Professional Documents
Culture Documents
Tipos de Falhas
• Introdução
• Fratura Dúctil
• Fratura Semifrágil
• Fratura Frágil
• Fratura Intergranular
• Fratura por Fadiga
Fratura em materiais
4.1 - Introdução
Partícula de 2a fase
Átomo substitucional (alto ponto de fusão)
Átomo intersticional
Precipitado Planos de
Discordância em cunha coerente
deslizamento
Precipitado
incoerente
Precipitados
em contornos
Célula elementar de grão
Discordância em
hélice
Fratura
intergranular Fratura transgranular
Camadas de precipitados em
contornos de grão
(a) (b ) (c) (d )
F ig u ra 4 .4 - A p a r ê n c ia m a c r o s c ó p ic a d e fr a tu r a s : d ú c ti l ( a , b ) e frá g il ( c , d ) – e n s a io d e t r a ç ã o .
(a) (b) (c)
Figura 4.5 - Macrofractografias: (a) dúctil e (b) frágil (ensaios de tração); (c) fratura frágil
de aço empregado em suporte de forno.
(a) (b)
Figura 4.6 - Fratura frágil (a) versus fratura dúctil (b) em 2 parafusos de aço AISI 1038 que
sofreram tratamentos térmicos diferenciados: (a) temperado em água (HR c = 47) e (b)
recozido (HRc = 15).
a) Z o n a fib ro s a (F )
b) Z o n a ra d ia l (R )
c) Z o n a d e c is a lh a m e n to (S ) - s h e a r lip s -
Zona Fibrosa
Fibrosa Radial Cisalhante
Zona
Cisalhante Zona
Radial
(a) (b)
Figura 4.7 - Localização esquemática das zonas características de fratura de
um CP de tração
4.2.1 - Alterações no aspecto de fratura
Temperatura (oF)
Fibrosa
Tamanho
da zona
(in)
Cisalhante
Radial
Temperatura (oC)
(a) (b)
4.2.1.2 - Geometria do CP
a) A ZF apresenta um aspecto tanto mais elíptico quanto maior for a relação largura/espessura do
CP;
b) A ZR freqüentem ente apresenta o aspecto característico com o “marcas de sargento” (chevron m arkings);
c) Para um valor suficientemente grande da relação largura/espessura do CP a ZC pode ocupar toda a espessura do CP.
A superfície de fratura forma, neste caso, aproximadamente 45o com o eixo de tração.
Espessura
ZF
ZC
Origem da trinca ZR
(a)
Espessura ZF
ZC
Origem da trinca
ZR
(b)
Espessura
ZF
Origem da trinca
(c)
ZC
ZC
(a) (b )
(a)
Origem da trinca ZF
Espessura
ZR
(b)
Origem da trinca ZC
Figura 4.17 - Representação esquemática de CPs retangulares com as 3 zonas características; (a) CP com entalhe;
(b) carregamento lateral; ZF – zona fibrosa; ZR – zona radial; ZC – zona cisalhante; as setas em negrito indicam a
direção de propagação da trinca.
(a) (b)
Figura 4.18 - Superfícies de fratura de CPs com entalhes, ensaiados em tração; aço AISI 4340 tratado termicamente (HRc = 27);
(a) temperatura de ensaio: -40oC (predominância de ZF); (b) temperatura de ensaio: -120 oC (ZF a partir do entalhe e ZR).
Figura 4.19 - Idem à Figura 4.18, mas temperatura de ensaio: – 155 oC (nota-se uma pequena
região de ZF a partir do entalhe e predominância de ZR na superfície de fratura).
ZC
ZR
Entalhe ZR
ZF ZF Entalhe
(a) (b)
Figura 4.20 - Mudança no aspecto da fratura em função da variação do raio de concordância dos entalhes; aço AISI 4340; ensaio
de tração (– 40oC); (a) raio de 0,1 polegadas; (b) raio de 0,01 polegadas; ZF – zona fibrosa; ZR – zona radial; ZC – zona cisalhante.
Origem da trinca e ZF ZR
ZC ZC
“Marcas de sargento”
Figura 4.21 - Fratura em um vazo de pressão de um aço AISI 4340; nota-se a origem
da ZF na superfície do material.
4.3 - Principais Tipos de Fratura
Dúctil Mobilidade de discordâncias Metais CFC (Al, Cu, Au, Ag, Pt, Pb, etc.),
polímeros não-vítreos, alguns metais CCC
4.3.1 - Fratura Dúctil
Empescoçamento (estricção)
Tensão
(Engenharia)
Materiais
(Engenharia)
Materiais
Materiais Materiais (Engenharia)
puros puros
Deformação (Engenharia)
Figura 4.22 - Representação esquemática de curvas tensão versus deformação de ensaios de tração para materiais puros e
materiais empregados usualmente em Engenharia.
Barreira
Plano de
deslizamento Microtrinca
Cisalhante
Fibrosa
(a)
(b )
(c) (b 1 ) ( b2 )
F ig u r a 4 .2 4 - D e fo r m a ç ã o p lá s tic a lo c a liz a d a d e u m m a te r ia l c o m c o m p o r ta m e n to d ú c t il; (a ) r e p r e s e n ta ç ã o e s q u e m á tic a ; ( b ) C P s
e n s a i a d o e m t r a ç ã o – e n s a i o s in t e r r o m p id o s ; ( c ) t u b o d e a ç o i n o x id á v e l fe r r í ti c o A I S I 4 0 9 fr a tu r a d o e m t r a ç ã o .
⇒ Aspectos macroscópicos:
⇒ Aspectos microscópicos:
⇒ Fractografia:
(a) (b)
Figura 4.25 - (a) Microfractografia de um aço baixo-carbono mostrando os dimples; (b) detalhe de um dimple, com
presença de inclusão esférica; MEV.
Figura 4.26 - Representação esquemática de nucleação, crescimento e coalescência
de vazios em metais dúcteis.
Figura 4.27 - Representação esquemática de como os dimples se apresentam em função
do tipo de carregamento.
Tensão
trativa
uniaxial
Cisalhamento
Rasgamento
(a ) (b)
F ig u r a 4 .2 8 - R e p r e s e n ta ç ã o e s q u e m á tic a d e m e c a n is m o s d e c o a le s c i m e n to d e m ic r o c a v id a d e s ( r u p tu r a
n o r m a l; r u p tu r a p o r c is a lh a m e n to ; r u p tu r a p o r r a s g a m e n to ) .
Figura 4.29 - Microfractografia de uma região de um aço AISI 1040, destacando os dimples por
c i s a l h a me n t o , e m d i f e r e n t e s a u me n t o s ; M E V .
(a) (b)
(c) (d)
Figura 30 - (a) Pequenas e grandes inclusões de sulfetos em dimples de uma fratura dúctil; MEV - 5000 X; (b) dimples alongados em
uma superfície de fratura de um aço AISI 4140 temperado e revenido; MET - 10000 X. (c) aço inoxidável ferrítico AISI 439; MEV -
2000X ; (d) aço do tipo AISI 1513; MEV - 2000X.
4.3.1.3 - Crescimento de trinca em um material dúctil
Zona
cisalhante
(a) (b)
Figura 4.31 - (a) Representação esquemática de como ocorre de fratura de um material com a evolução do
trincamento; (b) corpo-de-prova de um aço patinável do tipo SAC 50 ensaiado em tenacidade à fratura.
Figura 4.32 - Representação esquemática do mecanismo de crescimento de trinca para uma fratura dúctil.
Plano de deformação
plástica máxima
(a) (b)
o
Figura 4.33- Representação esquemática do modelo de crescimento de trinca em zig-zag (45 ) para um material dúctil.
Figura 4.34 - Fotomicrofractografia ótica de um aço de alta resistência e baixa liga (A 710); sem ataque; nota-se a
e v o l u ç ão d a t ri n ca .
Bandas de
deslizamento Obstáculos
Figura 4.35 - Representação esquemática da nucleação de cavidades a partir de uma partícula de segunda-fase;
(a) ruptura de partícula; (b) decoesão partícula-matriz.
A Nucleação de vazios
u devido a ruptura
m (clivagem) de partículas
e
n
t
o
Ligação da trinca com
d vazios e surgimento de
a outros vazios entre
partícula e matriz
t
e
n
s Evolução da trinca onde esta
ã percorre as regiões de menor
o energia; ruptura de partículas
e decoesão partícula-matriz
Figura 4.36 - Modelo de propagação de trinca por ruptura de partícula e decoesão com a matriz.
Cunha Hélice Hélice
Hélice Hélice
Cavidade para
nucleação de
vazio
Partícula
Figura 4.37 - Modelo de Broek para nucleação e crescimento de vazios; nota que em (a) as
componentes em cunha e em hélice são de sinais opostos.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 4.38 - Microfractografias onde pode ser visto: (a) dimples; (b) carbonetos fraturados (seta) em uma superliga de
Inconel 718; (c) e (d) dimples em aços (notam-se partículas de segunda-fase).
Figura 4.39 - Representação esquemática de uma fratura do tipo “taça-cone”.
(c)
(a)
(b)
Figura 4.40 - (a) Macro e microfractografia de uma aço AISI 1008 ensaiado em tração; notam-se dimples equiaxiais
(região central) e dimples alongados (zona cisalhamente); (b) CP de um aço AISI 8620 ensaiado em tração; (c) fratura de um
aço AISI 1035.
Figura 4.41 - Representação esquemática de etapas que levam a formação de uma fratura do tipo “taça-cone”.
Figura 4.42 - Seqüência de etapas na propagação da fratura dúctil através de nucleação, crescimento e coalescência de vazios.
Figura 4.43 - Observação de propagação de uma trinca correspondente a uma fratura dúctil durante o ensaio de tração (MET).
4.3.2 - Fratura Semifrágil
É o tipo de fratura com características intermediárias entre dúctil e frágil.
⇒ Aspectos macroscópicos:
• zona fibrosa
• zona radial
• zona de cisalhamento
⇒ Aspectos microscópicos:
⇒ Exemplos: cristais iônicos, metais HC, maioria dos metais CCC, polímeros vítreos, etc.
4.3.3 - Fratura Frágil
Figura 4.44 - Macrofractografia de um aço SAE 1050 com fratura frágil; carregamento: impacto.
⇒ Aspectos macroscópicos:
⇒ Aspectos microscópicos:
• facetas de clivagem: numerosos platôs, normalmente mostrando um alto grau de perfeição geométrica
e refletividade;
• “linguas de clivagem” (tongues): formadas quando a trinca propaga-se, por uma distância
relativamente curta, ao longo de um plano principal de clivagem (interface macla-matriz);
4.3.3.1 - Clivagem
Degrau
Direção de propagação
Contorno de grãos
(mudança de orientação)
“Marcas de rio”
Microtrinca
Distância
Figura 4.47 - Iniciação da clivagem em uma microtrinca que é formada em uma partícula de segunda-fase à
frente de uma trinca macroscópica.
Tensão
Distância
Figura 4.49 - Trincas por clivagem paradas à frente de uma trinca macroscópica em um aço
esferoidizado - tipo AISI 1008.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 4.50 - Microfractografias de fraturas por clivagem: (a) aço carbono; (b) e (c) aço inoxidável ferrítico AISI 409
soldado com metal de adição de aços inoxidáveis austeníticos: AISI 308 e AISI 309, respectivamente; (d) aço inoxidável
ferrítico AISI 444 soldado com metal de adição do tipo AISI 316LSi.
(e)
Figura 4.50 – Continuação: (d) aço inoxidável ferrítico AISI 444 soldado com metal de adição do tipo AISI 316LSi.
(a)
Figura extra – Aço elétrico (ao silício) soldado com aço inox. AISI 308LSi – região da ZF.
(a)
(b)
Figura 4.51 - “Marcas de rios” em superfícies de fratura frágil indicando os pontos de origem de trincas; (a) representação
esquemática; (b) fratura frágil de um CP ensaiado sob impacto.
Planos de clivagem
Inclinação de planos
Direção
da fratura
Contorno de grão
ou de subgrão
Planos de clivagem
Marcas características:
“sargento”
Torção de planos
Direção
da fratura
Contorno de grão ou
Degraus de clivagem de subgrão
que formam as “marcas de rios”
(c)
Figura 4.55 - Morfologias de fratura frágil indicando os pontos de origem do trincamento e presença
marcante da zona radial.
(a) (b)
Figura 4.56 - Fratura frágil de suporte de cadinho; início de trinca a partir de cordão de solda (seta); (a) estado de entrega;
(b) detalhe da fratura após limpeza química.
(a )
da fratura
Origem
Fratura
frágil
Direção Direção
da fratura da fratura
Fratura
dúctil
Final da fratura
(b) (c)
Figura 4.57 - Representação esquemática de uma fratura frágil; (a) destaque da origem do trincamento;
(b) idem, para um material cilíndrico; (c) aço empregado no setor ferroviário mostrando a aparência clássica de
marcas em V (chevrons).
(a)
(b) (c)
Figura 4.58 - Microfractografias típicas de fratura por clivagem; ensaio de impacto Charpy; (a) aço AISI 1040,
T = _195 oC; (b) aço inox. 17%Cr-1%Mo, T = 25oC; (c) aço inox. 17%Cr-1%Mo, T = 0oC.
(d) (e)
Figura 4.58 - Continuação: (d) e (e) aço silicioso de grão orientado soldado com aço inox. AISI 308LSi.
4.3.3.3 - Fratura frágil de aços normalmente dúcteis (a transição de fratura dúctil-frágil)
Os fatores que devem estar presentes para causar fratura frágil nestes materiais são:
• Um concentrador de tensão. Este pode ser um defeito de solda, trinca de fadiga, uma
trinca por corrosão sob tensão, entalhe, vazio (bolha), etc;
• Uma tensão de tração também deve estar presente. Esta tensão deve ser de valor suficiente
para promover deformação plástica na ponta do agente concentrador de tensão;
Energia Dúctil
absorvida
na fratura
(tenacidade)
Energia
(Charpy) Aumento da
taxa de
carregamento
Fratura Fratura dúctil
frágil (zona fibrosa)
(clivagem) (zona cisalhante) Frágil
Fratura
semifrágil
(a ) Temperatura Temperatura (b )
Figura 4.59 - Representação esquemática do efeito da temperatura na tenacidade de metais que exibem transição
dúctil-frágil (a); efeito da taxa de carregamento (b).
o o o
Ensaiado a –196 C Ensaiado a –120oC Ensaiado a –80 C Ensaiado a 40 C
( a)
o
Temperatura (oF) Temperatura de ensaio, F
Fibrosa % Fratura
Energia de
fibrosa
impacto, J Energia absorvida
Tamanho
da zona
(in)
Cisalhante
Fratura
fibrosa
Radial
o
Temperatura de ensaio, C
o
Temperatura ( C)
(b) (c)
Figura 4.61 - Ensaios de impacto; energia absorvida versus temperatura; superfícies de fratura.
Figura 4.62 - Influência da temperatura na aparência das superfícies de fratura de um aço para indústria naval; ensaio
de queda de peso; notam-se mais claramente as “marcas de sargento” na temperatura de ensaio de –45oC (–50oF).
(a) ( b)
o
Figura 4.63 - Macrofractografias de CPs de aço 3%Ni-Cr-Mo, temperado; T = - 73 C: (a) com pré-trinca de
fadiga a partir de entalhe, ensaiado em dobramento; HR c = 42; zona fibrosa a partir do entalhe, zona radial e
zona cisalhante; (b) trinca a partir de entalhe agudo; HR c = 52,5; zona radial e zona cisalhante.
(a) (b)
Figura 4.64 - Macro e microfractografias de CPs ensaiados em impacto, Charpy; aço envelhecido (2h); (a) T = 750 oC,
resfriamento ao ar; aspecto dúctil; presença de dimples; (b) T = 850 oC, resfriamento ao ar; aspecto frágil; facetas de clivagem.
(a)
(b) (c1)
(a)
(b)
Figura 4.66 - (a) Representação esquemática de uma fratura intergranular; (b) fratura intergranular em um aço inoxidável AISI 409.
(a) (b)
(c)
Figura 4.67 - (a) Microfractografia de um ferro Armco (obtido eletroliticamente) rompido por impacto, Charpy, na temperatura
ambiente; presença de trincas secundárias nos contornos de grão; (b) aumento maior, destacando as trincas intergranulares; (c) outra
região do CP, mostrando facetas e pequenas “marcas de rio” (seta).
(a) Fratura dúctil
F i g u r a 4 . 6 8 - R e p r e s e n t a ç ã o e s q u e m á t i c a d e m e c a n i s m o s d e f r a t u r a s : ( a ) d ú c t i l , ( b ) p o r fr á g i l ( c l i v a g e m ) ,
( c ) in t e r g r a n u l a r .