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Alvenaria Estrutural

Dimensionamento Estrutural de
Edifício de Múltiplos Andares

Prof. M.Sc. Antonio de Faria


Novembro/2017

1
Definições Preliminares

5 pavimentos tipo;
Pavimento de Cobertura;
Pé direito:2,90 m piso a piso;
Lajes Maciças de CA com 10,0 cm de espessura;
hparede = 2,80 m
Vento:
V0 = 35 m/s;
Rugosidade do Terreno: Categoria IV;
Vento de baixa turbulência;
Alvenaria Estrutural não armada;
2
Arranjo Arquitetônico do Pavimento-Tipo

3
Esquema Vertical
Nível 5

2,90 m
Nível 4

2,90 m
Nível 3

14,50 m
2,90 m
Nível 2

2,90 m
Nível 1

2,90 m
Nível 0

4
Ações Verticais

NBR 15812-1 e 15961-1–Item 8.3.1.1 – Peso específico da alvenaria


Na falta de uma avaliação precisa para o caso considerado, pode-se utilizar os
valores abaixo como peso específico para a alvenaria de blocos vazados,
devendo-se acrescentar o peso do graute, quando existente;
Bloco cerâmico γalvenaria ≥ 12 kN/m3
Bloco de concreto γalvenaria ≥ 14 kN/m3
Revestimento da parede e = 1,0 cm/face - γrevest = 19 kN/m3
γ concreto = 25 kN/m3
Escada:
g1 = 0,19x25 = 4,75 kN/m2 (peso próprio, considera espessura média);
g2 = = 1,00 kN/m2 (piso natural);
q= = 2,50 kN/m2 (sobrecarga – escada sem acesso ao público);
p = 8,25 kN/m2;

5
Detalhamento das Paredes
Parede X1 Parede X2 Parede X3 Parede X3 Parede X2 Parede X1
J1 J1 J1 J1
Parede Y4

Parede Y4
5.3462 3.7471 4.8133 4.8133 3.7471 5.3462

J1 J1

Parede Y6

Parede Y6
Parede Y9

Parede Y9
Parede Y12

Parede Y12
4.8800 4.8800
Parede Y3

Parede Y3
4.8800 4.8800
Parede X4 1.1467 1.1467 Parede X4
P1 7.4800 7.4800 P1
2.1467 2.1467
1.0133P2 P21.0133
P1 P1
J3 9.0800 J3

Parede Y8

Parede Y8
2.4133 P1 P1 2.4133
1.1467 P10.86 0.86P1 1.1467
3.7458 3.7458
Parede 16 Parede X6 Parede X7 Parede X7 Parede X6
Parede Y2

Parede Y2
P1 P1
1.1467 3.0133 1.6129 1.6129 3.0133 1.1467
Parede X5 1.7467 1.7467 Parede X5
P1 P1 1.1467
P1 1.1467
P1 P1 P1
1.1467 1.1467 1.1467 1.1467
4.8800 Parede X8 Parede X8 4.8800
J4
1.3467
Parede Y5

Parede Y5
3.4667
3.7471 3.7471
J1 3.4800 J1

Parede Y11

Parede Y11
Parede Y10

Parede Y10
Parede Y7

Parede Y7
5.3462 5.3462
Parede Y1

Parede Y1
4.8800 4.8800
4.8800 4.8800 4.8800 4.8800
Parede X9 Parede 22 Parede 22 Parede X9
J1 J2 J2 J1
Parede X10 Parede X11 Parede X11 Parede X10

6
Dimensionamento das Lajes
Dados Preliminares

7
Dimensionamento das Lajes
Verificação da flecha elástica

8
Dimensionamento das Lajes
Àrmaduras de flexão – Aço CA-60

9
Reaçoes de Apoio das
Lajes sobre as paredes

10
Lajes do Pav.-Tipo e reações de apoio (kN/m)

4.15 2.9500 3.7500 2.7500


3,47 kN/m 1,94 kN/m 3,80 kN/m 14,85 kN/m

x
3,49 kN/m
3,17 kN/m

3.8000 L1 3.8000
y
y y
5,37 kN/m

5,37 kN/m

5,15 kN/m
8.91 kN/m
L2 L3
x x

6,00 kN/m 14,85 kN/m


5,73 kN/m 1,81 kN/m
x
1,65 kN/m
1,65 kN/m

1.9500 y
L4

4,77 kN/m

3,47 kN/m
y

L5 3.1500
5,73 kN/m 3,36 kN/m 6,59 kN/m x

6,00 kN/m 3,36 kN/m 2,74 kN/m 1,95 kN/m

1,81 kN/m
3,90 kN/m
5,49 kN/m

4,68 kN/m
4,13 kN/m

4,13 kN/m

2,25 kN/m
4,68 kN/m
3,17 kN/m

x y y y

3.8000
L6 L7 L8 L9
y x x x

3,47 kN/m 1,94 kN/m 1,58 kN/m 1,13 kN/m

4.1503 2.9500 2.3997 1.3500

11
Distribuição das Ações Verticais

Foi adotado o procedimento dos grupos isolados de


paredes;
Serão considerados apenas os trechos compreendidos
entre o térreo e a cobertura;
A nomenclatura adotada para as parede e os grupos é
apresentada no esquema a seguir;
É evitada a numeração dos grupos simétricos;
A delimitação dos grupos foi feita considerando-se a
separação por aberturas;

12
Distribuição das Ações Verticais

No conceito de grupos isolados de paredes interessa


determinar a resultante de cargas verticais presente em
cada grupo, em cada nível da edificação;
Essa carga é distribuída de maneira uniforme pela área
total em planta do grupo de paredes;
A determinação é feita de forma cumulativa do tipo para
a base de cada um dos grupos;
Os valores apresentados a seguir incluem o peso próprio
das paredes;
As cargas verticais sobre aberturas (reação de lajes e
peso próprio de alvenaria) são repartidas igualmente
entre os dois grupos adjacentes a essas aberturas;
13
Distribuição das Cargas Verticais

NBR 15812-1 e 15961-1–Item 10.1.3 – Comprimento efetivo de


flanges e painéis de contraventamento
O comprimento efetivo do flange em paineis de contraventamento deve
obedecer ao limite bt ≤ 6.t, conforme figura abaixo;

14
Grupos de paredes estrutuais em torno do eixo X
PX1 PX2 PX3 PX3 PX2 PX1
24.0 24.0
84 84 40 J1 47 84 J1 84 84 84 84 J1 84 47 J1 40 84 84
PY4

PY4
92 92
68.0 G1 153.9 153.9
G1 68.0
178.8 169.4 169.4 178.8
G2 G2
G3 G3
407 407
455 455

PY9

PY9
462 462
PY6

PY6
253.1 253.1

PY12

PY12
276.2 292.6 292.6 276.2
73.4 87 87 73.4
PY3

PY3
PX4 PX4
84 84
55.4 42 42 55.4
G4 G4

G6 G6
PY8

PY8
PX6 68.4 82 82 68.4 PX6
42 G5 27 PX7 PX7 27 G5 42
73.4 84 27 82 82 84 84 82 82 27 84 73.4
PY2

PY2
PX5 PX5
87 13.6 13.6 87
55.6 55.6
PX8 PX8
176.5 176.5
87 87
G9 G9
101.6 101.6
PY5

PY5
380 168.3 153.5 153.5 168.3 380
PY10

PY10
PY11

PY11
PY7

PY7
267 267 267 267 267
203.5 G8 G10 G10267 G8 203.5
165.4 165.4
PY1

PY1
78.0 98.7 113.5 113.5 98.7 78.0
92
PX9
G7 G7 PX9
92
84 84 47 47 47 47 47 47 47 47 84 84
14.0 PX10 PX11 PX11 PX10 14.0

15
Grupos de paredes estrutuais em torno do eixo Y
59.3 74.7 87.0 87.0 87.0 87.0 74.7 59.3
228.3 240.7 240.7 228.3
PX1 PX2 PX3 PX3 PX2 PX1
422 47 J1 47 87 J1 87 87 87 87 J1 87 47 J1 47 422
PY4

PY4
84 84 84 84 84 84 84 84
G1 G1
G2 G2
G3 G3

PY9

PY9
PY6

PY6
106.5 195.4 195.4 106.5

PY12

PY12
87 PX4 PX4 87
PY3

PY3
302 302
42 G4 G4 42

G6 G6
PY8

PY8
106.5 195.4 40.6 68.4 82 82 68.4 40.6 195.4 106.5
PX7 PX7
42 27 PX6
27
PX6
27 42
302 82 82 382 382 82 82 27 302
PY2

PY2
PX5 PX5
87 G5 84 209.5 254.5 254.5 209.5 84 G5 87
PX8 PX8
22.1 64.9 64.9 22.1

G9 G9
PY5

PY5
PY10

PY10
PY11

PY11
G8 G10 G10 G8
PY7

PY7
PY1

PY1
84 PX9 G7 84 84 84 84 84 84 G7 PX9 84
415 47 47 47 47 47 47 47 47 415
47.0 47.0 38.5 8.5 8.5 38.5 47.0 47.0
224.6 237.4 PX10 PX11 PX11 PX10 237.4 224.6

16
Distribuição das Cargas Verticais
Grupos de Paredes e Resultantes Verticais
Carga vertical
Grupo
Paredes do
num repetições
Comprimento
Área (m2) tipo/cobertura Total (kN)
Grupos de Paredes
Grupo (m) e
(kN)
1 PX1,PY4,PY6 2 10,09 1,4126 142,84 285,68 Resultantes Verticais
2 Px2,PY9 2 5,38 0,7532 125,95 251,90
3 Px3,Py12 2 6,3 0,882 126,88 253,76
4 Px4,Py3 2 4,31 0,6034 97,62 195,24
Carga Total por pavimento
5 Px5,Py2 2 4,31 0,6034 97,62 195,24 Q = 2040,22 kN
6 Px7,Py8 2 5,46 0,7644 94,22 188,44 Área do pavimento
7 Px6,Px9,Py1,Py5 2 10,77 1,5078 144,04 288,08 A = 251,63 m2
8 Px10,Py7 2 3,61 0,5054 76,31 152,62 Carga média por pavimento
9 Px11,Py10 2 3,14 0,4396 62,70 125,40
10 Px8,Py11 2 3,54 0,4956 51,93 103,86
qmédia = 8,11 kN/m2

Grupo 50 Pav. (kN) 40 Pav. (kN) 30 Pav. (kN) 20 Pav. (kN) 10 Pav. (kN)
Cargas Verticias
Acumuladas em 1 142,84 285,68 428,52 571,36 714,20
2 125,95 251,90 377,85 503,80 629,75
Cada Grupo
3 126,88 253,76 380,64 507,52 634,40
4 97,62 195,24 292,86 390,48 488,10
5 97,62 195,24 292,86 390,48 488,10
6 94,22 188,44 282,66 376,88 471,10
7 144,04 288,08 432,12 576,16 720,20
8 76,31 152,62 228,93 305,24 381,55
9 62,70 125,40 188,10 250,80 313,50
10 51,93 103,86 155,79 207,72 259,65

17
Forças horizontais devidas à ação Lateral do Vento

Ações Devidas ao Vento


Coeficiente de arrasto (ca) – 24,59 x 9,69 x 14,50 m
Cax = 0,82
Cay = 1,21
Classe da edificação B (maior dimensão frontal do edifício está
entre 20 e 50 m);

18
Ações correspondentes ao desaprumo

Para determinação das forças horizontais correspondentes ao


desaprumo, com base na expressão:
1 ϕ → ângulo em radianos
ϕ= H = 14,5 m
100. H H → altura da edificação em metros
1
ϕ= = 2,626 ⋅10 -3 rad
100. 14,5
Para os níveis de 1 a 5, deve-se utilizar o peso de cada pavimento
acima desse nível, ou seja, P = 2040,22 kN, que é o peso total de
cada pavimento tipo, assim, a força de desaprumo para as direções
x e y, fica: Fd = P.ϕ = 2040,22 ⋅ 2,626 ⋅10-3 = 5,36 kN
Compondo-se os valores devidos à ação do vento com os relativos
ao desaprumo, chega-se ao carregamento horizontal em cada uma
das direções de atuação do vento escolhidas neste exemplo;

19
Forças horizontais equivalentes ao desaprumo
∆P

∆P

H ∆P
ϕ
∆P

Fd

Fd
h
Fd

Fd

20
Distribuição das Ações Horizontais

A atuação do vento nas direções x e y é aqui considerada sem


exentricidades;
Para a distribuição das ações horizontais foi escolhido o
procedimento das paredes isoladas, admitindo-se como
representativa a associação plana dos painéis de
contraventamento;
Na verdade, a análise realizada com a associação tridimensional
leva a rotações desprezíveis dos pavimentos para ambas as
direções estudadas;
Para a aplicação do procedimento escolhido é necessário
determinar, em cada uma das direçoes, o momento de inércia de
flexão de cada uma das paredes, relativo ao eixo baricêntrico
ortogonal à direção de atuação do vento;
Cabe lembrar que a avaliação do momento de inércia deve ser feita
compondo-se a seção transversal de cada parede com as abas
correspondentes às paredes ortogonais adjacentes; 21
Distribuição das Ações Horizontais

Lembre-se que a largura da aba (ou mesa) não deve ser maior que
seis vezes a espessura da alma e que o comprimento de parede
disponível;
A título de ilustração, observe a figura abaixo que apresenta os
Grupos 01 e 04 em detalhe, com as dimensões reais do grupo de
paredes a que ela pertence e as dimensões da seção composta,
observando-se o limite de comprimento da mesa colaborante;
24.0 PX1 228.3 240.7
PX1
84 84 40
422 47
PY4

92
G1

PY4
68.0 84 84
178.8
G1

eixo x 455
eixo y
PY6

PY6
106.5 195.4
276.2
73.4 87 87
PY3

PX4 PX4
PY3

84 302
55.4 42 G4 42 G4
22
Distribuição das Ações Horizontais

Na distribuição das ações horizontais na direção Y, deve-se avaliar o


momento de inércia de todas as paredes orientadas segundo o eixo Y com
relação ao seu eixo baricêntrico paralelo a X;
Assim, no caso da parede PY1, interessa o momento de inércia de flexão
relativo ao eixo X indicado na figura anterior, cujo valor é 0,817 m4;
Observe-se que as distâncias máximas ao eixo de flexão, indicadas na
mesma figura (1,496 m e 1,574 m), são necessárias para a determinação
dos módulos de resistência à flexão da seção transversal, que éfeita
dividindo-se o momento de inércia por essas distâncias;
Esses módulos são utilizados para a determinação das máximas tensões
normais produzidas pelo momento fletor atuante na seção transversal;
A distribuição das ações horizontais é feita de maneira proporcional à
rigidez de cada painel relativa ao conjunto completo de painéis que
constitui a associação, conforme se mostrou anteriormente;

23
Distribuição das Ações Horizontais

Assim, para que se possa determinar a solicitação em cada painel, é


necessário seguir o seguinte roteiro:
Calcular, em níveis previamente escolhidos, os esforços solicitantes
globais atuantes na edificação nas direções de atuação do vento;
Calcular a rigidez relativa de cada painel nas referidas direções;
Multiplicar o esforço solicitante global desejado (momento fletor ou
esforço cortante) pela rigidez relativa do painel;
A tabela a seguir apresenta os esforços cortantes e momento fletores
correspondentes às forças horizontais nas direções X e Y;
As forças indicadas constituem a soma das ações devidas ao vento com as
relativas ao desaprumo;
As seções escolhidas para a determinação dos esforços solicitantes são as
da base das paredes em cada pé-direito;
Assim, por exemplo, os esforços no nivel 4 são os que ocorrem logo acima
do 30 pavimento;

24
Esforços Solicitantes Globais

25
Distribuição das Ações Horizontais

As tabelas a seguir apresentam para as direções X e Y,


respectivamente, o momento de inércia a flexão de cada parede e
o índice de rigidez relativa, fundamental para a distribuição das
ações;
Observe-se que nas tabelas é evitada a repetição de paredes
correspondentes, sendo indicado apenas o número de vezes em
que cada uma se repete na associação;
A partir dos valores apresentados, podem-se calcular os esforços
solicitantes ao longo de qualquer uma das paredes da edificação,
produzidos pelas ações horizontais, bastando multiplicar os
esforços globais pela rigidez relativa dessa parede;

26
Área e Rigidez dos Grupos de Paredes Py
Flexão em torno do Eixo x

Parede Py A (m2) I (m4) n n*A (m2) n*I (m4) R = I/∑I


1 0,2464 0,022284 2 0,4928 0,044569 0,13%
2 0,2982 0,028842 2 0,5964 0,057685 0,17%
3 0,2982 0,028842 2 0,5964 0,057685 0,17%
4 0,2464 0,022284 2 0,4928 0,044569 0,13%
5 0,9058 2,021988 2 1,8116 4,043976 12,16%
6 0,8106 1,805307 2 1,6212 3,610615 10,86%
7 0,5054 0,395749 2 1,0108 0,791499 2,38%
8 0,3472 0,019729 2 0,6944 0,039459 0,12%
9 0,7532 1,361423 2 1,5064 2,722845 8,19%
10 0,4396 0,154162 2 0,8792 0,308323 0,93%
11 0,4914 0,381689 2 0,9828 0,763378 2,30%
12 0,8820 2,071218 2 1,7640 4,142436 12,46%
∑= 12,448800 16,627038 50,00%

27
Área e Rigidez dos Grupos de Paredes Gx
Flexão em torno do Eixo y

Parede Px A (m2) I (m4) n n*A (m2) n*I (m4) R = I/∑I


1 0,8918 2,260635 2 1,7836 4,521269 15,75%
2 0,3052 0,031155 2 0,6104 0,062309 0,22%
3 0,3612 0,061652 2 0,7224 0,123305 0,43%
4 0,5992 0,605432 2 1,1984 1,210865 4,22%
5 0,5992 0,605432 2 1,1984 1,210865 4,22%
6 0,3080 0,021185 2 0,6160 0,042370 0,15%
7 0,7644 1,385164 2 1,5288 2,770328 9,65%
8 0,2394 0,019196 2 0,4788 0,038392 0,13%
9 0,8820 2,173056 2 1,7640 4,346111 15,14%
10 0,2492 0,009882 2 0,4984 0,019764 0,07%
11 0,1834 0,003733 2 0,3668 0,007467 0,03%
∑= 10,7660 14,353046 50,00%

28
Esforço Cortante (V) e Momento Fletor (M) nas paredes,
em torno do eixo x

29
Esforço Cortante (V) e Momento Fletor (M) nas paredes,
em torno do eixo y

30
Verificação do Parâmetro α

α- Parâmetro de instabilidade;
P H – altura total do edifício;
α = H. P – Peso total da edificação;
E.I E.I – Rigidez à flexão do sistema de contraventamento;

Ealv = 800.fp = 800.4,5.0,8 = 2880 MPa


H = 14,0 m
P = 10201,1 kN
Iy = 14,353046 m4

10201,1
α = 14,0 ⋅ = 0,22
2880000 ⋅14,353046

α = 0,7 para sistemas compostos por pilares parede;

31
Estabilidade Global da Estrutura de Contraventamento

No caso do presente edifício, não há problemas quanto aos efeitos


de segunda ordem que ficam abaixo do limite de 10% dos de
primeira ordem em ambas direções escolhidas para análise das
ações horizontais;
A tabela a seguir apresenta os deslocamentos horizontais dos
pavimentos, fundamentais para o cálculo dos momentos de
segunda ordem produzidos pelas cargas verticais;

32
Estabilidade Global da Estrutura de Contraventamento
Vento na Direção y Vento na Direção x

Características Geométricas

Vento na Direção Y
Ix = 16,603214 m4
Ax = 12,4888 m2

Vento na Direção X
Iy = 14,353046 m4
Ay = 10,766 m2

33
Translações dos Pavimentos e Efeitos de Segunda
Ordem

Tendo os acréscimos ∆m em cada direção, bem como o momento


fletor global na base em cada direção, pode-se calcular o
parâmetro γz com a espressão abaixo:

γzx = 1 = 1,007 γzy = 1 = 1,007


1 - 3,18  1 - 8,31 
 484,28   1178,14 
34
Estabilidade Global da Estrutura de Contraventamento

Ressaltam-se, também, as reduzidas razões flecha no topo/altura,


que assumem os seguintes valores para as direções X e Y,
respectivamente: 1/21538 e 1/7568;
Com base nestes resultados, percebe-se que a rigidez da estrutura
de contraventamento da edificação é adequada;

35
Dimensionamento das Paredes

O dimensionamento das paredes é feito mediante a análise da


composição das tensões devidas aos carregamentos vertical e
horizontal em todas as suas seções transversais;
No presente exemplo serão verificadas as seções junto à base de
cada parede, as mesmas nas quais foram determinados os
esforços solicitantes, entre o pavimento térreo e o de cobertura;
Parâmetros de dimensionamento:
Resistência da Argamassa 5,0 MPa;
Tensão de tração na Alvenaria na direção normal à fiada 0,10 MPa;
Tensão máxima de cisalhamento 0,15 MPa;
Eficiência prisma/bloco 0,8;
Será escolhida para dimensionamento a parede PY12 (mais
solicitada da edificação);
Espessura mínima da parede 14,0 cm
Esbeltez máxima 20 (λ = 280/14 = 20,0);
36
Dimensionamento das Paredes

A tabela a seguir agrupa os resultados correspondentes à parede


Py12;
Para o carregamento vertical deve-se apenas observar que Py12
pertence ao grupo G3;
Para determinaçao das tensões normais, basta dividir os valores
das cargas verticais acumuladas em cada grupo (tabela anterior)
pela sua área total em planta (tabela anterior);
Para o carregamento horizontal deve-se inicialmente calcular as
tensões de cisalhamento, dividindo-se as forças cortantes na
parede pela área da sua alma, que é igual a 0,6468 m2;
Observe-se que nenhuma tensão de cisalhamento supera o valor
admissível de 0,15 MPa;
Ainda com o carregamento horizontal deve-se determinar as
tensões normais nas fibras extremas da seção transversal da seção
da parede composta;
37
Dimensionamento da Parede Py12
(características geométricas em torno do eixo x)

PX3
Carac. Geométricas Esforços Solicitantes
84 84
Ixg = 2,0712 m4 N = 634,40 kN
Atotal = 0,8820 m2 V = 16,09 kN
169.4
Aalma = 0,6468 m2 M.F. = 146,97 kN.m
Winf = 0,7078 m3
G3 Wsup = 1,2227 m3
462
PY12

292.6

38
Dimensionamento das Paredes

Essas tensões são determinadas dividindo-se os momento fletores


atuantes pelos módulos de rigidez de flexão em torno do eixo X;
Com base nos resultados apresentados, pode-se calcular esses
módulos que se igualam a Winf = 0,7078 m3 e Wsup = 1,2227 m3;
Deve-se verificar se ocorre tração na parede – se ocorrer e for
superior a 0,10 MPa, há a necessidade de providenciar armaduras
para absorção da resultante de tração;
A verificação da tração é feita com a seguinte expressão: (falv,f –
0,75.falv,c - falv,t);
A figura a seguir apresenta a seção transversal da parede PY12,
incluindo as mesas colaborantes e os diagramas de tensão normal,
compondo-se 75% das produzidas pelo carregamento vertical e
100% das relativas às ações horizontais;
Cabe notar que duas composições são feitas devido à
reversibilidade das ações horizontais;
39
Dimensionamento das Paredes

Levando esses valores admissíveis e as tensões atuantes nas duas


expressões de verificação, chega-se às mínimas resistências de
prisma que se deve ter em cada caso;
Essas resistências são apresentadas na tabela a seguir, como fp1 e
fp2, respectivamente;
Dividindo-se o maior dentre os dois citados valores pela eficiência
do prisma, chega-se à mínima resistência de bloco necessária, que
é apresentada na última coluna da tabela a seguir;
A escolha da resistência de bloco em cada pavimento é feita
analisando-se a condição de todas as paredes, admitindo-se a
possibilidade de grauteamento de algumas delas, para evitar penalizar
todas por causa da mais solicitada;
No presente exemplo a parede Py12 é representativa do que ocorre
com grande parte das paredes da edificação;

40
Composição das tensões na base a Parede Py12

PX3

84 84

169.4

G3
462
PY12

292.6

41
Verificação das Paredes – NBR 15961-2 – Item 11.5

11.5.1 – Introdução:
Todo elemento de alvenaria submetido à flexo-compressão deve
resistir a força de compressão de cálculo atuante, de acordo
com as prescrições de 11.2;
11.5.2 – Alvenaria não armada:
As tensões normais na seção transversal devem ser obtidas
mediante a superposição das tensões normais lineares devidas
ao momento fletor com as tensões normais uniformes devidas à
força de compressão.
As tensões normais de compressão devem satisfazer a seguinte
equação:

Nd Md
+ ≤ fd
A⋅R W⋅k
42
Verificação das Paredes – NBR 15961-1 – Item 11.5

Nd Md fk fp
+ ≤ fd fd = fk = 0,7.fp η= = 0,80
A⋅R W⋅k γm fb
onde:
Nd é a força normal de cálculo;
Md é o momento fletor de cálculo;
fd é a resistência à compressão de cálculo da alvenaria;
A é a área da seção resistente;
W é o mínimo módulo de resistência de flexão da seção resistente;
R é o coeficiente redutor devido à eslbetez do elemento;
k = 1,5 é o fator que ajusta a resistência à compressão na flexão;
Caso exista tensão de tração, seu valor máximo deve ser menor o igual à
resistência de tração da alvenaria, ftd;

hef   λ 3 
λ= ≤ 24 (paredes não armadas) R = 1 -   
tef   40  
43
Verificação das Paredes – NBR 15961-2 – Item 11.5

hef 290
λ= = = 20,71 ≤ 24 (paredes não armadas)
tef 14
  λ 3    20,71 3  fk fp
R = 1 -    = 1 -    = 0,861 fd = fk = 0,7.fp η = = 0,80
  40     40   γm fb

Nd Md
+ ≤ fd
A⋅R W⋅k
1,4 ⋅ 634,4 1,4 ⋅146,97 0,7 ⋅ 0,8 ⋅ fb
+ ≤ ≤ 0,28 ⋅ fb
0,882 ⋅ 0,861 0,7078 ⋅1,5 2,0
1169,55 + 193,80 ≤ 0,28 ⋅ fb
kN
fb ≥ 4869 2 ≥ 4,87 MPa
m
44
Resultados para a parede Py12

45
Verificação da tensão de cisalhamento

Considerando a utilização de blocos de fbk = 5,0 MPa e


argamassa com resistência à compressão de 5,0 MPa, tem-se:
De acordo com o item 6.2.5.6 da NBR 15961-1 o valor característico da
resistência ao cisalhamento em junta horizontais de paredes fvk é dado por:
fvk = 0,15 + 0,5 ⋅ σ ≤ 1,4 MPa
Sendo σ a tensão normal de pré-compressão na junta, considerando-se apenas
as ações permanentes ponderadas por coeficiente de segurança igual a 0,9;
0,9.Nk 0,9.634,4 kN
σ= = = 647 2 = 0,65 MPa fvk = 0,15 + 0,5 ⋅ 0,65 = 0,475 MPa
b.d 0,882 m
Verificação:
Vk ⋅ γf fvk
≤ 1,4 ⋅16,09 0,475
b⋅d γm ≤
14 ⋅ 462 2,0
Vk = 16,09 kN 0,035 MPa < 0,24 MPa → ok!
b = 14,0 cm
46
d = 462,0 cm
Conclusão

Foi estudado um exemplo de um edifício de pequeno porte,


mostrando algumas das etapas mais importantes do
desenvolvimento do projeto estrutural;
Foram apresentadas as definições dos carregamentos verticais e
horizontais;
O carregamento vertical foi distribuído utilizando-se o procedimento
de grupos sem interação, devido a sua viabilidade prática e
suficiente precisão;
As ações horizontais foram distribuídas utilizando-se o
procedimento das paredes isoladas, com a adoção das associações
planas;
Detalhes relativos à consideração das abas na composição das
seções dos painéis foram mostrados a título de ilustração;

47
Conclusão

Os carregamentos foram combinados, mostrando-se uma forma


prática de obtenção das tensões normais e cisalhantes nas
paredes;
Obtidas as tensões, foram apresentados exemplos de
dimensionamento, incluindo a disposição de armaduras de tração e
a adoção de grauteamento como elemento de acréscimo de
resistência à compressão;
Um exemplo de dimensionamento de verga foi inserido,
comentando-se os aspectos mais importantes do seu projeto;
Por fim, foi estudada a estabilidade global da edificação mediante o
emprego do parâmetro γz;
A adequação da rigidez da estrutura foi complementada com a
análise da relação entre a flecha no topo e a altura do edifício;

48
Dimensionamento das Vergas

De todas as vergas do pavimento tipo do edifício, as mais


solicitadas são as dos dormitórios;
Como é desejavel que as vergas sejam armadas igualmente em
todos os níveis, o dimensionamento aqui exemplificado é feito para
a menor resistência de prisma, ou seja, 3,2 MPa, que corresponde
à menor resistência do bloco (4,0 MPa) multiplicada pela eficiência
de 80%;
Dados relevantes:
Peso
Comprimento Altura Largura Laje Carga Total Momento Fletor Esforço
Próprio
(m) (m) (m) (kN/m) (kN/m) (kN.m) Cortante (kN)
(kN/m)
2,20 0,40 0,14 3,64 1,40 5,04 3,05 5,54

49
Dimensionamento das Vergas

Inicialmente verifica-se a eventual necessidade de armadura


transversal;
Adotando-se a altura útil d = 33 cm, determina-se a máxima
tensão de cisalhamento, dividindo-se o esforço cortante máximo
pela altura útil (b x d);
O valor encontrado é de 0,12 MPa;
Para a dispensa de armaduras transversais (vide tabela 5.7), não
se deve ultrapassar o limite de 0,09(fp)1/2 = 0,17 MPa ( < 3,5 MPa);
É o que ocorre, não sendo necessária a disposição de estribos na
verga e bastando a existência da armadura longitudinal de flexão;

50
Dimensionamento das Vergas

Para determinação da armadura de flexão, pode seguir o


equacionamento apresentado no item 6.3.3;
Utilizando a mesma nomenclatura já adotada, tem-se como
parâmetros básicos para o dimensionamento:

51
Dimensionamento das Vergas

Como a altura útil disponível é superior à necessária ao


dimensionamento balanceado, pode-se absorver o momento fletor
com armadura simples em seção submarmada;
A determinação da armadura é apresentado abaixo:

Sob o ponto de vista executivo, costuma-


se utilizar valor superior ao encontrado,
igualando-se a armadura de flexão das
vergas à armadura de cintas que é
apenas construtiva;
Uma solução bastante usual consiste na
utilização de 1 φ 10 mm, que
corresponde a 0,8 cm2 ou 2 φ 8 mm, que
corresponde a 1,0 cm2;
52

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