admitem infinitas soluções podemos nos perguntar:

Será que dentre estas soluções existem aquelas que são comuns às duas equações, isto é, que resolva ao
mesmo tempo tanto a primeira, quanto à segunda equação?

Este é justamente o tema deste tópico que vamos tratar agora.

Métodos de Resolução

Há vários métodos para calcularmos a solução deste tipo de sistema. Agora veremos os dois mais
utilizados, primeiro o método da adição e em seguida o método da substituição.

Método da Adição

Este método consiste em realizarmos a soma dos respectivos termos de cada uma das equações, a fim de
obtermos uma equação com apenas uma incógnita.

Quando a simples soma não nos permite alcançar este objetivo, recorremos ao princípio multiplicativo da
igualdade para multiplicarmos todos os termos de uma das equações por um determinado valor, de sorte
que a equação equivalente resultante, nos permita obter uma equação com uma única incógnita.

A seguir temos outras explicações que retratam estas situações.

Quando o sistema admite uma única solução?

Tomemos como ponto de partida o sistema composto pelas duas equações abaixo:

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Perceba que iremos eliminar o termo com a variável y, se somarmos cada um dos termos da primeira
equação com o respectivo termo da segunda equação:

Agora de forma simplificada podemos obter o valor da incógnita x simplesmente passando o


coeficiente 2 que multiplica esta variável, para o outro lado com a operação inversa, dividindo assim todo o
segundo membro por 2:

Agora que sabemos que x = 13, para encontrarmos o valor de y, basta que troquemos x por 13 na primeira
equação e depois isolemos y no primeiro membro:

Escolhemos a primeira e não a segunda equação, pois se escolhêssemos a segunda, teríamos que realizar
um passo a mais que seria multiplicar ambos os membros por -1, já que teríamos -y no primeiro membro e
não y como é preciso, no entanto podemos escolher a equação que quisermos. Normalmente iremos
escolher a equação que nos facilite a realização dos cálculos.

Observe também que neste caso primeiro obtivemos o valor da variável x e em função dele conseguimos
obter o valor de y, porque isto nos era conveniente. Se for mais fácil primeiro encontrarmos o valor da
segunda incógnita, é assim que devemos proceder.

Quando um sistema admite uma única solução dizemos que ele é um sistema possível e determinado.

Quando o sistema admite uma infinidade de soluções?

Vejamos o sistema abaixo:

Note que somando todos os termos da primeira equação ao da segunda, não conseguiremos eliminar
quaisquer variáveis, então vamos multiplicar os termos da primeira por -2 e então realizarmos a soma:

Veja que eliminamos não uma das variáveis, mas as duas. O fato de termos obtido 0 = 0 indica que o
sistema admite uma infinidade de soluções.

Quando um sistema admite uma infinidade de soluções dizemos que ele é um sistema possível e
indeterminado.

Quando o sistema não admite solução?

Vejamos este outro sistema:

Note que se somarmos os termos da primeira equação com os da segunda, também não conseguiremos
eliminar nenhuma das variáveis, mas agora veja o que acontece se multiplicarmos por 2 todos os termos da
primeira equação e realizarmos a soma das equações:

Obtivemos 0 = -3 que é inválido, este é o indicativo de que o sistema não admite soluções.

Quando um sistema não admite soluções dizemos que ele é um sistema impossível.

Método da Substituição

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Este método consiste em elegermos uma das equações e desta isolarmos uma das variáveis. Feito isto
substituímos na outra equação, a variável isolada pela expressão obtida no segundo membro da equação
obtida quando isolamos a variável.

Este procedimento também resultará em uma equação com uma única variável.

O procedimento é menos confuso do que parece. A seguir veremos em detalhes algumas situações que
exemplificam tais conceitos, assim como fizemos no caso do método da adição.

Quando o sistema admite uma única solução?

Para nos permitir a comparação entre os dois métodos, vamos utilizar o mesmo sistema utilizado no
método anterior:

Vamos escolher a primeira equação e isolar a variável x:

Agora na segunda equação vamos substituir x por 20 - y:

Agora que sabemos que y = 7, podemos calcular o valor de x:

Quando o sistema admite uma infinidade de soluções?

Solucionemos o sistema abaixo:

Este sistema já foi resolvido pelo método da adição, agora vamos resolvê-lo pelo método da substituição.

Por ser mais fácil e gerar em um resultado mais simples, vamos isolar a incógnita y da primeira equação:

Agora na outra equação vamos substituir y por 10 - 2x:

Como obtivemos 0 = 0, o sistema admite uma infinidade de soluções.

Quando o sistema não admite solução?

Novamente vamos solucionar o mesmo sistema utilizado no método anterior:

Observe que é mais viável isolarmos a variável x da primeira equação, pois o seu coeficiente 2 é divisor de
ambos coeficientes do primeiro membro da segunda equação, o que irá ajudar nos cálculos:

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Agora substituímos x na segunda equação pelo valor encontrado:

Conforme explicado anteriormente, o resultado 0 = -3 indica que este sistema não admite soluções.

Exercícios

Inequações do 1º grau com duas variáveis

1. Um das soluções da equação 3x – 4y = 7 é o par ordenado:

a) (3, 1) b) (2, 5) c) (5, 2) d) (4, 1)

2. Dada a equação 5x – 2y = 1, quando x = - 3, então:

a) y = - 8 b) y = 8 c) y = - 7 d) y =7

3. O par (x, y) é a solução do sistema , o valor de x² - y² é:

a) 120 b) 110 c) 100 d) 12

4. No sistema , o valor de x é:

a. igual a zero.

b. igual ao valor de y.

c. menor que o valor de y.

d. o dobro do valor de y.

5. No sistema , podemos afirmar que:

a) x = y b) x = 0 e y = 4 c) x > y d) x = 4 e y = 0

6. O valor de x no sistema pertence ao conjunto:

a. dos números primos.

b. dos números ímpares.

c. dos números pares.

d. dos múltiplos de 3.

7. Num quintal existem perus e coelhos, num total de 62 cabeças e 148 pés. Quantos são os perus e
quantos são os coelhos?

R: ( ______ )

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8. Uma sorveteria vende picolé simples a R$ 4,00 cada um e picolé coberto com chocolate a R$ 5,50 cada
um. Num dia em que vendeu 200 picolés recebeu R$ 893,00. Quantos picolés cobertos de chocolate foram
vendidos?

R: ( ______ )

9. Um motorista de táxi, em uma determinada localidade, cobra uma quantia mínima de cada passageiro,
independentemente da distância a ser percorrida, mais uma certa quantia, também fixa, por quilômetro
rodado. Um passageiro foi transportado 30 Km e pagou Cr$ 1.6000,00. Um outro passageiro foi
transportado por 25 Km e pagou Cr$ 1.350,00. Calcule o valor de cruzeiros reais cobrado por quilômetro
rodado.

R: ( ______ )

10. Numa divisão o quociente é 8 e o resto é 24. Sabe-se que a soma do dividendo, do divisor, do
quociente e do resto é 344. Então, a diferença dividendo menos divisor é:

a) 127 b) – 127 c) 100 d) 248 e) – 248

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