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03
ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES
DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO
QUESTÕES
1) Conceituar estrutura lingüística. Identificar como essa noção é utilizada na elaboração de uma
linguagem documentária?
Estrutura lingüística é a organização interna de uma língua, isto é, são os sistemas de relações
estabelecidas entre os componentes internos de uma língua, sem levar em conta qualquer análise
histórica ou evolutiva. É a descrição sincrônica que fala Saussure.
Como a língua, a linguagem documentária também possui uma estrutura ou organização interna
com um sistema de relações entre seus componentes. “A LD não se define em relação ao acervo”
(TÁLAMO, 1997, p.10), portanto também ocorre a separação entre a estrutura da linguagem e
fatos externos à essa estrutura.
2) O que se entende por sistema modelizante primário? Um tesauro pode ser visto como sistema
modelizante? De que tipo? E por quê?
Dentro da semiologia ou semiótica, sistema modelizante primário é a língua natural ou seja o
primeiro modelo ou sistema modelizante que o homem aprende a manejar depois de nascer.
O tesauro é um conjunto controlado de termos selecionados a partir de uma língua natural.
Portanto é um sistema modelizante secundário, já que têm a língua natural na sua base e constitue
uma estrutura complementar à ela.
3) O que é dupla articulação na língua? Por que afirmamos que a Linguagem Documentária não
tem articulação?
Articulado significa constituído de partes. Na língua articulação se refere à possibilidade de um
enunciado ser dividido nas partes que o constituem; dupla articulação na possibilidade do
enunciado passar por uma seqüência de duas divisões.
A primeira articulação se refere à primeira divisão em elementos menores significativos, os
morfemas. A segunda articulação se refere à divisão dos morfemas em elementos mínimos que não
contém nenhum significado, os fonemas.
A linguagem documentária é uma linguagem construída de tal forma que exista um controle do seu
vocabulário para que cada unidade corresponda a um conceito ou noção, logo cada conceito não
pode se decompor em elementos menores dotados ou não de significados, pois o fato de um
conceito assumir mais de um ou nenhum significado torna impraticável o tratamento e recuperação
da informação.
BIBLIOGRAFIA:
Apesar de desconfiar que esta obra não serviria aos seus propósitos, mesmo assim
foi conferir. Para isto precisou do número de classificação que se encontra à esquerda da
ficha: 027.40981. Esse número é a representação de um assunto conforme a CDD
(Classificação Decimal Dewey), portanto é um signo. Assim seus temores se confirmaram
e ele continou sua pesquisa.
Sentou-se diante de um microcomputador e viu um ícone (um signo)
representando pesquisa local, onde estão hospedadas várias bases de dados, entre elas o
ECALIV. No ECALIV começou a chamada pesquisa livre, que nada mais é que uma
busca Booleana, inclusive usa suas expressões (signos) características (OR, AND, NOT,
etc). O desconhecimento do que é um vocabulário controlado (signos) novamente fez sua
pesquisa resultar em nada.
Desanimado verificou que na tela microcomputador existia outro ícone (continua
no verso)
(outro signo) indicando Internet Explorer. Acessou o site Google, digitou as palavras
Bibliotecas da Prefeitura de São Paulo (signos, na verdade) e finalmente encontrou as
informações que queria.
Selecionou, recortou e colou. Pronto, estava terminada sua pesquisa.
A própria história que acabou de ser contada nos fornece exemplos de signo
documentário. significado
significante ^ referente
BIBLIOGRAFIA:
CINTRA, Anna Maria et al. Para entender as linguagens documentárias. São Paulo: Polis:
APB, 1994. (Coleção Palavra Chave, 4).
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Nos tesauros, assuntos complexos podem ser representados por termos compostos que, em
geral, aparecem com mais de uma forma (ex: Hospital Infantil e Hospital para Crianças). É
necessário ser feita uma avaliação criteriosa para verificar se um termo composto deve ser
representado nessa forma ou fatorado em componentes separados. Exemplos:
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS PROCESSAMENTO DE DADOS PAPEL BÍBLIA
EDIFÍCIOS + CONSTRUÇÕES ? ?
Os termos de um tesauro e suas inter-relações são apresentados usualmente de três formas:
em ordem alfabética junto com notas explicativas e indicação de relações entre termos. Ex:
CÂMARAS 4’ x 5’
NE: Câmaras com foco através da lente e com movimentos de báscula
UP: Câmaras de visão direta
TG: Câmaras Estáticas
CÂMARAS 35 mm
TG: Câmaras miniaturizadas
CÂMARAS MINIATURIZADAS
TG: Câmaras estáticas
TE: Câmaras 35 mm
apresentação sistemática, auxiliada por índice alfabético. Exemplo:
301 EQUIPAMENTO ÓTICO CÂMARAS 302
302 CÂMARAS TR: Fotografia 824
TR: Fotografia 824 CÂMARAS 4’ x 5’
303 CÂMARAS DE IMAGENS NE: Câmaras com foco através da lente e
EM MOVIMENTO com movimentos de báscula
304 CÂMARAS CINEMATO- UP: Câmaras de visão direta
GRÁFICAS TG: Câmaras Estáticas
TR: Cinema CÂMARAS MINIATURIZADAS
TG: Câmaras estáticas
TE: Câmaras 35 mm
Apresentação sistemática Índice alfabético à apresentação sistemática
apresentação gráfica: geralmente de dois tipos (estrutura em árvore e gráficos flechados)
acompanhado de um índice alfabético que contêm notas explicativas e referências a termos
genéricos e específicos.
Após a escolha da forma de apresentação, dois métodos são utilizados para reunirem-se os
termos candidatos à inclusão nos tesauros: dedutivo, os termos são extraídos de documentos
durante uma etapa preliminar de indexação e; indutivo, os termos são admitidos nos tesauros tão
logo apareçam nos documentos. Logo a seguir é feito o registro dos termos e, se possível,
verificado se é correto admitir determinado termo no tesauro. Devem ser observados critérios para
inclusão e exclusão de termos, até mesmo quanto a usos de termos altamente específicos.
Equipamentos de processamentos automático de dados podem ser utilizados para identificar
automaticamente os termos candidatos a partir de textos legíveis a máquina.
Os tesauros devem ser apresentados com página de rosto, sumário, introdução (contendo os
propósitos do tesauro, os campos temáticos, nº de termos, entre outros), apresentação sistemática
ou gráfica e seção alfabética.
BIBLIOGRAFIA:
AUSTIN, D. & DALE, P. Diretrizes para o estabelecimento e desenvolvimento de tesauros monolíngues. Trad. de
Bianca Amaro de Melo. Brasília: IBICT; SENAI, 1993. p. 33-40, p. 59-80.
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Os tesauros tem origem nos conceitos de classificação por faceta da Classificação Colon de
Ranganathan e na obra do Classification Research Group. Ao contrário da CDD e da CDU que
procuram organizar todo o conhecimento humano, os tesauros procuram organizar unidades
bastante restritas do conhecimento.
As relações entre termos de um tesauro podem ser hierárquicas ou não hierárquicas.
As relações hierárquicas apresentam os princípios de subordinação e superordenação e, podem
ser genéricas e partitivas. As relações genéricas expressam as relações entre os conceitos
geral/particular ou específico e os termos são apresentados como nos exemplos: ANIMAIS
ANIMAIS
Mamíferos Carnívoros
Baleia Leão
As relações partitivas expressam as relações todo/parte e, o conceito de parte depende do conceito
de todo. Exemplos:
AUTOMÓVEL REGIÕES MONTANHOSAS
Motor Himalaia
Nas relações não-hierárquicas ou seqüências, também chamadas de associativas, os termos
relacionam-se entre si de alguma maneira, que podem ser: causa e efeito; produtor e produto;
oposição e contradição; etapas de um processo; de contradição e oposição; material e produto; etc.
Exemplos: Abastecimento de água - Irrigação
Tecelagem - Tecidos
Tabagismo - Fumo
Compra - Venda
Num tesauro, ou em qualquer outra linguagem documentária, não devem existir duas ou mais
palavras que expressem o mesmo conceito, portanto deve-se fazer uma simplificação da linguagem
natural e estabelecer um vocabulário controlado, verificando a existência de polissemia (palavra
com mais de um significado), ambiguidade (palavra sujeita a mais de uma interpretação),
sinonímia (equivalência entre duas ou mais palavras) e hiponímia (relação entre um lexema
subordinado e um superordenado).
A arquitetura de um web site aparenta-se com a estrutura de um tesauro, pois deve ser um
sistema que faça sentido para o usuário, onde exista a navegação vertical (somente hierárquica) ou
hierárquica com movimentação lateral e pode fazer uso de vocabulários controlados para definir
expressões que serão utilizadas em botões de acesso ou links.
BIBLIOGRAFIA
CINTRA, Anna Maria et al. Para entender as linguagens documentárias. São Paulo: Polis: APB,
1994. (Coleção Palavra Chave, 4). p. 35-68.
LARA, Marilda Lopes Ginez de. Arquitetura da Informação: o caso do web site. Rev. Bras.
Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, Nova Série, v. 1, n. 2, p. 132-137, 2000.
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Nos tesauros os termos não mantêm apenas relação hierárquica como nas classificações
decimais conhecidas, os príncipios para construção de um tesauro podem ser encontrados
nas facetas da Classificação Colon de Ranganathan.
Os termos indexados dependem dos ítens passíveis de catalogação, chamados
documentos. Dos documentos são retirados conceitos que substituídos por termos
normalizados ou termos de indexação (termos de indexação podem ser compostos,
constituído por mais de um substantivo, ou simples), constituirão a linguagem de
indexação, usada para representar os assuntos dos documentos.
Logo, de um documento como “Computadores em bancos de Amsterdam”, podem ser
retirados: computadores, bancos e Amsterdam. Mas, apesar de não ser citado no
documento, Amsterdam relaciona-se com Países Baixos ou Holanda, bancos com sistema
financeiro e computadores com processamento de dados.
As relações estabelecidas entre termos apenas nos documentos, aquelas que
normalmente não ocorrem fora deles (“Computadores em bancos de Amsterdam”), são
conhecidas como relações a posteriori. As relações que não dependem dos documentos,
pois normalmente já se relacionam (Amsterdam e Países Baixos, bancos e sistema
financeiro, computadores e processamento de dados), mas estão estabelecidas nos tesauros
são conhecidas como relações a priori.
A
A Relações a posteriori
B Relações a priori, estabelecidas no tesauro
Nos tesauros, as funções e relações entre termos são indicadas pelas seguintes
abreviaturas padronizadas, que são usadas como prefixos dos termos: TG, termo genérico;
TE, termo específico; TR, termo relacionado; NE, nota explicativa; TGM, termo genérico
maior; UP, usado para; USE. Exs:
CARROS DESPESA PÚBLICA MORTALIDADE INFANTIL
UP: Automóveis TG: Despesas TG: Mortalidade
TR: Finanças Públicas TE: Mortalidade Neo-natal
TGM: Gastos Públicos Mortalidade Pós-neonatal
BIBLIOGRAFIA:
AUSTIN, D. & DALE, P. Diretrizes para o estabelecimento e desenvolvimento de tesauros monolíngues. Trad. de
Bianca Amaro de Melo. Brasília: IBICT; SENAI, 1993. p. 5-32.
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DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO
BIBLIOGRAFIA:
AUSTIN, D. & DALE, P. Diretrizes para o estabelecimento e desenvolvimento de tesauros monolíngues. Trad. de
Bianca Amaro de Melo. Brasília: IBICT; SENAI, 1993. p. 5-32.
LARA, Marilda L. G. de. Conceitos e sistemas de conceitos: contribuições da Terminologia para a organização das
Linguagens Documentárias. (Apostila para uso didático). São Paulo: CBD/ECA/USP: 1997.
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A
A Relações a posteriori
B Relações a priori, estabelecidas no tesauro
Dos ítens passíveis de catalogação, chamados documentos, são retirados conceitos que
substituídos por termos normalizados ou termos de indexação (termos de indexação
podem ser compostos, constituído por mais de um substantivo, ou simples), constituirão a
linguagem de indexação, usada para representar os assuntos dos documentos.
Assim estabelece-se uma definição precisa de tesauro: “vocabulário controlado de uma
linguagem de indexação, formalmente organizado para explicitar as relações a priori entre
conceitos” (p. 14).
Nos tesauros, as seguintes abreviaturas padronizadas são usadas como prefixos dos
termos: TG, termo genérico; TE, termo específico; TR, termo relacionado; NE, nota
explicativa; TGM, termo genérico maior; UP, usado para; USE. Exs:
CARROS ANIMAIS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE
UP: Automóveis UP: Fauna UP: OMS
BIBLIOGRAFIA:
AUSTIN, D. & DALE, P. Diretrizes para o estabelecimento e desenvolvimento de tesauros monolíngues. Trad. de
Bianca Amaro de Melo. Brasília: IBICT; SENAI, 1993. p. 5-32.
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LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS
BIBLIOGRAFIA:
CINTRA, Anna Maria et al. Para entender as linguagens documentárias. São Paulo: Polis: APB,
1994. (Coleção Palavra Chave, 4). p. 23-34.
BIBLIOGRAFIA:
CINTRA, Anna Maria et al. Para entender as linguagens documentárias. São Paulo: Polis: APB, 1994. (Coleção Palavra
Chave, 4). p. 13-22.
DODEBEI, Vera Lucia Doyle. Tesauro: linguagem de representação da memória documentária. Niterói: Intertexto; Rio
de Janeiro: Interciência, 2002. p. 19-38.