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A história da EAD não tem, ainda, uma identidade construída quanto ao modelo
pedagógico. O uso das TIC, no recorte que esta pesquisa propôs como análise, demonstra
que o que ocorreu no Brasil e no mundo foram apenas adaptações do formato analógico
(o livro), para o modelo digital (internet e (ou) formas combinadas das TIC). Todavia,
cumpre destacá-las, pois demonstram o rápido crescimento e a expansão de modelos que,
de forma eficiente e eficaz, já demonstram resultados favoráveis.
Entende-se que os estudos sobre os processos que envolvem a EAD nos caminhos
da comunicação não podem restringir-se ao estudo da midiatização do conhecimento,
sendo essencial alargar a visão para os processos que constroem este espaço. Para Martín-
Barbero (2003), na concepção de “mediações”, integram-se as questões pedagógicas
como parte integrante também do processo comunicacional, como contexto no qual os
fenômenos midiáticos, seja em que espaço for, são vivenciados pelas pessoas e grupos
que produzem e reproduzem sentidos.
Entender o processo da comunicação pedagógica no espaço da EAD torna
necessária a compreensão dessas mediações, como elas se construíram em cada tempo e
como, neste tempo novo, neste caso, os sistemas de EAD, na perspectiva do uso dos
recursos midiáticos pelas TIC, ganham sentido.
As TIC são, desse modo, componentes determinantes e objeto de estudo, na busca
da compreensão de como e com quais características se apresentam e que diálogos elas
estabelecem. Vale destacar que o processo não se limita a elas, mas a toda a rede que os
sistemas de EAD criam em torno delas. A mídia deve ser tomada no contexto das
mediações, como parte integrante, mas determinante, que entrelaça comunicação e
educação para entendimento do espaço ao qual esta pesquisa reporta da modalidade EAD.
A opção pelas TIC como mediações faz com que elas sejam tomadas em suas articulações
com o universo midiático, a fim de respeitar as delimitações deste campo de estudos. Caso
contrário, corre-se o risco da dispersão: poderemos cair em um fosso que levará não à
interdisciplinaridade, mas à extradisciplinaridade. E, com isso, perde-se a identidade.
Resumo
1
Doutora em Comunicação Social. UMESP/SP. Coordenadora do Programa em Metodologias para o Ensino de
Linguagens e suas Tecnologias. Pesquisadora da FUNADESP. E-mail samira.kfouri@unopar.br
2
Doutora em Educação UNICAMP. Professora Universidade Estadual de Londrina. Pesquisadora na área de
Políticas Educacionais e Gestão Escolar: soraiaks@gmail.com
3
Mestranda em Educação Universidade Estadual de Londrina (UEL), E-mail: kfouri.tutel@unopar.com.br
ISSN 2176-1396
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Introdução
As últimas décadas têm sido marcadas por estudos importantes em relação ao uso de
TIC, no cotidiano das escolas e avançando em possibilidades de mudanças significativas para
produção de conhecimento na perspectiva da relação professor-aluno. A ciência da
informação trás contribuições importantes que incorporam de maneira significativa conceitos
como ações colaborativas e interdisciplinares nas estratégias de Ensino e no uso dos recursos
de aprendizagem, em uma ligação estreita e eficaz com a tecnologia de informação nos
processos pedagógicos mediados. Sendo a principal função da escola possibilitar o acesso e
produzir conhecimento, abre-se nestes resultados apontados um excelente cenário de
mudanças e reconhecimento das atividades que se realizam no cenário educativo.
A Internet e as tecnologias digitais fizeram emergir um novo paradigma social,
descrito por autores, como sociedade da informação ou sociedade em rede alicerçada no poder
da informação (CASTELLS, 2003), sociedade do conhecimento (HARGREAVES, 2003) ou
sociedade da aprendizagem (POZO, 2004).
Segundo Hargreaves (2003, p.33) um mundo onde o fluxo de informações é intenso,
em permanente mudança, é “onde o conhecimento é um recurso flexível, fluido, sempre em
expansão e em mudança”. Um mundo desterritorializado, onde não existem barreiras de
tempo e de espaço para que as pessoas se comuniquem. Uma nova era que oferece múltiplas
possibilidades de aprender, em que o espaço físico da escola, tão proeminente em outras
décadas, neste novo paradigma, deixa de ser o local exclusivo para a construção do
conhecimento e preparação do cidadão para a vida ativa.
Neste artigo, o que se pretende é demonstrar estes avanços, para que estudos paralelos,
deixem de ser paralelos e integrem e interajam com abordagens com intuito de diálogos
elucidativos para a compreensão do uso consciente e claro de tecnologias no processo
educacional.
de informação e comunicação estão sendo utilizadas na educação e passam a fazer parte das
atividades de sala de aula, como já o é no cotidiano de todos os envolvidos. Essas tecnologias
têm alterado a dinâmica da escola e da sala de aula como, por exemplo, a organização dos
tempos e espaços da escola, as relações entre o aprendiz e a informação, as interações entre
alunos, e entre alunos e professor.
O encontro entre o campo da educação com as outras ciências e suas especificidades,
se mostram cada vez mais necessárias e importantes para a compreensão de suas utilidades e
responsabilidades sociais, culturais e do mundo do trabalho, papéis inerentes ás instância
formativas, pois na construção desses campos de saber, concomitantemente constituíram-se
lógicas específicas demarcadas no tempo e no espaço, e dotadas de características que se
amalgamaram nas sociedades como fruto do desenvolvimento social e do progresso
tecnológico.
A presença e a dinâmica das novas tecnologias potencializaram a circulação e
produção da mídia e dos diálogos que incorporaram outras áreas do saber; no caso da
educação, concepções estas que ressignificaram o papel da escola e de aprendizagem
construídas historicamente que colocam e deslocam a centralidade do processo comunicativo
e dialogal na relação de ensino-aprendizagem, de uma forma alterando essa relação, ora,
compartilhando-o em busca das experiências da vida cotidiana, criando formas colaborativas
e proativas para os sujeitos envolvidos.
Cria-se assim aproximações necessárias antes não existentes entre os campos da
educação, informação e comunicação, no mínimo, as quais sugerem uma demanda de uma
flexibilização e criação dos modelos estabelecidos, ficando notável a necessidade de que o
acesso e o uso desses meios e equipamentos em si já compõem uma nova forma de aprender e
de apreender as realidades humanas e a necessidade de um esforço rompimento anunciado das
barreiras impostas ao modelo exclusivo de transmissão do conhecimento para o
desenvolvimento dos meios de comunicação ativas, híbridas e colaborativas.
Assim diante das considerações acima expostas, esta pesquisa, em fase inicial,
pretende, pelo acompanhamento e observação de professores voluntários de escolas da
Educação Básica, que possuem alguns equipamentos de TIC, considerados relevantes,
verificar a cultura e a consciência tecnológica dos mesmos ao planejar as atividades escolares
de transposição didática dos conteúdos.
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Ao planejar e pensar a implementação e utilização das novas TIC a escola precisa estar
fortemente apoiada nos indicativos teóricos que sustentam formas e intencionalidades para
sua utilização em situações de ensino e aprendizagem, na produção do conhecimento para
formar sujeitos capazes de continuar a aprender ao longo da vida, com ou sem a presença de
modelos. Isso não é uma tarefa fácil. Não somente pelo uso das Tecnologias, mas pelo pensar
e fazer sobre elas. Indagações como qual o papel da escola - local que durante séculos,
apresentou-se e representou o papel de único para se ensinar e aprender, para que ao assumir o
uso de TIC não provoque um confronto em detrimento dos diálogos possíveis e necessários,
já existentes para uma utilização consciente e necessária.
Com a intenção de contribuir para a disseminação de um conhecimento mais
elaborado para utilização de TIC na escola, é que esta pesquisa, iniciou um acompanhamento
e posterior análise do cotidiano do professor em meio a estas situações, onde o maior desafio
ainda tem se demonstrado como uma cobrança de forma utilitarista e não compreensiva e
colaborativa das possibilidades híbridas destas metodologias com a presença de recursos
digitais, além de uma consciência pedagógica de sua utilização. Esta atuação descrita, provoca
não só uma mudança de equipamentos, mas um conhecimento histórico da produção humana
que tem criado interfaces importantes na sociedade em todos os ambientes, provocando assim
as ciências de modo integrado apresentarem possibilidades através de seus diálogos.
Diante destes desafios, uma das contribuições mais importantes que a escola deve
buscar é o de preparação de si mesmos, na busca de aprender sobre e da preparação dos
alunos para estes desafios de aprender junto. Em outras palavras uma gestão que ultrapassa o
simples “ensinar o quê”, para “ensinar como e com”.
Alguns autores entre eles, Pozo e Postigo (2000) indicam tipos de capacidades que
garantem uma efetiva gestão meta cognitiva do conhecimento, essenciais ao sucesso numa
sociedade informatizada e que são elas competências para a aquisição de informação,
competências para a interpretação da informação, competências para a análise da informação,
competências para a compreensão da informação e competências para a comunicação da
informação. Esta realidade a escola e os seus responsáveis têm sido levados a modificações
em os métodos e técnicas de ensino e pensar em formas eficientes e eficazes para
acompanhamento dos alunos que já convivem com as novas Tecnologias em sociedade do
conhecimento acessado por ela e produzido por ela. Diante deste cenário está a escola e os
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seus envolvidos precisam pensar a aplicação de seus métodos e técnicas no ensino e pensar
em formas eficientes e eficazes para preparar os estudantes para a sociedade do
conhecimento, “estamos na era em que os docentes devem colocar-se como mestres e
aprendizes, na expectativa de que, por meio da interação estabelecida na «comunicação
didática com os estudantes, a aprendizagem aconteça para ambos” (LENCASTRE, 2009, p.1).
Pozo (2004), argumenta que é inevitável que a escola e os profissionais envolvidos
repensem as formas de ensinar, pois converter os sistemas culturais em instrumento de
conhecimento e fazer uso epistémico deles, requer apropriação de novas formas de aprender e
se relacionar com o conhecimento, permitindo o aprimoramento do pensamento crítico e
reflexivo, tentando despir-nos da ignorância e da alienação e descortinando as possibilidades
de emancipação nos vários segmentos sociais.
A cultura que se estabelece em meio a realidade e a presença das TIC é a que passa
pelo uso das tecnologias percebe-se aí como hipótese nesta pesquisa que as parceiras no
processo de construção do saber e pela formação de professores permitem aproximar pessoas
de diferentes origens sócio econômicas, propiciando o aparecimento de espaços para troca de
informações e partilha de conhecimentos. Isto torna-se um desafio para a escola, pois ensinar
em plena era digital contribui para criar
oportunidades nunca antes vistas para tornar o ensino uma profissão apaixonante e
motivadora, que faça diferença para a sociedade futura. Tais oportunidades
relacionam-se a novos papéis, novos conteúdos e novos métodos de ensino e
aprendizagem. (VEEN; VRAKKING, 2009, p.14).
Acredita-se que o uso das tecnologias em contexto educativo, não vai resolver todos os
problemas da educação, mas que o seu uso responsável, com objetivos claros e definidos,
poderá ser um fator de contribuição importante, com implicações na construção de uma nova
identidade para o professor, que diante das tecnologias.
Considerações Finais
tem como hipótese que a escola vai continuar a ser um local propiciador ao desenvolvimento
do ser humano. Porém é preciso ter claro que não será o único e não faz sentido que se vejam
estes dois mundos – a educação formal e informal, o presencial e o virtual, mas como
parcerias importantes.
Ensinar numa sociedade conectada com acessos híbridos deve nos provocar a uma
cultura aprendente não é tarefa fácil, mas são os professores que terão a grande
responsabilidade de serem os catalisadores da sociedade do conhecimento (HARGREAVES,
2003).
Podemos concluir ainda que quanto a utilização tão somente das tecnologias no espaço
educativo, não cumpre todos os desafios que a escola já tem a terá, mas consolida o papel da
escola frente a esta situação e que o seu uso responsável, com objetivos claros e definidos,
deverá trazer a cultura da competência humana e profissional daquele que fará a
intermediação no processo de ensino e aprendizagem, o professor, ao estabelecer outros tantos
diálogos necessários. Isto implica a construção de uma cultura para o professor, que diante
das tecnologias, deverá estar preparado para agir neste novo cenário: um professor capaz de
ressignificar a aprendizagem e estimular a produção coletiva - de forma autônoma e
organizada através das redes digitais, pois somente assim a educação será capaz de atender as
demandas de um futuro próximo.
REFERÊNCIAS
FREINET, C. Para uma escola do povo. Santa Maria de Lama: Editorial Presença, 1969.
LENCASTRE, J.A. Educação on-line: um estudo sobre o blended learning na formação pós-
graduada a partir da experiência de desenho, desenvolvimento e implementação de um
protótipo web sobre a imagem. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade do Minho,
Braga, 2009.
POZO, J.I; POSTIGO, Y. Los procedimientos como contenidos escolares: uso estratégico
de la información. Barcelona: Edebé, 2000.
VEEN, W.; VRAKKING, B. Homo zappiens: educando na era digital. Porto Alegre: Artmed,
2009.
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Num contexto educacional apontado por Freire (1983), a interação dialógica entre
formador e formando se dá por meio de etapas metodológicas: a investigação temática,
quando, pelo diálogo, formador e formando levantam os temas geradores da realidade
vivida, os temas significativos, dentro das visões de mundo ali representadas, e os
problematizam; a tematização do conhecimento, que deve ocorrer em torno de situações
reais, vividas pelos sujeitos em formação, e a problematização do conhecimento, tratando
os conteúdos de ensino como instrumentos de emancipação humana, numa visão tão cara
a Freire.
Tal processo de interação dialógica favorece a formação de um sujeito crítico, que,
pela linguagem, intervém no mundo, assumindo uma postura não apenas inquiridora,
mas, sobretudo, transformadora diante da realidade, vivenciando o contexto da
intertextualidade.
Percebe-se, neste cenário, que, para os papéis acima descritos, temos um desenho
pedagógico para a comunicação pedagógica, que envolve procedimentos de teleaula,
videoaula, web-aula, portfólios eletrônicos, que se desenvolvem nos AVA, os quais
remetem a uma comunicação pedagógica que não ocorre de maneira isolada, mas exige
novos diálogos, novos papéis e novas reflexões acerca dos processos de ensino, através
da mediação por TIC, as quais expressam sua razão de ser pelo uso de seus componentes
e de uma estrutura de funcionalidade técnica e humana. As competências norteadoras,
tanto gestionárias como pedagógicas da metodologia da distância, envolvem atores da
escola em uma atmosfera de intensas mudanças.
Resumo ± Este trabalho tem como objetivo verificar os aspectos que envolvem a
mediação pedagógica na educação a distância focando as competências do tutor e
a motivação para a aprendizagem envolvidos neste processo. Constitui uma
pesquisa descritivo-explicativa, descreve sobre a mediação pedagógica, a
motivação para a aprendizagem e as competências do tutor a partir dos
pressupostos teóricos de autores como: Vygotsky, Perrenoud, Valente, Mill,
Machado, Medeiros, Masetto. Os sujeitos são alunos da educação a distância que
cursam Graduação ou Especialização Lato Sensu. O instrumento utilizado para
coleta de dados foi um questionário on line por meio da ferramenta do Google doc
disponibilizado para alunos dos cursos a distância de um Polo de Apoio Presencial
do Interior do Estado de São Paulo durante o mês de Agosto. Por meio do
desenvolvimento do presente estudo, foi possível observar que a mediação
pedagógica constitui um aspecto central na educação a distância, depende da
competência dos tutores e professores, que são os mediadores do processo ensino
aprendizagem e os motivadores para a permanência do aluno no curso. Outros
aspectos motivacionais apontados pelos alunos constituíram a flexibilidade de
horário, a gratuidade dos cursos ofertados por renomadas universidades públicas,
além do desenvolvimento da autonomia para os estudos.
Palavras-chave: mediação pedagógica, educação a distância, tutoria, competência,
aprendizagem on line.
Abstract – This study aims to determine the aspects that involves the mediation in
distance education focusing on the skills of the tutor and motivation for learning
involved in this process. Constitutes a descriptive and explanatory research
describes about the mediation, motivation for learning and skills tutor from the
theoretical suppositions of authors such as Vygotsky, Perrenoud, Valente, Mill,
Machado, Medeiros, Masetto. The subjects are of distance education students who
attend undergraduate or Specialisation Lato Sensu. The instrument used for data
collection a questionnaire online made on Google doc available to students of
distance education courses from a Polo of presence support of Interior of the State
of São Paulo during the month of August. By the development of this study, it was
observed that the pedagogic mediation is a central aspect of distance education,
depends on the competence of tutors and teachers, which are the mediators of the
learning process and the motivators for the students remaining in the course. Other
motivational aspects showed by the students were the flexibility of time, the gratuity
of the courses offered by renowned public universities, and the development of
autonomy for the studies.
2436
learning learning.
Introdução
Caminhos Metodológicos
2437
pelo levantamento de informações, aspectos teóricos que compete à mediação
pedagógica. Explicativa para a busca da identificação dos fatores envolvidos na
mediação pedagógica que contribuem para a aprendizagem na Educação à
Distância.
Constituíram sujeitos da pesquisa os alunos da educação a distância que
cursavam Graduação ou Especialização Lato Sensu. O direcionamento da pesquisa
junto aos alunos se deve por estarem no processo ensino aprendizagem nessa
modalidade de ensino, por acreditar que eles têm propriedade acerca dos aspectos
que facilitam sua aprendizagem no curso, aspectos estes que levaram ao papel e às
competências do tutor na mediação pedagógica que possibilitam uma aprendizagem
com êxito.
O instrumento de coleta de dados foi um questionário elaborado por meio da
ferramenta do Google docs que foi disponibilizado em um link para os alunos via e-
mail no período de 01 a 31 de Agosto.
Foi solicitado à Secretária Municipal de Educação, representante da
mantenedora o Termo de Autorização para realizar a Pesquisa junto aos alunos do
Polo e no início do questionário foi disponibilizado ao aluno o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido com os objetivos da pesquisa, que foi aberta para
responder após o aluno assinalar que estava de acordo com o termo. Assim, a
adesão em participar do questionário foi voluntária.
Os dados levantados foram tralhados qualitativamente à luz do referencial
teórico pesquisado acerca da motivação, do papel do tutor e suas competências na
mediação pedagógica de cursos em educação à distância.
As categorias de análise:
1. O papel do Tutor como orientador, como mediador do processo de aprendizagem
e facilitador da aprendizagem colaborativa em rede.
2. A aprendizagem colaborativa e as ações do aluno.
integral do sujeito.
Para análise dos dados foi realizado um levantamento junto aos alunos da
Educação à Distância por meio de um questionário disponibilizado no google docs
para levantar os aspectos que envolvem a mediação pedagógica no processo de
ensino aprendizagem. Após coletar todos os dados realizou-se a os cálculos
estatísticos e a análise dos dados qualitativamente, além de realizar um paralelo
2438
entre os resultados encontrados, os objetivos de pesquisa e o referencial teórico.
2439
Porém, a função do tutor inicialmente na EaD não estava atrelada às
concepções construtivistas de atuação, de mediar o processo, como proposta na
atualidade, ao contrário, focava-se na perspectiva tradicional da educação a
distância:
...que o tutor dirigia, orientava, apoiava a aprendizagem dos alunos, mas
não ensinava. Assumiu-se a noção de que eram os materiais que
ensinavam e o lugar do tutor passou a ser o de um “acompanhante”
funcional para o sistema. O lugar do ensino assim definido ficava a cargo
dos materiais, “pacotes” auto-suficientes sequenciados e pautados, que
finalizava com uma avaliação semelhante em sua concepção de ensino.
(MACHADO, 2004, p.2)
Desta forma, o aspecto mediador e motivacional do tutor não eram aspectos
prioritários na Educação a Distância, uma vez que o foco se concentrava nos
materiais. Tal perspectiva remete ao instrucionismo de Skinneriano quando propôs
as máquinas de ensinar, em sua proposta behaviorista inicial à qual considerava que
o acerto naturalmente constituía um caráter motivacional para manter o
comportamento de aprender, sendo o professor e o tutor, figuras de caráter
secundário no processo ensino-aprendizagem.
Na atualidade a Educação a Distância tem o propósito de aprendizagem
colaborativa em rede que não condiz com o instrucionismo, ao contrário, tem na
teoria de Vygotsky (apud OLIVEIRA, 2007) os pressupostos que embasam a relação
ensino aprendizagem, que é de mediação do processo. Assim, o tutor vai atuar por
meio dos recursos tecnológicos, na zona de desenvolvimento proximal, instigando o
aluno a desejar o desenvolvimento potencial e mediando tornar este conhecimento
potencial em real.
Os aspectos motivacionais que envolvem a relação tutor e aluno passam
necessariamente pela mediação, sendo importante considerar que a mediação na
educação a distância, não é atividade exclusiva do tutor, do professor, e sim de
todos os envolvidos no processo de aprendizagem como, inclusive, os próprios
colegas de curso.
A aprendizagem colaborativa em rede requer uma concepção interativa, sócio
construtivista do aprender, em que, a construção do conhecimento ocorre por meio
da relação estabelecida entre os membros envolvidos na aprendizagem, assim,
coordenadores, professores, tutores e alunos potencialmente vão colaborar neste
processo.
Para isto se faz necessário repensar constantemente a função do tutor na
educação à distância para não reproduzir as concepções tradicionais de ensino na
relação tutor/aluno. Retomando Almeida (2001), o tutor deve atuar como mediador,
facilitador, incentivador, investigador do conhecimento de sua prática e do processo
de aprendizagem individual e grupal, com foco sempre na aprendizagem
colaborativa em rede. Sendo assim, são requeridas do tutor algumas competências
para facilitar a interação dos membros envolvidos na aprendizagem: a competência
tecnológica e a competência social.
A competência tecnológica remete a Perrenoud (2000), que em seu livro As
dez competências para ensinar, estabelece uma competência referente à tecnologia,
2440
Utilizar novas tecnologias: editores de textos, explorar as potencialidades didáticas
dos programas em relação aos objetivos do ensino, comunicar-se à distância por
meio da telemática e utilizar as ferramentas multimídia no ensino.
Machado & Machado (2004, p. 9) se remetem a Maia (2002, p.13) ao delinear
a competência tecnológica:
Competência tecnológica – domínio técnico suficiente para atuar com
naturalidade, agilidade e aptidão no ambiente que está utilizando. É preciso
ser m usuário dos recursos de rede, conhecer sites de busca e pesquisa,
usar e-mails, conhecer a netiqueta, participar de listas e fóruns de
discussão, ter sido mediador em algum grupo (e-group).
Verificam-se as confluências entre os autores acerca desta competência
requerida a todos os tutores que atuam na educação à distância, às quais devem
estar a serviço do aspecto motivacional que favorece o envolvimento, participação e
manutenção do aluno nos cursos.
Assim como a competência tecnológica temos a competência social, também
citada por Machado & Machado (2004, p. 9 apud MAIA, 2002, p. 13):
Competências sociais e profissionais – deve ter capacidade de gerenciar
equipes e administrar talentos, habilidade de criar e manter o interesse do
grupo pelo tema, ser motivador e empenhado. É provável que o grupo seja
bastante heterogêneo, formado por pessoas de regiões distintas, com
vivências bastante diferenciadas, com culturas e interesses diversos, o que
exigirá do tutor uma habilidade gerencial de pessoas extremamente
eficiente. (...) A tutoria deve agregar valor ao curso.
Silva & Coradi-Webster (2011, p. 3) retomam Del Prette (2001) ao se
referirem à importância da competência social na tutoria em educação à distância:
A competência social está relacionada com a capacidade do indivíduo de
organizar pensamentos, sentimentos e ações mediante os objetivos e
valores pessoais, em função das demandas do ambiente, resultando em
habilidades para que o indivíduo possa desempenhar-se socialmente. As
habilidades sociais correspondem, assim, um conjunto amplo de ações que
permitem o início e a manutenção do relacionamento saudável de um
indivíduo com os demais.
Os aspectos apresentados pelas autoras acerca da competência social nos
remetem novamente a Perrenoud (2000, p. 20) que, entre as dez novas
competências para ensinar, insere também as competências: de Trabalhar em
equipe e Envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho:
Trabalhar em equipe: elaborar um projeto de equipe, representações
comuns. Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões. Formar e renovar
uma equipe pedagógica. Enfrentar e analisar em conjunto situações
complexas, práticas e problemas profissionais. Administrar crises ou
conflitos interpessoais. (...) Envolver os alunos em sua aprendizagem e em
seu trabalho: Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o
saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver a capacidade de auto-
avaliação.
O trabalho em equipe e o envolvimento dos alunos na aprendizagem são
condições intrínsecas da competência social, desta forma, verifica-se em todos os
autores citados que o aspecto motivacional constitui também um fator intrínseco e
fundamental no papel do tutor na educação à distância.
2441
Para motivar o aluno no processo de aprendizagem o tutor deve possuir em
sua formação pessoal a capacidade para lidar com os grupos heterogêneos de
alunos, possuindo características psicológicas e éticas como maturidade emocional,
empatia com os alunos, habilidade para a mediação, liderança, cordialidade, além
de saber ouvir as demandas dos alunos, mediando com as demandas do curso que
tutora.
A relação do tutor por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) é
marcada por alguns aspectos peculiares que se diferenciam da relação
professor/aluno no ambiente de aprendizagem presencial. Desta forma o processo
motivacional que mantém esta relação e consequentemente a participação do aluno
no curso on line também requer habilidades e competências específicas do
tutor/professor.
O tutor tem acessos gráficos que permitem checar a frequência do aluno no
curso, uma vez que se entra para ler, significa que está presente, mesmo que ainda
não tenha realizado as tarefas. Assim, o tutor monitora a participação do aluno e tem
o espaço para motivá-lo por meio de mensagens que o instigue a participar
efetivamente das discussões do curso e por meio dos próprios fóruns de discussão,
que consiste efetivamente na sala de aula, por ser o local de opiniões,
questionamentos e discordâncias, espaço legítimo de mediação pedagógica.
Medeiros (2013, p. 275) ratifica a importância dos fóruns no AVA:
...sobre a atuação do tutor em um fórum, para além do registro escrito, da
postagem de uma mensagem, mas que vai desde a consideração ao que é
escrito até a reorientação da discussão e à proposição de aprofundamentos
a partir do que está sendo posto. Considerar e valorizar as participações
dos alunos significa, em sua mensagem, o tutor se referir claramente às
mensagens anteriores, seja para concordar, discordar ou propor
questionamentos. O aluno necessita perceber que suas contribuições estão
sendo lidas e consideradas.
Desta forma o fórum, sendo o espaço efetivo de discussão não pode constituir
uma lista de postagens desconexas com o objetivo apenas de postar a tarefa
requerida. Portanto, a mediação do tutor é essencial para que seja um espaço rico e
produtivo de aprendizagem, pois de acordo com Vygotsky (apud OLIVEIRA, 2007), o
fórum constitui uma das zonas de desenvolvimento proximal da aprendizagem na
educação à distância. Assim, o importante é o fluxo das discussões, a interatividade
e o diálogo que vão permear a aprendizagem dos alunos.
Medeiros (2013, p.277) afirma que: Um AVA utilizado de forma tão intensa,
tão presente no cotidiano dos envolvidos, aliado a encontros presenciais
intervalados, pareceu colocar em cheque o distanciamento temporal e geográfico
que existia entre essas pessoas. A autora evidencia que é possível encurtar
distâncias geográficas quando o tutor realmente faz uso das ferramentas disponíveis
no AVA com o objetivo de mediação pedagógica.
A relação pedagógica independe de presença física ou virtual, quantos alunos
estão presentes fisicamente na sala de aula, entram e saem, sem ao menos interagir
uma vez com colegas e professores. Da mesma forma no AVA, o aluno entra e sai
da plataforma sem interagir, postam suas atividades por obrigatoriedade, para
2442
cumprir a tarefa sem se preocupar em interagir com os colegas na discussão. Assim,
o engajamento, o envolvimento deve ser minuciosamente trabalhado pelo tutor ao
mediar o processo ensino/aprendizagem.
Para ratificar o disposto acima, retoma-se a pesquisa realizada pelos
professores Mill, Ribeiro e Oliveira (2013, p. 116) junto ao grupo de tutores e
professores dos Cursos da UFSCAR, que teve como um dos aspectos levantados:
O papel do tutor como mediador é essencial na EaD e também na educação
presencial. Independentemente das dificuldades encontradas nas
interações com os alunos, quase todos os tutores respondentes (97%)
consideraram-nas muito importantes. Ademais, 59% dos tutores indicaram
que a modalidade de educação a distância favorecia a interação tanto
quanto a presencial.
Valente (2010, p. 26) traz importantes questionamentos acerca dos diferentes
significados e funções que a interação pode ter no processo ensino aprendizagem
da EaD. Segundo o autor:
... na maioria das vezes, as ações ou os cursos de EaD existentes têm
privilegiado a transmissão de informação. Ações que criam oportunidades
de construção de conhecimento praticamente inexistem. A interação com as
pessoas e com os objetos do meio tem sido substituída por acesso à
informação, usando para isso os recursos tecnológicos – uma forma de
camuflar o processo e subutilizar esses recursos. O simples fato de
comumente navegar na internet tem sido entendido como uma oportunidade
de interagir com a informação e, consequentemente, de construir
conhecimento.
O autor faz um levantamento do significado da interação, da importância de
enriquecer os ambientes de aprendizagem incorporando as tecnologias digitais, nos
quais os sujeitos podem atuar e ser capazes de construir os conceitos e ideias que
impregnam esses ambientes; e, da importância da afetividade no ensino à distância,
por meio dos sentimentos de pertencimento, cooperação, questionamentos na
comunicação mediada. Desta forma, verifica-se o quanto estes aspectos são
essenciais na mediação pedagógica, papel intrínseca da função de tutoria na
educação à distância. Segundo Masetto (2002, p.144):
Entende-se por mediação pedagógica a atitude o comportamento do
professor que se coloca como um facilitador, incentivador ou motivador da
aprendizagem, que se apresenta a disposição de ser uma ponte entre o
aprendiz e aprendizagem - não uma ponte estática, mas uma ponte
“rolante”, que ativamente colabora para que o aprendiz chegue aos seus
objetivos.
A presença do tutor no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) é de suma
importância, é este que vai possibilitar uma relação dialógica e profícua entre tutor-
aluno, entretanto é preciso propiciar uma relação de proximidade. Segundo Perez e
Castilho (1999, p.10) A mediação pedagógica busca abrir um caminho a novas
relações do estudante: com os materiais, com o próprio contexto, com outros textos,
com seus companheiros de aprendizagem, incluído o professor, consigo mesmo e
com o seu futuro. O AVA deve ser um espaço de troca, discussões, construções
coletivas, problemáticas, para tanto é preciso que o tutor esteja atentamente
propiciando situação-problema para que o aluno atue como protagonista e aprenda
2443
a lidar com os desafios.
2. Motivação
A motivação procura explicar o comportamento das pessoas. De acordo com
Maximiano (2000), motivação derivada do latim motivus, movere, que significa
mover. Indica o processo pelo qual um conjunto de motivos incentiva, induz, estimula
ou provoca algum tipo de ação ou comportamento humano, ou seja, está baseada
em três propriedades: direção (para onde a motivação leva o comportamento),
intensidade (amplitude da motivação) e a permanência (duração da motivação).
Segundo Ferreira (2000, p. 311) motivação é o:
Ato ou efeito de motivar, exposição de motivos ou causas, conjunto de
fatores, os quais agem entre si, e determinam a conduta de um indivíduo
(móbil+ções). Motivar – Dar motivo a, causar, despertar o interesse por
(aula, conferência, atividade, etc.), ou de (alguém), incitar, mover, estimular.
Motivo – causa, razão, Fim, [...].
Portanto, motivação pode ser entendida como um motivo que leva a ação e
que leva a pessoa a determinado comportamento (MIRANDA, 2009). A motivação é
um processo de diferentes escolhas no comportamento das pessoas, uma espécie
de força interna que se manifesta, regula e sustenta as ações mais importantes.
Normalmente é empregado como sinônimo de forças psicológicas, desejos,
impulsos, instintos, necessidades, vontades e intenções.
Com o passar do tempo, a motivação adquiriu diferentes interpretações, que
resultaram em diferentes modelos de motivação, sempre tendo em vista a
necessidade de focar o ser humano, e assim, surgem várias teorias que foram
desenvolvidas (BERGAMINI, 2002).
2444
desenvolvendo assim, conhecimentos, valores, hábitos, atitudes e comportamentos
interativos transformando as relações com o saber. Assim, a motivação para a
aprendizagem tornou-se um problema de ponta em educação, a falta dela provoca
importante queda de qualidade na aprendizagem.
10
2445
parte tutorial são fundamentais para conquistar o aluno em cada etapa do estudo.
Desde aquela motivação inicial onde tudo é novidade, tendo o despertar da
curiosidade mais simples e presente, além da necessidade de fazer com que o aluno
vislumbre em seus estudos uma oportunidade melhor para o futuro, como a melhoria
na qualidade de vida, conciliação de estudo, trabalho e família, tornando-se um
indivíduo autônomo e emancipado (BELLONI, 2003).
Dessa forma, os fatores motivacionais no processo de ensino-aprendizagem
estão na dinâmica da aula, que é importantíssima, pois todo o acompanhamento
pedagógico deve ser atuante, identificando pontos onde o aluno se sente
desmotivado e garantindo sua interação e pertencimento ao grupo para sua
permanência.
A motivação do Ensino a Distância é despertada por vários fatores, que vão
desde a motivação pessoal do aluno até a maneira de como o material didático se
encontra postado na plataforma, é necessário um ensino dinâmico e inovador que
ofereçam ao aluno condições necessárias para produzirem o máximo de si
(GONZALEZ, 2005).
Neste ambiente, o tutor é, e continuará sendo, professor, mas um professor
cada vez mais potencializador e articulador de mediações pedagógicas, cabendo a
ele, reforçar o processo de autoaprendizagem do aluno, familiarizá-lo com a
metodologia, com o material didático, auxiliá-lo no planejamento de seu estudo,
acompanhando-o na busca da superação de suas dificuldades e orientando-o na
resolução de dúvidas, em consultas individuais ou em grupos, pois como bem coloca
Paulo Freire, quando diz que ninguém educa ninguém, a gente se educa na relação
mediatizada pelo mundo, onde professor e aluno são sujeitos do processo,
mediadores, um do aprendizado do outro (BELLONI, 2003).
É importante ressaltar que, embora não ocupe sozinho o centro do palco,
como detentor do conhecimento, o professor continua sendo essencial para o
processo educativo. As tecnologias de informação e comunicação aparecem como
soluções para tornar mais eficiente e produtivo o ensino aprendizagem, onde o
professor faz uma reorganização de todo o processo de ensino, voltado para o
aluno, de modo a promover e desenvolver as capacidades do aluno de
autoaprendizagem (SOUZA E GASPARIN, 2012).
A educação à distância, realidade que hoje está em quase todos os países do
mundo, com o suporte dos meios de comunicação, atrelada com as tecnologias da
informação e da comunicação se mostra como uma nova realidade de ensino, o
tempo da educação é o tempo da vida (KENSKI, 2011).
As escolas do tamanho do mundo, não atenderão apenas a segmentos
restritos de alunos de determinada faixa etária, social e educacional, tendo que
serem olhadas com nova mentalidade para que se faça educação de qualidade. Do
lápis ao teclado, do correio à internet, houve um avanço considerável na
incorporação da tecnologia ao processo ensino-aprendizagem tanto presencial como
à distância. Espaços virtuais como Messenger, Blogs, Wikipédia, entre outros
mostram sua força nesse movimento cotidiano de alunos e professores, enfim das
pessoas que acessam esses novos espaços de interação, comunicação e
11
2446
aprendizagem.
Resultados e Discussões
12
2447
está diretamente relacionado com a mediação pedagógica, uma vez que se o curso
a distância realmente favorecer a autonomia do aluno estará cumprindo seu
verdadeiro objetivo e proposta educacional, ou seja, desenvolver no aluno a
competência de administrar sua própria aprendizagem por meio da tecnologia.
A princípio os alunos buscaram o curso na modalidade a distância para um
aprimoramento profissional, novas possibilidades de atuação profissional e para
aquisição de conhecimento, porém, encontrar uma forma de aprender que lhes
possibilitam autonomia ao mesmo tempo em que requer dos mesmos, disciplina e
competência para administrar seus estudos.
O fato dos alunos, em sua maioria, acessarem o curso de sua residência o
que ratifica os aspectos elencados anteriormente da flexibilidade de horário que esta
modalidade de ensino possibilita ao cursista.
Com relação à integração do aluno com os colegas, curso, universidade e
polo verificou-se que mais de 50% se sentem integrados aos colegas, aspecto este
fundamental para o processo de mediação pedagógica que não se faz apenas pelos
tutores e professores do curso, e sim, também entre cursistas. O fato de se sentir
integrado ao curso confirma este aspecto, uma vez que ao se sentir integrado ao
colega por meio do AVA o aluno também estará integrado ao curso.
Com relação ao espaço físico predominou a integração ao Polo quando
comparado à universidade, fator este que ocorre em função do Polo de Apoio
Presencial constituir um braço da universidade próximo do aluno. Quando há a
possibilidade do aluno estar no campus da universidade para atividades presenciais
é possível verificar que o sentimento de pertença se concretiza, como se tomasse
uma forma diferente, porque o aluno conhece de perto a universidade a qual
pertence. Todas as vezes que este polo vivenciou esta experiência foi muito
significativa.
Por outro lado, o desafio do curso na modalidade a distância está em
conseguir este sentimento de pertença por meio da plataforma, o AVA, com a
intermediação dos tutores, professores e coordenadores dos cursos, sem que ele
necessite estar presencialmente na universidade.
Quanto à contribuição dos tutores presenciais, virtuais e dos professores com
o processo de aprendizagem, os aspectos primordiais apontados pelos alunos
participantes da pesquisa foram de contribuições positivas, assim, verifica-se que
neste grupo estudado cada profissional tem cumprido bem seu papel de mediador
do processo ensino aprendizagem. Tal fator vem confirmar também os aspectos
levantados com relação ao desejo de desistir do curso que teve como resultado 66%
dos cursistas nunca pensou em desistir. Entre os 34% que já pensaram foram por
motivos pessoais em primeira instância e do curso em segunda instância.
Dois aspectos que se inter-relacionam e são fundamentais para a
permanência no curso e a motivação, constitui o tempo de dedicação aos estudos e
o aproveitamento do mesmo. Verificou-se que mais de 50% dos alunos se dedicam
5 horas ou mais para os estudos e consideram seu aproveitamento muito bom; o
que confirma que os cursos têm alcançado seus objetivos.
Com relação aos aspectos que facilitam a aprendizagem, os motivos para
13
2448
buscar auxílio no processo e as dificuldades encontradas, foi possível confirmar mais
uma vez que a mediação pedagógica dos tutores, o material de estudo da
plataforma fazem a diferença, pois, são procurados sempre que os alunos
encontram dificuldades para compreender a tarefa, o conteúdo e quando o material
é fraco e não atende as necessidades de compreensão do aluno na disciplina.
Assim, as dificuldades encontradas ao buscar auxílio estão relacionadas à falta de
contato direto com o tutor/ professor, a demora do tutor em dar feedback das
dúvidas, mas, o aspecto mais recorrente são os pessoais, como por exemplo: falta
de autonomia, disciplina, perseverança, entusiasmo para os estudos e dificuldade de
administrar o tempo para os estudos.
Concluindo esta pesquisa não pretende esgotar todos os aspectos que
envolvem a mediação pedagógica, ao contrário, visa levantar os dados,
possibilitando reflexões acerca dos mesmos para que novos estudos e novas
propostas possam contribuir com a melhoria desta modalidade de ensino que se faz
predominantemente a partir dos recursos tecnológicos e por meio da mediação
pedagógica dos agentes envolvidos na educação a distância, entendo aqui como
agentes, os coordenadores, professores, orientadores, tutores e os próprios alunos.
REFERÊNCIAS
14
2449
2000.
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15
2450
Modelos Pedagógicos em Educação a Distância
Dra.Patricia Alejandra Behar
**parte deste artigo foi publicado no livro da ArtMed lançado em 2009 e tem o
mesmo nome deste capítulo
....
Para entender o conceito de modelo, é preciso transitar pelo termo paradigma. Este é de
uso comum, o que impõe uma análise prévia do seu significado no contexto educativo.
Thomas Kuhn, através do seu livro The Structure of Scientific Revolutions (1996),
reinterpretou o conceito de paradigma, definido-o como um quadro teórico, constituído
a partir de um conjunto de regras metodológicas e axiomas, aceito por uma determinada
comunidade científica, durante um determinado período de tempo. Logo, pode-se dizer
que funciona como um sistema de referências no qual as teorias são testadas, avaliadas
e, se necessário, revistas. Assim, o paradigma é um corpo teórico ou sistema explicativo
dominante, durante algum tempo, numa área científica particular. Mas por que durante
um determinado tempo? Kuhn afirma que existem rupturas na evolução científica e, se
refere a elas como "mudanças de paradigma".
.....
Logo, é no cerne do paradigma que emergem os modelos. Pode-se afirmar que cada
modelo tem uma expressão própria dentro de cada paradigma e que se distingue pelas
finalidades que pretende atingir, pelo meio ambiente e pelos resultados esperados, o
que, naturalmente, levará a diferenciar as estratégias utilizadas (Gaspar, 2006). Como
nesta abordagem o foco é a educação, este modelo será denominado de modelo
pedagógico, cuja raiz estará nas teorias de aprendizagem.
Logo, faz-se necessário revisar algumas das idéias apresentadas por Becker (2001), que
traz nos seus estudos o conceito de Modelos Pedagógicos, mas não voltado à EAD.
....
Mostrar que nem sempre são construídos modelos que seguem somente uma
determinada teoria. Assim, de forma geral, os modelos são “re-interpretações” de teorias
a partir de concepções individuais dos professores que se apropriam parcial ou
totalmente de tais construtos teóricos imbuídos num paradigma vigente. Desta forma, o
modelo construído muitas vezes recebe o nome de uma teoria (piagetiana, rogeriana,
vygostkiana, skinneriana, etc.) ou de um paradigma (interacionista, humanista,
instrucionista, etc.). No entanto, essa nomenclatura pode não condizer com a
epistemologia que a embasa, contradizendo as teorias mencionadas (Behar, 2007).
Logo, nesta abordagem, entende-se que, um modelo pedagógico pode ser embasado em
uma ou mais teorias de aprendizagem.
E por que este modelo seria diferente do modelo pedagógico usado no ensino
presencial? Uma das características que definem a educação a distância é que esta é
constituída por um conjunto de sistemas que partem do princípio que os alunos estão
separados do professor em termos espaciais e, muitas vezes ou, na maioria das vezes,
temporais. Esta distância não é somente geográfica, mas vai além, configurando-se
numa distância transacional, “pedagógica”, a ser gerida por professores, alunos,
monitores/tutores. Assim, o papel das tecnologias da informação e comunicação (TIC) é
contribuir para “diminuir” essa “distância pedagógica”, assegurando formas de
comunicação e interação entre os “atores” envolvidos no processo construção de
conhecimento através da Educação a Distância.
....
...
Assim, propõe-se definir os pressupostos de um Modelo Pedagógico para Educação a
Distância que possa responder às mudanças de paradigma no sentido dado por Kuhn
(1996). Está se falando de um novo domínio na educação, passando de uma relação de
um-para-muitos e/ou muitos-para-muitos, com espaço-tempo definidos e, onde
predomina a comunicação oral, para uma interação de um-para-muitos, um-para-um e
inclusive muitos-para-muitos. Esse novo domínio é baseado em comunicação
multimedial, não exigindo a co-presença espacial e temporal. Por isso, trata-se de um
novo patamar onde não se pode adaptar modelos pedagógicos derivados do ensino
presencial para a distância.
1
Os objetos de aprendizagem para EAD são detalhados no Capítulo 3.
2
O Capítulo 2 descreve parâmetros para a construção de materiais educacionais, do ponto de vista do
Design Pedagógico.
ambiente virtual auxiliam para tal?3 Será presencial, semi ou totalmente a distância?
Esses instrumentos devem fornecer dados que mostrem se foram (ou não) atingido os
objetivos descritos no planejamento pedagógico. Na EAD, segundo a legislação
brasileira, é indispensável uma avaliação final presencial mas toda a avaliação
processual se dá através dos registros das ferramentas disponíveis nos ambientes de
aprendizagem. Assim, dá para acompanhar de forma sistemática o desempenho do
aluno, abrindo possibilidades de uma avaliação mais processual e qualitativa, inclusive
com a criação de ferramentas próprias. Dentre as diversas formas de acompanhamento
avaliativo podem ser citados os diários, webfólios ou portfólios, nível e quantidade de
interação, incidência e qualidade de mensagens, dia, data e hora do envio de atividades
e trabalhos, entre outros.
É preciso, então retomar algumas questões que devem estar definidas antes de
passar para os aspectos tecnológicos.
- qual (is) a(s) teoria(s) de aprendizagem ou o paradigma predominante que irá
embasar o curso?
- qual é o público-alvo? Seu nível de familiaridade com a tecnologia? É a
primeira vez que participam de um curso/programa de EAD? Deve-se oferecer
formação tecnológica antes de iniciar o curso (ou não)?
- quais são os objetivos principais do programa/curso?
- o que se espera dos alunos?
- o que será mais adequado desenvolver, um currículo mais estruturado ou não?
- como trabalharão em relação ao tempo/espaço? Será sempre o mesmo ou pode
ser variado ao longo do curso?
- que recursos serão utilizados para trabalhar os conteúdos? material
instrucional? hipertextos? áudio? vídeo? papel? páginas web? Objetos de
aprendizagem? software educacional?
- através de que tipo de atividades? Direcionadas? Não direcionadas? Resolução
de problemas? Projetos de aprendizagem? Estudos de caso?
- e como se darão essas atividades no tempo? De forma síncrona? Assíncrona?
- qual o tipo de interação/comunicação que se espera dos alunos?
- qual o tipo de avaliação? Formativa? Somativa? Mediadora? Auto-avaliação?
- como determinar a motivação dos alunos em ambientes virtuais de
aprendizagem, seus possíveis estado de ânimo (desinteresse, indiferença) no processo de
aprendizagem?4
Logo, entende-se que o mais apropriado seria definir primeiro todas estas
questões e, a partir disso, passar para os aspectos tecnológicos.
3
Este tema é aprofundado no Capítulo 4, onde são explicitados os tipos de avaliação em ambientes
virtuais de aprendizagem.
4
O capítulo 8 aborda a necessidade de considerar as dimensões afetivas em ambientes virtuais de
aprendizagem, trazendo a Inteligência Artificial como uma área que pode auxiliar na identificação dos
estados de ânimo do aluno.
Dentre os aspectos tecnológicos, deve ser definido o Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA) e suas funcionalidades e/ou recursos de comunicação e interação
a serem utilizados e que mais se adapta ao curso/programa que se pretende ministrar.
Aqui se define um AVA como um espaço na Internet formado pelos sujeitos e
suas interações e formas de comunicação que se estabelecem através de uma
plataforma, tendo como foco principal a aprendizagem. Entende-se por plataforma uma
infra-estrutura tecnológica composta pelas funcionalidades e interface gráfica que
compõe o ambiente virtual de aprendizagem (Behar, 2006). Dentre as funcionalidades,
podem ser citadas as de comunicação síncrona e assíncrona, entre elas, bate-papo (ou
chat), MSN, fórum de discussão, diários de bordo, base de dados, funcionalidades que
dão suporte ao trabalho em grupo, publicação de arquivos, entre outros.
Atualmente, existem inúmeros AVAs5 6que se propõem a dar suporte a
processos de ensino-aprendizagem baseados na Web, oriundos tanto do meio acadêmico
quanto do comercial. Cada um deles possui, de forma implícita ou explícita concepções
sobre como ocorre este processo e servem para propósitos específicos. Logo, o que tem
que ser levado em conta é o modelo do ambiente virtual de aprendizagem: centrado no
usuário ou no curso e, a partir dessa decisão, selecionar qual se adapta melhor às
características do curso7.
É preciso enfatizar que, em muitos casos, além do uso de ambientes virtuais de
aprendizagem utiliza-se tele ou videoconferência como tecnologia de EAD ou, ainda,
somente este tipo de recurso.
Como pode ser observado, existem vários elementos que devem ser levados em
conta para a realização de um curso a distância. Assim, estes aspectos devem estar
muito bem claros e definidos pelo professor/coordenador para construir um modelo
pedagógico que responda às necessidades do curso/estudandes. Retomando algumas
questões em relação aos aspectos tecnológicos.
- selecionar o ambiente virtual de aprendizagem que se adequa aos elementos da
arquitetura definidos anteriormente.
- qual o tipo de modelo de ambiente? 8 Ambiente centrado no usuário, ambiente
centrado no curso, ambientes com mais recursos visuais, tipo videoconferências, ou
com mais recursos baseados na escrita?
- quais são as funcionalidades que irão ser utilizadas ao longo do curso?
Dentro deste aspecto é preciso levar em conta que, se o professor está
trabalhando dentro de um curso das áreas exatas, deverá selecionar ferramentas que
dêem suporte a este tipo de comunicação9.
5
Rooda, Moodle, Teleduc, FirstClass Classrooms, TopClass, WBT Systems, Virtual-U, WebCT,
AulaNet, E-proinfo, Planeta Rooda, entre outros.
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Os ambientes virtuais de aprendizagem ROODA, PLANETA ROODA e ETC foram desenvolvidos
através de projetos interdisciplinares no NUTED. Detalhes no Capítulo 5.
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Centrado no usuário: este entra no ambiente com um único login/senha e visualiza todas as disciplinas
em que está matriculado (tem a visão do todo); centrado no curso: o usuário entra com seu login e
somente tem acesso a uma disciplina do curso, tem que sair e entrar com outro login para ter acesso a
outra disciplina. Não consegue visualizar o todo, somente disciplina por disciplina.
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Mais detalhes no Capítulo 4.
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Exemplo deste tipo de recurso encontra-se descrito no Capítulo 7.
Ao responder a todas as questões levantadas está se operacionalizando o modelo
pedagógico para um curso em Educação a Distância. Entretanto, é preciso ter cuidado,
pois na maioria das vezes, não é assim que ocorre. Muitos programas e/ou instituições
selecionam em primeiro lugar a plataforma de trabalho, e depois são definidos os outros
elementos.
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Capítulo 9.
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Capítulo 9.
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Capítulo 10.
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Capítulo 11.
Pode-se dizer que estamos construindo a rede dos conhecimentos da Educação a
Distância, engendrando muitos nós, mas também encontrando diversas direções que se
abrem e que se configuram em novos caminhos, entre eles, os MODELOS
PEDAGÓGICOS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.
5. Referências bibliográficas
PALLOFF, Rena & PRATT, Keith. O aluno Virtual, ArtMed: POA, 2004