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o 60 — 24 de Março de 2006
a forma de fixação das propinas devidas pela inscrição O título IV estabelece as regras a aplicar para a reor-
no ciclo de estudos conducente ao grau de mestre no ganização dos cursos em funcionamento.
ensino público, estabelecendo que, quando a sua con- A adequação das formações ao novo modelo de orga-
jugação com um ciclo de estudos conducente ao grau nização do ensino superior vem sendo concretizada atra-
de licenciado seja indispensável para o acesso ao exer- vés de um trabalho em profundidade desenvolvido pelas
cício de uma actividade profissional, o seu valor é fixado instituições, que deve ser participado por estudantes e
de forma idêntica ao estabelecido na lei para a licen- professores, e que visa, designadamente:
ciatura, em cumprimento, aliás, do entendimento expli-
citado pelo Governo aquando da aprovação das alte- A passagem de um ensino baseado na transmissão
rações à Lei de Bases do Sistema Educativo. de conhecimentos para um ensino baseado no
Na definição dos objectivos e condições para a atri- desenvolvimento de competências;
buição de cada um dos graus académicos procurou ter-se A orientação da formação ministrada para os objec-
em consideração as especificidades das diferentes áreas, tivos específicos que devem ser assegurados
designadamente da área artística. Esta é, porém, uma pelos ciclos de estudos do subsistema, univer-
área sobre a qual é indispensável realizar uma reflexão sitário ou politécnico, em que se insere;
aprofundada, que se irá promover de imediato, tendo Assegurar aos estudantes portugueses condições de
em vista criar as condições mais favoráveis ao seu desen- formação e de integração profissional similares,
volvimento no quadro do ensino superior, a exemplo em duração e conteúdo, às dos restantes Estados
da evolução entretanto registada noutros países. que integram o espaço europeu, através da adop-
O capítulo V estabelece regras gerais quanto às for- ção, em cada área de formação, de um número
mações de ensino superior não conferentes de grau. de créditos e, consequentemente, de uma dura-
O capítulo VI consagra a faculdade de associação dos ção, que não sejam diversos dos de instituições
estabelecimentos de ensino superior, nacionais ou de referência de ensino superior daquele espaço
estrangeiros, para a realização conjunta de ciclos de estu- nas mesmas áreas;
dos, e estabelece as regras a que está sujeita a atribuição A determinação do trabalho que o estudante deve
de graus ou diplomas nesse quadro, prevendo expres- desenvolver em cada unidade curricular
samente a possibilidade de atribuição de diplomas con- incluindo, designadamente, e onde aplicável, as
juntos. Estabelece-se, assim, um quadro jurídico para sessões de ensino de natureza colectiva, as ses-
o desenvolvimento de projectos de ensino em rede e sões de orientação pessoal de tipo tutorial, os
para o estabelecimento de parcerias internacionais, estágios, os projectos, os trabalhos no terreno,
geradores de sinergias entre as instituições e optimi- o estudo e a avaliação — e sua expressão em
zadores da utilização dos recursos existentes. créditos, de acordo com o sistema europeu de
O capítulo VII consagra normas quanto à mobilidade transferência e acumulação de créditos,
dos estudantes entre cursos e estabelecimentos de ensino incluindo a realização de inquéritos aos estu-
superior visando, na sequência do disposto no n.o 4 do dantes e docentes tendo em vista esse fim;
artigo 13.o da Lei de Bases do Sistema Educativo, fixar A fixação do número total de créditos, e conse-
um novo quadro de referência facilitador, longe do ultra- quente duração do ciclo de estudos, dentro dos
passado sistema de equivalências, creditando nos seus valores e de acordo com os critérios estabele-
ciclos de estudos a formação realizada no âmbito de cidos pelo presente decreto-lei.
outros ciclos de estudos superiores em estabelecimentos
de ensino superior nacionais ou estrangeiros e intro- A entrada em funcionamento da adequação das for-
duzindo a possibilidade de creditação da experiência mações actuais fica sujeita a um procedimento de
profissional e a formação pós-secundária. registo, da responsabilidade da Direcção-Geral do
Finalmente, o capítulo VIII introduz um conjunto de Ensino Superior, que visa, exclusivamente, a correcta
disposições inovadoras, entre as quais a obrigação de verificação da realização dos procedimentos de adequa-
depósito legal de versões digitais das dissertações e teses ção previstos na lei.
de mestrado e doutoramento na Biblioteca Nacional Para apoiar a Direcção-Geral do Ensino Superior
e no Observatório da Ciência e do Ensino Superior, neste domínio será criada uma comissão de acompa-
a permissão expressa do uso de línguas estrangeiras no nhamento do processo de reorganização, integrada por
ensino e na elaboração e discussão das dissertações e representantes da Administração, dos estabelecimentos
teses, e a utilização da teleconferência nas reuniões pre- de ensino superior dos diferentes subsistemas, das asso-
paratórias dos júris. ciações de estudantes do ensino superior e por outras
No título III fixam-se os princípios gerais a que fica individualidades, a nomear pelo Ministro da Ciência,
sujeita a acreditação dos ciclos de estudos, condição Tecnologia e Ensino Superior.
indispensável ao seu funcionamento. A adequação deve traduzir-se numa apropriada reor-
Essa acreditação realizar-se-á no quadro do sistema ganização das formações superiores tendo em vista a
europeu de garantia de qualidade no ensino superior concretização dos objectivos do Processo de Bolonha,
e far-se-á, em regra, através da acreditação dos esta- não podendo, de modo algum, ser encarada como uma
belecimentos de ensino para determinadas áreas de mera alteração formal.
ensino, sendo da responsabilidade de uma agência Questão central no Processo de Bolonha é o da
dotada de autonomia científica e técnica a criar e regular mudança do paradigma de ensino de um modelo passivo,
através de diploma próprio. baseado na aquisição de conhecimentos, para um
Deixa-se igualmente claro que, embora a acreditação modelo baseado no desenvolvimento de competências,
seja indispensável ao financiamento pelo Estado dos onde se incluem quer as de natureza genérica — ins-
ciclos de estudos no ensino público, ela não é a única trumentais, interpessoais e sistémicas — quer as de natu-
condição, pois este está, naturalmente, condicionado ao reza específica associadas à área de formação, e onde
ordenamento da rede de formação superior no quadro a componente experimental e de projecto desempenham
do regime legal em vigor. um papel importante.
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iii) Reunir uma parte das condições para c) Capacidade de resolução de problemas no
obtenção de um determinado grau aca- âmbito da sua área de formação e de construção
démico; e fundamentação da sua própria argumentação;
d) Capacidade de recolher, seleccionar e interpre-
c) «Duração normal de um ciclo de estudos» o tar a informação relevante, particularmente na
número de anos, semestres e ou trimestres lec- sua área de formação, que os habilite a fun-
tivos em que o ciclo de estudos deve ser rea- damentarem as soluções que preconizam e os
lizado pelo estudante, quando a tempo inteiro juízos que emitem, incluindo na análise os
e em regime presencial; aspectos sociais, científicos e éticos relevantes;
d) «Crédito» a unidade de medida do trabalho do e) Competências que lhes permitam comunicar
estudante sob todas as suas formas, designada- informação, ideias, problemas e soluções, tanto
mente sessões de ensino de natureza colectiva, a públicos constituídos por especialistas como
sessões de orientação pessoal de tipo tutorial, por não especialistas;
estágios, projectos, trabalhos no terreno, estudo f) Competências de aprendizagem que lhes per-
e avaliação, nos termos do Decreto-Lei mitam uma aprendizagem ao longo da vida com
n.o 42/2005, de 22 de Fevereiro; elevado grau de autonomia.
e) «Condições de acesso» as condições gerais que
devem ser satisfeitas para requerer a admissão Artigo 6.o
a um ciclo de estudos;
f) «Condições de ingresso» as condições especí- Atribuição do grau de licenciado
ficas que devem ser satisfeitas para requerer 1 — As áreas de formação em que cada estabeleci-
a admissão a um ciclo de estudos concreto num mento de ensino superior confere o grau de licenciado
determinado estabelecimento de ensino. são fixadas pelo seu órgão legal e estatutariamente
competente.
2 — O grau de licenciado numa determinada área
TÍTULO II de formação só pode ser conferido pelos estabelecimen-
tos de ensino superior que:
Graus académicos e diplomas do ensino superior
a) Disponham de um corpo docente próprio, qua-
lificado na área em causa e adequado em
CAPÍTULO I número, cuja maioria seja constituída por titu-
Disposições gerais lares do grau de doutor ou especialistas de reco-
nhecida experiência e competência profissional;
Artigo 4.o b) Disponham dos recursos humanos e materiais
indispensáveis a garantir o nível e a qualidade
Graus académicos da formação adquirida.
1 — No ensino politécnico, são conferidos os graus
académicos de licenciado e de mestre. 3 — A verificação da satisfação dos requisitos refe-
2 — No ensino universitário, são conferidos os graus ridos no número anterior é feita no âmbito do processo
académicos de licenciado, mestre e doutor. de acreditação.
Artigo 7.o
Acesso e ingresso no ciclo de estudos conducente ao grau de licenciado
CAPÍTULO II
O acesso e o ingresso no ciclo de estudos conducente
Licenciatura ao grau de licenciado são regulados por diplomas
próprios.
Artigo 5.o Artigo 8.o
Grau de licenciado Ciclo de estudos conducente ao grau de licenciado
no ensino politécnico
O grau de licenciado é conferido aos que demonstrem:
1 — No ensino politécnico, o ciclo de estudos con-
a) Possuir conhecimentos e capacidade de com-
ducente ao grau de licenciado tem 180 créditos e uma
preensão numa área de formação a um nível
duração normal de seis semestres curriculares de tra-
que:
balho dos alunos.
i) Sustentando-se nos conhecimentos de 2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior
nível secundário, os desenvolva e apro- os casos em que seja indispensável, para o acesso ao
funde; exercício de determinada actividade profissional, uma
ii) Se apoie em materiais de ensino de nível formação de até 240 créditos, com uma duração normal
avançado e lhes corresponda; de até sete ou oito semestres curriculares de trabalho,
iii) Em alguns dos domínios dessa área, se em consequência de normas jurídicas expressas, nacio-
situe ao nível dos conhecimentos de nais ou da União Europeia, ou de uma prática con-
ponta da mesma; solidada em instituições de referência de ensino superior
do espaço europeu.
b) Saber aplicar os conhecimentos e a capacidade 3 — No ensino politécnico, o ciclo de estudos con-
de compreensão adquiridos, de forma a eviden- ducente ao grau de licenciado deve valorizar especial-
ciarem uma abordagem profissional ao trabalho mente a formação que visa o exercício de uma actividade
desenvolvido na sua área vocacional; de carácter profissional, assegurando aos estudantes
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O grau de licenciado é conferido aos que, através 1 — O grau de mestre é conferido aos que demons-
da aprovação em todas as unidades curriculares que trem:
integram o plano de estudos do curso de licenciatura, a) Possuir conhecimentos e capacidade de com-
tenham obtido o número de créditos fixado. preensão a um nível que:
i) Sustentando-se nos conhecimentos obti-
Artigo 12.o dos ao nível do 1.o ciclo, os desenvolva
Classificação final do grau de licenciado
e aprofunde;
ii) Permitam e constituam a base de desen-
1 — Ao grau de licenciado é atribuída uma classi- volvimentos e ou aplicações originais, em
ficação final, expressa no intervalo 10-20 da escala numé- muitos casos em contexto de investiga-
rica inteira de 0 a 20, bem como no seu equivalente ção;
na escala europeia de comparabilidade de classificações.
2 — A classificação final é a média aritmética pon- b) Saber aplicar os seus conhecimentos e a sua
derada das classificações obtidas nas unidades curricu- capacidade de compreensão e de resolução de
lares que integram o plano de estudos do curso de problemas em situações novas e não familiares,
licenciatura. em contextos alargados e multidisciplinares,
3 — Os coeficientes de ponderação são fixados pelas ainda que relacionados com a sua área de
normas regulamentares a que se refere o artigo 14.o estudo;
4 — A classificação final é atribuída pelo órgão legal c) Capacidade para integrar conhecimentos, lidar
e estatutariamente competente do estabelecimento de com questões complexas, desenvolver soluções
ensino superior. ou emitir juízos em situações de informação
limitada ou incompleta, incluindo reflexões
Artigo 13.o sobre as implicações e responsabilidades éticas
Titulação do grau de licenciado e sociais que resultem dessas soluções e desses
juízos ou os condicionem;
1 — O grau de licenciado é titulado por uma carta d) Ser capazes de comunicar as suas conclusões,
de curso emitida pelo órgão legal e estatutariamente e os conhecimentos e raciocínios a elas subja-
competente do estabelecimento de ensino superior. centes, quer a especialistas, quer a não espe-
2 — A emissão da carta de curso, bem como das res- cialistas, de uma forma clara e sem ambigui-
pectivas certidões, é acompanhada da emissão de um dades;
suplemento ao diploma elaborado nos termos e para e) Competências que lhes permitam uma apren-
os efeitos do Decreto-Lei n.o 42/2005, de 22 de Feve- dizagem ao longo da vida, de um modo fun-
reiro. damentalmente auto-orientado ou autónomo.
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2 — Os valores mínimos a que se refere o n.o 1: 1 — O grau de mestre é titulado por uma carta de
curso do grau de mestre, emitida pelo órgão legal e
a) Não se aplicam ao ciclo de estudos integrado estatutariamente competente do estabelecimento de
a que se refere o artigo anterior; ensino superior.
b) Podem ser alterados por decisão da agência de 2 — A emissão da carta de curso, bem como das res-
acreditação a que se refere o artigo 53.o pectivas certidões, é acompanhada da emissão de um
suplemento ao diploma elaborado nos termos e para
Artigo 21.o os efeitos do Decreto-Lei n.o 42/2005, de 22 de Feve-
reiro.
Orientação
Artigo 26.o
1 — A elaboração da dissertação ou do trabalho de
Normas regulamentares do mestrado
projecto e a realização do estágio são orientadas por
doutor ou por especialista de mérito reconhecido como O órgão legal e estatutariamente competente de cada
tal pelo órgão científico estatutariamente competente estabelecimento de ensino superior aprova as normas
do estabelecimento de ensino superior, nacional ou relativas às seguintes matérias:
estrangeiro.
2 — A orientação pode ser assegurada em regime de a) Regras sobre a admissão no ciclo de estudos,
co-orientação, quer por orientadores nacionais, quer por em especial as condições de natureza académica
nacionais e estrangeiros. e curricular, as normas de candidatura, os cri-
térios de selecção e seriação, e o processo de
Artigo 22.o fixação e divulgação das vagas e dos prazos de
candidatura;
Júri do mestrado
b) Condições de funcionamento;
1 — A dissertação, o trabalho de projecto ou o rela- c) Estrutura curricular, plano de estudos e crédi-
tório de estágio são objecto de apreciação e discussão tos, nos termos das normas técnicas a que se
pública por um júri nomeado pelo órgão legal e esta- refere o artigo 12.o do Decreto-Lei n.o 42/2005,
tutariamente competente do estabelecimento de ensino de 22 de Fevereiro;
superior. d) Concretização da componente a que se refere
2 — O júri é constituído por três a cinco membros, a alínea b) do n.o 1 do artigo 20.o;
incluindo o orientador ou os orientadores. e) Regimes de precedências e de avaliação de
3 — Os membros do júri devem ser especialistas no conhecimentos no curso de mestrado;
domínio em que se insere a dissertação, o trabalho de f) Regime de prescrição do direito à inscrição,
projecto ou o relatório de estágio e são nomeados de tendo em consideração, no ensino público e
entre nacionais ou estrangeiros titulares do grau de dou- quando aplicável, o disposto sobre esta matéria
tor ou especialistas de mérito reconhecido como tal pelo na Lei n.o 37/2003, de 22 de Agosto;
órgão científico do estabelecimento de ensino. g) Processo de nomeação do orientador ou dos
4 — As deliberações do júri são tomadas por maioria orientadores, condições em que é admitida a
dos membros que o constituem, através de votação co-orientação e regras a observar na orientação;
nominal justificada, não sendo permitidas abstenções. h) Regras sobre a apresentação e entrega da dis-
5 — Das reuniões do júri são lavradas actas, das quais sertação, do trabalho de projecto ou do relatório
constam os votos de cada um dos seus membros e a de estágio, e sua apreciação;
respectiva fundamentação, que pode ser comum a todos i) Prazos máximos para a realização do acto
ou a alguns membros do júri. público de defesa da dissertação, do trabalho
de projecto ou do relatório de estágio;
Artigo 23.o j) Regras sobre a composição, nomeação e fun-
Concessão do grau de mestre
cionamento do júri;
l) Regras sobre as provas de defesa da dissertação,
O grau de mestre é conferido aos que, através da do trabalho de projecto ou do relatório de
aprovação em todas as unidades curriculares que inte- estágio;
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b) Pela conclusão de um curso de mestrado não 3 — A emissão dos documentos a que se referem os
inferior a 60 créditos; números anteriores é acompanhada da emissão do
c) Pela conclusão de um curso de doutoramento; suplemento ao diploma nos termos do Decreto-Lei
d) Pela realização de outros cursos não conferentes n.o 42/2005, de 22 de Fevereiro, pelo estabelecimento
de grau académico. de ensino superior português.
1 — São requisitos gerais para a acreditação de um 1 — O incumprimento dos requisitos legais ou das
ciclo de estudos: disposições estatutárias e a não observância dos critérios
científicos e pedagógicos que justificaram a acreditação
a) Um projecto educativo, científico e cultural pró- determinam o seu cancelamento, após audiência prévia
prio, adequado aos objectivos fixados para esse da instituição em causa.
ciclo de estudos; 2 — Na situação prevista no número anterior são defi-
b) Um corpo docente próprio, qualificado na área nidos os prazos de cessação do funcionamento do ciclo
em causa, e adequado em número; de estudos e as medidas de salvaguarda das expectativas
c) Os recursos humanos e materiais indispensáveis dos estudantes nele inscritos.
para garantir o nível e a qualidade da formação,
designadamente espaços lectivos, equipamen-
tos, bibliotecas e laboratórios adequados.
TÍTULO IV
2 — São requisitos especiais para a acreditação de
um ciclo de estudos conducente ao grau de mestre numa Adequação dos ciclos de estudos
determinada especialidade:
CAPÍTULO I
a) Que o corpo docente que assegura o seu fun-
cionamento seja constituído, na sua maioria, por Princípios gerais
titulares do grau de doutor ou especialistas de
reconhecida experiência e competência profis-
sional nas áreas científicas integrantes dessa Artigo 61.o
especialidade; Adequação
b) Que o estabelecimento de ensino desenvolva
actividade reconhecida de formação e investi- 1 — Os estabelecimentos de ensino superior devem
gação ou de desenvolvimento de natureza pro- promover a adequação dos cursos que se encontram
fissional de alto nível, nas áreas científicas inte- a ministrar e dos graus que estão autorizados a conferir
grantes dessa especialidade. ao regime jurídico fixado pelo presente decreto-lei.
2 — O processo de adequação visa a reorganização
3 — São requisitos especiais para a acreditação de de cada ciclo de estudos em funcionamento e concre-
um ciclo de estudos conducente ao grau de doutor num tiza-se através:
determinado ramo do conhecimento ou especialidade:
a) Da passagem de um ensino baseado na trans-
a) A existência de recursos humanos e organiza- missão de conhecimentos para um ensino
tivos próprios necessários à realização de inves- baseado no desenvolvimento de competências;
tigação nas áreas científicas integrantes desse b) Da orientação da formação ministrada para os
ramo do conhecimento ou especialidade; objectivos específicos que devem ser assegura-
b) Que o corpo docente que assegura o seu fun- dos pelos ciclos de estudos do subsistema, uni-
cionamento seja constituído, na sua maioria, por versitário ou politécnico, em que se insere;
titulares do grau de doutor nas áreas científicas c) Da determinação do trabalho que o estudante
integrantes desse ramo do conhecimento ou deve desenvolver em cada unidade curricu-
especialidade; lar — incluindo, designadamente, quando apli-
c) Que a universidade possua, por si ou através cáveis, as sessões de ensino de natureza colec-
da sua participação ou colaboração, ou dos seus tiva, as sessões de orientação pessoal de tipo
docentes e investigadores, em determinadas ins- tutorial, os estágios, os projectos, os trabalhos
tituições científicas, uma experiência acumulada no terreno, o estudo e a avaliação — e sua
de investigação sujeita a avaliação e concreti- expressão em créditos de acordo com o sistema
zada numa produção científica e académica rele- europeu de transferência e acumulação de cré-
vantes nas áreas científicas integrantes desse ditos (ECTS: European Credit Transfer and
ramo do conhecimento ou especialidade. Accumulation System);
d) Da fixação do número total de créditos, e con-
sequente duração do ciclo de estudos, dentro
Artigo 58.o dos valores e de acordo com os critérios esta-
Intransmissibilidade belecidos pelo presente decreto-lei.
4 — Ultrapassado o prazo referido no n.o 1, o pedido 2 — O procedimento a que se refere o número ante-
de registo considera-se deferido tacitamente. rior é realizado até ao final do ano lectivo de 2009-2010.
Aos estudantes que tenham solicitado admissão ao 2 — Com a entrada em vigor da portaria referida no
mestrado ou ao doutoramento aplica-se o regime jurí- n.o 1 do artigo 49.o são revogados:
dico vigente à data em que foram apresentados os res-
pectivos pedidos. a) O Decreto n.o 119/81, de 26 de Setembro;
Artigo 82.o b) O Decreto Regulamentar n.o 63/87, de 17 de
Dezembro.
Prazos especiais