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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 29.04.

03
ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES
DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO

DISCIPLINA: LINGÜISTICA E DOCUMENTAÇÃO


PROFESSORA: MARILDA LOPES G. DE LARA
ALUNO: EDSON LUIZ FOGO

QUESTÕES

1) Conceituar estrutura lingüística. Identificar como essa noção é utilizada na elaboração de uma
linguagem documentária?
Estrutura lingüística é a organização interna de uma língua, isto é, são os sistemas de relações
estabelecidas entre os componentes internos de uma língua, sem levar em conta qualquer análise
histórica ou evolutiva. É a descrição sincrônica que fala Saussure.
Como a língua, a linguagem documentária também possui uma estrutura ou organização interna
com um sistema de relações entre seus componentes. “A LD não se define em relação ao acervo”
(TÁLAMO, 1997, p.10), portanto também ocorre a separação entre a estrutura da linguagem e
fatos externos à essa estrutura.

2) O que se entende por sistema modelizante primário? Um tesauro pode ser visto como sistema
modelizante? De que tipo? E por quê?
Dentro da semiologia ou semiótica, sistema modelizante primário é a língua natural ou seja o
primeiro modelo ou sistema modelizante que o homem aprende a manejar depois de nascer.
O tesauro é um conjunto controlado de termos selecionados a partir de uma língua natural.
Portanto é um sistema modelizante secundário, já que têm a língua natural na sua base e constitue
uma estrutura complementar à ela.

3) O que é dupla articulação na língua? Por que afirmamos que a Linguagem Documentária não
tem articulação?
Articulado significa constituído de partes. Na língua articulação se refere à possibilidade de um
enunciado ser dividido nas partes que o constituem; dupla articulação na possibilidade do
enunciado passar por uma seqüência de duas divisões.
A primeira articulação se refere à primeira divisão em elementos menores significativos, os
morfemas. A segunda articulação se refere à divisão dos morfemas em elementos mínimos que não
contém nenhum significado, os fonemas.
A linguagem documentária é uma linguagem construída de tal forma que exista um controle do seu
vocabulário para que cada unidade corresponda a um conceito ou noção, logo cada conceito não
pode se decompor em elementos menores dotados ou não de significados, pois o fato de um
conceito assumir mais de um ou nenhum significado torna impraticável o tratamento e recuperação
da informação.

BIBLIOGRAFIA:

CINTRA, Anna M. M. et al. Para entender as linguagens documentárias. São Paulo:


Polis; APB, 1994.

LOPES, E. Fundamentos da lingüística contemporânea. São Paulo: Cultrix, 1976.


TÁLAMO, Maria de Fátima G. M. Tálamo. Linguagem Documentária. São Paulo: APB,
1997.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 01.04.03
ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES
DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO

DISCIPLINA: LINGÜISTICA E DOCUMENTAÇÃO


PROFESSORA: MARILDA LOPES G. DE LARA
ALUNO: EDSON LUIZ FOGO

SIGNO: EM BUSCA DAS BIBLIOTECAS DA PREFEITURA DE SÃO PAULO

Ocorreu que um estudante precisou fazer uma pesquisa sobre as bibliotecas da


prefeitura de São Paulo, meio desnorteado foi ao catálogo manual de assuntos da
biblioteca da ECA e procurou o cabeçalho Bibliotecas da Prefeitura de São Paulo sem
resultado. O que esse estudante não sabia é que os cabeçalhos de assuntos são parte de um
vocabulário controlado, portanto um signo.
Mas revirando as fichas catalográficas deparou-se com o cabeçalho de assuntos
Bibliotecas Públicas Brasil (outro signo), e um dos registros encontrados foi:
Bibliotecas Públicas Brasil

t027.40981 Oliveira, Zita Catarina Prates de


A biblioteca “fora de tempo”:políticas governamentais de biblio-
tecas públicas no Brasil, 1937 - 1989. São Paulo, ECA/USP, 1994
221p. Tese (doutorado) ECA/USP.
Bibliotecas Públicas Brasil

Apesar de desconfiar que esta obra não serviria aos seus propósitos, mesmo assim
foi conferir. Para isto precisou do número de classificação que se encontra à esquerda da
ficha: 027.40981. Esse número é a representação de um assunto conforme a CDD
(Classificação Decimal Dewey), portanto é um signo. Assim seus temores se confirmaram
e ele continou sua pesquisa.
Sentou-se diante de um microcomputador e viu um ícone (um signo)
representando pesquisa local, onde estão hospedadas várias bases de dados, entre elas o
ECALIV. No ECALIV começou a chamada pesquisa livre, que nada mais é que uma
busca Booleana, inclusive usa suas expressões (signos) características (OR, AND, NOT,
etc). O desconhecimento do que é um vocabulário controlado (signos) novamente fez sua
pesquisa resultar em nada.
Desanimado verificou que na tela microcomputador existia outro ícone (continua
no verso)
(outro signo) indicando Internet Explorer. Acessou o site Google, digitou as palavras
Bibliotecas da Prefeitura de São Paulo (signos, na verdade) e finalmente encontrou as
informações que queria.
Selecionou, recortou e colou. Pronto, estava terminada sua pesquisa.

EXISTE SIGNO DOCUMENTÁRIO?

A própria história que acabou de ser contada nos fornece exemplos de signo
documentário. significado

significante ^ referente

O número de classificação 027.40981 é um símbolo que representa determinado


assunto (Bibliotecas Públicas Brasil). Esse assunto refere-se às bibliotecas públicas no
Brasil. Portanto:
significante: 027.40981
significado: Bibliotecas Públicas Brasil
referente: as próprias bibliotecas
Como se vê a linha que liga o significante e o referente é muito obscura. Afinal o
que representa para uma pessoa que conheça bibliotecas públicas, mas não conheça a
CDD, o número 027.40981?
A análise documentária tem como princípios a tradução de documentos para as
Linguagens Documentárias (documento: registro de uma informação em qualquer tipo de
suporte). “Essas linguagens são, pois construídas para a indexação, armazenamento e
recuperação da informação e correspondem a sistemas de símbolos, destinadas a ‘traduzir’
os conteúdos dos documentos” (CINTRA et all, 1994, P. 23), como foi visto no exemplo
acima.

BIBLIOGRAFIA:
CINTRA, Anna Maria et al. Para entender as linguagens documentárias. São Paulo: Polis:
APB, 1994. (Coleção Palavra Chave, 4).
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 11.10.02
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DISCIPLINA: LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS


PROFESSORA: MARILDA LOPES G. DE LARA
ALUNO: EDSON LUIZ FOGO

DIRETRIZES PARA (...) TESAUROS MONOLÍNGÜES - CAPs. 7/9/10

Nos tesauros, assuntos complexos podem ser representados por termos compostos que, em
geral, aparecem com mais de uma forma (ex: Hospital Infantil e Hospital para Crianças). É
necessário ser feita uma avaliação criteriosa para verificar se um termo composto deve ser
representado nessa forma ou fatorado em componentes separados. Exemplos:
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS PROCESSAMENTO DE DADOS PAPEL BÍBLIA
EDIFÍCIOS + CONSTRUÇÕES ? ?
Os termos de um tesauro e suas inter-relações são apresentados usualmente de três formas:
 em ordem alfabética junto com notas explicativas e indicação de relações entre termos. Ex:
CÂMARAS 4’ x 5’
NE: Câmaras com foco através da lente e com movimentos de báscula
UP: Câmaras de visão direta
TG: Câmaras Estáticas
CÂMARAS 35 mm
TG: Câmaras miniaturizadas
CÂMARAS MINIATURIZADAS
TG: Câmaras estáticas
TE: Câmaras 35 mm
 apresentação sistemática, auxiliada por índice alfabético. Exemplo:
301 EQUIPAMENTO ÓTICO CÂMARAS 302
302 CÂMARAS TR: Fotografia 824
TR: Fotografia 824 CÂMARAS 4’ x 5’
303 CÂMARAS DE IMAGENS NE: Câmaras com foco através da lente e
EM MOVIMENTO com movimentos de báscula
304 CÂMARAS CINEMATO- UP: Câmaras de visão direta
GRÁFICAS TG: Câmaras Estáticas
TR: Cinema CÂMARAS MINIATURIZADAS
TG: Câmaras estáticas
TE: Câmaras 35 mm
Apresentação sistemática Índice alfabético à apresentação sistemática
 apresentação gráfica: geralmente de dois tipos (estrutura em árvore e gráficos flechados)
acompanhado de um índice alfabético que contêm notas explicativas e referências a termos
genéricos e específicos.
Após a escolha da forma de apresentação, dois métodos são utilizados para reunirem-se os
termos candidatos à inclusão nos tesauros: dedutivo, os termos são extraídos de documentos
durante uma etapa preliminar de indexação e; indutivo, os termos são admitidos nos tesauros tão
logo apareçam nos documentos. Logo a seguir é feito o registro dos termos e, se possível,
verificado se é correto admitir determinado termo no tesauro. Devem ser observados critérios para
inclusão e exclusão de termos, até mesmo quanto a usos de termos altamente específicos.
Equipamentos de processamentos automático de dados podem ser utilizados para identificar
automaticamente os termos candidatos a partir de textos legíveis a máquina.
Os tesauros devem ser apresentados com página de rosto, sumário, introdução (contendo os
propósitos do tesauro, os campos temáticos, nº de termos, entre outros), apresentação sistemática
ou gráfica e seção alfabética.
BIBLIOGRAFIA:
AUSTIN, D. & DALE, P. Diretrizes para o estabelecimento e desenvolvimento de tesauros monolíngues. Trad. de
Bianca Amaro de Melo. Brasília: IBICT; SENAI, 1993. p. 33-40, p. 59-80.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 11.10.02
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DISCIPLINA: LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS


PROFESSORA: MARILDA LOPES G. DE LARA
ALUNO: EDSON LUIZ FOGO

PARA ENTENDER AS LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS/ARQUITETURA DA


INFORMAÇÃO: O CASO DO WEB SITE

Os tesauros tem origem nos conceitos de classificação por faceta da Classificação Colon de
Ranganathan e na obra do Classification Research Group. Ao contrário da CDD e da CDU que
procuram organizar todo o conhecimento humano, os tesauros procuram organizar unidades
bastante restritas do conhecimento.
As relações entre termos de um tesauro podem ser hierárquicas ou não hierárquicas.
As relações hierárquicas apresentam os princípios de subordinação e superordenação e, podem
ser genéricas e partitivas. As relações genéricas expressam as relações entre os conceitos
geral/particular ou específico e os termos são apresentados como nos exemplos: ANIMAIS
ANIMAIS
Mamíferos Carnívoros
Baleia Leão
As relações partitivas expressam as relações todo/parte e, o conceito de parte depende do conceito
de todo. Exemplos:
AUTOMÓVEL REGIÕES MONTANHOSAS
Motor Himalaia
Nas relações não-hierárquicas ou seqüências, também chamadas de associativas, os termos
relacionam-se entre si de alguma maneira, que podem ser: causa e efeito; produtor e produto;
oposição e contradição; etapas de um processo; de contradição e oposição; material e produto; etc.
Exemplos: Abastecimento de água - Irrigação
Tecelagem - Tecidos
Tabagismo - Fumo
Compra - Venda
Num tesauro, ou em qualquer outra linguagem documentária, não devem existir duas ou mais
palavras que expressem o mesmo conceito, portanto deve-se fazer uma simplificação da linguagem
natural e estabelecer um vocabulário controlado, verificando a existência de polissemia (palavra
com mais de um significado), ambiguidade (palavra sujeita a mais de uma interpretação),
sinonímia (equivalência entre duas ou mais palavras) e hiponímia (relação entre um lexema
subordinado e um superordenado).
A arquitetura de um web site aparenta-se com a estrutura de um tesauro, pois deve ser um
sistema que faça sentido para o usuário, onde exista a navegação vertical (somente hierárquica) ou
hierárquica com movimentação lateral e pode fazer uso de vocabulários controlados para definir
expressões que serão utilizadas em botões de acesso ou links.

BIBLIOGRAFIA

CINTRA, Anna Maria et al. Para entender as linguagens documentárias. São Paulo: Polis: APB,
1994. (Coleção Palavra Chave, 4). p. 35-68.

LARA, Marilda Lopes Ginez de. Arquitetura da Informação: o caso do web site. Rev. Bras.
Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, Nova Série, v. 1, n. 2, p. 132-137, 2000.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 20.09.02
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DISCIPLINA: LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS


PROFESSORA: MARILDA LOPES G. DE LARA
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DIRETRIZES PARA (...) TESAUROS MONOLÍNGÜES

Nos tesauros os termos não mantêm apenas relação hierárquica como nas classificações
decimais conhecidas, os príncipios para construção de um tesauro podem ser encontrados
nas facetas da Classificação Colon de Ranganathan.
Os termos indexados dependem dos ítens passíveis de catalogação, chamados
documentos. Dos documentos são retirados conceitos que substituídos por termos
normalizados ou termos de indexação (termos de indexação podem ser compostos,
constituído por mais de um substantivo, ou simples), constituirão a linguagem de
indexação, usada para representar os assuntos dos documentos.
Logo, de um documento como “Computadores em bancos de Amsterdam”, podem ser
retirados: computadores, bancos e Amsterdam. Mas, apesar de não ser citado no
documento, Amsterdam relaciona-se com Países Baixos ou Holanda, bancos com sistema
financeiro e computadores com processamento de dados.
As relações estabelecidas entre termos apenas nos documentos, aquelas que
normalmente não ocorrem fora deles (“Computadores em bancos de Amsterdam”), são
conhecidas como relações a posteriori. As relações que não dependem dos documentos,
pois normalmente já se relacionam (Amsterdam e Países Baixos, bancos e sistema
financeiro, computadores e processamento de dados), mas estão estabelecidas nos tesauros
são conhecidas como relações a priori.

Países Baixos Instituições Processamento de


 financeiras dados B
   
Amsterdam Bancos Computadores

A 

A Relações a posteriori
B Relações a priori, estabelecidas no tesauro

Nos tesauros, as funções e relações entre termos são indicadas pelas seguintes
abreviaturas padronizadas, que são usadas como prefixos dos termos: TG, termo genérico;
TE, termo específico; TR, termo relacionado; NE, nota explicativa; TGM, termo genérico
maior; UP, usado para; USE. Exs:
CARROS DESPESA PÚBLICA MORTALIDADE INFANTIL
UP: Automóveis TG: Despesas TG: Mortalidade
TR: Finanças Públicas TE: Mortalidade Neo-natal
TGM: Gastos Públicos Mortalidade Pós-neonatal
BIBLIOGRAFIA:

AUSTIN, D. & DALE, P. Diretrizes para o estabelecimento e desenvolvimento de tesauros monolíngues. Trad. de
Bianca Amaro de Melo. Brasília: IBICT; SENAI, 1993. p. 5-32.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 20.09.02
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DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO

DISCIPLINA: LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS


PROFESSORA: MARILDA LOPES G. DE LARA
ALUNO: EDSON LUIZ FOGO

RELAÇÕES BÁSICAS EM UM TESAURO/TERMINOLOGIA

Os sistemas de classificação passaram por dois estágios de desenvolvimento: as classificações


decimais, como a CDD e a CDU e, os sistemas facetados elaborados a partir de Ranganathan. A
organização de assuntos na hierarquia utilizada nas classificações decimais nem sempre obedece a
critérios adequados, em muitos casos esconde relações distintas da subordinação e
superordenação. As relações existentes entre as categorias e entre os termos num tesauros
procuram superar esse problema e baseiam-se na classificação Cólon de Ranganathan.
Terminologia é “a ciência que trata teoricamente dos conceitos, sistemas de conceitos e sua
representação” (LARA, 1997, p. 2). Num tesauro os conceitos (que podem ser: genéricos,
abrangentes, específicos e partitivos) são representados pelos termos de indexação. As relações
entre termos em um tesauro são de equivalência, hierárquica e associativa.
As relações de equivalência acontecem quando os termos são sinônimos ou quase- sinônimos,
ou quando existe um termo preferido e um não preferido. No último caso usam-se os prefixos UP
(usado para) e USE.
Nas relações hierárquicas ocorre a subordinação e a superordenação entre:
entre uma classe e seus membros:
RATOS ROEDORES
TGG: Roedores TEG:Ratos
entre o todo e parte:
EXÉRCITO
DIVISÕES
BATALHÕES
nas relações de exemplo:
REGIÕES MONTANHOSAS
ALPES
HIMALAIA
As relações associativas referem-se àquelas em que não ocorre relação hierárquica, mas existe
uma notória relação entre os termos. Exemplos:
ESTÉTICA TECIDO NAVIOS
TR: Beleza TR: Tecelagem TR: Barcos
Quando os termos de um tesauro estão organizados em categorias deve-se também considerar
as relações entre estas categorias. A noção de categoria deve-se a Ranganathan: são classes mais
abrangentes de termos ou conceitos. As categorias são organizadas em um tesauro por campos ou
por facetas, mas podem existir combinação dos dois métodos de organização.

BIBLIOGRAFIA:

AUSTIN, D. & DALE, P. Diretrizes para o estabelecimento e desenvolvimento de tesauros monolíngues. Trad. de
Bianca Amaro de Melo. Brasília: IBICT; SENAI, 1993. p. 5-32.

LARA, Marilda L. G. de. Conceitos e sistemas de conceitos: contribuições da Terminologia para a organização das
Linguagens Documentárias. (Apostila para uso didático). São Paulo: CBD/ECA/USP: 1997.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 13.09.02
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DISCIPLINA: LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS


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DIRETRIZES PARA (...) TESAUROS MONOLÍNGÜES

Tesauros monolíngües são “aqueles onde as equivalências conceituais são expressas em


termos selecionados a partir de mais de uma linguagem natural” (p. 9).
O texto tem como referências as normas ISO/DIS 5964 que “trata da construção e
manutenção de um tesauro multilíngüe” (p. 9) e ISO/DIS 5963, que “trata de alguns
aspectos da seleção de termos (...) voltada particularmente aos meios para estabelecer e
representar certos tipos de relações entre os termos de indexação” (p.7) .
As relações entre os termos de indexação podem ser a priori ou a posteriori. Na
relação a posteriori “os termos (...) normalmente não se associam de acordo com as
estruturas de referência comuns, e, portanto suas relações podem ser consideradas como
dependentes do documento” (p. 8). E nas relações de um tesauro ou a priori as “relações e
manifestam por implicação, pois fazem parte de estruturas comuns e compartilhadas. (...)
são independentes do documento” (p. 8).
Exs: Indexação do documento “Computadores em bancos de Amsterdam”.

Países Baixos Instituições Processamento de


 financeiras dados B
   
Amsterdam Bancos Computadores

A 

A Relações a posteriori
B Relações a priori, estabelecidas no tesauro

Dos ítens passíveis de catalogação, chamados documentos, são retirados conceitos que
substituídos por termos normalizados ou termos de indexação (termos de indexação
podem ser compostos, constituído por mais de um substantivo, ou simples), constituirão a
linguagem de indexação, usada para representar os assuntos dos documentos.
Assim estabelece-se uma definição precisa de tesauro: “vocabulário controlado de uma
linguagem de indexação, formalmente organizado para explicitar as relações a priori entre
conceitos” (p. 14).
Nos tesauros, as seguintes abreviaturas padronizadas são usadas como prefixos dos
termos: TG, termo genérico; TE, termo específico; TR, termo relacionado; NE, nota
explicativa; TGM, termo genérico maior; UP, usado para; USE. Exs:
CARROS ANIMAIS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE
UP: Automóveis UP: Fauna UP: OMS

BIBLIOGRAFIA:
AUSTIN, D. & DALE, P. Diretrizes para o estabelecimento e desenvolvimento de tesauros monolíngues. Trad. de
Bianca Amaro de Melo. Brasília: IBICT; SENAI, 1993. p. 5-32.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 23.08.02
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DISCIPLINA: LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS


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LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS

“Há entre os lingüistas um consenso no sentido de considerar a


linguagem como a capacidade humana de criar mensagens para a
comunicação e língua como sistema de signos vocais utilizados pelas
comunidades lingüisticas” (DODEBEI, 2002, p. 47).
As linguagens documentárias são “construídas para indexação,
armazena- mento e recuperação da informação e correspondem a
sistemas de símbolos, destinadas a ‘traduzir’ os documentos” (CINTRA,
1994, p. 23).
“As linguagens naturais, isto é, as linguagens faladas, apresentam
características que dificultam sua utilização para o tratamento da
informação. Elas são em numerosas e têm, cada uma, grande
quantidade de termos, o que dificultaria o manuseio dos arquivos”
(GUINCHAT, 1994, p. 133-134).
“As linguagens documentais fazem uma condensação e uma
simplificação da linguagem natural (por esta razão que se fala de
linguagens ou de vocabulário ‘controlados’) e retêm apenas uma parte
das palavras e poucas regras gramaticais” (GUINCHAT, 1994, p. 134).
A “classificação é o processo de tradução do nome de um determinado
objeto natural para uma linguagem classificatória” (RANGANATHAN,
apud: DODEBEI, 2002, p. 41).
“As linguagens documentárias mais conhecidas são o tesauro e os
sistemas de classificação documentária. As diferenças entre esses dois
tipos de linguagens documentárias reside no maior ou menor grau de
reprodução das relações presentes na linguagem natural e no universo
de conhecimento que pretendem cobrir.
Os primeiros sistemas de classificação bibliográfica conhecidos são
de natureza enciclopédica, como a CDD - Dewey Decimal Classification,
a CDU - Classificação Decimal Universal e a LC - Library of Congress, e
visam cobrir todo o espectro do conhecimento” (CINTRA, 1994, p. 29).
“Por outro lado, quando as linguagens são consideradas
instrumentos do processo de indexação, temos os tesauros. Os
tesauros possuem uma característica singular no âmbito das linguagens
documentárias que é a organização do seu campo terminológico”
(DODEBEI, 2002, p. 59). “O tesauro (...) é um conjunto controlado de
termos entre os quais foram estabelecidas relações hierárquicas e
relações de vizinhanças” (GUINCHAT, 1994, p. 146).
“A atualização das linguagens documentais é uma necessidade,
porque a linguagem natural evolui à medida que os conhecimentos
progridem e que as atividades se diversificam” (GUINCHAT, 1994, p.
151).

BIBLIOGRAFIA:

CINTRA, Anna Maria et al. Para entender as linguagens documentárias. São Paulo: Polis: APB,
1994. (Coleção Palavra Chave, 4). p. 23-34.

DODEBEI, Vera Lucia Doyle. Tesauro: linguagem de representação da memória documentária.


Niterói: Intertexto; Rio de Janeiro: Interciência, 2002. p. 39-60.

GUINCHAT, C. & MENOU, M. Introdução geral às ciências e técnicas da informação e


documentação. 2. ed. coorr. aum., por Marie France Blanquet; Trad. de Miriam Vieira da
Cunha. Brasilia: IBICT, 1994. p. 133-164.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 23.08.02
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DISCIPLINA: LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS


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CONHECIMENTO, INFORMAÇÃO E LINGUAGEM

Modelos de representações sociais são “ ‘construções’ da mente humana, que têm


função psicológica, aquisitiva, organizacional, normativa, sistemática, construtiva e de
parentesco, o que permite a comunicação das idéias científicas, na medida em que muitos
modelos se aplicam a mais de um conjunto de observações, de mais de uma área do
conhecimento” (DODEBEI, 2002, p. 20).
“Todo conhecimento começa por algum tipo de informação e se constitui em
informação” (CINTRA, 1994, p.14). A informação é o fluxo de conhecimento que
caminha de um emissor até um receptor e pode ser representado por três etapas: produção,
registro e assimilação.
“Para que o conhecimento da sociedade não se perca e possa ser compartilhado, ele é
registrado num dado suporte: (...), passando a se constituir num documento” (CINTRA,
1994, p.14). O universo do documento ou memória documentária é constituído de três
etapas: aquisição, organização e disseminação.
O universo da informação somado ao universo do documento constitui o ciclo da
informação. O ciclo da informação “se compõe de um conjunto de operações em cadeia,
(...) as últimas operações estão ligadas às primeiras e as primeiras vão conduzindo às
últimas” (CINTRA, 1994, p. 17).
Na etapa de organização da memória documentária ocorre o “tratamento intelectual dos
documentos” (CINTRA, 1994, p.18), é onde inicia-se a relação da Ciência da Informação
com a linguagem.
A linguagem natural dos usuários e os documentos são os dados de entrada dos
Sistemas de Recuperação da Informação (SRI). Os SRI trabalham com esses dados para
localizar as informações relevantes, junto às informações disponíveis.

BIBLIOGRAFIA:

CINTRA, Anna Maria et al. Para entender as linguagens documentárias. São Paulo: Polis: APB, 1994. (Coleção Palavra
Chave, 4). p. 13-22.

DODEBEI, Vera Lucia Doyle. Tesauro: linguagem de representação da memória documentária. Niterói: Intertexto; Rio
de Janeiro: Interciência, 2002. p. 19-38.

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