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Implantação do Sistema de Custos no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais - IPSEMG
Milton Quinto de Souza Júnior (IPSEMG)
milton.Souza@ipsemg.mg.gov.br  
Adauton Rios de Almeida (IPSEMG)
 adauton.rios@ipsemg.mg.gov.br  
Valéria de Aquino (PUC MINAS, Centro Universitário UNA e IPSEMG)
valeria_aquino@pucminas.br  
Resumo
  Na adoção de um novo paradigma de gestão governamental cresce a preocupação com o equilíbrio das finanças públicas. Após aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal informações a respeito da situação financeira tornou-se de fundamental importância estabelecendo novos paradigmas de relacionamento dos gestores públicos com os recursos financeiros.
 
 Neste contexto, o Instituto de Previdência dos servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), em iniciativa pioneira no Setor Público, iniciou em 2005 a concepção de um modelo que ofereça sustentação teórica ao gestor nas decisões administrativas, no controle eficaz e eficiente das atividades públicas e que possa sobretudo assegurar accountability  perante os cidadãos. O presente artigo tem por finalidade apresentar as diretrizes do processo de implantação do Sistema de Custos Departamentais no Ipsemg, bem como, as ferramentas que são utilizadas e as que estão sendo implantadas visando agilidade das informações e a demonstração de resultados, tanto no caráter orçamentário, financeiro, econômico ou de produção integrada ao orçamento público e à contabilidade governamental.
Palavras chave:
 Sistema de Custos, Administração Pública, Accountability.
1. Introdução
Atualmente, constatam-se grandes avanços no controle dos gastos públicos. Um exemplo disso é a Lei 101/2000, que obriga, em seu artigo 50, parágrafo 3º da LRF, as entidades  públicas a manterem um sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial. Neste contexto, alguns órgãos da administração  pública começam a se movimentar procurando implementar e/ou consolidar modelos tecnológicos, administrativos, econômicos e/ou operacionais, consentâneos às tendências atuais. Entre os novos modelos e paradigmas surge a figura do Accountability como novo mecanismo de controle exercido pela sociedade, de forma a aferir se os resultados atingidos foram condizentes com as propostas do Governo. Há necessidade, entretanto, de se institucionalizar a sua prática e definir critérios objetivos para mensuração dos resultados. (PEDERIVA, 1998).
 
Essa prática pode contribuir, inclusive, para elevar a governança
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, na medida em que amplia a confiança mútua entre Estado e Sociedade. Com melhor governança, por sua vez, mais
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“Maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos econômicos e sociais, tendo em vista o desenvolvimento”. Definição do Banco Mundial. (Melo, 1996).
 
III EMEPRO – Belo Horizonte, Brasil, 07 a 09 junho de 2007
2eficiente tende a ser o governo e, conseqüentemente, mais benefícios serão gerados para a sociedade (Melo, 1996). A apuração dos custos de serviços executados pelo poder público, bem como sua gestão, são de grande valor no gerenciamento estratégico das políticas pertinentes, uma vez que  propiciam ao setor público um tratamento racional ao orçamento, e concomitantemente um acompanhamento adequado à execução dos serviços, de modo a atender o crescente número de beneficiários com qualidade com uma estrutura de custos competitivos, além de atuar como forma de mensuração do “Accountability”.
1.1 Informações sobre a empresa
O Ipsemg é pessoa jurídica de direito público, de natureza autárquica e que teve sua origem na caixa beneficiente dos funcionários públicos do estado instituído pela lei 588, de 06 de setembro de 1912
.
 Tem como missão institucional “contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos seus beneficiários, em consonância com os princípios de seguridade social,  promovendo a preservação da saúde e assistência previdenciária compatíveis com as transformações sociais econômicas e políticas” (Relatório de Gestão – 2005). O Instituto oferece ao servidor público mineiro e seus dependentes, assistência previdenciária, médica, hospitalar, odontológica, farmacêutica e social, na capital e no interior do Estado, através de serviços próprios, credenciados e conveniados. Estima-se que o número de beneficiários do Ipsemg seja de 1,5 milhões. A assistência previdenciária presta serviço de concessão de  benefícios, pagamento de seguros e pecúlio, inclusão e cadastramento de beneficiários e aplicação de recursos do FUNPEMG (Fundo de Previdência do Estado de Minas Gerais). A produtividade do Instituto, conforme relatório de gestão no exercício de 2005 foi:
 
O hospital próprio do Ipsemg, Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP) com 534 leitos realizou 712.320 procedimentos distribuídos entre internações, consultas Médicas e Atendimentos no SMU. Foram realizados 1.558.195 exames/serviços complementares, 49.318 cirurgias e 264.054 outros serviços.
 
A superintendência odontológica (SUODONT) com 74 consultórios individuais que realizou 571.480 procedimentos entre Tarefa Básica e pró-labore e 270.472 atendimentos;
 
A Drogaria Externa realizou 68.548 atendimentos;
 
O Centro de Especialidades Médicas realizou 18.949 consultas, 17.472 consultas pró-labore, 13.899 exames laboratoriais (coleta), 1.344 exames eletrocardiogramas e 4.096 vacinas;
 
Setenta e cinco Unidades Regionais
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 realizaram 121.158 consultas (tarefa básica), 46.765 consultas pró-labore, 75.461 atendimentos odontológicos e 108.517  procedimentos odontológicos. Dada a importância do Ipsemg no cenário mineiro, a diversidade de serviços oferecidos elevado número de beneficiários e a exigência do mercado por elevado padrão de qualidade nos serviços em contraposição à redução da capacidade de investimento em função do ajuste fiscal, grande desafios se apresentam e se referem, primordialmente, à modernização de seu modelo de gestão, de forma a possibilitar a melhoria e otimização da sua atuação. Desta
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 As Unidades Regionais são divididas entre Centros Regionais (26 unidades) e Agências Regionais (60 unidades) que sendo que todas prestam serviços administrativos, nove prestam serviços ambulatorial, duas serviço odontológico e vinte e sete serviços ambulatórias e odontológicos.
 
III EMEPRO – Belo Horizonte, Brasil, 07 a 09 junho de 2007
3forma, o Ipsemg, iniciou em 2005 a concepção e a implantação de um modelo de Gestão de Custos tendo como diretriz o uso de um sistema que ofereça parâmetro para suas decisões administrativas, controle de atividades e investimentos. A primeira etapa da implantação foi concluída no ano de 2006, com a geração de relatórios que possibilitaram pela primeira vez a visualização dos Custos Fixos do Instituto como um todo. Através do crescimento dos gastos na área de saúde e as limitações impostas pelos tomadores de serviços hospitalares torna-se necessário a adoção de um Sistema de apuração de custos mais eficiente. Desta forma, o Ipsemg, no último trimestre de 2006, aperfeiçoou o modelo através da implantação de novas ferramentas, com o objetivo de apuração e ajuste dos custos, vinculados aos Sistemas Corporativos do Governo do Estado de Minas: SIAFI
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, SIAD
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e SISAP
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. Conhecendo os verdadeiros custos dos serviços prestados, o Ipsemg terá condições de cortar desperdícios, aperfeiçoar seus serviços para impulsionar o melhoramento contínuo através do gerenciamento do custo de cada uma das suas atividades.
2. Metodologia 2.1 Sistema de custos e suas peculiaridades 2.1.1 Gestão de Custos
Serve para identificar e quantificar os recursos utilizados para a produção ou serviços. O  principal objetivo da gestão de custos é produzir informações gerenciais de forma rápida e eficiente, e com isso permitir aos gestores a tomada de decisão baseada nessas informações. Custo é uma medida crítica da eficiência de um processo, que resulta em um objeto ou serviço. Determinados objetos de custo, são definidos como qualquer coisa da qual se deseja mensurar. Ressalta-se que o sistema de custos não está atrelado a normas ou organogramas oficiais. É uma ferramenta gerencial, e o seu objetivo é fornecer informações. Etapas necessárias para garantir um bom funcionamento do Sistema de Custos:
 
Criar uma base comum de dados a todas as unidades da estrutura organizacional;
 
Monitorar “previsto” (orçamento) vs “realizado” (despesa liquidada);
 
Rastrear todo o fluxo do processo de registro de dados;
 
Treinar e padronizar os gestores de cada unidade administrativa;
 
Auditar o processo periodicamente. Portanto, um sistema de custos é um conjunto de normas, condutas, fluxos e padrões, que depende primordialmente de quem o alimenta, o homem.
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 SIAFI – Sistema Integrado de Administração Financeira: registra a contabilidade orçamentária, financeira e  patrimonial do Governo do Estado de Minas Gerais, inclusive unidades da administração direta – autarquias, fundações e universidades. (www.serpro.gov.br 
 
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 SIAD - Sistema Integrado de Administração de Materiais: ferramenta que centralizar e padronizar a gestão e o controle dos procedimentos de compras de produtos direta administração direta, autarquias e fundações no Estado de Minas Gerais. (www.serpro.gov.br)
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 SISAP – Sistema de Administração de Pessoal: ferramenta que registra o ingresso/desligamento, movimentações funcionais e pagamento de pessoal no Governo de Minas Gerais. (www.serpro.gov.br 
 
)

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