Adolescência – A necessidade de pertença

É natural que os adolescentes queiram fazer parte de um grupo.

Qualquer que seja a idade, a necessidade de pertença pode ser muito forte em todos nós.

Lembras-te, quando eras pequeno, de teres de te separar dos teus pais? A ideia de ficar
sozinho pode ser aterrorizadora. Desde muito cedo que começamos a ver-nos como
fazendo parte de um grupo.

Primeiro, identificamo-nos com a nossa família e ficamos dependentes dos nossos pais e
irmãos mais velhos para termos segurança e estabilidade. Se um membro da família
morre ou se vai embora (como no divórcio), sentimo-nos traumatizados e confusos. A
nossa visão de nós próprios – a imagem na nossa mente que nos diz quem somos –
altera-se.

Sentimo-nos perturbados pela mudança.

Quando vamos para a escola passamos a ser mais uma criança a sala da professora X ou
da professora Y. Ser um membro aceite de determinada sala faz-nos sentir seguros.
Então, podemos deixar a nossa família durante algumas horas por dia para fazermos
parte de outro grupo na escola.

Depois, tornamo-nos adolescentes, e ter amigos torna-se mais importante do que nunca.
Tornamo-nos mais seletivos e temos de ter os amigos “certos”. Nesta idade, a rejeição
pode ser como uma serra que nos corta ao meio. Se nos conseguirmos libertar desta
necessidade desesperada de pertença – de fazer parte de um grupo –, podemos evitar
muita dor e infelicidade. Quando fazemos da pertença uma necessidade, não
conseguimos sentir-nos livres para sermos nós próprios. Tentamos ser aquilo que
achamos que os outros do grupo querem que sejamos.

Criamos uma fachada – uma cara falsa – porque temos medo de sermos nós próprios e
de correr o risco de sermos rejeitados pelos novos amigos que fizemos. Se encobrires os
teus sentimentos verdadeiros e fingires que és algo que não és, as outras pessoas
descobri-lo-ão rapidamente. Começas por dizer uma coisa a uma pessoa do grupo e,
depois, mudas ao falar com outra pessoa. Se estiveres sempre a fazer e a dizer coisas
para agradar aos outros, não estás a ser genuíno.

Não estás a ser verdadeiro, e os outros em breve perderão o respeito por ti.

Bonnie M. Parsley