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DIETOTERAPIA NO CÂNCER

Profa. Walquiria Aguiar da Silva


walquiria.silva@anhanguera.com

Nutrição – Dietoterapia II
DEFINIÇÃO

Neoplasia é uma massa anormal de tecido, cujo crescimento excede


e é não coordenado quando comparado com o tecido normal
equivalente. Este crescimento é persistente mesmo após cessar o
estímulo que o deu origem.

O conjunto de células resultantes, que se encontram fora do padrão


normal de divisão celular do tecido originário é denominado
Neoplasma ou Tumor

Nutrição – Dietoterapia II
DEFINIÇÃO
A denominação das neoplasias deriva dos tecidos que os originam.
Os principais tipos de neoplasias são os:

Carcinomas (tecido epitelial);


Sarcomas (tecido conjuntivo);
Linfomas (tecido linfático);
Gliomas (células gliais do sistema nervoso central) e
Leucemias (hematopoiéticos)

Nutrição – Dietoterapia II
CLASSIFICAÇÃO

› Neoplasia benigna

› Neoplasia maligna (câncer)

Nutrição – Dietoterapia II
CAUSA

Uma mutação em genes que produzem proteínas cuja função é


controlar o ciclo celular.

Nutrição – Dietoterapia II
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DAS
NEOPLASIAS
As diferenças entre as neoplasias benignas e malignas

–Aspectos macroscópicos
Forma, limites, consistência.

–Aspectos histológicos
Diferenciação, arranjos arquiteturais, especialização celular,
aspectos nucleares, índice proliferativo, invasão.

Nutrição – Dietoterapia II
CARACTERÍSTICAS DIFERENCIAIS ENTRE
NEOPLASIAS BENIGNAS E NEOPLASIA MALIGNAS
CARACTERÍSTICA BENIGNA MALIGNA
Tipo de crescimento Expansivo Infiltrativo
Velocidade de crescimento Pequena Grande
Pseudocápsula Frequentemente presente Raramente presente
Mitoses Raras, típicas Frequentes, típicas
Cromatina Delicada Grosseiras
Forma das células Homogênea Variada
Volume das células Homogênio Variado
Relação núcleo/citoplasma Próximo do normal Aumentado
Invasão de vasos Ausente Frequente
Metástase Nunca Frequente
Necrose, hemorragia Raras Frequentes
Nutrição – Dietoterapia II
Nutrição – Dietoterapia II
PROCESSO DE INVASÃO TUMORAL

Invasão de células tumorais em tecidos adjacentes→ 1° passo


para o estabelecimento do processo metastático.

METÁSTASE
É a principal causa de morte em câncer
CHRISTOFORI 2006.

Corresponde a cerca de 90% de todas as mortes por câncer


CAVALLARO e CHRISTOFORI 2004.

Nutrição – Dietoterapia II
PRINCIPAIS LOCAIS DE METÁSTASES
Bexiga Fígado, Osso, Pulmão
Mama Cérebro, Fígado, Osso, Pulmão
Coloretal Fígado, Peritônio, Pulmão

Cérebro, Fígado, Glândula Adrenal, Osso,


Rim
Pulmão

Cérebro, Fígado, Glândula Adrenal, Osso,


Pulmão
Pulmão

Cérebro, Fígado, Osso, Pele/Músculo,


Melanoma
Pulmão

Ovário Fígado, Peritônio, Pulmão


Pâncreas Fígado, Peritônio, Pulmão
Estômago Fígado, Glândula Adrenal, Osso, Pulmão
Tireóide Fígado, Peritônio, Pulmão
Útero Fígado, Osso, Peritônio, Pulmão, Vagina
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS

IMAGEM INVASIVO

-Raio X -Punção
-Ressonância -Biópsia
-Ultrasonografia

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MÉTODOS DE TRATAMENTO

› Radioterapia

› Quimioterapia

› Hormonioterapia

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EXISTEM MAIS DE 850 TIPOS DE
NEOPLASIAS

A maioria é prevenível!

Nutrição – Dietoterapia II
10 DICAS PARA SE PROTEGER DO CÂNCER

Fonte: INCA (Ministério da Saúde 2014)


CÂNCER x ESTADO NUTRICIONAL
As alterações metabólicas relacionadas com o câncer, a localização
do tumor e o tratamento oncológico podem levar à desnutrição.

› Prevalência de desnutrição= 30% a 80%, dependendo do tipo do


tumor.

› Tratamento oncológico (radioterapia, quimioterapia, cirurgia e


imunoterapia)→ está associado com algum grau de disfunção
gastrointestinal, com consequente redução da ingestão de
alimentos e adicional perda de peso.

Nutrição – Dietoterapia II
CÂNCER x ESTADO NUTRICIONAL
› 20% das mortes destes pacientes estão relacionadas à desnutrição
→ diminui a tolerância ao tratamento oncológico.

› ↑ ocorrência de complicações no período pós-operatório,


colaborando para o aumento do tempo de internação.
→ IMC <18,5kg/m2, sendo que nestes pacientes foi
encontrado risco cinco vezes maior de mortalidade pós-
operatória.

› História de perda de peso nos últimos seis meses: bom indicador


do risco de complicações pós-operatórias.
Nutrição – Dietoterapia II
CÂNCER x GASTO ENERGÉTICO

O câncer influencia o gasto energético de maneira heterogênea→


pode levar a hipo ou hipermetabolismo, dependendo:

› localização do tumor
› estadio do câncer
› formas de tratamento

Nutrição – Dietoterapia II
NECESSIDADES NUTRICIONAIS

Calorias

Obesos ou manutenção= 21-25 kcal/kg/dia


Adultos sedentários= 25-30 kcal/kg/dia
Para tentar promover ganho de peso= 30-35 kcal/kg/dia
Má-absorção= 35 kcal/kg/dia ou mais

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NECESSIDADES NUTRICIONAIS

Proteínas

Pacientes c/ comprometimento hepático ou renal= 0,5-0,8g/kg/dia


Pacientes não estressados= 1,0-1,5g/kg/dia
Pacientes hipermetabólicos ou com
perda aumentada=1,5-2,0g/kg/dia

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NECESSIDADES NUTRICIONAIS

Lipídios

20-30% do VET

Nutrição – Dietoterapia II
NECESSIDADES NUTRICIONAIS

Vitaminas e Minerais

Pacientes com câncer, podem apresentar deficiência de


micronutrientes.

↑ aumento das necessidades e de perdas


↓ de ingestão
Devem ser ofertados em níveis que contemplem uma a duas vezes
recomendações

Nutrição – Dietoterapia II
EFEITOS COLATERAIS DO TRATAMENTO

Diarréia – caracterizado por evacuações líquidas acima de 3


episódios ao dia, podendo levar à desidratação.
Obstipação
Náuseas e vômitos
Perda de apetite
Alteração do paladar
Mucosite
Xerostomia
Disfagia

Nutrição – Dietoterapia II
CONSEQUÊNCIAS NUTRICIONAIS
DIARRÉIA
RECOMENDAÇÕES:
› Beber líquidos com maior frequência e principalmente nos
intervalos das refeições;
› Consumir alimentos que ajudam a reduzir episódios de evacuações
(alimentos obstipantes: maçã, goiaba, banana, caju e caqui sem
sementes e sem casca e ainda creme de arroz e de maisena);
› Diminuir o consumo de açúcar refinado, açúcar mascavo, mel,
melado e doces;
› Evitar o consumo de alimentos laxativos: mamão, laranja, ameixa,
verduras cruas e produtos integrais;
› Diminuir o consumo de alimentos gordurosos, leite, queijos
amarelos, creme de leite e condimentos fortes.
CONSEQUÊNCIAS NUTRICIONAIS
OBSTIPAÇÃO
RECOMENDAÇÕES:

› Aumentar a quantidade de líquidos ingeridos durante o dia;


› Aumentar o consumo de verduras e legumes crus e/ou cozidas e se
possível com casca e semente;
› Preferir frutas laxativas: mamão, laranja, ameixa e de preferência
com casca e semente;
› Acrescentar leite e iogurte, ameixa e cereais integrais (aveia, farelo
de trigo, gérmen de trigo);
› Evitar o consumo de alimentos obstipantes;
› Praticar exercícios leve diariamente.
Nutrição – Dietoterapia II
CONSEQUÊNCIAS NUTRICIONAIS
NÁUSEAS e VÔMITOS
RECOMENDAÇÕES:

› Comer pequenas porções em intervalos curtos;


› Evitar pular refeições (quanto mais tempo estiver em jejum maior
será o enjoo) e consumir líquidos durante as refeições;
› Evitar alimentos fritos e gordurosos;
› Não se deitar logo após as refeições;
› Ficar afastado da cozinha durante o preparo das refeições;
› Preparações com gengibre, limão geralmente ajudam a diminuir as
náuseas.

Nutrição – Dietoterapia II
CONSEQUÊNCIAS NUTRICIONAIS
PERDA DE APETITE
RECOMENDAÇÕES:

› Comer pequenas porções em intervalos curtos;

› Comer devagar e mastigar bem os alimentos;

› Evitar alimentos fritos e gordurosos;

› Aumentar o valor calórico das preparações.

Nutrição – Dietoterapia II
CONSEQUÊNCIAS NUTRICIONAIS
ALTERAÇÃO DO PALADAR
RECOMENDAÇÕES:

› Enxaguar a boca antes das refeições;

› Alimentos ácidos acentuam o sabor, como picles, o vinagre, a


laranja, o limão, etc (cuidado com mucosites);

› Use ervas e especiarias para acentuar o sabor dos alimentos como


manjericão, orégano, alecrim, hortelã.

Nutrição – Dietoterapia II
CONSEQUÊNCIAS NUTRICIONAIS
MUCOSITE
RECOMENDAÇÕES:

› Evitar alimentos ácidos;


› Evitar alimentos muito quente ou gelado;
› Evitar condimentos fortes (pimenta, catchup, mostarda, molho
inglês);
› Diminuir o sal da preparação;
› Preferir alimentos macios ou preparações pastosas;
› Cuide da higiene oral, escovando os dentes sempre após as
refeições.

Nutrição – Dietoterapia II
CONSEQUÊNCIAS NUTRICIONAIS
XEROSTOMIA
RECOMENDAÇÕES:

› Beba líquido com maior frequência, várias vezes ao dia;

› Acrescente molhos e caldos nas preparações;

› Introduzir balas azedas ou gotas de limão para estimular a


salivação. **Caso esteja com mucosite descartar esta dica**.

Nutrição – Dietoterapia II
OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL (TN)

Prevenção e tratamento da desnutrição.

Modulação da resposta orgânica ao tratamento oncológico.

Controle dos efeitos adversos do tratamento oncológico.

Nutrição – Dietoterapia II
INDICAÇÃO DA TN

› Pacientes em risco nutricional grave, que serão submetidos a


grandes operações por câncer do trato gastrointestinal.

› Pacientes com inadequada ingestão alimentar (oral).

› Ingestão alimentar <70% do VET estimado por mais de 10 dias.

› Pacientes que não poderão alimentar-se por período maior do que


sete dias.

Nutrição – Dietoterapia II
Obrigada!

Nutrição – Dietoterapia II

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