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- Revolução Francesa;
- Surgimento do Capitalismo;
- Slogan: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”;
- LIBERDADE – Pensamento liberal que anseiava pouca intervenção do Estado;
- IGUALDADE – Permanece até hoje na Constituição alguns princípios da Revolução
Francesa, entre os quais este conceito;
- FRATERNIDADE (ou solidariedade) – O conceito idealizado que menos se expressa;
- O importante papel de Napoleão Bonaparte;
- Características do Direito Civil Francês idealizado por Napoleão Bonaparte: extremamente
patrimonialista. Individualista, com o foco no burguês do sexo masculino, maior de idade,
branco, rico e chefe de família. Patriarcalista, matrimonialista;
- Dicas de filmes: “O Mercador de Veneza”, com Al Pacino; e “Uma Mente Brilhante”;
- A realidade social no período pós - 1ª Guerra Mundial;
- A Constituição Mexicana;
- A Constituição de Vaimar (antiga Alemanha);
- Função social da propriedade;
- Publicização, Socialização do Direito Civil;
- 1824 – Primeira Constituição Brasileira, do Império;
- 1916 – Primeiro Código Civil Brasileiro;
- Influência alemã e francesa no Primeiro Código Civil ratificado;
- Recomendações de Leitura: Raízes Históricas e Sociológicas do Código Civil Brasileiro,
Orlando Gomes; Capítulo 3 do livro “Direito de Personalidade e Autonomia Privada”, Ed.
Saraiva, Roxana Cardoso Brasileiro Borges;
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regulamentados por legislação extravagante ou especial, cujo conteúdo conjuga-se com a nova
realidade social.
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Com a organização e supervisão de Miguel Reale, em 1972, José Carlos Moreira Alves,
Agostinho Alvim, Sylvio Marcondes, Ebert Chamoun, Clóvis Couto e Torquato Castro
elaboraram novo Anteprojeto de Código Civil. Esse projeto foi aprovado e, hoje, é o Código
Civil em vigor, aprovado em janeiro de 2002, com início de vigência em janeiro de 2003.
QUESTÕES PROPOSTAS
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10 – MARIA DE FÁTIMA É UMA MULHER DE 79 ANOS DE IDADE. SUA FILHA MOVEU UMA
AÇÃO DE INTERDIÇÃO PEDINDO QUE O JUIZ DECLARE SUA INCAPACIDADE. QUANTO
A ESSA SITUAÇÃO HIPOTÉTICA, EXPLIQUE:
- QUAL DEVE SER A DECISÃO DO JUIZ? POR QUE?
- COM BASE EM QUE NORMAS JURÍDICAS O JUIZ DEVE SE BASEAR? POR QUE?
- SE, POR HIPÓTESE, O JUIZ DECLARAR A INCAPACIDADE DE MARIA DE FÁTIMA, SERÁ
INCAPACIDADE ABSOLUTA OU RELATIVA? POR QUE?
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(Art. 22) Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver
deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhes os bens, o juiz [...]
declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. Já o tutor (art. 1.740) incumbe, quanto à pessoa
do menor, dirigir a educação, defendê-lo e prestar alimentos; requerer correções junto ao juiz e
adimplir os demais deveres paternos.
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29 – NÃO SENDO POR CAUSA DA AUSÊNCIA, ALGUÉM PODE TER SUA MORTE
PRESUMIDA DECLARADA? EXPLIQUE.
A legislação prevê uma série de situações que permitem a declaração da morte sem que haja
processo de declaração de ausência.
Segundo as hipóteses previstas no artigo 7º do Código Civil, permite-se a declaração de morte
sem decretação de ausência quando for extremamente provável a morte de quem estava em
risco de vida ou se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não retornar dois
anos após o término da guerra. Nessas situações, a declaração de morte presumida fixará a
data provável da morte, o que ocorrerá somente após o encerramento das buscas.
Para fins previdenciários, considera-se morto o segurado após seis meses de ausência
declarada judicialmente, ou após a comprovação de desaparecimento em acidente, desastre
ou catástrofe (arts. 74 e 78 da Lei nº. 8.213/1991).
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Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença
do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos
tenha economia própria.
MORTE PRESUMIDA – A morte presumida decorre da lei e ocorre nos casos de ausência
definidos por lei (arts. 37 e 38 do Código Civil; arts. 1.161 e 1.168 do Código do Processo Civil)
e de morte presumida sem decretação de ausência (art. 7º do Código Civil);
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- Os direitos de personalidade são inatos porque isso é prévio ao ordenamento jurídico, são
próprios da condição humana;
- Direitos morais de autor não são direitos de personalidade;
- Os direitos de personalidade são direitos vitalícios, podendo ser adquiridos antes do
nascimento com vida ou permanecer após a morte, como direito à honra;
- Os direitos de personalidade são direitos intransmissíveis tanto no modo “intervivos” quanto
por “mortis causa”;
- Dica de Leitura: Lei nº. 9.610/98;
- Os direitos de personalidade são direitos irrenunciáveis, tendo em vista que não há como
renunciar a eles. São também impenhoráveis e imprescritíveis;
- Muitos autores também incluem aqui o direito à vida;
- Os direitos de personalidade são direitos indisponíveis, significando que a pessoa não pode
dispor desses direitos – como renunciá-los ou aliená-los;
- Os direitos de personalidade são direitos extrapatrimoniais porque não se referem ao
patrimônio da pessoa, mas a atributos da sua personalidade, são insusceptíveis de avaliação
pecuniária;
- Os direitos de personalidade são direitos absolutos, ou seja, são direitos oponíveis “erga
omnes”;
- Os direitos de personalidade são direitos imprescritíveis.
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Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da
personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a
medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha
reta, ou colateral até o quarto grau.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio
corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar
os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante,
na forma estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer
tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o
sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações
ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja
intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda
comercial.
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Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá
ao nome.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à
manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra,
ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão
ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se
lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins
comerciais.
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas
para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do
interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato
contrário a esta norma.
PESSOA JURÍDICA
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito
privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº
11.107, de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito
público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que
couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e
todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis
por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros,
ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte
destes, culpa ou dolo.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento
das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes
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- “A pessoa jurídica pode ser criada por uma única pessoa física”;
- “Não há como avaliar a culpabilidade das pessoas jurídicas”, dizem alguns autores;
- As pessoas jurídicas são de Direito Público, Interno ou Externo, e de Direito Privado (Art. 40
do Código Civil);
- As associações e fundações, mesmo quando de Direito Privado, não têm fim lucrativo;
- ONG’s – Organizações não-governamentais – No Brasil equivalem às OSCIP – “Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público”;
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Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina,
e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos,
morais, culturais ou de assistência.
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados
serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra
fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
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FATOS JURÍDICOS – São os fatos que desencadeiam efeitos jurídicos. Todo acontecimento,
natural ou humano, que determine a ocorrência de efeitos constitutivos, modificativos ou
extintivos de direitos e obrigações na órbita do Direito, denomina-se fato jurídico;
- Recomendação de livros nos quais pode-se encontrar o assunto “Fatos Jurídicos” – Obras de
Orlando Gomes, Pontes de Miranda, Marcos Bernardes de Melo.
- Fatos Jurídicos “lato sensu”;
- Fatos Jurídicos “strictu sensu”;
- Atos Jurídicos “latu sensu”;
- Atos Jurídicos “strictu sensu”;
- Negócio Jurídico
- Atos-fatos jurídicos;
- Atos ilícitos;
- Fatos Naturais – Ordinários (nascer do sol) ou Extraordinários (tempestade);
- O negócio jurídico serve para que os particulares possam disciplinar os seus interesses;
- Ato ilícito – ação humana contrária ao Direito.
FATO JURÍDICO
NEGÓCIO
JURÍDICO
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O ATO JURÍDICO EM SENTIDO AMPLO pode ser Ato jurídico em sentido estrito (ou ato
meramente lícito); e negócio jurídico.
01 – O QUE É DOMICÍLIO?
Domicílio é a sede jurídica da pessoa. É o local onde a pessoa fixa, com ânimo definitivo, sua
residência, respondendo aí pelas relações jurídicas concernentes à entidade familiar. Domicílio
é um conceito jurídico e não de fato.
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demandada, uma vez que o foro de domicílio do réu fixa a regra geral de competência
territorial.
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Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações
concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada
um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência
habitual, o lugar onde for encontrada.
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção
manifesta de o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às
municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais
declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a
acompanharem.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas
diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu
estatuto ou atos constitutivos.
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares
diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele
praticados.
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á
por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada
uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela
corresponder.
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o
marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou
assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente
suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da
Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente
subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o
lugar em que cumprir a sentença.
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá
ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro
onde o teve.
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio
onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
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01 – O QUE É PATRIMÔNIO?
Segundo a doutrina e a redação legal do art. 91 do Código Civil, é o complexo de todas as
relações jurídicas de uma pessoa que possui, de alguma maneira, apreciação econômica. É a
universalidade de direito, sendo sempre único o patrimônio de um indivíduo.
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pertenças e benfeitorias. O acessório segue o principal, seja em seu destino, seja em sua
natureza.
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem
removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se
reempregarem.
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por
força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
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Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído,
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração
pertencerem.
AQUISIÇÃO DE DIREITOS:
- GRATUITA OU ONEROSA;
- ORIGINÁRIA OU DERIVADA;
- SIMPLES OU COMPLEXA;
GRATUITA – Caracteriza-se pela presença de vantagens para somente uma das partes,
enquanto que para a outra há somente encargos.
ONEROSA – É aquela em que as partes acordam uma prestação e uma contraprestação
pecuniária, produzindo, para ambas, vantagens e encargos.
ORIGINÁRIA – Não decorreu de uma relação jurídica de transmissão. Nasceu junto com o
domínio.
DERIVADA – Ocorreu quando houver transferência do direito de uma pessoa para outra,
proveniente de uma relação jurídica entre o anterior e o atual titular.
INTER VIVOS – Não depende da morte de alguém. São aqueles que se realizam e se
aperfeiçoam enquanto as partes estão vivas;
MORTIS CAUSA – Decorre da morte de um dos sujeitos. São aqueles cujos efeitos só são
produzidos com o advento da morte de uma das partes. Por exemplo: caso dos testamentos ou
dos contratos de seguro de vida.
Conservação de Direitos – O fato jurídico é capaz de gerar relações jurídicas entre os homens,
concedendo direitos e instituindo obrigações. É todo acontecimento natural ou humano capaz
de criar, modificar, conservar ou extinguir direitos, bem como de instituir obrigações, em torno
de determinado objeto.
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MANIFESTAÇÃO DE
VONTADE
EXPRESSA TÁCITA
- A regra de “quem cala consente” não vale para o âmbito jurídico. Leitura do art. 111 do
Código Civil de 2002.
GRATUITO – A causa é uma liberalidade. Há vantagens para somente uma das partes,
enquanto que para outra há somente encargos. É o caso da doação, onde uma das partes
sofre diminuição do patrimônio, enquanto a outra recebe grátis um ou mais bens.
ONEROSO – Ambos adquirem onerosamente. Há sempre uma contraprestação como causa.
Idéia de reciprocidade patrimonial. As partes acordam uma prestação e uma contraprestação
pecuniária.
NEGÓCIO JURÍDICO BIFRONTE – Pode ser feito tanto na forma gratuita quanto onerosa.
Como exemplo: mútuo (empréstimo de bens fungíveis). A fiança também pode ser gratuita ou
onerosa.
NEGÓCIO NEUTRO – É aquele que não admite essa classificação, como a instituição do bem
de família. É um negócio jurídico sem causa de atribuição patrimonial.
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AUTONOMIA PRIVADA – A autonomia privada é vista como um poder, que lhe é reconhecido,
de regulamentar os próprios interesses, dentro de certos parâmetros.
NORMAS SUPLETIVAS – As partes podem se opor, em sentido contrário. São aquelas que se
destinam a suprir a falta de manifestação da vontade das partes sobre determinados pontos do
negócio que carecem de regulamentação.
- Discussão – Como a moral pode (e não pode) ser usada como limite da autonomia privada.
“inter vivos” – Destinam-se a produzir efeitos em vida das partes, pertencendo a esta categoria
quase todos os negócios jurídicos e na sua disciplina tem grande importância, por força dos
interesses gerais do comércio jurídico, a tutela das expectativas da parte que se encontra em
face da declaração negocial.
“mortis causa” – Só produz efeitos com a morte de uma das partes. O testamento, em regra, só
produz efeitos “mortis causa”. Os negócios desta categoria são negócios “fora do comércio
jurídico”, no sentido de que, na sua regulamentação, os interesses do declarante devem
prevalecer sobre o interesse na proteção da confiança do destinatário.
PATRIMONIAIS – Relacionados com os bens ou direitos pecuniários. É aquele que tem por
conteúdos direitos patrimoniais como seu objeto. Na disciplina dos negócios patrimoniais, por
exigência da tutela da confiança do declaratório, a vontade declara sobre a vontade real. Ex.
Negócios reais, obrigações.
EXTRAPATRIMONIAIS – É aquele que tem por objeto direitos extrapatrimoniais. Referem-se a
direitos sem conteúdo econômico, como nos casos de direitos da personalidade.
FORMAIS – A lei exige uma determinada forma. São aqueles que, para terem plena eficácia,
precisam obedecer a uma forma especial.
SOLENE – Alguns autores colocam como subcategoria da formal. É mais do que formal porque
precisa de uma autoridade pública. São aqueles que, por sua própria natureza ou por
disposição legal, exigem o cumprimento de determinadas formalidades para que se configurem
perfeitos. Caso contrário, sofrerá pena de nulidade pela falta de requisitos formais impostos
pela lei.
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NÃO-FORMAIS – Contratos não formais ou consensuais são os que não prescindem de forma
especial para que se aperfeiçoem.
PRINCIPAL – Não servem a outros negócios. São aqueles que têm existência própria e não
dependem de qualquer outro. Por exemplo, a locação.
ACESSÓRIO – Exigem que haja um negócio principal, estando subordinados a eles, assim
como ocorre com a fiança. Nesse sentido, só existe contrato de fiança para almejar outro
negócio. Ela é sempre acessória, assim como a hipoteca, pois servem a outros negócios.
- TEORIA SUBJETIVISTA – Que predominou entre o juristas francesas, entende que a causa
deve ser compreendida como representações psicológicas que fazem as partes concluir
negócio ou fim próximos para referida conclusão.
- TEORIA OBJETIVISTA – Mais moderna e adotada principalmente na Itália; para ela, a causa
vem a ser aquele elemento distintivo do negócio jurídico para cada tipo de negócio, ou a função
econômica-social própria de cada figura negocial. Trata-se da finalidade intrínseca do negócio.
- “TEORIA DA CONFIANÇA” – Adotada pelo artigo 112 do Código Civil. A corrente eclética, a
teoria da confiança, consiste num abrandamento da teoria da vontade. Por ela, se a declaração
diverge da vontade, o ato será válido se o defeito não for perceptível pelo declaratário.
- PUTATIVO – Em matéria de casamento inexistente há outra importante conseqüência;
enquanto o casamento nulo pode ser dado como putativo, se um ou ambos os cônjuges
estiverem de boa fé (art. 221 do Código Civil), o casamento inexistente, como nunca existiu,
não pode gerar efeito.
- AUTONIMIA PRIVADO – Direito de definir como regular os próprios interesses. Não há
autonomia privada para definir cláusulas no casamento. Autodeterminação.
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- Para que um ato exista é preciso que todos os seus elementos constitutivos estejam
presentes;
- Não há análise de validade nem de eficácia sobre o que não existe. Negócio válido é aquele
que apresenta requisitos de validade.
- Elementos de Existência;
- Requisitos de Validade – Adjetivos colocados aos elementos de existência.
- Não basta ter vontade, ela tem de ser exteriorizada;
- Causa é a justificativa jurídica do negócio;
- Em relação a alguns negócios o agente pode ter impedimento específico.
- A impossibilidade pode ser:
- JURÍDICA;
- FÍSICA;
- ABSOLUTA;
- RELATIVA;
- ORIGINÁRIA;
- SUPERVENIENTE – Feita com objeto possível e ele torna-se impossível posteriormente.
- Objeto determinado;
- Objeto determinável;
GRAUS DE INVALIDADE
- Invalidade absoluta (nulidade absoluta ou nulidade);
- Invalidade relativa (nulidade relativa ou anulabilidade);
- A nulidade é uma sanção mais grave do que a anulabilidade;
- Um negócio nulo fica impedido de produzir efeitos jurídicos;
- Prazos para anulação de um negócio jurídico constam no art. 178 do Código Civil
- Boa-fé – Possuidor que desconhece algum obstáculo para estar naquela posse;
- Má-fé – Aquele que não sabe que está fazendo algo errado.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA 30
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL – 2009.2
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
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