Professional Documents
Culture Documents
A rr tt ii gg oo dd ee RR eevv iiss ãã oo
A
Linfangioleiomiomatose pulmonar*
Pulmonary Lymphangioleiomyomatosis
PEDRO MEDEIROS JUNIOR (TE SBPT), CARLOS ROBERTO RIBEIRO CARVALHO (TE SBPT).
Linfangioleiomiomatose pulmonar (LAM) é uma doença Lymphangioleiomyomatosis (LAM) is a rare lung disease of
rara, de etiologia desconhecida, que basicamente afeta unkwnon etiology that frequently affects women in
mulheres jovens no período fértil de sua vida. Clinica- childbearing age. Clinically it manifests itself by and
mente, manifesta-se através de dispnéia progressiva, pneumothorax. Chylous pleural effusions and hemoptisis
pneumotórax de repetição, tosse seca e, menos freqüen- occur less frenquently. All these fenomena results from the
temente, por quilotórax e escarros hemoptóicos. Essas abnormal smooth muscle proliferation in the lung
alterações surgem devido à proliferação anormal de parenchima. Lymph-nodes, small airways and blood vessels.
células de músculo liso no parênquima pulmonar, More recently cytogenetic studies disclosed mutations of
linfonodos e em outros tecidos. Mais recentemente, the TSC-2 gene in cells of renal angiomyolipoma and/or
estudos citogenéticos verificaram a presença de abdominal lymph nodes, pointing towards a possible origin
mutações do gene TSC-2 em células de angiomiolipoma of the hamartomatous lesions. Chest radiography may
renal e linfonodos abdominais de pacientes com LAM, appear normal or yield reticulonodular infiltrates and signs
indicando uma possível origem para as lesões hamar- of hyperinsuflation. At HRCT scans, multiple thin-walled
tomatosas da doença. Radiologicamente, caracteriza-se cysts can be seen over the lung parenchyma. Abdominal
pela presença de infiltrado intersticial reticulonodular e imaging by either ultrasound or CT may show renal
sinais de hiperinsuflação ao radiografia de tórax. Na angiomyolipomas and retroperitoneal lymph node
tomografia computadorizada de alta resolução, cistos de enlargement. Meningeomas may also be associated but
paredes finas, localizados centralmente, são visibilizados their presence requires testing for tuberous sclerosis
por todo o parênquima do pulmão. O ultrassom e a tomografia complex. Physiologically LAM is characterized by
de abdome podem revelar angiomiolipomas renais e lin- progressive airflow obstruction, air trapping and gas-
fonodomegalias retroperitoneais. Meningeomas também transfer impairment. Estrogenic suppression with either
podem estar associados, porém a sua presença deve oophorectomy, deposit progestogens, tamoxifen and GnRh
sempre levar à pesquisa de esclerose tuberosa. Funcional- analogs, is still the main treatment. In addition to this
mente, a doença caracteriza-se por um distúrbio venti- therapy lung transplantations have increased patients
latório obstrutivo, de caráter progressivo, com hiperin- median survival rates by more than ten years.
suflação pulmonar e diminuição da difusão de monóxido
de carbono. Apesar da ausência de comprovação quanto
à eficácia, o principal tratamento utilizado ainda é o
anti-estrogênico e constitui-se de oofarectomia, proges-
terona contínua, tamoxifeno e análogos de GnRH. Além desse,
a realização de transplantes pulmonares tem elevado para
além de dez anos a sobrevida média das pacientes.
Siglas e abreviaturas utilizadas neste trabalho: PCNA – Antígeno nuclear de proliferação celular
LAM – Linfangioleiomiomatose pulmonar. MMP-2 – Metaloproteinase de matriz de membrana tipo 2
CPT – Capacidade pulmonar total MT1-MMP – Metaloproteinase de matriz de membrana tipo 1
CO – Monóxido de Carbono HMB-45 – anticorpo anti-glicoproteína melanossômica
DCO – Dispersão do monóxido de carbono a-SMA – Antígeno de alfa actina de músculo liso
TSC – Complexo de esclerose tuberosa VEF1 – Volume expirado forçado no primeiro segundo
GnRh – Hormônio liberador de gonadotrofina SNC – Sistema nervoso central
DPOC – Doença pulmonar obstrutiva crônica FSH – Hormônio de estimulação folicular
ET – Esclerose tuberosa LH – Hormônio luteinizante
ECA – Enzima conversora de angiotensina H-X – Histiocitose X
TRH – Terapia de reposição hormonal TCAR – Tomografia computadorizada de alta resolução
* Trabalho realizado na Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, FMUSP.
Endereço para correspondência: Pedro Medeiros Junior R. Alves Guimarães 408 Apt 164 – Jardim América – Cep: 05410-000 São Paulo – SP; Telefone:
(11) 3081-4401; Fax: 3069-7202; e-mail: pedromedjr@uol.com.br
Recebido para publicação, em 25/6/03. Aprovado, após revisão, em 15/9/03.
66
jornal penumo - repaginado 12/31/69 9:38 PM Page 78
INTRODUÇÃO PATOLOGIA
Considerações históricas O pulmão na LAM caracteriza-se por
De 1937 a 1955, três casos foram progressiva transformação cística de todo o pa-
publicados (1-3) relatando mulheres que rênquima. As alterações parecem surgir basica-
apresentavam quilotórax, linfonodomegalias mente pela proliferação de células atípicas de
mediastinais e transformação cística linhagem muscular lisa, em torno das estru-
pulmonar associada a pneumotórax. Em turas bronquiolares. Isso resulta em obstrução
1956, Cornog e Enterline (4) publicaram uma ao fluxo aéreo, lesão da matriz de sustentação
revisão de 45 casos cujos achados eram alveolar e colapso aéreo terminal. Formações
muito semelhantes aos anteriores, bolhosas subpleurais também podem ocorrer,
denominando a síndrome de linfangiomatose em grande parte das pacientes. A proliferação
pulmonar. Apesar dos relatos iniciais muscular que envolve as vênulas pode levar a
questionarem o potencial maligno da doença
bloqueio do fluxo venoso e hipertensão arterial
(disseminação linfática por extensão
pulmonar retrógrada (18).
linfonodal), Cornog e Enterline acreditavam O estudo microscópico das lesões revela que
que a ausência de atipia celular e de impor- a arquitetura pulmonar é progressivamente
tante atividade mitótica e o grau de organi- alterada pela proliferação de células atípicas de
zação da lesão pulmonar eram argumentos linhagem muscular lisa, em torno das forma-
contrários a essa hipótese. Cogitaram ainda ções bronquiolares, vasculares e linfáticas.
que a gênese desse processo deveria ocorrer Segundo Bionetti et al. (9), parecem existir três
em função de um único agente, talvez formas celulares distintas na LAM: células
genético, que atuaria nas fibras musculares fusiformes grandes, células fusiformes
lisas dos sítios pulmonares e linfonodais. pequenas e células epitelióides (Figura 1). Esses
Ficava então caracterizada uma nova tipos celulares apresentam imunofenotipagem
entidade clínica, até então restrita a distinta e, de acordo com os achados de Matsui
mulheres em fase reprodutiva, e cuja et al. (10), também apresentam papéis distintos
mediação hormonal era muito provável. na patogênese da lesão pulmonar. Neste
trabalho foram analisados os tecidos
EPIDEMIOLOGIA pulmonares de cinco pacientes antes e após o
A prevalência relatada de linfangioleio- tratamento com progesterona ou citrato de
miomatose pulmonar (LAM) é de cerca de tamoxifeno. As células epitelióides
1/1.000.000 na Grã-Bretanha (5), França (6) e localizavam-se mais na periferia das lesões
Estados Unidos (7). Contudo, a prevalência real medulares, e apresentavam maior positividade
deve ser maior, principalmente pelo grande para o anticorpo anti-glicoproteína
desconhecimento que há sobre a doença, o melanossômica (HMB-45), sem, contudo,
que retarda o diagnóstico. Um recente sofrer grande influência do tratamento. Por
inquérito entre pneumologistas canadenses outro lado, as células fusiformes e ovalares
revelou que de 118 médicos, 61 nunca pequenas correlacionaram-se com uma maior
haviam se deparado com um caso de LAM. positividade para PCNA (antígeno nuclear de
Contudo, vários relatos têm sido publicados proliferação celular), MMP-2 (metaloproteinase
(cerca de 300 casos registrados na literatura), de matriz de membrana 2) e MT1-MMP
com uma incidência mundial estimada em (metaloproteinase de matriz de membrana tipo 1).
100 casos por ano (7). No Brasil, um estudo em Esses achados foram muito mais freqüentes nas
curso nos serviços de pneumologia do amostras pré-tratamento, sugerindo que a
Hospital das Clínicas-FMUSP, do Hospital São ativação de MMP-2 pela MT1-MMP está rela-
Paulo e do Hospital do Servidor Público cionada à ação hormonal, e pode desempenhar
Estadual tem 37 casos diagnosticados de importante papel na destruição do tecido
pacientes com LAM, desde 1982, sendo que pulmonar. Outros trabalhos (11-12) também apon-
24 encontram-se vivas e em seguimento. tam para um desequilíbrio na degradação das
67
jornal penumo - repaginado 12/31/69 9:38 PM Page 79
fibras elásticas, resultante de maior atividade aéreas adjacentes. O resultado desse processo
das elastases (metaloproteinases), na etiopa- parece ser o principal responsável pela progressiva
togenia da destruição pulmonar. transformação cística do pulmão e obstrução
O estreitamento bronquiolar que surge pela ao fluxo aéreo.
proliferação muscular lisa gera aprisionamento
aéreo, e explica parcialmente o surgimento dos
cistos pulmonares. Contudo, apesar do estrei-
MARCADORES E
tamento da luz bronquiolar gerar obstrução ao RECEPTORES TECIDUAIS
fluxo aéreo, Sobonya et al. (31), através de análises Vários marcadores inumo-histoquímicos
morfométricas, demonstraram que a perda do têm sido utilizados no diagnóstico e avaliação
suporte alveolar decorrente da destruição da da fisiopatologia das lesões linfangiomatosas,
matriz extra-celular parece contribuir direta- porém, até o presente momento, não se encon-
mente para o colapso e tortuosidade das vias trou nenhuma proteína com sensibilidade e
68
jornal penumo - repaginado 12/31/69 9:38 PM Page 80
69
jornal penumo - repaginado 12/31/69 9:38 PM Page 81
células musculares lisas vasculares e bronquio- para o início dos sintomas. Em nosso serviço, a
lares. Nesse estudo, a maior positividade para o análise retrospectiva de um subgrupo de 20
Bcl-2 foi coincidente com a presença de receptores pacientes mostrou uma idade média de 32 anos
de estrógeno e progesterona, de forma similar para o início do quadro e de 34 anos para o
ao que ocorre na neoplasia de mama, sugerindo diagnóstico. Há, contudo, relatos em crianças (20),
que a expressão desse proto-oncogene possa mulheres no período pós menopausa e dois
estar condicionada ao controle hormonal. casos em homens (21-22). Nestes, o perfil hormonal
era não-androgênico.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Geralmente, o diagnóstico é feito entre a
A LAM acomete basicamente mulheres em terceira e a quarta décadas de vida (23-25), porém
período reprodutivo. Numa série de 50 pacien- o surgimento dos sintomas pode anteceder o
tes na Grã-Bretanha, Johnson e Tattersfield (5) diagnóstico de meses a vários anos. Muitas
encontraram uma média de idade de 35 anos vezes há confusão diagnóstica com asma,
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
TABELA 1
Resumo de achados clínicos e radiológicos (pulmonares e extra-pulmonares).
Casuística de séries de casos internacionais e experiência dos ambulatórios
de doenças intersticiais do HC-FMUSP e HSP-Unifesp
Sintomas e Sinais Revisão de Literatura Revisão de Literatura Casuística HC-FMUSP Casuística HC-FMUSP
e HSP-Unifesp e HSP-Unifesp
TABELA 2
Critérios clínicos para diagnóstico de esclerose tuberosa
segundo a National Tuberous Sclerosis Association (37):
Achados Primários Achados Secundários Achados Terciários
Angiofibromas faciais Parente em 1 grau afetado Máculas hipomelanocíticas
Mútiplos fibromas ungueais Rabdomioma cardíaco Lesões cutâneas em confete
Tuberosidades corticais Tuberosidades cerebrais Pólipos hamartomatosos retais
Nódulos subependimais calcificados Outros hamartomas retinianos ou Cistos ósseos
achromic patch
Múltiplos astrocitomas retinianos Forehead plaque Fibromas gengivais
Nódulo subependimal ou Cistos Renais LAM
Astrocitoma de células gigantes
LAM Hamartomas de outros órgãos
Angiomiolipoma renal Cerebral white matter
“migration tracts” or heteropias
Shagreen patch Espasmos infantis
Nodulos subependimais
não-calcificados
Pelo menos 1 achado primário ou, 2 achados secundários ou, 1 achado secundário e 2 achados terciários
LAM: linfangioleiomiomatose pulmonar.
70
jornal penumo - repaginado 12/31/69 9:38 PM Page 82
(18)
. Tosse seca foi vista em 2, e quilotórax
e dor torácica em 3 mulheres. Em nosso
serviço, dispnéia e tosse seca foram
encontradas nas 20 pacientes, pneumotórax
(Figura 2) em 15 e quilotórax em 2 delas.
Achados menos freqüentemente relatados
são hemoptise, quiloptise, ascite quilosa,
derrame pericárdico, pneumoperitôneo,
abdome agudo e linfedema. A ausculta
do tórax pode ser normal ou revelar crepitações
basais e roncos (26-28). Baqueteamento digital
é raramente visto. As Tabelas 1 e 2 mostram
FIGURA 3 - Tomografia computadorizada de tórax de alta resolução em o resumo de achados clínicos publicados
paciente de 32 anos, mostrando múltiplos cistos de paredes finas, tamanhos
variados, alguns confluentes e que substituem a cortical e medular pulmonares
na literatura e dos achados em nossas
difusamente. Visualiza-se ainda irregularidades pleurais à direita – seta pacientes. Cistos difusos foram encontrados em
(aderência em região de pneumotórax prévio) e pneumotórax a esquerda.
todas as pacientes acompanhadas em nosso
serviço (Figura 3).
71
jornal penumo - repaginado 12/31/69 9:38 PM Page 83
FUNÇÃO PULMONAR
1)Fase inicial - quadro obstrutivo – pode ou não haver resposta a
broncodilatador
2)Realizar controles semestrais / anuais e monitorizar VEF1 e DCO
3)Progressão caracteriza-se por queda da difusão com aumento
do volume residual e da hiperinsuflação pulmonar
BIÓPSIA PULMONAR
1)Realizar na vigência de alterações clínicas e tomográficas compatíveis (presença de angiomiolipoma renal com alterações císticas
pulmonares é altamente sugestiva do diagnóstico)
2)Pode-se tentar a abordagem transbrônquica inicialmente
3)Em caso de dúvida diagnóstica, realizar biópsia pulmonar a céu aberto – utilizar marcadores teciduais HMB-45 e a-SMA, e realizar
pesquisa de receptores hormonais no pulmão – estrogênio e progesterona
FIGURA 5
LAM: linfangioleimiomatose pulmonar; TC: tomografia computadorizada; VEF1: volume expirado forçado no primeiro segundo; DCO:
difusão de monóxido de carbono; HMB-45: anticorpo anti-glicoproteína melanossômica; a-SMA: antígeno de alfa actina de músculo liso.
72
jornal penumo - repaginado 12/31/69 9:38 PM Page 84
73
jornal penumo - repaginado 12/31/69 9:38 PM Page 85
nares em pacientes jovens do sexo feminino e, nos a pensar que talvez as mutações sejam
principalmente nesses casos, a biópsia pulmo- pontuais, e essas pacientes comportem-se
nar torna-se quase indispensável para o como verdadeiros mosaicos quanto a esta alte-
diagnóstico correto. A análise histopatológica ração. De qualquer forma, o diagnóstico de
correlacionada com as técnicas de imuno- LAM em uma paciente implica necessariamente
histoquímica, e mais rotineiramente a pesquisa em procurar outros achados que possam
do HMB-45 e da alfa-actina, permitem a evidenciar o quadro de ET, como alterações no
análise dos fragmentos provenientes de sistema nervoso central (hamartomas e focos
amostragens transbrônquicas, toracoscópicas convulsivos), além de se realizar um
ou a céu aberto. Devido à predominância das aconselhamento gestacional cuidadoso (43).
alterações no feixe peribronquiovascular, pode-
se iniciar a abordagem histológica através de TRATAMENTO
amostragem transbrônquica. Contudo, o Situações de urgência
clínico deve sempre considerar que as amostras Os cuidados iniciais com a LAM podem
retiradas podem não representar as regiões passar pelo manejo de complicações clínicas
acometidas, podendo ser necessária a
como pneumotórax, quilotórax e ascite quilosa.
realização posterior da biópsia a céu aberto.
Além da drenagem torácica, as pacientes que
apresentam pneumotórax de repetição podem
ESCLEROSE TUBEROSA E LAM ser submetidas à pleurodese (química ou
A ET é uma doença autossômica cirúrgica). Contudo, considerando-se a
dominante, associada a dois genes, TSC-1 no necessidade futura de transplante pulmonar, a
cromossomo 9 e TSC-2 no cromossomo 16. realização de pleurodese, sempre que possível
Esses genes são supressores de oncogenes, e deve ser evitada. Mais recentemente, em nosso
mutações em seus alelos permitem a serviço, de seis pacientes que apresentavam
proliferação celular que resulta na formação repetidos pneumotórax, apenas em uma foi
dos hamartomas característicos dessa doença. necessária a realização de pleurodese, visto que
Apesar de sua expressividade variável, a nas demais o quadro controlou-se após a
esclerose tuberosa possui elevado grau de instituição da terapêutica anti-hormonal. O
penetrância, o que traz grandes implicações no controle dos derrames pleurais quilosos pode
aconselhamento genético familiar após se ser mais difícil, e apesar da instituição de dietas
estabelecer o diagnóstico. Este é feito ricas em triglicerídeos de cadeia média, muitas
basicamente através dos achados clínicos, e vezes faz-se necessária a ligadura cirúrgica do
segundo os critérios descritos pela National ducto torácico. Em nossa experiência, o único
Tuberous Sclerosis Association (41). São necessá- caso de quilotórax foi adequadamente
rios um achado primário, dois achados controlado após a instituição da terapêutica
secundários, ou um secundário e dois terciários com análogo hormonal e dieta rica em
para definir a enfermidade (Tabela 3). Angio- triglicerídeos de cadeia média. Outros
miolipomas e linfangioleiomiomatose pulmo- tratamentos baseados em radioterapia e uso de
nar são critérios secundários de diagnóstico de corticosteróides mostraram-se sem valor clínico.
ET, o que poderia nos levar a acreditar que a
LAM seria um espectro de apresentação da ET. ANTI-HORMONAL
Contudo, a ausência do acometimento de A queda progressiva do VEF1 e da difusão
filhos de pacientes com LAM leva-nos a pulmonar são importantes marcadores do
acreditar que não deve ocorrer uma mutação agravamento e não controle da doença. Além
dos genes de TSC nas células germinativas disso, alguns autores consideram que a
dessas pacientes. A recente descoberta de presença de resposta positiva ao uso de
Smolarek et al. (42) quanto à homozigose para o broncodilatadores pode correlacionar-se com a
gene TSC-2 mutado, em células de angiomio- proliferação muscular lisa hormônio mediada e
lipoma renal de sete pacientes com LAM, leva- com um padrão histopatológico cístico de pior
74
jornal penumo - repaginado 12/31/69 9:38 PM Page 86
75
jornal penumo - repaginado 12/31/69 9:38 PM Page 87
aromatase (anastrolozole) e novos moduladores 3. Enterline HT, Roberts B. Lymphangiopericytoma. Case report of
a previously undescribed tumor type. Cancer 1955;8:582-7.
de receptores estrogênicos como o raloxifeno 4. Cornog JL, Enterline HT. Lymphangioma, a benign lesion of
ainda é desconhecida. chyliferous lymphatics synonymous with
lymphangiopericytoma. Cancer 1966;19:1909-30.
5. Johnson SR, Tattersfield AE. Clinical experience of
TRANSPLANTE PULMONAR lymphangioleiomyomatosis in the UK. Thorax 2000;55:1052-7.
Apesar do tratamento hormonal, a 6. Urban T, Lazor R, Lacronique J, Murris M, Labrune S, Valeyre D,
et al. Pulmonary lymphangioleiomyomatosis – a study of 69
progressiva deterioração da função pulmonar patients. Medicine 1999;78:321-27.
ocorre na maioria das pacientes. Sendo assim, o 7. Kelly J, Moss J. Lymphangioleiomyomatosis. Am J Med Sci
transplante de pulmão acaba sendo uma 2001;321:17-25.
alternativa terapêutica nos casos mais graves. As 8. Corrin B, Liebow AA, Friedman PJ. Pulmonary
lymphangioleiomyomatosis: a review. Am J Pathol
indicações de transplante na linfangioleiomio- 1975;79:348-67
matose são semelhantes às de outras doenças 9. Bionetti F, Chiodera P, Pea M, Martignoni G, Bossi F, Zamboni
respiratórias terminais, porém no acompanha- G, et al. Transbronchial biopsy in lymphangioleiomyomatosis of
the lung: HMB 45 for diagnosis. Am J Surg Pathol
mento pós-operatório, além das complicações 1993;17:1092-102.
infecciosas decorrentes da imunossupressão e 10.Matsui K, Takeda K, Yu ZY, Valencia J, Travis WD, Moss J, et al.
da possibilidade de rejeição, existem relatos de Downregulation of estrogen and progesterone receptors in
recidiva da doença no pulmão transplantado. abnormal smooth muscle cells in pulmonary
lymphangioleiomyomatosis following therapy (an
Inclusive, no relato de O’Brien et al. (51) houve immunohistochemical study). Am J Respir Crit Care Med
recidiva no pulmão transplantado de um doador 2000;161:1002-9.
76
jornal penumo - repaginado 12/31/69 9:38 PM Page 88
postmenopausal women: report of two cases and review of the 41. Roach ES, Smith M, Huttenlocher P, Bhat M, Alcorn D, Hawley
literature. Eur Resp J 1994;7:1013-6. L. Report of the diagnostic criteria committee of the National
22.Kang HW, Kim C., Kang KS, Lee KS, Lee CS, Kim YH. Pulmonary Tuberous Sclerosis Association. J Child Neurol 1992;7:221-4.
lymphangioleiomyomatosis in a male. J Korean Med Sci 42.Smolarek TA, Wessner LL, McCormack Fx, Mylet JC, Menon AG,
1991;6:83-5. Henske EP. Evidence that lymphangioleiomyomatosis is caused
23.Aubry MC, Myers JL, Ryn JH, Henske EP, Logginidou H, Jalal by TSC 2 mutations: chromossome 16 p 13 loss of
SM, et al. Pulmonary lymphangioleiomyomatosis. Am J Respir heterozygosity in angiomyolipomas and lymph nodes from
Crit Care Med 2000;162:749-52. women with lymphangioleomyomatosis. Am J Hum Gent
1998;62:810-15.
24.Sullivan EJ. Lymphangioleiomyomatosis – a review. Chest
1998;114:1689-711. 43.Costello LC, Hartman TE, Ryu JH. High frequency of pulmonary
lymphangioleiomyomatosis in women with tuberous sclerosis
25.Chu SC, Horiba K, Usuki J, Avila NA, Chen CC, Travis WD, et al. complex. Mayo Clin Proc 2000;75:591-4.
Comprehensive evaluation of 35 patients with
lymphangioleiomyomatosis. Chest 1999;115:1041-52. 44.McCarthy KS Jr, Mossler JA, McLelland R, Sieker HO. Pulmonary
lymphangioleioyomatosis responsive to progesterone. N Engl J
26.Taylor JR, Ryu J, Colby T, Raffin TA. Med 1980;303:1461-5.
Lymphangioleiomyomatosis: clinical course in 32 patients. N
Engl J Med 1990;323:1254-60. 45.Zanella A, Toppan P, Nitti D, Lise M. Pulmonary
lymphangioleiomyomatosis: a case report in postmenopausal
27.Kitaichi M, Nishimura K, Itoh H, Izumi T. Pulmonary women treated with pleurodesis and progesterone
lymphangioleiomyomatosis: a report of 46 patients, including a (medroxyprogesterone acetate). Tumori 1996;82:96-8.
clinicopathologic study of prognostic factors. Am J Respir Crit
Care Med 1995;151:527-33. 46.Rossi GA, Balbi B, Oddera S, Lantero S, Ravazzoni, C. Response
to treatment with an analog of the luteinizing-releasing-
28.Stávale MLS, Carvalho CRR, Kairalla RA, Brentani, MM; hormone in a patient with pulmonary
Delmonte, VC; Barbas Filho, JV. Linfogioleiomiomatose lymphangioleiomyomatosis. Am Rev Respir Dis 1991;143:174-6.
pulmonar – apresentação de seis casos e revisão da literatura. J
Pneumol 1990;16:187-92. 47.Radermecker M, Corhay JL, Radermecker M. Failure of buserelin-
induced medical castration to control pulmonary
29.Kerr LA, Blute ML, Ryu J, Swensen SJ, Malek RS. Renal lymphangioleiomyomatosis in two patients. Chest
angiomyolipoma in association with pulmonary 1992;101:1724-6.
lymphangioleiomyomatosis: forme fruste of tuberous sclerosis?
Urology 1993;41:440-4. 48.De la Fuente J, Páramo C, Román F, Perez R, Masa C, de Letona
JM. Lymphangioleiomyomatosis: unsuccessful treatment with
30.Avilla NA, Kelly JA, Chu SC, Dwyer AJ, Moss J. luteinizing-hormone-releasing hormone analogs [letter]. EJM
Lymphangioleiomyomatosis: abdominopelvic CT and US 1993;2:377-8.
findings. Radiology 2000; 214:441-6.
49.Desurmont S, Bauters C, Copin MC, Dewailly D, Tonnel AB,
31. Maziak DE, Kesten S, Rappaport DC, Maurer J. Extrathoracic Wallaert B. Traitment de la lymphangioleiomyomatose
angiomyolipomas in lymphangioleiomyomatosis. Eur Respir J pulmonaire par un agoniste du GnRH. Rev Mal Respir
1996;9:402-5. 1996;13:300-4.
32.Bernstein SM, Newell JDJr., Adamczyk D, Mortenson RL, King 50.Zahner J, Borchard F, Fisher H, Schneider W. Erfolgreiche
TE Jr, Lynch DA. How common are renal angiomyolipomas in therapie einer postpartalen lymphangioleiomyomatose. Schweiz
patients with pulmonary lymphangioleiomyomatosis? Am J Med Wochenschr 1994;124:1626-32.
Respir Crit Care Med 1995;152:2138-43.
51. O’Brien JD, Luin JH, Parosa JF, Deyoung BR, Wick MR, Trulock
33.Lieberman J, Nosal A, Schlessner LA, Sastre-Foken A. Serum EP. Lymphangioleiomyomatosis recurrence in the allograft after
angiotensin converting enzyme for diagnosis and therapeutic single-lung transplantation. Am J Respir Crit Care Med
evaluation of sarcoidosis. Am Rev Respir Dis 1979;120:329-35. 1995;151:2033-6.
34.Kambe A, Hajiro K, Adachi Y, Honda K, Suzuki T, Yamamoto T.
Lymphangioleiomyomatosis associated with chylous ascites and
high serum CA-125 levels: a case report. Jpn J Med
1987;26:237-42.
35.Kreisman H, Robitaille Y, Dionne GP, Palayew MJ.
Lymphangioleiomyomatosis syndrome with
hyperparatyreoidism: a case report. Cancer 1978;42:364-72.
36.Yockey CC, Riepe RE, Ryan K. Pulmonary
lymphangioleiomyomatosis complicated by pregnancy. Kans
Med 1986; 87:277-8, 293.
37.Eliasson AII, Phillips YY, Tenholder MF. Treatment of
lymphangioleiomyomatosis: a meta-analysis. Chest
1989;96:1352-5.
38.Urban T, Kutten F, Gompel A, Marsac J, Lacronique J.
Pulmonary lymphangioleiomyomatosis: follow-up and long
term outcome with antiestrogen therapy: a report of eight cases.
Chest 1992;102:472-6.
39.Shen A, Iseman MD, Waldron JA, King TE. Exacerbation of
pulmonary lymphangioleiomyomatosis by exogenous estrogens.
Chest 1987;91:782-5.
40.Wahedna I, Cooper S, Williams J, Paterson IC, Britton JR,
Tattersfield AE . Relation of pulmonary lymphangioleiomyoma-
tosis to use of oral contraceptive pill and fertility in the UK: a
national case control study. Thorax 1994;49:910-4.
77