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1 CARACTERÍSTICAS DE ACAÍZEIROS (Euterpe oleracea) DE TERRA FIRME NATIVO

2 DE LUÍS DOMINGUES – MA, EM SISTEMA AGROFLORESTAL NO MUNICÍPIO DE


3 SÃO LUÍS – MA
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5 RODRIGO RIBEIRO DE PAULA¹; ROZALINO ANTONIO AGUIAR JÚNIOR²; RAPHAEL
6 RAMOS SILVA¹; JOÃO GUILHERME LEAL DINIZ ¹; EXRAY CHAVES BARBOSA¹
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8 INTRODUÇÃO
9 O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.), A espécie pertence à família Arecaceae, que engloba
10 aproximadamente 200 gêneros e cerca de 2.600 espécies, com distribuição predominantemente
11 tropical e subtropical (JONES, 1995), é uma palmeira nativa da Amazônia podendo ser encontradas
12 populações espontâneas nos Estados do Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Tocantins e em países da
13 América do Sul e da América Central (EMBRAPA, 2008), que se destaca por ser um importante
14 alimento para as populações locais, com potencial agronômico, tecnológico, nutricional e
15 econômico, além de ser a principal fonte de matéria-prima para a agroindústria (SILVA, 2004) ou
16 como alimento energético em outras regiões do Brasil (IBGE 1982; CAVALCANTE 1996;
17 MENEZES et al. 2008, AGUIAR 1996; YUYAMA et al. 2002). Em populações naturais, a
18 densidade do açaizeiro é maior nos solos de várzea alta, seguida pelos de várzea baixa, mas também
19 ocorre em terra firme com a vantagem do perfilhamento, diferentemente da Euterpe precatoria,
20 conhecida como açaí do Amazonas. O plantio de açaizeiro em áreas de terra firme representa
21 excelente alternativa para a recuperação de áreas desmatadas, como também para reduzir a pressão
22 sobre o ecossistema de várzea muito mais frágil, evitando sua transformação em bosques
23 homogêneos dessa palmeira. Outra vantagem no plantio de açaizeiros em áreas de terra firme está
24 relacionada com a facilidade de transporte rodoviário e de beneficiamento, de forma mais rápida,
25 sem depender do transporte fluvial mais lento. Na implantação de açaizais em solos de terra firme,
26 em sistemas de cultivo solteiro e consorciado, é recomendável a utilização de áreas exploradas com
27 plantios sucessivos. As áreas de pastagens degradadas ou as capoeiras finas (macegas) permitem
28 menores custos de implantação do açaizal. (EMBRAPA, 2008)
29 O presente trabalho teve por objetivo fazer um levantamento das condições e
30 comportamento de plantas de açaí de terra firme nativo de Luís Domingues – MA
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32 METODOLOGIA
33 O SAF encontra-se plantado na fazenda escola da Universidade Estadual do Maranhão
34 campus - São Luís – MA, com coordenadas: 2°35’06’’ de latitude Sul e 44°12’29’’ de longitude

¹Estudante de graduação, Engenharia Agronômica, Universidade Estadual do Maranhão, e-mail:


r.rdepaula@hotmail.com; phaelramos91@hotmail.com; jg_diniz@hotmail.com; exray.barbosa@hotmail.com;
² Eng, Agr., estudante de pós-graduação, Universidade Estadual do Maranhão, e-mail: rozalinoaguiar@gmail.com
35 Oeste. Este sistema foi implantado em dezembro de 2004, com um total de 48 plantas (açaí),
36 dispostas em 8 fileiras com 6 plantas cada. Os açaizeiros estão dispostos nem um espaçamento de
37 6,0m x 5,0m, consorciadas com cupuaçuzeiros (Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.)
38 Schum.) e Sombreiro (Clitoria fairchildiana Howard), ocupando uma área de 1320 m² (Figura 1).
39 sendo que a partir de 2011, o sombreiro foi plantado em substituição a plantas de ingá (Inga edulis
40 Mart) que compunham o SAF desde sua implantação.
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47 C = Cupuaçu X = Sombreiro A = Açaí
48 Figura 1 - Croqui do sistema agroflorestal em São Luís – MA.

49 Para avaliação dos açaizeiros foram mensuradas as seguintes características: Número de


50 folhas ativas por planta; diâmetro da base das estirpes dos perfilhos; DAP (diâmetro à altura do
51 peito); altura da planta e número de perfilhos. Na mensuração do diâmetro da base das estirpes o a
52 medição foi realizada a partir de 10 cm do nível solo, utilizando-se fita métrica, e o DAP foi
53 realizado a uma altura de 1,30 m do solo, os resultados expressos em centímetros (cm). Para altura
54 total das plantas foi obtida com auxílio de uma fita métrica (trena) de 7,5 m e os resultados
55 expressos em metros (m). Foram consideradas externas as plantas da bordadura do SAF, somando-
56 se um total de 24, as demais foram consideradas internas, um total de 24. Devido ao fato de os
57 dados proporcionarem duas médias e duas variâncias (plantas internas e externas) foram submetidos
58 ao teste F, onde foram não significativos e partiu-se então para o cálculo do teste T no nível de 5 %
59 de significância com cálculo do N* (graus de liberdade corrigidos), também foram calculadas
60 desvio padrão, média, coeficiente de variação e variância. Foram comparadas as características
61 entre plantas externas e internas, partindo-se da hipótese (H0) de que as plantas internas possuíam
62 médias maiores que as externas ao SAF, devido efeito do microclima.
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64 RESULTADOS E DISCUSSÃO
65 Na tabela 1, Encontram-se medidas de estatística descritiva, onde verifica-se uma maior
66 variação entre todos dados das características mensuradas para as plantas internas, onde seus
67 coeficiente de variação para cada variável foi sempre superior comparados as plantas externas.
68 Nota-se que para número de folhas e perfilhos o coeficiente de variação (%) supera os 40 % para as
69 plantas internas, enquanto que para as externas não chega aos 33 %. Podemos atribuir esses efeitos
70 nos dados devido a expressão dos efeitos de microclima serem mais perceptíveis nas plantas
71 internas do que aquelas que se encontram na bordadura do SAF.

72 Na tabela 2, têm-se resultados do Teste T, baseado em graus de liberdade corrigido (n*),


73 diante desta tabela podemos afirmar que não houve diferença entre médias das características
74 diâmetro da base, altura e número de perfilhos. Porém, para as características número de folhas e
75 DAP houve diferença significativa entre as médias de plantas internas e externas. Podemos salientar
76 que as plantas com maiores DAPs e número de folhas estavam na parte interna do SAF, de modo
77 que estas características relacionam-se positivamente ao vigor da planta. Assim espera-se que as
78 plantas internas possam proporcionar maior produção que as externas.

Estatística descritiva de características biométricas de açaizeiro em SAF, São Luís - MA,


2012.

DIÂMETRO
FOLHAS PERFILHOS DAP ALTURA
BASE
INTERNAS
N° cm M
Média 14,15 2,79 31,71 24,18 4,96
Variância 38,61 1,38 31,00 44,83 0,85
Desvio padrão 6,21 1,17 5,56 6,69 0,92
CV% 43,90 42,22 17,55 27,68 18,61
EXTERNAS
Média 17,16 2,83 33,11 26,91 5,34
Variância 27,44 0,84 28,50 9,69 0,72
Desvio padrão 5,23 0,91 5,33 3,11 0,85
CV% 30,51 32,35 16,12 11,56 15,97
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80 Tabela de significância de Teste T, para duas médias e duas variâncias com n* (graus de liberdade
81 corrigido), para características de plantas internas e externas de Açaí em SAF. São Luís - MA,
82 2012.

n* T
T
(GL - tabelado Significância
calculado
corrigido) 5% (n*)
N° de folhas 44 1,81 1,68 *
Diâmetro base 45 0,88 1,68 ns
DAP 32 1,80 1,69 *
Altura 45 1,49 1,68 ns
N° perfilhos 43 0,13 1,68 ns
83 CONCLUSÕES
84 Para as condições de São Luís –MA em SAF, o açaí de terra firme nativo de Luís
85 Domingues – MA, proporcionou plantas mais vigorosas na parte interna do sistema comparadas as
86 externas, verificando-se a necessidade de tratos culturais diferenciados entre plantas neste sistema
87 de plantio, com vistas a uniformidade.
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89 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
90 JONES, D. L. Palms: throughout the word. Washington: Smithsonian Institution, 1995. 410 p.
91 SILVA, P. J. D. da e ALMEIDA, S. S. de, Estrutura Ecológica em Ecossistemas Inundáveis da
92 Amazônia. In: Açaí (Euterpe oleracea Mart.): Possibilidades e limites para o desenvolvimento
93 sustentável no Estuário Amazônico. Editores: Mário Augusto Gonçalves Jardim, Leila Mourão e
94 Monika Grossmann.- Belém: Coleção Adolfo Ducke, Museu Paraense Emílio Goeldi, 2004. p.37-
95 41.
96 EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Sistema de
97 Produção do Açaí. Disponível em:
98 <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Acai/SistemaProducaoAcai_2ed/index
99 .htm> Acesso em: 12 de Mai. 2012
100 IBGE (Rio de Janeiro, RJ). 1982. Dietary composition table: National study of familiar expense.
101 Rio de Janeiro, RJ. 213 pp (in Portuguese).
102 CAVALCANTE, P.B. 1996. Edible fruits of Amazonia. 6.ed. Belém: Museu Paraense Emílio
103 Goeldi: CEJUP: CNPq. 279 pp. (in Portuguese).
104 MENEZES, E.M.S.; Torres, A.T.; Srur, A.U.S. 2008. Nutritional value of açaí pulp (Euterpe
105 oleracea Mart.) liophylized. Acta Amazonica. 38(2): 211-316 (in Portuguese, with Abstract in
106 English)
107 AGUIAR, J.P.L. 1996. Amazonia alimentary composition table. Acta Amazônica, 26, (1/2):121-
108 126 (in Portuguese, with abstract in English).
109 YUYAMA, L.K.O.; ROSA, R.D.; AGUIAR, J.P.L.; NAGAHAMA, D.; ALENCAR, F. H.;
110 YUYAMA, K.; CORDEIRO, G.W.O.; MARQUES, H.O. 2002. Açaí (Euterpe oleracea Mart.) and
111 camu-camu (Myrciaria dúbia (H.B.K) (Mc Vaugh). Do they possess antianemia action?. Acta
112 Amazonica, 32(4):625-633 (in Portuguese, with Abstract in English).

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