You are on page 1of 14

CLASSIFICAÇÃO DE SÍTIOS FLORESTAIS POR MEIO

DE ANÁLISE DE TRONCO

Autores: Maria Zélia Ferreira1, Mayara Aparecida Maciel Guimarães2, José Roberto S.
Scolforo3

1 INTRODUÇÃO

A classificação das propriedades florestais quanto aos diferentes níveis de


produtividade é fundamental para a condução das florestas, uma vez que destes níveis
dependem: a dimensão final dos produtos nas várias idades; a viabilidade de projetos
florestais; as prescrições de manejo e de conservação do solo a serem adotadas; a
instalação de experimentos; a introdução de espécies e também, para Scolforo (1992), a
distinção das diferentes classes de produtividade clarifica as possibilidades e riscos para
o manejo das florestas, servindo como base para o planejamento de curto e longo prazo.
Como a produção de madeira se dá em função da fotossíntese, a capacidade
produtiva de um local é influenciada por fatores do meio ambiente, que se interagem
sobre as plantas expressando a qualidade do sítio. Davis (1966) citou a definição de sítio
dada pela Sociedade Americana de Engenheiros Florestais, como uma área considerada
segundo os seus fatores ecológicos em relação à sua capacidade de produzir florestas ou
outra vegetação sob a combinação de condições biológicas, climáticas e edáficas.
Segundo Carmean (1970), o índice mais utilizado para determinar a produtividade de uma
área florestal é o índice de sítio, que é uma expressão da qualidade do sítio baseada na
altura das árvores dominantes e codominantes em uma determinada idade índice.
A variável dendrométrica mais utilizada para medir a qualidade do sítio,
especialmente por não ser influenciada por desbastes por baixo e não ser afetada pela
densidade do povoamento é a altura dominante. Assim, a qualidade dos diferentes sítios
é expressa por curvas de crescimento que relacionam a altura dominante com a idade.
A base de dados para a construção das curvas de sítio pode ser proveniente de
dados de parcelas permanentes, parcelas temporárias ou de dados de análise de tronco.
Em áreas onde não houve o acompanhamento do desenvolvimento dos povoamentos em

1
Doutoranda do curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG, Brasil,
mzferreira@ufla.br
2
Mestranda do curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG, Brasil,
myr_maciel@yahoo.com.br
3
Professor titular do Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG ,
Brasil, scolforo@ufla.br
altura dominante, existe a possibilidade da realização de estudos cronodendrométricos,
para se obter os pares “idade-altura dominante” para a classificação dos sítios. Associada
á esta falta de informações, a análise de tronco se constitui em uma ferramenta rápida e
econômica, se comparada com o inventário florestal, para se obter os dados para a
classificação de sítios.
A análise de tronco é uma técnica que possibilita reconstruir o crescimento
passado das árvores através da soma dos incrementos anuais em diâmetro e em altura.
A reconstituição do crescimento em altura, não é tarefa simples, uma vez que os nós de
crescimento anual em altura se encontram dentro do fuste. Vários métodos para
determinação da altura por meio da análise de tronco foram desenvolvidos, entre eles, o
mais simples e teoricamente mais consistente é o que foi descrito por Carmean (1972),
entretanto pouco experimentado.
Assim, dada a importância de se conhecer os diferentes sítios florestais e à
possibilidade de se utilizar a análise de tronco como uma ferramenta para a obtenção dos
dados, este trabalho objetivou construir e analisar as curvas de índice de sítio para Pinus
taeda, utilizando dados de análise de tronco.

2 MATERIAIS E MÉTODO

2.1 Localização e caracterização da área

A área em estudo, de propriedade da Indústria de Papel Arapoti S.A., Inpacel, está


localizada no município de Arapoti, estado do Paraná, Brasil, entre os paralelos
24o09’28”de latitude sul e os meridianos 49o49’36” de longitude oeste de Greenwich, com
altitude média de 800m.
De acordo com a classificação de Köeppen, o clima da região é do tipo Cfb, ou
seja, subtropical quente-temperado, caracterizado por apresentar temperatura média
anual inferior a 22oC no mês mais quente do ano. O mês mais chuvoso é janeiro, cuja
precipitação média é de 225,4mm e não há estação seca definida (Instituto Agronômico
do Paraná, 1994).
O solo predominante na região é arenoso, com afloramentos de rocha, e o relevo
varia de ondulado a fortemente ondulado (Golfari et al., 1978; Instituto Agronômico do
Paraná, 1994).

2
2.2 Levantamento dos dados e análise de tronco

Foram utilizadas, neste estudo, 40 árvores dominantes distribuídas em diferentes


ambientes produtivos na área de estudo. A idade das árvores variou de 8 a 25 anos.
Para a seleção das árvores foram selecionadas 40 parcelas permanentes do inventário
florestal. Nas proximidades destas instalou-se uma parcela de 100 m2, na qual foi
selecionada a árvore dominante, seguindo o conceito de Assmann (1970).
Cada árvore selecionada foi abatida e discos de aproximadamente 3 cm foram
retirados ao longo do fuste nas alturas de 0,0 m; 0,70 m; 1,00 m; 2,00 m; 3,00 m; e assim
sucessivamente até a altura total da árvore. Os discos foram conduzidos para laboratório
e tiveram a face de análise lixada, com objetivo de melhorar a visibilidade dos anéis de
crescimento anual, posteriormente procedeu-se á contagem dos anéis de crescimento. A
Figura 1 ilustra o procedimento de obtenção dos discos para a determinação da altura nas
diferentes idades.
A distribuição das árvores selecionadas em diferentes classes de diâmetro e altura
encontra-se na Tabela 1.

Tabela 1 – Distribuição das árvores amostradas em classe de diâmetro e altura

Classes de diâmetro (cm)


Classes de
20-25 25-30 30-35 35-40 40-45 45-50 Total
altura (m)
10-15 1 1 2
15-20 1 2 1 4
20-25 1 2 3 3 1 10
25-30 1 3 10 3 1 18
30-35 4 1 1 6
Total 3 6 7 17 5 2 40

3
(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

Figura 1 – Procedimentos para a obtenção dos discos para a análise de tronco. (a)
Seleção da árvore dominante. (b) Derrubada da árvore selecionada. (c)
Seccionamento da árvore. (d) Identificação do disco. (e) Discos identificados
e organizados. (f) Discos secos e armazenados no laboratório.

O método utilizado para estimar a altura das árvores foi proposto por Carmean
(1972) e tem como princípios básicos que o crescimento anual em altura é constante para
qualquer ano, independente de estar completamente ou parcialmente contido dentro da

4
mesma seção e que, em média, o disco é retirado na metade do crescimento anual em
altura. Matematicamente estes dois princípios podem ser descritos como:

H ij = hi +
( hi +1 − hi ) + ( j − 1) ( hi+1 − hi )
 2 ( ri − ri +1 )  ( ri − ri +1 )

onde:
Hij – altura total estimada na idade tij
tij – idade da árvore associada ao anel j no iésimo disco. Matematicamente:
tij = n − ri + j
n – idade total da árvore
ri – número de anéis de crescimento no iésimo disco
j – cada anel de crescimento contado a partir da medula, para cada iésimo disco
retirado da árvore, j=(1,2, ...,ri)
i – número do disco, sentido base-topo
hi- altura de corte do iésimo disco, ou seja, é a soma de todos os comprimentos
abaixo do iésimo disco.

Estimadas as alturas dominantes totalizaram-se 756 pares “altura dominante –


idade” para a classificação dos sítios.

2.3 Construção das curvas de sítio

O método utilizado para construir as curvas de índice de sítio foi o da curva guia
ou média. Este método gera curvas anamórficas, onde a taxa de crescimento relativo em
altura é considerada constante para todos os sítios.
O modelo utilizado para ajustar os dados de altura e idade para cada árvore
dominante amostrada foi de Chapman & Richards:

 1 
 
 1− m 
[
Hd = A ⋅ 1 − exp − k ⋅ Id
]
onde:
A = valor assintótico;
k = expressa a taxa de crescimento da variável de interesse;
m = ponto de inflexão da curva;
Hd = altura média das árvores dominantes;

5
Id = idade.

O método de ajuste foi o de Marquardt. A preferência por esse modelo foi devido
às boas características que ele apresenta como forma sigmoidal, passa pela origem e
tende a uma assíntota superior finita. Tais características têm significação biológica, o que
o torna adequado. A precisão do ajuste foi verificada através da análise gráfica dos
resíduos, do erro padrão residual (Syx) em metros e em percentagem e pelo coeficiente de
determinação (R2%).
A idade índice é a idade padrão escolhida arbitrariamente, na qual se compara a
altura dominante dos diferentes sítios (Schneider, 1993). A escolha dessa idade depende
da rotação da espécie e deve ser preferencialmente fixada no final desta. Neste estudo,
optou-se por uma idade de referência de 18 anos, por esta ser a idade de rotação média
para Pinus taeda no Brasil, manejados em densidade completa. A amplitude entre classes
de sítio adotada foi de 3 metros.
A confiabilidade da classificação dos índices de sítio, ao longo do desenvolvimento
do povoamento florestal, é essencial para a acuracidade na aplicação dessas curvas em
períodos sucessivos. Segundo Clutter (1984), o desejável é que a altura média das
árvores dominantes da unidade amostral permaneça em uma mesma classe de sítio
durante toda a sua vida, propiciando, dessa forma, uma forte base para estudos de
crescimento e produção. O critério de verificar a estabilidade das médias das alturas das
árvores dominantes de cada árvore foi aplicado neste estudo, utilizando todos os pares de
altura dominante e idade disponíveis.

3 RESULTADOS E DISCUSSÔES

3.1 Análise descritiva dos dados

A Tabela 2, apresentada a seguir, resume os dados utilizados para a classificação


dos sítios. A média das alturas dominantes variou de 0,70 a 29,10 metros, para as idades
de 1 a 25 anos. O coeficiente de variação é alto para as idades 1, 2, 3 e 4 anos, depois
estabiliza-se partindo da idade 6. Os valores de coeficiente de variação para as idades de
24 e 25 anos foi igual a zero devido ao pequeno número de árvores, apenas duas, que
possuíam tais idades.

6
Tabela 2 – Descrição dos dados de altura dominante para cada idade.

Desvio
Idade Média CV(%) Mínimo Máximo n
Padrão
1 0,70 0,5328 76% 0,18 2,50 42
2 2,50 0,9678 39% 1,00 5,55 42
3 4,78 1,3436 28% 2,50 9,50 42
4 7,00 1,3611 19% 4,50 10,50 42
5 9,08 1,2465 14% 6,55 12,50 42
6 11,00 1,2239 11% 9,48 13,50 42
7 12,84 1,3442 10% 10,50 15,55 42
8 14,52 1,4591 10% 11,50 17,25 42
9 16,11 1,3729 9% 12,50 18,50 42
10 17,51 1,6233 9% 14,50 20,50 39
11 18,83 1,6923 9% 15,54 21,60 38
12 20,16 1,8481 9% 16,50 23,60 38
13 21,35 1,7503 8% 17,50 24,55 38
14 22,45 1,7023 8% 19,25 25,50 38
15 23,49 1,8572 8% 19,75 26,50 34
16 24,32 1,8156 7% 20,50 28,25 33
17 25,20 1,9940 8% 21,50 29,50 32
18 26,21 2,0771 8% 22,50 30,50 27
19 27,28 2,3890 9% 23,25 32,12 21
20 28,41 2,0891 7% 23,75 31,50 17
21 27,98 2,1725 8% 24,21 32,37 11
22 26,99 1,5804 6% 24,62 27,83 4
23 28,37 0,2184 1% 28,22 28,68 4
24 28,66 0,0000 0% 28,66 28,66 2
25 29,10 0,0000 0% 29,10 29,10 2

Por esta análise verifica-se que uma das vantagens da análise de tronco para a
classificação de sítio é a obtenção de um grande número de informações em todas as
idades, inclusive nas idades prematuras, o que nem sempre é comum partindo-se de
dados de inventário florestal. Entretanto, nestas idades jovens há muita variação na altura
dominante, e a inclusão de tais dados pode não ser vantajosa para a classificação dos
sítios. Também deve-se considerar que as características dos sítios possivelmente ainda
não se manifestaram nos povoamentos jovens, pois estes ainda estão sob o efeito dos
tratamento silviculturais.
Todos estes resultados e observações são consistentes biologicamente e
constatam que o método de estimativa da altura dominante, pela análise de tronco,
proposto por Carmean, também é consistente. Este fato pode ser verificado, também,
pela própria formulação do método.

7
3.2 Ajuste do modelo

Os parâmetros obtidos no ajuste do modelo de Chapman & Richards, bem como


as medidas de precisão se encontram na Tabela 3.

Tabela 3 – Parâmetros e resultados estatísticos obtidos no ajuste do modelo de Chapman


& Richards.
Parâmetros Medida de Precisão
2
A k m R (%) Syx(m) Syx(%)
34,1961 -0,0953 0,26995 93,7 1,65 8,94

As Figuras 2 e 3 apresentam a distribuição gráfica dos resíduos de forma absoluta


e relativa, em função da idade. Na Figura 2 observa-se que o ajuste não foi tendencioso,
ou seja, não houve tendências de super ou subestimativas nos valores da altura
dominante independente da idade. A Figura 3 também não demonstra tendenciosidades,
entretanto, uma maior dispersão dos resíduos é observada nas idades inferiores a 10
anos.

Gráfico de Resíduos (m)

10.0

8.0

6.0

4.0

2.0
Resíduo (m)

0.0

-2.0

-4.0

-6.0

-8.0

-10.0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Idade (anos)

Figura 2 – Distribuição dos resíduos em função da idade, valores absolutos

8
Gráfico de Resíduos (%)

50

40

30

20

10
Resíduo (%)

-10

-20

-30

-40

-50
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Idade (anos)

Figura 3 – Distribuição dos resíduos em função da idade, valores percentuais.

3.3 Construção das curvas de sítio

Ajustado o modelo de Chapman & Richards, selecionada a idade de referência de


18 anos e um intervalo de classe de 3m, passou-se à construção das curvas de sítio pelo
método da curva média. Para tal, deslocou-se a curva média para cima e para baixo, até
que a amplitude total dos dados fosse coberta. Assim, foram definidas quatro classes de
sítio. Estas classes estão apresentadas na Tabela 4, com seus respectivos valores de
limites inferior (LI), superior (LS) e índice de sítio (S). O S para a classe de maior
produtividade é 30,5 m e para a classe de menor produtividade de 21,5m.

Tabela 4 – Classes de sítio com seus limites, inferior (LI) e superior (LS) e valor do índice
de sítio (S), para a idade de referência de 18 anos.

Classe LI (m) LS (m) S (m)


I 29 32 30,5
II 26 29 27,5
III 23 26 24,5
IV 20 23 21,5

Comparando os índices de sítio obtidos neste trabalho com aqueles encontrados


por Tonini et al (2002) no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, percebe-se na região
estudada que as áreas são de boa produtividade, uma vez que, no estudo de Tonini et al

9
(2002), os valores de S variaram de 6 a 30 metros, para a mesma idade de referência
aqui utilizada, ou seja, 18 anos.
A Figura 4 apresenta o comportamento das curvas de sítio juntamente com a
dispersão total dos dados. Nota-se que o modelo de Chapman & Richards ajustado
acompanha a tendência de crescimento das parcelas, o que, juntamente com as medidas
de precisão o caracteriza como um bom modelo para descrever o crescimento em altura
dominante para a região estudada.

Curvas de Sítio

42.0

36.0

30.0
Altura Dominante (m)

24.0

18.0

12.0

6.0

0.0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Idade (anos)

Figura 4 – Curvas de sítio e dispersão dos dados totais.

Outro ponto a ser destacado, analisando-se a Figura 4, é que para as idades de 1,


2 e 3 anos as curvas, propositalmente, não cobriram toda a amplitude dos dados. Isto
porque duas novas classes surgiriam, uma superior e outra inferior, e haveriam poucos
dados nas referidas idades. Este fato reforça a idéia de que classificar sítio utilizando
apenas idades precoces pode ser perigoso.

10
3.4 Análise da confiabilidade das curvas de sítio

Para comprovar a estabilidade e a confiabilidade das curvas de índice de sítio foi


realizada a verificação gráfica das alturas reais, de árvores oriundas dos povoamentos
estudados, sobre as curvas de índices de sítio geradas pela função selecionada. Para
isso selecionou-se aleatoriamente 4 árvores. O comportamento das mesmas está
apresentado nas Figuras 5, 6, 7 e 8.
De maneira geral, até os 10 anos de idade a altura das árvores dominantes flutuou
entre diferentes classes de sítio, o que não é desejável. Este fato pode ser explicado por
se ter utilizado a análise de tronco. Isto porque a árvore selecionada é dominante na
idade em que foi abatida, no entanto, não se pode afirmar com segurança que esta árvore
era a dominante em idades anteriores. Outro fato que pode explicar tal comportamento é
a indefinição da classe de sítio em idades precoces, o que inviabiliza a classificação de
sítio para Pinus taeda L. nestas idades. Tal fato foi observado também por Selle et al.
(1994).
Analisando o comportamento da árvore 1, nota-se a já referida instabilidade antes
dos 10 anos de idade. Nestas idades a altura dominante flutuou entre as classes I, II e III.
Entretanto, a partir da idade 10 a classe de sítio se manteve estável e apesar de estar no
limite entre as classes II e III a estabilidade foi boa.

Árvore 1

42.0

36.0

30.0
Altura Dominante (m)

24.0

18.0

12.0

6.0

0.0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Idade (anos)

Figura 5 – Curvas de sítio e comportamento do crescimento em altura dominante de uma


árvore de 19 anos, classe de sítio II.

11
A mesma instabilidade pode ser observada para a árvore 2, onde a altura
dominante antes do 10 anos de idade variou entre as classes II e III. Novamente, após os
10 anos a estabilidade foi de 100%.

Árvore 2

42.0

36.0

30.0
Altura Dominante (m)

24.0

18.0

12.0

6.0

0.0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Idade (anos)

Figura 6 – Curvas de sítio e comportamento do crescimento em altura dominante de uma


árvore de 18 anos, classe de sítio III.

A árvore 3 era jovem, possuindo dados de altura dominante apenas até os 11


anos de idade, não sendo possível afirmar ainda, qual sua classe de sítio definitiva,
entretanto, há uma tendência de estabilizar na classe III.

Árvore 3

42.0

36.0

30.0
Altura Dominante (m)

24.0

18.0

12.0

6.0

0.0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Idade (anos)

Figura 7 – Curvas de sítio e comportamento do crescimento em altura dominante de uma


árvore de 10 anos, classe de sítio III.

12
A árvore 4 não apresentou instabilidade acentuada como as árvores anteriores,
sendo classificada como pertencente à classe de sítio III em idades anteriores aos 10
anos.

Árvore 4

42.0

36.0

30.0
Altura Dominante (m)

24.0

18.0

12.0

6.0

0.0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27
Idade (anos)

Figura 8 – Curvas de sítio e comportamento do crescimento em altura dominante de uma


árvore de 20 anos, classe de sítio III.

Desta forma, pela análise da estabilidade das curvas de sítio após a idade de 10
anos, pode-se afirmar que o modelo de Chapman & Richards descreveu bem o
comportamento das árvores dominantes em função da idade.

4 CONCLUSÕES

Deste trabalho concluiu-se que:


• a análise de tronco é uma importante ferramenta para a construção de curvas de
índice de sítio
• o método proposto por Carmean é consistente para estimar altura partindo-se de
dados de análise de tronco;
• em dados provenientes de análise de tronco, as idades mais jovens não devem
ser utilizadas na construção das curvas de sítio, devido à incerteza da dominância
da árvore;

13
• o modelo de Chapman & Richards descreveu bem o comportamento da altura
dominante, pela avaliação da estabilidade

5 REFERENCIAL TEÓRICO

ASSMANN, E. The principles of forest yield study. Oxford: Pergamon Press, 1970.
506p.

CARMEAN, W. H. Site index curves for upland oaks in the Central States. Forest
Science 18:109-120, 1972.

CARMEAN, W. H. Tree-growth patterns in relation to soil and site. In: __.Tree growth and
forest soils. Oregon State University, USA, 1970. 527p.

CLUTTER, J.L; FORTSON, J.C.; PIENAAR, L.V. Timber management: a quantitative


approach. USA: John Wiley & Sons, 1983. 329 p.

DAVIS, K. P. Forest managment, regulation and valuation. USA: Mc Graw Hill, 1966.
519p.

GOLFARI, L.; CASER, R. L.; MOURA, V. P. G. Zoneamento ecológico esquemático


para reflorestamento no Brasil. Belo Horizonte: PRODEPEF/PNVD/FAO/IBDF/BRA,
1978. 45 p. (Série Técnica, 11).

INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ. Cartas climáticas do Estado do Paraná.


Londrina, 1994. 49 p. (Documentos, 18).

SCHNEIDER, P.R. Introdução ao manejo florestal. Santa Maria: Ed. UFSM, 1993. 348
p.

SCOLFORO, J.R.S. Curvas de índice de sítio para Pinus caribaea var. hondurensis.
IPEF, Piracicaba , v. 45, p. 40-47, 1992.

SELLE, G. L.; SCHNEIDER, P. R.; FINGER, C. A. G. Classificação de sítio para Pinus


taeda l., através da altura dominante, para a região de Cambará do Sul, RS, Brasil.
Ciência Florestal, Santa Maria, v. 4, n. 1, p. 77-95, 1994.

TONINI, H.; FINGER, C. A. G.; SCHNEIDER, P. R.; SPATHELF, P. Índice de sítio para
Pinus elliottii Engelm, em três unidades de mapeamento de solo, nas regiões da serra do
sudeste e litoral, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência Florestal, Santa Maria,
v. 12, n. 2, p. 61-73, 2002.

14

You might also like