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2.1 - INTRODUÇÃO
A máquina síncrona teve sua origem funcionando como gerador. O gerador elementar
foi inventado na Inglaterra em 1831 por Michael Faraday, e nos EUA, mais ou menos na
mesma época, por Joseph Henry.
Este gerador consistia basicamente de um imã que se movimentava dentro de uma
espira, ou vice-versa, provocando o aparecimento de uma f.e.m registrada
num galvanômetro.
Galvanômetro
3
2.2.2 - ROTOR
O rotor é também formado de chapas laminadas justapostas que em geral são do mesmo
material que o estator (aço-silício). Do ponto de vista construtivo existem dois tipos básicos
de rotores: rotores contento pólos salientes e rotores contendo pólos lisos. Esta diferenciação
conduz a modelos equivalentes diferentes, mas não altera em nada o princípio de
funcionamento, que permanece idêntico para ambos.
Os geradores em pólos saliente são em geral empregados com número de pólos igual ou
superior que 4. A escolha do número de pólos é ditado pela rotação mais apropriada para
máquina primária. Turbinas hidráulicas, por exemplo, trabalham com baixa rotação, sendo por
isso necessário geradores com alto número de pólos. A velocidade de rotação da turbina
hidráulica varia em função da pressão hidráulica existente e em função da altura da queda
d´água, sendo que ela se situa entre 50 a 600 rpm. Além disso, a velocidade também varia em
função do tipo da turbina (Francis, Kaplan, Pelton, etc...). Este tipo de gerador em geral é
construído com eixo vertical, possuindo grande diâmetro e pequeno comprimento axial; esta
relação entre comprimento e diâmetro é ditada pela baixa rotação a que estão sujeitos (alto
número de pólos).
Os rotores de pólos lisos são em geral empregados em máquinas que operam em alta
velocidade, que é o caso típico das usinas termelétricas, onde o número de pólos é 2 ou 4. Este
emprego provém do fato que rotores com pólos lisos são mais robustos sendo assim mais
aptos a trabalharem em altas rotações (3600 e 1800 rpm). A Fig. 2.4 mostra uma máquina
síncrona com rotor de pólos lisos.
Têm por função conectar a fonte de corrente contínua com os pólos do rotor. Tratando-
se de componentes que se desgastam e que podem produzir faíscas e interferência
eletromagnética, em geral se empregam geradores com excitação sem escovas, denominados
geradores brushless.
6
A densidade de fluxo de máquinas reais pode ser feita aproximadamente igual a uma
distribuição senoidal pelo ajuste apropriado da forma das sapatas polares. Com a rotação do
rotor, a onda do fluxo varre os dois lados da bobina. A tensão resultante (Fig. 2.6-b) é uma
função com a mesma forma de onda da distribuição espacial de B.
A tensão na bobina tem um ciclo completo de valores para cada rotação da máquina de
dois pólos. A sua freqüência em ciclos/segundo (Hz) é igual a velocidade do rotor em
rotações por segundo, esta é a razão para ser designada de maquina síncrona. Assim, uma
máquina síncrona de dois pólos deve girar a 3600 rotações por minuto (rpm) para produzir
uma tensão senoidal de freqüência 60Hz.
Um grande número de maquinas síncronas tem mais de dois pólos. Como um exemplo
específico, a Fig. 2.7 mostra um alternador elementar monofásico de quatro pólos.
Quando uma máquina tem mais de dois pólos é conveniente concentrar a atenção num
único par de pólos e reconhecer que as condições elétricas, magnéticas e mecânicas,
associadas a cada um dos outros pares de pólos, são repetições das associadas àquele. Por esta
razão é conveniente expressar os ângulos em graus elétricos ou radianos elétricos. Um par de
pólos numa máquina com P pólos corresponde a um período da onda de fluxo,
correspondendo, pois a 2π radianos elétricos ou 360° elétricos, de onde:
P
θe = θm
2
Ou
θe = p × θ m
ω× p
f =
120
Vamos adotar a convenção de motor. Para analisar a máquina síncrona operando como
gerador basta inverter o sentido da corrente.
Vamos admitir o motor operando no estado estacionário (alimentado por um sistema
trifásico balanceado de correntes, com excitação constante e com carga fixa acoplada a seu
eixo).
Nestas condições o motor síncrono é basicamente formado por 4 circuitos R-L
magneticamente acoplados, assim como mostra a Fig. 2.9.
) O símbolo l é usado para indicar uma indutância que é uma função do ângulo elétrico.
v = ri+pλ (2.1)
dλ
Onde p λ = é o fluxo total concatenado pelo circuito (produzido pelas 4 correntes).
dt
10
Temos então:
va = ra i a + pλ a
v = rb i b + pλ b
b
(2.2)
vc = rc i c + pλ c
v f = rf i f + pλ f
Os fluxos podem ser escritos em função das indutâncias e das correntes da máquina:
λ a = l aa i a + l ab i b + l ac i c + l af i f
λ = l i + l i + l bc i c + l bf i f
b ba a bb b
(2.3)
λ
c = l i
ca a + l cb i b + l cci c + l cf i f
λ f = l fa i a + l fb i b + l fc i c + l ff i f
A Fig. 2.10 mostra uma, em seção transversal uma representação esquemática para uma
máquina de dois pólos.
l ff = L ff (2.4)
N 2 µAN 2
L= =
ℜ ι
Então:
l af = L af cos α (2.5)
l af = L af cos α
l bf = L af cos (α − 120°) (2.8)
l = L cos (α + 120°)
cf af
Fig. 2.11 - Eixo direto do rotor alinhado com o eixo de referência (α=0°)
13
O enrolamento da fase “a” do estator esta fixado no estator, logo produz uma força
magnetomotriz (f.m.m) ℑa = N a i a sempre alinhada com o eixo da fase “a”.
Vamos decompor ℑa em duas componentes ortogonais, uma alinhada com o eixo direto
Então temos:
Temos:
ℑda = ℑa cos α
(2.9)
ℑqa = ℑa cos(α + 90°) = −ℑa sen α
) Força magnetomotriz : ℑ = N I
O valor do fluxo, λ, que é desenvolvido por uma bobina depende da corrente I e do número de
espiras N. O produto de I por N é descrito pelo termo Força Magnetomotriz (f.m.m). Força
magnetomotriz é a força que causa o fluxo estabelecido. Sua unidade é o ampère-espira (Ae).
15
Os fluxos magnéticos no entreferro nas posições dos eixos “d” e “q” devido a corrente
na fase “a” valem, então:
O fluxo no entreferro na posição do eixo da fase “a” devido a corrente da fase “a” Φ gaa
vale então:
Logo:
1 − cos 2α 1 + cos 2α
Temos que: sen 2 α = e cos 2 α =
2 2
1 + cos 2α 1 − cos 2α
Φ gaa = N a i a Pgd + Pgq (2.17)
2 2
Finalmente:
Chamando:
Resulta:
Para se chegar a indutância l gaa deve-se ainda considerar o fluxo de dispersão da fase
“a” do estator, que é um fluxo produzido pela corrente→ i a e que não atravessa o entreferro,
fechando-se em torno dos condutores da fase “a” principalmente nas testas das bobinas.
Vamos considerar este fluxo introduzindo uma parcela na expressão (2.22). Então:
l aa = l gaa + L al (2.23)
Assim temos:
l aa = L al + L go + L g 2 cos 2α (2.24)
Para as fases “b” e “c” basta substituir α por (α-120°) e (α+120°), respectivamente.
Temos:
l aa = L al + L go + L g 2 cos 2α
l bb = L al + L go + L g 2 cos(2α + 120°) (2.27)
l = L + L + L cos(2α − 120°)
cc al go g2
18
nestas condições. A corrente i a produz os fluxos Φ gda e Φ gqa já conhecidos. Ver Fig. 2.16.
Ou:
Ou:
Mas:
Então:
Φ gba = [Pgd N a i a cos α] cos(α − 120°) - [-Pgq N a i a sen α] sen(α − 120°) (2.32)
Φ gba = N a i a [Pgd cos α cos(α − 120°)] + [Pgq sen α sen(α − 120°)] (2.33)
1
cos α cos β = 2 [cos(α + β) + cos(α − β)]
Temos que: 1
sen α senβ = [cos(α − β) − cos(α + β)]
2
Logo:
1 1
Φ gba = N a i a Pgd cos(2α − 120°) + cos(120°) +
2 2
(2.34)
1 1
+ Pgq cos(120°) − cos(2α − 120°)
2 2
Pgd cos(2α − 120°) − 0.5 Pgd − 0.5 Pgq − Pgq cos(2α − 120°)
Φ gba = N a i a + (2.35)
2 2
1
sen α cos β = [sen(α + β) + sen(α − β)]
2
1
cos α senβ = [sen(α + β) − sen(α − β)]
2
) Formulas de produto:
1
cos α cos β = [cos(α + β) + cos(α − β)]
2
1
sen α senβ = [cos(α − β) − cos(α + β)]
2
20
Logo:
Chamando:
Ou:
É desprezível a parcela do fluxo de dispersão da fase “a” que concatena as fases “b” e
“c” devido ao deslocamento de 120° elétricos.
Então:
l ba = l gba (2.40)
Portanto:
Finalmente:
1 - Próprias do rotor:
{l ff = L ff
2 - Mutuas do rotor:
l af = L af cos α
l bf = L af cos (α − 120°)
l = L cos (α + 120°)
cf af
3 - Próprias do estator:
l aa = L al + L go + L g 2 cos 2α
l bb = L al + L go + L g 2 cos(2α + 120°)
l = L + L + L cos(2α − 120°)
cc al go g2
4 - Mutuas do estator:
Nessas condições eles produzem o campo girante. O campo girante é uma distribuição
senoidal de f.m.m. que viaja ao longo do entreferro com velocidade ω (rad/seg).
Os eixos d e q estão fixados no rotor da máquina, logo giram com a mesma velocidade
ω (rad/seg) do rotor da máquina.
Para um observador colocado no rotor da máquina o campo girante aparece estático, já
que não há velocidade relativa entre esse observador e o campo girante, mas um campo
magnético estático pode ser produzido por uma ou mais correntes continuas.
A partir dessa observação, Park imaginou substituir os 3 enrolamentos de fase reais da
máquina por 2 enrolamentos fictícios, um no eixo direto e outro no eixo de em quadratura.
Esses enrolamentos fictícios conduziram correntes continuas e girariam solidários ao rotor.
Essa transformação matemática resulta numa grande simplificação das equações da
máquina. Vamos decompor ℑa , ℑb e ℑc cada uma em duas componentes ortogonais
alinhadas com os eixos d e q. Logo teremos:
23
Ou
Ou
id = 2
3
{i a cos α + i b cos(α − 120°) + i c cos(α + 120°)} (2.49)
iq = 2
3
{− i a sen α - i b sen(α − 120°) − i c sen(α + 120°)} (2.50)
2
ℑd = Naid (2.51)
3
2
ℑq = Naiq (2.52)
3
1
io = {i a + i b + i c } (2.53)
3
Desta forma teremos as seguintes relações entre as correntes dqo e as variáveis ‘a’, ‘b’ e
‘c’:
As mesmas relações entre as correntes dqo e as variáveis ‘a’, ‘b’ e ‘c’ podem ser
escritas paras as tensões e os fluxos.
i a cos α − sen α 1 i d
i = cos(α − 120°) − sen(α − 120°) 1 × i (2.57)
b q
i c cos(α + 120°) − sen(α + 120°) 1 i o
λ a cos α − sen α 1 λ d
λ = cos(α − 120°) − sen(α − 120°) 1 × λ (2.59)
b q
λ c cos(α + 120°) − sen(α + 120°) 1 λ o
25
λd = 2
3
{λ a cos α + λ b cos(α − 120°) + λ c cos(α + 120°)} (2.60)
Mas:
λ a = l aa i a + l ab i b + l ac i c + l af i f
λ b = l ba i a + l bb i b + l bc i c + l bf i f (2.61)
λ = l i + l i + l i + l i
c ca a cb b cc c cf f
E:
l af = L af cos α
l bf = L af cos (α − 120°) (2.62)
l = L cos (α + 120°)
cf af
l aa = L al + L go + L g 2 cos 2α
l bb = L al + L go + L g 2 cos(2α + 120°) (2.63)
l = L + L + L cos(2α − 120°)
cc al go g2
Então teremos:
[ ] [
λ a = L al + L go + L g 2 cos 2α i a + − 0.5L go + L g 2 cos(2α − 120°) i b + ]
+ [− 0.5L go ]
+ L g 2 cos(2α + 120°) i c + [L af cos α ] i f
[ ] [
λ b = − 0.5L go + L g 2 cos(2α − 120°) i a + L al + L go + L g 2 cos(2α + 120°) i b + ]
+ [− 0.5L go + L g 2 cos(2α) ]i + [L
c af cos (α − 120°)] i f
[ ] [
λ c = − 0.5L go + L g 2 cos(2α + 120°) i a + − 0.5L go + L g 2 cos(2α) i b + ]
+ [L al + L go + L g 2 cos(2α − 120°)]i + [L c af cos (α + 120°)] i f
26
Portanto λ d vale:
id = 2
3
{i a cos α + i b cos(α − 120°) + i c cos(α + 120°)}
id = 2
3
{i a cos α + i b cos(α − 120°) + i c cos(α + 120°)}
Sendo que: i a + i b + i c = 0
27
Então: i b + i c = −i a , i a + i c = −i b e i a + i b = −i c . Logo:
id = 2
3
{i a cos α + i b cos(α − 120°) + i c cos(α + 120°)}
1
cos α cos β = [cos(α + β) + cos(α − β)]
Aplicando as formulas do produto 2 temos:
1
sen α senβ = [cos(α − β) − cos(α + β)]
2
Logo:
Simplificando temos:
Sendo que: i d = 2
3
{i a cos α + i b cos(α − 120°) + i c cos(α + 120°)} Ver eq.(2.49)
id = 2
3
{i a cos α + i b cos(α − 120°) + i c cos(α + 120°)}
Pois:
1 + cos 2α
cos 2 α =
2
1 + cos(2α + 120°)
cos 2 (α − 120°) =
2
1 + cos(2α − 120°)
cos 2 (α + 120°) =
2
λ d = L al i d + L go i d + 0.5L go i d + 3 + L g 2 i d + L af i f
2
λ d = L af i f + [ L al + 3 L go + 3 L g 2 ] i d
2 2
29
Chamando:
L d = L al + 3 (L go + L g 2 )
2
Resulta:
λ d = L af i f + L d i d
λ q = Lq iq
λo = Lo io
λ f = L ff i f + 3 L af i d
2
Onde:
L q = L al + 3 (L go − L g 2 )
2
L o = L al
2
vd = [v a cos α + v b cos(α − 120°) + v c cos(α + 120°)] (2.65)
3
Mas:
v a = ra i a + pλ a
v b = rb i b + pλ b (2.66)
v = r i + pλ
c cc c
2
vd = {[ra i a + pλ a ]cos α + [ra i b + pλ b ]cos(α − 120°) + [ra i c + pλ c ]cos(α + 120°)} (2.67)
3
2
v d = ra [i a cos α + i b cos(α − 120°) + i c cos(α + 120°)] +
3
(2.68)
2
+ [pλ a cos α + pλ b cos(α − 120°) + pλ c cos(α + 120°)]
3
2
v d = ra i d + [pλ a cos α + pλ b cos(α − 120°) + pλ c cos(α + 120°)] (2.69)
3
Mas:
d
p[λ a cos α ] = [λ a cos α] = λ a d [cos α] + cos α d [λ a ]
dt dt dt
d
[cos α] = − sen α dα = −ω sen α ............................................... pois: α = ωt
dt dt
Portanto:
2
v d = ra i d + {p[λ a cos α] + ω sen α λ a + p[λ b cos(α − 120°)] +
3 (2.70)
+ ω sen(α − 120°) λ b + p[λ c cos(α + 120°)] + ω sen(α + 120°) λ c }
2
v d = ra i d − ω {− λ a sen α − λ b sen(α − 120°) − λ c sen(α + 120°)} +
3
(2.71)
2
+ p [λ a cos α + λ b cos(α − 120°) + λ c cos(α + 120°)]
3
Logo:
v d = ra i d + pλ d − ωλ q (2.72)
Da mesma forma:
v q = ra i q + pλ q + ωλ d (2.73)
v o = ra i o + pλ o (2.74)
v f = rf i f + pλ f (2.75)
tensões induzidas nos enrolamentos são devidas as variações dos fluxos no tempo). As
parcelas ωλ q e ωλ d são tensões de maquina (resultante do movimento dos condutores dentro
de um campo magnético)
Vamos admitir a máquina síncrona operando como motor no estado estacionário (carga
constante no seu eixo), alimentada por um sistema trifásico balanceado de correntes:
i a = 2 I sen (ωt + β)
i b = 2 I sen (ωt + β − 120°) (2.76)
i = 2 I sen (ωt + β + 120°)
c
32
Corrente Id
2
id = {i a cos α + i b cos(α − 120°) + i c cos(α + 120°)} (2.77)
3
2
id = 2 I {sen(ωt + β) cos ωt + sen(ωt + β − 120°) cos(ωt − 120°) +
3 (2.78)
+ sen(ωt + β + 120°) cos(ωt + 120°)
1
Mas: sen α cos β = [sen(α + β) + sen(α − β)]
2
2 1
id = 2 I {sen[ωt + β + (ωt )] + sen[ωt + β − (ωt )] +
3 2
+ sen[ωt + β − 120° + (ωt − 120°)] + sen[ωt + β − 120° − (ωt − 120°)] + (2.79)
+ sen[ωt + β − 120° + (ωt + 120°)] + sen[ωt + β − 120° − (ωt + 120°)]}
2 1
id = 2 I {sen(2ωt + β) + sen(β) + sen(2ωt + β + 120°) + sen(β) +
3 2 (2.80)
+ sen(2ωt + β − 120°) + sen(β)}
i d = 2 I sen(β) (2.81)
Corrente Iq
2
iq = {− i a sen α − i b sen(α − 120°) − i c sen(α + 120°)} (2.82)
3
2
iq = − 2 I {sen(ωt + β) sen ωt + sen(ωt + β − 120°) sen(ωt − 120°) +
3 (2.83)
+ sen(ωt + β + 120°) sen(ωt + 120°)
1
Mas: sen α senβ = [cos(α − β) − cos(α + β)]
2
33
2 1
id = − 2 I {cos[ωt + β + (ωt )] + cos[ωt + β − (ωt )] +
3 2
+ cos[ωt + β − 120° + (ωt − 120°)] + cos[ωt + β − 120° − (ωt − 120°)] + (2.84)
+ cos[ωt + β − 120° + (ωt + 120°)] + cos[ωt + β − 120° − (ωt + 120°)]}
2 1
id = − 2 I {cos(2ωt + β) + cos(β) + cos(2ωt + β + 120°) + cos(β) +
3 2 (2.85)
+ cos(2ωt + β − 120°) + cos(β)}
i d = − 2 I cos(β) (2.86)
io = 0
λ d = L af i f + L d i d → constante
λ q = Lqi q → constante
λ o = L oi o = 0 → constante
3
λ f = L ff i f + L af i d → constante
2
v d = ra i d + pλ d − ωλ q = ra i d − ωλ q
Mas: λ q = L q i q
v d = ra i d − ωL q i q (2.87)
34
v q = ra i q + pλ q + ωλ d = ra i q + ωλ d
Mas: λ d = L af i f + L d i d
v q = ra i q + ω(L af i f + L d i d ) (2.88)
v o = ra i o + pλ o
vo = 0 (2.89)
v f = rf i f + pλ f = rf i f
v f = rf i f (2.90)
Chamando:
v d = ra i d − x q i q
v = r i + ωL I + x i
q aq af f d d
v =0 (2.91)
o
v f = rf i f
Ou:
va i i i ωL af i f i
= (ra d − X q q ) cos ωt + (ra q + + X d d ) cos(ωt + 90) (2.95)
2 2 2 2 2 2
Logo:
Chamando:
Vd = ra I d − X q I q
Vq = ra I q + E f + X d I d
Resulta:
Ou fasorialmente:
& =V
V & + jV
& (2.98)
a d q
36
Onde:
IMPORTANTE:
EQUAÇÃO DA TENSÃO DA CORRENTE DE FASE DO MOTOR SÍNCRONO
& = E& + jX &I + jX &I + r &I
Va f d d q q a a
&I = &I + j&I
a d q
E& f = V
& + jX &I + jX &I + r &I
a d d q q a a (2.101)
alimentação Va .
ω L af i f
Observe que E a E a = depende diretamente da corrente de campo i f e da
2
velocidade ω da máquina. Então é a mesma expressão [E a = K Φ ω] desenvolvida no estudo
IMPORTANTE:
EQUAÇÃO DA TENSÃO DA CORRENTE DE FASE DO GERADOR SÍNCRONO
E& f = V
& + jX &I + jX &I + r &I
a d d q q a a
&I = &I + j&I
a d q
39
2.4.1.1 - GERADOR
E& f = V
& + jX &I + jX &I + r &I
a d d q q a a
Então:
A′B′
O′B′ = OB (2.103)
AB
A′B′ jX q I q
O′B′ = OB = Ia (2.104)
AB Iq
O′B′ = jI a X q
Assim o fasor:
OB′ = E = Va + ra I a + jX q I q
do diagrama.
41
2.4.1.2 - MOTOR
Então:
42
O′A′
O′B′ = OB (2.106)
AB
O′A′ jX q I q
O′B′ = OB = Ia (2.107)
AB Iq
O′B′ = jI a X q
Assim o fasor:
OB′ = E = Va − ra I a - jX q I q (2.108)
do diagrama.
Vamos admitir a máquina operando como gerador alimentando uma carga trifásica
equilibrada constante no tempo (estado estacionário). Vamos desprezar a resistencia da
armadura do gerador. Então:
43
Va senδ = X q I q (2.111)
E f − Va cosδ = X d I d (2.112)
Logo:
Va senδ
Iq = (2.113)
Xq
E f − Va cosδ
Id = (2.114)
Xd
E − Va cosδ Va senδ
P = Va f senδ + Va cosδ (2.115)
Xd X
q
Va E f V 2 cosδ V 2 senδ
P= senδ − a senδ + a cosδ (2.116)
Xd Xd Xq
44
Va E f 1 1
P= senδ + Va2 − senδ cosδ (2.117)
Xd X q X d
Mas como:
1 1 1 Xd − Xq
senδ cosδ = sen 2δ e − =
2 X q X d X q X d
Temos então:
Va E f Va2 X d − X q
P= senδ + sen 2δ (Kw /fase) (2.118)
Xd 2 XqXd
eixo direto é menor que o entreferro na região do eixo em quadratura. Então Pd > Pg e
N2 ωN 2 ωN 2 ωN 2
ℜ d < ℜ g e como L = , ωL = , teremos X d = ωL d = > X q = ωL q = .
ℜ ℜ ℜd ℜq
relutância. Então:
Va E f
P= senδ [máquina de rotor liso] (Kw /fase) (2.119)
Xd
45
Os pólos sul do estator repelem os pólos sul do rotor e os pólos norte do estator atraem
os pólos sul do rotor e vice-versa.
Resulta em duas componentes de força sobre o rotor: uma radial, de deformação e uma
outra tangencial no sentido do campo girante do estator. O motor inicia um movimento no
sentido do campo girante. Um pequeno tempo depois teremos a seguinte nova situação:
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Nesta nova situação a componente tangencial da força sobre o rotor tem sentido oposto
ao do campo girante. Como se vê o valor médio da força tangencial atuante no rotor é nula e,
em conseqüência, o motor síncrono não tem torque de partida próprio.
É preciso montar um método auxiliar para a partida do motor síncrono. Nos motores de
pequeno porte e médio porte emprega-se uma gaiola de esquilo para a partida do motor.
Ranhuras paralelas ao eixo são rasgadas nas sapatas polares do rotor e dentro dessas ranhuras
são alojadas barraras condutoras, normalmente de latão. Todas essas barras axiais são
interligadas nas suas extremidades do rotor formando uma gaiola cilíndrica (gaiola de
esquilo– squiprel cage).
O processo de partida do motor síncrono se dá com descrito a seguir:
Sem carga mecânica acoplada ao eixo do motor e com o enrolamento de campo
desenergizado, liga-se a armadura trifásica a uma rede trifásica. Cria-se assim um campo
velocidade constante ωs = 120 f rpm, onde ‘p’ é o número de pólos do gerador e ‘f’ é a
p
freqüência nominal do gerador. Energiza-se então o enrolamento de campo do gerador com
uma corrente continua. Essa corrente continua produz uma distribuição espacial senoidal de
fluxo magnético estático em relação ao próprio rotor. Quando o rotor gira, ele arrasa essa
distribuição espacial senoidal de fluxo, a qual passa sucessivamente pelos condutores das
fases ‘a’, ‘b’ e ‘c’ do estator, montadas com deslocamento espacial de 120° elétricos. Tensões
são induzidas nesses enrolamentos devido ao movimento relativo condutor-campo girante
magnético.
Devido ao deslocamento espacial dos 3 enrolamentos da armadura, as 3 tensões
induzidas resultam com defasamento de120° elétricos.
Esta é a chamada condição de gerador em vazio, na qual existem tensões nos terminais
do gerador, mas são nulas as correntes na armadura.
Conectando-se uma carga trifásica nos terminais do gerador haverá corrente nas 3 fases
da armadura do gerador. Estas correntes estão defasadas de 120° elétricos, pois são
produzidas por tensões defasadas de 120° elétricos. Produz-se então um campo girante
(desprezando-se as harmônicas o campo girante é uma distribuição espacial senoidal de
f.m.m. que viaja ao longo do entreferro do gerador). Esse campo girante interage
magneticamente com o campo magnético produzido pela corrente no enrolamento do rotor no
sentido de frear o rotor. É um torque eletromagnético positivo. Para manter o rotor em
movimento, a maquina motriz deve produzir um torque motriz oposto ao torque
eletromecânico. Essa é uma condição de gerador de carga.
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Existem dois fatores que limitam a potência de um gerador síncrono. Um desses fatores
é o torque mecânico no eixo da máquina. As máquinas são hoje projetadas, tal que os eixos
suportem, no estado estacionário, torques muito maiores que o nominal. Um outro fator que
limita a potência é o aquecimento dos enrolamentos.
O gerador síncrono tem dois enrolamentos: o da armadura (trifásico no estator) e de
campo (corrente contínua, no rotor).
O calor gerado na armadura tem origem na perda ôhmica PCOBRE = 3 × ra × I a2 e depende
apenas da intensidade de corrente, não dependendo do fator de potência. Como existe uma
temperatura limite para operação segura da armadura, existe um limite de corrente para a
armadura da máquina. Esse valor da corrente é a corrente nominal da máquina.
A potência aparente do gerador, na saída, vale:
ω L af I f
excitação do gerador vale: E f = . Então o limite da corrente de campo fixa o limite
2
da tensão de excitação.
Consideremos um diagrama fasorial de um gerador síncrono operando com tensão
terminal nominal e corrente de armadura máxima em diversos fatores de potência
Então:
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E f = Va + j X S I a
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E f = Va + j X S I a
AC = X S I a (2.122)
B C = X S I a sen ϕ (2.123)
AB = X S I a cos ϕ (2.124)
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Va
Vamos em seguida multiplicar todas as tensões da diagrama anterior por 3 3. O novo
Xs
diagrama resulta:
Va V
A' C ' = 3 AC = 3 a X S I a = 3 × Va × I a
XS XS
Va V
B' C ' = 3 B C = 3 a X S I a sen ϕ = 3 × Va × I a × sen ϕ
XS XS
Va V
A ' B' = 3 AB = 3 a X S I a cos ϕ = 3 × Va × I a × cos ϕ
XS XS
Va2 E V
sobre o eixo Kvar em − 3 e de raio 3 f a , onde E f é a máxima tensão de excitação
Xs Xs
correspondente a máxima corrente admissível.
Existe ainda um outro limite externo ao gerador que é a máxima potência que a máquina
motriz pode desenvolver.
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Vamos analisar o comportamento de um motor síncrono quando ele opera sob tensão
terminal nominal constante com carga fixa em seu eixo e variamos a sua corrente de campo.
Desprezaremos a resistência da armadura.
Vamos supor que, inicialmente, o motor esteja operando como uma carga indutiva, com
a corrente atrasada em relação a tensão terminal Va , com P > 0 e Q > 0 ( motor consome
potência ativa e potência reativa).
O diagrama fasorial mostra esta situação:
Va = E f + j X S I a
P = Va × I a × cos ϕ (W/fase)
Ou:
Va E f
P= sen ϕ (W/fase)
XS
ter P constante.
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A potência ativa que o motor desenvolve depende somente da carga mecânica acoplada
ao seu eixo; É o trabalho realizado para girar essa carga numa velocidade constante. E não é
afetada por qualquer variação da corrente de campo.
Quando aumentamos o valor da corrente de campo I f , aumentamos proporcionalmente
ω L af I f
a tensão de excitação E f E f = . Para P=cte, E f senδ = cte e a extremidade do
2
Para I a > I f1 ( E f cosδ > Va )o motor opera capacitivamente e ele é dito sobre excitado.
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Exercício - 01
As reatâncias Xd e Xq de um gerador síncrono de pólos salientes valem 1,00 e 0,60 por
unidade (pu) respectivamente. A resistência da armadura é desprezível. Calcule a tensão de
excitação quando o gerador fornece potência nominal com fator de potencia 0,80 indutivo e
tensão terminal nominal.
Exercício - 02
Uma máquina síncrona de entreferro uniforme tem 2 pólos e enrolamento trifásico
conectado em Y no estator. Os enrolamentos do estator têm indutância síncrona de 0,01H e
resistência desprezível. O enrolamento do rotor tem indutância de 20H e resistência de 10Ω.
Ele é ligado a uma fonte de corrente continua de 100 Volts. A indutância mutua entre o rotor e
uma fase do estator quando seus eixos estão alinhados é 0,4H.
A máquina esta operando como gerador no estado estacionário ( regime permanente)
remetendo potência a um sistema trifásico balanceado com fator de potencia 1,0 e freqüência
angular de 500 rad/s. A tensão terminal por fase é 1000 Volts eficazes. Qual é a potencia de
saída desse gerador nestas condições?
Exercício – 03
Um motor síncrono de 1000 Hp, 2300 Volts, trifásico, ligado em Y, freqüência 60 Hz,
20 pólos, tem reatância síncrona de 4,00 Ω por fase. Neste problema podemos considerar o
motor como tendo rotor liso e todas as perdas podem ser desprezadas.
a) Esse motor opera conectado a uma barra infinita de tensão e freqüência nominal. A
corrente de excitação é ajustada tal que o fator de potência seja unitário quando a carga no
eixo do motor requer uma entrada de 800 KW. Se a carga no eixo do motor é vagarosamente
aumentada, como a corrente de campo é mantida constante, determine o torque máximo que o
motor pode desenvolver.
b) suponha agora, que o motor é alimentado por um gerador síncrono de 1000 KVA,
2300 Volts, trifásico, Y, cuja reatância síncrona é também 4,00 Ω. A freqüência é mantida
constante por um servomecanismo e as correntes de excitação do motor e do gerador são
mantidas constantes nos valores para os quais se tem tensão terminal nominal quando o motor
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absorve 800 KW com fator de potência unitário. Se a carga no eixo do motor é vagarosamente
aumentada, determine o torque máximo. Determine também a corrente da armadura, a tensão
terminal e o fator de potencia correspondente a essa carga máxima.
c) Determine o torque máximo se, ao contrario de permanecer constante como no item
(b), as correntes de campo do motor e do gerador são vagarosamente acrescidas tal a se
manter sempre a tensão terminal no valor normal com o fator de potência unitário enquanto a
carga no eixo é aumentada.
Exercício – 04
Refazer o estudo da característica potencia-ângulo no estado estacionário, para uma
máquina síncrona de pólos salientes considerando uma linha de transmissão de reatância de
XL Ω/fase entre os terminais da máquina e um barramento. Desprezar as resistências.
Exercício – 05
Que percentagem de sua potência de saída pode um motor síncrono de pólos salientes
desenvolver sem perder o sincronismo. Quando a tensão aplicada é nominal e a corrente de
excitação é nula, se Xd=0,80 pu e Xq=0,50 pu ? Calcule a corrente pu da máquina na potencia
máxima ?
Exercício – 06
Um motor síncrono tem Xd=0,80 e Xq=0,50 pu. Ele esta operando alimentado por uma
barra infinita de Va=1,0 pu. Despreze todas as perdas. Qual e a mínima excitação pu para o
qual a maquina ainda permanece em sincronismo com torque nominal ? Nessa condição,
determine a corrente da armadura pu e o fator de potência ?
Exercício – 07
Um gerador síncrono está ligado a uma barra infinita através de 2 linhas de transmissão
paralelas, cada uma tendo reatância de 0,60 pu incluídos os trafos elevador e abaixador das 2
extremidades.
A reatância síncrona do gerador é 0,90 pu. Todas as resistências podem ser desprezadas
e as reatâncias estão expressas em pu tomando-se os nominais do gerador como base. A
tensão da barra infinita é 1,0 pu.
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a) A potencia de saída e a excitação de gerador, são tais que ele fornece corrente nominal com
fator de potência unitário nos seus terminais no estado estacionado.
Determine as voltagens nos terminais do gerador e de excitação, a potência de saída e a
potência reativa remetida a barra infinita.
b) A máquina motriz é agora afastada tal que não ocorra transferência de potência entre
o gerador e a barra infinita. A corrente do campo do gerador é afastado num valor que resulta
numa remessa de 0,50 pu de potência reativa imagina a barra dessas condições, calcule as
voltagens no terminal do gerador e de excitação.
c) O sistema é agora levado a operar nas condições descritas no item (a) uma das duas
linhas de transmissão e destinado pela ação dos disjuntores nos terminais. A corrente de
excitação do gerador é mantida constante. O gerador se manterá em sincronismo?
Após comparar a potência que se deseja transferir com a máxima nestas condições, dê uma
opinião sobre a adequacidade do sistema de transmissão. Calcule, nestas condições Ia, Ia, fp
nos terminais do gerador.
Exercício – 08
Um gerador síncrono de 50 KVA, cós=0,8, 480V (Y), 60Hz, 6 pólos tem reatância síncrono
de 1,0 /fase. O gerador esta acoplado a uma turbina a vapor capaz de suprir até 45KW. As
perdas mecânicas do gerador somam 1,5KW e as perdas no ferro somam 4,0KW.
a) Desenhe o diagrama de capacidades desse gerador, incluindo o limite da máquina
motriz.
b) Pode esse gerador suprir uma corrente de linha de 56A com fator de potência 0,7
indutivo? Porque sim ou não ?
c) Qual é a máxima potência reativa que esse gerador pode produzir?
d) Se o gerador supre 30KW de potência ativa, qual é a máxima potência reativa que ele
pode suprir simultaneamente ?
Exercício – 09
A barra infinita da figura opera em 480V a carga 1 e um motor de indução consumindo
100Kw com fp 0,78. A carga 2 é um motor de indução consumindo 200Kw com fp 0,80. A
carga 3 é um motor síncrono consumindo 150Kw.
a) Se o motor síncrono é ajustado para operar com fp 0,85 indutivo, qual é a corrente na
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