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SÓCIOS:
Instituto da Potassa e do Fosfato (EUA)
Instituto da Potassa e do Fosfato (Canadá)
Website: www.potafos.org
DIRETOR:
AGRONÔMICAS
T. Yamada
Engo Agro, Doutor em Agronomia N0 99 SETEMBRO/2002
A
POTAFOS realizou nos dias 10 a 12 de Julho pas-
sado, em Piracicaba-SP, o 3 o Simpósio sobre Veja neste número:
Rotação Soja/Milho no Plantio Direto, com a parti- Fisiologia, nutrição e adubação nitrogenada
cipação de 236 pessoas entre pesquisadores, professores, exten- do milho .................................................................. 7
sionistas e agricultores setores envolvidos na cadeia produtiva
de milho e de soja. Divulgando a Pesquisa ........................................ 13
Milho e soja: uma comparação ........................... 20
A tônica do evento foi a identificação e discussão dos prin-
cipais fatores agronômicos envolvidos nos sistemas de produção Simpósio sobre Fósforo na Agricultura
que favorecem a maior eficiência da produção agrícola, visando a Brasileira ............................................................... 21
produtividade máxima econômica. Invista mais na produtividade do seu milho ...... 24
O Simpósio consistiu de três painéis e uma mesa redonda, Arquivo do Agrônomo: Como a planta de arroz
com os seguintes temas: se desenvolve
1
Engenheiro Agrônomo, M.S., Doutor, Diretor da POTAFOS. E-mail: potafos@merconet.com.br
2
Engenheira Agrônoma, M.S., POTAFOS. E-mail: potafos.silvia@merconet.com.br
E
em geral precisa-se da adição de N através de fertilizantes químicos
ntre os elementos minerais essenciais, o nitrogênio
para otimizar o crescimento e o rendimento de milho.
(N) é o que com mais freqüência limita o crescimen-
to e o rendimento do milho. Esta limitação ocorre O nitrogênio é o único, entre os nutrientes minerais, que
porque as plantas requerem quantidades relativamente grandes de pode ser absorvido pelas plantas em duas formas distintas: como
N (de 1,5 a 3,5% do peso seco da planta), e porque a maioria dos ânion NO3- ou como cátion NH4+. Várias fontes diferentes de ferti-
solos não tem N suficiente em forma disponível para sustentar os lizantes nitrogenados são comumente usadas nos Estados Unidos,
níveis de produção desejados. Já que a deficiência de N pode dimi- as quais contêm relações variadas de NO3- e NH4+. Porém, devido
nuir o rendimento e a qualidade dos grãos, elaboram-se medidas às bactérias do solo oxidarem rapidamente o NH4+ a NO3- em solos
para assegurar que níveis adequados de N estejam disponíveis às quentes, bem arejados, favoráveis ao crescimento da cultura, o NO3-
plantas. Algumas estimativas sugerem que o fertilizante nitrogenado é a forma predominante absorvida pelas plantas, independente da
responde por 80% do custo total de fertilizantes e 30% de toda a fonte de N aplicada.
energia associada com a moderna produção agrícola (STANGEL, Além de ser a forma de N mais disponível à planta, o NO3-
1984). também é responsável pelas maiores perdas de N do solo já que é
Embora bem aceito pelos produtores de milho que teores suscetível à lixiviação ou desnitrificação. Também pode ser removi-
adequados de N são necessários para obter altos rendimentos, o do temporariamente da reserva disponível do solo através da
dilema está em saber que quantidade aplicar. Este problema resulta adsorção, fixação e imobilização microbiana. As implicações eco-
do complexo ciclo do N no ambiente, que pode permitir perdas nômicas destas perdas são patentes, especialmente quando elas
abaixo da zona radicular. É ainda mais complicado por problemas são grandes o bastante para limitar a produtividade da cultura. Es-
mecânicos associados a aplicações de N-fertilizantes e por incerte- tas perdas também muito ajudam em perpetuar a incerteza associa-
zas relacionadas às condições meteorológicas, especialmente dis- da com o manejo do adubo nitrogenado e o potencial de dano
ponibilidade de água. O N do fertilizante não aproveitado, além do ambiental.
prejuízo econômico, pode causar dano ambiental se perdido do
solo. Perdas excessivas de fertilizantes nitrogenados de culturas
agrícolas implicaram em contaminação de lençóis freáticos por ni- NITROGÊNIO NA PLANTA
trato, e tem contribuído para a zona hipóxica no Golfo do México
(CARPENTER et al., 1998; BURKART & JAMES, 1999). Com o cres- Independente da forma absorvida, uma vez na planta o N
cente interesse da opinião pública na qualidade ambiental, estão inorgânico tem que ser assimilado (isto é, incorporado em compos-
aumentando as pressões sobre os agricultores para melhorar o ma- tos contendo carbono) em formas orgânicas, tipicamente amino-
nejo de N. Com o advento das práticas de conservação do solo ácidos. Enquanto o N é incorporado em numerosos compostos
também aumentaram as questões relativas ao melhor manejo do essenciais à planta, a vasta maioria (90% ou mais) está presente nas
fertilizante nitrogenado. proteínas. Embora complexo, o impacto do metabolismo do N no
Este artigo explica brevemente como o N governa o cresci- crescimento e rendimento do milho pode ser resumido em duas
mento e o rendimento da planta e discute vários modos para melho- funções gerais: 1) estabelecimento e manutenção da capacidade
rar seu manejo. fotossintética e 2) desenvolvimento e crescimento dos drenos
reprodutivos (BELOW, 1995).
O objetivo em estabelecer a capacidade fotossintética é as-
DISPONIBILIDADE DE NITROGÊNIO segurar que a provisão de N não venha a limitar o desenvolvimento
do aparato fotossintético (enzimas, pigmentos e outros compostos
Sob condições naturais, o N entra no ambiente do solo como necessários à fotossíntese). Dentro de limites, o aumento no supri-
resultado da fixação biológica e/ou da decomposição dos resíduos mento de N aumenta o crescimento e o vigor da planta, enquanto a
animais e vegetais. A maior parte do N nos solos está contida na deficiência resulta em plantas menores, pálidas. Coletivamente, es-
matéria orgânica (> 90%), que é relativamente estável e não direta- tas diferenças afetam a interceptação solar, a fotossíntese e em
mente disponível às plantas. Embora uma porção do N na matéria última instância o rendimento de grãos. Enquanto deficiências de N
orgânica possa se tornar disponível pela mineralização através dos são prontamente identificáveis pelos agricultores (e pelos seus vi-
microrganismos do solo, a quantidade liberada é variável e depen- zinhos) devido à cor verde mais clara da cultura (Figura 1), já é
de das práticas de manejo e das condições ambientais. Além disso, muito mais difícil identificar com base na cor da cultura quando o
a liberação é normalmente muito lenta para satisfazer as necessida- nível de N está adequado, e não excessivo.
1
Palestra apresentada no 1o Simpósio sobre Rotação Soja/Milho no Plantio Direto, promovido pela POTAFOS, Piracicaba-SP, em 03 a 06/julho/2000.
2
Departamento de Ciências do Solo, Professor Associado, University of Illinois, Urbana, EUA. E-mail: f-below@uiuc.edu
Deficiente em N Suficiente em N
Figura 1. Vista aérea de uma cultura de milho onde diferentes doses
de N-fertilizante foram aplicadas antes do plantio. Áreas
Figura 3. Comparação entre espigas maduras de milho oriundas de
deficientes em N são vistas facilmente pela cor verde mais
plantas cultivadas com suprimento suficiente e deficiente
clara, enquanto áreas com excesso de N não podem ser
de N. Notar que as plantas deficientes em N exibem dimi-
facilmente distinguidas. A cultura está cerca de duas se-
nuição de fileiras de grãos no topo da espiga.
manas antes do florescimento.
Para alcançar altos rendimentos, as plantas têm que estabe- um impacto menor sobre o peso individual dos grãos, que no núme-
lecer não só a capacidade fotossintética, mas também continuar a ro de grãos. A adição de fertilizante nitrogenado aumentou o peso
fotossíntese durante a formação da semente e durante o período de de cada grão em apenas 10%, e este aumento foi obtido principal-
enchimento de grãos. Este papel é particularmente importante, des- mente com o primeiro incremento de N (67 kg N/ha). Por outro lado,
de que a acumulação de matéria seca nos grãos de milho depende todos os incrementos em fertilizante nitrogenado resultaram em
da fotossíntese presente. A maior parte do N na folha de milho está maior número de grãos, em um padrão bem parecido com a típica
associada ao cloroplasto (ao redor de 60% do N total da folha), e resposta de rendimento de grãos ao suprimento de N (Figura 4).
estas proteínas estão sujeitas ao desdobramento e remobilização
dos aminoácidos resultantes. Com o envelhecimento das folhas, a
capacidade fotossintética diminui, e também o suprimento de assi-
milados e o rendimento de grãos. Este declínio ocorre mais rapida-
mente para as folhas deficientes em N (Figura 2), e conduz a espigas
menores, com menos grãos (Figura 3).
Época de Ano
Média
aplicação 1997 1998 1999
- - - - - - - - - - t/ha - - - - - - - - - - - -
Nenhum N 8,0 5,8 7,0 6,9
Outono 9,4 8,5 8,6 8,8
Inverno 9,3 9,4 9,2 9,3
Primavera 9,7 10,0 9,6 9,8
Nota do editor: Os trabalhos que possuem endereço eletrônico em azul podem ser consultados na íntegra
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SIMPÓSIOS DA POTAFOS EM 2003 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
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OUTROS EVENTOS EM 2002 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
1. SIMPÓSIO SOBRE DINÂMICA DE DEFENSIVOS AGRÍCO- 4. IV CURSO USO DE GPS (SISTEMA DE POSICIONAMENTO
LAS NO SOLO Aspectos práticos e ambientais GLOBAL) NAAGRICULTURA
Local: ESALQ - Anfiteatro do Depto. de Ciências Florestais Local: Centro Experimental Central, Avenida Theodureto de Almei-
Data: 07 e 08/NOVEMBRO/2002 da Camargo, 1500, Vila Nova, Campinas, SP
Inscrições: Profissionais R$ 340,00 Data: 08/NOVEMBRO/2002
Estudantes R$ 135,00 Inscrições: Profissionais R$ 90,00
Informações: FEALQ Estudantes R$ 45,00
Av. Carlos Botelho, 1025 Informações: Instituto Agronômico de Campinas
Piracicaba-SP Fone: (19) 3231-5422, ramal 165
Fone: (19) 3429-4393 Website: www.iac.sp.gov.br
E-mail: agrohoje@esalq.usp.br (Maria Eugênia)
5. 4th FERTILIZANTES CONO SUR
2. I REUNIÃO BRASILEIRA SOBRE INDUÇÃO DE RESIS- Local: Sheraton Porto Alegre, Porto Alegre-RS, Brasil
TÊNCIA EM PLANTAS CONTRA FITOPATÓGENOS Data: 18 a 20/NOVEMBRO/2002
Informações: Matilde Diaz
Local: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro (SP) British Sulphur Publishing
Data: 19 a 21/NOVEMBRO/2002 Telefone: (44) 20 7903-2444
Inscrições: Profissionais: R$ 180,00 Telefax: (44) 20 7903-2432
Estudantes R 60,00 E-mail: conferences@crugroup.com
Informações: E-mail: ir2002@esalq.usp.br Website: www.britishsulphur.com
Website: http://sites.uol.com.br/alfito
6. REUNIÃO TÉCNICA SOBRE A CULTURA DO MILHO
3. IFDC - INTERNATIONAL WORKSHOP ON NPK FERTILI- SAFRINHA
ZER PRODUCTION ALTERNATIVES
Local: Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agro-
Local: Brasil/Argentina negócios do Médio Paranapanema, Rodovia SP 333, km 53
Data: 23/OUTUBRO a 05/NOVEMBRO/2002 (Assis-Marília), Assis, SP
Informações: Telefone: +1 256 381-6600 Data: 17/DEZEMBRO/2002
E-mail: hrd@ifdc.org Informações: Fone: (18) 3322-3197 ou (18) 3322-5891
Website: www.ifdc.org Website: www.iac.sp.gov.br
Pedidos: POTAFOS - Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP. Telefone/fax: (19) 433-3254 ou via internet: www.potafos.org
Forma de pagamento: cheque nominal à POTAFOS anexado à sua carta com a relação das publicações desejadas.
Dados necessários para a emissão da nota fiscal: nome, CPF (ou razão social, com CGC e Inscrição Estadual), instituição, endereço, bairro/
distrito, CEP, município, UF, fone/fax, atividade exercida.
Periodicamente estaremos enviando-lhe novas informações via endereço eletrônico. Para tal, precisamos de
seu e-mail atualizado:
E-mail:
Para a atualização de seu cadastro, favor preencher em letra de forma ou à máquina os dados abaixo e retorná-
lo para a POTAFOS - Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 Piracicaba-SP.
NOME:
EMPRESA:
ENDEREÇO:
CEP: CIDADE: ESTADO:
FONE: FAX:
A
s previsões de plantio de verão da safra 2002/03 Além de sistema radicular extenso e bem ramificado, a planta
indicam aumento na área de soja de 15,8 para precisa de resistência ao estresse hídrico, que pode ser conferida
17,4 milhões de ha e recuo na de milho de 9,5 para pela adubação potássica. Assim, para evitar riscos, é importante
9,2 milhões de ha. Felizmente, a área com o milho safrinha tem au- manter alta fertilidade potássica nos solos com milho safrinha. A
mentado ano a ano, e para 2003 está previsto o plantio de 3,4 mi- diferença pode não ser pronunciada nos anos com chuva adequa-
lhões de ha. Tudo indica que 2003 será um ano com bons preços da, mas nos anos com seca, ou ainda com excesso de chuva, a
não só para a soja como também para o milho. É de se esperar que a correta adubação potássica pode funcionar como o seguro contra
demanda de milho será coberta basicamente com a produção inter- perdas, conforme observado por Barber (1963):
na, pois o dólar caro poderá inibir a importação. É preciso lembrar
Chuva -K +K Aumento
ainda que é proibida a importação de milho transgênico, de maior
disponibilidade no mercado internacional. Temos, pois, que inves- mm/ano - - - - - - - - milho (kg/ha) - - - - - - - - %
tir na busca da produtividade do milho. Que é fácil de se alcançar Baixa, 180 5.710 8.150 2.440 42,7
com apenas alguns cuidados simples como escolha do melhor hí- Média, 450 9.280 9.870 590 6,4
brido, população adequada, adubação balanceada, entre outros. Alta, 653 5.770 8.780 3.010 52,2
Destes, a adubação balanceada é um dos que mais influenciam na
produtividade do milho, tanto o de verão como o safrinha. Fonte: Barber, S.A. (1963). Better Crops, v.47, n.1, p.6-9.
RA
Empresas filiadas:
LU
NT
VO
DR/SPI
Agrium Inc. Cargill, Inc. CF Industries, Inc. Mississippi Chemical Corporation Hydro
IDA
DE
IMC Global Inc. Potash Corporation of Saskatchewan Inc. Moab Potash Simplot IMPRESSO ESPECIAL