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INTRODUÇÃO
Qualidade
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No final da década de 80 e início dos anos 90, a FAO, apresentou um novo conceito de
SA, baseado em:
Alimento seguro
Qualidade do alimento
Balanceamento da dieta, informação e opções culturais.
Food security: utilizado para as análises que envolvem, entre outros aspectos, a
disponibilidade quantitativa e os condicionantes do acesso da população aos
alimentos.
Food safety: adotado para abordagens relativas à qualidade do alimento.
NOÇÕES DE MICROBIOLOGIA
Embora sejam sempre lembrados como causadores de doenças e tidos como inimigos,
apenas uma parcela muito restrita do total está relacionada com as doenças humanas,
animais e vegetais. A tabela abaixo lista alguns dos papéis que os microrganismos têm
para o homem e para todo o planeta:
GRUPO IMPORTÂNCIA
Bactérias - Produtores de antibióticos e antifúngicos
- Fixadores de nitrogênio
- Controle Biológico
- Produtores de alimentos: iogurte.
- Produtores de ácidos e vitaminas
-Sintetizadores de hormônios por engenharia genética
Algas - Fotossintetizantes
Vírus - Controle biológico
- Engenharia Genética (vetores de terapia genética)
Microrganismos marinhos - Base da cadeia alimentar
Fungos - Produtores de alimentos: queijos, cerveja, pão, vinho,
rum
- Produtores de antibióticos e antifúngicos
- Maiores decompositores do planeta
- Controle biológico
Nomenclatura
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São seres formados de apenas uma célula e que têm vida própria, apenas os vírus não
têm. São seres invisíveis ao olho nu, sendo necessário para visualização um conjunto de
lentes especiais, os microscópios.
Existem no mundo diversos tipos de microrganismos, cada espécie possui características
biológicas diferentes, ou seja, são diferentes no formato, tamanho e capacidade de por
em risco a saúde do homem em maior ou menor grau (SILVA JR, 2001).
TIPOS DE MICRORGANISMOS
• BACTÉRIAS;
• FUNGOS;
• VÍRUS;
• PARASITAS;
• PROTOZOÁRIOS.
BACTÉRIAS
Possuem vida própria e preferem ambientes úmidos, ou seja, alimentos que tenham
algum teor de água, embora algumas espécies de bactérias também possam
desenvolver-se em alimentos mais secos (não em alimentos desidratados).
As bactérias também preferem alimentos que sejam ricos em proteínas (Ex: carne, aves,
peixes, moluscos, ovos, leite, queijo, etc.). Algumas bactérias produzem, em decorrência
de sua multiplicação, as chamadas “toxinas” que são um tipo de “veneno”, ou seja, uma
substância de efeito tóxico para o homem. As bactérias podem produzir toxinas
gastroentéricas ou alergênicas e são responsáveis por 70% dos surtos (e 95% dos casos)
de doenças de origem alimentar.
São muito importantes por causarem enfermidades (em homens, animais e plantas),
sendo classificadas como patogênicas (causadoras de enfermidades infecciosas) ou
toxigênicas (produtoras de toxinas). Além disso, as bactérias podem ser
responsáveis pela deterioração de alimentos e de diferentes tipos de materiais.
Entretanto, são úteis ao homem de várias maneiras, seja participando da produção de
alimentos, na agricultura (fixação de nitrogênio no solo, por exemplo), na
decomposição de matéria orgânica, e na Medicina (produção de antibióticos).
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Oxigênio
Aeróbias: só crescem na presença de oxigênio
Anaeróbias: crescem na ausência de oxigênio
Anaeróbias facultativas: crescem tanto na presença como na ausência de oxigênio.
Microaerófilas: pouca quantidade de oxigênio
Temperatura
Psicrófilas: (bactérias que preferem frio) reproduzem entre 0 a 20°C.
Mesófilas: (bactérias que preferem temperaturas intermediárias) reproduzem entre 20 e
45°C.
Termófilas: (bactérias que preferem calor) reproduzem entre 45 e 60°C.
FUNGOS
Multiplicação:
• Leveduras – gemulação;
• Bolores – brotamento, gemulação
• Multiplicam-se a cada 20 minutos em temperatura entre 10 e 26°C em Aa acima
de 0,65 e pH entre 2,5 e 9,5.
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Zigomicetos (zygomycetes): são os fungos mais simples. Esse grupo engloba os mofos
ou bolores, como o bolor negro que cresce sobre o pão (Rhyzopus stolonifer). Alguns
zigomicetos são utilizados na elaboração de produtos comerciais valiosos – molho de
soja, ácidos orgânicos e esteróides para drogas contraceptivas e antiinflamatórias.
VÍRUS
Os vírus são seres muito simples, formados basicamente por uma cápsula protéica
envolvendo o material genético, que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA
ou os dois juntos (citomegalovirus).
Os vírus não são constituídos por células, embora dependam delas para a sua
multiplicação.
É uma exceção, pois não possuem vida própria e só crescem quando estão dentro da
célula do organismo do homem e animais, ou seja, são considerados parasitas
intracelulares obrigatórios, uma vez que só são capazes de manifestar atividade vital
quando instalados no interior de uma célula viva.
O homem adquire esses microrganismos por meio da ingestão de água, leite, ou outro
alimento contaminado e também pelo ar ou junto a pessoas doentes, através de contato
direto, ou da manipulação dos alimentos (Ex.: hepatite, sarampo, rubéola, etc).
O capsídeo é formado por proteínas. Pode ter estrutura helical, icosaédrica e outras, e é
geralmente extremamente regular. Em muitos vírus o capsídeo é a estrutura externa,
noutros casos, existe o envelope de estrutura bilipídica composto por fosfolipídios e
algumas proteínas membranares, semelhante às membranas celulares das células, de
quem é "roubado". O capsídeo e o envelope guardam o frágil ácido nucleico, DNA ou
RNA. Esta porção periférica possibilita ao vírus identificar as células que ele pode
parasitar e, em certos vírus, facilita a penetração nas mesmas.
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O genoma viral
Os vírus e agentes sub-virais possuem apenas pouco ácido nucleico, e até pouco tempo
acreditava-se que possuíam apenas um deles, ou DNA ou RNA, entretanto, descobriram-
se vírus com DNA e RNA, ao mesmo tempo, diferente dos outros seres vivos, que
possuem um dos dois. É nesta porção central possuidora da informação genética, que
estão contidas, em código, todas as informações necessárias para produção de outros
vírus iguais.
Envelope
Capsídeo
Nucleocapsídeo
Ácido Nucléico
Matriz Protéica
Reprodução viral
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Protozoários
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Helmintos
Nematódeos
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Cestódeos
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Forma: achatada
Reprodução: hermafrodita (assexuada), significa que o cestódeo possui órgãos sexuais
femininos e masculinos e masculino no corpo.
Habitat: localizam-se no intestino delgado na fase adulta. Na fase de cisticerco podem
ser encontrados em qualquer parte do corpo.
Transmissão: na etapa de cisticerco ela encontra-se na carne contaminada, que é
ingerida pelo homem.
Fatores condicionantes: ingestão de carne mal cozida
Sinais e sintomas clínicos: todas as infecções por cestódios podem causar fraqueza e
perda de peso. Também podem causar anemia e dor abdominal, em caso de infecções
causadas por cisticercos pode levar a doenças graves.
Prevenção: carne de boa procedência e bem cozida.
Tratamento: anti-helminticos.
Trematódeos
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Logaritmo do n° ESTACIONÁRIA
de
microrganismos
viáveis por ml
LAG LOG DESTRUIÇÃO
1) Fase de latência, Fase inicial ou FASE LAG = nesta fase, o microrganismo procura
se adaptar ao novo meio, durante o qual não há multiplicação de células microbianas,
ocorrendo às vezes diminuição do seu número. É influenciada por vários fatores, tais
como: tipo de microrganismos, tipo de substrato, quantidade de substrato, tempo de
geração e meio ambiente.
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Fatores Intrínsecos
Atividade de água
pH
Potencial Oxi-redução
Composição do alimento
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Fatores extrínsecos
Temperatura
Atmosfera ambiental
Umidade relativa do ambiente
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3) Umidade Relativa do Ambiente: Há uma relação entre atividade de água (Aw) com a
umidade relativa do ambiente. Estes devem manter-se em equilíbrio, a fim de não
desencadear o processo de multiplicação dos microrganismos. Pois, um alimento
desidratado, de baixa Aw, colocado em ambiente de umidade relativamente alta,
absorverá a umidade do ambiente, oferecendo condições para um crescimento
microbiano, principalmente de origem fúngica. Por outro lado, um alimento de elevada Aw,
quando colocado em ambientes de baixa umidade, sofrem um processo de desidratação,
predominantemente superficial, podendo haver um prejuízo das características
organolépticas dos alimentos.Por estas razões, a combinação de equilíbrio da atividade
de água com a umidade relativa do ambiente, deve ser levada em consideração, no
sentido de adequar embalagens de produtos alimentícios e as condições de seu
armazenamento, objetivando impedir o favorecimento do crescimento microbiano e
aumentar o período de armazenamento.
TOXINOSE ALIMENTAR
Staphilococcus aureus
Bacillus cereus
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Alimentos: arroz cozido ou frito, feijão cozido, pudim, contendo amido de milho, bolo de
carne. Sopa de vegetais e massas, arroz doce, canjica e cremes doces. Verduras
cozidas.
Quadro clínico:
B cereus emético período de incubação de 1 a 6 horas, predominando vômitos e
náuseas, raras diarréias, sem febre;
B cereus clássico período de incubação de 8 a 22 horas, predominando diarréias e
náuseas, raros vômitos, sem febre.
Características:
B. cereus emético produz enterotoxina no alimento, causando intoxicação alimentar típica;
B. cereus clássico causa em quadro de infecção intestinal;
- Ambos morrem em 5 minutos a 100°C;
- Multiplicam-se entre 5 e 50°C
Clstridium botulinum
INFECÇÃO ALIMENTAR
Salmonella sp.
Fonte: intestino de animais e homem, matéria prima animal (carnes e aves), rações
animais (farinha de ossos, farinha de sangue e farinha de peixe), gema de ovos,
hortaliças plantadas em ambiente com esterco animal ou humano;
Contaminação: cruzada, por meio das mãos, equipamentos, utensílios e bancadas de
manipulação. Cozimento inadequado de alimentos previamente contaminados. Gema de
ovo contaminada pela própria galinha.
Alimentos: aves, carnes, produtos a base de ovos (maionese, mousse).
Quadro clínico: período de incubação de 8 a 22 horas, com diarréia, mal estar e cólicas.
Com ou sem febre.
Características:
- Morre em 1 minuto a 66 °C;
- Multiplica-se entre 6 e 46 °C;
- Causa infecção intestinal
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Salmonella typhi
Fonte: intestino do homem e mãos contaminadas, água contaminada por esgoto humano,
hortaliças contaminadas com adubo fecal humano ou animal;
Contaminação: manipuladores, água de rede contaminada;
Alimentos: produtos cárneos, lácteos, verduras, mariscos, ostras, pescados e saladas;
Quadro clínico: período de incubação de 7 a 28 dias. Dose infectante baixa. Causa
infecção intestinal com disenteria, febre, vômito, mal estar, hipotensão, calafrios, sepse e
morte;
Características:
- causa infecção intestinal típica;
- Multiplica-se entre 6 e 46 °C e pH entre 3,8 e 9, 0;
- Morre em 1 minuto a 66 °C
Escherichia Coli
Fonte: fezes do homem e animais de sangue quente, água de rios, lagos, nascentes e
poços;
Contaminação: cruzada, utensílios não desinfetados, mãos não higienizadas
Alimentos: água, hortaliças regadas com água contaminada, carnes, aves, pescados,
verduras e legumes crus ou mal cozidos, saladas, maionese, sobremesas (doces de
frutas manipuladas), leite, queijos, entre outros
Quadro clínico: incubação de 12 a 72 horas, com diarréia, vômito, febre, cólica, mal estar
e calafrios;
Características:
• Indicador de contaminação fecal (coliforme fecal);
• Cada grama de fezes contém 300.106 coliformes fecais
• Multiplica-se em resíduos de alimentos e nas superfícies dos equipamentos e
utensílios;
Campylobacter jejuni
Fonte: intestino do gado, suíno, galinha, cordeiro, peru, cogumelo e leite cru;
Contaminação: cruzada, equipamentos e utensílios não desinfetados, cocção inadequada;
Alimentos: leite cru, água, fígado cru, carne de porco;
Quadro clínico: diarréia, náuseas, vômitos, febre. Pode ter início semelhante à gripe;
Características:
- período de incubação de 8 a 22 horas;
- Apresenta quadro semelhante às Salmonellas
Vibrio cholerae
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Quadro clínico: náuseas, cólicas, diarréia (aspecto de “água de arroz”) com cheiro de
pescado, dedos enrugados, colapso, suor viscoso e morte;
Características:
- Período de incubação de 1 a 4 dias;
- Cresce rapidamente em alimentos alcalinos (pH de 6 a 11), úmidos e em
temperatura entre 5 a 44°C;
- Não tolera acidez, luz solar, ou competição com outros microrganismos.
TOXINFECÇÃO ALIMENTAR
Clostridium perfringes
Hepatite A
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AGENTES PARASITÁRIOS
Giardia lambia
Fonte: fezes do homem e animais, água contaminada com fezes, hortaliças contaminadas
com adubo animal;
Contaminação: verduras, frutas e legumes lavadas com água contaminada,
equipamentos, utensílios e bancadas contaminadas e contaminação cruzada;
Alimentos: saladas cruas, água para consumo não tratada;
Quadro clínico: diarréia mucóide (fezes gordurosas), cólicas abdominais e perda de peso;
Características:
- Período de incubação de 1 a 6 semanas;
- Pode ser transmitida por contágios
Taenia Solium
Fonte:
• Teníase cisticercos na carne de porco;
• Cisticercose ovos da taenia nas fezes no homem;
Contaminação:
• Teníase matéria prima contaminada com cisticercos;
• Cisticercose ingestão dos ovos em hortaliças não higienizadas. Auto-
contaminação
Alimentos:
• Teníase carne de porco mal cozida;
• Cisticercose verduras cruas e água contaminadas;
Quadro clínico:
• Infestação intestinal com a forma adulta da tênia nervosismo, insônia, fome,
cólica abdominal, perda de peso;
• A larva passa o intestino e invade outros órgãos, causando diversos problemas;
Características:
• O porco se contamina ingerindo alimentos contaminados com ovos da tênia, vindo
das fezes humanas cisticercose suína
• O homem ingere a carne do porco mal cozida e desenvolve a teníase;
• Os ovos podem ser ingeridos de forma direta pelo homem (coprofagia) ou por
alimentos contaminados no intestino os ovos liberam as larvas que caem na
circulação, alojando-se nos olhos, tecido nervoso.
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Laudos microbiológicos:
Indicadores gerais: são microrganismos não patogênicos cuja presença é
indicativa das condições da matéria-prima e do processamento utilizado.
Contagem padrão em placas de MO mesófilos aeróbios.
Contagem padrão em placas de bolores e leveduras.
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária foi criada pela Lei n° 9.782 (26/01/1999).
É uma autarquia sob regime especial, ou seja, uma agência reguladora caracterizada
pela independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes durante o período de
mandato e autonomia financeira.
A gestão da ANVISA é responsabilidade de uma Diretoria Colegiada, composta por cinco
membros, além de 1 procurador, 1 corregedor e 1 ouvidor.
Na estrutura da Administração Pública Federal, a Agência está vinculada ao Ministério da
Saúde (MS), sendo que este relacionamento é regulado por contrato de gestão.
Visão:
Ser agente da transformação do sistema descentralizado de vigilância sanitária em
uma rede, ocupando um espaço diferenciado e legitimado pela população, como
reguladora e promotora do bem-estar social.
Missão:
Proteger e promover a saúde da população garantindo a segurança sanitária de
produtos e serviços e participando da construção de seu acesso.
Valores:
Conhecimento como fonte da ação
Transparência
Cooperação
Responsabilização
Competência:
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