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1.

DESCRIÇÃO GERAL

1.1 Ficha técnica


Nome: FDT, Teste dos Cinco Dígitos.
Autor: Manuel A. Sedó.
Publicação: Departamento de I + D de TEA Ediciones, S.A., Madrid (2007).
Âmbito de aplicação: Individual e coletiva, a crianças, adolescentes e adultos (mais de 7
anos).
Duração: 5 minutos.
Finalidade: Medida de velocidade de processamento, de fluência verbal, de manutenção da
concentração e da eficácia na alternância entre processos mentais.
Escalas: Escalas em percentis e pontuações típicas em amostras espanholas de crianças,
adolescentes e adultos. Incluem-se várias escalas com casos clínicos.
Material para a aplicação: Este manual, caderno de estímulos (com os elementos da prova)
para o sujeito, folha de anotação para o examinador, lápis e cronómetro.

1.2 Fundamentos
a) Conteúdo
O principal objetivo do FDT é apreciar, em qualquer idioma, a velocidade e a eficácia
mental do sujeito, assim como reconhecer a diminuição dessa velocidade e eficácia que
caracteriza os sujeitos com dificuldades neurológicas.
O Teste dos Cinco Dígitos, cujas siglas FDT vêm do inglês porque o instrumento nasceu
nessa cultura linguística (Five Digit Test, Sedó, 2004a, 2004b), é um teste multilingue de
funções cognitivas que se baseia em conhecimentos linguísticos mínimos: a leitura dos
dígitos de 1 a 5, a contagem de quantidade de 1 a 5, assim como a produção de séries de 50
palavras formadas pelas quantidades recorrentes “um”, “dois”, “três”, “quatro” e “cinco”,
recombinadas de maneiras diferentes. O FDT utiliza estas cinco quantidades como cimples
unidades cognitivas recorrentes dentro de tarefas de dificuldade crescente; e isto permite-
lhe medir em qualquer língua a velocidade e a eficácia mental do sujeito e reconhecer
imediatamente a diminuição de velocidade e de eficácia que caracteriza o sujeito com
dificuldades neurológicas.
Esta simplicidade do FDT pode representar uma vantagem considerável na sociedade atual,
onde o aumento dos intercâmbios laborais, comerciais e culturais vai nos conduzindo a
uma diversidade crescente nas populações de casos a examinar. Um teste como o FDT
(baseado em sinais quase universais e num vocabulário de nível pré-escolar), pode tornar
muito mais fácil o exame das funções cognitivas numa grande variedade de sujeitos: não só
nos casos habituais, como também nos que tenham um nível de educação muito diferente
(inclusive os sujeitos não leitores), nos casos com um mínimo de conhecimento do idioma,
assim como nos que só podem responder ao teste no seu idioma ou dialecto materno. O

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FDT permite descrever a velocidade e a eficácia do processamento cognitivo, a persistência
da manutenção da concentração, a automatização progressiva da tarefa e a capacidade de
mobilizar um esforço mental adicional quando as séries apresentam uma dificuldade
crescente e exigem uma concentração muito maior.
Cada uma das quatro situações do teste apresenta-se na forma de uma página de 50 itens
contidos em pequenos rectângulos (cinco por linha), que formam uma matriz de dez linhas
sucessivas. Cada item representa grupos ou conjuntos de um a cinco sinais (dígitos ou
asteriscos), e o sujeito tem que ler ou contar esses grupos de sinais e dar, portanto, uma
série de 50 respostas. O examinador anota o tempo (T) dispendido pelo sujeito e o número
de erros cometidos (E) a meio e no final de cada tarefa (ou seja, depois de 25 e 50 itens).
Estas séries são as mesmas nas quatro situações do teste e permitem analisar a velocidade
e eficácia do sujeito, dentro da facilidade ou dificuldade crescente em quatro tarefas de
dificuldade progressiva. Estas pontuações permitem discriminar com facilidade entre os
sujeitos normais e os casos com problemas neurológicos, que se caracterizam pela sua
menor velocidade e eficácia, assim como pela sua dificuldade em pôr em marcha um
esforço mental crescente quando assim o requer a dificuldade da tarefa.
As quatro situações do teste estão exemplificadas na figura 1.1. Em cada uma das quatro
partes os sinais de cada rectângulo apresentam-se num formato espacial semelhante ao
dos naipes. As quatro partes do teste diferem claramente no seu nível de dificuldade: as
partes Leitura e Contagem medem processos simples e automáticos (a leitura de dígitos e a
contagem de asteriscos), enquanto as partes Escolha e Alternância medem processos mais
complexos que requerem um controlo mental ativo: a contagem de dígitos quando estão
apresentados em quantidades diferentes (conflituosas) ou a alternância entre a contagem e
a leitura de alguns desses itens conflituosos.
Primeira Parte Segunda Parte Terceira Parte Quarta Parte
Leitura Contagem Escolha Alternância
(50 itens) (50 itens) (50 itens) (50 itens, 10 deles com bordo
Exemplo: Exemplo: Exemplo: mais grosso)
Exemplo:
5 5 * * 2 2 3 3 5

5 * 2 3 5

5 5 2 2 3 3 5
* *
Resposta: Resposta: Resposta: Resposta:
Cinco Cinco Cinco Cinco
Figura 1.1. Estrutura do teste

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A parte Leitura é a mais simples e apresenta dígitos em quantidades que correspondem
exactamente aos seus valores (ou seja, um 1, dois 2, três 3, etc.) e o sujeito apenas precisa
reconhecer e ler esses valores.
A parte Contagem apresenta grupos de um a cinco asteriscos, e o sujeito tem que
reconhecer o “conjunto” e contar o número dos asteriscos existentes.
Na Leitura e Contagem, portanto, as respostas são condutas automáticas, e estão
determinadas pelos estímulos que se apresentam ao sujeito. Nenhuma das duas operações
básicas (ler e contar) exige um grande esforço intencional por parte do sujeito.
Nas partes Escolha e Alternância, pelo contrário, o sujeito tem que executar condutas
controladas e conscientes que o obrigam a mobilizar um nível superior de recursos mentais.
Os itens da segunda metade do teste apresentam sempre os grupos de dígitos em
quantidades que são distintas dos seus valores aritméticos (por exemplo, três 1, quatro 2,
cinco 3), e isto obriga o sujeito a lê-las ou a contá-las como duas quantidades diferentes:
nestes exemplos, lendo-as como “1,2,3”; ou contando-as como “três, quatro, cinco”).
As situações controladas são duas. Na Escolha o sujeito tem que contar os grupos de dígitos
de valor conflituoso, e isto exige que ele mantenha a atenção de contar apesar da
interferência da leitura; e inibir a sua tendência involuntária para ler os números. Por
último, na Alternância um de cada cinco grupos de dígitos está rodeado por um bordo mais
grosso: nesta parte solicita-se ao sujeito que alterne entre duas operações, contando 80%
dos itens, como em Escolha, mas quebrando a rotina cognitiva cada vez que chega a uma
marca, ou rectângulo mais grosso e realizando aqui o esforço adicional de ler
conscientemente os números do grupo, e regressar de novo no elemento seguinte à sua
regra de conduta habitual, que é a de contar os grupos de dígitos.
Como resultado da ambiguidade dos itens, Escolha e Alternância obrigam o sujeito a
mobilizar um esforço voluntário que reduz a velocidade das respostas, tanto nos sujeitos
normais como nos casos clínicos. A diminuição da velocidade é, no entanto, muitíssimo
maior nos casos clínicos, e isto permite diagnosticar a presença de uma dificuldade
neurocognitiva.
b) Análise funcional
As quatro situações do teste fornecem informação sobre alguns processos mentais. Quatro
deles podem ser especialmente relevantes para os diagnósticos neuropsicológicos: 1) a
velocidade geral do processamento cognitivo; 2) a fluência verbal (ou seja, a facilidade para
encontrar as palavras); 3) a manutenção da concentração do sujeito e a sua reacção
perante o esforço de manutenção, e finalmente, 4) a capacidade do sujeito para mobilizar o
esforço cognitivo adicional necessário para inibir as respostas involuntárias e alternar

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deliberadamente entre duas operações mentais diferentes. Comentam-se a seguir estes
quatro processos.
1. A velocidade de processamento é um fenómeno geral difícil de descobrir,
possivelmente devido à sua presença inespecífica em toda a classe de disfunções
cerebrais e à ausência duma localização específica. Foi estudada pelos primeiros
psicólogos europeus desde meados do século XIX, como o holandês Donders. Como
sugerem Levin e os seus colaboradores em 1989, os pacientes com uma lesão cerebral
mesmo que ligeira processam a informação de uma maneira mais lenta. Hoje em dia,
os especialistas do desenvolvimento evolutivo (tanto infantil como nos adultos) podem
prestar uma atenção cada vez maior a essa velocidade de processamento,
considerando-a mais como uma “capacidade mental” que é claramente mensurável
(Diamond, 2002; Kail, 1991; Kail e Salthouse, 1994). Nos sujeitos com mais idade, os
autores observam uma diferença considerável entre a velocidade de processamento
que caracteriza o envelhecimento saudável e a velocidade de processamento que
aparece nas demências (Ivnik et al., 1996; Nebes e Brady, 1992; Ponsford e Kinsella,
1992; Salthouse, 1996). No entanto, Carroll (1981) tinha razão ao lamentar o nível
rudimentar das investigações quando se referem à velocidade de processamento, pese
a sua importância nas análises factoriais. A velocidade de processamento pode
aparecer muito raramente no índice alfabético no final dos textos de neuropsicologia, e
o clássico manual de Muriel Lezak (Lezak, Howieson e Loring, 2004) é uma excepção
notável, uma vez que integra a velocidade de processamento desde as suas
primeiríssimas edições.
2. O acesso aos conceitos verbais. O segundo aspecto é, sem dúvida, a facilidade para
encontrar as palavras. Cada uma das tarefas do FDT implica a nomeação de uma série
de cinquenta numerais; e sabe-se hoje que o acesso aos conceitos verbais é muito mais
lento e mais difícil nos sujeitos que apresentam uma disfunção neurológica (Goodglass,
1980). No FDT, a apresentação serial das respostas multiplica por 50 essa latência
individual, aumentando assim as diferenças (Denkla e Cutting, 1999). As respostas das
duas primeiras partes proporcionam informação sobre duas formas diferentes do
acesso às palavras: primeiro (Leitura) a partir de um indício fonológico (a leitura)
quando o sujeito evoca a “postura bucal” do número que reconheceu (Heilman et al.,
1996); e depois (em Contagem) sem utilizar nenhum indício fonológico, explorando
apenas o espaço semântico interior,
3. A produção serial. A produção rápida e eficiente de uma série de 50 elementos revela
não só a presença de uma manutenção da concentração, como também a capacidade
de automatização e aprendizagem; e a resistência do sistema neuronal do sujeito à

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fadiga (Broverman et al., 1966), assim como a presença de um “sistema gerador”
organizador das sequências (Kosslyn e Koenig, 1992, pág.300). A técnica de pontuação
(anotando o tempo depois de 25 e de 50 itens) permite comparar a velocidade do
sujeito em cada uma das metades e observar a presença de uma aceleração
progressiva ou, pelo contrário, a presença de uma lentificação e uma sobrecarga
progressivas.
4. A mobilização voluntária de recursos adicionais. O holandês F. C. Donders estudou já
em 1860 as diferenças estáveis que se observam entre o tempo de reacção espontâneo
e o tempo de reacção de selecção, ligado este a uma decisão voluntária; e comparou
esses dois valores com o seu método subtractivo, ou seja, subtraindo um de outro. Em
1969 (más de um século depois), Sternberg generalizou este método subtractivo para
poder medir a série de etapas sucessivas que intervêm no processo mental dos
estímulos. O valor diagnóstico destas diferenças de velocidade foi claramente
confirmado por Rosvold e colaboradores (1956; citado por Riccio et al., 2002), quando
observaram que as diferenças de velocidade das reacções selectivas (inclusive das mais
simples), discriminavam já entre 84% e 90% dos sujeitos com lesão cerebral nos testes
de execução continuada. Em 1890, William James distinguiu pela primeira vez entre
condutas ideomotoras ou automáticas e condutas deliberadas ou conscientes; no
entanto, esta distinção não reaparece durante quase um século, até que Shiffrin e
Schneider (1977) reintroduziram estes dois níveis de processos com os nomes de
condutas automáticas e condutas controladas, que é a terminologia aceite pelos
investigadores actuais (Jensen, Posner, etc.). Muito recentemente, Reitan e Wolfson
(2000, 2004) começaram a ressuscitar um termo inesperado (a conação) para reflectir
esta auto-orientação voluntária que tão claramente distingue os ccasos neurológicos
das pessoas normais. Mais modestamente, Wickens (1994) evita utilizar os termos mais
conhecidos (tais como atenção, esforço e capacidade), para falar somente de recursos
atencionais. Hoje sabe-se bem que a capacidade para realizar tarefas mentais
complexas é a primeira que se perde e a última que se recupera (Von Zomeren, 1981).
O FDT procura pois explorar esta mobilização de recursos cognitivos deliberados em
tarefas complexas nos processos 3 e 4, actividades que implicam a inibição activa de
respostas espontâneas mas irrelevantes, assim como a alternância entre duas
operações mentais diferentes.
Muitos investigadores estudaram já tarefas semelhantes às do FDT, com métodos que lhes
permitem visualizar a activação das distintas áreas cerebrais e definir a sua participação
precisa no processo cognitivo. Por esta razão é possível extrapolar já a partir das suas

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descobertas mais frequentes. As tarefas do FDT poderiam implicar três áreas nas regiões
pré-frontais do cérebro:
1 – o giro cingular (em ambos os hemisférios), que responde à percepção do conflito e
reatribui os recursos cognitivos que são necessários para fazer-lhe frente (Pardo et al.,
1990; Bush et al., 2000);
2 – o córtex dorso-lateral (em ambos os hemisférios), que controla a inibição e a
alternância das respostas; este controlo realiza-se nas suas secções anterior e
posterior (Diamond, 2002), relacionadas respectivamente com os aspectos mais
condutuais/comportamentais (a inibição) e com os aspectos mais cognitivos das
decisões;
3 – e, por último, a activação do sulco pré-central esquerdo (muito próximo da área de
Broca), que é responsável pela produção das respostas orais-motoras (Mead et al.,
2002).
A título de resumo, e nas palavras do autor, as partes de Leitura e Contagem medem várias
variáveis num mesmo processo; em primeiro lugar está a atenção; logo seguida da latência
da percepção, da fonologia e da semântica; posteriormente intervém a decisão para
responder juntamente com o acesso conceptual e a latência motora articulatória; e
finalmente, como algo essencial, intervém a continuidade e fluência de uma conduta
continuada do sujeito. As partes de Escolha e Alternância medem o mesmo processo
mental, mas introduzem uma mudança ou duas no momento de tomar a decisão de
responder: em Escolha intervém a inibição de uma resposta e a activação de outra, e em
Alternância aparece a inibição de uma rotina e activação d e outra (ou seja a alternância).

Falta esperar que os investigadores do futuro decidam utilizar os materiais do FDT em


estudos de visualização que ajudem a precisar as localizações realmente implicadas, e a
compreender e explicar assim o valor diagnóstico do teste.

1.3 Antecedentes
(…)
1.4 Aplicações do FDT
O FDT é um teste multilingue que explora a disfunção cerebral ao medir a velocidade e a
eficácia do sujeito; e fá-lo com quatro tarefas de conteúdo idêntico e de dificuldade cognitiva
crescente, para avaliar as reacções automáticas do indivíduo e a sua capacidade para realizar
um esforço cognitivo voluntário. Portanto, o conteúdo do teste tem um nível de simplicidade
que permite sugerir já algumas das suas possíveis aplicações:
1. A utilização de símbolos visuais não ligados a uma linguagem específica permite a execução
dos itens em muitos idiomas e dialectos. A utilização de símbolos visuais que não utilizam

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em absoluto a leitura de palavras permite inclusive o diagnóstico de muitos dos sujeitos
leitores ou disléxicos, que estejam já familiarizados com esses cinco símbolos. É possível
adaptar o teste a outros sistemas numéricos (como os símbolos ideográficos) para permitir
a sua utilização noutras populações (Hsieh et al., 1998; Hsieh et al., 2007; Sedó, 2003a).
2. O seu léxico de apenas cinco palavras de nível pré-escolar introduz um mínimo de
requerimentos ligados à classe social e ao nível de educação, e torna-o totalmente acessível
aos sujeitos que têm somente um conhecimento mínimo da linguagem de um país.
3. A utilização de cinco palavras na ausência total de um conteúdo narrativo ou de uma
estrutura sintáctica permite aplicar o teste com toda a independência de um contexto
cultural e linguístico (Sedó e DiCristoforo, 2001; Sedó et al., 2001). O teste pode utilizar-se
em investigações multiculturais, no idioma ou dialecto próprio de uma região determinada
(González Alemán, 2005), e em sujeitos multiculturais, aplicando-o no idioma do
examinador (em muitíssimos dos sujeitos) ou no idioma materno do sujeito (quando não
pode responder ao teste de outra maneira). A aplicação noutras línguas pode fazer-se com
examinadores nativos, com a ajuda de intérpretes ou com a utilização de instruções
gravadas previamente; também se poderiam utilizar folhas de resposta fonológicas, que
permitam o reconhecimento das respostas correctas aos examinadores não familiarizados
com o idioma do sujeito.
4. Esse multilinguismo do FDT pode ajudar a resolver alguns dos problemas técnicos que
apresentam actualmente algumas regiões que preservam idiomas regionais ou vernáculos
(como México, onde existe mais de meia centena de línguas vernáculas; ou a República do
Sul de África, que preserva não menos de onze idiomas oficiais).
5. Nalguns casos, pode ser necessário adaptar o material do teste e adoptar outros sistemas
numéricos, como na versão ideográfica chinesa utilizada por Hsieh nas suas investigações
na universidade de Beijing (Hsieh, 1998).
6. A adição de dificuldades cognitivas sucessivas confere às tarefas do teste um valor
diagnóstico especial na detecção das disfunções cerebrais, caracterizadas não só pela
lentidão das respostas do sujeito, mas também por uma lentidão ainda maior na presença
de dificuldades cognitivas adicionais.
7. A apresentação acromática do teste permite, claro, a utilização do teste em sujeitos que
apresentam algum problema na percepção das cores. Esta acromacia impede a observação
de alguns aspectos relevantes do comportamento dos sujeitos. Por exemplo, o tempo de
percepção das cores aumenta nos sujeitos com disfunções do hemisfério direito, e a
nomeação das cores diminui ainda mais nos sujeitos com disfunções linguísticas do
hemisfério esquerdo (Golden, 1976; Nehemkis e Lewinson, 1972).

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8. É possível que o FDT possa utilizar-se como um complemento a esses testes espaciais de
raciocínio abstracto que se apresentam actualmente como instrumentos livres de cultura
ou como medidas da inteligência fluida do sujeito. Esses instrumentos apresentam
estímulos visuais complexos e requerem do sujeito a execução de operações mentais de
raciocínio espacial abstracto. O FDT utiliza, pelo contrário, imagens visuais e conceitos
verbais muito simples, e mede o acesso do sujeito aos conceitos verbais, sua produção
verbal e sua auto-orientação, controlo e esforço cognitivo; deste modo, permite explorar o
funcionamento fluido do sujeito de uma maneira diferente, muito mais relacionada com
essas dificuldades de linguagem que são muitas vezes inacessíveis às medidas espaciais
livres de cultura. Algumas investigações multiculturais (Berry et al., 2002; Luria, 1976;
Witkin e Goodenough, 1981) sugerem que em algumas populações existe um estilo
cognitivo gráfico-figural ligado à experiência espacial mas alheio à abstracção que
requerem os testes livres de cultura. Estes testes e o FDT poderiam explorar aspectos
distintos do funcionamento cognitivo humano e o FDT ser muito mais sensível à presença
de problemas de atenção e linguagem.
9. A importância deste teste pode depender das observações futuras sobre a equivalência do
tempo de resposta em distintos idiomas. A carga oral-motora das palavras não é nem
sequer parecida nos distintos idiomas e a longitude física das palavras poderia não afectar o
tempo de produção dos estímulos. A equivalência dos resultados entre dois idiomas
determinados tem que ser aceite neste momento como uma simples hipótese de trabalho,
que poderia não se confirmar nalgumas situações e, claro, este extremo precisa ser muito
mais investigado. A pronúncia dos cinco dígitos iniciais ocupa cinco sílabas em idiomas
como o francês, o inglês, ou o chinês, também o árabe, o grego (ver Walker, 2003) ou o
hebreu. As cinco quantidades iniciais funcionariam talvez como unidades cognitivas
elementares que requerem um mesmo tempo de processamento em muitos idiomas
distintos, pese a sua carga oral-motora diferente, e o estilo de elocução diferente utilizado
em cada país. Uma equivalência total aparece entre muitas aplicações em algumas
linguagens específicas (espanhol e inglês, espanhol e grego, etc.). Ardila (2007) descreve
uma linguagem amazónica (o sikuani) onde a produção das cinco quantidades requer não
menos de 19 sílabas (kae, aniha-behe, aakueyabi, pena-yanatsi e kae-habe) onde já todas
as quantidades depois do cinco se constroem como agregados ou somas de palavras. Este
caso obriga a realizar um trabalho de ellocução muito inusitado. Noutras populações, uma
hipoactivação endémica do sistema frontal pode conduzir a tempos também inusitados. É
possível que uma diferença no tempo de resposta possa corresponder a uma amostra
diferente da população, ou talvez a presença de uma certa proporção de sujeitos
preclínicos em populações senescentes/idosas (Smith e Ivnik, 2003), ou mesmo se se

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examinarem grupos infantis com uma vulnerabilidade maior aos problemas de atenção e
linguagem.
10. Algumas investigações realizadas com outros instrumentos semelhantes (como o teste de
Stroop de Biederman e Tsao, 1979), podem mostrar diferenças que poderiam estar
relacionadas com um estilo cognitivo diferente. Provavelmente são necessários muito mais
trabalhos de investigação; e, sem dúvida, instrumentos como o FDT podem ajudar a reduzir
a ambiguidade inevitável dos estudos multiculturais e multilingues realizados no passado.
11. É possível que distintas culturas e distintos países com necessidades clínicas muito
diferentes percebam de maneira diferente a utilidade do FDT. Em alguns países existe uma
grande necessidade de realizar avaliações clínicas ou forenses de sujeitos emigrantes que
não dominam o idioma nacional. Noutros pode existir interesse em adicionar uma nova
matiz a serviços que se prestam à população geral e talvez (dentro dela) aos sujeitos
senescentes que têm uma educação mais limitada. Outros países, no entanto, podem ter
um interesse especial na avaliação das suas populações não leitoras, ou na avaliação de
sujeitos nas suas culturas vernáculas, cujas linguagens são muitas vezes pouco conhecidas
no universo clínico de quem presta o serviço. O FDT pode ter uma grande utilidade nas
sociedades que mostram um aumento crescente dos intercâmbios culturais, laborais e
comerciais entre sujeitos de diferentes culturas, e que sentem já a necessidade de adaptar
os instrumentos psicológicos para a sua utilização em populações muito diversas.
12. A utilização do FDT pode ser desadequada em crianças com menos de 7 anos que não
podem processar a alternância entre as duas tarefas que a última parte do teste exige.

Em suma, o FDT é uma medida rápida e simples da velocidade e eficácia neurocognitiva;


permite discriminar muito claramente os sujeitos normais dos sujeitos com problemas
neurológicos e fá-lo através de materiais que não penalizam o sujeito com escolaridade
limitada (pois são independentes da cultura e da linguagem principal do indivíduo) ou que
possui um conhecimento limitado do idioma.
O FDT pode ser particularmente útil:
- na detecção de problemas de linguagem, aprendizagem e memória de trabalho em
populações de crianças e adolescentes;
- na detecção de problemas neurofuncionais nas populações jovem e adulta;
- na detecção da deterioração cognitiva mínima e do desenvolvimento das demências em
populações senescentes não leitoras;
- na selecção de pessoal em populações preindustriais, detectando a capacidade já
estabelecida para o esforço e persistência, como parte do treino e da reabilitação em
situações convencionais de trabalho.

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Em todos estes casos pode ser uma vantagem a presença de um conteúdo verbal mínimo e
uma dupla medida psicofísica: a velocidade natural de processamento da informação e a
velocidade da mobilização autodirigida de recursos atencionais adicionais.

1.5 Material para a aplicação


Para além deste manual (com as bases teóricas, descrição, fundamentação estatística e normas
de aplicação e interpretação), é necessário o seguinte material:
- Caderno de estímulos, com os elementos da prova, para o sujeito;
- Folha de registo para o examinador;
- Um cronómetro e um lápis ou esferográfica.

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2. NORMAS DE APLICAÇÃO E CORRECÇÃO

Neste capítulo referem-se as instruções e normas que o profissional que aplica o teste deve
cumprir, com precisão, se deseja comparar os seus resultados com os obtidos nas fases
experimentais de construção e tipificação (elaboração de escalas). Por exemplo, se se modifica essa
norma não é apropriado comparar os seus resultados com as escalas deste manual. Por outro lado,
se se alteram as instruções na fase de treino, ou não se concede tempo suficiente para realizar
esses elementos de treino ou o examinando começa a responder aos elementos reais da prova sem
ter compreendido com clareza a tarefa a realizar, os seus resultados não são comparáveis com os
obtidos para a tipificação.

2.1 Instruções gerais


a) O examinando
Antes de começar a aplicação, deve motivar-se o sujeito para que responda da melhor
forma possível. Convém informá-lo de que o teste é composto por várias partes e que
sentirá que algumas são mais complicadas do que outras, ressaltando que isto é normal e
que acontece a todos os sujeitos. Deve insistir-se que deve realizar os exercícios o mais
rapidamente que possa e procurando não cometer erros.
No caso de o sujeito avaliado ser uma criança, uma pessoa de idade avançada ou um
sujeito com um défice neurológico, ou que por qualquer outra razão suspeite que o seu
rendimento vá ser baixo, deve pôr uma ênfase especial no facto de que algumas partes da
prova podem ser-lhe mais difícieis do que outras e que não deve preocupar-se por isso e
trabalhar o melhor e mais rapidamente que puder. Os sujeitos destes grupos (em especial
alguns casos com lesões cerebrais) encontram grandes dificuldades nas partes terceira e
quarta do teste (Escolha e Alternância), pelo que se deve procurar criar um clima em que o
sujeito não sinta frustração por essas dificuldades.
Uma das características mais destacadas do FDT é o seu carácter multilingue. Portanto, é
perfeitamente possível que o sujeito não fale espanhol. Quando tal acontecer, deverá
preparar-se uma versão das instruções específicas do teste (descritas na secção seguinte)
no idioma do sujeito. Note-se que a folha de registo já inclui estas instruções em espanhol e
inglês.
b) Lugar de exame
O lugar de aplicação deverá ser tranquilo, silencioso e dispor de ventilação e temperatura
adequadas para a comodidade do sujeito. Deverá ter-se a preocupação necessária para
evitar alguma interrupção durante a aplicação, já que essa interrupção poderia invalidá-la.

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Pode ser útil colocar um aviso na porta com a seguinte indicação: “Por favor, não
incomodar. Está a realizar-se uma avaliação”.
O lugar deverá contar com uma mesa e duas cadeiras para o sujeito e examinador. Deve
dispor-se as cadeiras uma à frente da outra, de modo que o examinador fica sentado frente
ao sujeito durante o exame. No caso de aplicações a crianças pode ser mais conveniente
dispor os assentos formando na mesa um ângulo de 90º, para criar um ambiente mais
amigável para a criança e assinalar-lhe mais facilmente o caderno de estímulos se for
necessário.
c) O aplicador
Antes de começar a aplicação, o aplicador deverá familiarizar-se com as instruções
específicas de aplicação quês e incluem mais à frente. Ainda que estas apareçam impressas
na folha de registo, não é recomendável começar a aplicação antes de as conhecer
adequadamente, confiando em lê-las apenas. O aplicador deve estar seguro do seu
conhecimento correcto acerca do processo de aplicação antes de iniciar uma aplicação.
Também, antes de a iniciar, o aplicador deverá dispor do material necessário: o caderno de
estímulos, a folha de registo, um cronómetro e lápis ou esferográfica para registar os
resultados do examinando. Convém também contar durante a aplicação com o presente
manual, para o caso de surgir alguma dúvida sobre a aplicação e que requeira a sua
consulta.
No caso de aplicações no seu idioma natal a sujeitos não hispanofalantes, o aplicador
deverá dispor de instruções adequadas à língua do sujeito. Também é necessário que o
aplicador esteja familiarizado com a fonética dos cinco primeiros números no idioma em
questão, de modo que possa reconhecê-los quando o sujeito os pronunciar durante o
exame.
d) A aplicação
A aplicação deve realizar-se, preferencialmente, numa única sessão. Se isto não for
possível, pode fragmentar-se o processo aplicando as distintas partes do teste em sessões
diferentes. De qualquer forma, recomenda-se respeitar a ordem de aplicação das partes do
teste.
As duas primeiras partes são realizadas a grande velocidade pela maioria dos sujeitos. Isto
pode implicar alguma dificuldade para o examinador nas primeiras aplicações que fizer.
Ainda que a informação mais relevante da prova seja realmente a dada pelas partes três e
quatro (pelo que esta circunstância é realmente pouco relevante), convém prestar especial
atenção nas primeiras aplicações e, se possível, realizar algum ensaio prévio à primeira
aplicação real.

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2.2 Instruções específicas
A seguir apresentam-se as instruções correspondentes às partes 1 e 2 de processos
automáticos (Leitura e Contagem) e às partes 3 e 4 de processos controlados (Escolha e
Alternância).
Antes de começar preenchem-se os dados da página da folha de registo (nome, idade, etc.), e
esta folha fica à mão para ir registando os tempos e erros da aplicação.
Na figura 2.1 pode encontrar, a título de exemplo, uma folha de anotação preenchida após uma
aplicação a um adulto de 60 anos.

2.2.1 Leitura
a) Treino
Coloque à frente do sujeito o caderno de estímulos aberto na primeira folha,
marcado no verso como PARTE 1 (TREINO), e diga no idioma do examinando:

(assinalando a primeira fila:) “Quero que leia um número em cada rectângulo:


um, dois…”. Espere que o sujeito continue. Se for necessário, continue você
(três, quatro, cinco).

(assinalando a segunda fila:) “Continue”.

Assegure-se de que o sujeito compreendeu bem a tarefa antes de continuar. Se for


necessário, insista na natureza da tarefa e volte a pedir que o sujeito realize os
exemplos até verificar que compreendeu bem o que tem que fazer.

b) Aplicação
Passe à segunda folha e diga:

“Certo, agora comece aqui em cima e trabalhe o mais depressa que puder”.
Neste momento comece a cronometrar o tempo.

Conforme o examinando for respondendo a uma fila, composta por 5 grupos de


elementos, anote a fila corresponde na folha de registo, da esquerda para a
direita, para ir verificando que as respostas que o sujeito dá são correctas, fazendo
um visto junto do quinto elemento de cada grupo para não se perder. Quando o
examinando der uma resposta incorrecta rodeie o elemento com um círculo. Se o
sujeito cometer um erro mas rectificar, não o contabilize como erro. Na folha de
anotação, na parte direita da primeira fila, deverá anotar o tempo decorrido (em
segundos) até esse momento (metade da prova), continuar sem parar o
cronómetro e anotar o tempo total gasto (em segundos) na parte direita da
segunda fila. Quando o sujeito tiver terminado, pare o cronómetro.

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2.2.2 Contagem
a) Treino
Coloque à frente do sujeito o caderno de estímulos aberto na terceira folha,
marcado no verso como PARTE 2 (TREINO), e diga no idioma do examinando:

(assinalando a primeira fila:) “Quero que conte quantos asteriscos há dentro


de cada rectângulo: um, dois…”. Espere que o sujeito continue. Se for
necessário, continue você (três, quatro, cinco).

(assinalando a segunda fila:) “Continue”.

Assegure-se de que o sujeito compreendeu bem a tarefa antes de continuar. Se


for necessário, insista na natureza da tarefa e volte a pedir que o sujeito realize os
exemplos até verificar que compreendeu bem o que tem que fazer.

b) Aplicação
Passe à quarta folha e diga:

“Certo, agora comece aqui em cima e trabalhe o mais depressa que puder”.
Neste momento comece a cronometrar o tempo.

Conforme o examinando for respondendo a uma fila, composta por 5 grupos de


elementos, anote a fila corresponde na folha de registo, da esquerda para a
direita, para ir verificando que as respostas que o sujeito dá são correctas,
fazendo um visto junto do quinto elemento de cada grupo para não se perder.
Quando o examinando der uma resposta incorrecta rodeie o elemento com um
círculo. Se o sujeito cometer um erro mas rectificar, não o contabilize como erro.
Na folha de anotação, na parte direita da primeira fila, deverá anotar o tempo
decorrido (em segundos) até esse momento (metade da prova), continuar sem
parar o cronómetro e anotar o tempo total gasto (em segundos) na parte direita
da segunda fila. Quando o sujeito tiver terminado, pare o cronómetro.

2.2.3 Escolha
a) Treino
Coloque à frente do sujeito o caderno de estímulos aberto na quinta folha,
marcado no verso como PARTE 3 (TREINO), e diga no idioma do examinando:

(assinalando a primeira fila:) “Agora, quero que conte quantos números há


em cada rectângulo. Lembre-se de que deve contar os números em vez de os

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ler: um, dois, três…”. Espere que o sujeito continue. Se for necessário,
continue você (quatro, cinco).

(assinalando a segunda fila:) “Continue”.

Assegure-se de que o sujeito compreendeu bem a tarefa antes de continuar. Se


for necessário, insista na natureza da tarefa e volte a pedir que o sujeito realize os
exemplos até verificar que compreendeu bem o que tem que fazer.

b) Aplicação
Passe à sexta folha e diga:

“Certo, agora comece aqui em cima e trabalhe o mais depressa que puder”.
Comece a cronometrar o tempo.

Conforme o examinando for respondendo a uma fila, composta por 5 grupos de


elementos, anote a fila corresponde na folha de registo, da esquerda para a
direita, para ir verificando que as respostas que o sujeito dá são correctas,
fazendo um visto junto do quinto elemento de cada grupo para não se perder.
Quando o examinando der uma resposta incorrecta rodeie o elemento com um
círculo. Se o sujeito cometer um erro mas rectificar, não o contabilize como erro.
Na folha de anotação, na parte direita da primeira fila, deverá anotar o tempo
decorrido (em segundos) até esse momento (metade da prova), continuar sem
parar o cronómetro e anotar o tempo total gasto (em segundos) na parte direita
da segunda fila. Quando o sujeito tiver terminado, pare o cronómetro.

2.2.4 Alternância
a) Treino
Coloque à frente do sujeito o caderno de estímulos aberto na sétima folha,
marcado no verso como PARTE 4 (TREINO), e diga no idioma do examinando:

(assinalando a primeira fila:) “Agora, deve contar os números como fez


anteriormente, mas quando chegar a um rectângulo com o bordo mais grosso
(assinalar), deve mudar a regra e ler o número: um, dois, três…”. Espere que o
sujeito continue. Se for necessário, continue você (quatro, cinco).

(assinalando a segunda fila:) “Continue”.

Assegure-se de que o sujeito compreendeu bem a tarefa antes de continuar. Se


for necessário, insista na natureza da tarefa e volte a pedir que o sujeito realize os
exemplos até verificar que compreendeu bem o que tem que fazer.

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b) Aplicação
Passe à página e diga:

“Certo, agora comece aqui em cima e trabalhe o mais depressa que puder”
(comece a cronometrar o tempo).

Conforme o examinando for respondendo a uma fila, composta por 5 grupos de


elementos, anote a fila corresponde na folha de registo, da esquerda para a
direita, para ir verificando que as respostas que o sujeito dá são correctas,
fazendo um visto junto do quinto elemento de cada grupo para não se perder.
Quando o examinando der uma resposta incorrecta rodeie o elemento com um
círculo. Se o sujeito cometer um erro mas rectificar, não o contabilize como erro.
Na folha de anotação, na parte direita da primeira fila, deverá anotar o tempo
decorrido (em segundos) até esse momento (metade da prova), continuar sem
parar o cronómetro e anotar o tempo total gasto (em segundos) na parte direita
da segunda fila. Quando o sujeito tiver terminado, pare o cronómetro.

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2.3 Instruções para a correcção e pontuação
Para obter as pontuações do FDT, em primeiro lugar deve contar os erros cometidos pelo
sujeito em cada uma das partes do teste. Na parte 1 da prova, Leitura, conte os círculos ou
marcas que tenha assinalado como erros do sujeito na primeira fila e anote o total no
rectângulo da direita. Repita a operação na segunda fila. Some os erros de ambas as filas e
copie os totais dos quadradinhos para o quadrado correspondente no quadro Resumo das
pontuações. Recorde-se que as pontuações parciais não devem ser copiadas, somente o total.
Repita o mesmo procedimento em cada uma das restantes três partes do teste.
Anote os tempos em segundos e lembre-se que no Resumo de pontuações só deve anotar os
totais.
Observe-se que em termos

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