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A clínica fenomenologica existencial de Heidegger vai se diferenciar do método

fenomenológico de Husserl que vai trabalhar com a consciência, enquanto


Heidegger vai trabalhar com a existência humana. Saindo assim da empatia de
Husserl para afetabilidade (abertura, disponibilidade) de Heidegger. Heidegger
vai criticar a metafísica e o grande pilar da filosofia: a essência, pois ela é algo
que não muda e o ser humano está sempre se movimentando e mudando. Essa
é uma clínica do des-lugar, da angústia, angústia no sentido de ser mobilizadora
para tentar fazer o cliente se situar e poder abrir possibilidades existenciais que
façam sentido para ele, sentido enquanto caminho, rumo, direção e significado.
Enquanto a angústia mobiliza e vai abrir para uma existência própria, o medo
paralisa, e leva assim para uma existência impropria. Essa é uma clínica da
afetabilidade, eu sempre vou me afetar, mas o destino que eu escolho dar para
essa afetação é que vai fazer com que eu me mobilize para tentar algo novo e
próprio ou faça com que eu estacione e fique na impropriedade.
Nessa clínica vamos trabalhar possibilidades de escolha que façam sentido para
o cliente, essa é a intervenção que é possível fazer, é sempre saber se está
fazendo sentido para ele naquele momento. Eu vou sempre acompanhar ele,
acompanhar qual fio da teia está sendo puxando naquele momento por ele,
sempre lembrando que esses fios podem ser rompidos, criados e retecidos, é
nisso que vou trabalhar para situar o cliente, pois quando ele se situa abrem
várias possibilidades para que ele tenha uma existência própria. A condição
humana é totalmente aberta, onde vou trabalhar as possibilidades/sentidos.

A vida se dá nesse jogo de propriedade e impropriedade, a condição humana


(se = possibilidades) acontece nesse movimento, onde nem sempre vamos
conseguir ficarmos na propriedade, mas a impropriedade pode ser uma escolha
autêntica quando você escolhe ela e sabe o que está fazendo. Heidegger fala do
ser, o ser enquanto verbo, enquanto caminho, rumo, ação, o ser que está sempre
no movimento existencial e em constante mudança. Não posso definir e fixar o
ser, pois se isso acontecer o ser deixa de ser um ser e passa a ser um ente,
mostrando assim apenas um pedaço da sua existência. Heidegger vai falar do
ser no mundo e ser com os outros, que é essa interação do ser sempre está em
movimento. Eu sou eu mas apenas sou eu pois existo com o outro, não existe o
individual, eu sou porque sou com os outros, eu sou com o mundo.

Heidegger também cita o ser para a morte, que é a nossa dobra existencial, onde
estamos voltados para a morte, sendo a existência humana sempre para a
morte. Apenas sou autêntico quando eu aceito que sou um ser para a morte e
que sou finito e o mundo também é. É essa aceitação da finitude que vai abrir
possibilidades para que eu possa ter uma existência própria. O trabalho aqui é
acompanhar o cliente para que ele re-signifique e dê um re-sentido para sua
existência, e isso só é possível quando eu me angustio. O movimento existencial
é o Dasein, é o ser aí, esse ser em constante movimentação do que já fui, do
que sou e do que vou poder ser, é estar para fora, estar aberto e em decadência,
pois o tempo fenomenológico é cíclico, onde presente, passado e futuro estão
sempre misturados. O Dasein existe na condição de ser para morte, e só deixa
de existir na morte, pois a morte interrompe minhas possibilidades.

Condição humana demanda cuidado e pede cuidado, pois ela é desamparo e


inospitalidade
Somos angustia, demandamos cuidado pois o mundo é inospicio
Acolher como o outro quer ser acolhido
O não re-situar aponta para o modo de ser impróprio

Facticidade: a situação, quem está em volta, o que está fazendo, ela vai limitar
o meu poder ser
Resoluteza: fala de uma decisão

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