You are on page 1of 59

BIANCA SEIBERT | CAROLINA FINGER

LUIZA S ARAUJO | MONIQUE LANG

o conceito de
cultura
THOMPSON, J. O Conceito de Cultura. In:

imaginário
Ideologia e Cultura Moderna, p. 165-192

O
é uma realidade
MAFFESOLI, M. O Imaginário é uma Realidade.
In: Revista Famecos, ago/2001, p. 74-82.
cultura
o conceito de

THOMPSON, J. O Conceito de Cultura. In: Ideologia e


Cultura Moderna, p. 165-192
Simbólica Estrutural

Descritiva

Clássica
concepções da
cultura
Cultivo

Cultura e Civilização (França e Inglaterra)

Kultur x Zivilisation (Alemanha)

Histórias universais da humanidade

Problemática do Etnocentrismo e o estímulo ao surgimento da


Antropologia: “Nada mais apto para nos levar à confusão do
que sua aplicação para todas as nações e épocas.”
clássica
concepção

“Cultura é o processo de desenvolvimento


e enobrecimento das faculdades
humanas, um processo facilitado pela
assimilação de trabalhos acadêmicos e
artísticos e ligado ao caráter progressista
da era moderna.”
(THOMPSON, 1995, p. 170)
clássica
concepção

Acaba se tornando defasada em


detrimento da emergência da
antropologia. Apesar disso, alguns
de seus aspectos se mantêm
implícitos na noção moderna de
cultura.
descritiva
concepção

Primeiras descrições etnográficas


relevantes fora da Europa;
Análise e comparação sistemática da
aquisição de costumes, crenças, ideias e
valores pelos indivíduos de um grupo;
Reconstrução do processo
selvageria -> vida civilizada;
descritiva
concepção

Teoria científica da cultura: análise da herança


social em seus elementos de composição e
relacioná-los entre si, com o meio ambiente e
necessidades humanas.
Visões diferenciadas do estudo:
estrutura referencial evolucionista x
análise funcional.
Clifford Geertz
(1926 – 2006)

Simbolismo

(
(
Significado
Interpretação
Clifford Geertz
(1926 – 2006)

Cultura =

(
(
Clifford Geertz
(1926 – 2006)

Análise da cultura como sendo

(
(
não uma ciência experimental
em busca de leis, mas uma
ciência interpretativa em
busca de significados.
Clifford Geertz
(1926 – 2006)

Análise da cultura como sendo

(
(
não uma ciência experimental
em busca de leis, mas uma
ciência interpretativa em
busca de significados.
interpretações de
interpretações
Clifford Geertz
(1926 – 2006)

o estudo da cultura é uma

(
atividade mais afim com a

(
interpretação de um texto do
que com a classificação da
flora e da fauna.
simbólica
concepção

Cultura é o padrão de significados


incorporados nas formas simbólicas que
inclui ações, manifestações verbais e
objetivos significativos de vários tipos,
em virtude dos quais os indivíduos
comunicam-se entre si e partilham suas
experiências, concepções e crenças.
Clifford Geertz
(1926 – 2006)

críticas

(
Embora tenha tentado formular

(
uma caracterização precisa da
concepção simbólica da
cultura, na verdade ele usa o
termo “cultura” de várias
maneiras diferentes
Clifford Geertz
(1926 – 2006)

críticas

(
(
A noção de texto que
desempenha uma papel
central em sua abordagem,
porém é questionável.
Clifford Geertz
(1926 – 2006)

críticas

(
(
Dá atenção
insuficiente aos
problemas de conflito
social e de poder
estrutural
concepção

Busca “uma concepção que dê


ênfase tanto ao caráter simbólico
dos fenômenos culturais como ao
fato de tais fenômenos estarem
sempre inseridos em contextos
estruturados” (THOMPSON, 1995, p. 181).
estrutural
concepção

Considera os processos e contextos


socialmente estruturados.
Baseia-se na concepção
simbólica de Geertz.
Fenômenos culturais: formas
simbólicas em contextos
estruturados.
estrutural
concepção

Análise cultural: estudo da


constituição significativa e da
contextualização social das formas
simbólicas.
Estrutural X Estruturalista
estrutural
concepção

Cinco aspectos das formas


simbólicas (intencionais,
convencionais, estruturais,
referenciais e contextuais)
estrutural
concepção

Intencional: “as formas


simbólicas são expressões de
um sujeito para um sujeito (ou
sujeitos).” (p. 183)
estrutural
concepção

Convencional: “a produção,
construção ou emprego das formas
simbólicas, bem como a
interpretação das mesmas pelos
sujeitos que a recebem, são
processos que, caracteristicamente,
envolvem a aplicação de regras,
códigos ou convenções de vários
tipos.” (p. 185)
estrutural
concepção

Estrutural: “formas
simbólicas são construções
que exibem uma estrutura
articulada.” (p. 187)
estrutural
concepção

Referencial: “as formas


simbólicas são construções
que tipicamente representam
algo, referem-se a algo, dizem
algo sobre alguma coisa.” (p.
190)
estrutural
concepção

Contextual: “estão sempre


inseridas em processos e
contextos sócio históricos
dentro dos quais e por meio
dos quais elas são produzidas,
transmitidas e recebidas.” (p. 192)
O imaginário
é uma realidade

MAFFESOLI, M. O Imaginário é uma Realidade. In: Revista


Famecos, ago/2001, p. 74-82.
Michel Maffesoli

sociólogo francês
um dos principais especialistas
mundiais em imaginário
recuperou a tradição de Gaston
Bachelard e de Gilbert Durand
quanto à importância do
imaginário na construção da
realidade
sem consistência opõe-se ao
ou realidade ficção verdadeiro

O que é o imaginário?
≠ ordens econômica, intangível
política e social
Gaston Bachelard
(1884 – 1962)

Pegou o bastão dos românticos e


repôs na cena intelectual
procedimentos que se
encontravam esquecidos. Assim,
mostrou que as construções
mentais podiam ser eficazes em
relação ao concreto.
Gilbert Durand
(1921 – 2012)

Discípulo de Bachelard
Livro: As Estruturas
Antropológicas do Imaginário

Indicou como o real é acionado


pela eficácia do imaginário, das
construções do espírito.
O imaginário é a relação entre as
intimações objetivas e a
subjetividade. As intimações
objetivas são os limites que as
sociedades impõe a cada ser.
Relação, portanto, entre as coerções
sociais e a subjetividade.
cultura imaginário
A cultura Conjunto de Tem, além disso, algo
pode ser elementos e de imponderável. É o
identificada fenômenos estado de espírito
de forma passíveis de que caracteriza um
precisa. descrição. povo.
O imaginário pertence à
uma dimensão ambiental,
uma matriz, uma atmosfera,
aquilo que Walter Benjamin
chama de
Não vemos a aura,
mas podemos senti-
la. O imaginário, para
mim (Maffesoli), é
essa aura, é da ordem
da aura: uma
atmosfera. Algo que
envolve e ultrapassa
a obra.
Só existe imaginário coletivo.
O imaginário é o estado de
espírito de um grupo, de um
país, de um Estado-nação, de
uma comunidade, etc.
O imaginário é o estado de
espírito de um grupo, de um
país, de um Estado-nação, de
uma comunidade, etc.

É cimento social.
Não é a imagem que produz
o imaginário, mas o
contrário.

A imagem não é o suporte,


mas o resultado.
O imaginário de Paris faz
Paris ser o que é. Isso é uma
construção histórica, mas
também o resultado de uma
atmosfera e, por isso mesmo,
uma aura que continua a
produzir novas imagens.
ideologia imaginário
Outros parâmetros
Viés bastante também: onírico,
racional; não há lúdico, fantasia...
Elemento
lugar para o não-
racional.
racional no olhar Pode ser considerado
ideológico. uma aura da
ideologia.
interação
Há processos interacionais
que criam a aura.

O momento de vibração
comum, de sensação
partilhada constitui o
imaginário.
Mesmo os campos mais
racionais, como as esferas
política, ideológica e
econômica, são recortados
por imaginários. O
imaginário tudo
contamina.
Mesmo os mais resistentes,
os modernos, são
obrigados, com frequência,
a reconhecer a força do
imaginário nos campos
considerados racionais por
excelência. Na pós-
modernidade, acontece o
reconhecimento dessas
dimensões alijadas da
esfera do conhecimento.
Jacques Lacan
(1901 – 1981)

Anos 30: Em vez de ir ao


encontro de Freud, buscou
Jung. Na França, de algum
modo, tentou-se esconder essa
trajetória, fazendo-se de Lacan
um dito herdeiro de Freud.
A minha tese (Maffesoli)
é a seguinte: Lacan
racionalizou a noção de
imaginário que havia
aprendido com Jung.
A racionalização, não
esqueçamos, significa tornar
rígido. Os lacanianos usarão a
tripartição imaginário,
simbólico, real já sem
nenhuma referência ou
relação com a influência que
Lacan sofreu de Jung.
Lacan Durand
Todas as noções são
Cada coisa tem
flexíveis.
seu lugar.
Nunca apresentou
Categorias
( conceitos diferentes para
estanques, na boa
simbólico e imaginário,
e velha tradição
sempre viu os dois
cartesiana.
imbricados.
Cornelius Castoriadis
(1922 – 1997)

Também acabou por


investir numa concepção
rígida de imaginário.
Cornelius Castoriadis
(1922 – 1997)

O imaginário atuaria
principalmente nas
revoluções.
Cornelius Castoriadis
(1922 – 1997)

O imaginário atuaria
principalmente nas
revoluções.
O imaginário não é
apenas um fator de
construção ou fixação de
algo. O imaginário é uma
sensibilidade, não uma
instituição.
A técnica é um fator de
estimulação imaginal.

O mais importante, em relação


à técnica, é a circulação de
signos, as relações
estabelecidas.
Crítica a Dominique Wolton,
Phillipe Bréton, Paul Virilio e
Jean Baudrillard:
Eles têm medo porque a
Internet multiplica imagens,
produz algo que não é racional.

A crítica à Internet vem de um


pensamento politicamente
correto que teme pensar com
as tripas.
Crítica a Dominique Wolton,
Phillipe Bréton, Paul Virilio e
Jean Baudrillard:

Para os intelectuais modernos, na


comunicação o que interessa é o
cérebro, o conteúdo. Mas não é
assim que as coisas funcionam no
vivido. A imagem não é um
conteúdo.
influência das tecnologias
na formação do imaginário
social cotidiano

Existe uma reversibilidade,


um vaivém. Não apenas a
imposição de algo que vem
de cima, um impacto, mas
uma relação.
O criador, mesmo na publicidade, só é criador na
medida em que consegue captar o que circula na
sociedade. Ele dá forma ao que existe nos
espíritos, ao que está aí, ao que existe de
maneira informal ou disforme.

You might also like