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BELO HORIZONTE
2014
O estudo do IBPT concluiu que a arrecadação tributária chegou a R$ 1,59 trilhão em 2012, contra R$ 1,49
trilhão registrado em 2011. Nominalmente, houve crescimento de 7,03% na arrecadação tributária,
enquanto que o PIB variou 6,26%.
Desta forma:
- Os tributos federais apresentaram crescimento de R$ 65,38bi
- Os estaduais, de R$ 31,38 bilhões e;
- Os municipais, de R$ 8,11 bilhões.
Fonte: www.ibpt.com.br/.../Carga tributaria-recorde-em-2012-36-27-do-PIB - 04/03/2013
Qualquer que seja a forma de tributação escolhida pela empresa, pode-se verificar que a falta de um
planejamento estratégico tributário pode deixar a empresa mal preparada aos investimentos futuros e uma
possível deficiência de caixa, que gera um desgaste desnecessário de investimentos forçados para
cobertura de gastos que não estavam previstos.
A necessidade de medir os gastos deve ser minuciosa. Deve-se procurar estar atendo a todas as cobranças
tributárias, questionando:
O que estamos pagando?
Quanto estamos pagando?
Porque estamos pagando?
É possivel diminuir esse gasto sem promover o mau andamento dos negocios da empresa?
Professor Antonio Saccá
O planejamento tributário estratégico, no entanto, não pode ser confundido com sonegação ou fraude, ou
seja, toda a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou a retardar, total ou parcialmente, o
conhecimento por parte da autoridade fazendaria da ocorrência do fato gerador da obrigação principal.
No planejamento tributário estratégico, a empresa passa a desenvolver sua atividade de forma estritamente
preventiva, projetando de forma clara os atos e fatos administrativos, objetivando a informação de quais
são os ônus tributários em cada uma das opções legais disponiveis.
De todas as formas legais de planejamento estratégicos tributário, é necessário que o contribuinte esteja
bem assessorado por uma equipe especializada que saiba realizar o planejamento de tributos sem alterar as
obrigações, quando o fato gerador assim o fizer.
O contador precisa conhecer com grande profundidade a legislação tributária, em virtude de suas
responsabilidades quanto à eficácia e eficiência nesse gerenciamento. Desta forma esta sob a sua
responsabilidade:
a) Orientar, treinar e supervisionar os funcionários do setor Fiscal, controlando os prazos de recolhimentos
dos impostos diversos.
b) Acompanhar a apuração fiscal e o registro contábil das provisões relativas aos tributos devidos.
c) A orientação fiscal para todas as unidades da empresa (filiais, fabricas, departamentos, depositos, etc)
ou das empresas do grupo (controladas, coligadas, parceiras em joint ventures,etc).
d) Realizar o planejamento estratégico dos tributos.
Desta forma, para alcançar êxito nessa atividade, o contador precisa ter solidos conhecimento sobre:
a) Os diversos incentivos fiscais existentes que permitem a redução de tributos federias, estaduais e
municipais.
b) Todas as situações em que é possivel o crédito tributário, principalmente em relação aos chamados
impostos não acumulativos.
c) Todas a situações em que é possivel o diferimento (postergação) dos recolhimentos dos impostos,
permitindo um melhor gerenciamento do fluxo de caixa.
d) Todas as despesas e provisões dedutiveis e indedutiveis.
Essa é a razão pela qual a vontade das partes não pode ser alterada ou modificada, uma vez ocorrido o fato
gerador, que por sua vez é a obrigação tributária principal que tem como objetivo o pagamento do tributo.
É a situação descrita em lei que, uma vez concretamente localizado no tempo e no espaço, determina a
transferência juridica, em favor do Estado, da titularidade de certa quantia.
Neste ambiente, se faz necessário interpretar corretamente o conceito do que vem a ser tributo.
Tributos.
Nos termos do artigo 3º do Código Tributário Nacional, é prestação pecuniária compulsória, em moeda ou
cujo valor nela possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
c) Parafiscal: Quando ocorre a delegação, pela pessoa política (União, Estados-Membros, Distrito Federal
e Municípios), mediante lei, a terceiros como: autarquia, órgãos paraestatais, profissionais ou sociais, de
forma que este arrecade o tributo, fiscalize sua exigência e utilize-se dos recursos auferidos para a
consecução de seus fins. Por exemplo, a contribuição anual paga ao CREA, OAB, CRC, CRM, CRO, etc.
Nota: Excluídos do conceito de tributo estão todas as obrigações que resultem de aplicação de pena ou
sanção, como por exemplo: multa de trânsito.
I. Imposto.
Nos termos do Art.16 do CTN (Código Tributário Nacional), imposto é o tributo cuja obrigação tem por
fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal especifica, relativa ao contribuinte.
Portanto, não há que falar em troca, pois o imposto é cobrado em virtude de um acontecimento
desencadeador e caracterizador do imposto, ao que denomina-se fato gerador do imposto, e por tal
pagamento o governo não precisará prestar qualquer serviço ou melhoria ao contribuinte, isso a rigor e
respeitando-se as cláusulas estabelecidas em lei.
b) Indireto: são aqueles em que o contribuinte legal apenas recolhe o valor exigido na apuração que é
suportada de fato pelo consumidor final. Nessa modalidade, existe a compensação do imposto na compra
de insumos para revenda ou para industrialização; exemplificando, é gerado o efeito cascata até que o
imposto acabe por se pago pelo consumidor ou usuário final, como por exemplo: ICMS, IPI, PIS e
COFINS, etc.
II. Taxa.
Nos termos do Art.77 do CTN (Código Tributário Nacional) taxa é o tributo que tem como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos
e divisíveis prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.
A taxa, portanto, envolve uma atividade estatal (União, Estado Distrito Federal e Município) específica em
relação ao contribuinte, como por exemplo: Taxa de luz pública só podem ser cobradas pelos municípios.
Não necessariamente quem paga a taxa vai usar o serviço, apenas terá o serviço à disposição.
V. Empréstimo Compulsório.
Previsto na Constituição Federal, conforme Art.148 e também no Capitulo I que trata do Sistema
Tributário Nacional, o empréstimo compulsório é considerado um tributo e consiste na tomada
compulsória de certa quantidade em dinheiro do contribuinte a título de "empréstimo", para que este o
resgate em certo prazo, conforme as determinações estabelecidas por lei.
Exemplo ocorrido no Brasil foi por ocasião do Plano Cruzado, no qual foi instituído o empréstimo
compulsório sobre:
a) Taxação em 28% no álcool e na gasolina.
b) Taxação nas viagens ao exterior e
c) Taxação sobre as compras de dólares.
5. Obrigação Tributária.
Professor Antonio Saccá
5.1. A relação jurídica tributária é obrigacional e envolve.
a) Sujeito ativo (Estado), que é a pessoa que pode exigir a obrigação tributaria.
b) Sujeito passivo (Contribuinte), que é a pessoa física ou jurídica obrigada pela lei a cumprir a
prestação tributária.
c) Causa (Operação), que a lei determina como a obrigação jurídica tributária, não deixando
simplesmente prevalecer à vontade da pessoa.
d) Objeto (Obrigações), que é a prestação positiva ou negativa a que esta obrigado o contribuinte em
decorrência da lei.
A lei descreve a hipótese de incidência, a situação hipotética em que o contribuinte terá ou não de pagar o
tributo. Ocorrida a hipótese de incidência, temos o fato gerador da obrigação tributária.
O sujeito passivo terá a obrigação ou não de pagar o tributo ao sujeito ativo. Tem, portanto, a obrigação
tributária natureza publica, proveniente da previsão legal e não em decorrência da vontade da pessoa. Só
pode ser a obrigação tributária alterada por força de lei.
Neste caso, não podemos utilizar como sinônimo de Fato Gerador, a expressão Hipótese de Incidência,
pois:
a) Hipótese de incidência é a situação abstrata, hipotética, descrita na lei para a incidência do tributo. É
uma simples previsão legal, é a descrição na lei do fato gerador.
b) Fato gerador é a situação concreta para a incidência do tributo. É a efetivação da hipótese de
incidência prevista na lei.
d) Diferimento: instituto pelo qual, em certas operações caracterizadas por sucessivas etapas de
comercialização, o legislador elege uma desas fases como o fato jurídico tributário, ou seja, o legislador
elegerá o momento efetivo da cobrança dos impostos.
Exemplo: O RICMS prevê que o ICMS fica deferido sobre (Anexo II – Art.8º do RIMCS):
Art. 1º Fica diferido o pagamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre Prestação de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), nas
operações internas realizadas pelo produtor, com gado bovino, carvão, pimenta-do-reino e borracha
natural e, ainda, com cacau, exceto quando este for destinado a estabelecimentos industriais"
Parágrafo único. Interrompe-se o deferimento:
I - na saída do produto do estabelecimento adquirente, exceto para outro estabelecimento produtor em se
tratando de gado bovino;
II - na saída para outra unidade da Federação;
III - na saída para o exterior;
IV - na saída para consumidor final.
e) Suspensão: nesses casos, verifica-se a ocorrência do fato gerador do imposto, sendo apenas postergado
para o momento futuro e certo seu pagamento.
Exemplo: O RICMS, prevê no seu Art.319 a suspensão do ICMS nas operações internas de remessa de
mercadoria a titulo de Demonstração, desde que retornem ao estabelecimento de origem no prazo de 60
dias, contados da data de saida, se neste prazo não for realizada a transmissão de sua propriedade.
A exemplo disto, as empresas escolhem os ambientes nos quais irão implementar suas fabricas, suas lojas
e seus escritórios. A escolha da localização geográfica da empresa para realização de suas atividades
influencia o valor do tributo a ser pago ao ente governamental. Por exemplo, as alíquotas do ISS e do
ICMS e outros tributos variam de Município e de Estado respectivamente.
Outros aspectos determinantes que impactam o valor do tributo a ser pago pelas organizações são:
a) As atividades escolhidas – produtos e serviços.
b) O porte da empresa - faturamento.
7. LUCRO REAL.
7.1. Conceito.
É à base de cálculo do imposto sobre a renda apurada segundo registros contábeis e fiscais efetuados
sistematicamente de acordo com as leis comerciais e fiscais.
Data de Apuração.
Para efeito da incidência do imposto sobre a renda, o lucro real das pessoas jurídicas deve ser apurado na
data de encerramento do período de apuração que encerra-se:
a) nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, no caso de apuração trimestral do
imposto de renda;
b) no dia 31 de dezembro de cada ano-calendário, no caso de apuração anual do imposto de renda;
c) na data da extinção da pessoa jurídica, assim entendida a destinação total de seu acervo líquido;
d) na data do evento, nos casos de incorporação, fusão ou cisão da pessoa jurídica.
Balanço Patrimonial.
O regime de tributação com base no lucro real exige o levantamento de Balanços Patrimoniais,
fundamentados nas normas das legislações comerciais e fiscais e de acordo com os Princípios
Fundamentais de Contabilidade.
Os Balanços são levantados ao final de cada trimestre ou de cada ano, de acordo com o período de
apuração escolhido pela pessoa jurídica.
O lucro real corresponde ao resultado contábil ajustado pelas adições e exclusões ou compensações
estabelecidas em lei, que são feitas extra contabilmente através do Livro de Apuração do Lucro Real -
LALUR.
A apuração do lucro real demanda uma estrutura administrativa mais complexa, pois muitos são os
documentos e livros exigidos pela fiscalização, obrigando a empresa a ter controle de todo movimento
financeiro, administrativo, de estoques, de produção, de comercialização, etc.
As Sociedades de Propósito Específico (SPE) deverão apurar o imposto de renda das pessoas jurídicas
com base no lucro real, conforme estipulado no art. 56, § 2, IV da Lei Complementar 123/2006.
Nota¹: O limite em vigor em 2013, fixado pela Lei 10.637/2002, considerava a receita bruta total, no ano-
calendário anterior, seja superior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$
4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário
anterior, quando inferior a 12 (doze) meses.
1ª Opção: Anual.
Modalidade de Apuração:
a) Antecipações por Estimativa Mensal; ou
b) Antecipação com base em Balanço ou Balancetes de Suspensão ou Redução.
O Contribuinte que optar pela apuração anual, está obrigado a fazer antecipações mensais do IRPJ e
CSLL, que serão compensadas com o IRPJ e CSLL devido, calculado na DIPJ de Ajuste. A opção será
manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade.
Nota: O montante do tributo pago em antecipações mensais será compensado com o montante devido com
base no Lucro Real, e a empresa deverá providenciar o recolhimento da diferença, se houver. Este
“encontro de contas” acontece por ocasião da entrega da DIPJ.
Professor Antonio Saccá
a) Antecipação por Estimativa (Lei 9.430/96, art.2): O cálculo do IRPJ e CSLL por estimativa tem como
base de cálculo a receita bruta auferida mensalmente, aplicando-se percentuais constantes no artigo 15, §
lº, da Lei 9.249/1995, acrescidos das demais receitas (ganho de capital, juros, variação monetária ativa,
etc.).
Nota: Na opção de Estimativa, o pagamento do IRPJ e CSLL pode ser Suspenso ou Reduzido, desde que a
empresa comprove, através de balancetes mensais, que o saldo do IRPJ e CSLL a recolher é menor que o
calculado por Estimativa sobre a receita.
b) Antecipação com base em Balanço ou Balancetes de Suspensão ou Redução: Baseado nos artigos 10 a
16 da Instrução Normativa SRF 93/1997 e Instrução Normativa RFB 926/99, o contribuinte efetua o
cálculo do IRPJ e CSLL, considerando a possibilidade:
- De Suspender o pagamento do imposto, desde que demonstre que o valor do imposto devido,
calculado com base no lucro real do período em curso (Balancete de Suspensão pelo lucro real
acumulado), é igual ou inferior à soma do imposto de renda devido por estimativa, correspondente
aos meses do mesmo ano-calendário, anteriores àquele a que se
refere o balanço ou balancete levantado.
Exemplo de Suspensão: Através do balancete mensal acumulado, demonstra-se que o imposto pago até a
data do balancete é maior que o devido.
- Período de apuração: 30 de Maio/2013, pelo Balancete acumulado de Janeiro a Maio/2013 do respectivo
ano.
- Imposto apurado:
- Lucro Real: R$ 20.000,00.
- Estimativa: R$ 25.000,00.
- Imposto até essa data que já foi recolhido: R$ 22.000,00.
- Portanto, inexiste a obrigação de recolhimento do IRPJ.
Nota: Essa opção, também, pode ser utilizada nos meses em que houver prejuízo fiscal.
- De Reduzir o valor do imposto mensal a ser pago, desde que demonstre que o valor do imposto
mensal do imposto devido, calculado com base no lucro real do período em curso (Balancete de
Redução pelo lucro real acumulado) poderá ser reduzido ao montante correspondente à diferença
positiva entre o imposto devido no período em curso e a soma do imposto de renda devido,
correspondente aos meses do mesmo ano-calendário, anteriores àquele a que se refere o balanço ou
balancete levantado.
Exemplo de Redução: Através do balancete mensal acumulado demonstra-se que o imposto devido, com
base no lucro real, é inferior ao apurado com base na receita bruta mensal da empresa, conforme citado no
item "a", podendo haver a redução do recolhimento mensal.
- Período de apuração: 30 de Maio/2013, pelo Balancete acumulado de Janeiro a Maio/2013 do respectivo
ano.
- Imposto apurado:
- Lucro Real: R$ 10.000,00.
- Estimativa: R$ 15.000,00.
Professor Antonio Saccá
- Imposto até essa data que já foi recolhido: R$ 8.000,00.
- Diferença a recolher: R$ 2.000,00.
Caso a pessoa jurídica pretenda suspender ou reduzir o valor do imposto devido, em qualquer
outro mês do ano-calendário, deverá levantar novo balanço ou balancete do período em curso.
Os balanços ou balancetes de suspensão ou redução deverão ser levantados com observância das
leis comerciais e fiscais e transcritos no livro Diário até a data fixada para pagamento do imposto
do respectivo mês. Esses balanços ou balancetes somente produzirão efeitos para fins de
determinação do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido do período em
curso.
O resultado do período em curso deverá ser ajustado por todas as adições determinadas, exclusões
e compensações de prejuízos fiscais admitidas pela legislação do imposto de renda. A
demonstração do lucro real relativa ao período abrangido pelos balanços ou balancetes de
suspensão ou redução deverá ser transcrita no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR).
Nesses casos as retenções ocorridas nos trimestres, poderão, a partir do trimestre seguinte, ser
considerados como saldo negativo de IRPJ e CSLL e ser atualizados monetariamente pela taxa de juros
Selic, contribuindo ainda com a geração de resultados financeiros.
O maior prazo para recolhimento do IRPJ e CSLL poderá ser de até 60 dias a mais nessa opção.
Nota: O IRPJ e a CSLL são recolhidos no último dia do mês posterior ao encerramento do trimestre, ou
ainda, em três quotas iguais e sucessivas que devem ser recolhidas no último dia útil do mês posterior ao
encerramento do trimestre em relação à primeira quota, e a segunda e a terceira quotas serão pagas
respectivamente nos meses subsequentes. Devendo ser acrescidas de juros Selic, acumulada mensalmente,
a partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até o
ultimo dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.
Nenhuma quota pode ter valor inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) e a CSLL de valor a R$ 2.000,00 (dois
mil reais) deve ser paga em quota única.
Do imposto apurado, a pessoa jurídica pode deduzir valores a título de incentivo fiscal, tais como o
incentivo de Alimentação ao Trabalhador, Doações ao Fundo da Criança e Adolescência, Doações ao
Fundo do Idoso, Incentivos à Atividade Cultural e Artística, Incentivos à Atividade Audiovisual,
Incentivos ao Desporto, etc.
Cada incentivo possui uma normatização específica e uma série de procedimentos a serem observados.
No entanto, em regra, a legislação permite que valores caracterizados como inventivos fiscais sejam
deduzidos diretamente do imposto de renda devido (o adicional não conta para cálculo dos incentivos).
Os incentivos fiscais poderão ser deduzidos do IRPJ normal apurado durante o ano de acordo com a opção
de tributação da pessoa jurídica:
(a) balanço trimestral;
(b) regime da estimativa; ou,
(c) balancetes de suspensão/redução.
Limite de
Limite de Dedução
Incentivos Fiscais Base de Cálculo do Incentivo Dedução Fundamento Legal
Cumulativa
Individual
15% das despesas de custeio do
PAT, líquidas da parcela cobrada
dos empregados ou 15% de
R$1,99 X número de refeições
Programa de Alimentação do 4% do IRPJ
fornecidas no período, o que for
Trabalhador (PAT) devido Arts. 491 a 493, 581
menor.
O valor de R$ 1,99 corresponde a 4% do IRPJ devido a 587, 504 a 507 do
80% do custo máximo da refeição RIR/99
de R$ 2,49.
Programa de Desenvolvimento
15% dos dispêndios incorridos no 4% do IRPJ
Tecnológico Industrial ou
período devido
Agropecuário (PDTI/PDTA)
Operações de Caráter Cultural Valor das doações e patrocínios 4% do IRPJ
e Artístico, realizados devido 4% do IRPJ devido,
observado o limite
Valores aplicados na aquisição de Arts. 475 a 478, 484
específico para as
certificados de investimentos em 3% do IRPJ atividades a 488 do RIR/99
Atividade Audiovisual
projetos aprovados pelo Ministério devido audiovisuais
da Cultura
Doações aos Fundos dos
1% do IRPJ
Direitos da Criança e do Doações efetivamente realizadas Não há Art. 591 do RIR/99
devido
Adolescente
Art. 1º da Lei nº
Patrocínios e doações a projetos
Projetos Desportivos e 1% do IRPJ 11.438/06 com a
aprovados pelo Ministério do Não há
Paradesportivos devido redação dada pela
Esporte
Lei nº 11.472/2007
Exemplo de cálculo.
PAT – Programa de Alimentação ao Trabalhador.
Para a execução do PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), a pessoa jurídica beneficiária poderá:
1) manter serviço próprio de refeições;
2) distribuir alimentos, inclusive não preparados (cestas básicas) e
3) firmar convênios com entidades que forneçam ou prestem serviços de alimentação coletiva, desde que
essas entidades sejam credenciadas pelo Programa e se obriguem a cumprir o disposto na legislação do
PAT e na Portaria SIT (Secretaria de Inspeção do Trabalho) nº 3/2002, condição que deverá constar
expressamente do texto do convênio entre as partes interessadas.
É importante ressaltar que no PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) previamente aprovado pelo
Ministério do Trabalho, a parcela paga in natura pela empresa não tem natureza salarial, assim não se
incorpora á remuneração para quaisquer efeitos, não constitui base de incidência de contribuição
previdenciária ou do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nem se configura como rendimento
tributável do trabalhador (artigo 6o do Decreto 05/1991).
A pessoa jurídica que custear em comum com outra pessoa jurídica as despesas para a execução do
Programa de Alimentação do Trabalhador poderá beneficiar-se do incentivo fiscal, porém, apurando-se o
valor do incentivo pelo critério de rateio (artigo 5o do Decreto 05/1991).
As despesas de custeio admitidas na base de cálculo do incentivo são aquelas que vierem a constituir o
custeio direto e exclusivo do serviço de alimentação, podendo ser considerados, além da matéria-prima,
mão de obra, encargos decorrentes de salários, asseio e os gastos de energia diretamente relacionados com
o preparo e a distribuição das refeições.
A pessoa jurídica deve destacar contabilmente, com subtítulos por natureza de gastos, as despesas
constantes do PAT (Artigo 7o do Decreto 05/1991).
A participação do trabalhador no PAT é limitada a 20% (vinte por cento) do custo direto da refeição.
Parágrafo 2o do artigo 585 do RIR/1999 e artigo 4o da Portaria SIT (Secretaria de Inspeção do Trabalho) nº
3/2002.
Desde 01.01.1998, a dedução direta no imposto, relativa ao incentivo ao PAT (Programa de Alimentação
do Trabalhador), fica limitada a 4%, do Imposto de Renda (sem a inclusão do adicional).
Observados os limites supracitados e os demais requisitos normativos, o valor do incentivo ao PAT pode
ser deduzido do valor do imposto:
1) devido mensalmente por estimativa, ainda que calculado com base em balanços/balancetes de
suspensão ou redução do imposto mensal;
Professor Antonio Saccá
2) apurado com base no lucro real anual ou trimestral.
Para efeito de pagamento mensal do imposto por estimativa, a parcela do incentivo excedente em cada
mês pode ser utilizada nos meses subsequentes, do mesmo ano-calendário, observados os limites
normativos.
Para efeito de utilização do incentivo fiscal relativo aos PAT (Programas de Alimentação do Trabalhador),
a IN SRF (Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal) nº 16/1992 fixou o custo máximo por
refeição em 3,00 UFIR e dispôs, ainda, que o valor do incentivo fiscal por refeição dedutível do Imposto
de Renda deve ser calculado mediante a aplicação da alíquota do imposto sobre 2,40 UFIR (Unidade
Fiscal de Referência).
De acordo com o artigo 30 da Lei 9.249/1995 a partir de 01.01.1996 os valores constantes da legislação
tributária, expressos em quantidade de UFIR (Unidade Fiscal de Referência), foram convertidos em reais
pelo valor da UFIR (Unidade Fiscal de Referencia) em 01.01.1996 (R$ 0,8287), temos, então, os seguintes
limites em reais:
- Custo máximo por refeição R$ 2,49;
- Base do incentivo: R$ 1,99 por refeição.
O incentivo ao PAT que será deduzido diretamente do IRPJ, corresponderá ao menor dos seguintes
valores:
1) aplicação da alíquota de 15% sobre a soma das despesas de custeio realizadas com o PAT;
2) R$ 0,2985 (15% de R$ 1,99), multiplicado pelo número de refeições fornecidas no período.
Observados os critérios normativos, a pessoa jurídica pode deduzir do Imposto de Renda devido com base
no lucro real o valor equivalente á aplicação da alíquota cabível do Imposto de Renda sobre a soma das
despesas de custeio realizadas na execução do PAT, diminuída a participação dos empregados no custo das
refeições.
1ª Simulação:
A Companhia gastou R$ 20.000,00 com refeições para os seus funcionários em 2013, equivalente a 2.000
refeições.
Para fins de cálculo do incentivo o contribuinte primeiramente identifica qual a menor das bases,
conforme segue:
- Custo efetivo das refeições conforme balancete: R$ 20.000,00 x 15% = R$ 3.000,00
- Custo fiscal máximo das refeições: R$ 3.980,00 (2.000 refeições x R$ 1,99) = R$ 597,00
b) Identificado o valor do incentivo, o contribuinte precisa determinar o limite para dedução direta
do IRPJ. Considerando que o lucro fosse de R$ 15.000,00, desta maneira o cálculo do limite se
processaria da seguinte forma:
c) Sabendo qual o limite que pode ser deduzido diretamente do IRPJ, o imposto a recolher será
determinado da seguinte forma:
2ª Simulação:
Considerando um imposto a recolher de R$ 10.000,00 teríamos a seguinte situação:
a) O limite sobre o IRPJ foi apurado no ano-base de 2013 da seguinte forma:
b) Sabendo qual o limite que pode ser deduzido diretamente do IRPJ, o imposto a recolher será
determinado da seguinte forma:
Deste modo, os valores lançados na contabilidade, que diminuam o Lucro Contábil, mas que pela
legislação do IRPJ e da CSLL são indedutíveis, devem ser adicionados ao resultado, pelo LALUR, tais
como:
- Custos e Despesas consideradas como indedutíveis pela legislação do IRPJ e CSLL: Multa por Infração
à legislação, exceto as de natureza compensatórias; Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa; Gastos
não relacionados à atividade da empresa (ex: Brindes e Doações), etc.
- Valores levados a crédito da conta de Ajuste de Exercícios Anteriores.
Nota: É importante observar que nem todas as Adições para efeito do cálculo do IRPJ são consideradas
para efeito da CSLL e vise versa.
Do mesmo modo, os valores que foram acrescentados ao Resultado contábil, mas que pela legislação não
devem compor a base de cálculo do IR e da CSLL, serão excluídos no LALUR, tais como:
- Receitas não tributáveis inclusas no lucro liquido: Dividendos recebidos de outras empresas; Receita
com Equivalência Patrimonial.
- Reversão de Provisões não indedutiveis de períodos anteriores: a reversão de provisão é contabilizada
como
aumentará o lucro contábil.
- Valores levados a débito da conta de Ajuste de Exercícios Anteriores.
Nota: É importante observar que nem todas as Exclusões para efeito do cálculo do IRPJ são consideradas
para efeito da CSLL e vise versa
PARTE "B" - é a parte onde incluem-se os valores que afetarão o Lucro Real de períodos-base futuros,
como, por exemplo: Prejuízos Fiscais a Compensar, Ajuste Fiscais Temporárias, etc.
5 - Prejuízos e perdas em operações no Exterior exceto hedge (adição somente Adição Adição
em Dezembro art.394 e 396 do RIR/99; §8º art. 1º I.N. SRF 213/2002; *
Considerar:
a) as perdas incorridas em operações efetuadas no exterior e reconhecidas nos
resultados da pessoa jurídica (IN SRF 213/2002, art. 1º, § 8º);
b) as perdas de capital decorrentes de aplicações e operações efetuadas no
exterior pela própria empresa brasileira, não podem ser deduzidas,na
determinação do lucro real, nem compensadas com lucros produzidos no
Brasil. A indedutibilidade da perda de capital aplica-se, inclusive, em relação às
alienações de filiais e sucursais e de participações societárias em pessoas
jurídicas domiciliadas no exterior (IN SRF 213/2002, art.12).
c) as perdas em operações realizadas no exterior devem ser consideradas somente
para a Atividade Geral;
10 -Lucros distribuídos disfarçadamente - art.467 do RIR/99; IN SRF 390/04 art. 38 Adição Adição
11- Comissão condicionada ao recebimento do cliente - P.N. CST 07/76; Adição Adição
* **
12 - Pagamento a sociedade civil de profissão regulamentada controlada Adição
por pessoa física controladora da fonte pagadora
- art.249, II do RIR/99 - D.L.2.397/87;
19 - Aquisição com cupom fiscal que não atender as exigências do Adição Adição
art. 61 Lei 9.532/97 - P.N. CST 83/76;
42 - As despesas com brindes (art. 249, VIII do RIR/99; PN CST 15/76; Adição Adição
IN SRF 390/2004 art. 38);
Nota:
* controlado na parte "B" do LALUR
** controlado no LALUR ou em relatório específico para a CSLL Instrução Normativa SRF 390/2004
Art. 42 - A pessoa jurídica poderá utilizar o Lalur ou livro específico para apuração da CSLL, para transcrever a demonstração
do resultado ajustado e manter os registros de controle dos valores que devam influenciar a determinação do resultado ajustado
dos períodos subsequentes.
1. INTRODUÇÃO
Para se apurar a base de cálculo da contribuição social sobre o lucro deverão ser adicionados e excluídos do resultado do
exercício determinados valores que estão previstos não lei que rege a matéria. Em decorrência das constantes alterações da
legislação tributária e muitas vezes o texto da lei encarrega-se de confundir o contribuinte surgindo à indagação de quais são os
valores que devem ser adicionados resultado para determinação da base de cálculo da referida contribuição, ou seja, adiciona-se
os mesmos valores que são adicionados ao lucro real ou são diferentes
2. DISPOSIÇÕES LEGAIS - A Lei 8.981/95 em seu art. 57 determina que - Aplica-se à Contribuição Social sobre o Lucro, as
mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidos para o imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive no que se
refere ao disposto no art. 38, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor, com as alterações
introduzidas por esta Lei.
4. CONCLUSÃO - Como se observa, a Lei determina que deve ser seguido à mesma regra de cálculo e pagamento, em outras
palavras o mesmo sistema de cálculo (Lucro Real, Presumido ou Arbitrado) e nos mesmos prazos, todavia permanecendo
inalterada a base de cálculo e as alíquotas na legislação em vigor.
A Lei 7.689/88 ao dispor sobre a base de calculo da CSLL determina quais são os valores que devem ser adicionados e
excluídos de sua base de cálculo. Assim, os valores que devem ser considerados na base de cálculo são os previstos nessa lei.
Assim, os valores que devem ser adicionados necessariamente não os mesmos que são adicionados para apuração do lucro real.
Por exemplo, no rol de adições não consta: as multas punitivas; os tributos cuja exigibilidade estejam suspensos de acordo com
as normas do CTN. Portanto, no exemplo citado acima as multas punitivas e os tributos apropriados como despesas e cuja sua
exigibilidade esteja não suspensa mediante ação judicial própria não devem ser adicionados em sua base de cálculo da CSLL.
Desta forma, a contabilização de um ativo ou passivo enseja que a recuperação ou liquidação de seus
valores possa produzir alterações nas futuras apurações de imposto de renda e contribuição social, através
da sua dedutibilidade ou tributação. Nessa circunstância, a entidade deve reconhecer, com certas
exceções, esse impacto fiscal através da contabilização de um passivo ou ativo fiscal diferido, no período
em que tais diferenças surgirem.
a) Diferenças Temporárias são as diferenças que impactam ou podem impactar a apuração do imposto
de renda e da contribuição social decorrentes de diferenças temporárias entre a base fiscal de um ativo ou
passivo e seu valor contábil no balanço patrimonial. Elas podem ser:
a.1) tributáveis, ou seja, que resultarão em valores a serem adicionados no cálculo do resultado tributável
de períodos futuros, quando o valor contábil do ativo ou passivo for recuperado ou liquidado;
a.2) dedutíveis, ou seja, que resultarão em valores a serem deduzidos no cálculo do resultado tributável de
períodos futuros, quando o valor contábil do ativo ou passivo for recuperado ou liquidado.
b) Compensação futura de prejuízos fiscais deve-se reconhecer o ativo fiscal diferido com relação
a prejuízos fiscais à medida que seja provável que no futuro haverá lucro tributável suficiente para
compensar estes prejuízos.
Desta forma, se não for provável que não haverá lucro tributável para compensar os prejuízos fiscais, o
ativo fiscal diferido não deve ser reconhecido.
Nesses casos, a receita ou o lucro já foram registrados contabilmente pelo regime de competência e a
despesa de Imposto de Renda também deve ser reconhecida no mesmo período, mediante crédito na conta
de Provisão para Imposto de Renda Diferido, classificada no Passivo Circulante ou Passivo Não
Circulante e débito na conta de despesa de Imposto de Renda no Resultado.
Quando a receita ou o lucro se tornarem tributáveis, o valor constante da conta de Provisão para Imposto
de Renda Diferido será transferido para a conta de Provisão para Imposto de Renda no Passivo Circulante,
não alterando o resultado desse período.
O passivo fiscal diferido deve ser reconhecido às alíquotas aplicáveis ao exercício em que o passivo deve
ser liquidado
A obrigatoriedade do e-Lalur teve início a partir do ano-calendário 2013 e deverá ser apresentada pelo
estabelecimento matriz da pessoa jurídica, até o final do último dia útil do mês de junho do ano
subsequente ao ano-calendário de referência, ou seja, os dados inerentes ao exercício de 2013 deverão ser
apresentados até o dia 30/06/2014, conforme Instrução Normativa 1.249/2012.
Com a publicação da Instrução Normativa nº 1.353 de 30 de abril de 2013, a RFB criou a EFD-IRPJ
Escrituração Fiscal Digital do Imposto sobre a Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido das
Pessoas Jurídicas (EFD-IRPJ) que, neste caso, teve por objetivo absorver:
a) O e-LALUR – Lalur Eletrônico;
b) O FCONT – Controle Fiscal de Transição;
c) A ECD-FISCAL – Escrituração Contabil Digital – Fiscal;
d) DIPJ – Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica.
Tanto a ECD (Escrituração Contabil Digital) quanto a ECF (Escrituração Contabil Fiscal) deverão ser
transmitidas anualmente, por meio do SPED, até o ultimo dia útil dos meses de junho e julho,
respectivamente, do ano seguinte ao ano-calendário a que se referira à escrituração, salvo hipótese em que
transmissão da obrigação acessória seja antecipada.
Observando que nos casos de omissão, inexatidão ou incompletude em suas informações sujeitam o
contribuinte penalidades que podem chegar a três por cento do valor das transações comerciais ou das
operações financeiras.
1- Conforme determina o art. 2º da Lei 12.973 de 2014, que alterou o art. 7º e 8º do Decreto-Lei
1.598/77.
O Livro de Apuração do Lucro Real Eletrônico (e-Lalur) e o Livro de Apuração da CSLL Eletrônico (e-
Lacs), assim como o Cálculo da CSLL e do IRPJ serão demonstrados em relatórios constantes dos Blocos
da Escrituração Contábil Fiscal (ECF), e serão transmitidos ao SPED – Sistema Público de Escrituração
Digital,
Lei 12.973 de 2014
"Art. 8º-A - O sujeito passivo que deixar de apresentar o livro de que trata o inciso I do caput do Art. 8º,
nos prazos fixados no ato normativo a que se refere o seu §3º, ou que o apresentar com inexatidões,
incorreções ou omissões, fica sujeito às seguintes multas:
I - equivalente a 0,25% (vinte e cinco centésimos por cento), por mês-calendário ou fração, do lucro
líquido antes do Imposto de Renda da pessoa jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, no
período a que se refere a apuração, limitada a 10% (dez por cento) relativamente às pessoas jurídicas que
deixarem de apresentar ou apresentarem em atraso o livro; e
II - 3% (três por cento), não inferior a R$ 100,00 (cem reais), do valor omitido, inexato ou incorreto.
Professor Antonio Saccá
§1º - A multa de que trata o inciso I do caput será limitada em:
I - R$ 100.000,00 (cem mil reais) para as pessoas jurídicas que no ano-calendário anterior tiverem
auferido receita bruta total, igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais);
II - R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) para as pessoas jurídicas que não se enquadrarem na
hipótese de que trata o inciso I deste parágrafo.
§2º - A multa de que trata o inciso I do caput será reduzida:
I - em 90% (noventa por cento), quando o livro for apresentado em até 30 (trinta) dias após o prazo;
II - em 75% (setenta e cinco por cento), quando o livro for apresentado em até 60 (sessenta) dias após o
prazo;
III - à metade, quando o livro for apresentado depois do prazo, mas antes de qualquer procedimento de
ofício; e
IV - em 25% (vinte e cinco por cento), se houver a apresentação do livro no prazo fixado em intimação.
§3º - A multa de que trata o inciso II do caput:
I - não será devida se o sujeito passivo corrigir as inexatidões, incorreções ou omissões antes de iniciado
qualquer procedimento de ofício; e
II - será reduzida em 50% (cinquenta por cento) se forem corrigidas as inexatidões, incorreções ou
omissões no prazo fixado em intimação.
§4º - Quando não houver lucro líquido, antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social, no período
de apuração a que se refere a escrituração, deverá ser utilizado o lucro líquido, antes do Imposto de Renda
e da Contribuição Social do último período de apuração informado, atualizado pela taxa referencial do
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - Selic, até o termo final de encerramento do período a que
se refere a escrituração.
§5º - Sem prejuízo das penalidades previstas neste artigo, aplica-se o disposto no Art. 47 da Lei nº 8.981,
de 20 de janeiro de 1995, à pessoa jurídica que não escriturar o livro de que trata o inciso I do caput do
Art. 8º da presente Lei de acordo com as disposições da legislação tributária."
I - absorção de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido totalmente absorvidas as demais
Reservas de Lucros, com exceção da Reserva Legal; ou
II - aumento do capital social.
§ 1o Na hipótese do inciso I do caput, a pessoa jurídica deverá recompor a reserva à medida que forem
apurados lucros nos períodos subsequentes.
§ 2o As doações e subvenções de que trata o caput serão tributadas caso não seja observado o disposto no
§ 1o, ou seja, dada destinação diversa da que está prevista no caput, inclusive nas hipóteses de:
I - capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do
capital social, hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído, limitado ao valor total das
exclusões decorrentes de doações ou subvenções governamentais para investimentos;
II - restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, nos 5 (cinco) anos
anteriores à data da doação ou da subvenção, com posterior capitalização do valor da doação ou da
subvenção, hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído, limitada ao valor total das
exclusões decorrentes de doações ou de subvenções governamentais para investimentos; ou
III - integração à base de cálculo dos dividendos obrigatórios.
§ 3o Se, no período de apuração, a pessoa jurídica apurar prejuízo contábil ou lucro líquido contábil
inferior à parcela decorrente de doações e de subvenções governamentais e, nesse caso, não puder ser
constituída como parcela de lucros nos termos do caput, esta deverá ocorrer à medida que forem apurados
lucros nos períodos subsequentes.
Parágrafo único. No caso de alienação ou baixa de um ativo que compõe uma unidade geradora de caixa,
o valor a ser reconhecido na apuração do lucro real deve ser proporcional à relação entre o valor contábil
desse ativo e o total da unidade geradora de caixa à data em que foi realizado o teste de recuperabilidade.
§ 15. Caso a quota de depreciação registrada na contabilidade do contribuinte seja menor do que aquela
calculada com base no § 3o, a diferença poderá ser excluída do lucro líquido na apuração do lucro real,
observando-se o disposto no § 6o.
§ 16. Para fins do disposto no § 15, a partir do período de apuração em que o montante acumulado das
quotas de depreciação computado na determinação do lucro real atingir o limite previsto no § 6o, o valor
da depreciação, registrado na escrituração comercial, deverá ser adicionado ao lucro líquido para efeito de
determinação do lucro real." (NR)
§ 1º A quota de depreciação registrável em cada exercício será estimada pela aplicação da taxa anual de
depreciação sobre o custo de aquisição do bem depreciável, atualizado monetàriamente, observadas nos
exercícios financeiros de 1965 e 1966, as disposições constantes do § 15 do artigo 3º da Lei nº 4.357 de
16 de julho de 1964. (Vide Medida Provisória nº 627, de 2013) (Vigência)
§ 2º A taxa anual de depreciação será fixada em função do prazo durante o qual se possa esperar a
utilização econômica do bem pelo contribuinte, na produção dos seus rendimentos.
§ 7º A depreciação será deduzida pelo contribuinte que suporta o encargo econômico do desgaste ou
obsolescência, de acordo com condições de propriedade, posse ou uso de bem.
§ 8º A quota de depreciação é dedutível a partir da época em que o bem é instalado, posto em serviço ou
em condições de produzir.
§ 9º Podem ser objeto de depreciação todos os bens físicos sujeitos a desgaste pelo uso ou por causas
naturais, ou obsolescência normal, inclusive edifícios e construções.
§ 11. O valor não depreciado dos bens sujeitos à depreciação que se tornarem imprestáveis, ou caírem em
desuso, importará na redução do ativo imobilizado.
§ 12. Quando o registro do imobilizado for feito por conjunto de instalação ou equipamentos, sem
especificação suficiente para permitir aplicar as diferentes taxas de depreciação de acordo com a
natureza do bem, e o contribuinte não tiver elementos para justificar as taxas médias adotadas para o
conjunto, será obrigado a utilizar as taxas aplicáveis aos bens de maior vida útil que integrem o conjunto.
§ 13. Não será admitida depreciação dos bens para os quais seja registrada quota de exaustão.
§ 14. A quota de depreciação dos bens aplicados exclusivamente na exploração de minas, jazidas e
florestas, registrável em cada exercício, poderá ser determinada de acordo com o § 2º do art. 59, se o
período de exploração total da mina, jazida ou floresta for inferior ao tempo de vida útil dos mesmos
bens.
6- Amortização do Intangível
Lei 12.973 de 2014
(...)
Seção XVIII
Professor Antonio Saccá
Amortização do Intangível
Art. 41. A amortização de direitos classificados no ativo não circulante intangível é considerada dedutível
na determinação do lucro real, observado o disposto no inciso III do caput do art. 13 da Lei no 9.249, de
26 de dezembro de 1995.
(...)
Art. 9o A Lei 9.249, de 26 de dezembro de 1995, passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 13........................................................................
..............................................................................................
VIII - de despesas de depreciação, amortização e exaustão geradas por bem objeto de arrendamento
mercantil pela arrendatária, na hipótese em que esta reconheça contabilmente o encargo.
..................................................................................." (NR)
(...)
Art. 13. Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro
líquido, são vedadas as seguintes deduções, independentemente do disposto no art. 47 da Lei nº 4.506, de
30 de novembro de 1964:
V - das contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros e planos de saúde, e
benefícios complementares assemelhados aos da previdência social, instituídos em favor dos empregados
e dirigentes da pessoa jurídica;
§ 1º Admitir-se-ão como dedutíveis as despesas com alimentação fornecida pela pessoa jurídica,
indistintamente, a todos os seus empregados.
II - as efetuadas às instituições de ensino e pesquisa cuja criação tenha sido autorizada por lei federal e
que preencham os requisitos dos incisos I e II do art. 213 da Constituição Federal, até o limite de um e
meio por cento do lucro operacional, antes de computada a sua dedução e a de que trata o inciso
seguinte;
III - as doações, até o limite de dois por cento do lucro operacional da pessoa jurídica, antes de
computada a sua dedução, efetuadas a entidades civis, legalmente constituídas no Brasil, sem fins
lucrativos, que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora, e
respectivos dependentes, ou em benefício da comunidade onde atuem, observadas as seguintes regras:
a) as doações, quando em dinheiro, serão feitas mediante crédito em conta corrente bancária diretamente
em nome da entidade beneficiária;
b) a pessoa jurídica doadora manterá em arquivo, à disposição da fiscalização, declaração, segundo
modelo aprovado pela Secretaria da Receita Federal, fornecida pela entidade beneficiária, em que esta se
compromete a aplicar integralmente os recursos recebidos na realização de seus objetivos sociais, com
identificação da pessoa física responsável pelo seu cumprimento, e a não distribuir lucros, bonificações
ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma forma ou pretexto;
c) a entidade civil beneficiária deverá ser reconhecida de utilidade pública por ato formal de órgão
competente da União.
(...)
Seção XXII
Arrendamento Mercantil
Art. 47. Poderão ser computadas na determinação do lucro real da pessoa jurídica arrendatária as
contraprestações pagas ou creditadas por força de contrato de arrendamento mercantil, referentes a bens
móveis ou imóveis intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços,
inclusive as despesas financeiras nelas consideradas.
Lei 12.973 de 2014
(...)
Arrendamento Mercantil
Art. 57. No caso de operação de arrendamento mercantil não sujeita ao tratamento tributário previsto na
Lei no 6.099, de 12 de setembro de 1974, em que haja transferência substancial dos riscos e benefícios
Parágrafo único. As pessoas jurídicas sujeitas ao regime de tributação de que tratam as Leis nos 10.637, de
30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, poderão descontar créditos calculados
sobre o valor do custo de aquisição ou construção dos bens arrendados proporcionalmente ao valor de
cada contraprestação durante o período de vigência do contrato.
Nota:
Lei 12973/14 – art. 2º (acresce ao DL 1598/77, art. 13, os §§ 3º e 4º):
“Art. 13. (...)
(...)
§ 3o O disposto nas alíneas “c”, “d” e “e” do § 1o não alcança os encargos de depreciação, amortização e exaustão gerados
por bem objeto de arrendamento mercantil, na pessoa jurídica arrendatária.
§ 4o No caso de que trata o § 3o, a pessoa jurídica deverá proceder ao ajuste no lucro líquido para fins de apuração do
lucro real, no período de apuração em que o encargo de depreciação, amortização ou exaustão for apropriado como custo
de produção.” (NR)
§ 1o Nas hipóteses previstas nos incisos I, II e III do caput, os valores decorrentes do ajuste a valor
presente deverão ser evidenciados contabilmente em subconta vinculada ao ativo.
§ 2o Os valores decorrentes de ajuste a valor presente de que trata o caput não poderão ser considerados
na determinação do lucro real:
I - na hipótese prevista no inciso III do caput, caso o valor realizado, inclusive mediante depreciação,
amortização, exaustão, alienação ou baixa não seja dedutível;
II - na hipótese prevista no inciso IV do caput, caso a despesa não seja dedutível; e
III - nas hipóteses previstas nos incisos I, II e III do caput, caso os valores decorrentes do ajuste a valor
presente não tenham sido evidenciados conforme disposto no § 1o.
8. LUCRO PRESUMIDO.
8.1. Conceito.
É a forma de tributação simplificada do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social
sobre o Lucro (CSLL).
As pessoas jurídicas que tenham iniciado suas atividades ou que resultarem de incorporação, fusão ou
cisão, ocorrida a partir do segundo trimestre do ano-calendário, poderão manifestar a sua opção por meio
do pagamento da primeira ou única quota relativa ao trimestre de apuração correspondente ao início de
atividade (RIR/1999, art. 517).
8.2.2. Podem optar as pessoas jurídicas:
a) A partir de 01.01.2014, cuja receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e
oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicados pelo
número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses (limite
estabelecido pela Lei 12.814/2013).
b) Os contribuintes que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida
ou da sua constituição societária ou natureza jurídica.
NOTAS:
Até o ano de 2103, conforme Lei nº 10.637/2012, a receita bruta total era igual ou inferior a R$
48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), no ano-calendário anterior, ou a R$ 4.000.000,00 (quatro
milhões de reais) multiplicados pelo número de meses em atividade no ano-calendário anterior.
Durante o período em que estiverem submetidas ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis), as pessoas
jurídicas obrigadas ao lucro real, exceto Instituições Financeiras (inclusive as equiparadas e as factoring ),
poderão optar pelo lucro presumido (Lei n o 9.718, de 1998, art. 14, inciso II; e Lei n o 9.964, de 2000, art.
4 o ).
A partir de 1 o /01/2001, as sociedades em conta de participação (SCP) ficaram autorizadas a optar pelo
lucro presumido, exceto aquelas com atividades imobiliárias, enquanto mantiverem registro de custo
orçado (IN SRF n o 31, de 2001).
Atendidos os requisitos acima elencados, a pessoa jurídica poderá optar pelo lucro presumido, se ainda
não tiver efetuado o pagamento do imposto com base em outro tipo de tributação naquele ano-calendário e
desde que faça o pagamento do imposto e respectivos acréscimos legais (multa e juros de mora) incidentes
em razão do atraso no recolhimento do imposto.
A pessoa jurídica não poderá optar fora do prazo para pagamento, caso tenha sido iniciado qualquer
procedimento fiscal de ofício contra ela.
A opção pelo lucro presumido deverá ter sido informada na DCTF.
8.2.3. Para efeito da verificação do limite, considera-se como receita bruta total o produto da venda de
bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações
de conta alheia, acrescidos das demais receitas, tais como, rendimentos de aplicações financeiras (renda
fixa e variável), receita de locação de imóveis, descontos ativos, variações monetárias ativas, juros
recebidos como remuneração do capital próprio etc e dos ganhos de capital (RIR/1999, arts. 518, 519 e
521).
Professor Antonio Saccá
NOTAS:
A Lei 12.973 de 2014, com a nova redação dada ao art. 12 do Decreto-Lei 1.598 de 1977, estabelece o
conceito de Receita Bruta que foi estendido às demais legislações que utilizam a Receita Bruta como base
de cálculo, como por exemplo, o Lucro Presumido, a Estimativa Mensal e o Pis e Cofins.
§ 4º Na receita bruta, não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacadamente, do comprador
ou contratante, pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário.
§ 5º Na receita bruta, incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor
presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 1976, das operações previstas
no caput, observado o disposto no § 4º. (NR)”
Nos casos em que a Pessoa Jurídica iniciou as atividades ou submeteu-se a algum processo de
incorporação, fusão ou cisão durante o curso do ano-calendário anterior, o limite a ser considerado (v.
pergunta 520) será proporcional ao número de meses em que esteve em funcionamento no referido
período, isto é, deverá ser multiplicado o valor de R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais)
pelo número de meses em que esteve em atividade, para efeito de verificação do limite em relação à
receita bruta total (Lei n o 9.718, de 1998, art. 13).
Não, tendo em vista que o limite para opção pelo lucro presumido é verificado em relação à receita bruta
total do ano-calendário anterior. Quando a pessoa jurídica ultrapassar o limite legal em algum período de
apuração dentro do próprio ano-calendário, tal fato não implica necessariamente mudança do regime de
tributação, podendo continuar sendo tributada com base no lucro presumido dentro deste mesmo ano.
Contudo, automaticamente, estará obrigada à apuração do lucro real no ano-calendário subsequente,
independentemente do valor da receita bruta que for auferida naquele ano. Daí por diante, para que a
pessoa jurídica possa retornar à opção pelo lucro presumido deverá observar as regras gerais aplicáveis à
espécie.
8.2.4. A partir de 1999 estão obrigadas à apuração do lucro real e, portanto, não podem optar pelo Lucro
Presumido, as pessoas jurídicas (Lei 9.718/98, art. 14):
a) pessoas jurídicas cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de
crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguro privado e de capitalização e entidades de
previdência privada aberta;
b) pessoas jurídicas que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
c) pessoas jurídicas que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fiscais
relativos à isenção ou redução do imposto de renda;
d) pessoas jurídicas que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado o recolhimento mensal com base
em estimativa;
e) pessoas jurídicas que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de
assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e
a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de
serviços (factoring ).
NOTAS:
A obrigatoriedade a que se refere o item "b" acima não se aplica à pessoa jurídica que auferir receita de
exportação de mercadorias e da prestação direta de serviços no exterior. Não se considera direta a
prestação de serviços realizada no exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências, representações,
coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas
(ADI SRF n º 5, de 2001).
Professor Antonio Saccá
A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em relação ao mesmo
ano-calendário, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real por ter auferido
lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e a CSLL sob o
regime de apuração pelo lucro real trimestral a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do fato (ADI
SRF n º 5, de 2001).
8.2.5. Como regra, o contribuinte que já efetuou o recolhimento da primeira quota ou de quota única com
base no Lucro Presumido, não poderá mudar de opção. Portanto, a opção pela tributação com base no
lucro presumido será definitiva em relação a todo o ano-calendário (RIR/1999, art. 516, § 1 o ).
Todavia, abre-se exceção quando ocorrer qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação
tributária, situação em que a pessoa jurídica poderá, desde que conhecida à receita bruta, determinar o
lucro tributável segundo as regras relativas ao regime de tributação com base no lucro arbitrado.
NOTAS:
Não é permitido REDARF para alterar o código de receita identificador da opção manifestada.
8.2.6. A pessoa jurídica que optar pelo lucro presumido poderá em algum período de apuração trimestral
ser tributada com base no lucro real, na hipótese de haver pago o imposto com base no lucro presumido e,
em relação ao mesmo ano-calendário, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real
por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e a
CSLL sob o regime de apuração pelo lucro real trimestral a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do
fato (ADI SRF n º 5, de 2001).
Tal situação também é possível de ocorrer na hipótese de exclusão do Refis de empresa incluída neste
programa como sendo do lucro presumido, embora obrigada ao lucro real.
a) o valor resultante da aplicação dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 1995, sobre a
receita bruta definida pelo art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, auferida no período de apuração de
que trata o art. 1º da Lei nº 9.430/96, deduzida das devoluções e vendas canceladas e dos descontos
incondicionais concedidos; e
2) Para fins do disposto na nota nº 1 acima, poderão ser considerados no valor contábil, e na proporção
deste, os respectivos valores decorrentes dos efeitos do ajuste a valor presente de que trata o inciso III do
caput do art. 184 da Lei nº 6.404, de 1976.
3) Os ganhos decorrentes de avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo não integrarão a base
de cálculo do imposto, no momento em que forem apurados.
4) Para fins do disposto na letra “b’ do subitem 2.18, os ganhos e perdas decorrentes de avaliação do ativo
com base em valor justo não serão considerados como parte integrante do valor contábil.
5) O disposto na nota nº 4 acima não se aplica aos ganhos que tenham sido anteriormente computados na
base de cálculo do imposto.
Compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e
o resultado auferido nas operações de conta alheia, tais como:
• a venda de produtos de fabricação própria;
• a receita da revenda de mercadorias;
• a receita da prestação de serviços;
• a receita de transporte de cargas;
• a receita da atividade rural;
• outras compreendidas nos objetivos sociais da PJ.
Observação: A base de cálculo do imposto e do adicional, decorrente da receita bruta, em cada trimestre,
será determinada mediante a aplicação de percentual sobre a receita bruta auferida no período de
apuração, obedecidas as demais disposições (Lei n° 9.249/95, art. 15, e Lei n° 9.430/96, art. 1 e 25, inciso
I).
NOTAS:
a) A pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido, poderá adotar o
critério de reconhecimento de suas receitas de venda de bens ou direitos ou de prestação de serviços pelo
regime de caixa ou de competência, observando-se as exigências descritas na IN SRF n º 104, de 1998;
b) As empresas de compra e venda de veículos usados, com este objeto social declarado em seus atos
constitutivos, podem adotar desde 30/10/1998, na determinação da base de cálculo do imposto de renda, o
regime aplicável às operações de consignação, computando a diferença entre o valor pelo qual o veículo
usado houver sido alienado, constante da nota fiscal de venda, e o seu custo de aquisição, constante da
nota fiscal de entrada (Lei n o 9.716, de 1998, art. 5 o ;e IN SRF n o 152, de 1998).
8.4. Percentuais.
Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta são os abaixo discriminados (RIR/1999, art. 223):
Atividades Percentuais
11. Serviços em geral, para os quais não haja percentual específico, inclusive os prestados por sociedades 32% - IRPJ
civis de profissões legalmente regulamentas. 32% - CSLL
(*)¹ Observação: A pessoa jurídica que tenha como objeto social, declarado em seus atos -
constitutivos, a compra de venda de veículos automotores, que pratique as vendas em
consignação, terá como base de cálculo o valor da diferença entre o valor de venda e o da
compra (IN 152/98).
NOTAS:
Para as pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços, exceto as que prestam serviços
hospitalares e as sociedades civis de prestação de serviços de profissão legalmente regulamentada, cuja
receita bruta anual não ultrapassar R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), o percentual a ser considerado
na apuração do lucro presumido será de 16% (dezesseis por cento) sobre a receita bruta de cada trimestre
(RIR/1999, art. 519, § 4 º ).
A pessoa jurídica que houver utilizado o percentual reduzido cuja receita bruta acumulada até determinado
mês do ano-calendário exceder o limite de R$ 120.000,00 ficará sujeita ao pagamento da diferença do
imposto, apurada em relação a cada mês transcorrido, até o último dia útil do mês subsequente aquele em
que ocorrer o excesso, sem acréscimos (RIR/1999, art. 519, §§ 6 o e 7 o ).
O exercício de profissões legalmente regulamentadas, como as escolas, inclusive as creches, mesmo com
receita bruta anual de até R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), não podem aplicar o percentual de 16%
(dezesseis por cento) sobre a receita bruta para fins de determinação do lucro presumido, devendo,
portanto, aplicar o percentual de 32% (trinta e dois por cento) (ADN Cosit n o 22, de 2000).
No caso de a pessoa jurídica explorar atividades diversificadas deverá ser aplicado especificamente, para
cada uma delas, o respectivo percentual previsto na legislação, devendo as receitas serem apuradas
separadamente (RIR/1999, arts. 223, § 3 o e 51 8).
O percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para apuração da base de cálculo do lucro presumido na
atividade de prestação de serviço de construção civil é de 32% (trinta e dois por cento) quando houver
emprego unicamente de mão-de-obra, e de 8% (oito por cento) quando houver emprego de materiais, em
qualquer quantidade (ADN Cosit n o 6, de 1997).
As pessoas jurídicas que exerçam as atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção
de imóveis não poderão optar pelo lucro presumido enquanto não concluídas as operações imobiliárias
8.4.1. ALIQUOTAS.
A alíquota do imposto de renda que incidirá sobre a base de cálculo é de 15% (quinze por cento) e 9%
para CSLL (RIR/1999, art. 541).
O adicional do imposto de renda devido pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido
será calculado mediante a aplicação do percentual de 10% (dez por cento) sobre a parcela do lucro
presumido que exceder ao valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) em cada trimestre.
O valor do adicional deverá ser recolhido integralmente, não sendo admitidas quaisquer deduções.
Na hipótese de período de apuração inferior a três meses (início de atividade, por exemplo), deverá ser
considerado para fins do adicional o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) multiplicado pelo número de
meses do período.
As empresas tributadas pelo lucro presumido passaram a pagar o adicional do IR a partir de 1 o /01/1996 –
(Lei n o 9.249, de 1995, art. 3 o , § 1 o ).
1º - Exemplo de Calculo do IRPJ – Lucro Presumido – Memória a ser aplicada até 31/12/2014:
Receita de vendas de mercadorias:....................................................................................= R$ 900.000,00
Receita de Prestação de Serviços:...................................................................................= R$ 60.000,00
Rendimentos de Aplicações Financeiras de Renda Fixa:...................................................= R$ 7.000,00
IRRF s/ Aplicações Financeiras de Renda Fixa.................................................................= R$ 1.400,00
Ganho de Capital na Venda de Bem do Ativo Permanente.................................................= R$ 18.000,00
Determinação da Base de Cálculo:
8% s/ R$ 900.000,00........................................................................................................= R$ 72.000,00
32% s/ R$ 60.000,00........................................................................................................= R$ 19.200,00
Soma..............................................................................................................................= R$ 91.200,00
No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, as receitas financeiras relativas às
variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio,
originadas dos saldos de valores a apropriar decorrentes de ajuste a valor presente não integrarão a base de
cálculo do imposto sobre a renda. (art. 8º da Lei 12.973/2014).
A pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido que, em período de apuração imediatamente posterior, passar a
ser tributada pelo lucro real, deverá incluir na base de cálculo do imposto apurado pelo lucro presumido os ganhos
decorrentes de avaliação com base no valor justo, que façam parte do valor contábil, e na proporção deste,
relativos aos ativos constantes em seu patrimônio, observado o seguinte: (art. 16 da Lei 12.973/2014)
a) a tributação dos ganhos poderá ser diferida para os períodos de apuração em que a pessoa jurídica for tributada
pelo lucro real, desde que observados os procedimentos e requisitos previstos no art. 13 da Lei 12.973/2014;
b) as perdas verificadas nas condições acima somente poderão ser computadas na determinação do lucro real dos
períodos de apuração posteriores se observados os procedimentos e requisitos previstos no art. 14 da Lei
12.973/2014;
d) o disposto neste subitem aplica-se, também, na hipótese de avaliação com base no valor justo de passivos
relacionados a ativos ainda não totalmente realizados na data de transição para o lucro real.
542 As pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido estão obrigadas à escrituração contábil ou à
manutenção de livros fiscais?
A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido deverá (RIR/1999, art. 527):
a) manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial. Para efeitos fiscais, é dispensável a
escrituração quando a pessoa jurídica mantiver Livro Caixa, devidamente escriturado, contendo toda a
movimentação financeira, inclusive bancária;
b) manter o Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do
ano-calendário abrangido pela tributação simplificada;
c) manter em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e prescritas eventuais ações que
lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios determinados pela legislação fiscal específica,
bem assim os documentos e demais papéis que servirem de base para escrituração comercial e fiscal (Decreto-lei
n º 486, de 1969, art. 4 º );
d) Lalur, quando tiver lucros diferidos de períodos de apuração anteriores (saldo de lucro inflacionário a tributar na
situação específica de ser optante pelo lucro presumido no ano-calendário 1996, conforme IN SRF n º 93, de 1997,
art. 36, inciso V, §§ 7 º e 8 º ) e/ou prejuízos a compensar.
543 Tendo ingressado no regime tributário do lucro presumido, que a desobriga da escrituração contábil
(perante o fisco federal), caso escriture o livro caixa a pessoa jurídica permanecendo nesse sistema por
tempo indeterminado, afasta, definitivamente, a hipótese de voltar a manter escrituração contábil?
Se a receita bruta total da pessoa jurídica em determinado ano-calendário for superior a R$ 78.000.000,00 (setenta
e oito milhões de reais), a pessoa jurídica estará automaticamente excluída do regime para o ano-calendário
seguinte, quando deverá adotar a tributação com base no lucro real.
Se não estiver mantendo escrituração regular, escriturando apenas o livro caixa, deverá obrigatoriamente realizar,
no dia 1 o de janeiro do respectivo ano-calendário, levantamento patrimonial a fim de elaborar balanço de abertura
e iniciar escrituração contábil.
544 A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido que mantiver escrituração regular e apurar lucro contábil
poderá utilizar o montante desse lucro contábil como reserva livre para aumento de capital, sem ônus
tributário (voltando ou não à tributação pelo lucro real)?
Na hipótese de apuração de lucro contábil a pessoa jurídica poderá utilizar o montante desse lucro como reserva
livre para aumento de capital, entretanto, não poderá utilizar a esse título todo o montante do lucro contábil,
devendo dele diminuir o valor do imposto de renda apurado com base no lucro presumido, as contribuições (CSLL,
Cofins e PIS/Pasep), bem assim os valores que forem distribuídos a título de lucros ao seu titular, sócio ou
acionista (Lei n o 8.981, de 1995, art. 46 e ADN Cosit n o 4, de 1996).
545 Como se dará a distribuição do lucro presumido ao titular, sócio ou acionista da pessoa jurídica, e sua
respectiva tributação?
Todavia, se houver qualquer distribuição de valor a título de lucros, superior àquele apurado contabilmente, deverá
ser imputada à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros de exercícios anteriores. Na distribuição
incidirá o imposto de renda com base na legislação vigente nos respectivos períodos (correspondentes aos
exercícios anteriores), com acréscimos legais.
NOTA: Inexistindo lucros acumulados ou reservas de lucros em montante suficiente, bem assim quando se tratar
de lucro que não tenha sido apurado em balanço, a parcela excedente será submetida à tributação, que, no caso
de beneficiário pessoa física, dar-se-á com base na tabela progressiva mensal (IN SRF n o 93, de 1997, art. 48, §
4 º).
546 A isenção de imposto de renda para os lucros distribuídos pela pessoa jurídica tributada com base no lucro
presumido abrange os demais valores por ela pagos ao titular, sócio ou acionista?
Não. A isenção somente abrange os lucros distribuídos, não alcançando valores pagos a outros títulos como por
exemplo: pró-labore , aluguéis e serviços prestados, os quais se submeterão à tributação, conforme a legislação
que rege a matéria (IN SRF n º 93, de 1997, art. 48).
No caso desses rendimentos serem percebidos por pessoas físicas serão submetidos à tributação com base na
tabela progressiva; no caso de pessoas jurídicas serão considerados como receita operacional, sendo passíveis ou
não de tributação na fonte, conforme a hipótese.
547 Como proceder, no que se refere aos valores a se consignar no balanço de abertura, caso a pessoa
jurídica que vinha optando pelo lucro presumido pretenda retornar à forma de apuração do imposto pelo
lucro real?
No balanço de abertura a ser procedido na data do início do período de apuração (trimestral ou anual com
recolhimentos mensais com base na estimativa), cujos resultados serão submetidos à tributação com base no lucro
real, a pessoa jurídica deverá adotar o seguinte tratamento com relação às situações a seguir descritas (PN CST
n o 33, de 1978):
1) A pessoa jurídica que nunca manteve escrituração contábil para fins de imposto de renda deverá tomar como
base, para determinar o valor a ser registrado, o custo de aquisição dos bens do ativo imobilizado e dos
investimentos, bem como o valor do capital social, corrigidos monetariamente até 31/12/1995, quando se tratar de
valores já existentes até essa data, e para os bens e direitos adquiridos posteriormente, ou no caso da pessoa
jurídica que iniciou suas atividades após essa data, deverá ser considerado o custo de aquisição sem qualquer
correção monetária, nos termos da legislação aplicável;
2) A pessoa jurídica que abandonou a escrituração ao optar pelo lucro presumido, se possuir a escrituração
anterior, deverá considerar no balanço de abertura:
a) para os bens já existentes em 31/12/1995, que foram objeto de correção monetária anteriormente, o valor
corrigido monetariamente desde o último período em que foi objeto de correção monetária até a data de
31/12/1995;
b) para os bens da pessoa jurídica que nunca foram objeto de correção, se adquiridos até 31/12/1995, deverão ser
corrigidos até essa data; e para os adquiridos posteriormente, ou para as pessoas jurídicas que iniciaram suas
atividades após tal data, considerar o custo de aquisição sem qualquer correção monetária;
3) A pessoa jurídica que, embora desobrigada, tendo mantido escrituração regular deverá montar o balanço de
abertura com a simples transposição dos valores expressos no último balanço patrimonial levantado, se
correspondente a 31 de dezembro do ano-calendário anterior, ou no balancete de verificação que se transformará
em balanço patrimonial para consolidar os resultados ali registrados (31 de dezembro).
NOTAS:
No balanço de abertura deverão ser consideradas como utilizadas as quotas de depreciação, amortização e
exaustão, que seriam cabíveis nos períodos de apuração anteriores ao do referido balanço de abertura, em que se
submeteram ao lucro presumido.
Esse procedimento deverá ser observado por todas as pessoas jurídicas que se retirarem (ou forem excluídas) do
regime de tributação com base no lucro presumido, tenham ou não mantido escrituração contábil nesse período.
No caso de ter mantido escrituração e não ter lançado os encargos, o ajuste contábil será feito contra a conta de
lucros ou prejuízos acumulados, não afetando o resultado do período de apuração.
549 Qual o tratamento a ser dado pela pessoa jurídica que optar pela tributação com base no lucro presumido
quando anteriormente vinha sendo tributada com base no lucro real, com relação aos valores cuja
tributação vinha sendo diferida na parte B do Lalur?
A pessoa jurídica que até o ano-calendário anterior houver sido tributada com base no lucro real deverá adicionar à
base de cálculo do imposto, correspondente ao primeiro período de apuração em que fizer a opção pelo lucro
presumido, os saldos dos valores cuja tributação havia sido diferida e estejam sendo controlados na parte B do
Lalur (corrigidos monetariamente até 31/12/1995).
NOTA: Caso a pessoa jurídica tenha optado pelo lucro presumido no ano-calendário de 1996, tendo saldo do lucro
inflacionário acumulado existente ao final do período de apuração anterior, poderá ainda ter saldo diferido de lucro
inflacionário sendo controlado no Lalur (livro obrigatório nesta hipótese) (IN SRF n o 93, de 1997, art. 36, inciso V, e
§§ 7 o e 8 o ).
550 Como poderá ser compensado o imposto pago a maior no período de apuração?
No caso em que o valor retido na fonte ou já pago pelo contribuinte for maior que o imposto devido no período de
apuração trimestral, a diferença a maior poderá ser compensada com o imposto relativo aos períodos de apuração
subsequentes (RIR/1999, art. 526, parágrafo único).
NOTA: O imposto de renda retido na fonte maior que o imposto de renda apurado no período trimestral será
compensável como "imposto de renda negativo de períodos anteriores".
551 A pessoa jurídica que faz a opção pelo lucro presumido perde o direito à compensação dos prejuízos
fiscais verificados em período anterior em que foi tributada com base no lucro real, os quais estão
controlados na parte B do Lalur?
Não. Observe-se que o regime de tributação com base no lucro presumido não prevê a hipótese de compensação
de prejuízos fiscais apurados em períodos anteriores nos quais a pessoa jurídica tenha sido tributada com base no
lucro real.
Entretanto, tendo em vista que não existe mais prazo para a compensação de prejuízos fiscais, caso a pessoa
jurídica retorne ao sistema de tributação com base no lucro real poderá nesse período compensar, desde que
552 Qual o tratamento a ser dado pelo fisco às pessoas jurídicas que optarem pela tributação com base no
lucro presumido no caso de ser constatada receita bruta (operacional ou não) maior que a oferecida à
tributação (omissão de receita)?
A partir de 1 o /01/1996 (RIR/1999, art. 528), constatada, mediante procedimento de ofício, a ocorrência de omissão
de receitas esta será tributada de acordo com o regime a que estiver submetida à pessoa jurídica no ano-
calendário.
Para fins de cálculo do lucro presumido, serão aplicados os respectivos percentuais de presunção, estando o lucro
calculado sujeito ao adicional do imposto (se for o caso), conforme legislação vigente no período correspondente
ao da omissão, devendo o montante omitido ser computado para determinação da base de cálculo do imposto de
renda e do adicional.
Igual procedimento será adotado para a determinação da CSLL, Cofins e PIS.
A receita assim tributada será considerada distribuída ao titular, sócio ou acionista, e não mais sofrerá tributação,
seja na fonte, seja na declaração.
Entretanto, podem ocorrer algumas situações que demandam procedimentos distintos, adequados a cada caso, a
saber:
a) Quando a omissão de receita for detectada em pessoa jurídica que no ano-calendário anterior auferiu receita
bruta total dentro do limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) e preenche as demais condições
para a opção pelo lucro presumido no ano seguinte, ano em que está sendo realizado o procedimento de ofício,
deverá ser respeitada e mantida a opção da pessoa jurídica.
b) Se no ano em que se estiver procedendo à fiscalização, somando-se a receita já tributada pela pessoa jurídica
com aquela apurada como omitida for verificado um total superior ao limite fixado legalmente, deverá ser
observado que, para o ano subsequente àquele em que a pessoa jurídica está sendo fiscalizada, ela deixou de
atender ao requisito para opção pelo lucro presumido, em relação ao limite da receita bruta total (nesse caso, a
pessoa jurídica estará excluída do lucro presumido);
c) Quando a omissão de receita for detectada em pessoa jurídica que está ingressando no regime, não havendo
auferido receita bruta no ano-calendário anterior (ano de início de atividades), no ano da omissão deverá ser
mantida a opção pelo lucro presumido, mesmo que a soma das receitas auferidas e omitidas tenha ultrapassado o
limite. Entretanto, deverá ser observado o entendimento exposto no item anterior com relação à manutenção ou
não do lucro presumido para o ano subsequente.
NOTA: No caso da pessoa jurídica com atividades diversificadas tributadas com base no lucro presumido, não
sendo possível à identificação da atividade a que se refere à receita omitida, esta será adicionada àquela que
corresponder o percentual mais elevado (RIR/1999, art. 528, parágrafo único).
553 O que poderá acontecer à pessoa jurídica que optar indevidamente ou deixar de cumprir alguma das
condições estabelecidas para opção pelo lucro presumido?
Inicialmente será verificada a possibilidade de apuração da base de cálculo do imposto de renda pelo lucro real,
caso a empresa mantenha escrituração regular com base nas leis comerciais e fiscais. Entretanto, na
impossibilidade de adoção de tal procedimento, deverá ser arbitrado o lucro da pessoa jurídica no respectivo
período de apuração (RIR/1999, art. 530, inciso IV).
554 Qual o regime de reconhecimento de receitas quando a pessoa jurídica opta pelo lucro presumido?
Contudo, poderá a pessoa jurídica adotar o critério de reconhecimento das receitas das vendas de bens e direitos
ou da prestação de serviços com pagamento a prazo ou em parcelas na medida dos recebimentos, ou seja, pelo
Regime de Caixa, desde que mantenha a escrituração do livro Caixa e observadas às demais exigências impostas
pela IN SRF n o 104, de 1998.
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL , no uso de suas atribuições e tendo em vista as disposições do parágrafo único do
artigo 10 da Lei Complementar n° 70, de 30 de dezembro de 1991, do artigo 44, do parágrafo único do art. 45 e do artigo 57 da
Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com a nova redação dada pelo art. 1º da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, e do
artigo 3° da Medida Provisória n° 1676-35, de 29 de julho de 1998, resolve:
Art. 1º A pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido, que adotar o critério de
reconhecimento de suas receitas de venda de bens ou direitos ou de prestação de serviços com pagamento a prazo ou em
parcelas na medida do recebimento e mantiver a escrituração do livro Caixa, deverá:
I - emitir a nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço;
II - indicar, no livro Caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento.
§ 1° Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica que mantiver escrituração contábil, na forma da legislação comercial, deverá
controlar os recebimentos de suas receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indicada a nota fiscal a que
corresponder o recebimento.
§ 2° Os valores recebidos adiantadamente, por conta de venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços, serão
computados como receita do mês em que se der o faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o
que primeiro ocorrer.
§ 3° Na hipótese deste artigo, os valores recebidos, a qualquer título, do adquirente do bem ou direito ou do contratante dos
serviços serão considerados como recebimento do preço ou de parte deste, até o seu limite.
§ 4° O cômputo da receita em período de apuração posterior ao do recebimento sujeitará a pessoa jurídica ao pagamento do
imposto e das contribuições com o acréscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofício, conforme o caso, calculados
na forma da legislação vigente.
Art. 2º O disposto neste artigo aplica-se, também, à determinação das bases de cálculo da contribuição PIS/PASEP, da
contribuição para a seguridade social - COFINS, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e para os optantes pelo Sistema
Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES.
555 A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido que estiver adotando o critério de reconhecimento de
suas receitas à medida do recebimento, se alterar a forma de tributação para o lucro real, como deverá
proceder em relação aos valores ainda não recebidos?
A adoção do lucro real quer por opção ou por obrigatoriedade, leva ao critério de reconhecimento de receitas
segundo o regime de competência, e nesta condição, a pessoa jurídica deverá reconhecer no mês de dezembro do
ano-calendário anterior àquele em que ocorrer a mudança de regime, as receitas auferidas e ainda não recebidas.
A diferença apurada, após compensação do tributo pago, poderá ser recolhida, sem multa e sem juros moratórios,
até o último dia útil do mês subsequente àquele em que incorreu na situação de obrigatoriedade ao lucro real.
Ressalte-se que os custos e despesas associados às receitas incorridas e não recebidas após a mudança do
regime de tributação não poderão ser deduzidos da base de cálculo do IRPJ ou da CSLL.
NOTA: A pessoa jurídica optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido que, no quarto trimestre-
calendário de 2003, por opção, passar a adotar o regime de tributação com base no lucro real, nos termos da Lei
n º 10.684, de 2003, art. 22 (ver perguntas 526, 527 e 529), deverá oferecer à tributação no terceiro trimestre-
calendário de 2003, as receitas auferidas e ainda não recebidas (IN SRF n º 345, de 2003, art. 1 º e art. 2 º ).
Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de disposição estatutária, levantar balanço semestral,
poderá declarar, por deliberação dos órgãos de administração, se autorizados pelo estatuto, dividendo à
conta do lucro apurado nesse balanço.
§ 1º A companhia poderá, nos termos de disposição estatutária, levantar balanço e distribuir dividendos
em períodos menores, desde que o total dos dividendos pagos em cada semestre do exercício social não
exceda o montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182.
Em termos fiscais, pode-se distribuir lucros sem a incidência do imposto de renda na fonte, tendo como
limite a base de cálculo presumida do IRPJ devido no trimestre, deduzidos dos valores correspondentes ao
IRPJ(¹), a CSSL, a COFINS e ao PIS (ADN 4/96).
A parcela dos lucros ou dividendos que exceder ao valor da base de cálculo do imposto, diminuída de
todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita a pessoa jurídica, também poderá ser distribuída
sem a incidência do imposto, desde que a empresa demonstre, através de escrituração contábil feita com
observância da legislação comercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado segundo as normas
para apuração da base de cálculo do imposto pela qual houver optado Instrução Normativa SRF 93/1997
no seu Artigo 48.
Portanto se o Lucro Líquido Contábil, após a dedução do IRPJ devido, for superior ao Lucro Presumido, o
primeiro poderá ser totalmente distribuído aos sócios ou titular de empresa individual, com isenção do IR
Fonte e na declaração do beneficiário. Sendo assim, a pessoa jurídica optante pelo Lucro Presumido
poderá distribuir lucros aos seus sócios antes do encerramento do trimestre com isenção do Imposto de
Renda na Fonte, devendo, no entanto, levantar balanço intermediário com previsão contratual ou
estatutária e desde que tenha apurado lucro contábil suficiente para a distribuição.
Professor Antonio Saccá
Não cumprindo estas condições, será tributado pelo IR Fonte, mediante aplicação da tabela progressiva
vigente no mês do pagamento (artigo 620 do RIR/99).
(¹)
Nota importante:
A Instrução Normativa 1420, de 20 de Dezembro de 2013, veio dar novas normas e restringir a
distribuição de lucros nas empresas do lucro presumido e também alcança as sociedades que, optantes por
este regime, participam como sócias ostensivas de Sociedades em conta de participação.
Estão obrigadas a adotar a ECD (Escrituração Contabil Digital), em relação aos fatos contábeis
ocorridos a partir de 01.01.2014:
a) as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no lucro real;
b) as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, que distribuírem, a título de lucros,
sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), parcela dos lucros ou dividendos
superior ao valor da base de cálculo do imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que
estiver sujeita;
c) as pessoas jurídicas imunes e isentas.
Desta forma, as empresas optantes pelo lucro presumido que passam a ficar obrigadas a realizar
escrituração contábil de forma digital se DISTRIBUIR LUCROS em parcela superior ao lucro presumido
deduzido do PIS, COFINS, IR e CSLL sobre ele ( lucro presumido ) apurado. A distribuição de lucros em
valores superiores ao lucro já tributado somente é possível com a escrituração contábil. Agora a exigência
se amplia para a escrituração contábil nos moldes do SPED.
O prazo de entrega da ECD é o último minuto ( horário de Brasília ) do dia 30 de Junho, anualmente. O
prazo pode ser antecipado se esta data cair em sábados, domingos ou feriados.
Base: Instrução Normativa RFB 1.420/2013.
EXEMPLO DE CÁLCULO:
- Faturamento pela prestação de serviço: R$ 20.000,00
Provisão de Impostos:
- IRPJ - Base de Cálculo 32% (20.000,00 X 32% X 15% ) = R$ 960,00
- CSLL - Base de Cálculo 32% (20.000,00 X 32% X 9% ) = R$ 576,00
- PIS ( 20.000,00 X 0,65%) = R$ 130,00
- COFINS ( 20.000,00 X 3% ) = R$ 600,00
- TOTAL= R$ 2.266,00
O dispositivo acima corresponde à base legal do art. 889 do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado
pelo Decreto nº 3.000, de 1999.
A inobservância da norma acima acarretará multa que será imposta às pessoas jurídicas que distribuírem
ou pagarem bonificações ou remunerações, em montante igual a 50% (cinquenta por cento) das quantias
distribuídas ou pagas indevidamente. A mesma multa é aplicada aos beneficiários (diretores e demais
membros da administração superior) que receberem as importâncias indevidas (Lei nº 4.357, de 1964, art.
32, parágrafo único, base legal do art. 975 do RIR/99, aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 1999). A lei nº
11.051, de 2004, art. 17, limitou essas multas a 50% (cinquenta por cento) do valor total do débito não
garantido da pessoa jurídica.
Portando, vê-se que o artigo 32 da lei 4357/64 prevê que nenhuma empresa pode distribuir bonificações a
sócios, acionistas, cotistas ou executivos se tiver dívidas tributárias ou previdenciárias junto à União.
Observa-se que a norma estabeleceu como penalidade uma multa para a empresa que fizer o pagamento e
outra para o beneficiário que receber a quantia. A fonte pagadora que descumprir a lei pagaria 50% do
valor distribuído, e o beneficiário, conivente com a irregularidade, pagaria também 50% do valor
recebido. Dessa forma, a União receberia 100% do valor dos lucros e dividendos, não podendo ultrapassar
a 50% do débito não garantido.
Com relação ao beneficiário dos rendimentos "pessoa física", até o exercício de 2006, ano-calendário de
2005, ao fazer a declaração do IRPF, o contribuinte não especificava de qual ou de quantas empresas havia
recebido lucros e dividendos - apenas somava o total dos valores recebidos e informava na declaração. A
partir deste exercício (2007), passou a ser obrigatório separar e identificar os valores que recebeu de cada
empresa. Antes, a dificuldade da União era identificar quais empresas se encaixavam nessa situação. Com
a mudança na declaração do IRPF neste ano, o governo terá informações e meios para cruzar informações
No que se refere aos débitos de tributos e contribuições sociais administrados pela Receita Federal, o
Impedimento acima inclui também os débitos inscritos junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional,
ou seja, na Dívida Ativa da União, na hipótese de existência de débitos não garantidos. Já os débitos
inscritos ou não junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sem garantias, impedem a
distribuição de lucros.
As empresas que mantém débito parcelado, impugnado ou com recurso administrativo ou judicial, cuja
exigibilidade esteja suspensa, podem distribuir lucros e dividendos, sem maiores problemas.
9. PIS E COFINS.
9.1. Conceito
São contribuições sociais com funções fiscais, ou seja, de arrecadação, cuja denominação tem os seguintes
significados:
9.2. Contribuinte
Pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equipardas pela legislação do imposto de renda,
inclusive as empresas públicas e as sociedades de economia mista e suas subsidiárias)
1.1- Apuração pelo regime de Caixa: As pessoas jurídicas optantes pelo regime de tributação do
Imposto de Renda com base no Lucro Presumido poderão adotar o Regime de Caixa para fins a incidência
do PIS e COFINS.A adoção do Regime de Caixa, no entanto, esta condicionada a adoção do mesmo
critério em relação ao Imposto de Renda e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
2- No regime de incidencia não cumulativa: sistema no qual, as aliquotas são aplicadas à receita
ajustada na mesma forma da base cumulativa, mas permite-se também que o contribuinte reduza o valor
da contribuição devida no montante relativo à mesma alíquota aplicada aos valores de compras de bens
para revenda, insumos utilizados na produção de produto ou serviços, e as despesas e custos com energia
elétrica, alugueis pagos a pessoas juridicas, arrendamento,depreciação e amortização, dentro das
condições estabelecidas na legislação.
d) relativas aos ganhos decorrentes de avaliação de ativo e passivo com base no valor justo;
e) de subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos, concedidas como
estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos e de doações feitas pelo poder
público;
f) reconhecidas pela construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento da infraestrutura, cuja
contrapartida seja ativo intangível representativo de direito de exploração, no caso de contratos de
concessão de serviços públicos;
g) relativas ao valor do imposto que deixar de ser pago em virtude das isenções e reduções de que tratam
as alíneas "a”, "b”, "c” e "e” do § 1o do art. 19 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977; e
b) não serão computados os ganhos e perdas decorrentes de avaliação de ativo com base no valor justo.
O disposto no inciso V do caput do art. 15 da Lei nº 10.865/2004 não se aplica no caso de bem objeto de
arrendamento mercantil, na pessoa jurídica arrendatária. (§ 14 do art. 15 da Lei nº 10.865/2004 com a
redação dada pelo o art. 53 da Lei nº 12.973/2014)
O disposto no § 2º do art. 27 da Lei nº 10.865/2004, não se aplica aos valores decorrentes do ajuste a valor
presente de que trata o inciso VIII caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 1976. (§ 3º do art. 27 da Lei nº
10.865/2004 com a redação dada pelo o art. 53 da Lei nº 12.973/2014)
Nota:
Para a maioria dos casos, o regime de incidência é uma escolha que cabe à própria empresa, condicionada
à escolha do regime de tributação do Imposto de Renda. No entanto, ainda que a pessoa jurídica esteja
submetida ao regime de incidência não cumulativa, as receitas constantes do art. 8º da Lei nº 10.637, de
2002, e do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, observado o disposto no art.15 desta última Lei, estão
excluídas desse regime, o que significa também que os custos, despesas e encargos vinculados a essas
receitas não geram direito ao desconto de créditos.
a.2) COFINS:
i. 3% no regime de incidência cumulativa.
ii. 7,60% no regime de incidência não cumulativa.
9.5. Lançamento
a) Lançamento: por homologação, ou seja, é a modalidade em que a constituição do crédito é feita sem
prévio exame da autoridade. O sujeito passivo apura, informa e paga a parcela em dinheiro referente à
obrigação tributária.
9.6. Recolhimento
Recolhimento: O recolhimento da Contribuição para o PIS e da COFINS será efetuado mensalmente, de
forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica. Deverá ser efetuado até o último dia
útil do 2º (segundo) decêndio subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores, sob os códigos de
receita 8109 e 2172.
A opção deve ser feita na internet, no Portal do Simples Nacional, opções: Simples - Serviços > Cálculo e
Declaração > Opção pelo Regime de Apuração de Receitas.
Contribuição Patronal Previdenciária (CPP) para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica
VI INSS/CPP (patronal), exceto as receitas do Anexo IV.
Nota:
As receitas relativas a operações sujeitas à substituição tributária deverão ser segregadas por tributo.
Conforme Artigo 56º da Lei Complementar 123/2006, consideram-se receitas de exportação, para fins de
destaque, as vendas realizadas por meio de comercial exportadora ou de consórcio.
As receitas de comércio sofrerão aplicação das alíquotas conforme o Anexo I da Resolução CGSN
005/2007.
Face ao exposto, o que irá determinar em que tabela deve ser enquadrada cada receita é justamente a
origem destas, ou seja, se nas tabelas do comércio, da indústria ou as dos serviços.
Para se determinar qual a "faixa limite" que recairão as receitas do período e a alíquota correspondente,
devem ser somadas a Receita Bruta Total dos doze meses anteriores ao do período da apuração.
Uma vez determinada a Tabela e a Faixa Limite a que deve se submeter o faturamento do mês, aplica-se a
alíquota constante daquela faixa sobre a receita de cada atividade em separado.
Professor Antonio Saccá
Finalmente, somam-se os valores devidos para cada atividade, obtendo-se assim o valor total do Simples
Nacional a ser recolhido em DAS.
Resumo:
1 - Separa-se as receitas por atividade (comércio, Indústria e Serviços) para se determinar a tabela a ser usada;
2 - Soma-se a Receita Bruta Total dos últimos 12 meses anteriores ao mês de apuração para se determinar a faixa limite que se
enquadrará o faturamento e a alíquota correspondente;
3 - Aplica-se a alíquota encontrada no item "2" a cada receita (separadamente).
4 - Soma-se todas as alíquotas para determinar o valor total do Simples Nacional com o uso do DAS.
De acordo com a Lei Complementar Nº 123, de 14 de dezembro de 2006, Capítulo II, Art 3º:
§ 2o No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite a que se refere o caput deste artigo
será proporcional ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte houver
exercido atividade, inclusive as frações de meses.
Exemplo de cálculo:
Empresa que iniciou suas atividades em agosto de 2013, tendo tido receitas decorrentes exclusivamente da
revenda de mercadorias sem substituição tributária e todas as vendas foram efetuadas no mercado interno,ou
seja, sem exportação.
Memória de cálculo:
Ou seja, neste exemplo, consideraremos para fins de verificação da alíquota o valor de R$ 96.000,00.
Neste exemplo a alíquota a ser aplicada no cálculo do Simples Nacional para janeiro será de 4% (conforme
tabela vigente – Anexo I)
Nota:
Parágrafo 2º do Art. 5º da Resolução CGSN nº 005:
§ 2o No caso de início de atividade no próprio ano-calendário da opção pelo Simples Nacional, para efeito de
determinação da alíquota no primeiro mês de atividade, o sujeito passivo utilizará, como receita bruta total
acumulada, a receita do próprio mês de apuração multiplicada por 12 (doze).
Assim, a partir do mês de janeiro de 2009 as receitas devem ser tributadas de acordo com os seguintes anexos:
Anexo I
Receita das atividades comerciais
Receita Bruta em 12 meses (em R$) ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS
Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,21% 0,74% 0,00% 1,80% 1,25%
De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,36% 1,08% 0,00% 2,17% 1,86%
De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%
De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%
De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%
De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%
De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%
Nota(¹): CPP = Contribuição Patronal Previdenciária
Anexo II
Receita das atividades industriais
Receita Bruta em 12 meses (em R $) ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS IPI
Até 180.000,00 4,50% 0,00% 0,21% 0,74% 0,00% 1,80% 1,25% 0,50%
Anexo III
1. locação de bens móveis;
2. creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental, escolas técnicas, profissionais e de ensino médio, de
línguas estrangeiras, de artes,cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para concursos, gerenciais e escolas livres;
3. agência terceirizada de correios;
4. agência de viagem e turismo;
5. centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga;
6. agência lotérica;
7.serviços de instalação, de reparos e de manutenção em geral, bem como de usinagem, solda, tratamento e
revestimento em metais;
8. transporte municipal de passageiros;
9. escritórios de serviços contábeis, observado o disposto nos §§ 22-B e 22-C do artigo 18;
10. transportes interestadual e intermunicipal de cargas; e
11. Demais prestações de serviços não inclusas nos anexos III a V e não vedadas expressamente pela Lei (LC Art. 17,
§ 2.º).
Receita Bruta em 12 meses (em R $) ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP(¹) ISS
Até 180.000,00 6,00% 0,00% 0,39% 1,19% 0,00% 2,42% 2,00%
De 180.000,01 a 360.000,00 8,21% 0,00% 0,54% 1,62% 0,00% 3,26% 2,79%
De 360.000,01 a 540.000,00 10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50%
De 540.000,01 a 720.000,00 11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84%
De 720.000,01 a 900.000,00 11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87%
De 900.000,01 a 1.080.000,00 12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23%
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26%
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31%
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61%
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65%
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00%
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00%
Professor Antonio Saccá
De 2.160.000,01 a 2340.000,00 15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00%
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00%
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00%
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00%
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00%
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00%
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00%
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00%
Nota(¹): CPP = Contribuição Patronal Previdenciária
Anexo IV
1. construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de
projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores;e
2. serviço de vigilância, limpeza ou conservação.
Nota: Nessa hipótese não estará incluída no Simples Nacional a CPP prevista no inciso VI do caput do art. 13 desta
Lei Complementar, devendo ela ser recolhida segundo a legislação prevista para os demais contribuintes ou
responsáveis:
Receita Bruta em 12 meses (em R $) ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP ISS
4,50% 0,00% 1,22% 1,28% 0,00% 2,00%
Até 180.000,00
6,54% 0,00% 1,84% 1,91% 0,00% 2,79%
De 180.000,01 a 360.000,00
7,70% 0,16% 1,85% 1,95% 0,24% 3,50%
De 360.000,01 a 540.000,00
8,49% 0,52% 1,87% 1,99% 0,27% 3,84%
De 540.000,01 a 720.000,00
8,97% 0,89% 1,89% 2,03% 0,29% 3,87%
De 720.000,01 a 900.000,00
9,78% 1,25% 1,91% 2,07% 0,32% 4,23%
De 900.000,01 a 1.080.000,00
10,26% 1,62% 1,93% 2,11% 0,34% 4,26%
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00
10,76% 2,00% 1,95% 2,15% 0,35% 4,31%
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00
11,51% 2,37% 1,97% 2,19% 0,37% 4,61%
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00
12,00% 2,74% 2,00% 2,23% 0,38% 4,65%
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00
12,80% 3,12% 2,01% 2,27% 0,40% 5,00%
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00
13,25% 3,49% 2,03% 2,31% 0,42% 5,00%
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00
13,70% 3,86% 2,05% 2,35% 0,44% 5,00%
De 2.160.000,01 a 2340.000,00
14,15% 4,23% 2,07% 2,39% 0,46% 5,00%
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00
14,60% 4,60% 2,10% 2,43% 0,47% 5,00%
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00
15,05% 4,90% 2,19% 2,47% 0,49% 5,00%
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00
15,50% 5,21% 2,27% 2,51% 0,51% 5,00%
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00
15,95% 5,51% 2,36% 2,55% 0,53% 5,00%
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00
16,40% 5,81% 2,45% 2,59% 0,55% 5,00%
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00
16,85% 6,12% 2,53% 2,63% 0,57% 5,00%
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00
Anexo V
Metodologia de cálculo.
TABELA V - A
2) Nas hipóteses em que (r) corresponda aos intervalos centesimais da Tabela V - A, onde:
a) "<" significa menor que;
b) ">" significa maior que;
c) "=<" significa igual ou menor que;
d) ">=" significa maior ou igual que;
As alíquotas do Simples Nacional relativas ao IRPJ, PIS/Pasep, CSLL, Cofins e CPP corresponderão ao seguinte:
Tabela V- A
0,10=< (r) e 0,15=< (r) e 0,20=< (r) e 0,25=< (r) e 0,30=< (r) e 0,35=< (r) e
Receita Bruta em 12 meses (em R$) (r)<0,10 (r) < 0,15 (r) < 0,20 (r) < 0,25 (r) < 0,30 (r) < 0,35 (r) < 0,40 (r)>= 0,40
Até 180.000,00 17,50% 15,70% 13,70% 11,82% 10,47% 9,97% 8,80% 8,00%
De 180.000,01 a 360.000,00 17,52% 15,75% 13,90% 12,60% 12,33% 10,72% 9,10% 8,48%
De 360.000,01 a 540.000,00 17,55% 15,95% 14,20% 12,90% 12,64% 11,11% 9,58% 9,03%
De 540.000,01 a 720.000,00 17,95% 16,70% 15,00% 13,70% 13,45% 12,00% 10,56% 9,34%
De 720.000,01 a 900.000,00 18,15% 16,95% 15,30% 14,03% 13,53% 12,40% 11,04% 10,06%
De 900.000,01 a 1.080.000,00 18,45% 17,20% 15,40% 14,10% 13,60% 12,60% 11,60% 10,60%
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 18,55% 17,30% 15,50% 14,11% 13,68% 12,68% 11,68% 10,68%
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 18,62% 17,32% 15,60% 14,12% 13,69% 12,69% 11,69% 10,69%
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 18,72% 17,42% 15,70% 14,13% 14,08% 13,08% 12,08% 11,08%
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 18,86% 17,56% 15,80% 14,14% 14,09% 13,09% 12,09% 11,09%
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 18,96% 17,66% 15,90% 14,49% 14,45% 13,61% 12,78% 11,87%
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 19,06% 17,76% 16,00% 14,67% 14,64% 13,89% 13,15% 12,28%
De 2.160.000,01 a 2340.000,00 19,26% 17,96% 16,20% 14,86% 14,82% 14,17% 13,51% 12,68%
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 19,56% 18,30% 16,50% 15,46% 15,18% 14,61% 14,04% 13,26%
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 20,70% 19,30% 17,45% 16,24% 16,00% 15,52% 15,03% 14,29%
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 21,20% 20,00% 18,20% 16,91% 16,72% 16,32% 15,93% 15,23%
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 21,70% 20,50% 18,70% 17,40% 17,13% 16,82% 16,38% 16,17%
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 22,20% 20,90% 19,10% 17,80% 17,55% 17,22% 16,82% 16,51%
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 22,50% 21,30% 19,50% 18,20% 17,97% 17,44% 17,21% 16,94%
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 22,90% 21,80% 20,00% 18,60% 18,40% 17,85% 17,60% 17,18%
Nota(¹): CPP = Contribuição Patronal Previdenciária
TABELA V - B
1) A partilha das receitas relativas ao IRPJ, PIS/Pasep, CSLL, Cofins e CPP arrecadadas na forma deste Anexo será
realizada com base nos parâmetros definidos na Tabela V – B, onde:
(J) = pontos percentuais da partilha destinada ao IRPJ, calculados após o resultado do fator (I);
(K) = pontos percentuais da partilha destinada à CSLL, calculados após o resultado dos fatores (I) e (J);
(L) = pontos percentuais da partilha destinada à Cofins, calculados após o resultado dos fatores (I), (J) e (K);
(M) = pontos percentuais da partilha destinada à contribuição para o PIS/Pasep, calculados após os resultados dos
fatores (I), (J), (K) e (L);
Tabela V - B
Receita Bruta em 12 meses (em R$) CPP IRPJ CSLL COFINS PIS/Pasep
I J K L M
Até 180.000,00 N x 0,9 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 180.000,01 a 360.000,00 N x 0,875 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 360.000,01 a 540.000,00 N x 0,85 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 540.000,01 a 720.000,00 N x 0,825 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 720.000,01 a 900.000,00 N x 0,8 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 900.000,01 a 1.080.000,00 N x 0,775 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 N x 0,75 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 N x 0,725 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 N x 0,7 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 N x 0,675 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 N x 0,65 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 N x 0,625 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 N x 0,6 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 N x 0,575 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 N x 0,55 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 N x 0,525 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 N x 0,5 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 N x 0,475 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 N x 0,45 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 N x 0,425 0,75 X (100 - I) X P 0,25 X (100 - I) X P 0,75 X (100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L
Receita Bruta em 12 meses (em R $) ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP
Até 180.000,00 8,80% 0,26% 0,09% 0,73% 0,24% 7,47%
De 180.000,01 a 360.000,00 9,10% 0,32% 0,11% 0,88% 0,29% 7,51%
De 360.000,01 a 540.000,00 9,58% 0,38% 0,13% 1,05% 0,35% 7,68%
De 540.000,01 a 720.000,00 10,56% 0,47% 0,16% 1,29% 0,43% 8,22%
De 720.000,01 a 900.000,00 11,04% 0,54% 0,18% 1,49% 0,50% 8,33%
De 900.000,01 a 1.080.000,00 11,60% 0,62% 0,21% 1,72% 0,57% 8,48%
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 11,68% 0,68% 0,23% 1,88% 0,63% 8,26%
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 11,69% 0,73% 0,24% 2,04% 0,68% 8,00%
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 12,08% 0,82% 0,27% 2,26% 0,75% 7,98%
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 12,09% 0,87% 0,29% 2,42% 0,81% 7,70%
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 12,78% 0,98% 0,33% 2,72% 0,91% 7,84%
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 13,15% 1,07% 0,36% 2,97% 0,99% 7,75%
De 2.160.000,01 a 2340.000,00 13,51% 1,17% 0,39% 3,23% 1,08% 7,65%
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 14,04% 1,28% 0,43% 3,54% 1,18% 7,62%
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 15,03% 1,44% 0,48% 3,99% 1,33% 7,80%
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 15,93% 1,60% 0,53% 4,43% 1,48% 7,89%
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 16,38% 1,72% 0,57% 4,77% 1,59% 7,73%
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 16,82% 1,84% 0,61% 5,12% 1,71% 7,54%
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 17,21% 1,97% 0,66% 5,46% 1,82% 7,31%
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 17,60% 2,10% 0,70% 5,81% 1,94% 7,06%
Nota(¹): CPP = Contribuição Patronal Previdenciária
Exemplo:
Uma empresa comercial, optante pelo Simples Nacional, com receita bruta em determinado mês de R$
30.000,00, pretende distribuir lucros do referido mês.
Passo 2: Do valor apurado no passo “1”, será subtraído o valor devido ao Simples Nacional, relativo ao
IRPJ. Digamos que seja R$ 81,00.
Passo 3. Subtrai-se (1 – 2) e teremos o valor do lucro que pode ser distribuído com isenção neste mês:
R$ 2.400,00 - R$ 81,00 = R$ 2.319,00.
Se no mês a empresa tivesse apurado e evidenciado contabilmente um lucro de R$ 10.000,00 este valor
poderia ser distribuído normalmente, sem qualquer incidência de imposto de renda. Neste caso é
necessário que a contabilidade elabore, através da escrituração contábil completa, os balancetes mensais e
dos demais livros contábeis usuais.
A periodicidade da distribuição de lucros de qualquer empresa deve ser definida dentro do contrato social
da mesma. Não havendo o registro do contrato a empresa, ela deve distribuir estes lucros apenas no
encerramento do balanço anual. Desta forma, para que haja uma distribuição mensal deste valor dentro da
sua empresa, é necessário incluir uma cláusula neste sentido no contrato social de sua empresa.
O MEI foi equiparado pela legislação tributária à Pessoa Jurídica. Consequentemente, em razão dessa
equiparação o trabalhador passa a ter obrigações como pessoa jurídica e também mantém obrigações
como pessoa física, para efeito do imposto de renda. Portanto, é necessário separar estas duas situações,
ou seja:
• Pessoa Jurídica (PJ) que podemos denominar de MEI/PJ: quando nos referirmos ao MEI equiparado à
Pessoa Jurídica no exercício de seu negócio;
• Pessoa Física (PF) que podemos denominar de MEI/PF: quando referirmos ao MEI Pessoa Física que
usufrui os rendimentos do trabalho em sua vida particular.
Desta forma, independentemente da receita bruta auferida pelo MEI/PJ (na condição de pessoa jurídica
equiparada) e, desde que respeitado o limite anual de R$ 36 mil, ele recolherá:
Vale lembrar que por força da LC 128/08, o MEI está isento do IRPJ e demais tributos, tais como: PIS,
COFINS, CSLL, IPI. Portanto, o MEI/PJ não recolhe o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ.
Contudo, o MEI/PJ deverá apresentar anualmente o DASN, que é a Declaração Anual do Simples
Nacional, em formato especial, informando tão somente:
a) a receita bruta total auferida relativa ao ano-calendário anterior;
b) a receita bruta total auferida relativa ao ano-calendário anterior, referente às atividades sujeitas ao
ICMS;
c) informação referente à contratação de empregado, quando houver.
A DASN do MEI conterá somente as informações relativas à receita bruta total sujeita ao ICMS, para
efeito de partilha do ICMS com os municípios. Com o cumprimento desta obrigação, os Estados não
poderão exigir declaração adicional com dados relativos ao cálculo do IPM (distribuição do ICMS para os
Municípios).
Agora, como fazer para esse dinheiro ir parar no bolso do MEI/PF, para seus gastos pessoais?
A legislação do IRPF estabelece que a pessoa física que auferir rendimento anual igual ou inferior a
determinado valor, está isento do IR e também da apresentação da declaração do IR.
Nota: Base legal: § 4º do art. 25 da Lei Geral das MPEs (LC 123/06 atualizada pela LC 128/08).
Neste sentido, observe que o Caderno de Perguntas e Respostas do IRPF – Exercício 2014 – ano-
calendário 2013 da Receita Federal do Brasil, prevê que o contribuinte, pessoa física, está obrigado a
apresentar a declaração, caso tenha recebido em 2013, rendimento superior a R$ 25.661,70 em 2013.
→ Receita bruta mensal de R$ 5.000,00 → Receita bruta anual (12 meses) de R$ 60.000,00.
Observe que, se o MEI teve receita bruta anual de R$ 60.000,00, esta receita pertence à sua Pessoa
Jurídica e não à Pessoa Física.
Atenção: Não é porque o MEI/PJ faturou R$ 60.000,00 é que o MEI/PF estará sujeito ao Imposto de
Renda sobre este valor.
Professor Antonio Saccá
Se o rendimento médio mensal do MEI/PJ é de R$ 5.000,00, antes de repassar algum dinheiro para a sua
pessoa física, o MEI/PJ deve avaliar os custos e despesas que tiver com o seu negócio, tais como:
a) preço de aquisição de mercadorias (recomposição do estoque);
b) INSS, ICMS, ISS (tributos do MEI);
c) salário e encargos de empregado (se tiver empregado);
d) aluguel de um box, sala, etc (local onde exerce a atividade);
e) luz, água, telefone;
f) transporte para se dirigir ao local de venda ou realizar entregas;
g) outros.
Portanto, é preciso analisar a capacidade financeira da Pessoa Jurídica. Isto é, se o MEI/PJ tem receita
média mensal de R$ 5.000,00, ele deverá subtrair os gastos inerentes ao exercício de sua atividade
econômica, manter alguma reserva para situações inesperadas e, caso queira, criar também outro fundo de
reserva para investimentos, como aquisição de estantes, cadeiras, computador, de modo a melhorar a
desempenho de seu negócio.
Após o calculo, o que sobra é considerado lucro do MEI/PJ e o MEI/PF poderá retirar este dinheiro para
as suas necessidades pessoais. Desta forma, considerando o ano calendário de 2013, o MEI/PF não será
tributado caso a quantia retirada da pessoa jurídica (MEI/PJ) em 2013, não ultrapasse a R$ 25.661,70.
Caso ocorra do MEI/PJ transferir ao MEI/PF valor superior ao limite de isenção de R$ 25.661,70, o
excedente deverá ser tributado.
Nota: Caso o MEI/PJ seja registrado ao longo do período o limite de receita bruta deve ser calculada de
forma proporcional.
9.5.3.3. TRIBUTAÇÃO DA PESSOA FÍSICA DO MEI (Distribuição + Pró-Labore)
O MEI/PF pode retirar quantia um pouco maior sem tributação do imposto de renda, conforme previsto no
art. 14 da Lei Geral das MPEs.
São considerados isentos do Imposto sobre a Renda, na fonte e na declaração de ajuste do beneficiário, os
valores efetivamente pagos ou distribuídos ao Microempreendedor Individual – MEI, optante pelo
Simples Nacional, exceto os que corresponderem a pró-labore ou alugueis.
A isenção fica limitada ao valor resultante da aplicação, sobre a receita bruta mensal, no caso de
antecipação de fonte, ou da receita bruta total anual, tratando-se de Declaração de Ajuste Anual, dos
percentuais de apuração do Lucro Presumido, mencionados no artigo 15, da Lei nº 9.249, de 26 de
dezembro de 1995.
Nota: O limite acima não se aplica na hipótese de o microempreendedor individual manter escrituração
contábil que evidencia lucro superior àquele limite, conforme Lei Complementar nº 123, de 14 de
dezembro de 2006, art. 14; Resolução CGSN nº 4, de 30 de maio de 2007, art.6º, § 1º; e Resolução CGSN
nº 14, de 23 de julho de 2007, art.2º. Diante dessa informação, a Pessoa Física do MEI está isenta do IRPF
sobre os valores que lhes forem distribuídos a título de lucro, somente nos seguintes casos:
a. Se exercer atividade mercantil (comércio ou indústria), a distribuição de lucro for igual ou inferior a 8%
da receita bruta auferida pelo MEI/PJ.
→ Receita bruta mensal de R$ 2.000,00 → Receita bruta anual (12 meses) de R$ 24.000,00.
Conforme consta do art. 14 da Lei Geral das MPEs, poderá o MEI/PF fazer retiradas a título de pró-
labore,cujos valores serão tributados se ultrapassarem os limite de isenção do IRPF que, em 2013, foi de
R$ 25.661,70.
Considerando que o valor anual calculado no total de R$ 1.920,00, a titulo de Distribuição de Lucro, é
“isento e não tributável” pelo Imposto de Renda Pessoa Física, o MEI/PF poderá retirar, a titulo de Pró-
Labore, o limite de isenção anual do IRPF de R$ 25.661,70. Totalizando, portanto, uma retirada de até R$
27.581,70, com isenção do IRPF.
Logo, no ano o MEI pode distribuir R$ 7.680,00 (R$ 640,00 x 12). . Pela legislação do Imposto de Renda,
este valor é considerado “isento e não tributável” para o MEI/PF.
Conforme consta art. 14 da Lei Geral das MPEs, poderá o MEI/PF fazer retiradas a título de pró-
labore,cujos valores serão tributados se ultrapassarem os limite de isenção do IRPF que, em 2013, foi de
R$ 25.661,70.
Professor Antonio Saccá
Considerando que o valor anual calculado no total de R$ 7.680,00, a titulo de Distribuição de Lucro, é
“isento e não tributável” pelo Imposto de Renda Pessoa Física, o MEI/PF poderá retirar, a titulo de Pró-
Labore, o limite de isenção anual do IRPF de R$ 25.661,70. Totalizando , portanto, uma retirada de R$
33.341,70, com isenção do IRPF.
Até então só era possível fazer o Pedido de Restituição de valores recolhidos indevidamente ou a maior do
Simples Nacional. Na Receita Federal esse pedido é uma das exceções à regra do PER/DCOMP. Assim
sendo, o pedido deveria ser protocolado pelo contribuinte, mediante a utilização do formulário previsto na
IN RFB nº 1.300/2012, com todo trâmite processual, análise e operacionalização manuais.
A partir de agora, o contribuinte pode utilizar este recolhimento indevido ou a maior do Simples Nacional
para fazer a (auto) compensação, via Portal do Simples Nacional na Internet.
O aplicativo denominado “Compensação a Pedido” já está disponível para utilização no menu Simples
Serviços > Cálculo e Declaração > Compensação a Pedido, podendo ser acessado por meio de código de
acesso ou certificado digital. Trata-se de um sistema de preenchimento “on line”,onde ao informar os
dados do pagamento recolhido indevidamente ou a maior, o aplicativo exibe uma tela contendo todos os
débitos possíveis de serem compensados.
Neste sentido, a compensação é processada de forma imediata, na internet. O contribuinte ainda pode
consultar as compensações realizadas, imprimindo o extrato respectivo, e até mesmo cancelar a
compensação.
b) Alíquota máxima:
Utilizada nos períodos de apuração que houver a compensação dos valores recolhidos indevidamente ou
em montante superior ao devido.
Notas:
O valor devido no mês pela empresa optante pelo Simples Nacional continua sendo determinada mediante
a aplicação das alíquotas constantes das tabelas dos Anexos I a V, sobre as receitas brutas auferidas.
Na determinação da alíquota, a empresa utilizará a receita bruta total acumulada nos 12 meses anteriores
ao do período de apuração.
Nos meses subsequentes ao do início das atividades, deverá utilizar a média aritmética da receita bruta
total dos meses anteriores ao do período de apuração, multiplicada por 12.
Ademais, ressalte-se que o contribuinte obrigado à EFD a partir de 01.01.2014 poderá transmitir,
até 25.07.2014, os arquivos digitais relativos à EFD dos períodos de apuração de janeiro/2014 a
junho/2014.
Por fim, não se aplica a obrigatoriedade da EFD ao estabelecimento não contribuinte do ICMS,
mesmo que inscrito no Cadastro de Contribuintes do imposto, exceto na hipótese de existência de outro
Professor Antonio Saccá
estabelecimento de mesma titularidade que seja contribuinte do ICMS, e ao produtor rural pessoa
física.
OBRIGADO!
DEUS LHE ABENÇOE.