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A M�o e a Luva - Machado de Assis

Narra a hist�ria de Guiomar, mo�a altiva e segura de si, que procura, com
frieza e calculismo, realizar o ambicioso plano de ascender socialmente,
compensando a sua modesta origem. Tr�s homens pretendem a m�o de Guiomar: Estev�o ,
Jorge e Luis Alves. O primeiro sincero, por�m simpl�rio; o segundo indolente e
superficial. Luis Alves, ambicioso e sagaz, acaba sendo o eleito, pois
personificava as qualidades que se sintonizavam com o esp�rito de Guiomar, que, ao
escolh�-lo, faz, segundo suas pr�prias palavras, " a fria elei��o do esp�rito ". O
fragmento que transcrevemos ilustra o car�ter do casal GUIOMAR/LUIS ALVES e oferece
a justificativa do t�tulo: " Um m�s depois de casados, como eles estivessem a
conversar do que conversam os rec�m-casados, que � de si mesmos , e a relembrar a
curta campanha do namoro. Guiomar confessou ao marido que naquela ocasi�o lhe
conhecera todo o poder de sua vontade. - Vi que voc� era homem resoluto, disse a
mo�a a Luis Alves, que assentado, a escutava. - Resoluto e ambicioso, ampliou Luiz
Alves sorrindo: voc� deve ter percebido que sou uma e outra cousa. - A ambi��o n�o
� defeito. - Pelo contr�rio, � virtude; eu sinto que a tenho, e que hei de faz�-la
vingar. N�o me fio s� na mocidade e na for�a moral: fio-me tamb�m em voc�, que h�
de ser para mim uma for�a nova. - Oh! Sim! Exclamou Guiomar. E com um modo gracioso
continuou: - Mas que me d� voc� em paga? Um lugar na c�mara? Uma pasta de ministro?
- O lustre do meu nome, respondeu ela. Guiomar, que estava de p� defronte dele, com
as m�os presas nas suas, deixou-se cair lentamente sobre os joelhos do marido , e
as duas ambi��es trocaram o �sculo fraternal. Ajustavam-se ambas, como se aquela
luva tivesse sido feita para aquela m�o.

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