You are on page 1of 2

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Universidade Aberta do Brasil - UAB

Currículo e Transformação
Sandra Regina de Oliveira

Pensar na escola que queremos e a escola que sonhamos, induz à


construção de um currículo do qual esteja aproximado da nossa realidade, mas
como aproximá-lo do nosso cotidiano? Podemos antes de tudo voltar nosso
olhar às questões de ensino do qual vislumbra nossos alunos, será que em sua
realidade eles estão querendo se formar para o trabalho, se assim o for
devemos voltar os conhecimento à recuperação de tais objetivos, trazendo
para sala de aula conhecimentos que os aproximem para tal e articular dentre
as disciplinas estes conhecimentos, mas não podemos esquecer que também
devemos formar estes alunos para serem cidadãos.
Da mesma forma que o currículo deve ser pensado a aproximar o
educando a realidade ele também deve conter meios de transformar este aluno
no contexto social, de maneira que traga para o ambiente escolar questões que
formem o discente para a sociedade, neste sentido a função da escola torna-se
um elo entre a formação para o trabalho e para o social.
Não devemos esquecer que até há escolas que tentaram fugir ao
convencionalismo das estruturas dominantes de currículo, como horários,
espaço e tempo, mas se esqueceram que para haver tais desprendimentos
deva haver uma postura de autonomia por todo colegiado, como há nas
Universidades, mas será que a autonomia que está acontecendo nestas
Instituições de Ensino está tendo o resultado esperado? Talvez estudos
complementares a respeito da autonomia das Universidades poderiam auxiliar
as Instituições de Ensino Fundamental e Médio de nosso país.
No entanto não podemos ficar alheios aos estágios cognitivos de nossos
educandos, será que pela idade desta faixa de escolaridade eles teriam tanta
autonomia assim? Podemos acreditar que não, pois nossos alunos vivem na
era da informática, na concepção de que não se pode trabalhar, pois está no
Estatuto da Criança e do Adolescente, que até os dezesseis mais ou menos o
aluno preferivelmente deva estar freqüentando o Ensino Médio, e aí nos
apegamos aos desmandos familiares dos quais os principais responsáveis pela
educação dos filhos são os próprios pais não o fazem e os deixam somente
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Universidade Aberta do Brasil - UAB

para que a escola se encarregue de tal, aliados a tantos fatos podemos


acreditar que esta autonomia conquistada pelos alunos destas faixas etárias
seria uma utopia.
Em outras palavras, devemos sim manter os horários, os conteúdos e o
tempo na escola, mas isso não nos impede que possamos fazer mais, trazendo
para o nosso PPP sugestões de trabalho em conjunto que faz com que o
colegiado trabalhe junto em projetos e outros eventos que trazem para a escola
as necessidades da comunidade. Isso pode estar acontecendo em Jogos que
contemplem pais, alunos, professores e demais membros. Ou então, todos
examinarem um problema que está acontecendo na comunidade e tentar
ajudar. Se acaso a comunidade sofre com a desnutrição das suas crianças, a
escola pode propor um trabalho em conjunto com Instituições que já tem estes
trabalhos e fazer ser um problema grave da comunidade se transformar em
desejo de fazer com que o conhecimento acumulado pela humanidade crie
meios de resolver tal problema real.
Sendo assim, com a real necessidade que os alunos descobrirem que o
conhecimento pode gerar vitórias e transformações na sociedade eles próprios
darão mais utilidade aos estudos feitos em sala de aula, fazendo a teoria uma
ponte para a prática, e ainda se a oportunidade para o trabalho está na
educação o aluno irá valorizar mais os conteúdos ministrados em sala de aula,
para isso devemos trabalhar em conjunto para haver uma mudança em nossa
cultura, da qual fomos formados num contexto instrumentalizado para o
tradicional e voltarmos nossos currículos para primeiro a transformação da
nossa realidade, depois expandirmos para o mundo.

Referência:
MARIANO, André Luiz Sena et al. Organização Escolar e Trabalho
Pedagógico. Ponta Grossa: NUTEAD, 2010.

You might also like