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Sã o Luís
2017
SEBASTIÃO CARNÉGIE BACELAR NUNES DE CARVALHO
São Luís
2017
Carvalho, Sebastião Camégie Bacelar Nunes de
A influência musical no corpo e na mente: o pensamento crítico / Sebastião
Carnégie Bacelar Nunes de Carvalho. - São Luís, 2017.
99f.
Orientadora: Prof8. Esp. Maria da Piedade Oliveira Araujo.
Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Maranhão, Curso de
Licenciatura em Música, 2017.
1. Música. 2. Desenvolvimento. 3. Crítica. Logosofia. I. Título
CDU 78.01
SEBASTIÃO CARNÉGIE BACELAR NUNES DE CARVALHO
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Grau de
Licenciado em Música do Curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal do
Maranhão e aprovado em sua forma final e m :______ d e _______d e ___________ .
Musical Influence in the Body and Mind: critical thinking, stresses the influence of music
body and mind, establishes critical parameters to those who use music for educational and
commercial principles, and analyzes existing Brazilian laws, evidencing the use of musical
compositions Whose lyrics make apologies to sexual activities, drugs and encourage violence
and considers the importance that should be given to the choice of music, genres, lyrics,
melodies and rhythms released by the media. It makes clear the uniquely commercial
intention with which they deal with art, the disrespect with ethical and moral questions, the
disregard of the image of the artists and the induction of the crowds to the practice of
libidinous acts and antisocial conceptions. It leads to the perception of having critical thinking
and caution in times of fun. Musical Influence in the Body and Mind: Critical thinking is a
qualitative, exploratory, empirical-bibliographic research, semi-structured interview (closed
and open questions), non-participating observation, dialogues with Vieira, Sekeff, Campos,
Santiago, Susan Langer, Swanwick, Diego Kobylinski and other scientists. In this perspective,
she expects a social behavior that evaluates concepts, demonstrating how important it is to use
music as an educational tool by analyzing and filtering the benefits and harms, treating it as a
holder of shared disciplines at various times and psychophysiological and
physiopsychological inducer. To meet the demand of the pedagogical practice, it is suggested
to the professors, specialized in the field, to use the science of Logosophy and Logosophical
Pedagogy.
Ergógrafo de Mosso 28
Síncope regular 30
Síncope irregular 30
Contratempo regular 31
Contratempo irregular 31
Ciclo dialético 37
Ritmo/figura de compasso/andamento. 64
Compasso/barra de compasso/andamento. 64
Música e o cérebro 68
AI 5 Ato Institucional n° 5.
1. IN TR O D U Ç Ã O .................................................................................................................. 14
2.1 A mente humana: sou mais do que penso que sou ......................................................... 22
3. O C E N S O R ...............................................,........................................................................ 40
7. R IT M O E M U S IC O T E R A P IA ............................................................................ .........64
9. L O G O S O F IA .....................................................................................................................75
1. INTRODUÇÃO
A Influência Musical no Corpo e na Mente: o pensamento crítico é uma pesquisa
qualitativa, exploratória, empírico-bibliográfica, entrevista semiestruturada (semiaberta),
observação não participante, que dialoga com Vieira, Sekeff, Campos, Santiago, Susan
Langer, Swanwick, Diego Kobylinski entre outros cientistas. O tema provém da reflexão
sobre o envolvimento de crianças, jovens e adolescentes que nos fluxos, pancadões, nas
baladas, nos bailes funk estão em situações rotineiras de uso de drogas, prostituições,
promiscuidade. Muitas jovens que na faixa etária de 10 a 15 anos engravidam sem sequer
saber quem são os pais em razão de “ficarem” com mais de um parceiro em apenas um
evento. Principalmente através de uma entrevista veiculada na mídia: "O assustador dessa
pesquisa é que só 37% condenam o fato de ter uma relação, ou gravidez no baile funk. Quer
dizer, 47% nem acham nem sim nem não, 16% disseram que não veem problema em ter
relação sexual nos bailes", diz Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Centro de
Referência da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (GLOBO,
2015). A música induz, é fato. Deleita e fantasia, mas, tem outros efeitos?
A investigação se deu pela curiosidade de saber se a música tinha responsabilidade
sobre o ocorrido, se agia apenas de forma benéfica no corpo e na mente do indivíduo ou se
traria malefícios também. Indagar as influências evolutivo-musicais, sonoro-ambientais e suas
implicações no corpo e mente dos indivíduos (crianças, jovens e adultos) e as medidas de
autodefesa, obter pensamento crítico, sob o olhar pedagógico, tornaram-se a razão da
pesquisa.
Nas hipóteses surgidas busca-se resposta na situação educacional que requer o
comprometimento da sociedade como um todo, escola, pais e filhos em todos os níveis
educacionais. Na academia, o licenciando e docentes podem utilizar um sistema educativo
que transcenda o atual o qual já não é compatível com a necessidade que se apresenta
hodiernamente, neste contexto político, econômico e social. No desenvolvimento de um
pensamento crítico e do autoconhecimento, estando focados em valores sociais e saberes
imprescindíveis para uma evolução com menos desgastes morais e éticos. Afinal, para ter não
é necessário denegrir o ser, e hoje, é necessário perceber com olhos de mútua ajuda,
desenvolver o metafísico no contexto social. Observar que não se pode e não se deve deixar
que a ciência mantenha-se materialista apenas, menos ainda colocar em segundo plano as
ciências sociais, de fato deve-se notar que não há criação sem ideia e sem o criador.
Na literatura atual, com raras exceções, o que se vê com frequência é uma abordagem
positiva quanto à utilização da música, deixam-se de lado as possibilidades negativas que
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estão dentro de composições musicais, execuções, influênciais sonoras que provocam o stress
e outros males. Entender que a abordagem crítica ao conteúdo de qualquer obra de arte é de
grande importância e condição indispensável ao bom desenvolvimento do indivíduo que ao
ficar exposto às influências externas, sem analisá-las com clareza, predispõe-se a um
sacrifício pessoal, a pagar um alto preço. Uma vez levado sem usar a razão, ficará à mercê dos
pensamentos alheios, sujeitar-se-á a compartilhar de nichos que cooperarão para o
subdesenvolvimento e a sociedade estará eivada de malefícios os quais entram
indiscriminadamente, gratuitamente nas casas e chegam aos ouvidos de crianças, jovens e
adultos, através da diversidade midiática hoje existente.
Ritmos frenéticos, melodias alucinantes, letras alienantes e de duplo sentido, que
martelam frequentemente conceitos antissociais desarmonizam o indivíduo e seu meio. É
grave, no entanto, a sociedade ainda não se deu conta da importância de estar alerta e
consequentemente, da conveniência de sanar, encontrar caminhos para debelar o que se
estabelece rapidamente.
Convém entender que o caminho é o da educação, em casa e na escola, que está
defasada em conteúdos e professores de música, devidamente instruídos além da parte
teórico-musical. Tornar esta ferramenta que move o mundo, a música, algo permanente
durante o processo educativo da existência humana. Não segmentá-la como um braço da Arte
apenas, mas compreende-la como uma ciência na qual a sociedade encontra-se mergulhada,
fonte da qual bebe diariamente, independente da faixa etária, desconhecendo muito do que é
necessário, dos caminhos composicionais diversos e divergentes já percorridos e a percorrer.
E atentar ao fato de que alguns cidadãos detêm algum conhecimento implicante e outros
nenhum.
O aspecto interdisciplinar e sua influência moral e ética, é inerente, indiscutível, sendo
que dentro de uma música além da diversidade linguística e aspectos sociais, hábitos e
costumes, encontra-se as ciências exatas, entre outras, a Matemática está implícita nas
marcações dos tempos, do andamento, das divisões dos compassos, a Física em diversos
aspectos, mormente na confecção dos instrumentos; quando se estuda durações (vibrações),
espaço e tempo, em letras que contenham expressões correlatas: “um banho quente”
(temperatura); o uso do Português e outros idiomas até como proposta educativa, enfim há
uma infinidade de recursos os quais poderão ser utilizados como facilitadores de didática.
O gestual sexual advindo de músicas que induzem à utilização do sexo como fator
indispensável e urgente, vindo de frases como: “ái se eu te pego!” (TELÓ, 2017); e se
poderiam citar muitos mais exemplos que certamente não são benéficos para o “critério ético
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1 Pensamento crítico.
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2. MÚSICA E DESENVOLVIMENTO
A diversidade de conceitos tentando definir o significado de música devolve a
impressão última de que “música é tudo!” Pessoas com surdez podem perceber a música pois
é movimento, a expansão contínua dos astros, o silêncio, o ruído, o pulsar do coração, uma
viagem, uma aventura, um período de tempo muito breve (MORAES, 1983, p. 7-11).
Lembra-se aqui que o autor, compositor musical, está dentro do contexto da criação,
além de ter uma mente fértil, inovadora, participa dele, é parte integrante deste; é influenciado
por suas vivências tanto quanto exerce influência em seu meio.
A música não é feita somente de sons, tons, existem as pausas, os silêncios dentro de
uma obra musical. Portanto, é da combinação de sons e silêncios (pausas) que o compositor
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molda sua forma. Há um nome muito conhecido no meio musical John Cage, o qual nos
legou uma obra primorosa e de uma variedade extraordinária. Obras produto de observações
feitas, durante suas viagens. Inspirações, americanas, europeias e asiáticas. John Cage, o
maestro, apresentou a obra: 4 ’33” (Quatro minutos e trinta e três segundos), em 1952, a qual
repercutiu mundialmente. Ao ser executada sob regência, ou não, o músico, com a partitura
em branco, silencia durante o tempo já descrito como se tocando estivesse. Evidencia a
importância do silêncio, das pausas na musica, além da percepção ambiental, ou seja, os
movimentos do público presente e os sons que ocorrem neste momento. Quebra, assim, o
paradigma conceitual ocidental que explicava a música como notas em série ordenada e traz a
lume a ambiência no contexto da obra. A ideia enfatiza a criatividade, o espírito crítico e o
discernimento! Também, diagnostica a inexistência do silêncio total.
Sendo assim, considera-se que o importante papel musical na vida não fica só no
recreativo, em nível infantil, fundamental ou médio, mas vai além, muito além; é uma
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2 Em 1791, Wolfgang Amadeus Mozart estreou a sua última ópera, “A Flauta Mágica” (Die
Zauberflöte, K. 620), dois meses antes de morrer. Era uma ópera diferente, feita, não para os grandes salões de
Viena, mas sim para os teatros populares (MALTEZ, 2016).
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públicos alvo pouco importando efeitos pró ou contra; a “liberdade de expressão” descamba
para a libertinagem provocando distúrbios sociais.
É incrível o que o cérebro pode fazer o que acontece em seu interior quando pensamos
em algo, muitas e incontáveis reações, quando se decide pegar algo ou tocar em alguém.
Entretanto, a maioria de nós, não se dá conta de nada do que ocorre não se sabe das reações
químicas, das combinações que acontecem no interior do corpo. As emoções incontroladas
que provocam reações as mais diversas, como emoções que para alguns trazem um processo
de alegria enquanto que para outros são traduzidas mentalmente como tristezas, evocam
situações desagradáveis.
Do que são feitos os pensamentos? Quem somos nós?
Nós, produtos do nosso interior, com nossas ações, influenciamos o meio, tudo o que
está fora de nós é proveniente do que temos dentro de nós.
Figura 1 O ser humano na sua integralidade.
r
[L. 1
e
Espiritual j
r
Frísico
L. Mental
Ao se observar o ser humano em sua totalidade percebe-se que suas dimensões são
físicas, mentais e espirituais, não há como dissociá-lo delas. E para que mantenha um
desenvolvimento saudável deve mantê-las em equilíbrio. Conforme nos orienta White (2007,
3 Ellen G. White (1827-1915) é considerada a autora Americana mais traduzida, tendo sido as suas
publicações traduzidas para mais de 160 línguas. Escreveu mais de 100.000 paginas numa vasta variedade de
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p. 46) quando argui sobre como desenvolver uma mentalidade bem equilibrada: “O trabalho é
uma bênção. É impossível possuirmos saúde sem trabalhar. Todas as faculdades devem ser
postas em uso, a fim de que possam desenvolver-se devidamente, e homens e mulheres
tenham mentalidade bem equilibrada” .
Então, para ter saúde o indivíduo deve buscar um desenvolvimento harmonioso entre
as dimensões, o mesmo só atingirá a sua completude quando estiver harmonizado e
equilibrado, fisicamente, mentalmente e espiritualmente. Necessariamente, precisa das
práticas físicas, mentais e espirituais.
Ante o exposto, concluímos que tudo o que acontece com o homem é nas suas três
dimensões, por exemplo, uma enfermidade não é apenas física, nem apenas mental ou
espiritual somente.
Neste momento as considerações serão na dimensão mental; esta se subdivide em
pensamentos, sentimentos e ações. Focando essencialmente, pela razão temática desse
trabalho, no funcionamento do corpo enquanto pensa, sente e age, ou seja, em primeiro lugar
pensamos, depois sentimos e posteriormente agimos. Assim fazemos nossas escolhas.
Figura 2 - Subdivisão da dimensão mental.
Ações
r
Piensamentíj Sentimento
s
tópicos práticos e espirituais. Guiada pelo Espírito Santo, exaltou Jesus e guiou-se pelas Escrituras como base da
fé. (WHITE, 2007, p. 46)
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Como o corpo reage diante das escolhas feitas? Melhor dizendo, sempre haverá uma
afetação física, afinal, fazendo-se escolhas certas ou erradas, sempre haverá consequências
que serão positivas ou negativas, as quais poderão contribuir ou não para um melhor
desempenho físico e mental.
Colocar um filho no mundo até parece tarefa de fácil execução. Entretanto, quando se
observam princípios básicos de sobrevivência, reflete-se melhor. Estabelecendo um parâmetro
com a criação, cada música é um novo filho à qual o (a) autor (a) dá a luz; produzir música
parece tarefa fácil, entretanto neste aspecto, à luz da razão, deve-se observar o que a semente
plantada no social trará de retorno nas gerações atuais e vindouras. Deve-se supor que os pais
não querem filhos problemáticos e pensar que é um “bem” ou “mal” que perdurará por anos!
Mesmo a composição que surge e rapidamente desaparece por não ser mais tocada (cometa),
não foge às condições das demais em sua influência social. As transformações advindas das
ações responsáveis ou irresponsáveis são reações que têm concretude transparente pela
moldação do psicológico social. O compositor ao combinar notas e letras não poderá agir
irresponsável e repreensivelmente. E sim concatenar ideias construtivistas para uma melhoria
racional das comunidades existentes no mundo. Não deve ater-se ao egoísmo, mas tratar sua
obra de maneira pública e útil, não esquecendo que sua ação poderá trazer à baila, o inútil
como um ato de morte em detrimento da vida. Letras que incentivem a promiscuidade, a
veleidade do ineditismo, sem regras, maculando a família e buscam lucrar, mesmo que
destruam o que a sociedade construiu de bom, a duras perdas, por séculos vividos, devem ser
esquecidas, sequer escritas. Cita-se como referência uma máxima Bíblica: “ama ao teu
próximo como a ti mesmo” (MATEUS, 22:39), uma maneira simples de ver a música,
enquanto arte de amor e paz; vida! O Caminho e a Verdade!
O argumento de luta contra as mazelas sociais perpassa pela criteriosa análise do que
fazer em um momento de escolha. Como um músico poderá sobreviver aos assédios diários
de músicas que trafegam na mídia e caem no gosto da população que as elege como algo
divertido e que em suas festas não contrataria um executante que não as conhecesse torna-se
melodramático. Como viver de música em um mundo conturbado e mal educado é uma
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pergunta que não cala. Há necessidade de intervenção estatal para que o acesso às boas obras
chegue a todas as casas, aqui não se busca a censura, mas, a oferta, a disponibilidade e maior
divulgação, criteriosa e assistida por órgãos de cultura que entendam de musicologia.
Crianças crescem e realimentam as vivências mortuárias e assim os filhos dos filhos, com
raríssimas exceções, permanecem obliterados e mal sucedidos em suas escolhas até mesmo
por não terem opção premente.
O quê pais que acordam em um país movido pelo consumismo, de terceiro mundo, em
desenvolvimento podem fazer para estabelecerem regras de absorção do ouvido, ou visto, em
casa ou nas ruas, nas escolas, quando alegam não terem tempo em virtude de terem de correr
para suprirem as necessidades primárias da família. O que podem fazer para melhorarem o
exterior e o interior do indivíduo, seu meio ambiente e o espírito para um desenvolvimento
saudável e próspero é o que se pode inquirir. Compartilha-se a ideia da prioridade da música
nos seletivos públicos, no sistema educativo, pela sua importância no desenvolvimento motor,
cognitivo, espiritual e a necessidade do melhoramento legal (das leis) para melhorar a coesão
social e o discernimento o quê para a sociedade é indispensável. A música não é prioridade,
uma vez que interage do início ao fim da vida?
É evidente que todos precisam ter uma mente consciente, observativa, que tome
decisões não egoístas e objetivem mesmo a melhoria da sociedade como um todo. Portanto, é
interessante que se aponte caminhos para o desenvolvimento de uma pedagogia justa e
igualitária que conduza a sociedade a ter um pensamento lógico, crítico, plausível e racional;
coerente e coeso.
práticas involuntárias, observa-se que todos não têm a mesma visão crítica sobre o que se
apresenta cotidianamente aos ouvidos ou olhos.
As influências exercidas pela música sobre o corpo e a mente são as mais variadas e
mais comuns do que se imagina. Fernandes (2011), ao citar Araujo, diz:
O autor acredita que a música age no organismo como um todo, apresentando não só
efeitos sobre o físico, mas também sobre a mente. Produz efeitos psicológicos
variados. As emoções, a imaginação, as disposições podem ser induzidas e
estimuladas. Conforme a música, as pessoas são afetadas para o bem ou para o mal,
inclusive moral e espiritualmente. Ele chega a dizer que “[...] a música penetra na
mente humana através daquela porção do cérebro que não depende da vontade,
invadindo o centro cerebral automaticamente, quer a pessoa queira ou não”
(ARAUJO, 1998, p. 16; apud FERNANDES, 2011).
Como alerta Araujo há mensagens que percorrem nosso cérebro de forma involuntária,
mesmo sem o nosso consentimento crítico/consciente, estamos sujeitos a processamentos
vegetativos, inconscientes. O mesmo recebe informações, as processa e se reorganiza; supõe-
se derivar daí seu sentido estético, sua criatividade.
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Para Thayer Gaston, o ser humano, com seu cérebro de bilhões de células, não só
organiza os estímulos que lhe chegam e lhe informam sobre o meio, como também
cria novos desenhos e novas formas para empregá-los. Desse processo parece
derivar seu sentido estético, pois nenhuma cultura jamais se satisfez apenas com os
sons que a natureza oferece (GASTON, 1968, p. 34 apud SEKEFF, 2007, 115).
Sekeff (2007, p. 115) diz ainda que [...] Através dos séculos, filósofos, médicos,
psicólogos e teóricos tentaram explicar o mecanismo das respostas humanas à música,
constatando-se sempre quão difícil é dissociar nessas respostas os efeitos fisiológicos dos
psicológicos. Ainda assim os pesquisadores oscilam entre duas teorias. Alguns dos
pesquisadores que buscaram entender as ações da música sobre o corpo e a mente do
indivíduo refletiram sob dois aspectos; uns acreditaram que a primeira ação seria no
psicológico e após a ocorrência seria fisiológica, ou seja, a afetação inicial seria nas emoções,
despertando os estados de ânimo e outros que inicialmente sua influência seria no fisiológico
e só depois agiria no psicológico, primeiramente os estados de ânimo seguidos das emoções.
fez uso de um diapasão em suas experiências. Fazendo executar sons isolados ele
testou sua estimulação nos homens e nos animais, mediu a pressão sanguínea e a
atividade cardíaca de ambos, e chegou à conclusão de que as reações são mais
intensas nos animais e mais variáveis nos homens (SEKEFF, 2007, p. 108-111).
O som e ritmo (co) movem o ser humano, e isso desde sua fase intrauterina, uma
ação que se estende pela vida afora. O mundo do feto é de vibração, um mundo de
sons, de movimentos e ritmos que impressionam o seu sistema de percepção.
Recém-nascido, a audição começa a se estabelecer mais ou menos a partir da
segunda ou terceira hora de vida, quando então as reações do bebê são mais
relacionadas à intensidade e menos à qualidade do som. A partir do quarto mês (há
quem assegure que a partir do segundo), o estímulo auditivo já proporciona efeitos
agradáveis e/ou desagradáveis ligados também à qualidade dos sons; [...] Com
relação ao inconsciente, Chneiderman (1989) informa que o som funda e nutre o
inconsciente em sua aparição precoce, com a mãe exercendo o papel de mediadora
entre a criança e o objeto, e de “facilitadora” de trocas significativas do bebê com o
meio; [...] A música tem ação precípua na atividade motora. Esse estímulo mexe
com a respiração, a circulação, a digestão, a oxigenação, o dinamismo nervoso e
humoral, a marcha das operações mentais; induz reações positivas e negativas e cria
consciência do movimento. A música rítmica tem ação em nossa capacidade de
trabalho, aumenta e diminui a energia muscular, reduz e retarda a fadiga e favorece
o tônus muscular, como pesquisou o fisiologista Férè com o recurso do ergógrafo de
Mosso. De suas investigações, Férè concluiu também que são os estímulos rítmicos,
antes de quaisquer outros, que conseguem “aumentar” o rendimento corporal. O
modo, o caráter e o gênero de um texto musical, independentemente até mesmo do
ritmo, estimulam um significativo rendimento, mas é o ritmo o estímulo mais
relevante (SEKEFF, 2007, p. 108-111).
Fonte: https://www.uc.pt/fmuc/destaques/AcervoHistoricoFMUC
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É óbvio que não se deve descartar o que nos afirma Férè quando diz que a música tem
ação precípua na atividade motora; e continua, “induz reações positivas e negativas”;
consolida a produção deste trabalho que busca evidenciar as reações negativas mostrando
também a importância de termos profissionais competentes que entendam quanto é necessário
publicizar estas ações/reações, principalmente na formação escolar do indivíduo. Em outro
momento diz: “é o ritmo o estímulo mais relevante”.
Foi lembrado já em outro momento que, dentro de determinada cultura, ritmos vivos
e modos maiores seriam mais estimulantes, ao contrário dos ritmos lentos e modos
menores. Cabe entretanto acrescentar que no Eloise Hospital (EUA), Ira Altshuler
observou em seu trabalho musicoterápico que, paradoxalmente, vários pacientes
deprimidos saíram desse estado com mais rapidez,se estimulados com música de
caráter triste e em tonalidade menor, o que já não acontecia se fossem tratados com
música viva e em tons maiores. Ao mesmo tempo, pacientes maníacos, cujo tempo
mental é mais rápido que o dos demais, eram mais prontamente estimulados com
uma peça musical em andamento allegro, ao contrário de um andante, inferindo-se a
necessidade de sempre se atentar para as diferenças individuais. [...] Há relações
entre música e ritmo humano, pulso e tempo musical, como pesquisou Susan
Langer, concluindo que há certos aspectos da chamada vida interior e da vida física
e mental que apresentam propriedades formais similares às da música: esquemas de
movimento e repouso, de tensão e distensão, de preparação, satisfação, excitação e
relaxamento (SEKEFF, 2002, p. 110).
Exemplo:
30
Fonte: http://musicalleizer.com.br/2012/01/qual-diferenca-entre-sincope-e.html
SÍN C O PE R E G U L A R :
quando as figuras têm o mesmo valor e a mesma duração.
Exemplo:
Fonte: http://musicalleizer.com.br/2012/01/qual-diferenca-entre-sincope-e.html
SÍN C O PE IR R E G U L A R :
quando as figuras têm valor e duração diferentes.
Exemplo:
Figura 6: Síncope irregular.
"onte: http://musicalleizer.com.br/2012/01/qual-diferenca-entre-sincope-e.html
Eventualmente a síncope é confundida com o contratempo, convém definir o que é
contratempo para melhores esclarecimentos a respeito do aqui tratado.
O contratempo é: “o acento executado em uma pulsação fraca do compasso ou em
uma parte fraca de uma pulsação” . Ele pode ser apresentado de formas diferentes, com pausas
ou sinais de acentuação.
31
Exemplo:
Figura 7: Contratempo regular e irregular.
Fonte: http://musicalleizer.com.br/2012/01/qual-diferenca-entre-sincope-e.html
^ con^pam^
Fonte: http://musicalleizer.com.br/2012/01/qual-diferenca-entre-sincope-e.html
IRREGULAR:
Q uando as figuras p o ssu e m v alo res d iferen tes.
Fonte: http://musicalleizer.com.br/2012/01/qual-diferenca-entre-sincope-e.html
Pode-se perceber que a diferença reside basicamente no prolongamento da nota
executada no tempo fraco até o tempo forte, síncope, o que não acontece no contratempo,
onde o valor da figura fica restrito a seu tempo sem alcançar outros.
Esclarecida a diferença, pode-se retornar ao foco principal do assunto pertinente a esse
trabalho.
por isso verifica-se um choque. Os ritmos sincopados quebram a ordem dos ritmos
esperados e criam assim um novo padrão de ordem. O nosso corpo, o coração, o
nosso andar obedecem a um funcionamento rítmico isócrono. A falta desse ritmo
provoca um choque, uma sensação de caída. Simbolicamente nos fala da
possibilidade das coisas não acontecerem sempre na mesma forma, e obriga o corpo
ao movimento.4 O ritmo sincopado proposto num modo obsessivo adquire, no
contexto ritual, uma grandíssima importância porque altera a expectativa do padrão
rítmico, movimentando os acentos do tempo forte para o tempo fraco. Abre assim,
talvez, a porta a outras dimensões, indicando metaforicamente outras vias de
conhecimento; vias que requerem o corpo e não apenas a mente. [...] A síncope
produz simbolicamente uma ação cíclica que se liga ao conceito de reversibilidade
do tempo e do espaço no mito, que permite aos fiéis voltar naquele tempo e, assim,
se juntar a energia do orixá. Essa volta não é uma simples emoção, mas produz
efeitos físicos no organismo, na respiração, no movimento, muito mais fluido, enfim
no corpo todo (BARBARA, 2017, p. 1).
4 Esta “obrigação ao movimento”, citada no texto, provavelmente ocorre para tentar trazer de volta o
padrão rítmico natural. Podemos notar que os movimentos espontâneos suscitados pelos ritmos sincopados
sempre acentuam os tempos, e nunca os contratempos. (BARBARA, 2017, p. 1).
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exercidas apontadas: a música atua em nossas funções orgânicas; a música pode estimular na
mente imagens cinestésicas; alimenta o poder da atenção. Estas afirmações nos parecem bem
familiares e sem querer simplificar excessivamente quando recordamos o “embala neném”,
quase todas as sensações mencionadas são sentidas, mesmo sem nenhum conhecimento de sua
atuação em nós, somos envolvidos. É evidente a importância dos pesquisadores das diversas
áreas de atuação apontados por Sekeff nas citações.
Quando os autores citados nos fazem ver os perigos existentes; deixam-nos a imaginar
da necessidade de um melhor olhar, uma observação mais adequada ao que verdadeiramente
significa a música no contexto sociocultural. Obviamente não se generaliza, nem se propõe
aqui o pânico, mas, intui-se o vislumbre da capacitação profissional, professores que estejam
alertados e imbuídos do propósito de alertarem para o fato.
Tendo oportunidade para isso, todo compositor gostaria de saber duas coisas muito
importantes das pessoas que se consideram realmente amantes da música. Ele
gostaria de perguntar:
1. Você está ouvindo tudo o que está acontecendo?
2. Você está sendo realmente sensível a isto? Ou, para colocar a coisa de outro
modo:
1. Você está perdendo alguma coisa no que se refere propriamente às notas
musicais?
2. A sua reação é confusa, ou você tem realmente idéia de qual seja a sua resposta
emocional?
Estas são questões muito pertinentes, não importa que música se trate. Aplicam-se
igualmente bem a uma missa de Palestrina, a uma orquestra balinesa, a uma sonatina
de Chavez ou à Quinta Sinfonia. Na verdade, elas são as mesmas questões que o
compositor se impõe a si mesmo, com mais ou menos consciência, sempre que é
colocado diante de música desconhecida, velha ou nova. Pois, afinal de contas, o
instinto musical de um compositor não tem nada de infalível. A principal diferença
entre ele e o ouvinte comum é que ele está mais bem preparado para ouvir.
Assim, a idéia deste livro é preparar para ouvir (COPLAND apud HORTA, 1974, p.
2).
36
Perguntar o que uma nota com pequena duração, a exemplo, uma semifusa (ou outra)
pode transmitir em um contexto musical, nos diversos gêneros musicais, qualquer um atual ou
antigo, quando soa ou pára de soar, pode até parecer sem sentido. Mas, é fato que o conjunto
de notas de variadas durações, articuladas com pausas, acaba por tecer uma teia de
sentimentos que ficam dentro do ser.
Fazer chorar ou sorrir parece não ser difícil para o artista provocar, entretanto, o que
dizer do que chora quando o outro sorri ao ouvir o mesmo som, a mesma música? O que tem
na mente de cada um, sua vivência, sua montagem sentimental ao longo dos anos percorridos
é importante conhecer; nota-se aqui um intrincado de conceitos dentro do criador e da
criatura, aqui se entende como criador o autor/contemplador e criatura o ouvinte/apreciador da
arte, ouvinte de momento os quais relacionam vida a vida, morte a morte, vida à morte, morte
à vida. O campo dos sentimentos está bem apreciado pela psicologia; evidentemente a
inspiração do criador, autor, vem de vertentes externas e também intrínsecas, o “insighF pode
vir do que deixou de ser, do que será como também do que é. Sentimentos que geram
sentimentos, mortos que completam as vidas dos que nascem e renascem a cada manhã; uma
nota a qual surge depois de outra que se foi, dando lugar à pausa, uma música que toca e
parece não findar sem deixar uma mensagem que aflora de dentro de uma ação, ato de dançar,
de vida e de morte! Cada gesto oculta o que foi e traz uma novidade na sequência lógica ou
ilógica, mas harmoniosa, mesmo que a harmonia provenha do caos. A música pára! Ressurge!
Certamente que o balbuciar da criança ao nascer premedita sonoridades muitas, e
prevê momentos de crescimento do instrumento que carrega desde o nascimento, sua voz,
ecoa nos ouvintes e já traz sentimento, uma sonoridade meio que mínima, semínima, colcheia;
enche o instante e associa, mas ainda não é música, apenas um ruído, apenas um gesto sem
ritmo, mas vivo e já morrendo quando deixa de existir; renova-se com novas observações
37
Depreende-se que necessariamente haverá conexão entre tudo, que nada existe
isoladamente, todos estão relacionados a tudo e em qualquer lugar do mundo ou do Universo.
A dialética concebe o mundo como um conjunto de movimentos que se inter-
relacionam e simultaneamente se influenciam, admite a negação da negação para que haja a
transformação como algo positivo, lembra que a mudança qualitativa não é obra do acaso,
pois é decorrente necessariamente da mudança quantitativa, considerando o processo como
um desenvolvimento.
Politzer et al. (s.d.:70-1), citando Stalin, indicam que, “em oposição à metafísica, a
dialética parte do ponto de vista de que os objetos e os fenômenos da natureza
supõem contradições internas, porque todos têm um lado negativo e um lado
positivo, um passado e um futuro; todos têm elementos que desaparecem e
38
2.6 Musicologia
5 [...] citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal. [...] a frase é parte da resposta do
autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida: “orandum est ut sit mens sana in corpore
sano. ” ( “Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são”). Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mens_sana_in_corpore_sano
39
3. O CENSOR
Ser acrítico é perigoso quando a mídia carrega mensagens que são capazes de
modificar pensamentos na mente humana, tendenciosas, tendem a impregnar na mesma,
ideias que, enraizadas, degeneram bons conceitos, hábitos e costumes. Todavia, criticar sem
parâmetros imparciais, em excesso, não se mostrou ser promissor e serviu inclusive como
cerceador da liberdade de expressão tão exigida tanto pelos artistas quanto por escritores,
redatores, jornalistas e demais profissionais que lutaram por verem sua obra liberta de
grilhões que traziam na avaliação do censor, servidor do Estado, manifestações pessoais sem
critérios avaliativos bem esclarecidos e fugia do regime democrático para o ditador,
totalitário.
Quando os interesses monetários estão acima de quaisquer conceitos lógicos de
sobrevida e se prescinde do amor em toda a conceituação, impera a necessidade de cautela
diante dos movimentos sociais, analisar, considerar criticamente o que vem de fora do país,
refletir sobre o que nos cerca trazendo prejuízos éticos e morais através, inclusive, dos meios
de comunicação muito presentes em nossa vida.
Analisar conscientemente requer embasamento técnico, científico, filosófico,
psicológico, sociológico, enfim, há a necessidade de ter conceitos morais e éticos formados e
bem gerenciados para que a decisão tomada não seja a prejuízo, e se assim o for, que se esteja
intelectualmente preparado para um retrocesso, uma reanálise e quiçá uma inovação.
Trata-se nesta parte do trabalho do “olho clínico” (perspicácia), pelo menos é o que
deveria acontecer quando o Estado era detentor da crítica das obras artísticas, mas, na prática
mostrou que não era exatamente isto que ocorria, não havia lisura, imparcialidade, nas
decisões, era uma avaliação altamente subjetiva, sem padrões bem diagnosticados, por fim
houve várias manifestações de repúdio pela sociedade pretendendo-se a “liberdade de
expressão” .
41
Como se pode verificar na citação acima Aaron Copland produziu sua obra por volta
de 1939, realmente há muito tempo, onde o mesmo, enquanto compositor, procura nortear-nos
com sua maneira de analisar a música.
Atualmente ficamos expostos à alienação, principalmente as pessoas que não alcançam
uma educação artístico-musical adequada; no Brasil, mais especificamente no Maranhão,
mesmo os estudantes de classe média alta não têm sua educação consubstanciada
musicalmente.
Então o que se tem é uma avaliação sem embasamento adequado e de mente própria,
despreparada, movida essencialmente pelos sentimentos que têm vários caminhos e a
incerteza de um final feliz, ou seja, acéfala, sem razão. Pode-se dizer que somos nossos
próprios censores e censores de tudo quanto nos assedia diariamente; mas, com quais
fundamentos censuramos, filtramos, fazemos a triagem adequada?
3.1 A censura:
Censura é uma palavra com origem no latim censura que significa o ato ou efeito de
censurar. Censura também pode ser sinônimo de repreensão ou reprimenda. Além
disso, a censura é uma conhecida forma de restrição da liberdade e do conhecimento,
normalmente exercida por um regime ditatorial. A censura também pode consistir
em uma análise crítica de uma determinada obra literária ou artística, antes de ser
apresentada ao público em geral. [...] Muitas vezes a censura era um instrumento
usado por regimes de ditadura, como uma forma de impedir que certas informações
chegassem ao público geral. Informação leva ao conhecimento, e conhecimento é
poder. Assim, um povo que não tem acesso à informação (ou informação "livre"), é
um povo enfraquecido, facilmente controlado pelo Governo ditatorial (BRASIL,
2017).
Em Abril de 1964, o governo de João Goulart foi derrubado por um golpe liderado
por uma força militar. O regime da ditadura militar começou poucos dias depois.
Foram criados atos institucionais que reforçavam o Governo Militar, sendo que o
mais conhecido - o AI-5 - foi criado em Dezembro de 1968, e anulava todos os
elementos da Constituição de 1967 que poderiam ser usados contra o poder
instituído. Surgiram várias outras medidas, entre elas a criação de um Conselho
Superior de Censura, que tinha como objetivo controlar e julgar órgãos de
comunicação que não cumprissem as regras estabelecidas. O Correio da Manhã foi
42
um desses órgãos, que acabou fechado em 1970. Alguns autores afirmam que os
primeiros censores alistados pela Ditadura Militar eram jornalistas. A censura
ocorria em várias manifestações culturais como cinema, literatura e televisão. Entre
1968 e 1978, centenas de livros, músicas e peças teatrais foram proibidos pela
censura. Muitos artistas foram presos ou exilados, outros viram o seu trabalho ser
cortado pela censura. Na vasta lista de artistas mais censurados, estão Caetano
Veloso, Elis Regina, Milton Nascimento, Chico Buarque e Raul Seixas, que são
alguns dos nomes mais conhecidos. Apesar da censura, alguns artistas conseguiram
contornar a censura através da sua criatividade e genialidade de escrita. Um exemplo
claro é a música Cálice, da autoria de Chico Buarque6, onde a palavra "cálice" é
comparada com "cale-se" e a frase "Pai, afasta de mim esse cálice" pode querer dizer
"afasta de mim esse Regime" (BRASIL, 2017).
Cálice
Chico Buarque
6 Atualmente sabemos que Chico Buarque sempre enganou os fãs deixando-os imaginar que as
composições musicais eram suas, na internet encontramos uma confissão sua onde diz: “eu não componho não,
mas eu trabalho pra cacete”; também confessa que já roubou carros. Neste link, youtube, pode-se visualizar:
https://www.youtube.com/watch?v=YVZdTmWkdP8
43
No Brasil sempre tivemos uma democracia aparente, pois o poder dos governantes
sempre foi ditatorial, o povo não podia abrir a boca para dizer do inconformismo em
decorrência da má governabilidade sem que sofresse imediatamente represálias; chega-se ao
cúmulo de ter famílias que perderam filhos, pais, mães que não aceitavam calar-se diante dos
maus tratos sociais. Hoje a sociedade ainda luta contra a corrupção, antes lutou muito também
contra a opressão, a alienação; cada ato praticado pelos governantes só levava mais e mais ao
afundamento da sociedade no retorno à escravidão velada. Quando os militares ocuparam o
poder, cuja ocupação não foi por golpe e a “ditadura” (expressão muito empregada pelos
comunistas, esquerdistas, corruptores) citada também não atingiu as pessoas que não queriam
a entrada do comunismo, ou socialismo (exceção feita às que se deixaram influenciar pelas
péssimas ideologias antidemocráticas). A benevolência brasileira, sob o cunho de democracia
44
(pode-se afirmar que o país nunca a viveu em sua integralidade), suporta há muitos anos o
peso da aceitação de partidos políticos com ideologias comunistas, socialistas (PC do B,
PSTU, PCB, PT, PSB, PPS, entre outros), cujos abusam em suas manifestações objetivando
acabar com a democracia no Brasil, induzem a pensar que lutam pela mesma, entretanto o
próprio nome do partido já declara a que vieram.
Havia inicialmente uma luta dentro da mesma categoria, viam-se jornalistas que
trabalhavam pela situação enquanto outros eram de oposição, muitos militantes de outras
categorias também emitiam opiniões que defendiam enquanto outros tentavam mostrar o
“lado podre do governo que não se contentava em acabar com as finanças do país”, além disto
ainda utilizava as forças armadas para coagir os contrários como também os que efetivamente
praticavam o terrorismo.
Não se pode silenciar tampouco a respeito das manchetes e dos editoriais às vésperas
do 31 de março de 1964, clamando pela in terven çã o m ilita r contra a badern a,
sin ô n im o aí usado para se referir aos movimentos que defendiam projetos por
reformas e/ou revolucionários. Esse sentido civil do golpe e da ditadura precisa ser
resgatado e, sobretudo, compreendido. A ABI, Associação Brasileira de Imprensa,
conhecida desde o final dos anos 1970 e nas décadas seguintes como a trin ch e ira
da lib e rd a d e , era uma instituição de representação dos jornalistas com muitas
nuanças e interesses diferenciados, muito longe da unidade e do combate sugeridos
por certas versões. Houve resistência à ditadura, sem dúvida, quando muitos,
demonstrando coragem, enfrentaram os rigores de uma situação de exceção, mas é
preciso não esquecer que, em 1964, o seu presidente aceitou desempenhar o papel de
interventor no Sindicato dos jornalistas; a presença do general-presidente Costa e
Silva na sede da ABI, em 1968, convidado de honra da comemoração dos sessenta
anos da instituição; a eleição de Adonias Filho, intelectual do golpe e da ditadura,
presidente da instituição no biênio 1972-1974 eleito por seus pares (BRASIL, 2017).
O conflito de interesses sempre foi e sempre será uma constante no meio social, a
intervenção militar também não fica de fora do contexto; em 29/12/2015, falou-se muito em
45
A atuação dos a ltern a tiv o s O pinião, M o vim en to, E m Tem po, P a sq u im , que
enfrentaram as arbitrariedades e imposições do regime, com a espada da censura
sobre suas cabeças, deve ser situada nesse contexto, sob pena de, ao se homenagear
a resistência, silenciarmos sobre a imensa zon a c in ze n ta , com suas muitas nuanças
que variaram ao longo do tempo e das circunstâncias, na qual esteve a maior parte
dos jornais e jornalistas lidos pela maioria da população. É nessa zona cinzenta,
portanto, que se encontram igualmente seus leitores, não porque m a n ip u la d o s e
en g a n a d o s, mas, porque encontrava neles muito de seus valores e referências.
Homenagear a resistência de jornais e jornalistas é antes de tudo compreender a
complexidade e as evoluções da época, nas quais a imprensa teve lugar relevante,
intermediando as relações entre opinião e regime. Homenageá-los não é ver os
c e n so re s-im b ec is en ga n a d o s p o r jo r n a lista s-in te lig e n te s, encontrando aí
mais uma dualidade simplificadora que contorna o esforço de compreensão, levando
a lugar nenhum. Homenagear os jornalistas resistentes é enxergar o universo no qual
atuaram, é resistir a uma certa memória que silencia a história (REIS &
ROOLEMBERG, 2017).
Geraldo Vandré, cantor e compositor, também trouxe com sua música Prá Não Dizer
que Não Falei das Flores, ânimo aos que estavam no meio da balbúrdia em que se encontrava
o país, como o próprio autor nos diz: “protesto é coisa de quem não tem poder, eu não faço
canção de protesto eu fazia música brasileira e canções brasileiras”, respondendo à pergunta
do jornalista e escritor Geneton Moraes Neto o qual questionou como se sua música
o
“Caminhando” fosse de protesto ; o que compositores faziam muito na época com a intenção
de trazerem mais adeptos à causa controversa de apoio que ilustravam como sendo pela
democracia.
Refrão:
(Refrão)
(Refrão)
(Refrão) 2x
voluntarioso”, entendemos que o nosso cérebro processa informações variadas, as que estão
na observação consciente e as que não estão sendo observadas; sons do meio ambiente,
muitos de bem perto outros de muito longe; os neurônios não param de funcionar e o cérebro
pode e deve estar em estado de alerta permanente, considerando as várias influências sonoras.
Podemos perceber sonoridades agradáveis e desagradáveis e podemos escolher o que ouvir!
Discutiremos então o fator qualidade, enquanto necessidade de se ter um embasamento
considerável para estabelecermos parâmetros que definam o que devemos consentir o que
precisamos guardar de forma consciente não acatando o que não seja construtivo, saudável
para o caminho de vida que queremos percorrer. O que se coadune com princípios aceitos
pela sociedade que prospera ou sofre impropérios, a depender das ações dos indivíduos que
em sua soma a constroem. Os meios comunicantes ainda dependem do comunicador, do meio
da comunicação e essencialmente do ouvinte, do observador, sem o quê não ocorre, não se
completa.
O princípio democrático parece ser o ápice da qualidade de vida da convivência
humana. Supostamente a humanidade atingiu o limiar e não tem mais para onde ir, mormente
quando usa os olhos da carne. Entretanto, o caminho da humanização certamente tornar-se-á
melhor quando o homem buscar no amor a razão da vida, no espírito do ser que
inevitavelmente não consegue explicar seu fôlego sem atribuir a um Ser superior sua
existência. Pode-se entender que o caminho a seguir seria abandonar o egoísmo e pensar em
compartilhar todos os sentimentos construtivos, o que for imaterial e o que for material; sem
rancores, sem ódios, depressões, emoções funestas. É obvio que podemos quebrar o
paradigma de que o princípio democrático é o máximo que podemos ter, principalmente
quando não o vemos em sua consecução objetiva e está enxertado pelo capitalismo e pela
ânsia do poder.
Entender que o agora pressupõe a existência do ontem e que o hoje será o passado do
amanhã ajudará na compreensão da montagem da obra que continua interligada e
interligando-se.
A música, composta atualmente, apesar dos muitos recursos midiáticos disponíveis,
não será necessariamente melhor do que a produzida por Beethoven, Chopin, Mozart, Bella
Bártok, Villa Lobos, enfim, autores nacionais e estrangeiros, talentos inconfundíveis,
dedicados à construção do que enaltece a sabedoria humana, sem exagerar colocando-os em
patamares de perfeitos, mas considerando sua necessidade de serem perfeccionistas.
Utilizando de maneira consciente e com maestria incontáveis recursos, hoje existentes, os
compositores superarão, farão obras que ficarão eternizadas na memória social. Aonde
51
chegará a humanidade, como podemos analisar seu desenvolvimento musical, social, sem
influirmos com a devida energia nos Programas Curriculares Nacionais, sem a quebra de
paradigmas científicos ancorados em preconceitos que têm tangenciado o cognitivo humano?
Não podemos desconsiderar a necessidade de fazermos as escolhas certas tendo em
vista que a oferta mercadológica impõe uma triagem minuciosa para que tais se concretizem.
Há de haver uma refinada busca pelo melhor, e a distinção quanto às preferências acontecem
em todos os meios sociais com os vários gêneros existentes em suas épocas, poderia servir
para tomar decisões quanto a direção a seguir para uma melhor educação e formação de novos
hábitos e de como ouvir a música. Podemos sugerir-nos a máxima a qual encontra-se nas
ruínas do Templo de Apolo em Delphos, de autor desconhecido, apesar de haver quem
considere que foi o grego Tales de Mileto: CONHECE-TE A TI MESMO!9 Esta frase indica
que o primeiro passo para o verdadeiro conhecimento é conhecermos a nós próprios. Se
queremos conhecer o mundo à nossa volta, devemos em primeiro lugar conhecer quem nós
somos. O conhecimento e conhecer a nós próprios é um processo, uma busca que não tem fim
e a cada dia podemos aprender mais (https://pt.wikipedia.org/wiki/Conhece-te_a_ti_mesmo).
A Logosofia esclarece a necessidade de uma “Mente Consciente” . Mais adiante,
trataremos desta ciência que dá-nos uma nova visão acerca da pesquisa científica e o
tratamento a ser dado a nós mesmos para um melhor desenvolvimento cultural.
Estamos imersos diariamente nos sinais analógicos e digitais que chegam às nossas
casas através das TV’s e muitas vezes prestigiamos programas que são perniciosos, mal
elaborados, cuja finalidade é auto promover-se, mesmo assim ficamos ali, em frente à tela,
como que anestesiados; também não percebemos que ao insistirmos em assistir estamos
dando apoio uma vez que a audiência é controlada e é por meio dela que deduzem se devem
ou não continuar na transmissão daquele programa. Mais uma vez devemos nos observar e
conhecer nossos objetivos de vida!
9 O aforismo grego "Conhece-te a ti mesmo" (grego: yvra0i ceauxóv, transliterado: gnõthi seauton;
também ... cauxóv ... sauton com o e contraído), é uma das máximas de Delfos e foi inscrita no pronaos (pátio)
do Templo de Apolo em Delfos de acordo com o escritor Pausanias (10.24.1) (PAUSANIAS apud SIPE, 2014).
52
de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino
da música na educação básica, Art. 1° O art. 26 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
passa a vigorar acrescido da seguinte redação: Art. 26. § 6° A música deverá ser conteúdo
obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2° deste artigo;
quando este parágrafo especifica “conteúdo obrigatório, mas não exclusivo”, retira toda a
seriedade a ser dada à ciência e destrata tudo o que se sabe do poderio vertente de seu uso;
devido a importância do usufruto da música e da necessidade de conscientizar os envolvidos
na produção e consumo da mesma e sua influência indutiva (isto deveria ser tratado com mais
cautela) e o emprego da Lei levado mais a sério também.
De acordo com Clélia Craveiro (2001), conselheira da Câmara de Educação Básica do
Conselho Nacional de Educação, “ [...] o objetivo não é formar músicos, mas desenvolver a
criatividade, a sensibilidade e a integração dos alunos” ; e acrescenta, “ [...] a ideia é trabalhar
com uma equipe multidisciplinar e, nela, ter entre os profissionais o professor de música”, e,
[...] “de qualquer maneira, trabalhar de forma interdisciplinar em escolas de educação básica é
uma tarefa complicada” .
Segundo Passarini (et all, 2012) “com o argumento, entre outros, de que a música é
uma prática social e que há muitos profissionais na área sem formação acadêmica, foi vetado
o art. 2° da referida lei que determinava a formação profissional específica para ministrar as
aulas de música na escola. Explica ainda que o veto: “abre caminho para que outros
profissionais, e não só o professor licenciado em música, assuma a responsabilidade pelo
ensino da música na escola.” Nesse contexto, em sendo a música a possibilidade para o
desenvolvimento humano e de pluralidade das necessidades das crianças na escola e outros
ambientes de convívio social, demanda-se por um profissional diferenciado, que ensine e
também atenda às necessidades específicas. Daí surge a figura do “professor (musico)
terapeuta”, ou, musicoterapeuta.
Aí o paradoxo, leis incompletas e sua ineficiência devida à inexecução, vez que não há
um acompanhamento após a elaboração das mesmas, por outro lado a educação existente não
prepara, não educa, o cidadão para reivindicar seus direitos e principalmente cumprir suas
obrigações.
A educação musical é restrita em nosso país, à educação básica (níveis: infantil,
fundamental e médio); não satisfatória, enquanto que no ensino superior é esquecida; uma vez
que a legislação existente não é exigente quanto a isto. No último caso, tornando-se mais
específica para quem faz o Curso de Música, quando, devido aos benefícios já bem
esclarecidos pelos cientistas e critérios acauteladores a serem observados para e pelos
54
indivíduos, não deveria ser excluída. Devido sua importância sócio-educativa e demais
influências exercidas; podemos aumentar sua gravidade lembrando que existem outros países
os quais também estão utilizando artifícios musicais para exercerem sua influência
competitiva globalizante, nos quais o ensino da música continua no nível superior. Então o
que realmente vemos nas universidades brasileiras é, exceção de regra, Curso de Licenciatura
em Música com carência de professores especializados e em número, ou, Curso de
Bacharelado em Música, carente à semelhança do de Licenciatura, também no fornecimento
de instrumentos musicais que satisfaçam a demanda e de melhores teorias que perpassem por
outras disciplinas intrinsecamente vinculadas, exemplo: musicologia; portanto esqueceram-se
de estruturar o ensino da música em outros cursos, até mesmo de natureza técnica, nas
ciências exatas por exemplo.
55
A palavra persuadir tem como sinônimo induzir, seduzir; pode-se afirmar que a música
induz, persuade, seduz, tanto de maneira construtiva quanto destrutiva, mas quanto à
seletividade, cautela! Existem assuntos dos quais se precisa dissuadir ou despersuadir os
captadores dando-lhes consciência; aplicar o pensamento crítico é necessário, precisa ser
evidenciado, transmitido, ensinado quando e devido os fatos transitarem entre o consciente e o
inconsciente (individual e coletivo) e serem imperceptíveis a olhos leigos.
O educador poderá dissuadir em momento oportuno. É interessante dentro do processo
pedagógico além de induzir, dissuadir o aluno quando for necessário. Fazendo-o perceber, ver
que nem sempre o que é tido como divertido o é necessariamente, há diversões que também
não são lícitas, e é necessário que se estabeleça parâmetros críticos suscetíveis à percepção;
mesmo que não satisfaça a curiosidade do aluno, mas tendo em vista sua evolução mental e
intelectual; neste instante melhor dissuadi-lo cautelosamente. Pode-se exemplificar a escolha
musical trazida do ambiente social que frequenta, quando o aluno traz algo que deverá ser
analisado com muita seriedade sem ferir seus sentimentos, fazendo que o mesmo e toda a
turma perceba que há construções musicais mais bem elaboradas. É importante que o
professor esteja bem informado das produções lançadas em profusão nos veículos de
comunicação e saiba distinguir o que foi produzido para prejuízo dos aspectos sociais éticos e
morais estabelecidos.
56
SWANWICK Procurei responder a essa questão por meio de uma pesquisa com
estudantes de Música ingleses com idades entre 3 e 14 anos. Aprendi que o
desenvolvimento musical de cada indivíduo se dá numa sequência, dependendo das
oportunidades de interação com os elementos da música, do ambiente musical que o
cerca e de sua Educação. Com base nessas variáveis, posso dizer que o aprendizado
musical guarda relação com a faixa etária. Cada uma corresponderia a um estágio de
desenvolvimento (GONZAGA, 2010).
SW ANW ICK As aulas devem colaborar para que jovens e crianças compreendam a
música como algo significativo na vida de pessoas e grupos, uma forma de
interpretação do mundo e de expressão de valores, um espelho que reflete sistemas e
redes culturais e que, ao mesmo tempo, funciona como uma janela para novas
possibilidades de atuação na vida.
formam o CAP, devem ser entremeadas pelo estudo da história da música (L,
de literature studies) e pela aquisição de habilidades (S, de skill aquisition) (No
Brasil, esse processo ficou conhecido como TECLA: T de técnica, E de execução, C
de composição, L de literatura e A de apreciação.) (GONZAGA, 2010).
Lembra-se novamente que, além de se não abdicar das questões técnicas, precisa- se
ter a consciência de transmitir o que é bom para a psique.
Swanwick (2003), em seu livro “Ensinando Música Musicalmente” demonstra sua
compreensão da ação musical e a importância histórica e social da música:
O que você acha do efeito 40% afirma ser uma Como podemos
Mozart? comprovação da influencia da deduzir a minoria
musica na aprendizagem e conhece os
8
concentração. benefícios do efeito.
60% desconhece.
Os músicos, artistas não 80% afirma que “sim”, Evidenciamos aqui dois
eram respeitados em sua contudo admitem a ausência de lados: 1) A necessidade de
profissão, eram vistos sindicatos, tabelas, etc. órgãos reguladores e uma
como alcoólatras, melhor organização da
drogados, antissociais; 20% considera ser complicado categoria; 2) Igualdade de
12 você crê que hoje é uma vez que médicos, direitos, uma vez que há
reconhecida e engenheiros, advogados,... drogas lícitas circulando e
recompensada, como as também bebem e que a que outros profissionais
demais profissões; ex.: Constituição Brasileira libera a fazem uso das mesmas.
médicos, advogados, bebida.
engenheiros?
Tabela 1 Pesquisa de campo com alunos e professores do Curso de Licenciatura em Música da UFMA (2016).
62
Inquiridos sobre o professor “polivalente” ensinando música nas escolas a resposta foi
unânime: absurdo! O professor torna-se um escravo do sistema quando desqualificado para
exercer com zelo e cuidado a disciplina. Está provado cientificamente que só quem detém o
conhecimento pode efetivamente transmiti-lo, outro não poderá fazê-lo; afinal só se
compartilha o que se tem para ser compartilhado.
Os músicos, artistas não eram respeitados em sua profissão, eram vistos como
alcoólatras, drogados, antissociais; você crê que hoje é reconhecida e recompensada, como as
demais profissões; ex.: médicos, advogados, engenheiros? Evidencia-se aqui dois lados: 1) A
necessidade de órgãos reguladores e uma melhor organização da categoria; 2) Igualdade de
direitos, uma vez que há drogas lícitas circulando e que outros profissionais fazem uso das
mesmas. Esta segunda observação foi no mínimo pitoresca, incluindo a observação de que a
Constituição Brasileira libera as “drogas lícitas” .
Perguntados sobre se a música tinha evoluído e em que aspecto e quais as causas,
todos disseram sim à evolução e mais: há o desenvolvimento educacional, misturam-se os
gêneros e novos são criados, expande-se a tecnologia, inovações timbrísticas, instrumentais,
equipamentos; falou-se inclusive de melhoria da apreciação; a mídia, apesar de parte usar seu
potencial para manipulação, ainda assim, ajuda a desenvolver; a integração, o diálogo, o
ensino e a pesquisa sistematizada dos músicos também foram citados como causadores.
64
7. RITMO E MUSICOTERAPIA
Para melhor esclarecer, a fração 4/4 demonstra que dentro do compasso terão quatro
semínimas configurando, junto com o bpm, o ritmo que se dará.
Exemplo de três compassos musicais
Figura 14: Compasso/barra de compasso/andamento.
bpm = 160
(Ir r r r d r -f-f-M
Fonte: http://cursodetecladoprofelvischaves.blogspot.com.br/2016/11/referencias-para-
leitura-unidade-de.html
A breve ilustração acima não mostra a infinidade rítmica que pode ser utilizada dentro
da música, inclusive que há a possibilidade de combinação de vários ritmos em uma obra
dentro da partitura se conjugando os compassos.
Claro que para se elaborar uma música não se trabalha apenas com o ritmo, mas é
certo também que entre os elementos essenciais (ritmo, melodia e harmonia) é o que mais se
destaca, para o que se pretende demonstrar neste trabalho, determinando de maneira mais
evidente se a música é alegre ou triste. Também não se pode descartar o tom, o timbre dos
instrumentos, as letras das músicas bem como a maneira utilizada para o fim a quê o musico
terapeuta se propõe.
65
Você já se perguntou alguma vez de onde vem esse sentimento de bem-estar que
surge quando você ouve a sua música favorita? A musicoterapia tem a resposta.
A ativação do núcleo accumbens, assim como acontece com a atração sexual ou com
qualquer experiência que nos provoca prazer, faz com que nosso cérebro libere
dopamina cada vez que ouvimos nossas músicas preferidas. As novas pesquisas
publicadas no Jo u rn a l o f P ositive Psychology apontam que o estado de ânimo
dos participantes melhorou visivelmente a curto prazo e a sua felicidade aumentou
ao ouvir música positiva ou otimista durante duas semanas. O estudo também indica
que as músicas tristes têm o efeito inverso, apontando que a felicidade pessoal
pode ser considerada uma tarefa que está nas mãos da própria pessoa. Eles
descobriram que as pessoas, em vez de avaliar repetidamente quão felizes são,
focavam em aproveitar a situação positiva que estavam experimentando
(MARAVILHOSA, 2016).
em seu versículo 2311: “E sempre que o espírito mau de Deus acometia o rei, Davi tomava a
harpa e tocava. Saul acalmava-se, sentia-se aliviado e o espírito mau o deixava” .
11 Bíblia Sagrada, Versão Revista e Corrigida na grafia simplificada, da tradução de João Ferreira de
Almeida; 10a edição, 2010, impressa no Brasil.
67
Musicoterapia Comunitária
A qui, m ais um a v ez , p erceb e-se com clareza a im portância que se d eve dar ao u so da
m úsica, ou vi-la sem lh e dar um a atenção esp ecial p ode significar percorrer cam inhos
Portanto, ter uma experiência musical terapêutica ou com poder transformador não é
a mesma coisa que entrar em um processo de musicoterapia, independente de
quaisquer semelhanças ou diferenças de profundidade, significação ou duração dos
resultados (BRUSCIA apud MEDEIROS, 2003, p. 9).
Segu nd o esp ecialistas, d ev e-se ter m uito cuidado na escolh a da m ú sica a ser utilizada
na terapia; d izem não ser con ven ien te subm eter um paciente amante, por exem p lo, de funk a
um a audição de m ú sica clá ssica e v ic e versa, os efeito s não seriam b en éfico s nem a um nem a
outro. H oje entendem os, perfeitam ente, que m elh or que rem ediar é prevenir, torna-se m en os
enferm idades provocadas p ela própria; entretanto o cam in h o ainda não foi percorrido em sua
totalidade, p recisa-se de m uito m ais con h ecim ento, é um cam po cien tificam en te n ovo, apesar
cérebro onde, no lo b o tem poral esquerdo, na prim eira circun volu ção tem poral esquerda
auditiva. C om o hábito de ouvir m úsica, o indivíduo, m esm o que não receba ed u cação
m usical esp ecífica, acaba por esp ecializar certo núm ero de célu las da tal região,
d esen v o lv en d o aí um a sub-região para com preen são e posterior recon h ecim en to dos sons
todos uma sólida estrutura de oportunidades, pois uma das piores heranças é a
estrutura de oportunidades. Não é uma herança genética, mas sim social. E como a
música não se constitui apenas um recurso de combinação de sons, mas
especialmente expressão, gratificação e realização, ela forçosamente interessa à
plenitude do ser humano (SEKEFF, 2007, p. 97).
Fonte: www.biosom.com.br
A aplicação da música para efeitos curativos não surge em nosso século vem de há
muito, o homem tem buscado benefícios nas fontes sonoras, em seus diversos instrumentos
inventados por sua própria mão. Sekeff (2007) relata “As primeiras referências da ação da
música sobre o homem remontam aos papiros médicos egípcios datados de 1500 a.C” e [...]
“esses papiros remetem ao encantamento que a música produz sobre as mulheres,
“estimulando” sua fertilidade” . O primeiro relato de tratamento com utilização da música é
bíblico e se encontra no livro de I Samuel 16:23, já mencionado à página 65; é sabido que a
música propiciava ao rei Saul um alívio, apaziguando suas crises de excitação psicomotora.
69
As boas intenções de uso da música para beneficiar os seres humanos são notadas
nos vários compêndios, teses e dissertações já existentes; entretanto, os aspectos
negativos são pouco relatados, como exemplo pode-se mencionar os paredões
sonoros, muito utilizados em nossos dias, recurso utilizado para propagação do som
em volume alto, as danças estimulando o desregramento sexual, enfim, são inúmeros
os aspectos prejudiciais. Precisamos desenvolver um olhar crítico sobre o conteúdo
musical, ritmo, melodia, harmonia, letra, objetivando o desenvolvimento individual
e por fim discutirmos no âmbito da interdisciplinaridade a influência moral e ética
exercida pela música no seio social como algo relevante e também inadiável.
Salientarmos o processo cautelar que se deve ter ao longo da vida ao participarmos
de eventos ou de ideologias fonográficas, pois se fala em benefícios, sem observar o
que está por detrás dos interesses pessoais dos que os administram.
A cantora popular Maria Bethânia em poucas palavras evidencia o que vem
acontecendo em nosso país em termos musicais: Estou com pena do meu Brasil” diz
Bethânia, aos 50 anos de carreira. “Saber da riqueza cultural musical do meu país e
hoje vejo gerações loucas que dançam aos zumbidos de MURIÇOCAS e
IMORALIDADES. “A adolescente está perdendo a sua essência de mulher, e a nova
geração de falsos artistas estão fazendo da NOSSA MÚSICA o lixo para a
humanidade. http://blogpontodevista.com.br/falar-sobre-quem-gosta-da-muricoca/
Não poderíamos nos furtar de um comentário sobre o problema que define este
trabalho, uma vez que o que ocasionou a pesquisa foi uma notícia a qual ficou incomodando
por um bom tempo, ouvida uma reportagem em um dos veículos de comunicação, televisão,
que mostrava meninas na faixa etária de 10 a 15 anos, todas engravidadas, desconhecedoras
de quem as teria engravidado, não sabiam quem eram os pais, os irresponsáveis que as
deixaram naquela situação; isto ocorre frequentemente nos “bailes funk”, os quais se
espalham pelas cidades brasileiras, exemplo Rio de Janeiro e São Paulo. A pesquisa leva-nos
à descoberta de que os adolescentes, 12 a 18 anos, faixa etária constante no Estatuto da
Criança e do Adolescente no Brasil, com a pretensão de “desatar as amarras” encanta-se com
o rock, encorajador da síncope, e ritmo atravessado (tempo fraco que se prolonga até o forte),
desvirtuando compassos primários. Esse (a) jovem busca uma identidade musical, quer poder,
ser ouvido, elege ídolos, canções que falam de amor e sexo, expressa sua energia libidinal,
quer expressar-se livremente pois é dono (a) de sentimentos dolorosos e de crise de
identidade.
Durante esse período o indivíduo começa a querer se liberar das regras e papéis
estabelecidos e encontra na música o ambiente perfeito para isso. Começa o
encantamento pelo rock que encoraja a síncope e o ritmo atravessado que mina ou
destrói os compassos básicos, permitindo ao adolescente transitar da segurança do
continente do ambiente para uma identidade musical autodefinida. Toda a música é
muito forte, pois o adolescente quer ser ouvido e necessita apoio para engajar-se nas
lutas de poder que deve ganhar contra as figuras de autoridade. Elegem as estrelas
do rock como seus ídolos pelo modelo distinto de identidade que quebra com o
estabelecido e por suas canções que falam de amor e sexo tópicos de fascinação, mas
significativos para o desenvolvimento. Os movimentos corporais também fornecem
um modelo de liberação sexual e encorajam o adolescente a expressar a energia
libidinal reprimida. O adolescente encontra na criação e na improvisação um
território onde ele pode expressar livremente, de forma não verbal, os sentimentos
70
O desperdício cultural é sentido, principalmente por quem busca dar o melhor de si,
não admitindo o que desvaloriza a categoria musical, a classe que lida com o desenvolvimento
da música. Zé Dias censura o que realmente precisa ser censurado, o que está revestido de
gracejo, trazendo um ritmo contagiante, entretanto também traz em seu conteúdo o que não é
saudável despejando na sociedade trejeitos que a fazem sucumbir ao longo do tempo.
São fantasias que amordaçam a cultura, desvirtuam e pretendem deixar claro que não
há necessidade de evoluir, subjugam o virtuosismo e proliferam insanidades com ar de
alegria. Mas, o que fazer com quem tem olhos e não enxerga o que está depositado em seu
nariz? Como iluminar o caminho de quem se deixar persuadir sem reflexão? Trataremos do
assunto no próximo capítulo.
71
8. O PENSAMENTO CRÍTICO
Há cientistas que insistem em dizer que vivemos a Nova Era onde o predomínio da
Ciência e da Tecnologia é fato. Também alertam para a necessidade de se ter uma maneira
cética de pensar. De fato, não se podem aceitar todas as informações que nos chegam como se
fossem verdadeiras, precisa-se analisá-las, mas, para isto, necessita-se do conhecimento,
embasamento adquirido através da educação. Se o cidadão não questionar e apenas aceitar
como verdades as informações recebidas, então ficará à mercê dos falsos políticos e religiosos
e demais pessoas que usam de mídias e veículos de comunicação e difusão para ludibriarem.
Para Guzzo (2015, p. 64), pensar criticamente, ou seja, avaliar ideias e argumentos de
acordo com as razões e evidências apresentadas em suporte a eles, e ter o hábito de fazê-lo
constantemente, isto é, possuir o espírito crítico, são consideradas características importantes
para os indivíduos e para o bom funcionamento de uma sociedade democrática.
Nesta época é de extrema importância que se fomente o pensamento crítico o qual
deve ser fortalecido através da educação; uma era de fortes tendências ideológicas e
comunicação por várias vezes mentirosas.
Pensar criticamente é estabelecer para si mecanismo de defesa contra manipulações
intelectuais, é proporcionar-se um método de melhor entender o mundo, determinar um
mecanismo de autodefesa imprescindível.
Carl Sagan em seu vídeo A Way of Thinking (Uma maneira de pensar), cita Thomas
Jefferson: “Não é suficiente assegurar alguns direitos na Constituição. O povo precisa ser
educado e precisam praticar seu ceticismo e sua educação, do contrário, não controlamos o
governo. O governo nos controla”.
Guzzo (2015, p. 67), informa que o pensamento crítico, para Siegel (1997), envolve
basicamente dois aspectos: um deles é o componente de “avaliação de razões”, que envolve
habilidades relevantes para um entendimento e análise apropriados de razões, afirmações e
argumentos; o outro aspecto diz respeito a disposições de comportamento, atitudes e hábitos
mentais que tornam o indivíduo propenso a usar as habilidades cognitivas para avaliar
quaisquer ideias, mesmo aquelas que são contrárias aos seus interesses e às suas crenças mais
profundas.
Mas, não basta pensar, é necessário que as pessoas estejam predispostas a fazerem
suas avaliações constantemente e reavaliarem resultados. Siegel (1990, p. 39) escreve:
Mas o que isso tem a ver com o assunto título deste trabalho: A Influência Musical no
Corpo e na Mente - o pensamento crítico?
Através da música formam-se opiniões de multidões de maneira rápida e os
formadores não estão excluídos do processo de conhecimento e da consciência do pensamento
crítico o qual deverá estar inserido nas lições dos professores licenciados, nos planejamentos
dos componentes curriculares, direcionados para uma pedagogia libertadora e não a já
existente pedagogia opressora.
Para Freire o fim maior da educação deve ser sempre o de libertar os oprimidos, de
levar a eles o conhecimento que a sociedade burguesa capitalista tanto deseja
esconder. Pois é apenas com este conhecimento, desenvolvido a partir do diálogo e
da consciência, que as pessoas podem lutar por sua liberdade, frente a máquina
opressora do capitalismo e de sua nova face, o imperialismo. [...] Freire demonstra
como Marx havia explicado, que a burguesia depois de derrubar a aristocracia,
enquanto classe revolucionária, detentora do poder que desencadeou a mudança, que
na época foi o poder econômico, hoje tenta manter o seu jugo sobre a grande massa
de oprimidos através do novo poder, a informação. (ARAGÃO JÚNIOR, 2004)
Os saberes ora “transmitidos” nas escolas do país dão a conhecer estruturas pré-
estabelecidas de padrões práticos de vida. Entretanto, é uma consciência obtida que não
estimula o pensamento crítico mais humanista e ético, ou seja, ter a consciência de que
precisamos da igualdade de direitos não pressupõe exatamente na prática que tenhamos todos,
um pensar criticamente sobre as ideias veiculadas, transmitidas nas escolas. Assim, podemos
questionar se vivemos de fato de forma igualitária. Na citação acima podemos perceber
informações tipo “sociedade burguesa capitalista”, “liberdade”, “máquina opressora”, “grande
massa de oprimidos”; essas informações, deve-se esclarecer, fazem referência a um educador,
Paulo Freire, que tinha ideologias marxistas, leninistas. O mesmo se apropriou do método de
ensino de Frank Charles Laubach (1884-1970), adicionando a ele suas ideias socialistas.
Mas, como conscientizar quem não tem capacidade de apreender o que está contido
em apenas um parágrafo? Essa não é uma tarefa fácil. Principalmente, quando quem se
aventura em fazê-lo não tem em si mesmo a inteligência necessária. Não há aqui nenhuma
generalização, mas deixa-se o alerta, há quem não dê a mínima importância ao que vem
acontecendo nas escolas brasileiras que a cada ano mostra estatisticamente sua vertiginosa
decadência. Ouve-se com frequência, as reclamações de professores que atuam em escolas
públicas e Universidades que os alunos não conseguem interpretar uma frase sequer.
Professores (as) decepcionados (as) com o sistema educacional brasileiro, de escolas
sucateadas ao longo dos anos; alguns até se esforçam numa tremenda batalha contra o poder
massivo e massacrante em uma sociedade permissiva. Quanto menos intelectual a sociedade,
mais sujeita, submissa, às investidas de governos que pretendem sua desconstrução.
Portanto, não se satisfaz o povo apenas com “pão e circo”, há várias necessidades que
ultrapassam a utopia e são realidades que se não atendidas, ao longo dos anos deixam marcas
profundas. A humanidade conhece marcas desagradáveis, como exemplo pode-se citar o
nazismo, o fascismo, o comunismo ou socialismo; ideologias subjetivas e parciais. Mas, é
importante que se saliente que a imparcialidade existe; que se pode viver sem ideologias
74
carimbadas e sem o subjetivismo crônico. Há como construir uma convivência menos egoísta
com uma investigação científica e filosófica compartilhando a inteligência a qual é inerente ao
ser humano.
É de extrema importância que o cidadão tenha a possibilidade de aprender a pensar por
si mesmo como são as coisas, ser cônscio da realidade dos elementos novos ou
desconhecidos.
75
9. LOGOSOFIA
Quando entendemos a importância de não nos deixarmos levar por ideias circulantes
sem uma análise conscienciosa distinguimos nas “frases feitas” algumas omissões ou
excessos:
Exemplificando:
“ Serve para refinar o ser humano.” Podemos afirmar isto, mas, é fato que a arte poderá
tanto torná-lo mais puro como o tornará mais impuro também se a trilha percorrida pelo
indivíduo não estiver embasada por princípios éticos e morais. Quanto a “Traduz a nossa
visão sobre o mundo” ; a frase mostra-se incompleta quando nossa visão é deturpada, por
exemplo, pelas influências externas, que não buscam outro propósito além de satisfazer os
interesses financeiros do criador da obra, jamais insere a mínima preocupação com o que é
verdadeiro e mesmo sendo uma verdade existente não há a mínima predisposição em corrigir
o que está prejudicando. Enfim, deixaremos que as demais frases sejam verificadas pelo (a)
leitor (a) que busque se aprofundar melhor nos conhecimentos logosóficos, principalmente em
“defesas mentais” .
A complexidade mental humana ainda não nos permite, mesmo com a neurociência,
definir parâmetros reacionários diante dos fatos; não há como definir reações iguais para
indivíduos diferentes, cada um reage diversamente diante da mesma provocação. Até define-
se, algumas áreas do cérebro, como mais ativas em determinados momentos, quando o
indivíduo é submetido a alguns estímulos, mas o que o mesmo pensará neste instante é
indefinível, ainda indecifrável.
As transformações são frequentes no dia-a-dia de cada ser, ações e reações são
constantes, mesmo quando adormecidos estamos, entretanto podemos ou não estabelecer
metas distintas e conscientes, mesmo diante de ações aleatórias, nossas reações podem e
devem ser controladas. Tomar as rédeas de nós mesmos nos possibilita caminhar, com mais
segurança.
As adversidades previsíveis nos colocam em estado de alerta mental, mas que dizer
das imprevisíveis, principalmente quando não estamos embasados científica e filosoficamente
para a resolução dos problemas? Indo mais adiante, podemos questionar: os conhecimentos
científicos e filosóficos são suficientes para o gerenciamento da vida?
Aqui retomamos o questionamento: O que é Logosofia?
77
12
Figura 17 - Carlos Bernardo González Pecotche
Fonte: http://www.logosofia.org.br/
12 Pensador e humanista, Carlos Bernardo González Pecotche nasceu em Buenos Aires, Argentina,
em 11 de agosto de 1901. Com apenas 29 anos, reagindo contra a rotina dos conhecimentos e sistemas
usados para a educação e a formação do ser humano, deu nascimento à Logosofia, ciência de profundo
significado humanístico (LOGOSOFIA, 2017)
78
Temos alguns de nós, consciência de que àqueles que desejam dominar e serem donos
do poder, não interessa que o povo seja sábio.
É inquestionável que as pessoas de saber têm maior número de defesas mentais que
as medíocres e as ignorantes; porém, a preservação de uns poucos contra as argúcias
do mundo implica acaso proteção para os demais? Eis aqui algo em que ninguém
tem reparado, se nos atemos à persistente carência desses elementos de defesa. [...]
Cada homem necessita criar suas próprias defesas mentais. Como? Adotando a
posição inabalável que o faça invulnerável à influência de qualquer pensamento
sugestionador que tente subjugá-lo. [...] Feito o processo de conhecimento do
sistema mental - que funciona em cada indivíduo [...] - e realizado o processo
seletivo dos pensamentos [...] o ente humano se haverá capacitado para ser o dono
absoluto de seu campo mental, sem se expor, como antes, à dominação dos
pensamentos alheios que, inevitavelmente, causavam séria perturbação em sua vida.
Já não o surpreenderão as notícias difundidas com o objetivo de alarmar e perturbar,
nem será surpreendido tampouco pelas ideias extraviadas dos ressentidos sociais,
nem dos que buscam prosélitos para estender suas ideologias com pretensões de
dominação mundial, pois o homem que controla sua mente dificilmente poderá ser
burlado ou influenciado por essa classe de pensamentos. Quando o homem
compreende que seus pensamentos e ideias não são os veículos por meio dos quais
se manifestam o pensar e o sentir humanos, como efetivamente deveria acontecer, e
sim que os homens mesmos se converteram - salvo exceções - em veículos dos
pensamentos e ideias que povoam os ambientes, sua atitude mais lógica, prudente e
razoável deve ser a de pôr-se em guarda contra os perigos dessa subversão dos
valores essenciais do indivíduo. (PECOTCHE, 2013, p. 35)
O ser humano tem um mundo interno o qual precisa ser desvendado e a Pedagogia
Logosófica faz a narrativa precisa de como o mesmo é constituído, seu funcionamento nas
etapas da vida: infância, adolescência, juventude e idade adulta. Ao utilizá-la, passa a acessar
elementos de inteligência, sensibilidade e a dar mais atenção ao pensar e ao sentir de cada
fase. A mesma trabalha a harmonia dos organismos, físico, psicológico e espiritual.
Este método está em uso em alguns países, inclusive já é utilizado em algumas escolas
logosóficas existentes no Brasil, mas até o final desta pesquisa não se constata o emprego do
mesmo em escolas públicas brasileiras.
A Logosofia assinala que nunca, como nos tempos atuais, foi tão necessário, útil e
instrutivo o conhecimento das defesas mentais que cada indivíduo pode instituir,
para preservar-se dos males que constantemente ameaçam sua integridade física,
moral e espiritual (ANDRADE, 2012; p. 17).
80
10. C O N C L U S Ã O
Conclui-se que educadores podem optar por uma música qualquer, mesmo aquela que
não transmita boas informações ao consumidor, para utilizá-la em procedimento educativo,
mas não podem negar a gravidade do problema disfuncional que hoje é constante nos meios
artísticos e sociais que buscam elogiar o conviver com as diferenças. Disfunção, decorrente de
processos educativos estereotipados, alienantes os quais tendem a inverter valores éticos e
morais. Há trabalhos que são anticulturais e têm tendências escusas. Autores nacionais ou
internacionais, que não dão a mínima importância à educação e não medem consequências,
devem ser criticados pelas percepções que precisam ser delineadas e transmitidas no processo
de desenvolvimento sociocultural.
No meio mercadológico, considerando a globalização com a interferência de
empresários, investidores estrangeiros, dentro do nosso país, notamos uma concorrência
desleal e procedimentos que têm tendências a denegrir a cultura nacional utilizando recursos
ilícitos, ímprobos. O exemplo da entrada do funk, de origem norte americana, no mercado
nacional, mostra obviamente a realidade. O ritmo envolvente, sincopado, alimentado pela
insinuação sexual, drogas e libertinagem, letras indecorosas as quais retiram da mulher sua
beleza colocando-a como objeto sexual. O fato de sua influência musical interferir na
produção hormonal, aliciando, alienando, extasiando como fazem as drogas, dá mostras do
potencial musical utilizado para ostentação e enriquecimento dos criadores, infelizmente para
os brasileiros que não são seletivos e para a sociedade como um todo o resultado não é
positivo. Retiram do meio, obras que educam, acrescentam, desenvolvem, trocando por obras
que degeneram, denigrem. Fazendo-se uso de recursos psicológicos de divulgação, como o
martelar constante da propaganda, observado com frequência quando se utiliza a música nas
campanhas eleitorais, onde se vende a imagem do candidato, que normalmente, politicamente,
não corresponde aos anseios populares. Campanhas promocionais de eventos e/ou produtos,
inclusive nas redes sociais, utilizando-se para isto, do princípio básico da repetição do que se
quer vender. Ou mesmo a música pela música deturpando-se a beleza do gênero na
importação ou localizadamente, dentro do país. Trazem para nosso país, e aqui se inclui
brasileiros, trabalhos feitos no exterior impregnando-nos com parte de sua cultura funesta;
priorizam a venda do seu produto aparteando a mostra do que é nosso, ocupando os espaços
de divulgação. Logicamente não podemos nos furtar, diante do processo irrevogável da
globalização, de admitir a vinda do que é bom de outra cultura, enclausuramento não é a
proposta, mas a filtração do que vem.
82
para melhorar a lucidez individual utilizando mais a inteligência por meio de uma Pedagogia
Logosófica em todas as esferas educativas do nosso país.
Sejamos solidários!
Sem corrupção!
84
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89
GLOSSÁRIO
Alegro [Do it. allegro.] Mús. Advérbio. 1.Viva e alegremente; em andamento animado.
Substantivo masculino. 2.Trecho musical nesse andamento.
Alienado [Do lat. alienatu.] Adjetivo. 1.Cedido, transferido; vendido. 2.V. alheado (3).
3.Louco, doido, desvairado, alheado. 4.Que se encontra no estado de alienação (9).
Substantivo masculino. 5.Aquele que é doido; demente, louco. 6.Aquele que se acha no
estado de alienação (9).
Andante2 [Do it. andante.] Mús. Advérbio. 1.Em andamento moderado, entre adágio e
alegro. Substantivo masculino. 2.Trecho musical nesse andamento. adágio2 [Do it. adagio.]
Mús. Advérbio. 1.Em andamento lento, vagaroso, pausado, entre o largo e o andante.
Substantivo masculino. 2.Esse andamento. 3.Composição musical, ou movimento ou divisão
de uma composição (sonata, concerto, sinfonia, etc.), nesse andamento. [Cf. adagio, do v.
adagiar.] largo1[Do it. largo.] Mús. Substantivo masculino. 1.Andamento largo, pausado.
2.Trecho musical nesse andamento. Andamento [De andar + -mento.] Substantivo masculino.
4.Mús. Grau de velocidade que se imprime à execução de um trecho musical. [Conforme esse
grau, consideram-se três tipos de andamento: lento, moderado e rápido.] [Sin. (pop.), nesta
acepç.: batida.]
Contra-senso [De contra- + senso.] Substantivo masculino. 1.Dito ou fato contrário ao bom
senso; absurdo, disparate, despautério.
Córtex (cs) [Do lat. cortex (nom.).] Substantivo masculino. 1.Biol. Camada externa de todos
os órgãos animais ou vegetais, de estrutura mais ou menos concêntrica; cortiça: córtex
cerebral. [F. paral.: córtice. Pl .: córtices.]
2. freq. estudo dos postulados, conclusões e métodos dos diferentes ramos do saber científico,
ou das teorias e práticas em geral, avaliadas em sua validade cognitiva, ou descritas em suas
trajetórias evolutivas, seus paradigmas estruturais ou suas relações com a sociedade e a
história; teoria da ciência. (https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-
instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=Epistemologia&*)
Ergógrafo [De erg(o)-1 + -grafo.] Substantivo masculino. l.Med. Instrumento com que se
realiza o ergograma. Ergograma [De erg(o)-1 + -grama.] Substantivo masculino. l.Med.
Registro gráfico do trabalho muscular, obtido mediante o uso do ergógrafo.
Ética [Do lat. ethica < gr. ethiké.] Substantivo feminino. l.Filos. Estudo dos juízos de
apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e
do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto. [Cf. bem (1) e
moral (1).]
Gestaltismo (gues) [Do al. Gestalt, ‘forma’, + -ismo, para traduzir o al. Gestalt Theorie.]
Substantivo masculino. l.Filos. Doutrina relativa a fenômenos psicológicos e biológicos, que
veio a alcançar domínio filosófico, e consiste em considerar esses fenômenos não mais como
soma de elementos por isolar, analisar e dissecar, mas como conjuntos que constituem
unidades autônomas, manifestando uma solidariedade interna e possuindo leis próprias, donde
resulta que o modo de ser de cada elemento depende da estrutura do conjunto e das leis que o
regem, não podendo nenhum dos elementos preexistir ao conjunto; teoria da forma.
Indutor (ô) [Do lat. inductore.] Adjetivo. 1.Que induz, incita, instiga ou sugere. 2.Que
produz indução. Substantivo masculino. 3.Aquele que induz; incitador, instigador, induzidor.
Indução [Do lat. inductione.] Substantivo feminino. 1.Ato ou efeito de induzir. [...]
Indução aristotélica. 1. Lóg. V. indução completa. Indução científica. Lóg. 1. Na tradição
clássica, indução incompleta cuja conclusão, não obstante, é universal e necessária, pois se
estabelece por meio de procedimentos metódicos rigorosos, que levam à descoberta de
relações constantes entre objetos de uma mesma classe ou de classes diferentes; indução
amplificante, indução baconiana. 2. Na lógica formal contemporânea, indução incompleta
caracterizada essencialmente pelo caráter provável da conclusão à qual, não obstante, admite
graus rigorosamente determinados de probabilidade mediante os procedimentos metódicos
(estatísticos) utilizados. Indução completa. 1. Lóg. Raciocínio cuja conclusão é uma
proposição universal e necessária que se estabelece pelo exame de todos os objetos de uma
classe; indução aristotélica, indução formal. Indução formal. 1. Lóg. V. indução completa.
Indução incompleta. 1. Lóg. Raciocínio pelo qual se estabelece uma proposição universal a
partir do exame de alguns dos objetos de uma classe. [V. indução por enumeração e indução
científica.] Indução por enumeração. 1. Lóg. Indução incompleta cuja conclusão é apenas
provável, pois se estabelece a partir do conhecimento parcial e não controlado (transmitido
91
pela tradição, por crença ou fundado em dados circunstanciais) dos objetos de uma classe.
[Cf. indução científica.]
Induzir [Do lat. inducere.] Verbo transitivo direto. l.Causar, inspirar, incutir: induzir medo.
2.Inferir, concluir, deduzir: Analisando diversos fenômenos particulares, o filósofo induz uma
proposição geral. 3.Revestir, guarnecer, indutar. 4.Mover, levar, arrastar: Falava, gritava,
dramatizava, para induzir o auditório. Verbo transitivo direto e indireto. 5.Instigar, incitar,
sugerir, persuadir: Induziu-os ao crime; [...] ó.Mover, levar, arrastar: Os conjurados queriam
induzir o povo ao levante. 7.Fazer cair ou incorrer: “Culpa tivera ela, induzindo em erro tanta
gente.” (Visconde de Taunay, Ao Entardecer, p. 143.) Verbo intransitivo. 8.Praticar a indução
(2): “não analisamos, não deduzimos, não induzimos, não abstraímos, etc. — somos instinto,
somos uma força da natureza.” (João Gaspar Simões, O Mistério da Poesia, pp. 12-13).
[Irreg. Conjug.: v. aduzir.]
Interagir Verbo 1. transitivo indireto e bitransitivo. Exercer ação mútua (com algo),
afetando ou influenciando o desenvolvimento ou a condição um do outro. "alguns genes de
bactérias interagem com os genes de várias plantas" 2. transitivo indireto e intransitivo. Ter
comunicação, diálogo (com outrem) em dada situação (familiar, profissional etc.); comunicar-
se, relacionar-se. "é preciso que a gerência interaja mais com os funcionários"
Isócrono adjetivo 1. diz-se dos movimentos que se realizam com a mesma duração ou com
intervalos iguais. 2. que tem movimentos isócronos. "as coristas de um filme musical devem
ser rigorosamente i. ao erguer e baixar as pernas"
Moral [Do lat. morale, ‘relativo aos costumes’.] Substantivo feminino. 1.Filos. Conjunto de
regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou
lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. [Cf. amoral (4 e 5) e ética.] 2.Conclusão moral
que se tira de uma obra, de um fato, etc. Substantivo masculino. 3.O conjunto das nossas
faculdades morais; brio, vergonha.
Música mú.si.ca s f (laí musica) 1 Arte e técnica de combinar sons de maneira agradável ao
ouvido. 2 Composição musical. 3 Execução de qualquer peça musical. 4 Conjunto ou
corporação de músicos. 5 Coleção de papéis ou livros em que estão escritas as composições
musicais. 6 Qualquer conjunto de sons. 7 Som agradável; harmonia. 8 Gorjeio. 9 Suavidade,
ternura, doçura. 10 fam Choro, manha. M. absoluta: a que agrada por si mesma, sem
necessidade dos elementos objetivos ou psicológicos do título, texto ou programa. M. chã: o
mesmo que cantochão. M. clássica: a) música escrita por compositores que se caracterizam
pelo classicismo; b) música de acordo com predeterminada forma de arte; música fina; c)
música que não é do gênero popular. M. coral: música cantada ou executada por um coro. M.
das esferas: harmonia etérea que os pitagóricos supunham ser produzida por vibrações das
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Neurociência 1.Qualquer das ciências que estudam o funcionamento do sistema nervoso, esp.
o do cérebro.
Nicho [Do it. ant. nicchio, fonte tb. do esp. nicho.] Substantivo masculino. 7.Market.
Segmento restrito do mercado, não atendido pelas ações tradicionais de marketing, e que ger.
oferece novas oportunidades de negócio.
Obnubilar [Do lat. obnubilare, ‘cobrir com uma nuvem’.] Verbo transitivo direto.
1.Obscurecer, escurecer: Os preconceitos obnubilam a visão objetiva dos fatos; “Porque a tal
nível de perfeição haviam chegado os artífices de outrora na reprodução manual de vistas,
cenas ou figuras, que o prestígio da sua arte obnubilou o juízo e o critério dos homens” (Léu
Vaz, Páginas Vadias, pp. 169-170). 2.Med. Produzir obnubilação em. Verbo pronominal.
3.Pôr-se em trevas; obscurecer-se.
Obnubilação [Do lat. tard. obnubilatione.] Substantivo feminino. 1.Med. Perturbação da
consciência, caracterizada por obscurecimento e lentidão do pensamento.
Razão [Do lat. ratione.] Substantivo feminino. 1.Faculdade que tem o ser humano de avaliar,
julgar, ponderar idéias universais; raciocínio, juízo. 2.Faculdade que tem o homem de
estabelecer relações lógicas, de conhecer, de compreender, de raciocinar; raciocínio,
inteligência. 3.Bom senso; juízo; prudência:
APÊNDICES
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Apêndice 1 - Reportagem
Repórter: Aí rolou?
Adolescente: Ele não assumiu. Falou que não era filha dele. E eu cheguei a falar que eu fazia
DNA, que eu provava que era filha dele. Ele falou: “Não, não vou registrar” . Eu falei: “Está
bom. Eu pego minha filha e registro” .
Essa adolescente é uma das muitas meninas que engravidam nos bailes funk no estado
de São Paulo.
“Nós tivemos, de 10 a 14 anos, 3,4 mil meninas que foram mães. Mães que
registraram os seus bebês. Então, o nosso calculo é que 10%, e que são 340, engravidaram no
baile funk. Isso representa uma por dia”, explica Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do
programa da adolescência do estado de São Paulo.
Esse número é de 2013. De lá pra cá, a coordenadora do Programa da Adolescência do
Estado de São Paulo resolveu prestar mais atenção nessas meninas e pesquisar quem fica
grávida nos bailes funk.
No mês passado, ela fez um novo levantamento com 96 jovens e adolescentes que
procuraram as casas de apoio. A pergunta era: "O que você pensa sobre ter relação sexual em
bailes funk?"
"O assustador dessa pesquisa é que só 37% condenam o fato de ter uma relação, ou gravidez
no baile funk. Quer dizer, 47% nem acham nem sim nem não", diz Albertina Duarte Takiuti,
coordenadora do programa
Os outros 16% disseram que não veem problema em ter relação sexual nos bailes.
"Então são meninas que precocemente nós precisamos fazer o controle de doenças, desde HIV
até sífilis e que realmente elas precisam ter uma atuação muito rápida”, conta Albertina
Takiuti.
Esses bailes funk, ou fluxos, pancadões, como os jovens chamam normalmente,
acontecem no meio da rua como um que acontece na Zona Leste de São Paulo. Os moradores
contam que tem festa todo fim de semana. E aí tem adultos e também adolescentes. No meio
da curtição, os jovens bebem, usam drogas e muitos fazem sexo na rua mesmo.
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"Você já chega, já olha, já vem um monte de menino atrás de você, já te pedido beijo,
oferecendo bebida para você, mandando entrar dentro do carro para sair. “Já tive caso de estar
olhando muito para o menino. Aí nós ‘ficava’ naquela troca de olhar e nós ‘acabou’ ficando.
A competição é essa: quem fica com mais. A maioria das meninas é tudo assim: 'Você ficou
com um, eu fiquei com dois'. 'Você ficou com dois, eu fiquei com três”, conta a menor.
Um menino passou a adolescência indo para as festas. Ele contou para a equipe de
reportagem que fazer sexo nas festas era comum.
Adolescente: Pensava. Eu me prevenia da melhor forma possível. Tinha amigos meus que
geralmente não se prevenia, e ia de qualquer forma, em qualquer ambiente e qualquer lugar.
"Tava" nem aí.
Repórter: E depois?
Repórter: Até outro dia era você brincando e agora você de fato tendo essa
responsabilidade. P Isso pesa? Você pensa em como vai ser a sua vida daqui para frente?
Adolescente: Eu penso, sim. Filho é uma coisa que não pode brincar. Tem que pensar em
trabalhar, cuidar, ter responsabilidade. Quando você tem filho você tem que ter
responsabilidade.
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ENQUETE
1. Você acha que o Curso de Licenciatura em Música, dado pela Universidade Federal
do Maranhão, satisfaz sua expectativa a qual existia antes de efetivamente fazê-lo?
Sim Não Porquê?
2. O número de professores existentes no Curso é satisfatório?
Sim Não Porquê?
3. As disciplinas lecionadas são suficientes para o devido preparo de um professor de
música?
Sim Não Porquê?
4. Além das disciplinas curriculares você sugeriria outras que pudessem melhor preparar
o professor?
5. O que acha da ideia de ter a música lecionada em todos os Cursos universitários, tanto
na Área de humanas, como de Exatas, Biológicas, enfim, todas!
6. Você acha que a música influi no comportamento humano, em seu corpo, sua mente,
apenas de maneira positiva ou existem aspectos negativos?
7. As disciplinas dadas atualmente no Curso, em sua opinião, deixam o professor
suficientemente informado dos perigos ocasionais patrocinados pelo mau uso da
música?
8. que você acha do efeito Mozart?
9. A Lei de Diretrizes e Bases n° 9394, de 20 de Dezembro de 1996, manifesta-se com
referência ao ensino da música apenas na educação básica, sem a “formação
continuada”, você acha que poderia ser modificada? Como?
10. A música deveria ser disciplina obrigatória e exclusiva no currículo da educação
básica ou deve ser mantida como “obrigatória, mas, não exclusiva”, permanecendo
como uma extensão da Arte?
11. O que você acha do professor polivalente dando, na educação básica, aulas de música
e/ou professor de música dando aulas de química, biologia, ou outra disciplina
qualquer de Arte mesmo, tipo artes visuais? Porquê?
12. Os músicos, artistas de hoje são respeitados em sua profissão ou ainda permanecem
sendo vistos como alcoólatras, drogados, antissociais, têm sua profissão reconhecida e
recompensada, como as demais profissões; exemplo: médicos, advogados,
engenheiros?
13. Você acredita que a música tem evoluído ao longo dos anos? Você fala de quantos
anos aproximadamente?
13.1 Em que aspecto?
13.2 O que você apontaria como principal causa?
Apêndice 3 - Autorização.
Você está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa: A
Influência musical no corpo e na mente: o pensamento crítico.
Prevemos que esta pesquisa não acarretará nenhum tipo de desconforto ou risco
significativo, comprometendo apenas um pequeno intervalo do tempo disponível dos
participantes para colaborarem com a investigação pretendida. O (a) Sr (a) poderá sentir
também certo desconforto em compartilhar um pouco das suas informações pessoais ou
confidenciais e que tenha receio do vazamento das informações, porém as informações desta
pesquisa serão confidencias, e serão divulgadas apenas em eventos ou publicações científicas,
não havendo identificação dos voluntários, sendo assegurado total sigilo sobre sua
participação.
Pesquisador(a) responsável